Competências para o líder brasileiro em 2015
Competências para o líder brasileiro em 2015
Por Jefferson W. Santos
Data de Publicação: 13 de Janeiro de 2015
Eficiência é a palavra de ordem. Os recursos e o acesso ao crédito serão
substancialmente reduzidos. As empresas deverão perseguir a eficiência reduzindo, ao
máximo, o retrabalho e atrasando a obsolescência programada em seus "assets".
Com os ajustes na economia acredito que os juros irão se manter altos, se não subirem, e
o inevitável retorno da inflação (sem se esquecer que já se prevê o dólar a R$ 3,2+ farão
com que a capacidade de gasto, além do que seja necessário para a manutenção do
negócio se evidenciará. Assim, penso que os espaços para a criatividade e inovação serão
muitíssimos curtos e discretos. O risco não será aceito com facilidade e isso deve ser uma
constante em todos os segmentos da economia.
O líder para este cenário deverá empregar competências adormecidas em épocas de
acesso ao crédito facilitado que permitia clientes em profusão em quase todos os ramos
de nossa atraente economia.
Portanto ser eficiente, com parcos recursos adicionais disponíveis além daqueles para a
sobrevivência do negócio e a prudente contenção do ímpeto inovativo estarão no elenco
de humores do líder em muitas e variadas organizações no solo pátrio.
De sorte que minha experiência na gestão pública com recursos pingados a conta-gotas
nas tais frações duodecimais (nem sempre nas datas prometidas pela administração
central, ressalte-s+, levaram-me a elaborar o breve "check list" a seguir:
1. Enxergar o entorno: O líder deverá desenvolver em si, e estimular em sua equipe, a
capacidade de enxergar o cenário do macro-ambiente, o como os agentes
intervenientes (atores, fatores e eventos) irão interferir na empresa, nos parceiros
e na cadeia de valor;
2. Afinal, o que está errado?: O líder também deverá desenvolver, em si e na equipe,
a capacidade de prescrutar o macro e micro ambientes e definir, com objetividade
(tempo é requisito de eficiência) e clareza o que está errado, qual é o "gap" entre o
que deveria ser o "output" e o que de diferente foi oferecido como serviço ou
produto;
3. Os mesmos olhares: A partir da segura e, por todos, reconhecida causa do "gap"
liderar ações intersetoriais, sistêmicas e integradas para iniciar os planos de ação
setoriais e orquestrá-los para uma consecução que gere resultados de forma
eficiente. A capacidade de comunicação intersetorial flúida torna-se essencial. Uma
vez definido o problema (ga+ liderar a equipe para, juntos, contemplar o cenário
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no entorno da organização (macro-ambiente e mercado). A análise PEST (Avaliação
dos cenários Político, Econômico, Sócio-Cultural e Tecnológico -não descuidar da
análise dos impactos ambientais da avaliação-) torna-se a ferramenta ideal para a
ocasião;
Sun Tzu na real: Hora de uma honesta e coerente análise SWOT (FOFA). Forças
contrapostas às ameaças e Fraquezas sendo compensadas por oportunidades
deverão ser exaustivamente debatidas entre os membros da equipe para produzir
argumentos sólidos para a próxima fase;
Seja um Maestro: Em função do cenário macro-econômico as ameaças externas
certamente engolirão os incautos em suas fraquezas. Assim, apesar de lhe ser dada
a incumbência de resolver um problema e cobrir um "gap" JAMAIS proponha
qualquer linha de ação antes de perguntar até onde e como seus precedentes
(sobretudo o setor financeiro e o logístico) podem lhe apoiar. Também JAMAIS se
esqueça que os setores que irão lhe apoiar tem suas agendas, seus cronogramas
físico-financeiro. Respeite os limites de seus precedentes, afinal sem eles todo seu
esforço será em vão e você corre o risco de perder a credibilidade;
Vender a idéia: Todos falando a mesma língua e percebendo, da mesma forma, o
cenário e as possibilidades, elaborar a argumentação que servirá de base para das
linhas de ação que a alta direção da organização irá adotar. Consistência e
credibilidade são as palavras de ordem para embasar uma argumentação
imbatível. A análise SMART é recomendável e mostrou-se, para mim, infalível todas
as vezes que dela lancei mão;
Os termômetros e as métricas: Antes de prosseguir o líder deve obter, de forma
clara e incontestável, quais são os parâmetros e limites que a alta direção quer na
solução do problema, os chamdos critérios críticos. Quanto ao Fator Crítico de
Sucesso a qualidade do produto ou serviço final é a forma mais sensata e aceitável
por todos os setores envolvidos;
Deming, eternamente: Bem, o Plano de Ação precisa de um idioma, uma
metodologia aceita e praticada diariamente, ainda que assim não percebida por
todos. Entra em cena o salvador do Japão pós-guerra: o engenheiro Deming e o seu
inexorável e infalível 5W2H. Ao longo dos anos, cartesiano e pragmático,
desconheço check list ou receita do bolo mais infalível que tais letrinhas. Caminho
das pedras, mapa do tesouro: Quem (Who) deve fazer o Quê (What), por qual
motivo (Why), onde (Where), quando (When), o como será feito (How) e, finalmente
e jamais menos importante (eficiência também requer menor custo) o quanto irá
custar (How Much);
Aceitar os "outsiders": Sempre encarei auditorias como excelentes formas de se
perseguir a eficiência de acordo com as regras estabelecidas, sobretudo pelos
agentes intervenientes (órgãos reguladores que, no caso do gestor público são o
TCU e MPU). Evita, sobretudo, na reta final, ter que refazer procedimentos por
"não estar conforme", não ter atingido a conformidade; e
As Lições Aprendidas: Como brasileiros, latinos, não somos muito afetos a escrever
e registrar como os metódicos europeus. Todavia para não se trabalhar de graça
ou ter retrabalho para se cobrir um "gap" no futuro, especialmente se os membros
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da equipe forem substituídos e, com eles, a memória do "on post job", convém
escrever, registrar e com isso, até sugestões para se atualizar procedimentos,
normas e diretrizes. Os ganhos com o registro e o "debrifing" são substanciais para
todos.
A capacidade de se processar adequadamente, e em tempo oportuno, as informações
providas pelo "entorno organizacional" (o macro-ambiente e o mercad+ e a capacidade
de mobilizar a equipe para se obter resultados sustentáveis de forma eficiente será o
grande diferencial do líder no futuro diante da complexidade da economia brasileira.
Versão Original:
http://www.dicas-l.com.br/piloto-e-gerente/piloto-e-gerente_201501131951.php
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