Projeto Pedagógico MATERIAL PEDAGÓGICO Caderno de História Porto Alegre, 2011 Catalogação Fundação Bienal de Artes Visuais do Mercosul (NDP – Núcleo de Documentação e Pesquisa) Material Pedagógico 8ª Bienal do Mercosul – Caderno de História/ Organização: Pablo Helguera e Mônica Hoff; tradução de Clara Meirelles, Clodinei Silva, Gabriela Petit, Martin Heuser e Nick Rands. Porto Alegre: Fundação Bienal de Artes Visuais do Mercosul, 2011. 52 p.: 21 x 29,7 cm – (8ª Bienal do Mercosul) Textos em português, espanhol e inglês. 1. Arte contemporânea. 2. Educação e Arte. 3. História 4. Nação 5. Exercícios pedagógicos. 6. Artistas 8ª Bienal do Mercosul. 7. Pablo Helguera. 8. Fundação Bienal de Artes Visuais do Mercosul. CDD 370.71 CDU 73:37 Ensaios de Geopoética José Roca, curador geral A 8a Bienal do Mercosul está inspirada nas tensões entre territórios locais e transnacionais, entre construções políticas e circunstâncias geográficas, nas rotas de circulação e intercâmbio de capital simbólico. O título se refere às diversas formas que os artistas propõem para definir o território, a partir das perspectivas geográfica, política e cultural. As bienais são eventos primordialmente expositivos, que ativam a cena artística de uma cidade durante períodos relativamente curtos. Contudo, além de serem recorrentes, são descontínuas – e esse é seu lado fraco: nos períodos entre uma bienal e outra usualmente não acontece nada, ou bem pouco, em termos de ativação da cena artística local. A 8a Bienal do Mercosul tenta responder à seguinte pergunta: é possível fazer uma bienal cuja ênfase não seja exclusivamente expositiva? Nossa proposta inclui estender a ação da Bienal no espaço e no tempo. E propõe entender o tema escolhido não apenas como um marco conceitual para ler a produção artística contemporânea, mas como uma estratégia de ação curatorial, sugerindo a Bienal como uma instância de criação e consolidação de infraestrutura local. A 8a Bienal enfatiza o componente educativo – diferencial da Bienal do Mercosul em relação a outras bienais – ao envolver o curador pedagógico na própria concepção do projeto curatorial. Traz, assim, os componentes da curadoria como oportunidades para articular o projeto pedagógico e, desse modo, transcender a tríade convencional interpretação-mediação-serviço, que caracteriza as ações educativas em bienais e museus. 5 O campo expandido da pedagogia Pablo Helguera, curador pedagógico A presente coleção de Cadernos para Professores da 8ª Bienal do Mercosul tem o objetivo de oferecer ferramentas para várias disciplinas do ensino básico e médio. Para tanto, foram selecionadas áreas de conhecimento que estão vinculadas de alguma forma aos interesses e temáticas presentes nas obras dos artistas participantes dessa Bienal, assim como aos temas principais que englobam o projeto curatorial da atual edição. a. A pedagogia como veículo de mediação da arte (o ensino de arte em si ou a apreciação da arte); A premissa curatorial da 8ª Bienal do Mercosul propõe uma reflexão em torno dos dispositivos culturais, políticos e sociais que contribuem para a construção do imaginário de nação e de metarregião. Partindo do termo “Mercosul” que denomina uma região econômica e do qual a própria bienal tomou o seu nome, a proposta curatorial procurou questionar: como se constrói um país? De que forma a ideia de nação contribui para determinar como nos percebemos e como percebemos o nosso povo em relação aos outros? Qual o papel dos processos artísticos na fabricação da iconografia nacional? Esta série de cadernos, criados para as diversas disciplinas, procuram cumprir esses três objetivos da seguinte forma: Uma vez que as obras e a reflexão curatorial desta bienal estão ligadas à ideia de repensar a noção de território, o projeto pedagógico também segue um caminho semelhante propondo uma revisão do próprio campo da pedagogia na arte. Reconhecemos, assim, que a pedagogia da arte – e, em particular, como ela é aplicada em museus e bienais – é um campo que, tradicionalmente, limita seu potencial tanto no conteúdo quanto na prática. Em relação ao conteúdo, predomina ensinar arte para entender arte e não para entender o mundo; em relação à prática, predomina o ensino como distribuição de informação e não como gerador de consciência crítica. b. A transpedagogia, ou o processo de aprendizagem como obra de arte (o processo de conhecer como arte); c. A arte utilizada como instrumento pedagógico para obter um maior conhecimento do mundo (a arte para o conhecimento do mundo). 1. Proporcionando informação sobre os artistas, conceitos artísticos e contexto histórico da obra, e assim oferecer uma maior apreciação da mesma; 2. Sugerindo una série de atividades que reproduzem processos artísticos, porém com objetivos educativos; 3. Utilizando as obras de arte como ponto de partida de debates, reflexão e aprendizagem em torno a esses outros campos de estudo, tais como a história, a geografia, a linguagem e as ciências políticas. Esperamos que este material ajude, em alguma medida, para facilitar a abordagem de diversos conceitos em sala de aula e que estimulem, também, a criatividade, o debate e a comunicação, não apenas em relação à arte contemporânea, mas à nossa realidade contemporânea em toda sua extensão. Considerando esses aspectos, o componente pedagógico da bienal propõe, num intento metafórico, “reterritorializar” o campo da pedagogia no âmbito das artes visuais por meio de três tipos de implementação: 7 Regina Silveira Porto Alegre, Brasil, 1939. Vive em São Paulo, Brasil. Regina Silveira é amplamente conhecida por seu trabalho sobre as convenções da representação e por sua pesquisa durante várias décadas sobre a luz e a sombra. Muitas dessas obras compreendem uma experiência sensível, privilegiando o paradoxo visual e a experiência corporal a implicações de natureza mais política ou sociológica. Entretanto, a sombra tem implicações complexas na linguagem, e Silveira utiliza-a para fazer comentários sobre o poder, como em Os Grandes (1981), em que um grupo de personagens com aparência de políticos ou dirigentes projeta enormes sombras sinistras, ou Encontro (1991), em que cada personagem projeta a sombra de uma arma ou ferramenta de aspecto ameaçador. To Be Continued (Latin American Puzzle) [Para ser continuado (Quebra-cabeças latino-americano)] é um quebracabeça gigante cujas peças, apesar de encaixarem-se perfeitamente, nunca conseguem armar uma imagem global correta ou completa. Cada uma delas tem imagens estereotipadas de América Latina: Che Guevara, Carlos Gardel, a Virgem de Guadalupe, os monumentos equestres dos precursores da independência, os mariachis, as igrejas coloniais, as guerrilhas revolucionárias, as culturas indígenas pré-colombinas, os animais andinos, as frutas tropicais, Carmem Miranda, Pelé, os militarismos... Segundo Regina, “a montagem do quebra-cabeça compõe inevitavelmente narrativas abertas e caóticas que misturam diferentes geografias, épocas e culturas. Uma obra (quase diria ‘turística’) que revela o olhar precário do ‘outro’ estrangeiro, que conhece apenas, quando muito, estereótipos da nossa cultura e ‘paisagens’”. Questões: “Toda nação carece de heróis.” Essa máxima está presente no vocabulário de boa parte dos brasileiros. Em menor ou maior grau, cada um de nós, em suas buscas e anseios cotidianos, carecemos de heróis. É muito comum destinarmos pai e mãe para essa função. De uns tempos para cá, as celebridades também ocupam esse posto. O âmbito escolar é, igualmente, palco de muitos heróis, desde os juvenis, construídos pelos próprios estudantes ao popularizar colegas, aos referenciais, erigidos em torno dos educadores. Dentre as tantas categorias de herói, há uma em particular capaz de definir o comportamento de uma nação inteira: é a do herói nacional, cujas características fundamentais são as que fazem deste um reflexo da ‘alma’ de uma nação. Conforme Cunha (1995) “O herói nacional transcende a sua singularidade abarcando o que se acredita serem os valores da nação que representa. (...) o herói nacional não é jamais uma entidade acabada, mas, sim, uma realidade em permanente construção, quer dizer, uma figura suficientemente maleável para poder ser ajustada a novas necessidades e justificações”.1 Nos referimos aqui à posteridade. O que faz de um herói um herói é a relevância histórica de sua figura como marco representativo de um tempo, de um dado período na vida de uma nação”. Em To Be Continued (Latin American Puzzle), Regina Silveira nos apresenta um quebra-cabeça construído com imagens conhecidas e estereotipadas da América Latina. Encontramos desde Che Guevara a Pelé, passando por Carlos Gardel chegando à virgem de Guadalupe. De estereótipo em estereótipo, o que se pode perceber é a presença de heróis latino-americanos. E, principalmente, de heróis latino-americanos popularizados fora da América Latina. O que a artista faz é representar a América Latina a partir de uma ótica que poderíamos chamar de “turística”. E essa é a construção de uma outra América Latina. Convide a turma a olhar com atenção o trabalho de Regina Silveira. Passe a prancha de aluno em aluno e peça que tentem identificar as figuras que ali se encontram. Após esse processo, solicite que os alunos exponham suas descobertas. Deixe que falem, não há necessidade de ordem agora, apenas de verbalização, memória e imaginação. Após alguns minutos, pergunte à turma que nome eles dariam à obra. Anote as sugestões no quadro para que todos possam ver. Por fim, revele o nome da obra e discuta com os estudantes sobre a relação obra/título. Convide-os, então, para realizarem as seguintes atividades: 1 CUNHA, Luís. Entre ideologia e propaganda: a construção do herói nacional. JORNADAS INTERDISCIPLINARES PODER E SOCIEDADE, 2, Lisboa, 1995 – “Jornadas Interdisciplinares Poder e Sociedade”. Lisboa: Universidade Aberta, 1995. Disponível em http://hdl.handle. net/1822/6133 8 Atividades: Em busca de um anti-herói Considerando as observações acima, discuta com a turma que características deve ter um herói nos dias de hoje. Deve ser belo? Inteligente? Astuto? Forte e dinâmico? Um líder? Deve ser ele, ou pode ser ela? Afinal, quem ocupa o posto de herói na contemporaneidade? Solicite que os alunos listem possíveis heróis contemporâneos. Após a discussão, que não será breve, pode ter certeza, peça, então, à turma que apresente um anti-herói. Que características ele deve ter e onde ele se encontra na contemporaneidade? Seria o padeiro? A professora de educação física? O carteiro? O vizinho de casa que conta piadas como ninguém? Quem é o herói? Divida a turma em grupos. Peça que cada grupo escolha um herói nacional ou uma figura política brasileira e que faça uma investigação comparativa das diferentes representações dessa pessoa em diferentes lugares (monumentos, retratos, estátuas, etc). O que cada retrato e monumento nos revela? Que aspectos “heróicos” são exagerados ou minimizados? Qual poderia ser considerado um retrato mais fidedigno e por que? Convide a turma a buscar referências de heróis em revistas e na internet com o objetivo de construir um grande quebracabeças de ídolos e heróis. Você vai se surpreender com o resultado. Aproveite o momento de construção do quebra-cabeças para questioná-los sobre suas escolhas. Deixar que cada um fale informalmente sobre aquilo que gosta, sobre os caminhos que levaram a essa escolha – é uma excelente maneira de estabelecer vínculos mais profundos com a turma e fortalecer a sua auto-estima. To Be Continued... (Latin American Puzzle), 1997 / 2001 Impressão digital sobre vinil adesivo, recortes de EVA | Impresión digital sobre vinilo adhesivo, recortes de EVA | Adhesive vynil plotter, vynil foam cutouts 27 peças | partes | pieces (cada | each 48,5 x 39,5 cm) Construindo a América Latina Pergunte ao grupo o que é a América Latina, o que a define e como ela está constituída. Quais são suas características e sua história. Solicite aos alunos que pesquisem sobre o tema e produzam duas frases sobre a América Latina. Na aula seguinte, monte um quebracabeças com a turma, tentando ligar uma definição/ noção a outra. Proponha também que, individualmente, juntem material iconográfico sobre o tema e que tragam na próxima aula. Na aula seguinte, convide-os a construir coletivamente um grande quebra-cabeças latino-americano, tentando ligar uma definição/noção/ imagem a outra. 9 Fernando Bryce Lima, Peru, 1965. Vive em Berlim, Alemanha. Através de um trabalhoso processo de desenho que ele denomina “análise mimética”, Fernando Bryce reproduz páginas de revistas, jornais, folhetos, documentos de arquivo e propaganda estatal, material em que foi escrita a realidade da América Latina e que hoje fazem parte da história. A linha tênue enfatiza que o texto é mediado por uma subjetividade crítica e lembra que o desenho é sempre sintético e o olhar do artista é seletivo ante o documento fotográfico. As séries de Bryce podem ser vistas literalmente como reescritas da história, e como reflexões sobre a construção da imagem das nações do subcontinente. Em palavras do crítico Peio Aguirre, Muitos dos desenhos de Bryce incluem textos e citações, que introduzem o aspecto alegórico da obra de arte, no qual a imagem é lida como texto e o texto como uma imagem. Isso conduz a uma fértil contradição inicial entre o assunto escolhido (história) e a técnica mimética empregada, e seu enfoque poderia ser lido erroneamente como um gesto pós-moderno de arte como teoria ilustrada. Mas longe de assinalar de maneira pessimista para o fim da história, Bryce nos impele a olhar para o passado com um olho político. Questões: Pergunte aos estudantes se eles já estiveram fora do seu país. Se a resposta for positiva, que lugares visitaram? O que eles aprenderam sobre o país visitado e seus habitantes antes da viagem? O que mais eles gostariam de ter ficado sabendo antes de viajar? inteiramente a mão com caneta. O que os estudantes pensam da decisão dele de escrever os folhetos exatamente como eram, sem mudar nada, a não ser pelo fato de escrever a mão? Examinem certas páginas ou passagens selecionadas juntos, tais como: Como fazer amigos... a regra chave para lidar com pessoas abaixo da fronteira sul é tratálas com formalidade cortês e desenvolver interesse real nelas... seja um pouco formal... respeite o orgulho local. Ou, também, a página com ilustrações de A Lake Parzcuaro Fisherman, one of several Mexican Indian types [Um Pescador do Lago Parzcuaro, um dos vários tipos de Índios Mexicanos]. O que os estudantes pensam sobre a maneira como as pessoas “abaixo da fronteira sul” são retratadas nessas páginas? Se for possível, compare essas passagens ou páginas a brochuras turísticas mais recentes sobre o México e outras culturas latino-americanas. Qual é a diferença entre eles? Como disse um curador sobre o artista: Bryce reproduz à mão arquivos inteiros de material escrito, de documentos do governo a brochuras de turismo. Através desse laborioso processo de cópia, ele dá ênfase às maneiras como fatos são construídos, história é contada e a cultura é descrita. Ao reproduzir fisicamente esses documentos, ele retira cada folha de papel do reino dos fatos e a re-situa no da arte1. O que os estudantes pensam que o curador quis dizer com esta declaração? Eles concordam com a avaliação dele? Se possível, imprima várias cópias de uma seleção de páginas de South of the Border [Ao sul da fronteira] de Fernando Bryce. Peça aos estudantes que as revisem em grupos pequenos. O que eles percebem sobre o seu conteúdo? O que eles podem imaginar a respeito da audiência e dos autores? O que os estudantes percebem a respeito dos materiais e métodos que o artista usou para produzir essas páginas? Bryce recriou um folheto ilustrado de 1958, publicado pelo Departamento de Defesa para introduzir funcionários em países da América Latina, os quais eles poderiam ter que visitar a serviço. Ele escreveu esses folhetos 1 In www.cmoa.org/international/the_exhibition/artist.asp?bryce. 10 Atividades: Faça um folheto sobre o seu país Para esta atividade os estudantes devem, em aula, trabalhar juntos para criar um folheto sobre o seu próprio país. Discutam juntos em aula: O que um visitante deveria saber sobre o seu país? Que conselhos os estudantes dariam a um visitante? Que tipo de tom eles dariam ao seu folheto? Irônico, preciso, verdadeiro? A seguir, debata sobre as seções necessárias do folheto e atribua-as aos estudantes. Essas secções podem incluir: comida, entretenimento, costumes, feriados, religião, linguagem, características étnicas, história. Os estudantes devem então escrever as suas seções e incluir ilustrações visuais. Finalmente, eles devem mostrar o seu trabalho a um colega. O tom dos trabalhos combina? Que dificuldades eles tiveram para escrever as suas seções? (Por exemplo, foi difícil generalizar sobre os costumes do país inteiro?) O que eles pensam que os folhetos de turistas devem conter e o que devem deixar de fora? Pesquise um Arquivo Para esta atividade, os estudantes devem pesquisar um arquivo de velhas imagens ou documentos. Eles devem poder encontrá-los numa biblioteca local ou na internet. Por exemplo, a Biblioteca Pública de Nova Iorque tem uma extensa Biblioteca Digital (http://digitalgallery.nypl.org/nypldigital/index.cfm). Mas, se eles tiverem dificuldades nessa área, eles podem procurar até mesmo velhas imagens e documentos na sua própria casa, velhas fotografias e documentos de família. South of the Border, 2002 Tinta sobre papel | Ink sobre papel .a-.h = 16 1/2 x 11 3/4”; .i-.bb = 11 5/8 x 8 1/4”; .cc = 16 5/8 x 11 5/8” MoMA Collection, NY © 2011 Fernando Bryce Peça que levem em conta estas questões na sua pesquisa: O que mudou desde que essas fotos ou documentos foram feitos? O que podem aprender sobre aquele tempo apenas olhando para este material? Que novas perspectivas as pessoas têm a respeito do mundo que as cerca? Finalmente, peça aos estudantes que, de algum modo, mostrem a sua reação à pesquisa de arquivos produzindo um projeto artístico. Eles podem pintar ou fotografar, esculpir, encenar ou escrever algo baseado na sua pesquisa. 11 Juan Manuel Echavarría Medellín, Colômbia, 1947. Vive em Bogotá, Colômbia. Após uma extensa carreira como escritor, Echavarría, “afogado em imagens literárias”, decidiu dedicar-se à arte em meados dos anos noventa. Uma de suas primeiras séries fotográficas, chamada Corte de florero [Corte de vaso] (1997), referenciava formalmente as lâminas botânicas realizadas pelos viajantes científicos europeus na América, mas as flores de Echavarría, de grande beleza e elegância formal, eram realizadas com ossos humanos, estabelecendo uma relação direta entre colonização, segregação e violência. Desde então, o trabalho de Echavarría é centrado em alegorizar a violência política da Colômbia através de seus efeitos no corpo social. Nos últimos anos, Echavarría trabalhou com os chamados, de forma eufemística, “atores do conflito”, jovens ex-guerrilheiros ou ex-paramilitares em programas de reinserção social, dando-lhes a oportunidade de expressarem suas vivências de guerra em forma de pinturas e desenhos, em uma operação de catarse terapêutica que resulta em imagens comoventes. Na história recente, a Colômbia, país natal de Echavarría, tem estado envolvida numa guerra civil de décadas. O país produz 80% da cocaína consumida no mundo e o tráfico de drogas associado com a cocaína tem levado à violência e desmembramento. Peça aos estudantes que olhem novamente a projeção e façam uma conexão com a história recente da Colômbia. Como o significado da projeção se modifica? Questões: Comece com a primeira tela da projeção do filme de Juan Manuel Echavarría, La Bandeja de Bolivar [A Bandeja de Bolívar]. Pergunte aos estudantes o que eles notam sobre os objetos, sobre as palavras, sobre a decoração dos objetos e sobre o enquadramento da imagem. O que eles pensam que os objetos poderiam significar? Diga a eles o título da obra e depois de se certificar que eles sabem quem foi Simon Bolívar, peça que liguem o título à imagem (Bolívar foi um general que liderou revoluções contra o domínio espanhol na América do Sul no começo do século 19. Ele foi o fundador da República Da Grande Colômbia e tornou-se o seu primeiro presidente em 1821, mas renunciou em 1830 depois de repetidas insurreições). Então, folheie as próximas nove telas da projeção perguntando aos estudantes o que eles notam ao longo dela (http://www.jmechavarria.com/gallery_bandeja.html). Compare a primeira tela à última. O que aconteceu nesta projeção? Qual seria o seu significado simbólico? 12 Atividades: Transforme um Objeto Nesta atividade, os estudantes devem transformar um objeto, como fez Juan Manuel Echavarria. Primeiro, eles devem escolher uma figura ou evento histórico. A seguir, devem escolher um objeto que pode exemplificar ou substituir ou simbolizar a sua figura ou evento. Eles devem representar este objeto de alguma forma, talvez através de um desenho, uma fotografia, fazendo uma colagem de uma imagem impressa dele ou esculpindo; devem estar preparados para fazer cópias do objeto a mão, impressas ou por fotocópia para o próximo passo. Na etapa final, os estudantes devem ir transformando aquele objeto através de uma série de mudanças de conformação um modo que eles achem que diz alguma coisa simbolicamente sobre a sua figura ou evento. Se, por exemplo, se está trabalhando com uma vela, pode-se fazer várias fotocópias da imagem da vela adicionando volume à chama, até que na última ela seja uma enorme fogueira sobre a vela. Peça aos estudantes que discutam as telas uns dos outros. O que o objeto, e sua transformação sugerem sobre a figura ou o evento? Represente o Seu País Peça aos estudantes para projetarem um objeto que represente o seu país. Eles devem produzir este objeto em argila e pintá-lo. Eles devem levar em conta o formato, tamanho, texto, cor, imagens ou decoração no objeto. Compare os objetos criados pela classe. Como eles variaram? O que eles dizem sobre o país? Bandeja de Bolívar, 2004 Vídeo 3’58’’ Colômbia 13 Melanie Smith / Rafael Ortega Poole, Inglaterra, 1965. Vive na Cidade do México. Cidade do México, México, 1965. Vive na Cidade do México. A obra de Melanie Smith envolve o uso de vários meios – pintura, fotografia, vídeo, instalação – como uma maneira de apresentar uma ampla gama de perspectivas angulares, temporais e visuais sobre um mesmo tema. Vistas aéreas, tomadas fixas e em movimento, atrás de câmeras, registros da vida cotidiana da cidade, diferentes graus de urbanização, saturação cromática na paisagem urbana, entre outras. O trabalho em colaboração entre Smith e Rafael Ortega inicia em 1995 e concentra-se naquelas obras que envolvem a imagem em movimento, pois Ortega vem do cinema. Fortemente arraigadas na experiência urbana e no seu repertório visual, suas obras são uma pesquisa em curso sobre o espaço pictórico e o legado da pintura modernista vistos à luz dos efeitos do capitalismo em contextos como a cidade do México, para onde Smith mudou-se em 1989. Numa entrevista de Smith1 quando estava planejando o projeto, ela disse: As crianças irão levantar e abaixar as peças em diferentes momentos, o que se refere à desintegração da nação. Peça aos estudantes que considerem esta citação. O que eles pensam que Smith quis dizer com isso? Pergunte aos estudantes que imagens eles escolheriam do seu país e sua história para um filme assim. Peça que expliquem as suas razões para essas escolhas. Questões: Peça aos estudantes que olhem stills do filme Estadio Azteca [Estádio Asteca], 2010. O que eles notam no filme? O que eles podem dizer sobre a maneira como Smith e Ortega fizeram o filme? Que associações eles têm com a imagem criada pelo mosaico de placas? (Se os estudantes não reconhecerem isto, certifique-se que eles fiquem sabendo que se trata de uma imagem de Arte Asteca). Nesse filme, Smith e Ortega trabalharam com 3.000 estudantes no Estádio Asteca, um estádio da Cidade do México. Os estudantes trabalharam juntos para mostrar famosas imagens de emblemas mexicanos, heróis e história. Pergunte se eles viram alguma vez alguém criar imagens assim, usando partes de imagens como em um mosaico. Se já viram, onde e de quê? Smith nota que esta técnica é usada em eventos esportivos, mas frequentemente mostra imagens relacionadas ao esporte. Curadores consideram esses comentários irônicos. Por que você pensa que eles dizem isto? Por que os estudantes pensam que a dupla escolheu usar essa imagem? Qual é o significado de uma imagem como esta levantada por 3000 estudantes num estádio? 1 In http://www.rufino.mx/2010/11/visitas -melanie-smith/ 14 Atividades: Imagens Históricas Nesta atividade, os estudantes devem produzir uma obra de arte baseada em imagens historicamente importantes para o seu país. Primeiro, peça que pensem sobre quais imagens eles mais associam ao seu país. Podem ser imagens dos seus livros de escola, imagens de obras de arte famosas ou imagens de objetos ou artefatos antigos, entre outras opções. Uma vez que os estudantes tenham debatido sobre essas imagens, eles devem imprimi-las ou fazer cópias de livros, revistas ou da internet. Usando essas imagens, eles devem criar uma nova obra de arte. A obra pode ser uma colagem ou uma pintura que copie apenas um aspecto ou parte de uma imagem. Incentive os estudantes a combinar essas imagens históricas com imagens mais contemporâneas de esportes, bens de consumo ou personagens de entretenimento. O seu produto final deve tentar ser “um comentário irônico” sobre as imagens históricas. Compartilhe as obras entre os estudantes. Como são os seus comentários sobre a história do seu país? Estadio Azteca, 2010 Still de vídeo | Still de video | Video still Cortesia | Cortesía | Courtesy Coleção Fundación Televisa y Museo Universitario de Arte Contemporáneo, UNAM, México Imagens Históricas, Parte II Nesta extensão da atividade acima, os estudantes devem explorar as imagens históricas que eles debateram através da escrita. Cada estudante deve escolher uma imagem histórica e usá-la como ponto de partida para uma composição que critica ou comenta a sociedade contemporânea no seu país. Por exemplo, a escolha que Smith fez da imagem de arte asteca pode lançar uma composição sobre o relacionamento entre os grupos étnicos dentro da sociedade mexicana ou a qualidade do cuidado dispensado aos artefatos nacionais ou mesmo uma crítica ao ensino de história no sistema educacional mexicano. Os estudantes devem apresentar suas críticas/ comentários à turma enquanto projetam ou exibem a sua imagem. Eles podem ver a ligação entre a imagem e o texto? Que papel as imagens históricas têm nas nossas políticas e culturas contemporâneas? 15 Cristina Lucas Jaén, Espanha, 1973. Vive em Madri, Espanha e Amsterdã, Holanda. Seu trabalho aborda o tópico do poder – religioso, político ou patriarcal – desde diversas perspectivas, utilizando o humor como uma estratégia para nunca cair na denuncia nem no panfleto e efetuando sua crítica a partir de uma posição feminista. Várias de suas obras referem-se a questões de nação, em particular a cartografia e sua relação com a economia, a autonomia política e a diferença. Cristina Lucas singulariza elementos nos quais se articulam os sistemas ideológicos das sociedades ocidentais, como os mapas (que ela descreve como “desenhos feitos pela história”), os monumentos ou a grande pintura, evidenciando os vieses ideológicos latentes nas sociedades que produzem esses artefatos culturais. No seu trabalho cartográfico, Lucas propõe um Atlas alternativo do mundo, que corresponde mais à forma como se estruturam as relações sociais do que à tradicional divisão política expressa em fronteiras abstratas que definem autonomias políticas. Nesse sentido, a artista afirmou: “Tento criar um mapa indefinido de lacunas das estruturas existentes no poder, na educação e na arte”. Questões: Olhem os stills do vídeo Pantone, todos juntos. O que os estudantes percebem nas imagens? Que formas os estudantes vêem nessas imagens, se notam alguma? de fronteiras e identificação nacionais entre 1000 DC e 1700 DC. Peça-lhes que procurem determinar o que causou essas mudanças. As cores derivam da palheta de cores Pantone (Pantone é uma corporação que sistematizou a seleção de cores para produção de tintas e para outros propósitos). Cada vez que uma nação muda a sua identificação ou nome, Lucas muda a cor da sua área para uma cor Pantone diferente. Baseados nessa informação, peça aos estudantes que identifiquem as áreas do mapa onde as nações se expandiram, encolheram ou tomaram identidades nacionais novas e peça-lhes que especulem o porquê disso. Sobre a animação do mapa, Lucas diz: “Como tem vida própria, como um organismo viral, ela se espalha e ocupa todas as superfícies reconhecíveis de terra no planeta Terra. Tudo acontece no mesmo momento, sem hierarquia. O que é muito importante em termos da nossa própria história pode ser comparativamente pequeno numa escala global. É impossível para nós apreender o esforço incansável de sociedades para mover fronteiras e criar novas identidades nacionais (de Cartografias no arquivo MERCOSUL).” Pergunte aos estudantes o que eles pensam que Lucas quer dizer quando ela diz que “não há hierarquia” nessa versão de história. De que forma os estudantes pensam que a história é normalmente recontada de uma amaneira hierárquica? Diga aos estudantes que elas são versões de mapas do mundo. Peça-lhes que identifiquem um país e comparem as suas cores e formato nas imagens. O que muda de uma imagem à outra? A artista Cristina Lucas criou um vídeo de animação que mostra as nações do mundo e as suas mudanças geopolíticas ao longo de 2.507 anos, começando em 500 AC e terminando em 2007, da nossa era. Na animação, cada ano é representado por um segundo, proporcionando uma visão da maior parte da história política da humanidade em apenas 40 minutos. A primeira imagem em vídeo é do ano 1000 DC. A segunda é do ano 1700 DC. Peça aos estudantes que usem imagens como guia para pensar no que mudou em termos 16 Atividades: Encenando/Narrando História Pantone tem um aspecto de performance ao vivo também, apesar de que os estudantes não terão a oportunidade de vivenciá-lo. Nesta atividade, os estudantes devem reencenar o aspecto de performance de Pantone. Na encenação que acompanha este trabalho, um grupo de historiadores, cada um sendo especialista numa parte específica do mundo, explica o significado das formas coloridas e das mudanças sofridas ao longo dos anos, em coordenação com o ritmo do filme. Em outras palavras, em 500 DC, todas as mudanças acontecidas naquela época são descritas. Entretanto, todos os historiadores dão a sua explicação ao mesmo tempo, resultando em cacofonia. Pergunte aos estudantes o que esta encenação adicionaria à sua apreciação ou compreensão do trabalho de Lucas. Então lhes peça que se dividam em grupos por região ou continente. Em seus grupos eles devem pesquisar e escrever uma narrativa sobre a área do mundo atribuída a eles. Eles devem marcar o que o “narrador” do grupo dirá para cada marca de 500 anos, 500 AC, zero DC, 500 DC, 1000 DC, e assim por diante. Pantone, 2008 Performance Auditório, 28ª Bienal de São Paulo | Auditorio, 28ª Bienal de San Pablo | Auditorium, 28th São Paulo Biennial Foto | Photo: Autumn Sonichsen vão deferindo apenas um pouquinho uns dos outros de modo que, quando a pilha de papéis é folheada rapidamente, a história é contada. Compartilhe os cadernos de folhear ou animações dos estudantes. Como eles resolveram representar as mudanças? Como esses aspectos mudaram ao longo do tempo? Finalmente, os grupos ficarão todos de pé e lerão as suas narrativas juntos. Pergunte a eles que efeito teve esta encenação na sua percepção da história. Houve alguma surpresa ou confusão? Olhem de novo a declaração de Lucas sobre “hierarquia” e discutam-na no contexto dessa encenação. História em Animação Como uma continuação da atividade acima, os estudantes devem criar uma versão de animação da história da sua região. Um mapa é uma maneira de transmitir algo sobre a história. Peça aos estudantes que debatam outras maneiras de comunicar história visualmente. Por exemplo, mudando o desenho das bandeiras nacionais, figuras políticas, métodos de guerra e até mesmo palavras que são importantes para uma nação podem comunicar muito a respeito da sua evolução. Depois disso, desafie os estudantes a decidir dentro de seus grupos, de que outras formas eles poderiam representar as suas narrativas visualmente. Diga-lhes que, para esta atividade, eles devem criar uma animação para a história da sua região ou continente de 500 AC a 2007 DC à moda antiga. Eles devem desenhar a sua história visual em pedaços separados de papel que 17 MATERIAL PEDAGÓGICO Guía de Historia 19 Ensayos de Geopoética José Roca, curador general La 8a Bienal de Mercosul se inspira en las tensiones entre territorios locales y transnacionales, entre construcciones políticas y circunstancias geográficas, en las rutas de circulación e intercambio de capital simbólico. El título se refiere a diversas formas que plantean los artistas de definir el territorio, desde las perpectivas geográfica, política, económica y cultural. Las bienales son eventos primordialmente expositivos, que ocurren periódicamente y activan la escena artística de una ciudad por tiempos relativamente cortos. Pero además de ser recurrentes son discontínuas, y ese es su lado débil: en los períodos entre una bienal y la siguiente usualmente no acontece nada, o muy poco. La 8ª Bienal de Mercosul intenta responder a la siguiente pregunta: ¿es posible hacer una bienal cuyo énfasis no sea exclusivamente expositivo? Nuestra propuesta incluye extender la acción de la Bienal en el espacio y en el tiempo. Y entender el tema escogido no solamente como un marco conceptual para leer la producción artística contemporánea, sino como una estrategia de acción curatorial, planteando la bienal como una instancia de creación y consolidación de infraestructura cultural local. La 8ª Bienal enfatiza el componente educativo – diferencial de la Bienal de Mercosur respecto a otras bienales – al involucrar al curador pedagogico en la concepción misma del proyecto curatorial, planteando los componentes de la curaduría como oportunidades para articular el proyecto pedagógico y así trascender la triada convencional interpretación-mediación-servicio que caracteriza las acciones educativas en bienales y museos. 20 El campo expandido de la pedagogía c. El arte utlilizado como un instrumento pedagógico para obtener un mayor conocimiento del mundo. (el arte para el conocmiento del mundo). Pablo Helguera, curador pedagógico 1. Proporcionando información sobre los artistas, conceptos artísticos y contexto histórico de la obra para ofrecer una mayor apreciación de esta; La presente colección de guías para profesores de la 8va Bienal del Mercosur tiene como objetivo el ofrecer herramientas útiles para la educación elemental y media en sus múltiples disciplinas. Para eso, se ha seleccionado áreas de conocimiento que agrupan los intereses y temas presentes en varias obras de los artistas incluidos en esta bienal, así como los temas principales presentes en el proyecto curatorial de esta edición. La premisa curatorial de la 8va Bienal de Mercosur propone realizar una reflexión en torno a todos los dispositivos culturales, políticos y sociales que contribuyen a reformular la noción de nación y metaregión. Partiendo del término mismo de “Mercosur”, que define una región económica, y esta misma bienal, la propuesta curatorial buscó preguntar: ¿Cómo se construye un país? ¿Cómo la idea de nación contribuye a determinar la manera en que nos percibimos a nosotros mismos y a los nuestros en relación con otros? ¿Qué papel tiene los procesos artísticos en la fabricación de la iconografía nacional? Esta serie de fascículos concebidos para diversas disciplinas buscan cumplir estos tres objetivos de la siguiente manera: 2. Sugiriendo una serie de actividades que replican procesos artísticos pero que tienen objetivos educativos; 3. Utilizando las obras de arte como punto de partida para generar debate, reflexión y aprendizaje en torno a otros campos de estudo, tales como la historia, la geografía, el lenguaje y la ciencia política. Esperamos que este material ayude en alguna pequeña medida a facilitar el abordaje de diversos conceptos en el salón de clase y que estimulen la creatividad, el debate y la comunicación en torno no solo al arte contemporáneo, sino a nuestra realidad contemporánea en todas sus extensiones. Puesto que las obras y la reflexión curatorial están ligadas a la noción de repensar lo que es un territorio, el proyecto pedagógico ha tomado una dirección similar al proponer una revisión del campo mismo de la pedagogía en el arte. Se reconoce aquí que la pedagogía de la arte – en particular de la forma en que se aplica a museos y bienales – es un campo que tradicionalmente ha limitado su potencialidad tanto en contenido como en práctica. En cuanto a contenido, predomina el enseñar arte para entender el arte y no para entender el mundo; en cuando a práctica, predomina la enseñanza como distribución de información y no como generadora de consciencia crítica. Tomando esto en cuenta, el componente pedagógico de la bienal propone, en un intento metafórico, “reterritorializar” el campo de la pedagogía en el ámbito de las artes visuales con tres tipos necesarios de implementación: a. La pedagogía como vehículo de mediación del arte (la educación del arte mismo o la apreciación del arte;) b. La transpedagogía, o el proceso de aprendizaje como una obra de arte ( el proceso de conocer como arte) 21 Regina Silveira Porto Alegre, Brasil, 1939. Vive en San Pablo, Brasil. Silveira es ampliamente conocida por su trabajo sobre las convenciones de la representación y por su investigación de varias décadas sobre la luz y la sombra. Muchas de estas obras tienen una aproximación fenomenológica, privilegiando la paradoja visual y la experiencia corporal sobre implicaciones de corte más político o sociológico. Sin embargo, la sombra tiene implicaciones complejas en el lenguaje, y en consecuencia Silveira la ha utilizado para hacer comentarios sobre el poder, como en Os Grandes [Los Grandes] (1981) en donde un grupo de personajes con apariencia de políticos o dirigentes proyecta enormes sombras ominosas, o Encontro [Encuentro] (1991), en donde cada personaje proyecta la sombra de un arma o herramienta de aspecto amenazante. En O Paradoxo do Santo [La Paradoja del santo] (1994) Silveira contrapone una imagen del un pequeño santo popular que representa a Santiago Matamoros con la sombra de la estatua ecuestre del Duque de Caxias, patrono militar de Brasil, para hacer un poderoso comentario sobre dos formas de dominación en América latina, la militar y la religiosa. To Be Continued (Latin American Puzzle) [Para ser continuado (Rompecabezas latinoamericano)]es un rompecabezas gigante cuyas piezas, a pesar de encajar perfectamente, nunca logran armar una imagen global correcta o completa. Cada una de ellas tiene imágenes estereotípicas de América Latina: el Che Guevara, Carlos Gardel, la Virgen de Guadalupe, los monumentos ecuestres de los próceres de independencia, los mariachis, las iglesias coloniales, las guerrillas revolucionarias, las culturas indígenas precolombinas, los animales andinos, las frutas tropicales, Carmen Miranda, los militarismos... En palabras de Silveira, “a montagem do quebra-cabeça compoe inevitavelmente narrativas abertas e caóticas que misturam diferentes geografías, épocas e culturas. Una obra (quase diria ‘turistica’) que revela o olhar precário do ‘outro’ estrangeiro, que conhece apenas, quando muito, estereótipos da nossa cultura e ‘paisagens’”. Preguntas: “Toda nación carece de héroes”. Esta máxima está presente en el vocabulario de buena parte de los brasileños. En menor o mayor grado, cada uno de nosotros, en sus búsquedas y anhelos cotidianos, carecemos de héroes. Es muy común que destinemos padre y madre para esta función. Desde hace algún tiempo las celebridades también ocupan esta posición. El ámbito escolar también es palco de muchos héroes, desde los juveniles, construídos por los propios estudiantes al popularizar compañeros, hasta los referenciales, erigidos en torno a los educadores. Entre las tantas categorías de héroes, hay una en particular capaz de definir el comportamiento de toda una nación: la del héroe nacional, cuyas características fundamentales son las que hacen de él un reflejo del ‘alma’ de una nación. Según Cunha (1995) “El héroe nacional transciende su singularidad abarcando lo que se supone que sean los valores de la nación que representa. (...) El héroe nacional no es jamás una entidad acabada, es una realidad en permanente construcción, o sea, una figura suficientemente maleable para poder ser ajustada a nuevas necesidades y justificativas. Nos referimos aquí a la posteridad. Lo que hace de un héroe un héroe es la relevancia histórica de su figura como marco representativo de un tiempo, de un período determinado en la vida de una nación”1. En To Be Continued (Latin American Puzzle), Regina Silveira nos presenta un rompecabezas construído con imágenes conocidas y estereotipadas de América Latina. Encontramos desde Che Guevara hasta Pelé, pasando por Carlos Gardel y llegando a la virgen de Guadalupe. De estereotipo en estereotipo, lo que se puede percibir es la presencia de héroes latinoamericanos. Y, principalmente, de héroes latinoamericanos popularizados fuera de América Latina. Lo que la artista hace es representar América Latina a partir de una óptica que podríamos llamar “turística”. Y ésta es la construcción de otra América Latina. Sugiérale al grupo que observe con atención el trabajo de Regina Silveira. Pase la ficha de alumno en alumno y pídales que intenten identificar las figuras que se encuentran allí. Luego, pídales que presenten lo que han descubierto. Déjelos hablar, ahora no es necesario pedirles nada, sólo que verbalicen, memoricen e imaginen. Luego de algunos minutos, pregúnteles a los alumnos qué nombre le darían a la obra. Anote las sugerencias en el pizarrón para que todos las puedan ver. Finalmente, dígales el nombre de la obra y discuta con ellos la relación obra/título. Luego pídales, que realicen las siguientes actividades: 1 CUNHA, Luís. Entre ideologia e propaganda: a construção do herói nacional [Entre ideología y propaganda: la construcción del héroe nacional]. JORNADAS INTERDISCIPLINARES PODER y SOCIEDADE, 2, Lisboa, 1995 – “Jornadas Interdisciplinares Poder y Sociedade”. Lisboa: Universidade Aberta, 1995. En: http://hdl.handle.net/ 1822/6133 22 Actividades: En busca de un antihéroe Considerando las observaciones anteriores, discuta con la clase qué características debe tener un héroe en los días de hoy. ¿Debe ser bello? ¿Inteligente? ¿Astuto? ¿Fuerte y dinámico? ¿Un líder? ¿Debe ser él, o puede ser ella? Al final, ¿quién ocupa el puesto de héroe en los días de hoy? Pídales a los alumnos que hagan una lista de posibles héroes contemporáneos. Después de la discusión, que no será breve, créalo, pídale a la clase que presente un antihéroe. ¿Qué características debe tener y dónde se encuentra actualmente? ¿Sería el panadero? ¿La profesora de educación física? ¿El cartero? ¿El vecino que cuenta chistes como nadie? ¿Dónde está el héroe? Divida a la clase en grupos. Pida que cada grupo elija a un héroe nacional ou a una figura política brasileña y que haga una investigación comparativa de las diferentes representaciones de esa persona en diferentes lugares (monumentos, retratos, estatuas, etc). ¿Qué nos revela cada retrato o cada monumento? ¿Qué aspectos “heroicos” son exagerados o minimizados? ¿Cuál podría ser considerado un retrato más fidedigno y por qué? Pídale a la clase que busque referencias de héroes en revistas y en internet con el objetivo de construir un gran rompecabezas de ídolos y héroes. Usted se va a sorprender con el resultado. Aproveche el momento de construcción del rompecabezas para preguntarles sobre lo que han elegido. Deje que cada uno hable informalmente sobre lo que le gusta, sobre los caminhos que lo llevaron a esa elección – es una excelente manera de establecer vínculos más profundos con el grupo y fortalecer su autoestima. Construyendo América Latina Pergúntele al grupo qué es América Latina, qué la define y como está constituída. Qué características tiene y cuál es su historia. Pídales a los alumnos que investiguem el tema y que escriban frases sobre América Latina. Propóngales también que, individualmente, junten material iconográfico sobre este tema y que lo traigan para la próxima clase. En en esa clase, pídales que construyan colectivamente un gran rompecabezas latinoamericano, intentando relacionar una definición/ noción/imagen a otra. 23 Fernando Bryce Lima, Perú, 1965. Vive en Berlín, Alemania. A través de un laborioso proceso de dibujo que él denomina “análisis mimético”, Fernando Bryce reproduce páginas de revistas, periódicos, volantes, documentos de archivo y propaganda estatal en los que se escribió la realidad de América latina y que hoy son historia. La línea suave enfatiza que el texto está siendo mediado por una subjetividad crítica y recuerda que el dibujo es siempre sintético y que la mirada del artista es selectiva frente al documento fotográfico. Las series de Bryce pueden ser vistas literalmente como reescrituras de la historia, y como reflexiones sobre la construcción de la imagen de las naciones del subcontinente. En palabras del crítico Peio Aguirre, Muchos de los dibujos de Bryce incluyen textos y citas, que introducen el aspecto alegórico de la obra de arte, en el cual la imagen es leída como texto y el texto como una imagen. Esto lleva a una fértil contradicción inicial entre el tema escogido (historia) y la técnica mimética empleada, y su enfoque podría ser leído erróneamente como un gesto Posmoderno de arte como teoría ilustrada. Pero lejos de señalar de manera pesimista hacia el fin de la historia, Bryce nos impele a mirar el pasado con un ojo político. Preguntas: Pregúnteles a los estudiantes si ya han estado fuera de su país. Si la respuesta fuera positiva, ¿qué lugares visitaron? ¿qué aprendieron sobre el país visitado y sus habitantes antes del viaje? ¿qué es lo que más les habría gustado saber antes de viajar? Si es posible, imprima varias copias de una selección de páginas de South of the Border [Al sur de la frontera] de Fernando Bryce. Pídales a los estudiantes que las analicen en grupos pequeños. ¿Qué notan en su contenido? ¿Qué pueden imaginar al respecto de la audiencia y de los autores? ¿Qué piensan los estudiantes al respecto de los materiales y métodos que el artista usó para producir esas páginas? Bryce recreó un folleto ilustrado de 1958, publicado por el Departamento de Defensa para introducir sus funcionarios en países de América Latina, dónde ellos podrían tener que visitar estando a servicio. Él escribió esos folletos completamente a mano con birome. ¿Qué piensan los estudiantes de su decisión de escribir los folletos exactamente como eran, sin cambiar nada, a no ser por el hecho de escribir a mano? Examinen ciertas páginas o pasajes seleccionados de común acuerdo, tales como: Cómo hacer amigos... la regla clave para tratar con personas de abajo de la frontera sur es tratarlas con formalidad cortés y desarrollar un interés real por ellas... sea un poco formal... respete el orgullo local. O pueden ver también la página con ilustraciones de A Lake Parzcuaro Fisherman, one of several Mexican Indian types [Un pescador del lago Parzcuaro, uno de los varios tipos de indios mexicanos]. ¿Qué piensan los estudiantes sobre la forma como las personas “de abajo de la frontera sur” son retratadas en estas páginas? Si es posible, compare estos trechos o páginas con folletos turísticos más recientes sobre México y otras culturas latinoamericanas. ¿Cuál es la diferencia entre ellos? Como dijo un curador sobre el artista: Bryce reproduce a mano archivos enteros de material escrito, desde documentos de gobierno a folletos de turismo. A través de ese laborioso proceso de copia, destaca las formas en que los hechos son construidos, la historia es contada y la cultura es descrita. Al reproducir físicamente estos documentos, él retira cada página del reino de los hechos y la sitúa en el del arte1. ¿Qué piensan los estudiantes que el curador quiso decir con esta declaración? ¿Están de acuerdo con su evaluación? Actividades: Haga un folleto sobre su país Para esta actividad los estudiantes deben, en clase, trabajar juntos para crear un folleto sobre su propio país. Discutan juntos: ¿Qué debería saber un visitante sobre su país? ¿Qué consejos le darían los estudiantes a un visitante? ¿Qué tipo de estilo le darían a su folleto? ¿Irónico, preciso, verdadero? A continuación, discuta sobre las secciones necesarias del folleto y atribúyaselas a los estudiantes. Estas secciones pueden incluir: comida, entretenimiento, costumbres, feriados, religión, lenguaje, características étnicas, historia. Los estudiantes deben escribir, a continuación, sus secciones e incluir ilustraciones visuales. Finalmente, deben mostrarle su trabajo a un compañero. ¿El estilo de los trabajos combina? ¿Qué dificultades han tenido para escribir sus secciones? (Por ejemplo, ¿fue difícil generalizar sobre las costumbres de todo el país?) ¿Qué piensan que los folletos de turistas deben contener y qué deben evitar? 1 In www.cmoa.org/international/the_exhibition/artist.asp?bryce 24 Investigue un Archivo Para esta actividad, los estudiantes deben investigar un archivo de viejas imágenes o documentos. Deben poder encontrarlos en una biblioteca local o en internet. Por ejemplo, la Biblioteca Pública de Nueva York tiene una vasta Biblioteca Digital (http://digitalgallery.nypl. org/nypldigital/index.cfm). Pero, si llegan a tener dificultades de acceso, pueden procurar viejas imágenes y documentos en su propia casa, viejas fotografías y documentos de familia, por ejemplo. Pídales que tomen en cuenta estos detalles en su investigación: ¿Qué ha cambiado desde que esas fotos o documentos fueron creados? ¿Qué pueden aprender sobre aquel tiempo solamente mirando este material? ¿Qué nuevas perspectivas tienen las personas al respecto del mundo que las cerca? Finalmente, pídales a los estudiantes que, de algún modo, muestren su reacción ante la investigación de archivos produciendo un proyecto artístico. Pueden pintar o fotografiar, esculpir, escenificar o escribir algo basado en su investigación. 25 Juan Manuel Echavarría Medellín, Colombia, 1947. Vive en Bogotá, Colombia Tras una larga carrera como escritor, Echavarría, “ahogado en imágenes literarias” decide dedicarse al arte a mediados de los años noventa. Una de sus primeras series fotográficas, titulada Corte de florero (1997), referenciaba formalmente las láminas botánicas realizadas por los viajeros científicos europeos en América, pero las flores de Echavarría, de gran belleza y elegancia formal, eran realizadas con huesos humanos, estableciendo una relación directa entre colonización, segregación y violencia. Desde entonces, el trabajo de Echavarría se ha centrado en alegorizar la violencia política de Colombia a través de sus efectos en el cuerpo social. En los últimos años, Echavarría ha trabajado con los eufamísticamente llamados “actores del conflicto”, jóvenes ex-guerrilleros o ex-paramilitares en programas de reinserción en la sociedad, dándoles la oportunidad de que expresen sus vivencias de guerra en forma de pinturas y dibujos, en una operación de catarsis terapéutica que resulta en imágenes conmovedoras. Preguntas: Comience con la primera imagen de la proyección de la película de Juan Manuel Echavarría, La bandeja de Bolivar. Pregúnteles a los estudiantes qué es lo que perciben en los objetos, las palabras, la decoración de los objetos y el encuadramiento de la imagen. ¿Qué piensan que los objetos podrían significar? Dígales el título de la obra y después de confirmar que saben quién fue Simón Bolívar, pídales que relacionen el título con la imagen (Bolívar fue un general que lideró revoluciones contra el dominio español en América del Sur a inicios del siglo XIX. Fue el fundador de la República de la Gran Colombia y fue su primer presidente en 1821, pero renunció en 1830 después de repetidas insurrecciones). Ahora, hojee las próximas nueve imágenes de la proyección preguntándoles a los estudiantes qué es lo que notan a lo largo de la misma (http://www.jmEchevarría. com/gallery_bandeja.html). En la historia reciente, Colombia, país natal de Echavarría, ha estado involucrada en una guerra civil de décadas. El país produce el 80% de la cocaína consumida en el mundo y el tráfico de drogas asociado a la cocaína ha llevado a la violencia y al desmantelamiento. Pídales a los estudiantes que observen nuevamente la proyección y hagan una conexión con la historia reciente de Colombia. ¿De qué forma el significado de la proyección se modifica? Fuentes: http://www.pbs.org/wnet/wideangle/episodes/ an-honest-citizen/map-colombia-cocaine-and-cash/ colombia/536/ http://www02.zkm.de/fastforward2/index.php?option =com_content&view=article&id=12:juan-manuel-Eche varría&catid=2&Itemid=3&lang=en Actividades: Transforme un Objeto En esta actividad, los estudiantes deben transformar un objeto, como hizo Juan Manuel Echavarría. Primero, deben elegir una figura o acontecimiento histórico. A continuación, deben elegir un objeto que pueda ejemplificar, sustituir, o simbolizar su figura o acontecimiento. Deben representar ese objeto de alguna forma, tal vez a través de un dibujo, una fotografía, haciendo un collage de su imagen impresa o esculpiendo; deben estar preparados para hacer copias del objeto a mano, impresas o por fotocopia para el próximo paso. En la etapa final, los estudiantes deben ir transformando ese objeto a través de una serie de cambios de conformación de un modo que a ellos les parezca que dice algo, simbólicamente, sobre su figura o acontecimiento. Si, por ejemplo, se está trabajando con una vela, se pueden hacer varias fotocopias de la imagen de la vela agregándole volumen a la llama, hasta que en la última sea una enorme fogata sobre la vela. Pídales a los estudiantes que discutan las imágenes de todos. ¿Qué sugieren el objeto y su transformación sobre la figura o el acontecimiento? Represente su País Pídales a los estudiantes que proyecten un objeto que represente su país. Deben producir este objeto en arcilla y pintarlo. Deben tener en cuenta el formato, tamaño, texto, color, imágenes o decoración en el objeto. Compare los objetos creados por la clase. ¿Cómo han variado? ¿Qué dicen los mismos sobre el país? Compare la primera imagen con la última. ¿Qué sucedió en esta proyección? ¿Cuál sería su significado simbólico? 26 Melanie Smith / Rafael Ortega Poole, Inglaterra, 1965 y Ciudad de México, México, 1965. Viven en la Ciudad de México. La obra de Melanie Smith abarca el uso de varios medios – pintura, fotografía, video, instalación – como una manera de presentar una amplia gama de perspectivas angulares, temporales y visuales sobre un mismo tema; vistas aéreas, tomas fijas y en movimiento, detrás de cámaras, instantáneas de la vida cotidiana de la ciudad, diferentes grados de urbanización, saturación cromática en el paisaje urbano, entre otras. El trabajo en colaboración entre Smith y Rafael Ortega inicia en 1995, y se concentra en aquellas obras que involucran la imagen en movimiento pues Ortega viene del cine. Fuertemente enraizadas en la experiencia urbana y en el repertorio visual de ésta, sus obras son una investigación en curso sobre el espacio pictórico y el legado de la pintura modernista vistos a la luz de los efectos del capitalismo en contextos como la Ciudad de México, a donde Smith se mudó en 1989. En sus palabras: “I feel like I’m trying to subvert abstraction, always”. Spiral city [Ciudad Espiral] (2002) – una de sus obras más emblemáticas – es una vista macroscópica de la Ciudad de México filmada desde un helicóptero, en donde el distanciamiento gradual de la cámara sugiere un proceso de erosión del paisaje al tiempo que éste adquiere un carácter escultórico. Preguntas: Pídales a los estudiantes que vean stills de la película Estadio Azteca de Melanie Smith y Rafael Ortega. ¿Qué notan? ¿Qué pueden decir sobre la manera como Smith y Ortega han hecho esta película? ¿Qué asociaciones hacen con la imagen creada por el mosaico de placas? (Si los estudiantes no reconocen esto, verifique que sepan que se trata de una imagen de Arte Azteca). Para su película experimental, Smith y Ortega trabajaron con 3.000 estudiantes en el Estadio Azteca, un estadio de la Ciudad de México. Los estudiantes trabajaron juntos para mostrar famosas imágenes de emblemas mexicanos, héroes e historia. Pregúnteles a los estudiantes si han visto alguna vez a alguien crear imágenes así, usando partes como de mosaico. Si ya lo han visto, ¿dónde y de qué? Smith nota que esta técnica es usada en eventos deportivos mexicanos y que, frecuentemente, muestra imágenes relacionadas con el deporte. Algunos curadores consideran que esto es irónico. ¿Por qué creen que lo ven así? ¿Por qué los estudiantes piensan que Smith y Ortega han elegido usar una imagen como la que usaron en esta fotografía? ¿Cuál es el significado de una imagen como ésta levantada por 3000 estudiantes en un estadio? En una entrevista durante la cual Smith1 estaba planeando este proyecto, afirmó: los niños levantarán y bajarán las piezas en diferentes momentos, lo que se refiere a la desintegración de la nación. Pídales a los estudiantes que consideren esta cita. ¿Qué piensan que Smith ha querido decir con esto? Pregúnteles a los estudiantes qué imágenes elegirían de su país y de su historia para un película de este tipo. Pídales que expliquen sus razones para esas elecciones. Actividades: Imágenes Históricas En esta actividad, los estudiantes deben producir una obra de arte basada en imágenes históricamente importantes para su propio país. Primero, pídales que piensen sobre qué imágenes asocian más con su país. Pueden ser imágenes de sus libros de escuela, imágenes de obras de arte famosas o imágenes de objetos o artefactos antiguos, entre otras opciones. Una vez que los estudiantes hayan debatido esas imágenes, deben imprimirlas o hacer copias de libros, revistas o de internet. Usando estas imágenes, deben crear una nueva obra de arte. Esta obra de arte puede ser una collage de partes cortadas y pegadas de las imágenes o puede ser una pintura que copie apenas un aspecto o parte de una imagen. Incentive a los estudiantes a que combinen esas imágenes históricas con imágenes más contemporáneas de deportes, bienes de consumo o personajes de entretenimiento. Su producto final debe intentar ser “un comentario irónico” sobre las imágenes históricas. Muestre las obras de los estudiantes. ¿Cómo son sus comentarios sobre la historia de su país? Imágenes Históricas, Parte II En esta extensión de la actividad anterior, los estudiantes deben explorar las imágenes históricas que han debatido por escrito. Cada estudiante debe elegir una imagen histórica y usarla como punto de partida para una composición que critique o comente la sociedad contemporánea en su país. Por ejemplo, la elección que Smith ha hecho de la imagen de arte azteca puede lanzar una composición sobre las relaciones entre los grupos étnicos dentro 1 In http://www.rufino.mx/2010/11/visitas-melanie-smith/ 27 de la sociedad mexicana o la calidad del cuidado dispensado a los artefactos nacionales o incluso una crítica a la enseñanza de historia en el sistema educativo mexicano. Los estudiantes deben presentar sus críticas y/o comentarios a la clase mientras proyectan o exhiben su imagen. ¿Consiguen observar la relación entre la imagen y el texto? ¿Qué papel tienen las imágenes históricas en nuestras políticas y culturas contemporáneas? 28 Cristina Lucas Jaén, España, 1973. Vive en Madrid, España, y Amsterdã, Holanda. Su trabajo aborda el tópico del poder – religioso, político o patriarchal – desde muy diversas perspectivas, utilizando el humor como una estrategia para no caer nunca en la denuncia ni el panfleto, y efectuando su crítica desde una posición feminista. Varias de sus obras se refieren a cuestiones de nación, en particular la cartografía y su relación con la economía, la autonomía política, y la diferencia. Cristina Lucas singulariza elementos en los cuales se articulan los sistemas ideológicos de las sociedades occidentales como los mapas (que ella describe como “dibujos hechos por la historia”), los monumentos o la Gran pintura, evidenciando los sesgos ideológicos latentes en las sociedades que producen estos artefactos culturales. En su trabajo cartográfico, Lucas propone un Atlas alternativo del mundo, que corresponde más a la forma como se estructuran las relaciones sociales que a la tradicional división política espresada en fronteras abstractas que definen autonomías políticas. Al respecto la artista ha afirmado: “Trato de crear un mapa indefinido de las lagunas de las estructuras existentes en el poder, la educación y el arte”. Preguntas: Observen los stills de video Pantone, todos juntos. ¿Qué notan los estudiantes en las imágenes? ¿Ven alguna forma? ¿Qué formas ven en esas imágenes? Dígales a los estudiantes que se trata de versiones de mapas del mundo. Pídales que identifiquen un país y comparen sus colores y formato en las imágenes. ¿Qué es lo que cambia de una imagen a otra? La artista Cristina Lucas ha creado un video de animación que muestra las naciones del mundo y sus cambios geopolíticos a lo largo de 2.507 años, comenzando en 500 AC y terminando en el 2007 de nuestra era. En la animación, cada año es representado por un segundo, proporcionando una visión de la mayor parte de la historia política de la humanidad en apenas 40 minutos. La primera imagen en video es del año 1000 DC. La segunda es del año 1700 DC. Pídales a los estudiantes que usen imágenes como guía para pensar qué ha cambiado en términos de fronteras e identificación nacionales entre 1000 DC y 1700 DC. Oriéntelos a determinar qué fue lo que provocó esos cambios. Los colores derivan de la paleta de colores Pantone (Pantone es una corporación que sistematizó la selección de colores para la producción de tintas y otros propósitos). Cada vez que una nación cambia su identificación o nombre, Lucas cambia el color de su área para un color Pantone diferente. Basados en esta información, pídales a los estudiantes que identifiquen las áreas del mapa donde las naciones se han expandido, eligieron o tomaron identidades nacionales nuevas y también que especulen el por qué de ello. Sobre la animación del mapa, Lucas dice: Como tiene vida propia, como un organismo viral, se expande y ocupa todas las superficies reconocibles de tierra en el planeta Tierra. Todo sucede al mismo tiempo, sin jerarquía. Lo que es muy importante en relación a nuestra propia historia puede ser comparativamente pequeño en una escala global. Es imposible para uno aprehender el esfuerzo incansable de las sociedades para mover fronteras y crear nuevas identidades nacionales (de Cartografías en el archivo MERCOSUL). Pregúnteles a los estudiantes qué piensan que Lucas quiere decir con que no hay jerarquía en esa versión de historia. ¿De qué forma los estudiantes piensan que la historia es normalmente recontada de una manera jerárquica? Actividades: Escenificando/Narrando Historia Pantone tiene un aspecto de performance en vivo también, a pesar de que los estudiantes no tendrán la oportunidad de vivenciarlo. En esta actividad, los estudiantes deben escenificar el aspecto de la performance de Pantone. En la representación que acompaña este trabajo, un grupo de historiadores, cada uno siendo especialista en una parte específica del mundo, explica el significado de las formas coloridas y de los cambios sufridos a lo largo de los años, en coordinación con el ritmo de la película. En otras palabras, en 500 DC, son descritos todos los cambios que sucedieron en aquella época. No obstante, todos los historiadores dan su explicación al mismo tiempo, resultando una cacofonía. Pregúnteles a los estudiantes qué agregaría esta representación a su apreciación o comprensión del trabajo de Lucas. Luego pídales que se dividan en grupos por región o continente. En sus grupos deben investigar y escribir una narrativa sobre el área del mundo que les fue atribuida. Cada uno debe marcar lo que el “narrador” del grupo dirá para cada marca de 500 años, 500 AC, cero DC, 500 DC, 1000 DC, y así sucesivamente. 29 Finalmente, los grupos se pondrán todos de pie y leerán sus narrativas juntos. Pregúnteles qué efecto tuvo esta representación en su percepción de la historia. ¿Hubo alguna sorpresa o equívoco? Observen de nuevo la declaración de Lucas sobre “jerarquía” y discútanla en el contexto de esa escenificación. Historia Animada Como una continuación de la actividad anterior, los estudiantes deben crear una versión de animación de la historia de su región. Un mapa es una manera de transmitir algo sobre la historia. Pídales a los estudiantes que debatan otras maneras de comunicar historia visualmente. Por ejemplo, cambiando el diseño de las banderas nacionales, figuras políticas, métodos de guerra e incluso palabras que son importantes para una nación, pueden comunicar mucho al respecto de su evolución. Luego, desafíe a los estudiantes para que decidan dentro de sus grupos, de qué otras formas podrían representar sus narrativas visualmente. Para esta actividad, los estudiantes deben crear una animación para la historia de su región o continente desde 500 AC a 2007 DC a la moda antigua. Ellos deben dibujar su historia visual en pedazos separados de papel que van variando sólo un pequeño detalle unos de otros de modo que, cuando la pila de papeles es hojeada rápidamente, la historia es contada. Comparta los cuadernos de hojear o animaciones de los estudiantes. ¿Cómo resolvieron representar los cambios? ¿Cómo han cambiado esos aspectos a lo largo del tiempo? 30 EDUCATION MATERIAL History Guide 33 Essays in Geopoetics José Roca, chief curator The 8th Mercosul Biennial is inspired by the tensions between local and transnational territories, between political constructs and geographical circumstances, and the routes of circulation and exchange of symbolic capital. The title refers to the various ways in which artists define territory, based on geographical, political and cultural perspectives. Biennials are primarily exhibition events that activate the art scene of a city for relatively short periods. However, as well as being recurrent, they are discontinuous – and that is their weak side: during the period between one biennial and another nothing usually happens, or very little, in terms of activation of the local art scene. The 8th Mercosul Biennial attempts to answer the following question: is it possible to organise a biennial whose emphasis is not exclusively an exhibition? Our proposal includes extending the action of the Biennial in space and in time, understanding the chosen theme not just as a conceptual marker for reading contemporary art production, but rather as a strategy of curatorial action, suggesting the Biennial as an instance of creation and consolidation of local infrastructure. The 8th Biennial places emphasis on the educational component – a key feature of the Mercosul Biennial in relation to other biennials – by involving the education curator in the actual conception of the curatorial project. It thus introduces components of the curatorship as opportunities for articulating the education programme and in this way transcending the conventional trio of interpretation-mediation-service, which characterises educational actions in biennials and museums. 34 The expanded field of education Pablo Helguera, education curator This collection of teachers’ guides to the 8th Mercosul Biennial aims to provide useful instruments for various subject areas in primary and secondary education. Study areas have been selected related to the interests and subject matter of several of the works by artists taking part in this biennial, together with the main themes covered by the curatorial project for this edition. This series of publications, created for various subject areas, seeks to fulfil those three objectives by: 1. Providing information about the artists, art concepts and historical context of the work, to enable greater appreciation; 2. Suggesting a series of activities that reproduce art processes but with educational objectives; 3. Using artworks as a starting point for discussion, reflection and learning within other fields of study, such as history, geography, languages and political sciences. We hope that this material helps in some way to facilitate the approach to a series of concepts in the classroom and also stimulates creativity, discussion and communication, not just in relation to contemporary art, but also to the full breadth of our contemporary reality. The curatorial idea behind the 8th Mercosul Biennial proposes a reflection on all the cultural, political and social mechanisms that contribute to constructing the ideals and values of a nation and meta-region. Starting from the term “Mercosul”, which defines an economic region and which the biennial has adopted for its name, the curators have posed the questions: how is a country built? How does the idea of nation contribute to determining how we perceive ourselves and our people in relation to others? What are the roles of art processes in constructing national imagery? Since the works and the curatorial reflection of this biennial are linked to the idea of rethinking the idea of territory, the education programme also follows a parallel path, proposing a revised view of the actual field of education in art. We therefore recognise that education in the visual arts – and particularly as it is applied in museums and biennials – is an action whose potential is traditionally limited, in terms both of content and practice. Content often involves teaching art to understand art and not to understand the world: practice concentrates on teaching as distribution of information and not as creation of critical awareness. Mindful of this, the educational component of this biennial seeks metaphorically to “re-territorialise” the field of education within the visual arts through three necessary of implementation: a. Pedagogy as vehicle for interpretation of art (art knowledge) b. Transpedagogy, or education-as-art (knowledge as art) c. Art as a pedagogical instrument to other disciplines (art as knowledge of the world) 35 Regina Silveira Porto Alegre, Brazil, 1939. Lives in São Paulo, Brazil. Regina Silveira is widely known for her work about conventions of representation and decades of investigation of light and shade. Many of her works have a phenomenological approach, emphasising visual paradox and physical experience of more political or sociological issues. Shadows have complex implications in language and Silveira uses them to comment on power in Os Grandes (1981), for example, in which a group of characters resembling politicians or management cast huge sinister shadows; or Encontro [Meeting] (1991), in which each character projects a shadow of a weapon or threatening tool. In Paradoxo do santo [Saint’s Paradox](1994) Silveira contrasts an image of a small popular saint representing Santiago Matamoros with the shadow of an equestrian statue of the Brazilian military leader Duque de Caxias, to make a powerful comment about the two forms of domination in Latin America: military and religious. To be continued (Latin American puzzle) is a huge puzzle with pieces that fit together perfectly yet never manage to form a correct or complete overall image. Each one has stereotypical images of Latin America: Che Guevara, Carlos Gardel, the Virgin of Guadalupe, the equestrian monuments of the precursors of independence, mariachis, colonial churches, revolutionary guerrillas, pre-Colombian indigenous cultures, Andean animals, tropical fruit, Carmen Miranda, militarism... As Silveira puts it, “Assembling the puzzle inevitably forms open and chaotic narratives mixing different geographies, periods and cultures. It’s a work (which one might even call ‘touristic’) that shows the precarious gaze of the ‘other’ outsider, who at best only knows the stereotypes of our culture and ‘landscapes’”. Questions: “Every nation needs heroes.” This maxim is present in the vocabulary of most Brazilians. To a lesser or greater degree, each of us, in our everyday pursuits and aspirations, need heroes. It is very common to pick our parents to this duty. Lately, even the celebrities take up this role. Within the ambit of school there is also a field for many heroes. They could be the youth models, built by the students themselves when they popularize their colleagues or they could be the ones portrayed as references, constructed around the educators. Among the many categories of hero, one in particular is able to define the behavior of an entire nation: it’s the national hero, whose most basic characteristics constitute what makes him a reflection of the ‘soul’ of a nation. According to Cunha (1995) “The national hero transcends his uniqueness embracing what is believed to be the values of the nation he represents. (...) The national hero is never a fixed entity, but rather a reality in permanent construction, that is, a figure sufficiently flexible to be adjusted to new needs and justifications. We are talking here about posterity. What makes a hero a hero is the historical significance of his figure as a representative benchmark of a time, of a specific period in the life of a nation”1. In To Be Continued (Latin American Puzzle), Regina Silveira presents a puzzle built with known and stereotypical images of Latin America. We find images of Che Guevara, Pele, Carlos Gardel and the Virgin of Guadalupe. From stereotype to stereotype, what we can see is the presence of Latin American heroes. More importantly, we see the Latin American heroes popularized outside Latin America. What the artist does is to represent Latin America from a perspective that we might call “touristic.” And that is the construction of another Latin America. Invite the class to look closely at the work of Regina Silveira. Pass the board around and ask students to try and identify the figures that are there. After this process, ask students to present their discoveries. Let them speak. There is no need to order things now, just allow verbalization, memory and imagination. After a few minutes, ask the class what name they could give to this work. Write the suggestions on the board for all to see. Finally, reveal the name of the work and discuss with students the relationship between work/title. Invite them then to conduct the following activities: Activities: In search of an anti-hero Considering the observations above, discuss with the class what characteristics should a hero have today. Does he need to be beautiful? Intelligent? Cunning? Strong and dynamic? A leader? It must be a he, or it could be a she? After all, who occupies the post as the hero in contemporariness? Ask students to list possible contemporary heroes. After discussion, which will not be short – I assure you – ask, then, the class to present an 1 CUNHA, Luís. Entre ideologia e propaganda: a construção do herói nacional. JORNADAS INTERDISCIPLINARES PODER E SOCIEDADE, 2, Lisboa, 1995 – “Jornadas Interdisciplinares Poder e Sociedade”. Lisboa: Universidade Aberta, 1995. Available on http://hdl.handle. net/1822/6133 36 anti-hero. What features he should have and where he is situated in contemporariness? It would be the baker? The Athletics teacher? The postman? The neighbor who can tell jokes like no other? Where is the hero? Divide the class into groups. Ask each group to choose a national hero or a Brazilian political figure and make a comparative research of different representations of that person in different areas (monuments, portraits, statues, etc.). What does each picture and monument reveal to us? What “heroic” aspects are exaggerated or minimized? Which one could be considered a more reliable picture and why? Invite the class to get references from heroes in magazines and from the Internet in order to build a large puzzle of idols and heroes. You will be amazed with the result. Take this moment during building the puzzle to question them about their choices. Let everyone talk informally about what they like and about the paths that led them to this choice – is an excellent way to establish deeper links with the class and build self-esteem. Building Latin America Ask the group what is Latin America, what defines it and how it is constituted. What are its characteristics and its history. Ask students to research this topic and produce two sentences on Latin America. Propose that, individually, they gather iconographic material on the subject and bring it to the next class. For the following lesson, invite them to collectively build a vast Latin America puzzle, trying to connect a definition/concept/image to another. 37 Fernando Bryce Lima, Peru, 1965. Lives in Berlin, Germany. In a labour-intensive process of drawing that he calls “mimetic analysis”, Fernando Bryce reproduces pages of magazines, newspapers, leaflets, archive documents and state propaganda, the material in which Latin American reality has been written and which today is part of history. Tenuous line emphasises that the text is mediated by critical subjectivity and reminds us that drawing is always synthetic and that the artist’s gaze is selective against the photographic document. Bryce’s series can be seen as literally the rewriting of history and as reflections on the construction of the image of the nations of Latin America. As the critic Peio Aguirre says, “Many of Bryce’s drawings include texts and quotations, which introduce the allegorical aspect of the work of art in which the image is read as text and text as image. This leads to a fertile initial contradiction between the chosen subject (history) and the reproductive technique employed, which could mistakenly be read as a postmodern gesture of art as illustration of theory. But far from being a pessimistic way of indicating the end of history, Bryce urges us to look to the past with a political eye”. Questions: Ask students if they have ever been out of the country. If so, where have they visited? What did they learn about the country and its inhabitants before they visited? What more would they have liked to know before they left? If possible, print out several copies of a selection of pages from Fernando Bryce’s South of the Border. Ask students to review them in small groups. What do they notice about their content? What can they guess about the audience and the authors? What do students notice about the materials and methods the artist used to make these pages? Bryce re-created an illustrated pamphlet from 1958 published by the U.S. Department of Defense to introduce employees to Latin American countries they might visit during their tour of duty. He rendered these pamphlets entirely by hand with ink. What do students think about his choice to re-create the pamphlets exactly as they were without changing them – except by hand? Examine certain pages or selected passages together, such as: “How to make friends… the key rules in meeting the peoples south of the border are to treat them with normal courtesy and to develop real interest in them… be a little formal… respect a local pride.” Or: the page with an illustration of A Lake Parzcuaro Fisherman, one of several Mexican Indian types. What do students think about the way people “south of the border” are depicted in these pages? If possible, compare these passages or pages to more recent tourist pamphlets about Mexico and other Latin American cultures. How are they different? As one curator says about the artist: “Bryce reproduces by hand entire archives of written materials from government documents to tourist brochures. Through this laborious process of copying, he emphasizes the ways in which facts are constructed, history is reported, and culture is described. By physically reproducing these documents, he removes each piece of paper from the realm of fact and re-situates it into that of art.”1 What do students think the curator means by this statement? Do students agree with the curator’s assessment? Activities: Make a pamphlet about your own country For this activity, students in the class will work together to create a pamphlet about their own country. Discuss together as a class: What should a visitor know about their country? What advice would students give a visitor? What kind of tone would they like their pamphlet to take – ironic, earnest, factual? Next, brainstorm the necessary sections for the pamphlet and assign them to students. These sections could include: food, entertainment, customs, holidays, weather, physical environment, religion, language, ethnicities, history. Students should then write their sections and include visuals. Finally, they should share their results with a partner. Do the tones match up? What was difficult about writing their section? (For instance, was it difficult to generalize about the customs of a whole country?) What do they think tourist pamphlets accomplish or leave out? Research an archive For this activity, students will research an archive of old images or documents. They should be able to find these at a local library or on the internet. For instance, the 1 In http://www.cmoa.org/international/the_exhibition/artist.asp?bryce 38 New York public library has an extensive Digital Library (http://digitalgallery.nypl.org/nypldigital/index.cfm). But if they have trouble in these areas, they can even uncover old images or documents in their home – old family documents or photographs. Ask them to consider these questions as they research: What has changed since when these images or documents were made? What can they learn about the time when they were made just from looking at them? What new perspectives do people have on the world around them? Finally, ask them to somehow respond to their archival research in an art project. They can paint, photograph, sculpt, perform, or write something based on their research. 39 Juan Manuel Echavarría Medellín, Colombia, 1947. Lives in Bogotá, Colombia. Having “drowned in literary imagery” after a long career as a writer, Echavarría decided to devote himself to art in the mid-1990s. One of his first photographic series, called Corte de florero [Flower cut vase] (1997), made a formal reference to botanical drawings by European scientific travellers in America, but Echavarría’s very beautiful, formally elegant flowers were made from human bones, establishing a direct relationship between colonisation, segregation and violence. Echavarría’s work since then has been concerned with allegories of political violence in Colombia through its effects on society. In recent years, Echavarría has been working with what might euphemistically be called “actors in the conflict”: young ex-guerrillas or ex-paramilitaries in social rehabilitation programs, allowing them to express their experiences of war in paintings and drawings through a cathartic therapeutic operation which produces poignant images. Questions: Begin with the first frame of Juan Manuel Echavarría’s film projection, La Bandeja de Bolivar [The Bolivar’s Tray]. Ask students what they notice: about the object, the words, the object’s decoration, the framing of the image. What do they think the significance of the object could be? Tell them the title of the artwork and after making sure students know who Simon Bolivar is, ask them to connect it to the image. (Bolivar was a general who led revolutions against Spanish rule in South America in the early 19th century. He was the founder of the Republic of Gran Colombia and became its first president in 1821 but stepped down in 1830 after repeated uprisings.) led to violence and disruption. Ask students to look back at the projection and connect it to the recent history of Colombia. How does the projection’s meaning change? Sources: http://www.pbs.org/wnet/wideangle/episodes/ an-honest-citizen/map-colombia-cocaine-and-cash/ colombia/536/ http://www02.zkm.de/fastforward2/index.php?option =com_content&view=article&id=12:juan-manuel-echa varria&catid=2&Itemid=3&lang=en Activities: Transform an Object For this activity, students will transform an object, as Juan Manuel Echavarria did. First, they should choose an historical figure or event. Next, they should choose an object that can exemplify, stand-in for, or symbolize their figure or event. They should represent this object somehow – perhaps with a drawing, a photograph, by collaging a printed image of it, or by sculpting it – but they should be prepared to make copies of it by hand or through printing or photocopying for the next step. In the final step, they should transform that object through a series of changing frames in a way that they think says something symbolically about their figure or event. If they are working with a candle, for instance, they could make several photocopies of their candle image and in the add on to the flame of the candle in each frame until by the last it is a raging fire atop the candle. Ask students to discuss each other’s frames. What does the object and its transformation imply about the figure or event? Represent Your Country Ask students to design an object to represent their country. They should make these objects with clay and paint them. They should consider shape, size, text, color, imagery or decoration on the object. Compare the objects created by the class. How do they vary? What do they say about the country? Then, flip through the next nine frames of the projection, asking students what they notice along the way. http://www.jmechavarria.com/gallery_bandeja.html Compare the first frame to the last. What has happened in this projection? What could be the symbolic significance? In recent history, Echavarría’s home country of Colombia has been embroiled in a decades-long civil war. The country produces 80 percent of the world’s cocaine supply and drug trafficking associated with cocaine has 40 Melanie Smith / Rafael Ortega Poole, England, 1965. Lives in Mexico City. Mexico City, Mexico, 1965. Lives in Mexico City. Melanie Smith’s work involves the use of a variety of media – painting, photography, video, installation – as a way of presenting a wide range of temporal and visual views of the same subject: aerial photographs and moving images, records of the everyday life of the city, different degrees of urbanisation, colour saturation in the urban landscape, and other subjects. Smith and Rafael Ortega’s collaborative work began in 1995 and concentrates on works involving the moving image, due to Ortega’s film background. Their works are deeply embedded in urban experience and its visual imagery as a ongoing research into the picture space and the legacy of modernist painting in the light of the effects of capitalism and the contexts of Mexico City, where Smith moved to in 1989. “I feel I am always trying to subvert the abstract,” she says. Spiral City (2002), one of their most emblematic works, is a macroscopic view of Mexico City, filmed from a helicopter, in which the gradual distancing of the camera suggests a process of erosion of the landscape, which takes on a sculptural appearance. Questions: Ask students to look together at the film still from Estadio Azteca [Aztec Stadium] by Melanie Smith and Rafael Ortega. What do they notice about it? What can they tell about the way Smith and Ortega made this film? What associations do they have with the image that is created from the mosaic of boards? (If students do not recognize it, make sure they know that this is an image of Aztec art). For their experimental film, Smith and Ortega worked with 3,000 students in the Estadio Azteca, a stadium in Mexico City. The students worked together to display famous images of Mexican emblems, heroes, and history. Ask students if they have ever seen people create images like this before – using mosaic-like parts. If so, where and of what? Smith notes that often this technique is used at sporting events in Mexico, but often to display sports-related images. Curators consider these ironic commentaries. Why do you think they say this? Why do students think Smith and Ortega chose to use an image like the one in this still? What is the significance of an image like this being held up by 3000 students in a stadium? In an interview during which Smith1 was planning this project, she said: “The children will be lifting and lowering the pieces at different moments, which refers to the disintegration of the nation.” Ask students to consider this quote. What do they think Smith means? Ask students which images they would choose from their country and its history for a film like this. Ask them to explain their reasons for these choices. Activities: Historical Images For this activity, students will make an artwork based on historically important images from their own country. First, ask students to think about which images they most associate with their country. These could be images from their school textbooks, images of famous artworks, or images of ancient objects or artifacts, among other options. Once students have brainstormed these images, they should print or copy them from books, magazines, or the internet. Using these images, they should create a new artwork. This artwork could be a collage of cut and pasted parts of the images or it could be a painting that copies just one aspect or part of an image. Encourage students to combine these historical images with more contemporary images of sports, consumer goods, or entertainment figures. Their final products should attempt to be “ironic commentaries” on the historical images. Share the students’ artworks. How are the works commentaries on the history of their country? Historical Images, Part II For this extension of the above activity, students should explore the historical images they have brainstormed in writing. Each student should choose an historical image and use it as a jumping-off point for an essay that critiques or comments upon contemporary society in their country. For instance, Smith’s choice of the Aztec art image may launch an essay about the relationship between ethnicities within Mexican society or the quality of care given to national artifacts or even a critique of history instruction in the Mexican education system. Students should present their critiques and/or commentary to the class while projecting or displaying their image. Can students see the connection between the image and the writing? What role do historical images play in our contemporary policies and culture? 1 In http://www.rufino.mx/2010/11/visitas-melanie-smith/ 41 Cristina Lucas Jaén, Spain, 1973. Lives in Madrid, Spain, and the Netherlands. Cristina Lucas’s work addresses the subject of religious, political or patriarchal power from several perspectives, using humour as a strategy to avoid falling into denunciation or pamphleteering, and conducting her criticism from a feminist standpoint. Several of her works relate to issues of nation and particularly the relationship of cartography with economics, political autonomy, and difference. She singles out elements with connections between the ideological systems of western societies, such as maps (which she describes as “drawings made by history”), monuments or great paintings, demonstrating the latent ideological bias in the societies producing these cultural artefacts. In her cartographic work, Lucas suggests an alternative atlas of the world that would relate more to the ways in which social relationships are structured than to the traditional political divisions conveyed by abstract boundaries that define political autonomies, stating, “I try to create an undefined map of the gaps in the existing structures of power, education and art”. Questions: Look together at the video stills for Pantone. What do students notice about the images? The colors are derived from the Pantone set of colors. (Pantone is a corporation that has systematized the selection of colors for paint and other purposes.) Every time a nation changed its identification or name, Lucas changed the color of its area to a different Pantone color. Based on this information, ask students to identify the areas of the map where the nations expanded, shrank, or took on new national identities and ask them to speculate on why. About the map animation, Lucas says: “As it has its own life, like a viral organism, it spreads and occupies all the recognizable surface of land on planet Earth. Everything happens at the same moment with no Hierarchy. What is very important in terms of our own history may be comparatively little on a global scale. It is impossible for us to apprehend the tireless effort of societies to move borders and create new national identities (from Cartografias in Mercosul file).” Ask students what they think Lucas means when she says there is “no Hierarchy” in this version of history. In what ways do students think history is usually recounted in a hierarchical way? Activities: Performing/Narrating History Pantone has a live performance aspect to it, as well – though students will not be able to experience it. For this activity, students will re-enact the performance aspect of Pantone. Tell students that these are versions of world maps. Ask them to identify a country and compare its coloration and shape in the images. What changes from one image to the next? In the performance that accompanies this work, a group of historians, each an expert on a specific part of the world, explains the significance of the colored shapes and the changes they undergo over time in coordination with the timing of the film. (In other words, at AD 500, all the changes at that time are being described.) However, all of the historians give their explanations at the same time, resulting in cacophony. The artist Cristina Lucas has created an animated video that shows the world’s nations and their geopolitical changes over the course of 2,507 years – beginning in 500 BC and ending in AD 2007. In the animation, every year is represented by one second, providing an overview of most of the political history of humanity in just over 40 minutes. Ask students what this performance would add to their appreciation or understanding of Lucas’s work. Then ask them to divide into groups by region or continent. In their group, they should research and write a narration for their assigned area of the globe. They should mark what the group “narrator” will say for each 500 year marker – 500 BC, AD 0, AD 500, AD 1000, and so on. The first video still is from the year AD 1000. The second is from the year AD 1700. Ask students to use the images as a guide to think about what changed in terms of national borders and identification between AD 1000 and 1700. Ask them to make educated guesses about what caused these changes. Finally, the groups will stand up all together and read their narrations in sync. Ask students what the effect of this performance is on their perception of history. Were there any surprises or matters of confusion? Look back at Lucas’s quote about “hierarchy” and discuss it in the context of this performance. What shapes do students recognize from these images, if any? 42 Animating History As a follow-up to the activity above, students will create an animated version of their region’s history. A map is one way to convey something about history. Ask students to brainstorm other ways to communicate history visually. For instance, changing flag designs, political figures, methods of warfare, even words that are important to a nation, can communicate much about its evolution. Then, challenge them to decide within their group how else they could represent their narrative visually. Tell them that for this activity, they will create an animation for their region or continent’s history from 500 BC to AD 2007 the old-fashioned way. They will draw their visual history on separate pieces of paper that change only slightly from one to the next so that, when the pile of drawings is flipped through rapidly, a story is told. Share the students’ final flipbooks, or animated histories. How did they choose to represent the changes? How did these aspects change over time? 43 FUNDAÇÃO BIENAL DO MERCOSUL Conselho de Administração Jorge Gerdau Johannpeter – Presidente Justo Werlang – Vice-Presidente Adelino Raymundo Colombo Elvaristo Teixeira do Amaral Eva Sopher Evelyn Berg Ioschpe Francisco de Assis Chaves Bastos George Torquato Firmeza Hélio da Conceição Fernandes Costa Hildo Francisco Henz Horst Ernst Volk Ivo Abrahão Nesralla Jayme Sirotsky Jorge Polydoro Julio Ricardo Andrighetto Mottin Liliana Magalhães Luiz Antonio de Assis Brasil Luiz Carlos Mandelli Luiz Fernando Cirne Lima Mauro Knijnik Paulo César Brasil do Amaral Péricles de Freitas Druck Raul Anselmo Randon Renato Malcon Ricardo Vontobel Sérgio Silveira Saraiva Sergius Gonzaga William Ling Conselho Fiscal Jairo Coelho da Silva José Benedicto Ledur Ricardo Russowsky Mário Fernando Fettermann Espíndola Rudi Araújo Kother Wilson Ling 8ª BIENAL DO MERCOSUL Diretoria Executiva Luiz Carlos Mandelli – Presidente Beatriz Bier Johannpeter – Vice-Presidente André Jobim de Azevedo – Diretor Jurídico Ana Luiza Mariano da Rocha Mottin – Diretora de Publicações Anete Maria Abarno Peres – Diretora Municipal Antônio Augusto Pinent Tigre – Diretor de Marketing Claudio Teitelbaum – Diretor de Qualidade Gaudêncio Fidelis – Diretor Estadual Heron Charneski – Diretor do Núcleo de Documentação e Pesquisa José Paulo Soares Martins – Diretor de Captação Justo Werlang – Diretor Conselheiro Léo Iolovitch – Diretor Institucional Mathias Kisslinger Rodrigues – Diretor Administrativo / Financeiro Patrícia Fossati Druck – Diretora Adjunta Renato Nunes Vieira Rizzo – Diretor de Espaços Físicos Roberto Schmitt-Prym – Diretor Estadual Telmo Netto Costa Júnior – Diretor de Redes Sociais Equipe Curatorial José Roca – Curador Geral Alexia Tala – Curadora Adjunta Cauê Alves – Curador Adjunto Paola Santoscoy – Curadora Adjunta Pablo Helguera – Curador Pedagógico Aracy Amaral – Curadora Convidada Fernanda Albuquerque – Curadora Assistente Projeto Pedagógico Mônica Hoff – Coordenadora Geral Gabriela Silva – Coordenadora Operacional Carina Levitan e Liane Strapazzon – Produtoras Ana Paula Monjeló e Júlia Coelho – Assistentes Ethiene Nachtigall – Coordenadora de Produção /Curso de Mediadores Karina Finger e Juliana Costa – Assistentes / Curso de Mediadores Cursos para Professores André da Rocha, Estêvão Haeser, Diana Kolker e Jorge Bucksdricker – Educadores Material Pedagógico Pablo Helguera – Concepção Mônica Hoff – Organização Jackie Delamatre, Mônica Hoff e Pablo Helguera – Textos Clara Meirelles, Clodinei Silva, Gabriela Petit, Martin Heuser e Nick Rands – Tradução Design e Diagramação Marília Ryff-Moreira Vianna e Rosana de Castilhos Peixoto