RECURSOS COMPUTACIONAIS: UMA ESTRATÉGIA DE APOIO À
APRENDIZAGEM DE CRIANÇAS COM AUTISMO?

Francisca Maria Gomes Cabral Soares
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte - UERN
Programa de Pós-Graduação em Educação – PROPED - UERJ
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES
Eixo temático: Comunicação Alternativa e Inclusão Escolar
Resumo:
O diálogo apresentado neste resumo é o recorte de um projeto maior de
doutorado da autora, intitulado: “A contribuição do computador para a
coordenação de ações comunicacionais e sociais de crianças com autismo”. A
inclusão de crianças com autismo na escola regular é uma proposta recente e
carente de estudos em nosso país. Para além dos enunciados da legislação é
necessário assegurar modos pedagógicos de trabalho com essa população. A
abordagem que tecemos dispõe sobre a criação de softwares direcionados
para o desenvolvimento das habilidades comunicacionais e sociais de pessoas
com autismo, destacando as especificidades da Comunicação Alternativa (CA)
como categoria da Tecnologia Assistiva (TA). Ainda falamos da formação
continuada e inicial de pedagogos como lugar de apropriação do que vem
sendo construído. Assim, indagamos: Os recursos computacionais podem vir a
ser no processo de interação dos sujeitos uma forma de complementar/auxiliar
os modos pedagógicos de ensino as crianças com autismo? Por isso, neste
estudo, objetivamos identificar recursos computacionais direcionados ao apoio
da aprendizagem de crianças com autismo e verificar seus efeitos no processo
ensino e aprendizagem. Para isso, inicialmente, nosso percurso metodológico
caracterizou-se pela construção de uma pesquisa bibliográfica. Selecionamos
textos que versam sobre autismo, recursos computacionais e formação de
professores, com eles dialogamos a fim de percebermos a pertinência ou não
da nossa proposta que é também uma aposta, nossos autores são Vygotsky
(2005), Passerino (2010), Nunes (2011), Schimer, Walter, Nunes, Delgado
(2011), Lima e Castro (2012), Walter, Netto, Nunes (2013). No aporte teórico,
notamos serem os recursos computacionais direcionados para o autismo objeto
de investigação de algumas pesquisas recentes no cenário nacional. Os
estudos de Nunes e Walter (2011) evidenciam que a CAA é mais presente em
ambientes estruturados como na clínica, mas no Rio de Janeiro sua presença é
crescente, mesmo assim não podemos ignorar as diferenças regionais, as
realidades locais. Será o desconhecimento de como utilizar esses sistemas
uma justificativa para sua ausência? A aposta numa formação continuada
visando evidenciar como trabalhar com esses sistemas nos parece viável. O
autismo é diagnosticado numa tríade sintomatológica, pode ser antes dos três
anos de idade, inclui “Distúrbios qualitativos na interação social recíproca,
déficits de comunicação e manifestação de comportamentos/interesses
restritos e/ou atípicos” (NUNES, 2011, p. 161). A pessoa com autismo
apresenta
assim
comprometimento
na
comunicação,
socialização
e
imaginação, porém sua aprendizagem pode ser desenvolvida. É sabido que o
nível intelectual dos indivíduos com autismo varia da deficiência intelectual à
inteligência superior. (LIMA e CASTRO, 2012). A interação social é entendida
por nós como um processo de compartilhamento e apropriação de elementos
da nossa cultura que para ser efetiva necessita que dois ou mais sujeitos não
estejam somente próximos, mas estabeleçam trocas. Não podemos precisar
exatamente como uma pessoa aprende, mas sempre que isso acontece o
sujeito ingressou num processo de apropriação dos signos da sua cultura,
aprende pela mediação. (VYGOTSKY, 2005). Inferimos não ser completamente
ausente, mas ainda restrita uma formação pedagógica continuada que vincule
a relação entre o uso de instrumentos técnicos e a coordenação de modos
pedagógicos que favoreçam a mediação, aqui entendida como sistema
simbólico favorável à aprendizagem. Constatamos também que há maior
incidência de criação dos objetos virtuais do que configuração de modos de
mediação pedagógica com esses objetos, haja vista ser considerável o número
de
professores
que
desconhecem
esses
recursos,
pois
não
familiarizados com a tecnologia de alto custo em suas salas de aula.
Palavras-Chave: Autismo. Infância. Ensino.
Referências
estão
LIMA, David. CASTRO, Thais. Music Spectrum: um Sistema Colaborativo de
Imersão Musical para Crianças com Autismo. In.: Universidade Federal do
Amazonas (UFAM). Programa de Pós-graduação em Informática (PPGI).
Manaus-Am,
Brasil.
Disponível
em:
http://sws2012.ime.usp.br/sbsc/SBSC2012/data/4890a053.pdf
Acesso
em
29/04/2013.
NUNES, Débora Regina de Paula. AZEVEDO, Mariana Orrico de. FREIRE,
Janielle Gomes. Comunicação Alternativa em sala de aula: relatos de uma
professora de alunos com autismo. In: NUNES, Leila Regina d’Oliveira de
Paula. PELOSI, Miryam. WALTER, Cátia Crivelenti de Figueiredo (Orgs.).
Compartilhando experiências: ampliando a comunicação alternativa. Marília:
ABPEE, 2011.
NUNES, Leila Regina d’Oliveira de Paula. PELOSI, Miryam. WALTER, Cátia
Crivelenti de Figueiredo (Orgs.). Compartilhando experiências: ampliando a
comunicação alternativa. Marília: ABPEE, 2011.
NUNES, Leila Regina d’Oliveira de Paula [et al] (org.). Comunicar é preciso:
em busca das melhores práticas na educação do aluno com deficiência.
Marília: ABPEE, 2011.
PASSERINO, Liliana M. VILA, Barbara Gorziza; Bez, Maria Rosangela.
SCALA: um Sistema de Comunicação Alternativa para o Letramento de
Pessoas com Autismo. In.: revista on line CINTED-UFRGS Novas Tecnologias
na Educação. UFRGS, 2011.
VYGOTSKY, Lev Semenovick. Pensamento e linguagem. 3. ed. Trad.
Jefferson Luiz Camargo. São Paulo: Martins Fontes, 2005.
WALTER, Catia. O PECS-adaptado no ensino regular: uma opção de
comunicação alternativa para alunos com autismo. In: NUNES, Leila Regina
d’Oliveira de Paula [et al] (org.). Comunicar é preciso: em busca das melhores
práticas na educação do aluno com deficiência. Marília: ABPEE, 2011
WALTER, Catia ; NETTO, Marcia Mirian ; NUNES, Leila Regina (no prelo). A
Comunicação Alternativa e a Adaptação Pedagógica no Processo de Inclusão
de Alunos com Autismo. In: GLAT, Rosana e PLETSCH, Marcia (Orgs).
Estratégias Educacionais Diferenciadas para Alunos com Necessidades
Especiais. Rio de Janeiro, EDUERJ/PROESP.
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