CAPÍTULO 4 Tecnologias de Produção de Energia Eléctrica Sistemas convencionais e renováveis Mestrado em Engenharia Electrotécnica e de Computadores Organização e Gestão em Sistema de Energia Eléctrica Organização e Gestão em SEE 1 O Conceito de Produção Centralizado Organização e Gestão em SEE 2 Organização e Gestão em SEE 3 Evolução da potência instalada no SEP (de cerca de 3 GW para 8 GW em 20 anos) 9 8 7 GW 6 5 4 3 2 1 0 1979 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 Gás Natural 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,33 Gasóleo 0,17 0,17 0,17 0,33 0,33 0,33 0,33 0,33 0,33 0,33 0,33 0,33 0,33 0,33 0,33 0,33 0,33 0,33 0,33 0,33 Carvão Importado 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,30 0,60 0,90 0,90 1,24 1,26 1,26 1,56 1,56 1,56 1,87 1,87 1,87 1,87 Fuelóleo/Carvão Nacional 1,21 1,46 1,46 1,71 1,96 1,96 1,96 1,96 1,96 1,96 1,96 1,96 1,96 1,96 1,96 1,96 1,96 1,96 1,96 1,91 Albufeira 0,72 0,72 1,00 1,00 1,01 1,01 1,01 1,01 1,09 1,16 1,23 1,23 1,23 1,55 1,93 1,96 1,96 1,96 1,96 1,96 Fio de àgua 1,25 1,25 1,25 1,25 1,43 1,43 1,47 1,54 1,54 1,54 1,54 1,54 1,54 1,54 1,54 1,54 1,73 1,73 1,73 1,73 TOTAL 3,35 3,60 3,88 4,30 4,74 4,74 5,08 5,45 5,82 5,90 6,30 6,32 6,32 6,95 7,32 7,36 7,85 7,85 7,85 8,13 Fonte: EDP , Tejo Energia, TURBOGÁS Organização e Gestão em SEE 4 40 1,4 35 1,2 30 1,0 TWh 25 0,8 20 0,6 15 0,4 10 0,2 5 0 1979 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 Eólica (PRE) 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,02 0,08 Cogeração (PRE) 0,00 0,84 0,88 0,88 0,97 0,93 1,09 1,17 1,18 1,30 1,27 1,40 1,60 1,79 2,19 2,74 3,29 3,68 4,05 4,17 Mini-Hídrica (PRE) 0,00 0,06 0,05 0,06 0,06 0,07 0,06 0,06 0,06 0,07 0,05 0,05 0,05 0,05 0,25 0,37 0,35 0,52 0,56 0,53 Hídrica (SENV) 1,17 0,70 0,52 0,64 0,74 0,95 0,96 0,82 0,93 1,00 0,56 0,80 0,78 0,29 0,47 0,62 0,45 0,81 0,76 0,74 Térmica (SEP) 3,99 6,12 7,65 7,27 8,74 8,33 6,84 10,27 9,41 8,44 17,98 17,28 18,51 22,63 19,54 17,24 20,77 15,53 16,22 20,81 Hídrica (SEP) 9,94 7,24 4,47 6,22 7,27 8,80 9,74 7,60 8,13 11,17 5,41 8,38 8,27 4,67 7,92 9,64 7,57 13,36 11,72 11,68 IPH 1,32 0,78 0,54 0,63 0,83 0,93 1,02 0,76 0,89 1,07 0,62 0,78 0,83 0,41 0,73 0,90 0,73 1,30 1,22 1,04 TOTAL 15,09 14,96 13,57 15,07 17,78 19,08 18,69 19,92 19,71 21,98 25,26 27,92 29,22 29,42 30,37 30,62 32,42 33,91 33,32 38,01 0,0 Fonte: EDP , Tejo Energia, TURBOGÁS, DGE Organização e Gestão em SEE 5 Índice Produtibilidade Hidroeléctrica (IPH) Evolução da produção de EE no SEN por tecnologia Potência instalada no SEP em 1998 (8.13 GW) Fuelóleo/Carvão nacional 1,91 GW (23,54%) Albufeira 1,96 GW (24,07%) Fio de Água 1,73 GW (21,22%) Gás natural 0,33 GW (4,06%) Fonte: EDP, Tejo Energia, TURBOGÁS Gasóleo 0,33 GW (4,11%) Organização e Gestão em SEE Carvão importado 1,87 GW (23,00%) 6 Produção de energia eléctrica no SEP em 1998 (32,51 TWh) Fuelóleo/Carvão nacional 7,45 TWh (22,93%) Albufeira 4,86 TWh (14,95%) Fio de Água 6,83 TWh (21,01%) Gás Natural 1,36 TWh (4,17%) Gasóleo 0,01 TWh (0,03%) Organização e Gestão em SEE Fonte: EDP , Tejo Energia, TURBOGÁS Carvão importado 12,00 TWh (36,92%) 7 Diagrama de carga do dia de ponta de 1998 Energia Produzida 117.5 GWh Potência Ponta (18h45) 6079 MW Potência Vazio (04h00) 2731 MW Temperatura mínima 4.6 0C Temperatura máxima 15.4 0C 6 200 6 000 5 800 Energia produzida: 117.5 GWh Potência média: 4896 MW Potência de ponta: 6079 MW Factor de Carga: 0,81 Potência mínima: 2731 MW 5 600 5 400 5 200 5 000 4 800 4 600 4 400 4 200 4 000 3 800 3 600 MW 3 400 3 200 3 000 2 800 2 600 2 400 2 200 2 000 1 800 1 600 1 400 1 200 1 000 800 600 400 200 0 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 Horas Carvão Gás Natural Albufeiras Consumo abastecido pela RNT Consumo total abastecido pelas redes do SEP Fonte: EDP Fuel Fios de Água Organização e Gestão em SEE Saldo importador Consumo abastecido pela RNT + consumo em bombagem 8 Participação das Centrais de Produção Centrais de base – – – – Funcionam 8760 horas/ano Maior capacidade instalada (maior investimento) Maior fiabilidade e eficiência Pouca capacidade de regulação (3%/hora) • Centrais intermédias • Centrais de ponta – – – – Funcionam poucas centenas de horas/ano Menor capacidade Maior custo de funcionamento (menos eficientes) Maior capacidade de regulação (de 0 a 100% em seg’s) Organização e Gestão em SEE 9 Margem de contingência • Margem de reserva – Capacidade instalada maior que a ponta (15% boa regra) – Cobrir falhas de geradores • Reserva girante – produção extra ligada ao sistema pronta a produzir – igual ou superior à maior unidade em funcionamento • Reserva em alerta (“standby”) – Disponível num curto prazo (30 minutos) Organização e Gestão em SEE 10 Tipos de centrais de produção Podem ser agrupadas em três grandes categorias • Combustível fóssil – Carvão, “fuel oil”, gás natural, gasóleo • Fissão nuclear • Renováveis – Hídrica, eólica, solar, fotovoltaica, geotérmica, biomassa Organização e Gestão em SEE 11 Geradores com turbina a vapor As turbinas são accionadas por vapor a alta pressão produzido em caldeiras que queimam combustíveis fósseis, excepcionalmente lenha. Também pode ser produzido pelo calor libertado nos reactores nucleares. Organização e Gestão em SEE 12 Central térmica Caldeira e torres de arrefecimento Organização e Gestão em SEE 13 Rendimento das Centrais Térmicas O rendimento de uma central é medida no número de calorias necessárias para produzir 1 kWh • As turbinas a vapor modernas funcionando em condições óptimas requerem 2 500 kcal/kWh • As turbinas a vapor mais antigas ou funcionando de forma não optimizada podem usar 3 100 kcal/ kWh • Uma taxa de 2 500 kcal/kWh equivale a um rendimento de 35% (energia química do combustível convertida em energia eléctrica) • No máximo atinge-se 42%. Organização e Gestão em SEE 14 Turbinas a gás • O gás natural também pode produzir vapor para accionar as turbinas a vapor, usando-se geralmente para accionar turbinas a gás. • A queima dá-se dentro da turbina, produzindo a expansão de ar quente que move a turbina. • As turbinas a gás são basicamente grandes motores a jacto. Organização e Gestão em SEE 15 Turbinas a gás Várias razões para o maior uso de centrais com turbinas a gás na produção de EE: • mais simples e mais pequenas que as centrais com turbina a vapor • diferente economia de escala: unidades mais pequenas (25 MW) • produzidas em fábrica, em quantidade • rápida instalação e baixo custo por kW • com gás natural, originam menos poluição Organização e Gestão em SEE 16 Turbinas a gás Algumas desvantagens: • funcionam só com gás natural (inapropriadas onde não há rede de gás natural) ou carvão gaseificado • não são tão eficientes como as turbinas a vapor (-10%, abaixo de 2 750 kcal/kWh, o que significa maiores custos de funcionamento) Organização e Gestão em SEE 17 Geradores de ciclo combinado • O rendimento da turbina a gás pode ser bastante aumentado com o aproveitamento dos gases de exaustão para produzir vapor usado para accionar uma turbina a vapor. • Rendimento aumenta, podendo atingir os 2 300kcal/kWh (cerca de 50% de rendimento) • Reduz custos com combustíveis (25% para turbinas a gás e 15% para turbinas a vapor) Organização e Gestão em SEE 18 Variação das componentes da produção (USA) Organização e Gestão em SEE 19 Centrais nucleares 25 a 30 % de eficiência - pouco importante custo de combustível baixo Organização e Gestão em SEE 20 Centrais nucleares • Estas centrais constituem investimentos muito grandes por duas ordens de razões: – De segurança • o combustível utilizado (urânio enriquecido) é das substância mais tóxicas que existe exige sistema de segurança sofisticado • o projecto não pode admitir falhas • pesada estrutura em volta do reactor e, ainda, equipamento auxiliar para prevenir fugas de radiação • sofisticado equipamento de monitorização para constantemente examinar o sistema de segurança – De economia de escala maior parte das centrais apresentam potência instaladas entre 1000 MW e 3000 MW e investimentos muito elevados (várias dezenas de biliões de dólares) • A Física favorece potências de150 a 250 MW • Rendimento entre 25 e 30% Organização e Gestão em SEE 21 Centrais hidroeléctricas Organização e Gestão em SEE 22 Centrais hidroeléctricas • A mais antiga forma de recurso renovável para produção de EE • Energia de origem renovável despachável: – Fio de água, regulação anual e plurianual • As centrais de albufeira têm significativos impactos ambientais • Têm grandes custos iniciais (construção da barragem e custo da terra ocupada). • Ainda não estão esgotados os recursos disponíveis Organização e Gestão em SEE 23 Cogeração • Cogeração é o termo usado relativo a geradores de potência nos quais o calor libertado é usado, por exemplo, para aquecimento de águas. • A cogeração aumenta a quantidade usada de energia libertada com a queima de combustível (de 35-40% para 70-75%). • O problema da cogeração reside em encontrar necessidade de calor perto da central (Indústria e edifícios ) Organização e Gestão em SEE 24 Produção de Energia Eléctrica em Regime Especial em 1998 Cogeração 4170 GWh (87,31%) Eólica 78 GWh (1,63%) Fonte: EDP, DGE Mini-hídrica 528 GWh (11,06%) Organização e Gestão em SEE 25 CAPÍTULO 5 EnergiasRenováveis e Produção Distribuída • Mais de 95% da energia eléctrica consumida no planeta são produzidos por centrais tradicionais, descritas anteriormente • Duas novas aplicações na tecnologia da geração eléctrica irão ter um importante incremento no século XXI: – Uso de recursos renováveis na produção de EE (eólica e solar) – Produção distribuída Estes dois aspectos estão interligados Organização e Gestão em SEE 26 Produção de EE a partir de combustíveis fósseis e nuclear Apresenta três características indesejáveis: • Produzem produtos poluentes que têm impactos ambientais • Estão a causar o aumento da temperatura ambiente do nosso planeta • Usam recursos naturais que não podem ser repostos (gastos entre 50 e 400 anos) Organização e Gestão em SEE 27 Uso das Energias Renováveis • A UE pretende passar dos actuais 6% para 12% em 2010 e na produção de EE a partir de Energia Renovável (ER) dos actuais 14% para 22% • Em Portugal, o objectivo, recomendado pela UE, é atingir os 39% de produção de energia eléctrica com renováveis em 2010 (inclui grande e média hídrica) Organização e Gestão em SEE 28 Tipos de energia renováveis • • • • • • Mini - hídrica (não despachável) Solar (STES) (1kW/m2) Fotovoltaica (FV) Eólica Biomassa Geotérmica Organização e Gestão em SEE 29 Central de armazenamento de energia térmica solar Organização e Gestão em SEE 30 Energia fotovoltaica Organização e Gestão em SEE 31 Energia fotovoltaica • Converte directamente energia solar em energia eléctrica • Não tem impactos ambientais • Fraca economia de escala • Interessante para aplicações remotas • Custo de produção 3 a 5 vezes mais cara que nas centrais que consomem combustível fóssil Organização e Gestão em SEE 32 Turbinas de Vento Organização e Gestão em SEE 33 Quinta eólica Organização e Gestão em SEE 34 Custo de produção de EE a partir de ER (Euros/kWh, preços 2000) Vento FV Biomassa Mini hídrica 2000 0,03 0,25 0,075 0,023 Organização e Gestão em SEE 2005 0,025 0,21 0,06 0,022 35 Energia Eólica • As turbinas eólicas não provocam poluição • Têm impactos ambientais (ruído, ocupação de terrenos, alteração de paisagem) • Energia não despachável Organização e Gestão em SEE 36 Produção distribuída • Pequenos geradores (2-50 MW), situados em pontos estratégicos em cidades – Turbinas solares ou eólicas – Turbinas a gás ou centrais de ciclo combinado – Grandes unidades diesel – Grupos de células combustível (todos os tipos à excepção de carvão e nuclear) Organização e Gestão em SEE 37 Produção dispersa • Geradores mais pequenos (< 500 kW) situados em habitações individuais ou instalações comerciais – – – – – pequenas unidades eólicas fotovoltaica diesel células de combustível micro-turbinas Organização e Gestão em SEE 38 Produção distribuída e dispersa Organização e Gestão em SEE 39 Economia de escala das centrais Organização e Gestão em SEE 40