ISBN 978-85-8015-053-7 Cadernos PDE VOLUME I I Versão Online 2009 O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE Produção Didático-Pedagógica SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ LUCIMAR MARIA PRIMO GALLEGO ORIENTADOR: PROF. Dr. JOSÉ RICARDO PENTEADO FALCO PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA - 2010 – DADOS DE IDENTIFICAÇÃO: PROFESSOR PDE: Lucimar Maria Primo Gallego ÁREA PDE: Ciências NÚCLEO: Maringá PROFESSOR ORIENTADOR: Prof. Dr. José Ricardo Penteado Falco IES VINCULADA: Universidade Estadual de Maringá ESCOLA DE IMPLEMENTACÃO: CEEBJA “Professor Manoel Rodrigues da Silva” PÚBLICO DESTINATÁRIO: Alunos da EJA do Ensino Fundamental Fase II PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA: Adaptação e Construção de Jogo para Abordagem do Tema “Cadeia Alimentar” INTRODUÇÃO Percebemos hoje na escola a ausência de uma proposta pedagógica que incorpore o lúdico como estratégia de ensino aprendizagem. São poucas as escolas que investem neste aprendizado. A escola simplesmente esqueceu que em qualquer época da vida de criança, adolescente, jovens e adultos, as brincadeiras devem estar presentes. Para Negrine (1998) é necessário que o adulto reaprenda a brincar, independente da idade. Brincar não significa que o jovem ou o adulto volte a ser criança, mas é um meio pelo qual o ser humano relaciona-se consigo mesmo, com os outros e com o contexto sociocultural. Na atividade lúdica, o homem, sem perder sua condição de adulto sério e responsável, passa a dar mais sentido e mais alegria à vida. Através dela mostra-se, libera-se e, por consequência, ativa o pensamento e a memória; tem oportunidade de expandir suas emoções e sensações de prazer, tem mais criatividade. Em qualquer época da vida, tanto de criança, de adolescente, e porque não de jovens e adultos, as brincadeiras devem estar presente. Na EJA Educação de Jovens e Adultos é fundamental experimentar atividades que levem o educando a sonhar e a brincar, pois é por meio de brincadeiras que são exteriorizados os medos, sonhos, frustrações e fantasias. A ludicidade, portanto, faz parte do processo de descoberta e aprendizagem. Para Haltinger (1998) ser criativo é um processo que nasce com a criatura humana. Criar é uma capacidade que todos temos independente do meio sócio-cultural em que você está inserido. . Independente do tipo de vida que leve, todos os jovens, adultos e crianças precisam da brincadeira e de alguma forma de jogo, sonho e fantasia para viver. A escola precisa reconhecer o valor do lúdico, sua importância enquanto fator de desenvolvimento. Dentre estes destacam-se: -Auxílio na motivação; -Desenvolvimento dos processos sociais de comunicação e expressão; -Favorecimento da construção do conhecimento; -Melhora na auto-estima, conduta social e consequente interação com o grupo; -Capacidade de explorar a criatividade; -Facilitar a aprendizagem; -Colaborar para uma boa saúde mental; Autores como Dias (1991, 2001); Carvalho & Xavier (1999), Carvalho & Macedo (2003) e Carvalho (2005) reforçam que os fatores citados acima contribuem para o ensino-aprendizagem, pois também acreditam no lúdico como uma das estratégias que apresentam resultados mais significativos no desenvolvimento de atividades, sejam em espaços escolares ou não, citando como exemplos em seus trabalhos, jogos, brincadeiras e experiências. Lopes (2000) observou a facilidade e a eficiência do aprendizado por meio de jogos, independente da idade, sendo que os elementos do cotidiano são envolvidos de tal forma, que fazem com que o aprendiz seja sujeito ativo do processo de educação. Considera, ainda, o jogo como uma preparação para a vida adulta. O Ensino de Ciências, aliado ao lúdico, vem com o intuito de despertar na criança, no adolescente e no adulto o princípio de que o ser humano não é um ser único no ambiente onde vive, e que necessita estabelecer relações com todos os outros componentes bióticos e abióticos, conciliando elementos do seu cotidiano com informações desenvolvidas no processo do conhecer, perceber e sentir, propondo um caminhar com mais prazer pelo planeta terra. Para Ramos (1990), o estudante tendo a curiosidade e a vontade de manusear, pensar, interagir e propor soluções, ele acaba chegando naturalmente ao conhecimento. Diante de tantos estudos mostrando como os jogos didáticos (lúdico), podem auxiliar no processo ensino aprendizagem, a proposta deste material é que os alunos, após orientações, idealizem um jogo didático, envolvendo o tema cadeia alimentar. Cada jogo deverá constar de regras básicas, e para seu desenvolvimento, da listagem de materiais necessários para sua confecção, os quais serão adquiridos pelos professores envolvidos neste projeto. Descrição das atividades que possibilitam a construção de um jogo didático Este estudo será desenvolvido no Colégio Estadual Professor “Manoel Rodrigues da Silva “(CEEBJA), ainda com número indefinido de alunos, com aproximadamente 32 horas \ aulas 1ª atividade Objetivo -Mensurar o conhecimento prévio do aluno em relação ao tema cadeia alimentar Desenvolvimento Esta etapa constará da aplicação de um questionário aos alunos, quando será feita uma sondagem para verificar o que ele adquiriu de conhecimento, ao longo de sua vida (em estudos prévios e experiências anteriores), em relação ao tema cadeia alimentar. As questões do questionário serão: 1º- Você sabe utilizar o computador? 2º- Qual a importância do sol para os seres vivos do planeta? 3º- Você já estudou cadeia alimentar em ciências? 4º- O que é fotossíntese? 5º- O que é cadeia alimentar? 6º- Quem é o produtor em uma cadeia alimentar? 7º- Organize a cadeia alimentar abaixo: homem, gafanhoto, galinha, grama, fungos. 8º- Quem é, na cadeia alimentar organizada o: a) produtor? b) consumidor primário? c) consumidor secundário? d) consumidor terciário? e) decompositor? 9º- Qual a função dos fungos e bactérias na cadeia alimentar? Solicito, ainda, sua permissão para utilizar as respostas (sem a identificação do autor) para a publicação de trabalho cientifico ( ) de acordo Aluno (a)_______________________________________________________ 2ª atividade Objetivo Coletar dados, por meio de uma pesquisa orientada, sobre o tema cadeia alimentar. Desenvolvimento Os alunos serão encaminhados à sala de informática para a realização de uma pesquisa orientada, sobre o tema cadeia alimentar. Este trabalho será realizado em dupla, assim, enquanto um pesquisa no computador, o outro anota as definições, fazendo consultas a vários sites, traçando uma comparação entre as diferentes definições, verificando, desta forma, que todos trazem a mesma informação, mas de maneira diferenciada. Neste momento será oportunizado aos alunos que nunca tiveram acesso ao computador, o primeiro contato com essa ferramenta. Neste momento, cada aluno responderá ao estudo dirigido contendo as mesmas questões da 1º atividade, traçando uma comparação entre diferentes sites, mas com definições semelhantes. Sugestões de alguns sites que podem ser pesquisados http://educar.sc.usp.br/ciencias/ecologia/cadeia.html http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/meio-ambiente-cadeiaalimentar/cadeias-alimentares.php http://pt.wikipedia.org/wiki/Cadeia_alimentar http://ambientes.ambientebrasil.com.br/educacao/artigos/cadeia_alimentar.html http://www.todabiologia.com/ecologia/cadeia_alimentar.htm http://www.brasilescola.com/biologia/cadeia-alimentar.htm 3ª Atividade Objetivo Reforçar os conceitos, pesquisados pelos alunos, sobre o tema cadeia alimentar. Desenvolvimento Após a pesquisa orientada feita pelos alunos na sala de informática eles serão encaminhados a sala de aula onde será feita uma discussão, tendo como enfoque os conceitos pesquisados por eles. Neste momento será solicitado que as duplas apresentem cada conceito oralmente possibilitando desta forma ao professor fazer interferências sempre com o intuito de reforçar a importância de se conhecer os componentes da cadeia alimentar bem como entender que á matéria nunca acaba, ou seja, está constantemente ciclando dentro do ecossistema. Já a energia também passa pelos mesmos componentes no ecossistema, mas de forma diferente, pois ela não retorna, e sim flui. Concluindo assim que nos ecossistemas há uma constante passagem de matéria e energia de um nível para outro até chegar aos decompositores, os quais reciclam parte da matéria total utilizada neste fluxo. A este percurso de matéria e energia que se inicia sempre por um produtor e termina em um decompositor, chamamos de cadeia alimentar Para melhor compreensão de conceitos básicos relacionados à cadeia alimentar sugere-se que sejam trabalhadas algumas definições, como: Cadeia alimentar: a transferência da matéria e energia, desde sua conversão nos autótrofos (plantas e algas), através de uma série de organismos que consomem e são consumidos. Autótrofos: organismos que produzem as moléculas orgânicas energizadas; (matéria energizada; alimento) a partir de inorgânicos (CO2 e H2O). Fotossíntese: processo pelo qual os produtores, por exemplo, vegetais, convertem na presença de luz, água e gás carbônico, retirados do ambiente, em matéria energizada (moléculas orgânicas energizada, como por exemplo a glicose) Heterótrofos: organismos que adquirem suas moléculas orgânicas energizadas a partir do consumo de fontes alimentares externas, pois não produzem seu próprio alimento. Produtores: organismos autotróficos, principalmente as plantas verdes, que manufaturam suas moléculas orgânicas energizadas (o alimento) a partir de substância inorgânica simples (CO2 e H2O). Consumidor primário: aquele que adquire matéria orgânica energizada (alimento) consumindo os produtores Consumidor secundário: aquele que adquire matéria orgânica energizada (alimento) consumindo os consumidores primários Consumidor terciário: aquele que adquire matéria orgânica energizada consumindo os consumidores secundários. Decompositores organismo que adquiri matéria orgânica energizada decompondo a matéria morta de seres (por exemplo, animais e plantas) disponibilizando-a novamente ao meio ambiente. Níveis tróficos: é o nível de nutrição a que pertence um indivíduo ou uma espécie, que indica a passagem de matéria e energia entre os seres vivos num ecossistema. Fluxo energético: transferência de energia entre os seres vivos de uma cadeia alimentar. Sugestões de sites a serem pesquisados: You tube novo tele curso ciências aula 37 Vídeo Online - Parte 1 6:47 http://www.youtube.com/watch?v=cTjX1mjv20o Vídeo Online - Parte 2 8:30 http://www.youtube.com/watch?v=IJjMpfuHGyE 4ª Atividade Objetivo Observar a criatividade, motivação e o relacionamento dos alunos no trabalho em equipe. Desenvolvimento Solicitar a cada grupo de três alunos que, tendo por base as informações adquiridas nos sites e aula teórica, idealizem um jogo didático, envolvendo o tema cadeia alimentar. Cada jogo deverá constar de regras básicas e materiais necessários para sua confecção, os quais adquiridos pelos professores envolvidos neste projeto, Em seguida, os alunos confeccionarão um jogo didático. Observação: caso os alunos encontrem dificuldades para idealizarem a atividade proposta o professor poderá sugerir que se baseiem em jogo tradicionais como: jogo da memória, dominó, bingo, etc. 5ª Atividade Objetivo Discutir e fixar a importância dos elementos de uma cadeia alimentar, utilizando os jogos confeccionados pelos alunos. Desenvolvimento Cada um dos jogos será aplicado em sala, contando com a participação de toda a turma, discutindo-se as regras propostas, objetivos do jogo, elementos e importância da cadeia alimentar para a manutenção da dinâmica do meio ambiente. 6ª Atividade Objetivo Verificar se o aluno assimilou o conteúdo após os encaminhamentos anteriores. Desenvolvimento Para a verificação da fixação do conteúdo “cadeia alimentar” será aplicado o mesmo questionário constante da 1ª comparadas com as anteriores. atividade, sendo as respostas 7ª Atividade Objetivo Avaliar o percentual de respostas corretamente respondidas do questionário apresentado na 6º atividade. Desenvolvimento De posse dos questionários respondidos pelos alunos, as respostas serão transferidas para uma tabela e avaliadas quanto ao conteúdo em questões certas ou erradas, determinando o percentual de acerto e a análise desta metodologia aplicada no EJA, fundamentando a construção do artigo científico Referências AMBIENTAIS, 2. 1999. Cuiabá. Painel... Cuiabá, Rede Mato-Grossense de Educação Ambiental, 1999. CARVALHO, J. M. K. & MACEDO, M. Uma Atividade lúdica como instrumento da educação ambiental: O Pega-Pega da cadeia alimentar. In: FOME ZERO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL. Livro de Resumos. Cuiabá, Rede MatoGrossense de Educação Ambiental. 2003 CARVALHO, J. M. K. & XAVIER, F. F. A. Utilização de atividades lúdicas para a sensibilização ambiental. In: ENCONTRO ESTADUAL DE EDUCADORAS CARVALHO, J. M. K. O Ambiente Lúdico do Cáritas Pirinéu: um estudo de caso. Cuiabá: UFMT / IE, 2005. DIAS, G. F. Educação Ambiental: Princípios e Práticas. 7ª ed. São Paulo / Gaia, 2001. DIAS, G. F. 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