Projeto Pedagógico MATERIAL PEDAGÓGICO Caderno de Arte Porto Alegre, 2011 Catalogação Fundação Bienal de Artes Visuais do Mercosul (NDP – Núcleo de Documentação e Pesquisa) Material Pedagógico 8ª Bienal do Mercosul – Caderno de Artes / Organização: Pablo Helguera e Mônica Hoff; tradução de Clara Meirelles, Clodinei Silva, Gabriela Petit, Martin Heuser e Nick Rands. Porto Alegre: Fundação Bienal de Artes Visuais do Mercosul, 2011. 44 p.: 21 x 29,7 cm – (8ª Bienal do Mercosul) Textos em português, espanhol e inglês. 1. Arte contemporânea. 2. Educação e Arte. 3. Exercícios pedagógicos. 4. Artistas 8ª Bienal do Mercosul. 5. Pablo Helguera. 6. Fundação Bienal de Artes Visuais do Mercosul. CDD 370.71 CDU 73:37 Ensaios de Geopoética José Roca, curador geral A 8a Bienal do Mercosul está inspirada nas tensões entre territórios locais e transnacionais, entre construções políticas e circunstâncias geográficas, nas rotas de circulação e intercâmbio de capital simbólico. O título se refere às diversas formas que os artistas propõem para definir o território, a partir das perspectivas geográfica, política e cultural. As bienais são eventos primordialmente expositivos, que ativam a cena artística de uma cidade durante períodos relativamente curtos. Contudo, além de serem recorrentes, são descontínuas – e esse é seu lado fraco: nos períodos entre uma bienal e outra usualmente não acontece nada, ou bem pouco, em termos de ativação da cena artística local. A 8a Bienal do Mercosul tenta responder à seguinte pergunta: é possível fazer uma bienal cuja ênfase não seja exclusivamente expositiva? Nossa proposta inclui estender a ação da Bienal no espaço e no tempo. E propõe entender o tema escolhido não apenas como um marco conceitual para ler a produção artística contemporânea, mas como uma estratégia de ação curatorial, sugerindo a Bienal como uma instância de criação e consolidação de infraestrutura local. A 8a Bienal enfatiza o componente educativo – diferencial da Bienal do Mercosul em relação a outras bienais – ao envolver o curador pedagógico na própria concepção do projeto curatorial. Traz, assim, os componentes da curadoria como oportunidades para articular o projeto pedagógico e, desse modo, transcender a tríade convencional interpretação-mediação-serviço, que caracteriza as ações educativas em bienais e museus. 5 O campo expandido da pedagogia Pablo Helguera, curador pedagógico A presente coleção de Cadernos para Professores da 8ª Bienal do Mercosul tem o objetivo de oferecer ferramentas para várias disciplinas do ensino básico e médio. Para tanto, foram selecionadas áreas de conhecimento que estão vinculadas de alguma forma aos interesses e temáticas presentes nas obras dos artistas participantes dessa Bienal, assim como aos temas principais que englobam o projeto curatorial da atual edição. a. A pedagogia como veículo de mediação da arte (o ensino de arte em si ou a apreciação da arte); A premissa curatorial da 8ª Bienal do Mercosul propõe uma reflexão em torno dos dispositivos culturais, políticos e sociais que contribuem para a construção do imaginário de nação e de metarregião. Partindo do termo “Mercosul” que denomina uma região econômica e do qual a própria bienal tomou o seu nome, a proposta curatorial procurou questionar: como se constrói um país? De que forma a ideia de nação contribui para determinar como nos percebemos e como percebemos o nosso povo em relação aos outros? Qual o papel dos processos artísticos na fabricação da iconografia nacional? Esta série de cadernos, criados para as diversas disciplinas, procuram cumprir esses três objetivos da seguinte forma: Uma vez que as obras e a reflexão curatorial desta bienal estão ligadas à ideia de repensar a noção de território, o projeto pedagógico também segue um caminho semelhante propondo uma revisão do próprio campo da pedagogia na arte. Reconhecemos, assim, que a pedagogia da arte – e, em particular, como ela é aplicada em museus e bienais – é um campo que, tradicionalmente, limita seu potencial tanto no conteúdo quanto na prática. Em relação ao conteúdo, predomina ensinar arte para entender arte e não para entender o mundo; em relação à prática, predomina o ensino como distribuição de informação e não como gerador de consciência crítica. b. A transpedagogia, ou o processo de aprendizagem como obra de arte (o processo de conhecer como arte); c. A arte utilizada como instrumento pedagógico para obter um maior conhecimento do mundo (a arte para o conhecimento do mundo). 1. Proporcionando informação sobre os artistas, conceitos artísticos e contexto histórico da obra, e assim oferecer uma maior apreciação da mesma; 2. Sugerindo una série de atividades que reproduzem processos artísticos, porém com objetivos educativos; 3. Utilizando as obras de arte como ponto de partida de debates, reflexão e aprendizagem em torno a esses outros campos de estudo, tais como a história, a geografia, a linguagem e as ciências políticas. Esperamos que este material ajude, em alguma medida, para facilitar a abordagem de diversos conceitos em sala de aula e que estimulem, também, a criatividade, o debate e a comunicação, não apenas em relação à arte contemporânea, mas à nossa realidade contemporânea em toda sua extensão. Considerando esses aspectos, o componente pedagógico da bienal propõe, num intento metafórico, “reterritorializar” o campo da pedagogia no âmbito das artes visuais por meio de três tipos de implementação: 7 Miguel Luciano São João, Porto Rico, 1972. Vive em Nova Iorque, EUA. A famosa insurreição conhecida como o Grito de Lares, em 1868, significou o início de um processo que eventualmente levaria à independência de Porto Rico, a qual durou pouco, pois os Estados Unidos, nesse momento, em plena expansão imperialista, ganharam o controle da ilha em 1898, como resultado da guerra contra a Espanha. Desde então, Porto Rico vem mantendo uma ambígua condição nacional que hoje se expressa no status de “Estado Livre Associado”, no qual a moeda e o passaporte são norte-americanos, mas ainda mantém o idioma espanhol e a cultura caribenha. Dessa última, particularmente a música popular, parece ser um dos últimos espaços de resistência cultural dos porto-riquenhos diante do avanço irrefreável da cultura de massas norte-americana na ilha. Miguel Luciano toma traços típicos da cultura boricua, os singulariza e propõe obras cheias de humor, em que frequentemente o público é convidado a participar. Muitas das suas obras são apresentadas no contexto das comunidades de porto-riquenhos nos Estados Unidos, que nasceram ou cresceram lá com a nostalgia de uma ilha idealizada que é evocada a partir de fragmentos descontextualizados. Luciano apropria, combina e transforma jogos e ditados populares, comidas de rua e imagens religiosas, “Misturando nostalgia tropical com [elementos] urbanos (...) [que] assinalam a incapacidade das comunidades transplantadas de recriar seu passado”. Questões: Em primeiro lugar, discuta com os estudantes que materiais eles geralmente associam com a produção de arte. Os artistas podem produzir arte usando materiais normalmente não considerados como materiais de arte? Os estudantes já viram isto ser feito? Por que razão um artista faria isto? modo que fica apodrecendo dentro do invólucro prateado. Pergunte aos estudantes como este conhecimento muda a perspectiva que eles tinham da peça. Miguel Luciano é um artista porto-riquenho que frequentemente faz trabalhos artísticos que se referem à sua cultura. Façam uma pesquisa sobre a bananeira verde (plantain). Por que os estudantes pensam que Luciano escolheu este assunto para a sua obra de arte? Se os estudantes fossem escolher um pingente para se referirem à sua cultura, qual seria e por quê? Compare o Pure Plantainum com Machetero Air Force One’s / Filiberto Ojeda Uptowns [Machetero Air Force / Homenagem a Filiberto Ojeda], a outra obra de Miguel Luciano presente nesse caderno. De que modo Luciano usou o objeto que se encontra nesta peça? Neste trabalho, ele modificou um par de sapatos esportivos Nike para prestar homenagem a Filiberto Ojeda, o líder dos Macheteros que foi assassinado. Os Macheteros são um grupo de nacionalistas porto-riquenhos que têm feito campanha por um Porto Rico independente, desde a década de 1970. Porque os estudantes pensam que Luciano escolheu um par de sapatos esportivos para fazer essa homenagem? Como isto é diferente de apenas pintar um retrato ou construir uma estátua? Fonte: http://www.miguelluciano.com A seguir, olhem para o Pure Plantainum [Puro Plantainum] de Miguel Luciano. O que os estudantes percebem? Como este pingente difere de um pingente normal? Que outros pingentes eles já tinham visto? Compare e faça o contraste. Esta escultura, na realidade, é uma banana verde (plantain) banhada em platina e pendurada num colar de 8 Machetero Air Force One’s / Filiberto Ojeda Uptowns, 2007 Vinil e tinta acrílica sobre tênis | Vinilo y pintura acrílica en zapatillas de deporte | Vinyl and acrylic on sneakers 12" x 5" x 12" Foto | Photo: Miguel Luciano Pure Plantainum, 2006 Banana verde banhada em platina | Plátano verde bañado en platino | Green plantains, plated in platinum Dimensões variáveis | Dimensiones variables | Dimensions variable Foto | Photo: Miguel Luciano Atividades: Esculturas de Objetos Encontrados Nesta atividade, os estudantes devem criar as suas próprias esculturas de objetos encontrados. Eles devem iniciar escolhendo um objeto que é importante para eles ou para a sua comunidade. Para Luciano eram as bananeiras verdes e pares de tênis. Eles devem pensar em objetos que tenham poder simbólico ou efeito surrealista, depois, devem trazer um desses objetos e, a seguir, pensar sobre uma maneira pela qual eles podem transformar este objeto. Eles podem querer pintá-lo, como Luciano fez com o par de sapatos esportivos Nike, ou adicionar elementos esculturais, como na série Pure Plantainum dele. De um modo ou de outro, a sua transformação deve fazer um comentário sobre o simbolismo ou a história do objeto de uma maneira significativa. Essas palavras ou frases podem vir de outdoors, jornais, tatuagens ou de qualquer outro lugar. Essas palavras ou frases podem também ser faladas. Eles devem trazer as palavras e frases para a sala de aula no último dia da semana e considerar o que elas podem ter em comum, as que os atingiram mais profundamente, as que eles gostam de escutar quando ditas em voz alta. Finalmente, eles devem rearranjar as palavras e frases formando um poema, acrescentando palavras extras, se for preciso. Leia os poemas em voz alta. Os estudantes conseguem reconhecer que palavras foram “encontradas” e quais foram “inventadas”? Os poemas encontrados evocam o ambiente dos estudantes? Como, ou como não? As esculturas devem ser compartilhadas em aula. Elas são surpreendentes, sérias ou tristes? O que elas comunicam sobre o artista ou a sua cultura ou a sua comunidade? Poesia Encontrada Nesta atividade, os estudantes devem fazer “poesia encontrada”. Ela será uma analogia às esculturas ou instalações de objetos encontrados. Determine aos estudantes que passem uma semana escrevendo as palavras ou frases que encontrarem no seu ambiente. 9 Eduardo Abaroa Cidade do México, México, 1968. Vive na Cidade do México. Eduardo Abaroa utiliza objetos e materiais do cotidiano para construir esculturas que, através do humor e da estranheza, colocam o espectador diante de elementos que lhe são familiares, mas que abrem um terreno de operações estéticas e associações inesperadas. Esses materiais provêm de lojas e vendedores na cidade do México, uma metrópole inundada por comerciantes de todas as escalas, e por objetos provenientes de todo o mundo. O comércio informal produz um fluxo de objetos disponíveis que mudam com grande velocidade, o que na obra de Abaroa aponta para um interesse pelas possibilidades formais desse fato, assim como para uma inevitável relação com o mercado e as políticas da globalização. Suas obras variam em tamanho, desde esculturas muito pequenas até grandes instalações e ações em espaços abertos. Em anos recentes, seu interesse centrou-se na cartografia e nas formas de representar o território, estendendo-se a questões do uso da terra e suas implicações políticas e culturais. lembradas da passagem do tempo.”1 Os estudantes acham que este pode ter sido o objetivo de Abaroa? Se eles acham isto, por quê? O que mais poderia Abaroa ter pintado nos páraquedas? Como isto teria mudado o significado e/ou o efeito da obra de arte? Questões: Olhe, com os estudantes, a imagem do trabalho Diario Aéreo [Diário Aéreo] que se encontra nesse caderno. Ou, se preferir, as várias imagens que se encontram no seguinte endereço http://www.artbaselmiamibeach.com/go/id/ikf/ O que eles percebem nelas? Alguma vez eles já viram algo assim? Se já viram, o que é diferente nessas imagens? Para este projeto, o artista mexicano Eduardo Abaroa ofereceu passeios gratuitos de pára-quedas rebocados por uma lancha aos visitantes de um festival de arte em Miami. Porém, contrastando com os pára-quedas multicoloridos típicos que são sempre vistos na praia, Abaroa criou três pára-quedas pintados cada um com o nome do dia da semana em que ele os iria usar. O que os estudantes pensam sobre esta decisão de pintar os pára-quedas com o nome do dia da semana? O que eles pensariam se fossem visitantes e vissem o pára-quedas a partir do solo? Que associações eles fariam com essa visão? Que perguntas fariam a respeito dela? Um crítico disse que “as pessoas deitadas tomando banho de sol só teriam que olhar para cima para serem 1 In http://www.theartnewspaper.com/articles/Up%20where%20the%20air%20 is%20clear/19817 10 Atividades: Arte Performática Nas performances, as ações dos artistas se transformam em suas obras. Compartilhe uns dois exemplos de performances com os estudantes, tais como The Artist is Present [O Artista está Presente] de Marina Abramovic (in http://www.moma.org/visit/calendar/exhibitions/965), por exemplo. O que os estudantes acham empolgante sobre a arte performática? O que eles acham surpreendente? Como essas performances comunicam um significado? A seguir, peça a eles que pesquisem a história da performance. Eles devem selecionar uma performance da história da arte performática e reapresentá-la para a classe. Para isto eles terão que fazer algumas alterações (e eles certamente devem escolher uma performance que seja segura de conduzir). O que eles aprenderam com a experiência de re-encenar aquela peça? O que foi difícil nela? O que foi surpreendente? Diario Aéreo, 2009 Fotografia | Fotografía |Photo 11 Eugenio Dittborn Santiago do Chile, Chile, 1943. Vive em Santiago do Chile. Eugenio Dittborn é um artista que questiona os meios de comunicação dos quais se vale a arte, desde o seu suporte físico ao seu suporte teórico. Esse questionamento se manifesta de forma mais explícita nas suas pinturas Aeropostales [Aeropostais], iniciadas em 1983, quando o artista dobrou “quatro vezes um grande papel de embrulho, e descobriu ao abri-lo que ele estava quadriculado por suas dobras”. Dittborn desenvolveu um interesse pela memória que a obra armazena ao ser dobrada e estendida novamente para ser exposta. Dittborn decidiu fazer do transporte da obra em um envelope uma extensão da própria obra, dialogando assim com a tradição da arte postal. Em um texto descrevendo o projeto intitulado Correcaminos [PapaLéguas], Dittborn afirma sobre as suas obras: “ver uma pintura aeropostal é ver entre duas viagens.” de ser pintura e se torna algo distinto. Dittborn é um artista politicamente engajado cuja obra é uma profunda reflexão sobre seu momento social e cultural na América Latina. De que forma as imagens em suas obras fazem referência a esses temas? Dittborn adota uma abordagem multi-disciplinar na pintura, incorporando serigrafia, colagem e inserções têxteis, e apropriando-se de uma grande variedade de imagens que vão desde fotografias de jornal à caricatura, da referência explícita ao evento político ao absurdo e enigmático. As modificações constantes da obra, causadas pelos efeitos de seu envio pelo correio, são também uma forma de Dittborn desafiar a noção de que uma pintura deve chegar a um ponto conclusivo de criação. Mais uma vez o artista escreve: “Felizmente é tarde para se escrever aqui hoje sobre como concluir uma pintura; só se pode dizer que nenhum progresso é possível na pintura sem aprofundar-se e é somente ao aprofundar-se que é possível pintar sem afundar-se.”1 Questões: Inicie uma discussão com o grupo sobre a relação entre a arte e o correio. De que maneira o envio de uma obra pelo correio modifica ao modo como ela é percebida? Que comentários o artista está fazendo sobre a história da pintura? Em que momento uma pintura deixa 1 ”Se ha hecho afortunadamente tarde para escribir hoy aquí acerca de cómo concluir una pintura; sólo puede decirse que no es posible avanzar en pintura sin hundirse y que solo al hundirse es posible pintar sin hundirse.” 12 Atividades: Projeto de Correspondência Inicie um projeto de correspondência entre os alunos. Os endereços de todos os alunos serão coletados em uma lista. Cada aluno fará um desenho anônimo, cada desenho será colocado em um envelope e enviado ao acaso a algum dos endereços da lista. Ao receber o desenho cada aluno terá a liberdade de alterá-lo como preferir, após o qual os desenhos serão colocados novamente em envelopes e enviados ao acaso para um dos endereços. Esse processo pode ser repetido indefinidamente. Após a conclusão do processo será solicitado aos alunos que tragam os desenhos para expô-los em uma parede para que os resultados sejam analisados em grupo. Projeto de colagem Peça que cada aluno traga para a aula vinte imagens retiradas de revistas ou outras publicações, todas em preto e branco. As imagens podem ser ampliadas com uma fotocopiadora. Todas as imagens serão colocadas sobre uma mesa. Cada aluno será convidado a realizar uma colagem utilizando de 5 a 10 imagens que juntas formem uma história. Altura del Hueso nº 162, 2004 210 x 280 cm Tintura, cetim, costura e fotoserigrafia sobre 2 pedaços de tecido Duck | Tintura, polygal, satén, hilván y fotoserigrafía sobre 2 Paños de Loneta Duck | Tincture, sateen, stitching and photosilkscreen on 2 Sections of Duck Fabric Itinerário | Itinerary: Santiago de Chile, 2004 / Miami, USA, 2004 / Santiago de Chile, 2005 / Santiago de Chile, 2007 Coleção | Colección | Collection Tomás Dittborn Cortesia | Cortesia | Courtesy Eugenio Dittborn & Alexander and Bonin, NY Foto | Photo: Miguel Etchepare Maurice & Jorge Brantmayer 13 Carlos Pasquetti Bento Gonçalves, Brasil, 1948. Vive em Porto Alegre, Brasil. Pertencente a uma geração eminentemente experimental dos anos 1970, Pasquetti tornou-se conhecido por seus desenhos, Super-8 e fotografias seriais dessa década, contendo alusões diretas ou ambíguas à situação de exceção em que se vivia à época, em que se falava por meias palavras ou códigos a grupos extremamente reduzidos de interessados nesse tipo de trabalho. O artista tem realizado obras ambientais e instalações que remetem de forma poética à agilidade do expor e do levar, ou a uma visualidade plena de signos enigmáticos que cultivou ao longo dos anos. Personaliza, ao mesmo tempo, com sua obra, uma trajetória apoiada no universo limítrofe entre a pintura e objetos tridimensionais, questionando sempre o “conteúdo móvel”, como diz ele, assim como “a ideia da ação e o deslocamento do próprio trabalho e sua inserção em espaços e situações”. Questões: A produção de arte no Brasil, sobretudo, no período em que Carlos Pasquetti realizou Espaço para esconderijo (1973/1974) foi diretamente influenciada pela situação de censura imposta pela ditadura militar. Ainda que as artes visuais não tenham sido o foco principal da censura, a arte produzida na época não poderia passar incólume à ideia de ordem e silêncio imposta pelo governo brasileiro. rapidamente uma história para aquela imagem. Deixe que falem, estimule a sua curiosidade. Mostre então outras imagens que, formalmente, apresentam relação com a primeira. Solicite que façam o mesmo. Não esqueça de pedir que eles dêem nomes às imagens. Após as discussões, pergunte se algumas delas poderia ser uma obra de arte e por que. Revele, então, ao grupo a identidade da imagem com a qual estamos trabalhando. Conte apenas que se trata de uma obra de arte e que foi feita nos anos 70 e proponha que a turma se divida em dois grupos cabendo ao primeiro investigar os fatos históricos que ocorreram no Brasil no período de realização da obra, e ao segundo que investiguem o que se estava produzindo em termos de arte no mesmo período mundo a fora. O objetivo é que apresentem uma interpretação da obra a partir de suas investigações. Talvez esse processo dure duas ou três aulas, e assim deverá ser, não se preocupe. Incentive-os a irem a biblioteca da escola, a pesquisarem na internet, a conversarem com suas famílias e outros professores. Após as apresentações, revele o título do trabalho e proponha que cada aluno desenvolva um projeto a ser realizado no bairro, levando em consideração o que foi discutido em grupo. Para isso, reforce a discussão mostrando outros exemplos de land art. E lembre que o trabalho de Carlos Pasquetti acontece (para nós) quando unimos a imagem ao título, sem essa relação ele não existe. Na mesma época, no hemisfério norte, surgia a Land Art, um tipo de arte em que a natureza, ao invés de prover o ambiente para a realização/apresentação de uma obra, é ela própria proposta como obra. O que, a princípio, parecia não ter relação direta, se transformou num prato cheio para os artistas latinoamericanos que, se apropriaram da natureza como cenário para suas investidas poético-políticas. Em sua obra Carlos Pasquetti fez uso desses dois fatores nos oferecendo um monte de feno no campo que, na verdade, é um espaço para esconderijo. E quem dirá que não? Comece a aula mostrando a imagem Espaço para esconderijo aos estudantes. Peça ao grupo que construa 14 Atividades: Arte Efêmera Projeto de obra efêmera: proponha à turma que elabore um projeto de obra efêmera. Para tanto, recupere e apresente ao grupo exemplos de artistas que têm a efemeridade como elemento central em seus trabalhos. Diga que se trata de uma proposta que deve deve ser pensada para um local específico, durar um certo tempo e que não pode ser desmontada, pois a ideia do trabalho é justamente que ele vá desaparecendo sozinho. Do contrário não estarão propondo algo efêmero, mas algo que quer parecer efêmero. Espaço para Esconderijo, 1973/1974 Fotografia I Fotografía I Photo Paisagem Modificada Estude com os seus alunos maneiras em que a paisagem é modificada gerando símbolos/imagens (exemplo: jardins japoneses e franceses). Compare-os com a produção de arte do fim dos anos 60 e início dos 70, chamada de Land Art. Convide-os a debater. Questione-os sobre as especificidades de cada situação. Por fim, convide-os a irem ao pátio da escola. Lá, proponha que projetem e construam obras utilizando objetos e materiais encontrados no local. 15 Tatzu Nishi Nagoya, Japão, 1960. Vive em Berlim, Alemanha, e Tóquio, Japão. Tatzu Nishi é mundialmente conhecido por criar novos ambientes e produzir contextos em que a relação que os cidadãos estabelecem com monumentos históricos se aproxima do campo privado. A partir de andaimes e estruturas provisórias de construção, que permitem que o público tenha acesso aos monumentos de outro ponto de vista, o artista produz salas de estar mobiliadas e quartos de hotel em que fragmentos de monumentos públicos e ícones religiosos se tornam adornos de mesas de centro e enfeites domésticos. De modo bem-humorado, sua obra ressalta pequenos elementos dos monumentos que passam despercebidos no cotidiano, além de atribuir novos sentidos às estátuas. Ao lançar um olhar descontraído e irreverente aos ícones urbanos, sua obra rompe com a formalidade e com o modo distanciado com que essas obras aparecem na cidade. Ao vermos os monumentos pomposos a partir de um patamar mais igualitário, ou seja, eliminando as bases das estátuas, o público estabelece uma relação informal e menos aurática com o patrimônio histórico. Tatzu Nishi vem produzindo trabalhos em que rearticula mobiliários urbanos, luminárias públicas e experiências com guindastes. Realizou também projetos no interior de instituições museológicas, nas quais criou contextos banais para obras modernas, inserindo, por exemplo, uma cozinha completa ao redor de uma pintura e proporcionando um contato nada usual com a história da arte. a praça e a estátua ao construir um quarto de hotel ao redor dela? Tatzu Nishi fez trabalhos por todo o mundo usando método semelhante. Ele constrói um espaço doméstico ao redor de um monumento público, uma obra de arte ou mesmo um poste de luz. Segundo um revisor, “Ele incorpora estas estruturas familiares préexistentes para dentro de domínios íntimos temporários, forçando-nos a reconsiderar as divisões entre público e privado e mudando a sua mensagem heróica.” Pergunte aos estudantes o que eles pensam sobre esta citação. Como Nishi muda a mensagem “heróica” da estátua de Barrios e em que ela se transforma, depois disso? Por que os estudantes pensam que Nishi escolheu cômodos domésticos para construir ao invés de outros tipos de estruturas ou mesmo tipos de arquiteturas? Como o seu trabalho teria um diferente significado com diferentes tipos de cômodos ou diferentes estruturas construídas? Questões: Em primeiro lugar, peça aos estudantes que discutam o papel dos monumentos públicos em sua área. Que monumentos públicos há nela? Os que eles representam para o público se representam alguma coisa? Qual é a importância da arte pública, de modo geral, numa cultura? Então, observem a obra The Merlion Hotel [Hotel Merlion]. O que os estudantes percebem? O que é surpreendente nela? Como os estudantes acham que o artista pode ter feito a sua obra de arte? Esta obra foi construída recentemente, por ocasião da Bienal de Arte de Cingapura, ao redor de um momumento nacional cingapurense. Como Tatzu Nishi mudou 16 The Merlion Hotel, 2011 Bienal de Singapura, Singapura I Bienal de Singapur, Singapur I Singapore Biennale, Singapore Foto | Photo: Tatzu Nishi Atividades: Pesquise e Reaja a um Monumento Público Nesta atividade, os estudantes devem pesquisar e reagir a um monumento público na sua própria cidade ou país. Primeiramente, eles devem debater sobre os monumentos públicos entre os quais eles poderão escolher e discutir uns dois exemplos. O que esses monumentos representam para o público? A seguir, eles devem escolher um cada um para se concentrar. Eles devem pesquisar a sua história, o artista, a entidade que encomendou a obra, seus materiais e a história do assunto do monumento. Finalmente, eles devem escrever uma redação com sua impressão sobre o monumento. O que eles pensam sobre o monumento e o seu papel na comunidade? O que o monumento representa para a comunidade? Eles prefeririam que o assunto (ou personagem) fosse mostrado de modo diferente ou nem sequer mostrado? Eles prefeririam outro assunto ou personagem inteiramente diferente deste? Nesta composição, eles devem fazer recomendações para o futuro do monumento. Ele deve ser removido, movido a outro lugar, destruído, substituído, alterado? The Merlion Hotel, 2011 Bienal de Singapura, Singapura I Bienal de Singapur, Singapur I Singapore Biennale, Singapore Fotos | Photos: Yusuke Hattori Site specific, Instalações Públicas de Arte As obras de Nishi são chamadas de instalações de site specific. Elas são também consideradas arte pública, como monumentos, porque não são confinadas dentro das paredes de um museu. Nesta atividade, os estudantes devem encomendar uma instalação de site specific para a sua comunidade. Eles vão ter que escrever uma proposta em que façam recomendações sobre o local, os temas, a duração da exposição e a interação do público com a obra. Quais são os objetivos da instalação? Especificamente, como eles gostariam que a instalação afetasse a comunidade? 17 Kochta & Kalleinen Dupla criada em Helsinque, Finlândia, 2003. Moram em Helsinque, Finlândia. O trabalho colaborativo de Oliver Kochta e Tellervo Kalleinen se une por meio da performance, iniciando-se no ano de 2003 com seu projeto: Summit of Micronations [Cúpula de Micronações]. Nele, os artistas aprofundaram o tema das micronações, cujas comunidades – físicas e/ou virtuais – se enquadram fora do reconhecimento político habitual. Essa dupla propôs uma troca entre essas comunidades com estatutos e convicções de vida diferentes ao comum. Suas obras fazem constantemente uma observação taxonômica da sociedade, nelas a ficção adquire um papel protagonista onde, apesar do senso do humor, refletem sobre assuntos tão profundos como o pertencimento e a identidade que tem o ser humano. Sua produção artística é de natureza projetual. Nela, por meio de filmes fictícios desenvolvidos em colaboração e com a atuação de pessoas (não atores) que vivem situações específicas, questionam seus ambientes de vida, o trabalho, os sonhos, os desejos e desgostos. Seu trabalho gera uma enorme curiosidade e desperta o voyeurismo do espectador. Fonte: http://www.complaintschoir.org/ Questões: Discuta a idéia da participação do espectador no reino das artes. De que modo um artista pode fazer arte participativa? Quais seriam os benefícios e/ou desafios deste tipo de obra de arte? A idéia começou na Finlândia, onde eles moravam e onde há uma palavra para pessoas que reclamam simultaneamente, valituskuoro, que pode ser traduzida como coro de queixas. Eles decidiram que, já que as pessoas gastavam tanta energia reclamando, eles queriam converter essa energia em algo positivo. O que os estudantes pensam desta idéia? O que pode ser positivo em juntar-se para discutir e fazer queixas e cantar composições musicais baseadas nelas? As queixas têm se focalizado em assuntos diferentes nas diferentes cidades. Em Tóquio, concentraram-se principalmente no trabalho e nos patrões. Em Helsinki, elas centralizaram em torno dos telefones celulares. Em Chicago, elas se concentraram nos meios de transporte. Peça aos estudantes que pensem sobre a área onde vivem. Que tipos de reclamações constituiriam a maioria? O que elas podem nos dizer a respeito do lugar? Esta série de obras de arte está em continuidade, sem a orientação ou participação dos artistas. Eles estabeleceram um site (http://www.complaintschoir.org/), com instruções para as pessoas que tenham interesse em formar o seu próprio coral, mas não organizam as seções de reclamações ou o processo de composição. O que os estudantes pensam sobre uma obra de arte que está sendo feita sem o envolvimento dos artistas? Ela deve continuar sendo considerada uma obra de arte? Agora, fale aos estudantes sobre o projeto que Oliver Kochta e Tellervo Kalleinen, uma dupla de marido e mulher, realizada ao redor do mundo. Para este projeto, pessoas de diferentes cidades se reuniram para compartilhar as suas reclamações. Então, eles compunham música baseada nessas reclamações e cantavam juntos, como num coral. Veja, junto com os estudantes, a imagem do trabalho e também os shows de slides e vídeos disponíveis neste site: http://www.ykon.org/kochta-kalleinen/complaintschoir.html O que os estudantes pensam do projeto? O que o torna diferente de outras obras de arte que eles já viram? 18 Atividades: Arte Participativa Nesta atividade, os estudantes devem criar uma obra de arte que requer a participação do espectador para que fique completa. Tal como Kochta e Kalleinen, os estudantes devem imaginar um processo passo a passo em que outros possam criar a sua própria versão desta obra de arte. Os estudantes devem ilustrar o seu processo passo a passo com desenhos ou diagramas. Quando eles terminarem, peça que compartilhem seus processos com os colegas e discutam: o que o seu colega faria com essas instruções? Eles devem, a seguir, trocar novamente as instruções e comparar as idéias de um estudante diferente sobre como programar o processo. De que modo pode o produto final variar, apesar de baseado no mesmo processo? Complaints Choir Project, 2007 Stills de vídeo da apresentação em Chicago I Stills de video de la presentación en Chicago I Video still from Chicago performance Crie o seu próprio Coro de Queixas No site (http://www.complaintschoir.org/doityourself. html), siga o processo passo a passo para criar um coro de queixas em sala de aula. Os estudantes podem submeter e agrupar as suas queixas por categoria. Depois, trabalhando com um músico (talvez o professor de música da escola ou um pai de aluno que seja músico), eles podem transformar essas reclamações em letras de música e ensaiá-las. Eles devem também apresentar-se cantando. Reflita sobre a experiência. Como as queixas da classe se comparam com as de cidades ao redor do mundo? Em que assuntos eles se concentraram? Como foi a experiência de cantar as reclamações? Ela afetou emocionalmente ou intelectualmente os estudantes? 19 MATERIAL PEDAGÓGICO Guía de Arte 21 Ensayos de Geopoética José Roca, curador general La 8a Bienal de Mercosul se inspira en las tensiones entre territorios locales y transnacionales, entre construcciones políticas y circunstancias geográficas, en las rutas de circulación e intercambio de capital simbólico. El título se refiere a diversas formas que plantean los artistas de definir el territorio, desde las perpectivas geográfica, política, económica y cultural. Las bienales son eventos primordialmente expositivos, que ocurren periódicamente y activan la escena artística de una ciudad por tiempos relativamente cortos. Pero además de ser recurrentes son discontínuas, y ese es su lado débil: en los períodos entre una bienal y la siguiente usualmente no acontece nada, o muy poco. La 8ª Bienal de Mercosul intenta responder a la siguiente pregunta: ¿es posible hacer una bienal cuyo énfasis no sea exclusivamente expositivo? Nuestra propuesta incluye extender la acción de la Bienal en el espacio y en el tiempo. Y entender el tema escogido no solamente como un marco conceptual para leer la producción artística contemporánea, sino como una estrategia de acción curatorial, planteando la bienal como una instancia de creación y consolidación de infraestructura cultural local. La 8ª Bienal enfatiza el componente educativo – diferencial de la Bienal de Mercosur respecto a otras bienales – al involucrar al curador pedagogico en la concepción misma del proyecto curatorial, planteando los componentes de la curaduría como oportunidades para articular el proyecto pedagógico y así trascender la triada convencional interpretación-mediación-servicio que caracteriza las acciones educativas en bienales y museos. 22 El campo expandido de la pedagogía c. El arte utlilizado como un instrumento pedagógico para obtener un mayor conocimiento del mundo. (el arte para el conocmiento del mundo). Pablo Helguera, curador pedagógico 1. Proporcionando información sobre los artistas, conceptos artísticos y contexto histórico de la obra para ofrecer una mayor apreciación de esta; La presente colección de guías para profesores de la 8va Bienal del Mercosur tiene como objetivo el ofrecer herramientas útiles para la educación elemental y media en sus múltiples disciplinas. Para eso, se ha seleccionado áreas de conocimiento que agrupan los intereses y temas presentes en varias obras de los artistas incluidos en esta bienal, así como los temas principales presentes en el proyecto curatorial de esta edición. La premisa curatorial de la 8va Bienal de Mercosur propone realizar una reflexión en torno a todos los dispositivos culturales, políticos y sociales que contribuyen a reformular la noción de nación y metaregión. Partiendo del término mismo de “Mercosur”, que define una región económica, y esta misma bienal, la propuesta curatorial buscó preguntar: ¿Cómo se construye un país? ¿Cómo la idea de nación contribuye a determinar la manera en que nos percibimos a nosotros mismos y a los nuestros en relación con otros? ¿Qué papel tiene los procesos artísticos en la fabricación de la iconografía nacional? Esta serie de fascículos concebidos para diversas disciplinas buscan cumplir estos tres objetivos de la siguiente manera: 2. Sugiriendo una serie de actividades que replican procesos artísticos pero que tienen objetivos educativos; 3. Utilizando las obras de arte como punto de partida para generar debate, reflexión y aprendizaje en torno a otros campos de estudo, tales como la historia, la geografía, el lenguaje y la ciencia política. Esperamos que este material ayude en alguna pequeña medida a facilitar el abordaje de diversos conceptos en el salón de clase y que estimulen la creatividad, el debate y la comunicación en torno no solo al arte contemporáneo, sino a nuestra realidad contemporánea en todas sus extensiones. Puesto que las obras y la reflexión curatorial están ligadas a la noción de repensar lo que es un territorio, el proyecto pedagógico ha tomado una dirección similar al proponer una revisión del campo mismo de la pedagogía en el arte. Se reconoce aquí que la pedagogía de la arte – en particular de la forma en que se aplica a museos y bienales – es un campo que tradicionalmente ha limitado su potencialidad tanto en contenido como en práctica. En cuanto a contenido, predomina el enseñar arte para entender el arte y no para entender el mundo; en cuando a práctica, predomina la enseñanza como distribución de información y no como generadora de consciencia crítica. Tomando esto en cuenta, el componente pedagógico de la bienal propone, en un intento metafórico, “reterritorializar” el campo de la pedagogía en el ámbito de las artes visuales con tres tipos necesarios de implementación: a. La pedagogía como vehículo de mediación del arte (la educación del arte mismo o la apreciación del arte;) b. La transpedagogía, o el proceso de aprendizaje como una obra de arte ( el proceso de conocer como arte) 23 Miguel Luciano San Juan, Puerto Rico, 1972. Vive en Nueva York, Estados Unidos. La famosa insurrección conocida como el Grito de Lares en 1868 significó el inicio de un proceso que eventualmente llevaría a la independencia de Puerto Rico, la cual duró poco pues Estados Unidos, en ese momento en plena expansión imperialista, ganó el control de la isla en 1898 como resultado de la Guerra con España. Desde entonces Puerto Rico ha mantenido una ambigua condición nacional que hoy se expresa en el estatus de “Estado Libre Asociado”, en el cual la moneda y el pasaporte son norteamericanos pero se mantienen el idioma español y la cultura caribeña. Esta última, particularmente la música popular, parece ser uno de los últimos espacios de resistencia cultural de los puertorriqueños frente al avance imparable de la cultura de masas norteamericana en la isla. Miguel Luciano toma rasgos típicos de la cultura boricua, los singulariza y propone obras llenas de humor en donde a menudo el público es invitado a participar. Muchas de sus obras son presentadas en el contexto de las comunidades de puertorriqueños en los Estados Unidos, quienes han nacido o crecido allí con la nostalgia de una isla idealizada que evocan a partir de fragmentos descontextualizados. Luciano apropia, combina y transforma juegos y dichos populares, comidas callejeras e imágenes religiosas “Mezclando nostalgia tropical con [elementos] urbanos [...] [que] señalan la incapacidad de las comunidades trasplantadas de recrear su pasado”. Preguntas: En primer lugar, discuta con los estudiantes qué materiales generalmente asocian con la producción de arte. ¿Los artistas pueden producir arte usando materiales no considerados tradicionalmente como materiales de arte? ¿Los estudiantes ya han visto hacer esto? ¿Por qué razón un artista haría algo así? A continuación, observen la obra Pure Plantainum [Pura Plantainum] de Miguel Luciano. ¿Qué notan los estudiantes? ¿En qué se diferencia este collar de un collar normal? ¿Qué otros colgantes ya han visto antes? Compare y haga el contraste. Esta escultura, en realidad, es una banana verde bañada en platino y colgada en un collar de modo que la banana verde se va pudriendo dentro del envoltorio plateado. Pregúnteles a los estudiantes de qué forma este conocimiento cambia la perspectiva que tenían de la pieza. Miguel Luciano es un artista puertorriqueño que frecuentemente hace trabajos artísticos que se refieren a su cultura. Que los estudiantes realicen una investigación sobre la banana verde. ¿Por qué piensan que Luciano eligió este tema para su obra de arte? Si los estudiantes tuvieran que elegir un colgante para referirse a su cultura, qué elegirían y por qué? Compare Pure Plantainum con Machetero Air Force One’s / Filiberto Ojeda Uptowns [Machetero Air Force /Homenaje a Filiberto Ojeda]. ¿De qué modo Luciano usó el objeto encontrado en esta pieza? En esta pieza, el artista modificó un par de zapatos deportivos Nike para homenajear a Filiberto Ojeda, el líder de los Macheteros que fue asesinado. Los Macheteros son un grupo de nacionalistas puertorriqueños que han hecho campaña por un Puerto Rico independiente, desde la década de 1970. ¿Por qué los estudiantes piensan que Luciano eligió un par de zapatos deportivos para hacer ese homenaje? ¿En qué se diferencia esto de simplemente pintar un retrato o construir una estatua? Fuente: http://www.miguelluciano.com Actividades: Esculturas de Objetos Encontrados En esta actividad, los estudiantes deben crear sus propias esculturas de objetos encontrados. Deben iniciar eligiendo un objeto que sea importante para ellos o para su comunidad. Para Luciano eran las bananas verdes y los zapatos deportivos. Deben pensar en objetos que tengan poder simbólico o efecto surrealista. Después, deben traer uno de esos objetos y luego, pensar en una forma por medio de la cual puedan transformar ese objeto. Pueden querer pintarlo, como Luciano hizo con el par de zapatos deportivos Nike, o añadir elementos esculturales, como en la serie Pure Plantainum del mismo artista. De un modo o de otro, su transformación debe hacer una referencia al simbolismo o a la historia del objeto de una manera significativa. Las esculturas deben ser mostradas en clase. ¿Son sorprendentes, serias o tristes? ¿Qué comunican sobre el artista, su cultura o sobre su comunidad? 24 Poesía Encontrada En esta actividad, los estudiantes deben hacer poesía encontrada. La misma será una analogía de las esculturas o instalaciones de objetos encontrados. Determine que los estudiantes pasen una semana escribiendo las palabras o frases que encuentren en su ambiente. Estas palabras o frases pueden venir de carteles, periódicos, tatuajes o de cualquier otro lugar; pueden también ser habladas. Los alumnos deben traer las palabras y frases a clase, el último día de la semana y considerar qué es lo que ellas pueden tener en común, determinar las que les llegaron más profundamente, las que les gusta escuchar cuando son dichas en voz alta. Finalmente, deben reorganizar las palabras y frases formando un poema, añadiendo palabras extras, si fuera necesario. Lea los poemas en voz alta. ¿Los estudiantes consiguen reconocer qué palabras han sido “encontradas” y cuáles han sido “inventadas”? ¿Los poemas encontrados evocan el ambiente de los estudiantes? ¿De qué forma? o ¿por qué no? 25 Eduardo Abaroa Ciudad de México, México, 1968. Vive en la Ciudad de México. Eduardo Abaroa utiliza objetos y materiales de la vida cotidiana para construir esculturas que, a través del humor y la extrañeza, colocan al espectador ante elementos que le son familiares más abren un terreno de operaciones estéticas y asociaciones inesperadas. Estos materiales provienen de tiendas y vendedores en la Ciudad de México, una metrópoli inundada por comerciantes de todas las escalas, y por objetos provenientes de todo el mundo. El comercio informal produce un flujo de objetos disponibles que cambian con gran velocidad, lo que apunta en la obra de Abaroa a un interés por las posibilidades formales de esto, así como a una inescapable relación con el mercado y las políticas de la globalización. Sus obras varían en tamaño y van desde esculturas muy pequeñas, hasta grandes instalaciones y acciones en espacios abiertos. En años recientes su interés se ha centrado en la cartografía y en las maneras de representar el territorio, extendiéndose a cuestiones de uso de tierra y las implicaciones políticas y culturales de esto. ¿Qué otra cosa Abaroa podría haber pintado en los paracaídas? ¿De qué forma esto habría cambiado el significado y/o el efecto de la obra de arte? Actividades: Arte Performático En el arte performático, las acciones de los artistas se transforman en sus obras. Comparta un par de ejemplos de arte performático con los estudiantes, como ser The Artist is Present [El artista está presente] de Marina Abramovic http://www.moma.org/visit/calendar/exhibitions/965), por ejemplo. ¿Qué les entusiasma a los estudiantes del arte performático? ¿Les parece sorprendente? ¿De qué forma esas performances comunican un significado? A continuación, pídales que investiguen la historia del arte performático. Deben seleccionar una performance de la historia del arte performático y hacer una nueva presentación para la clase. Para ello tendrán que hacer algunas alteraciones (y deben elegir una performance que sea segura de conducir). ¿Qué han aprendido con la experiencia de volver a escenificar aquella obra? ¿Qué les fue difícil? ¿Qué les resultó sorprendente? Preguntas: Vea con los estudiantes, la imagen de Diario Aéreo que está presente en esta guía. O, se preferir, las imágenes que están en el sitio web http://www.artbaselmiamibeach.com/go/id/ikf/ ¿Qué ven en ellas? ¿Ya habían visto algo así alguna vez? Si ya lo habían visto, ¿qué difiere en esas imágenes? Para este proyecto, el artista mexicano Eduardo Abaroa ofreció paseos gratuitos de paracaídas remolcados por una lancha, a los visitantes de un festival de arte en Miami. Pero, contrastando con los paracaídas multicolores típicos que siempre se ven en la playa, Abaroa creó tres paracaídas pintados cada uno con el nombre del día de la semana en que los usaría. ¿Qué piensan los estudiantes sobre esta decisión de pintar los paracaídas con el nombre del día de la semana? ¿Qué pensarían ellos si fueran visitantes y vieran el paracaídas desde la tierra? ¿Qué asociaciones harían con esa visión? ¿Qué preguntas se harían al ver esto? Un crítico dijo que las personas acostadas tomando sol sólo tendrían que mirar hacia arriba para recordar el paso del tiempo.1 ¿Los estudiantes piensan que este puede haber sido el objetivo de Abaroa? Si es así, ¿por qué? 1 In http://www.theartnewspaper.com/articles/Up%20where%20the%20air%20 is%20clear/19817 26 Eugenio Dittborn Santiago de Chile, Chile, 1943. Vive en Santiago de Chile. Eugenio Dittborn es un artista que cuestiona los vehículos de comunicación de los que se vale el arte, desde su soporte físico a su soporte teórico. Este cuestionamiento se manifiesta de forma más explícita en sus pinturas Aeropostales, iniciadas en el año 1983, cuando el artista por accidente dobló “cuatro veces un papel de envolver de grandes dimensiones, descubrió al desplegarlo que el papei estaba cuadriculado por sus pliegues.” Dittborn se interesó en la memoria que guarda la obra al ser doblada y extendida de nuevo para ser expuesta. Dittborn decidió convertir al transporte de la obra en un sobre de correo en una extension de la obra misma, dialogando así con la tradición del artecorreo. En un texto describiendo este proyecto titulado Correcaminos, Dittborn afirma acerca de sus obras: “ver una pintura aeropostal es ver entre dos viajes.” Dittborn toma un acercamiento multi-disciplinario a la pintura, incorporando serigrafía, collage e injertos de textiles, así como apropiando una gran variedad de imágenes que varían desde fotografías de periódico a la caricatura, desde la referencia explícita al evento politico hasta lo absurdo y enigmático. Actividades: Proyecto de correspondencia Inicie un proyecto de correspondencia entre los estudiantes. Las direcciones de todos los estudiantes se recogerán en una lista. Cada estudiante realizará un dibujo de forma anónima, y cada dibujo será colocado en un sobre y enviado al azar a alguna de las direcciones de la lista. Al recibir el dibujo, cada alumno tendrá la libertad de alterarlo como mejor lo considere conveniente, despues de lo cual se volverán a colocar los dibujos alterados y enviados al azar a la lista de direcciones. El proceso se puede repetir un número de veces. Cuando se complete el proceso se le pedirá a los estudiantes que traigan los dibujos y se expondrán en una pared para analizar los resultados en grupo. Proyecto de collage Proyecto de collage. Pida a cada estudiantes que traiga a clase veinte imagenes tomadas de revistas u otras publicaciones, todas a blanco y negro. Las imágenes pueden ser ampliadas con una fotocopiadora. Todas las imagenes se pondrán en una mesa. A cada estudiante se le pedirá realizar una composición con collage utilizando de 5 a 10 imágenes que al verse en conjunto narren una historia. El cambio constante de la obra, ocasionado por los efectos del envío por correo, es asimismo una manera de Dittborn de poner en entredicho la noción de que una pintura debe de llegar a un punto conclusivo de manufactura. De nuevo el artista escribe: “Se na hecho afortunadamente tarde para escribir hoy aquí acerca de cómo concluir una pintura; sólo puede decirse que no es posible avanzar en pintura sin hundirse y que solo al hundirse es posible pintar sin hundirse.” Preguntas: Inicie con el grupo una discusión sobre la relación entre el arte y el correo. ¿De qué manera el enviar una obra por correo cambia la manera en que uno la percibe? ¿Qué comentarios está haciendo el artista acerca de la historia de la pintura? ¿En qué momento una pintura deja de ser pintura y se convierte en algo distinto? Dittborn es un artista políticamente involucrado y cuya obra es una profunda reflexión sobre su momento social y cultural en latinoamérica. ¿De qué forma las imágenes que se encuentran en sus obras hacen referencia a estos temas? 27 Carlos Pasquetti Bento Gonçalves, Brasil, 1948. Vive en Porto Alegre, Brasil. Perteneciente a una generación eminentemente experimental de los años 1970, Pasquetti se ha hecho conocer por sus diseños, Super-8 y fotografías en serie de aquella época, con alusiones directos o ambiguas a la situación en que se vivía en la época, en la que se hablaba con medias palabras o códigos a los grupos, demasiadamente reducidos, interesados en ese tipo de trabajo. El artista ha realizado obras de carácter ambiental e instalaciones que aluden de manera poética a la agilidad del “exponer” y del “llevar”, o una visualidad repleta de signos enigmáticos que cultivó a lo largo de los años. Al mismo tiempo personaliza, con su obra, una trayectoria sostenida en el universo limítrofe de la pintura y los objetos tridimensionales, cuestionando siempre el “contenido móvil”, como él propio dice, así como “la idea de la acción y del desplazamiento del propio trabajo y de su inserción en los espacios y las situaciones”. Preguntas: La produción de arte en Brasil, durante el período en que Carlos Pasquetti realizó Espaço para esconderijo [Espacio Para Escondite] fue directamente influenciada por la situación de censura impuesta por la dictadura militar. Aunque las artes visuales no hayan sido el foco principal de la censura, el arte que se produjo en esa época no podía pasar incólume por la idea de orden y silencio impuesta por el gobierno brasileño. En esa misma época, en el hemisferio norte, surgía el Land Art, un tipo de arte en el que la naturaleza, en vez de proporcionar el ambiente para la realización/presentación de una obra, era, ella misma, propuesta como obra. Lo que al principio parecía no tener relación directa, se transformó en una gran oportunidad para los artistas latinoamericanos que se apropiaron de la naturaleza como escenario para sus embestidas poético-políticas. En su obra Carlos Pasquetti utilizó esos dos factores ofreciéndonos un montículo de heno en el campo que, en realidad, es un espacio para un escondite. ¿Y quién lo va la negar? Comience la clase mostrándoles la imagen Espaço para esconderijo a los estudiantes. Pídales que construyan rápidamente una história para esa imagen. Deje que se expresen, estimule su curiosidad. Muéstreles, luego, otras imágenes que presenten una relación formal con la primera. Solicíteles nuevamente lo mismo. No se olvide de pedirles que les den nombres a las imágenes. Después de las discusiones, pergúnteles si alguna de esas obras podría ser una obra de arte y por qué. Ahora cuéntele al grupo la identidad de la imagen con la cual estamos trabajando. Cuénteles solamente que se trata de una obra de arte y que fue hecha en los años 70 y proponga que el grupo se divida en dos, cabiéndole al primero investigar los hechos históricos que ocurrieron en Brasil durante el período de realización de la obra, y al segundo, que procuren qué se estaba produciendo en términos de arte en el mismo período en el resto del mundo. El objetivo es que presenten una interpretación de la obra a partir de sus investigaciones. Tal vez ese proceso dure dos o tres clases, y así deberá ser, no se preocupe. Incentívelos a ir a la biblioteca de la escuela, a investigar por internet, a conversar con sus familias y con otros profesores. Luego de las presentaciones, revele el título del trabajo y proponga que cada alumno desarrolle un proyecto para realizar en el barrio, considerando lo que fue discutido en grupo. Para ello, refuerce la discusión mostrando otros ejemplos de Land Art. y recuerde que el trabajo de Carlos Pasquetti lo percibimos (nosotros) cuando unimos la imagen al título; sin esa relación no existe. Actividades: Arte Efímero Proyecto de obra efímera: propóngale al grupo que elabore un proyecto de obra efímera. Para ello, recupere y preséntele al grupo ejemplos de artistas que tienen lo efímero como elemento central en sus trabajos. Dígales que se trata de una propuesta que debe ser pensada para un local específico, durar cierto tiempo y no puede ser desarmada, pues la idea del trabajo es justamente que vaya desapareciendo solo. De lo contrario, no estarán proponiendo algo efímero, sino algo que quiere parecerlo. Paisaje Modificado Estudie con sus alumnos formas en que el paisaje se modifica generando símbolos/imágenes (ejemplo: jardines japoneses y franceses). Compárelos con la producción de arte de fines de los años 60 e inicio de los años 70, llamada Land Art. Invítelos a realizar un debate. Pregúnteles sobre las especificidades de cada situación. Finalmente, invítelos a ir al patio de la escuela. Allí, propóngales que proyecten y construyan obras utilizando objetos y materiales encontrados en el local. 28 Tatzu Nishi Nagoya, Japón, 1960. Vive en Berlín, Alemania, y Tokio, Japón. Tatzu Nishi es mundialmente conocido por crear nuevos ambientes y producir contextos en donde la relación que los ciudadanos establecen con los monumentos históricos se aproxima del campo privado. A partir de andamios y estructuras provisorias de construcción, que permite que el público tenga acceso a los monumentos desde otro punto de vista, el artista produce salas de estas amuebladas y cuartos de hotel en que fragmentos de monumentos públicos e íconos religiosos se convierten en adornos de centros de mesa y arreglos domésticos. Con buen humor, su obre resalta pequeños elementos de los monumentos que pasan inadvertidos en el cotidiano, además de atribuir nuevos sentidos a las estatuas. Al lanzar una mirada relajada e irreverente a los ícono urbanos, su obra rompe con la formalidad y con la manera distante con que esas obras aparecen en la ciudad. Al observar los monumentos pomposos desde un nivel mas igualitario, o sea, eliminando las bases de las estatuas, el público establece una relación informal y menos aurática con el patrimonio histórico. Tatzu Nishi viene produciendo trabajos en que vuelve a articular mobiliarios urbanos, luminarias públicas y experiencias con guinchos. Realizó también proyectos en el interior de las instituciones museológicas, en las cuales creo contextos banales para las obras modernas, colocando, por ejemplo, una cocina completa alrededor de una pintura y proporcionando un contacto nada usual con la historia del arte. Preguntas: En primer lugar, pídales a los estudiantes que discutan el papel de los monumentos públicos en su ciudad. ¿Qué monumentos públicos hay? ¿Qué representan los mismos para el público, si es que representan algo? ¿Qué importancia tiene el arte público, de un modo general, en una cultura? Luego, observen la obra The Merlion Hotel [Hotel Merlion]. ¿Qué ven los estudiantes en ella? ¿Qué hay en ella que les sorprenda? ¿Cómo creen los estudiantes que el artista puede haber hecho su obra de arte? Esta obra fue construida recientemente en Singapur, en la Bienal de Arte de Singapur, alrededor de un monumento nacional. ¿De qué forma Tatzu Nishi modificó la plaza y la estatua al construir una habitación de hotel alrededor de ella? Tatzu Nishi ha hecho trabajos por todo el mundo usando un método similar. Él construye un espacio doméstico alrededor de un monumento público, una obra de arte o incluso un poste de luz. Según un revisor, Él incorpora estas estructuras familiares preexistentes para dentro de dominios íntimos temporales, forzándonos a reconsiderar las divisiones entre público y privado y cambiando su mensaje heroico. Pregúnteles a los estudiantes qué piensan sobre esta cita. ¿De qué forma Nishi cambia el mensaje “heroico” de la estatua de Barrios y en qué la transforma, después de esa acción? ¿Por qué creen los estudiantes que Nishi haya elegido habitaciones domésticas para construir, en lugar de otros tipos de estructuras o incluso otros tipos de arquitectura? ¿De qué forma su trabajo tendría un significado diferente con otro tipo de habitaciones, o con diferentes estructuras construidas? Actividades: Investigue y Reaccione ante un Monumento Público En esta actividad, los estudiantes deben investigar y manifestar alguna reacción en relación a un monumento público en su propia ciudad o país. Primeramente, deben debatir sobre los monumentos públicos entre los cuales podrán elegir y discutir un par de ejemplos. ¿Qué es lo que esos monumentos representan para el público? A continuación, deben elegir uno cada uno para concentrarse en él. Deben investigar su historia, el artista que lo realizó, la entidad que encomendó la obra, sus materiales y la historia del tema del monumento. Finalmente, los estudiantes deben escribir una redacción con su impresión sobre el monumento. ¿Qué piensan sobre el monumento y su papel en la comunidad? ¿Qué representa el monumento para la comunidad? Preferirían que el tema (o personaje) fuese mostrado de modo diferente o tal vez que no sea mostrado? ¿Preferirían otro tema o personaje completamente diferente a éste? En esta composición, los alumnos deben hacer recomendaciones para el futuro del monumento. ¿Debe ser removido, trasladado a otro lugar, destruido, sustituido, alterado? Site specific, Instalaciones Públicas de Arte Las obras de Nishi son llamadas instalaciones de site specific. También son consideradas arte público, como monumentos, porque no son confinadas dentro de las paredes de un museo. En esta actividad, los estudiantes deben encomendar una instalación de site specific para 29 su comunidad. Y van a tener que escribir una propuesta en la que hagan recomendaciones sobre el local, los temas, la duración de la exposición y la interacción del público con la obra. ¿Cuáles son los objetivos de la instalación? Específicamente, ¿cómo les gustaría que la instalación afectara a la comunidad? 30 Kochta & Kalleinen simultáneamente, valituskuoro, que puede ser traducida como coro de reclamaciones. Considerando que las personas usaban tanta energía para reclamar, los autores quisieron convertir esa energía en algo positivo. Dúo creado en Helsinque, Finlandia. Viven en Helsinque, Finlandia. ¿Qué opinan de esta idea los estudiantes? ¿Qué podría ser positivo de juntarse para discutir reclamaciones y cantar composiciones musicales basadas en las mismas? El trabajo de colaboración de Oliver Kochta y Tellervo Kalleinen se une a través de la performance, desde 2003 con su proyecto: Summit of Micronations [Cumbre de Micronaciones]. En ella, los artistas exploran el tema de Micronaciones, cuyas comunidades – físicas y / o virtuales – no entran en el reconocimiento político de costumbre. Este dúo ha propuesto un intercambio entre las comunidades con los estatutos y las creencias de vida diferentes. Sus obras proponen constantemente una observación taxonomica de la sociedad, en que la ficción asume un papel protagonista y que, a pesar del humor, reflexionan sobre temas tan profundos como el acto de pertenencia e identidad que tiene el ser humano. Su producción artística tiene el caracter projetual. A través de películas de ficción desarrollados en colaboración y con la acción de personas (no actores) questionan sobre temas como condiciones de vida, trabajo, sueños, deseos y aversiones. Su trabajo genera una enorme curiosidad y despierta el voyeurismo del espectador. Las reclamaciones han enfocado temas diferentes en las diferentes ciudades. En Tokio, las reclamaciones se concentraron principalmente en el trabajo y en los patrones. En Helsinki, se centralizaron en torno de los teléfonos celulares. En Chicago, ellas se concentraron en los medios de transporte. Pídales a los estudiantes que piensen sobre el área donde viven. ¿Qué tipos de reclamaciones constituirían la mayoría? ¿Qué pueden decir las reclamaciones al respecto del lugar? Fuentes: http://www.complaintschoir.org/ Preguntas: Discuta la idea de participación del espectador en el campo de las artes. ¿De qué modo un artista puede hacer del arte una actividad participativa? ¿Cuáles serían los beneficios y/o desafíos de este tipo de obra de arte? A continuación, hable con los estudiantes sobre el proyecto que Oliver Kochta y Tellervo Kalleinen, una pareja de marido y mujer, presentaron alrededor del mundo. Para este proyecto, se reunieron personas en diferentes ciudades para compartir sus reclamaciones. Luego, componían una música basada en esas reclamaciones y cantaban juntos, como en un coro. Vea con los estudiantes, el video de stills y también los shows de slides y videos disponibles en este site: http:// www.ykon.org/kochta-kalleinen/complaintschoir.html. ¿Qué piensan los estudiantes sobre el proyecto? ¿Qué lo diferencia de otras obras de arte que ya han visto? La idea comenzó en Finlandia, donde vivía la pareja y donde existe una palabra para personas que reclaman Esta serie de obras de arte continúa en ejecución, sin la orientación o participación de los artistas. Éstos establecieron un sitio web (http://www.complaintschoir. org/), con instrucciones para quienes quieran formar su propio coro, a partir del cual ellos no organizan más las secciones de reclamaciones o el proceso de composición. ¿Qué piensan los estudiantes sobre una obra de arte que está siendo hecha sin la participación de los artistas? ¿Debe continuar siendo considerada una obra de arte? Actividades: Arte Participativa En esta actividad, los estudiantes deben crear una obra de arte que requiera la participación del espectador para quedar completa. Tal como Kochta y Kalleinen, los estudiantes deben imaginar un proceso en el que otros puedan crear su propia versión de la obra de arte. Los estudiantes deben ilustrar su proceso paso a paso con dibujos o diagramas. Cuando terminen, pídales que compartan sus procesos con otro compañero y discutan: ¿qué haría su compañero con esas instrucciones? Ellos deben, a continuación, intercambiar nuevamente las instrucciones y comparar las ideas del otro estudiante con las suyas sobre como programar ese proceso. ¿De qué modo puede el producto final variar aunque no se base en el mismo proceso? Cree su propio Coro de Reclamaciones En el sitio web (http://www.complaintschoir.org/doityourself.html), siga el proceso paso a paso para crear un coro de reclamaciones en clase. Los estudiantes pueden agrupar y encaminar sus reclamaciones por categoría. Después, trabajando con un músico (tal vez el profesor 31 de música de la escuela o el padre de algún alumno que sea músico), pueden transformar esas reclamaciones en letras de canciones y ensayarlas. Deben también presentarse cantando. Reflexione sobre esta experiencia. ¿De qué forma las reclamaciones de la clase se comparan con las de ciudades alrededor del mundo? ¿En qué temas se concentraron? ¿Cómo fue la experiencia de cantar las reclamaciones? ¿Afectó emocionalmente o intelectualmente a los estudiantes? 32 EDUCATION MATERIAL Art’s Guide 33 Essays in Geopoetics José Roca, chief curator The 8th Mercosul Biennial is inspired by the tensions between local and transnational territories, between political constructs and geographical circumstances, and the routes of circulation and exchange of symbolic capital. The title refers to the various ways in which artists define territory, based on geographical, political and cultural perspectives. Biennials are primarily exhibition events that activate the art scene of a city for relatively short periods. However, as well as being recurrent, they are discontinuous – and that is their weak side: during the period between one biennial and another nothing usually happens, or very little, in terms of activation of the local art scene. The 8th Mercosul Biennial attempts to answer the following question: is it possible to organise a biennial whose emphasis is not exclusively an exhibition? Our proposal includes extending the action of the Biennial in space and in time, understanding the chosen theme not just as a conceptual marker for reading contemporary art production, but rather as a strategy of curatorial action, suggesting the Biennial as an instance of creation and consolidation of local infrastructure. The 8th Biennial places emphasis on the educational component – a key feature of the Mercosul Biennial in relation to other biennials – by involving the education curator in the actual conception of the curatorial project. It thus introduces components of the curatorship as opportunities for articulating the education programme and in this way transcending the conventional trio of interpretation-mediation-service, which characterises educational actions in biennials and museums. 34 The expanded field of education Pablo Helguera, education curator This collection of teachers’ guides to the 8th Mercosul Biennial aims to provide useful instruments for various subject areas in primary and secondary education. Study areas have been selected related to the interests and subject matter of several of the works by artists taking part in this biennial, together with the main themes covered by the curatorial project for this edition. This series of publications, created for various subject areas, seeks to fulfil those three objectives by: 1. Providing information about the artists, art concepts and historical context of the work, to enable greater appreciation; 2. Suggesting a series of activities that reproduce art processes but with educational objectives; 3. Using artworks as a starting point for discussion, reflection and learning within other fields of study, such as history, geography, languages and political sciences. We hope that this material helps in some way to facilitate the approach to a series of concepts in the classroom and also stimulates creativity, discussion and communication, not just in relation to contemporary art, but also to the full breadth of our contemporary reality. The curatorial idea behind the 8th Mercosul Biennial proposes a reflection on all the cultural, political and social mechanisms that contribute to constructing the ideals and values of a nation and meta-region. Starting from the term “Mercosul”, which defines an economic region and which the biennial has adopted for its name, the curators have posed the questions: how is a country built? How does the idea of nation contribute to determining how we perceive ourselves and our people in relation to others? What are the roles of art processes in constructing national imagery? Since the works and the curatorial reflection of this biennial are linked to the idea of rethinking the idea of territory, the education programme also follows a parallel path, proposing a revised view of the actual field of education in art. We therefore recognise that education in the visual arts – and particularly as it is applied in museums and biennials – is an action whose potential is traditionally limited, in terms both of content and practice. Content often involves teaching art to understand art and not to understand the world: practice concentrates on teaching as distribution of information and not as creation of critical awareness. Mindful of this, the educational component of this biennial seeks metaphorically to “re-territorialise” the field of education within the visual arts through three necessary of implementation: a. Pedagogy as vehicle for interpretation of art (art knowledge) b. Transpedagogy, or education-as-art (knowledge as art) c. Art as a pedagogical instrument to other disciplines (art as knowledge of the world) 35 Miguel Luciano plantain. Why do students think Luciano chose it as the subject of his artwork? São João, Puerto Rico, 1972. Lives in New York, United States. If students were going to choose one pendant to reference their culture, what would it be and why? The famous 1868 uprising known as Grito de Lares marked the beginning of a process that would lead to the independence of Puerto Rico – which was short lived, as the United States took control of the island in 1898 in an imperialist expansion resulting from the Spanish war. Since that time, Puerto Rico has maintained an ambiguous national status which today is expressed as “Associated Free State”, in which currency and passport are North American but the language is Spanish and the culture is Caribbean. In this latter aspect, popular music in particular seems to be one of the last bastions of Puerto Rican cultural resistance against the unstoppable North American mass culture on the island. Miguel Luciano takes typical features of Boricua culture and uses them to propose works full of humour in which the public is often invited to participate. Many of his works are presented in the context of communities of Puerto Ricans in the United States who were born or grew up there, with the nostalgia of an idealised island which is evoked through decontextualized fragments. Luciano adopts, combines and transforms games and popular sayings, street food and religious imagery, “Mixing tropical nostalgia with open [elements… which] indicate the inability of transplanted communities to recreate their past”. Questions: First, have a discussion with students about what materials they usually associate with art-making. Can an artist make art from materials that are not traditionally thought of as art materials? Have students ever seen this done? Why might an artist want to do this? Compare Pure Plantainum with Machetero Air Force One’s/ Filiberto Ojeda Uptowns. How did Luciano use a found object in this piece? In this piece, he customized a pair of Nike sneakers to pay tribute to Filiberto Ojeda, the assassinated leader of the Macheteros – a group of Puerto Rican nationalists who have campaigned for Puerto Rican independence since the 1970s. Why do students think Luciano chose sneakers for his tribute? How is it different than just painting a portrait or building a statue? Sources: http://www.miguelluciano.com Activities: Found Object Sculptures For this activity, students will create their own found object sculptures. They should begin by choosing an object that is important to them or their community. For Luciano, it was plantains and sneakers. They should think about objects that might have symbolic power or a surrealist effect. They should bring in one of these objects and next think about how they can transform the object. They may want to paint on it like Luciano’s Nikes or they may want to add sculptural elements like his Pure Plantainum series. Either way, their transformation should comment on the symbolism or history of the object in some meaningful way. Share the sculptures as a class. Are they surprising, serious, sad? Next, look together at Miguel Luciano’s Pure Plantainum. What do students notice? What do they communicate about the artist or the artist’s culture or community? How does this pendant differ from a normal pendant? What other pendants have they seen before? Compare and contrast. Found Poetry For this activity, students will make “found poetry” – an analogue in poetry to found object sculpture or assemblage. Assign students to spend a week writing down the words or phrases they encounter in their environment. These words or phrases could come from billboards, circulars, newspapers, tattoos, any number of places. These words or phrases could also have been spoken. They should bring these words and phrases into the classroom on the last day of the week and consider what they This sculpture is actually a green plantain plated in platinum and hung on a necklace so that the plantain is decaying inside of the silver exterior. Ask students how knowing this changes their perspective on the piece. Miguel Luciano is a Puerto Rican artist who often makes art that refers to his culture. Research the 36 might have in common, the ones they are most struck by, the words or phrases they like to hear aloud. Finally, they should rearrange these words or phrases into a poem. They can add extra words if they need to. Read the poems aloud. Can students recognize which words or phrases were “found” and which were “invented”? Do the found poems evoke the environment? How or how not? 37 Eduardo Abaroa Mexico City, Mexico, 1968. Lives in Mexico City Eduardo Abaroa uses everyday objects and materials to make sculptures which use humour and unfamiliarity to confront the viewer with commonplace elements which open out a field of aesthetic procedures and unexpected associations. These materials come from stores and vendors in Mexico City, a metropolis inundated with all kinds of traders in objects from the world over. Informal trade produces a flow of available objects that change with great speed, the formal possibilities of which are indicated in Aboroa’s work, together with an inevitable relationship with the marketplace and politics of globalisation. The works range in size from tiny sculptures to huge installations and actions in open spaces, in recent years focusing on cartography and ways of representing territory, and extending into issues about land use and its political and cultural implications. What else could Abaroa have printed on the parachutes? How would this have changed the meaning and/or effect of the artwork? Activities: Performance Art In performance art, artists’ actions become their artwork. Share a couple examples of performance art with students – such as, Marina Abramovic’s The Artist is Present (http://www.moma.org/visit/calendar/exhibitions/965), for exemple. What do students find compelling about performance art? What do they find perplexing? How do these performances communicate meaning? Now, ask students to research the history of performance art. They should select one performance from the history of performance art and re-perform it for the class. To do this, they may have to make some alterations (and they should certainly only pick a performance that is safe to conduct!). What did they learn from the experience of re-performing their piece? What was difficult about it? What was surprising? Questions: Look together at the image of Diario Aéreo [Aereal Diary] that is present in this material. Or, if you prefer, the images on the this website http://www.artbaselmiamibeach.com/go/id/ikf/ What do students notice about them? Have they ever seen something like this before? If so, what is different about these images? For this project, Mexican artist Eduardo Abaroa offered free parasail rides for visitors to an art fair in Miami. But, in contrast to the typical multi-colored parachutes seen on the beach, Abaroa created three parachutes each printed with the name of the day of the week in which he would be using it. What do students think about his choice to print the parachutes with the day of the week? What would they think if they were a visitor and saw the parachute from the ground? What associations would they have? What questions? One reviewer said that “sunbathers will only need to glance up to be reminded of the passing of time.”1 Do students think this might have been a goal of Abaroa’s? If so, why? 1 In http://www.theartnewspaper.com/articles/Up%20where%20the%20air%20 is%20clear/19817 38 Eugenio Dittborn Santiago de Chile, Chile, 1943. Lives in Santiago de Chile. Eugenio Dittborn is an artist who questions the media used in art, either from its material or its theoretical support. This questioning manifests itself more explicitly in his pinturas Aeropostales [Airmail paintings], started in 1983 when the artist folded by accident “four times a large wrapping paper; while unfolding it he found out that the creases formed a grid.” Dittborn became interested in the memory that the work stores when it is folded and unfolded again to be exhibited. Dittborn decided to make the transportation of the work in an envelope an extension of the work itself, thus dialoguing with the tradition of mail art. In a text describing the project called Correcaminos [Roadrunner], Dittborn affirms about his works: “seeing an airmail painting is seeing between two travels.” Dittborn takes a multi-disciplinary approach to painting, incorporating silkscreen, collage and textile patches, and appropriating a large variety of images ranging from newspaper photographs to caricatures, from the explicit reference to political events to the absurd and enigmatic. Activities: Correspondence Project Start a correspondence project between the students. The addresses of all students will be collected in a list. Each student will make an unsigned drawing and each drawing will be placed in an envelope and sent randomly to one of the addresses from the list. Upon receiving the drawing, each student will have the freedom to alter it as he/she pleases, after which they must send the altered drawings to another randomly picked address from the list. This process can be repeated a number of times. Upon completion of the process the students will be asked to bring the drawings to class to be exhibited on a wall and analyzed by the group. Collage project Ask each student to bring to class twenty images from magazines or other publications, all in black and white. The images can be enlarged with a photocopier. All images will be placed on a table. Each student will be asked to make a composition with collage using from 5 to 10 images that, when together, tell a story. The constant changes in the work, caused by the the effects of mailing, are also a way for Dittborn to challenge the notion that a painting should reach a conclusive point of creation. Again, the artist writes: “It is fortunately late to write today about how to finish a painting; one can only say that it is not possible to make any progress in painting without submerging and that only by submerging it is possible to paint without sinking.”1 Questions: Start a group discussion on the relationship between art and mailing. In which way does mailing an art work change the way one perceives it? What comments is the artist making on the history of painting? At what point does a painting cease to be a painting and becomes something else? Dittborn is a politically engaged artist whose work is a profound reflection on his social and cultural moment in Latin America. How do the images in his works refer to these themes? 1 ”Se ha hecho afortunadamente tarde para escribir hoy aquí acerca de cómo concluir una pintura; sólo puede decirse que no es posible avanzar en pintura sin hundirse y que solo al hundirse es posible pintar sin hundirse.” 39 Carlos Pasquetti Bento Gonçalves, Brazil, 1948. Lives in Porto Alegre, Brazil. Pasquetti is part of a highly experimental generation of the 1970s, and became known for his drawings, Super-8 films and photographs from that decade with direct or ambiguous allusions to the exceptional conditions being experienced at the time, when speech was conducted through hints and codes to very reduced groups of people interested in that type of work. He has also made environmental works and installations that poetically refer their ability to be exhibited or carried, or a vision full of enigmatic symbols that he has developed over the years. His work also presents a personal route through the borderland between painting and threedimensional objects, always investigating the “moveable content”, as he puts it, together with “the idea of action and displacement of the work itself and its insertion into spaces and situations”. Questions: The production of art in Brazil, especially during the period in which Carlos Pasquetti created Espaço para esconderijo [Space For a Hideout] was directly influenced by the situation of censorship imposed by the military dictatorship. Although the visual arts have not been the focal point of censorship, the art produced during that time could not go unharmed by the regime of order and silence enforced by the Brazilian government. At the same time, in the northern hemisphere, Land Art was emerging, an art form in which nature, rather than providing the environment for the execution/ presentation of a work of art, becomes and is presented as the work itself. What at first seemed to have no direct link, became very appealing for Latin American artists. They begin to appropriate nature as backdrop for their poetic-political interventions. In his work, Pasquetti made use of these two factors showing us a pile of hay in the field that is actually a place to hide. And who can say it otherwise? Begin the lesson by showing the image Espaço para esconderijo to the students. Ask them to quickly create a story for that picture. Let them talk. Stimulate their curiosity. Show a few more images that, formally, are related to the first one. Ask them to do the same. Do not forget to request them to give names to these images. After the discussions, bring into question if some of them could be works of art and why. Following that question, reveal to the group the picture’s identity with which we are working. You should only tell them that this is a work of art done in the 70’s. Now suggest dividing the class into two groups. The first group will investigate the historical events that occurred in Brazil during the period in which the work was created. The second group will examine what was being produced in terms of art in the same years across the world. The goal is to present an interpretation of the work based on their investigations. Perhaps this process will last two or three classes. It’s how is meant to be, so do not worry about it. Encourage them to come to the school library and to research on the internet. Motivate them to talk with their families and other teachers. After the presentations, reveal the work’s title and propose that each of them develops a project to be done in the neighborhood, taking into consideration what was debated within the group. To do so, reinforce the discussion showing a few more examples of Land Art. Make clear that the work of Pasquetti happens (to us) only when we unite image to its title; without this association, the work does not exist. Activities: Ephemeral Art Project ephemeral work: suggest the preparation of a project for a temporary work. To do so, bring back and present to the group examples of artists who use the impermanent as a central element in their work. Tell them that this is a proposal to be designed for a specific location, it should last a certain time and it cannot be disassembled because the idea of this work is exactly that: it will be disappearing by itself. Otherwise they would not be proposing something transient as such. It would be something else, only aspiring to an ephemeral nature. Landscape Changed Review with your students the ways in which the landscape is altered, resulting in symbols/images (e.g., Japanese and French gardens). Compare them with the production of art from the late ‘60s and early ‘70s, called Land Art. Invite them to discuss this. Ask them about the peculiarities of each situation. Finally, invite them to come to the schoolyard. Once there, invite them to think, to design and to build works using objects and materials found on site. 40 Tatzu Nishi Nagoya, Japan, 1960. Lives in Berlin, Germany and Tokyo, Japan. Tatzu Nishi is known worldwide for creating new environments and producing contexts in which citizens’ relationships with historic monuments enter the private arena. Using scaffolding and temporary building structures that offer public access to monuments from another viewpoint, the artist produces mobile living rooms and hotel rooms in which fragments of public monuments and religious icons become table dressings and domestic ornaments. His work humorously highlights small details of monuments which pass unnoticed in everyday experience and also contributes new meanings to the statues. By casting a relaxed and irreverent eye over urban icons his work breaks with the formality and the distanced way in which these works appear in the city. As we look at imposing monuments from a more egalitarian level, by removing the bases of the statues, historical heritage loses some of its aura and a less formal relationship is established. Tatzu Nishi has produced works that rearrange urban furniture, public lighting and experiments with cranes. He has also made work inside museum institutions, creating everyday contexts for modern works, such us installing a complete kitchen around a painting to provide an uncommon contact with art history. Questions: First, ask students to discuss the role of public monuments in their area. What public monuments exist? What do they represent for the public, if anything? What is the importance of public art, in general, in a culture? Then, look together at The Merlion Hotel. What do students notice about it? What is surprising about it? How do students think the artist might have made this artwork? about this quote. How does Nishi change the “heroic message” of the statue of Barrios? What does it become instead? Why do students think Nishi has chosen domestic rooms to build rather than other types of structures or even types of architecture? How would this artwork carry a different meaning with different types of rooms or built structures? Activities: Research and Respond to a Public Monument For this activity, students will research and respond to a public monument in their town, city, or country. First, they will brainstorm the public monuments they might be able to choose from and discuss a couple examples. What do these monuments mean to the public? Next, they will each choose one to focus on. They should research its history – the artist, the commissioning entity, its materials, the history of the subject. Finally, they will write an essay to respond to it. What do they think about the monument and its role in the community? What does the monument represent for the community? Would they prefer that the subject be depicted differently or not at all? Would they prefer a different subject entirely? In this essay, they should make recommendations for the monument’s future. Should it be removed, moved, destroyed, replaced, altered? Site-Specific, Public Art Installations Nishi’s artworks are what are called site-specific installations. They are also considered public art, like monuments, because they are not confined within the walls of a museum. For this activity, students will commission a site-specific public art installation for their community. They will have to write a proposal in which they make recommendations about the site, the themes, the duration of the exhibition, the public’s interaction with the artwork. What are their goals for the installation? Specifically, how would they like the installation to affect their community? This artwork was built recently in Singapore, at the Singapore Art Biennale, around a singaporean national monument. How has Tatzu Nishi changed the square and the statue by building a hotel room around it? to a reviewer, “He incorporates these familiar, pre-existing structures into temporary, intimate domains, forcing us to reconsider the public/private divide and changing their heroic message.”** Ask students what they think 41 Kochta & Kalleinen Formed as a pair in Helsinki, Finland, in 2003. They live in Helsinki. The joint work of Oliver Kochta and Tellervo Kalleinen comes together through performance, beginning in 2003 with the Summit of Micronations project. In this work the artists explored the theme of micro-nations, whose communities – physical and/or virtual – do not fit into the usual political definition. The artists have proposed an exchange between these communities with unusual customs and convictions of life. Their works constantly engage in a taxonomic observation of society. Fiction plays a key role in the works, which despite their sense of humour reflect on such profound subjects as human belonging and identity. Their art production operates as a project, through which fictional films developed with the assistance and performance of people (not actors) who live in specific situations, question the surroundings of their life, their work, their dreams, desires and dislikes. The project stimulates great interest and awakens spectators’ voyeurism in wanting to discover people’s private worlds, what they are wishing for, dreaming or wanting to reveal. Sources: http://www.complaintschoir.org/ Questions: Discuss the idea of viewer participation in the realm of art. How can an artist make an artwork participatory? What might be the benefits and/or challenges of this kind of artwork? Now, tell students about the project that Oliver Kochta and Tellervo Kalleinen – a husband and wife art team – conducted around the world. For this project, people gathered in different cities to share their complaints. Then, they composed music based on these complaints and sung them together as a choir. Look together at the video still above as well as at slideshows and videos available at this website: http://www. ykon.org/kochta-kalleinen/complaintschoir.html What do students think about this project? What makes it different from other artworks they have seen? The idea started in Finland, where the artists lived and where there is a word for people who complain simultaneously, valituskuoro, which translates as complaints choir. They decided that since people spend so much energy complaining, they wanted to convert the efforts into something positive. What do students think about this idea? What could be positive about gathering to discuss complaints and singing compositions based on them? The complaints have taken on a different focus in different cities. In Tokyo, the complaints centered mainly around work and bosses. In Helsinki, they centered around cell phones. In Chicago, they focused on transportation. Ask students to think about their area. What type of complaints would constitute the majority? What can complaints tell us about that place? This artwork series is continuing without the direction or involvement of the artists themselves. They have set up a website (http://www.complaintschoir.org/) with instructions for people who want to form their own choir but they will no longer organize the complaint sessions and the composition process. What do students think about an artwork being made without the artists involvement? Should this still be considered their artwork? Why or why not? Activities: Participatory artwork For this activity, students will create an artwork that requires viewer participation to be complete. Like Kochta and Kalleinen, students will imagine a step by step process by which others can create their own version of this artwork. Students should illustrate their step by step process with drawings or diagrams. When they are finished, ask students to exchange their step by step process with a partner and discuss: what would their partner do with these directions? Exchange the instructions again and compare a different students’ ideas about how to implement the process. How might the product vary despite being based on the same process? Create your own Complaints Choir On the website (http://www.complaintschoir.org/doityourself.html), follow the nine step process for creating a complaints choir as a class. Students can submit and group their complaints by category. Then, working with a musician (perhaps the school’s music teacher or a musical parent), they can turn these complaints into lyrics and rehearse them. They should stage the performance, as well. Reflect on the experience. How did the class’s complaints compare to the other cities around the world? What did they focus on? How was the experience of singing the complaints? Did it affect them emotionally, intellectually? 42 FUNDAÇÃO BIENAL DO MERCOSUL Conselho de Administração Jorge Gerdau Johannpeter – Presidente Justo Werlang – Vice-Presidente Adelino Raymundo Colombo Elvaristo Teixeira do Amaral Eva Sopher Evelyn Berg Ioschpe Francisco de Assis Chaves Bastos George Torquato Firmeza Hélio da Conceição Fernandes Costa Hildo Francisco Henz Horst Ernst Volk Ivo Abrahão Nesralla Jayme Sirotsky Jorge Polydoro Julio Ricardo Andrighetto Mottin Liliana Magalhães Luiz Antonio de Assis Brasil Luiz Carlos Mandelli Luiz Fernando Cirne Lima Mauro Knijnik Paulo César Brasil do Amaral Péricles de Freitas Druck Raul Anselmo Randon Renato Malcon Ricardo Vontobel Sérgio Silveira Saraiva Sergius Gonzaga William Ling Conselho Fiscal Jairo Coelho da Silva José Benedicto Ledur Ricardo Russowsky Mário Fernando Fettermann Espíndola Rudi Araújo Kother Wilson Ling 8ª BIENAL DO MERCOSUL Diretoria Executiva Luiz Carlos Mandelli – Presidente Beatriz Bier Johannpeter – Vice-Presidente André Jobim de Azevedo – Diretor Jurídico Ana Luiza Mariano da Rocha Mottin – Diretora de Publicações Anete Maria Abarno Peres – Diretora Municipal Antônio Augusto Pinent Tigre – Diretor de Marketing Claudio Teitelbaum – Diretor de Qualidade Gaudêncio Fidelis – Diretor Estadual Heron Charneski – Diretor do Núcleo de Documentação e Pesquisa José Paulo Soares Martins – Diretor de Captação Justo Werlang – Diretor Conselheiro Léo Iolovitch – Diretor Institucional Mathias Kisslinger Rodrigues – Diretor Administrativo / Financeiro Patrícia Fossati Druck – Diretora Adjunta Renato Nunes Vieira Rizzo – Diretor de Espaços Físicos Roberto Schmitt-Prym – Diretor Estadual Telmo Netto Costa Júnior – Diretor de Redes Sociais Equipe Curatorial José Roca – Curador Geral Alexia Tala – Curadora Adjunta Cauê Alves – Curador Adjunto Paola Santoscoy – Curadora Adjunta Pablo Helguera – Curador Pedagógico Aracy Amaral – Curadora Convidada Fernanda Albuquerque – Curadora Assistente Projeto Pedagógico Mônica Hoff – Coordenadora Geral Gabriela Silva – Coordenadora Operacional Carina Levitan e Liane Strapazzon – Produtoras Ana Paula Monjeló e Júlia Coelho – Assistentes Ethiene Nachtigall – Coordenadora de Produção /Curso de Mediadores Karina Finger e Juliana Costa – Assistentes / Curso de Mediadores Cursos para Professores André da Rocha, Estêvão Haeser, Diana Kolker e Jorge Bucksdricker – Educadores Material Pedagógico Pablo Helguera – Concepção Mônica Hoff – Organização Jackie Delamatre, Mônica Hoff e Pablo Helguera – Textos Clara Meirelles, Clodinei Silva, Gabriela Petit, Martin Heuser e Nick Rands – Tradução Design e Diagramação Marília Ryff-Moreira Vianna e Rosana de Castilhos Peixoto