ECONOMIA
SEGUNDA-FEIRA, 28 de outubro de 2002
Chegam hoje as peças da Refap Argentina procura
O navio Star of America, de bandeira brasileira, deve chegar hoje ao porto de Porto Alegre, transportando a partir de Rio Grande as peças de maior
dimensão que fazem parte da modernização da Refinaria Alberto Pasqualini
(Refap). Os equipamentos estão sendo embarcados do exterior e despachados ao porto rio-grandino há vários meses, em partes, e agora seguem para
a sede da refinaria, em Canoas. Pelas dimensões de algumas peças, não seria possível o transporte via rodoviária, por isso foi utilizada uma embarcação como o Star of America, especializado em transporte de cargas de grande dimensão. O carregamento das seis peças começou no cais comercial do
porto de Rio Grande, no último sábado. A peça mais pesada possui 50 toneladas e a maior mede 10 metros de largura por 10 metros de altura.
Indicadores
Poupança 28/10...............................0,6868%
29/10...............................0,6868%
TBF
24/10 a 24/11..................1,5523%
IPCA (IBGE) setembro/2002..................0,72%
INPC (IBGE) setembro/2002..................0,83%
IGP-M (FGV) setembro/2002................. 2,40%
IPC (Fipe) setembro/2002 ..................... 0,76%
IPC (Iepe) setembro/2002......................1,45%
Salário mínimo.................................R$ 200,00
UPF-RS ...........................................R$ 6,9263
CUB/RS outubro...............................R$ 615,62
TR 24/10 a 24/11................................0,2986%
TJLP ..........................................................10%
Fator para contratos até 30/06/94 (antigo idtr)
28/10..............................................0,01034167
Fator para contratos a partir de 01/07/94
28/10..............................................2,30828434
Dólar turismo (compra) ....................R$ 3,5800
(venda) ......................R$ 3,7700
Dólar comercial *(compra)................R$ 3,7200
(venda)..................R$ 3,7300
Dólar comercial **(compra)...............R$ 3,8007
(venda).................R$ 3,8015
Dólar paralelo (compra).....................R$ 3,6170
(venda).......................R$ 3,7170
Bovespa (fechamento)............+2,19% (10.014)
Ouro (grama).....................R$ 37,250 (-1,59%)
Nova Iorque - Dow Jones.........+1,52% (8.443)
- Nasdaq...............+2,50% (1.331)
*Taxa média no fechamento (mercado)
**Taxa média das cotações (Ptax-BC)
acordo com o FMI
Buenos Aires — A menos de duas semanas de dar o calote nos organismos financeiros internacionais,
fato que poderia agravar sua situação de pária no mercado financeiro
mundial, a Argentina tenta, desesperadamente, fechar um acordo
com o Fundo Monetário Internacional (FMI). O derradeiro esforço começará com o secretário de Finanças, Guillermo Nielsen, que viajou
ontem à noite para Washington.
Quarta feira – caso Nielsen tenha
sucesso nos dois primeiros dias de
conversação – será a vez do ministro
da Economia, Roberto Lavagna, viajar à capital americana. O ministro
afirmou que o objetivo desta viagem
a Washington será o de conversar
“cara a cara” com os integrantes do
FMI e, assim, discutir o “núcleo duro” da negociação. “Vamos definir
como poderá evoluir o futuro político-institucional da Argentina e como fica a questão dos recursos na
Justiça contra o corralito – o semicongelamento de depósitos.”
Mercado está atento à transição Mercado de executivos enfrenta mudanças
Nomes da equipe do próximo governo devem ser anunciados amanhã e vão definir o rumo dos negócios
ão Paulo — O presidente da Federação das In-
dústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Horácio
S
Lafer Piva, espera que o vencedor das eleições à Pre-
sidência da República apresente rapidamente a sua
nova equipe econômica, explicite a agenda e o programa de coalizão no Congresso Nacional. Piva votou no
início da tarde de ontem na Faculdade de Engenharia
de São Paulo. Perguntado sobre quais as medidas
que considera importantes para a indústria brasileira
no novo governo, destacou que só falará sobre o assunto em coletiva hoje à tarde, na sede da Fiesp.
Segundo Piva, o país deu um “show de democracia” e a transição está sendo desenvolvida com serenidade, por mérito do presidente Fernando Henrique
Cardoso. O empresário considera importante anunciar rapidamente a nova equipe econômica (não em
janeiro) e a agenda do novo governo, para que se saiba o que vai acontecer e que se possa dar um voto de
confiança ao novo presidente. “A essência de tudo é
manter a sociedade mobilizada. É importante que o
vencedor das eleições procure o apoio no Congresso
para manter a governabilidade, uma vez que medidas
provisórias deixarão de ser utilizadas”, frisou.
A semana será de grandes expectativas para o
mercado financeiro, que espera já para amanhã o
anúncio da equipe de transição do próximo governo e lagem desse vencimento de swaps a partir de hoje. Se
também das primeiras medidas para definir o rumo os atos do futuro governo forem bem recebidos, o
dos negócios. Se o mercado apreciar os nomes esco- mercado pode prosseguir na tendência otimista que
AFP / CP MEMÓRIA surpreendeu analislhidos especialmente
pra comandar o Bantas nos últimos dias.
co Central (BC) e o
Na semana passaMinistério da Fazenda, os C-Bonds, os
da, é possível que o
principais títulos da
dólar prossiga em
dívida externa, subiqueda. Do contrário,
ram 8% – 53,25% paa pressão sobre a
ra 57,5% do valor de
moeda poderá voltar,
face. O índice Bovesprevêem analistas.
pa evoluiu 11%, feNa sexta-feira, dia
chando sexta-feira
1º de novembro, venacima dos 10 mil poncem cerca de 2 bitos pela primeira vez
lhões de dólares em
desde o dia 13. E o
contratos de swap
dólar caiu 4,7% na
cambial e também há
semana, fechando
vencimentos de consexta-feira a R$ 3,73.
tratos futuros de dó- Semana será de expectativa para Bovespa, que perdeu 26% no ano Hoje, o BC faz leilão
lar para novembro na BM&F. Portanto, o mercado de recompra de até 210 mil LFTs com vencimento em
não descarta a hipótese de que poderá haver disputa junho de 2003. O resultado sairá após as 12h30min.
para o fortalecimento da ptax (cotação média do dó- O dólar acumula alta de 61,05% no ano, a Bovespa
lar), o BC não deu sinal de tentará ou não fazer a ro- perdeu 26% no mesmo período e o C-Bond, de 25,7%.
Congresso reúne os lojistas de shopping centers País voltará a crescer, diz Fraga
Como ter rentabilidade na nova indústria dos shopping centers? Esta e outras questões serão debatidas durante o
3º Congresso Estadual de Lojistas de
Shopping Centers, que será realizado
quinta-feira, dia 31, no auditório de teatro do Sesc (av. Alberto Bins, 665). Promovido pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Porto Alegre, o encontro vai
reunir empresários do segmento shopping center, empreendedores e consultores do setor varejista. Conforme informou a gerente da área institucional da
CDL Regina Bueno, a terceira edição do
evento planeja discutir o conhecimento
sobre o negócio shopping center para obter maior lucratividade tanto para os lojistas quanto para os empreendedores.
A programação do evento prevê quatro módulos, com destaque para as participações de Dulce Magalhães, Paulo
Stewart, Carlos Jereissati Filho, Marcelo Portugal, Solano Pugliero, Xavier
Fritsch e Luiz Alberto Marinho. Os participantes podem fazer as inscrições pelo site da CDL (www.cdl-poa.com.br) ou
pelos fones (51) 3216-8205/3216-8032.
Rota Metrópole apresenta
bons resultados em 2002
PANORAMA ECONÔMICO / Denise Nunes
Lula: produção recupera importância
A eleição de Lula deve devolver à produção o status que merece em uma economia saudável: dela provém a riqueza de uma nação. Sem diminuir a importância do mercado de capitais como instrumento de financiamento à produção
ou negar os compromissos financeiros do país, a verdade é que a solução, ou
pelo menos a minimização, do principal problema do Brasil passa longe deles.
Para gerar empregos é preciso estimular a produção. E só. Quando mais brasileiros tiverem emprego, estará sendo encaminhada também a solução para o
segundo grande problema: a violência. Não será fácil para Lula, apesar do
apoio que obteve em praticamente todos os segmentos da sociedade. O país
que herda é vulnerável, como revelam as sucessivas crises cambiais deflagradas pela desconfiança dos mercados internacionais. Mesmo a festejada estabilidade econômica mostra um certo esgotamento. Só o fim da inflação já não basta. É preciso crescimento econômico e distribuição de renda. Foi essa certeza e
a esperança de que seja alcançada que elegeu Lula.
Prova dos nove
Empedernidos
Vencer eleição com um amplo espectro de apoios, no entanto, não garante quadro semelhante ao longo
do governo. Justiça social e combate
a desigualdades pressupõe, muitas
vezes, conflito com o mercado. Serão
os momentos de revelação: se os
apoiadores realmente querem mudanças, o pacto será alcançado.
Ao contrário do restante do país,
o empresariado gaúcho se mostrou
reticente a Lula, sem declarações de
apoio. Se houve voto entre empresários expressivos, foi silencioso. Uma
das explicações atribui a rejeição ao
que consideram má experiência no
governo gaúcho. O qual, aliás,
combateram desde o início.
Federasul traz Washington Olivetto
O Tá na Mesa da Federasul, quarta-feira, terá um palestrante apropriado
ao momento: o publicitário Washington Olivetto. O tema nada tem de eleitoral – é desorientação estética –, mas certamente o trabalho de Duda Mendonça na eleição de Lula entrará em pauta. Washington, duas vezes eleito o publicitário do século, não atua em campanhas políticas.
CORREIO DO POVO
Ascensão
Ponto final
O vice-presidente da Associação
do Aço do RS (AARS) e diretor comercial da Metasa, José Eliseu Verzoni,
foi eleito vice-presidente da Associação Brasileira da Construção Metálica (Abcem), com mandato até setembro de 2004. Sediada em São Paulo,
com 130 sócios, a entidade reúne
cerca de 65% da produção brasileira
de construções de aço.
Dia do Hoteleiro, no dia 9 de
novembro, será comemorado de
forma especial em Gramado pela
ABIH/RS. Presidente Carlos Schmidt diz que a data terá uma “comemoração social”.
Associação Brasileira da Indústria Eletroeletrônica (Abinee) aguarda a definição da
equipe de transição do futuro
presidente para entregar um
documento com discussões e
reivindicações do setor.
Centro Logístico Eichenberg
& Transeich acaba de inaugurar
filial no distrito industrial de Curitiba, com a intenção de ampliar
a ligação entre as capitais gaúcha
e paranaense.
Não é só: a empresa gaúcha
quer fazer de Curitiba um pólo
consolidador de cargas, estratégico para a rota com São Paulo. O volume inicial deve ser de
500 toneladas/mês.
A Bella Casa, empresa sediada em Pelotas, está com novidade
curiosa nos mercados de Rio
Grande do Sul e Santa Catarina:
uma escada de madeira articulada, especialmente para sótãos.
Encerrada a eleição, foi-se a
razão mais citada para a instabilidade do mercado. Sossegará
ou encontrará outra?
E-mail: [email protected]
Novo vinho
A Vinícola Cordelier, produtora
dos vinhos Granja União, lançará
uma nova opção de vinho para o
mercado nacional na segunda quinzena de novembro. Parte da estratégia de constante atualização de produtos, atendendo a exigências de
consumo detectadas em pesquisas.
Polivalente
O presidente da Confederação
Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, fará hoje uma
análise das eleições. Poderá avaliar
por dois prismas: o empresarial,
pois preside a maior entidade do setor, e político, já que é deputado federal pelo PMDB pernambucano.
Aliás, eleger políticos tem sido uma
característica da CNI. Apesar disso,
o país segue sem política industrial.
O turismo de lazer nos finais de semana em
Porto Alegre está mostrando números positivos,
segundo revela João Luiz dos Santos Moreira,
presidente da Fundação Convention Bureau de
Porto Alegre. Um dos sinalizadores deste crescimento são os números do Rota Metrópole, programa criado com o Porto Alegre Turismo e o
Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares para incrementar a vinda de turistas à
cidade nos finais de semana. O projeto, criado
em 1999, com a hotelaria, restaurantes e casas
noturnas oferecendo preços especiais, começou
com 49 apartamentos de hotéis ocupados e 60
diárias ao mês e atingiu, em 2002, 1.120 apartamentos ocupados e 1.523 diárias ao mês. “Os
números são animadores. Temos certeza que o
programa é um sucesso”, disse Moreira. Maiores informações pelo telefone 0800-517686.
Servidores acreditam em
mudanças e no diálogo
A presidente da Associação Gaúcha dos Fiscais da Previdência (Agafisp), Maria do Carmo
Pimentel, divulgou ontem nota oficial onde salienta a esperança do servidor público, que hoje comemora o seu dia, no novo governo. Para
ela, os últimos oito anos foram “muito sofridos”
e de grande arrocho salarial. “Não recebemos a
valorização merecida e sempre fomos tratados
como um problema para o país. O que nós
esperamos agora é valorização, respeito e dignidade. Queremos também ser tratados como auxiliares na construção do país”, disse ela. A dirigente ressaltou também a importância da retomada do diálogo com o governo como fator de
valorização da carreira do servidor. “Todas as
categorias de servidores enfrentaram dificuldades para encaminhar reivindicações. Nunca havia interlocutor. Agora, temos certeza que a situação vai melhorar.” Na nota, Maria do Carmo
disse que o servidor comemora hoje um dia de
muitas esperanças e expectativas. “Temos certeza na recuperação da nossa dignidade.”
RECEITA — Empresas têm até o final de novembro para quitar débitos discutidos na
Justiça com a anistia de multas e juros.
Rio — Apesar do furacão financeiro que se alastrou pelos mercados e
provocou estragos significativos na economia brasileira, o país que foi ontem
às urnas escolher o novo presidente está mais fortalecido e pronto para retomar a rota de crescimento econômico, segundo a avaliação do presidente
do Banco Central, ArABR / CP MEMÓRIA
mínio Fraga. Escolhido como um dos coordenadores da equipe
de transição de governo, Fraga contestará,
nas discussões com
os representantes do
presidente eleito, a tese de que “está tudo
errado” e tentará desfazer essa imagem que
“foi cristalizada no
primeiro turno”.
“Há muito tempo o Armínio Fraga deverá coordenar a equipe de transição
país não está tão preparado para retomar uma trajetória de crescimento. Para isso, é preciso que o presidente eleito assuma com agenda clara e equipe
preparada para atacar o principal problema: a crise de confiança que se abateu sobre o país.” Segundo Fraga, assim será possível levar o país à categoria de investimento. Reconheceu que o comportamento da oposição teve papel importante na mudança de humor do mercado. Sobre o acordo com o
Fundo Monetário Internacional, que garantirá ao próximo presidente o direito de usar 27 bilhões de dólares, disse que não deverá ser problema, e argumenta que pode ser dispensável aumento da meta de superávit para 2003.
Parente prevê fim do nervosismo
Brasília — O ministro-chefe da
Casa Civil, Pedro Parente, disse ontem, antes de votar, que a economia
está muito bem, sobretudo no setor
agrícola. Informou que os resultados
de setembro serão divulgados pelo
Banco Central. Parente comentou
que compartilha totalmente com a
opinião do presidente da República
e não vê nenhuma razão para os
mercados terem passado por esse
período de nervosismo, “quando nós
estamos fazendo a coisa mais básica
da democracia que é a eleição. Nós
ouvimos comentários, de pessoas
importantes do cenário internacional, dizendo que não viam razão pa-
ra essa histeria nos mercados em relação às eleições no país”. Parente
destacou que os dados reais da economia estão bem. “Isso pode ser visto em relação ao setor externo, em
relação às contas fiscais e ao resultado de setembro, que será positivo.”
Segundo o ministro, o governo
procurou, no mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso, fazer um alongamento do perfil das dívidas, devido às pressões dos mercados. “Foi necessário fazer um encurtamento desse perfil, embora isso não tenha sido feito para toda a
dívida”, disse o ministro. Acrescentou que, à medida que se confirmem
ABR / CP as expectativas de observância desses pontos básicos, “a economia retornará às condições que permitirão,
ainda neste final de
governo e também no
início do próximo, retomar o caminho de
alongamento do perfil
da dívida”. Parente
disse ainda que, após
31 anos de serviço público, pretende se deParente diz que agora se dedicará à iniciativa privada dicar ao setor privado.
Heron Vidal
Freqüentadores do topo da pirâmide salarial no mundo dos negócios, os executivos não estão em baixa, mas perderam muito do seu status se comparado aos tempos de euforia e ganhos extraordinários dos
anos 80 e 90. No Rio Grande do Sul,
o Instituto Brasileiro dos Executivos
Financeiros (Ibef/RS) registra uma
procura permanente por esse tipo de
profissional, cujo perfil básico exige
curso superior, pós-graduação ou
mestrado e, modernamente, um
Master of Business Administration
(MBA) em gestão empresarial, além
de profundo conhecimento da dinâmica do mercado, explica o presidente do Ibef/RS, José Américo.
Os salários já foram melhores.
Hoje eles estão situados numa faixa
ampla, vinculada diretamente ao
porte do grupo empregador. Na média, começam em R$ 5 mil e podem
chegar a mais de R$ 20 mil – vencimento fixo. A consolidação da abertura do mercado brasileiro à competição internacional, porém, alterou
as práticas de antes, quando, além
dos generosos salários, os executivos ganhavam automóvel (uma vantagem que ainda se mantém), cartão
de crédito com amplo limite de gastos, imóveis, planos de benefícios
para toda família e viagens ao Exterior. Esse cenário começou a mudar
DIVULGAÇÃO / CP
com o Plano Real, explica Américo. Agora,
a maioria dos executivos está recebendo como bonificação pelo
seu desempenho as
stock options, ações
da própria empresa.
Esse prêmio muitas
vezes transforma o
profissional contratado em sócio.
Nos Estados Unidos, onde executivos
como Lee Iacocca, da Executivos devem ser eficientes e bons vendedores
Chrysler, foram cultuados no passa- gão. “Os executivos não são os únido. muitos profissionais passam por cos salvadores de empresas, mas
maus momentos hoje. Andrew Fas- são fundamentais no planejamento
tow, diretor financeiro da Enron, es- estratégico”, destaca Américo.
Existem no Estado em torno de
tá nas garras do FBI, acusado de
fraude e lavagem de dinheiro. São 10 empresas de head hunters (caçadezenas de executivos de inúmeras dores de talentos) com a tarefa de
encontrar
os melhores executivos no
empresas vivendo essa situação. No
Brasil, onde o mercado de ações não mercado gaúcho. Os mais procuratem a dimensão pública do norte- dos, segundo José Américo, são os
americano e também não está amar- especializados em marketing, por
rado à aposentadoria de trabalhado- conceberem o posicionamento da
res, não há registro de escândalos. E empresa, do seu produto e do seu
os executivos, principalmente na mercado, e os financeiros. A maior
atual crise, desfrutam de bom con- demanda por essa mão-de-obra parceito. O presidente do Ibef/RS cita, te das indústrias, do comércio e do
como exemplos admirados pela sua setor de serviços. A participação dos
capacidade, Luiz Kaufmann, da bancos diminuiu devido à centraliVésper, com passagens pela Petro- zação da atividade em São Paulo,
par e Celulose Aracruz, e Nildemar mesmo fenômeno verificado nas emSeches, ex-Iochpe e hoje na Perdi- presas de comando familiar.
Liderança é marca importante do profissional
Nos últimos anos, o executivo deixou de ser a figura
central e definitiva nos destinos de uma empresa. “O
conselho de administração é quem decide, e o executivo,
na estratégia da empresa, apenas propõe”, observa o
consultor empresarial Geraldo Hess. Mas há um detalhe
fundamental nessa nova situação: “É justamente na estratégia que acontece a definição do êxito ou do fracasso
de um grupo empresarial”, acrescenta Hess. Em síntese,
o executivo cada vez está participando menos das decisões futuras da empresa, pois as atuais não repousam
mais sobre apenas uma cabeça, explica ele.
O processo de gestão da última década, marcadamente nas empresas modernas, privilegia mais o compartilhamento de idéias. “É o sistema do time. Acabou a
era do isolamento e do gabinete fechado. O executivo
precisa ser líder, pois a imposição de decisões pessoais
aumenta os riscos”, analisa o consultor. Isso não diminui a importância do profissional, que, na visão de Hess,
continua valorizado. “Mudou o que se espera do executivo, e o que se espera dele é uma solução que contenha
múltiplas visões sobre um mesmo problema, contemplando todos os setores da empresa”, concluiu.
Brasil faz relatório sobre barreiras dos EUA
Washington — Um novo relatório sobre as barreiras gado nas críticas, revelando três ações protecionistas toque os Estados Unidos impõem às exportações brasilei- madas nos últimos meses pelos EUA: as restrições às
ras será anunciado, amanhã, pelo embaixador do Brasil importações de aço, que partiram do executivo; a nova
AFP / CP MEMÓRIA lei agrícola, que aumentou os
em Washington, Rubens Barbosa. O estudo, divulgado
subsídios e a proteção ao seanualmente, terá um signifitor, por iniciativa do legislaticado especial no contexto
vo; e os limites à liberalização,
mundial. Além da apresenprincipalmente, ao comércio
tação ocorrer dias após às eleiagrícola, que o Congresso imções do país, coincidirá com a
pôs à administração, na negosétima reunião ministerial da
ciação de novos acordos coÁrea de Livre Comércio das
merciais, ao conceder-lhe a
Américas (Alca), que começa
Autoridade para a Promoção
hoje, em Quito, no Equador.
Comercial ou fast track.
A pesquisa, embasada
O Brasil e os EUA assunum levantamento feito pelo
mem, na quinta-feira, a presiministério do comércio extedência conjunta das negociarior dos EUA (USTR) sobre as Comércio é prejudicado com as ações protecionistas
ções da Alca, que estão enbarreiras às exportações norte-americanas, foi iniciado trando na fase decisiva, previstas para janeiro de 2005.
por Rubens Ricupero, em 1993, quando representava o O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, deixou claBrasil nos EUA. Neste ano, o estudo, estará mais carre- ro que, em seu governo, o Brasil continuará o diálogo.
Projeto tenta reduzir as perdas na construção
Numa ação conjunta do Sinduscon/RS e da Associação Brasileira
de Cimento Portland (ABCP) será
lançado hoje no Rio Grande do Sul o
Projeto Estrutura de Concreto Racionalizada e Revestimento em Argamassa, que tem como objetivo consolidar e aumentar a competitividade desses sistemas construtivos. O
lançamento será realizado às 19h,
na sede do Sinduscon/RS (aveenida
Augusto Meyer, 146), contando com
a presença do presidente do Sinduscon/RS, Pedro Tedesco Silber e do
coordenador do projeto, Ary Fonseca
Júnior, além de dirigentes de enti-
dades de classe, representantes de
universidades, profissionais do setor
e fornecedores locais. De acordo
com dados da consultoria Mckinsey,
em estudo encomendado pela
ABCP, a produtividade da construção civil brasileira chega a ser 68%
inferior à norte-americana.
Entre as ações da proposta está o
combate aos índices de perda na
construção. Os dados da pesquisa
realizada pelo Instituto Brasileiro de
Pesquisa e Qualidade da Construção (ITQC) apontam focos de perdas,
no setor, que podem chegar a 8%.
O projeto abrange nove capitais
brasileiras, com investimento da
ABCP de R$ 4 milhões na capacitação de mão-de-obra e na promoção
de seminários, cursos e palestras.
Alinhado ao Programa Brasileiro de
Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-H), da Secretaria Especial
de Desenvolvimento Urbano da Presidência da República, o projeto tem
o propósito de integrar toda a cadeia
produtiva da construção civil,
abrangendo fabricantes, fornecedores, construtores, projetistas, universidades e associações de classe,
consideradas importantes e fundamentais para o sucesso da proposta.
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Mercado está atento à transição