EVOLUÇÃO CLÍNICA DE 43 PACIENTES COM ACONDROPLASIA 1 Autores Instituição 1 1 José Ricardo Magliocco Ceroni , Guilherme Lopes Yamamoto , Sofia Mizuho Miura Suguyama , Rachel 1 1 1 Sayuri Honjo , Debora Romeo Bertola , Chong Ae Kim 1 ICr-HCFMUSP - Uniade de Genética do ICr-HCFMUSP (Av. Dr. Enéas de Carvalho Aguiar, 647-Jardim Paulista, São Paulo-SP, 05403-000) Resumo OBJETIVOS Caracterizar os achados clinico-radiológicos e moleculares dos pacientes com Acondroplasia seguidos na Unidade de Genética do ICr-HCFMUSP e comparar com a literatura. MÉTODOS Estudo retrospectivo e prospectivo dos pacientes no período de 20 anos (1995-2015). Nesse período, 43 pacientes foram diagnosticados; 4 foram excluídos do estudo porque perderam o seguimento. A pesquisa de mutações no exon 9 do gene FGFR3 foi realizada por sequenciamento Sanger em todos pacientes. RESULTADOS Houve suspeita clínica pré-natal de acondroplasia em 11 pacientes. Em 9 pacientes o diagnóstico foi feito logo ao nascimento, 13 no primeiro ano e 6 até 4 anos de idade. Ao nascimento foram observados macrocefalia em 43%, baixo comprimento em 13%; baixo peso em 3%. Os achados clínicos mais frequentes foram: fácies típica (97%), mãos em tridente (97%), geno varo (97%), baixa estatura (90%), macrocefalia (80%), cifose toracolombar (69%), baixo peso (33%) e hipermobilidade articular (33%). A hipotonia no primeiro ano de vida foi observada em 56% e atraso motor em 74%; Os pacientes andaram com a idade média de 19 meses (de 12 a 48 meses). Obesidade foi observada em cinco pacientes sendo três ao nascimento e outros dois até 13 anos de idade. O maior IMC foi 76 de um dos pacientes aos 20 anos de idade. Referiram alteração no padrão de sono 55% dos pacientes (idade: 1 mês até 10 anos; média: 4 anos). A polissonografia mostrou elevado índice de apneias em todos os pacientes que realizaram o exame. As principais afecções otorrinolaringológicas foram: otite média aguda de repetição (43%) e perda auditiva (11%). Foram submetidos à adenotonsilectomia 14% e colocação de tubo de ventilação, 11%. Os achados radiológicos observados foram rizomelia (100%), afilamento da distância interpedicular da coluna (87%), acetábulo horizontalizado e/ou íleo arredondado (82%), alterações metafisárias (77%), radioluscência proximal do fêmur (69%) e incisura sacroisquiática pequena (61%). Observou-se redução do forame magno por TC de crânio em 58%. Todos apresentavam a mutação c.1138G>A (p.Gly380Arg) no gene FGFR3. Quatro pacientes eram casos familiais com um dos genitores afetado. Os outros 35 casos eram esporádicos com a idade paterna média de 37 anos. CONCLUSÃO A acondroplasia é considerada uma doença benigna, mas nosso seguimento clinico mostrou que é preciso acompanhar de maneira regular os pacientes com este diagnóstico. Complicações decorrentes das alterações anatômicas da acondroplasia somadas à obesidade levam a roncos, apneias do sono e dores em membros inferiores. Queixas otorrinolaringológicas como otite média de repetição e excesso de secreção são frequentes e podem levar a perda auditiva. Palavras-chaves: baixa estatura, displasia esquelética, dismorfismo Agência de Fomento: