O Valor Económico da Língua
nas Relações com o Exterior:
O Caso do Português
Brasília, Março, 2010
As línguas no mundo
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O Valor Económico da Língua nas Relações com o Exterior: O Caso do Português
ISCTE-IUL
12 maiores línguas
Alemão Coreano Françês
Japonês
2%
2%
3%
Russo 4%
5%
Bengali
6%
Mandarim
33%
Português
6%
Hindu
7%
Árabe
8%
Inglês
11%
Fonte: Calvet, L.J., 2007, Carnets d’Atelier de Sociolinguistique. 1
Espanhol
13%
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Ecologia da Língua (Calvet)
Hipercentral – Inglês
Super- Centrais (12) – incluem o
Espanhol, o Árabe, o Português e
o Francês
Centrais (200)
Outras (4 a 5.000)
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Notoriedade – Acesso à Internet
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O Valor Económico da Língua
Principais Estudos:
• Economics of Language: a network externalities
approach, Slavana Dalmazzone, 2000, sobre
Economias da rede e idioma;
• El Valor Económico de la Lengua Española de Ángel
Martín Municio et al., 2003 sobre O valor da língua
em % do PIB;
• Economia del Español - una introducción de José
Garcia Delgado et al., 2007 sobre a língua como
parte do capital humano, facilitador do comércio
internacional e intangível empresarial
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O Valor Económico da Língua
• Despesa óptima na diversidade linguística (Grin, 2003)
Valor
Benefício
Custo
Lucro
D*
Diversidade
O conhecimento de maior número de idiomas gera um rendimento marginal
decrescente. A influência de um idioma (nº e riqueza dos utilizadores) influencia a
ordem de preferência da sua escolha.
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Resumo
Objecto do estudo:
Analisar o impacto da proximidade linguística, do ponto de vista
do português sobre:
• o comércio externo;
• o investimento directo estrangeiro;
• Os fluxos migratórios;
• O turismo
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O Valor Económico da Língua nas Relações com o Exterior: O Caso do Português
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Resumo
Relações linguísticas analisadas:
– Países de língua oficial portuguesa;
– Países de língua próxima, neste caso o espanhol;
– Países de língua inglesa;
– Países com outros idiomas.
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O Valor Económico da Língua nas Relações com o Exterior: O Caso do Português
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Resumo
A proximidade linguística influencia:
Significativamente
• O investimento directo no estrangeiro
• Os fluxos migratórios.
Moderadamente
• O comércio externo
• Os fluxos turísticos.
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Comércio Externo
Modelos
“gravitacionais”
Impacto da língua
no comércio
externo
Número e a riqueza dos
utilizadores do idioma
Facilidade nas trocas
comerciais entre
utilizadores do
mesmo idioma
As diferenças linguísticas são barreiras ao comércio, equivalentes a tarifas
que podem ir dos 15 aos 22%. Hagel, em Stickel (2008)
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Comércio Externo
•
10 principais parceiros comerciais portugueses (2007), em
milhares de euros
País
Exportações
Espanha 10.645.775
Alemanha 4.894.519
França
4.743.380
R. Unido 2.253.239
EUA
1.787.108
Angola
1.684.325
Itália
1.551.289
Holanda 1.271.534
Bélgica
966.995
Singapura 707.939
Importações
17.702.245
7.500.269
4.937.848
2.021.616
953.828
369.378
3.157.185
2.677.717
1.641.328
54.023
Saldo
-7.056.471
-2.605.750
-194.469
231.623
833.280
1.314.947
-1.605.896
-1.406.183
-674.333
653.915
A proximidade geográfica e a dimensão económica são mais relevantes
que a proximidade linguística
Fonte: INE, Estatísticas do Comércio Internacional.
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Comércio Externo
• Comércio internacional de mercadorias por idioma,
2007
3%
7%
33%
30%
52%
Exportações
57%
6%
12%
Língua Portuguesa
Língua Inglesa
Importações
Língua Espanhola
Outras Línguas
Língua Portuguesa
Língua Espanhola
A proximidade linguística apenas é significativa nas exportações. O peso nas
importações é equivalente ao peso dos países lusófonos na economia mundial.
Fonte: INE, Estatísticas do Comércio Internacional.
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Investimento Directo Estrangeiro
Comparação entre o investimento directo português no
estrangeiro (IDPE) e o investimento à entrada (IDE) famílias
linguísticas (1996-2007)
70%
60%
60%
52%
50%
40%
IDE
30%
20%
Fonte:
Banco
Portugal, Março de 2009.
de
13%
IDPE
23%
19%
12%
16%
5%
10%
0%
Língua
Portuguesa
Língua
Espanhola
Língua Inglesa
Outras Línguas
A proximidade linguística é muito significativa no Inv. Directo Estrangeiro,
sobretudo à saída de Portugal (IDPE). O peso da língua espanhola deve-se
à proximidade e dimensão da economia espanhola.
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Fluxos Migratórios
Comparação entre emigrantes e imigrantes por família
linguística.
41%
Outras Línguas
42%
5%
Língua Inglesa
35%
3%
Língua Espanhola
10%
51%
Língua Portuguesa
13%
0%
10%
20%
Imigrantes
30%
40%
50%
60%
Emigrantes
Fonte: (Emigrantes) Observatório da Emigração, residentes nascidos em Portugal, dados de 2008; (Imigrantes) Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, dados de Junho de 2009.
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Fluxos Migratórios
Comparação entre emigrantes e imigrantes por família
linguística:
Os fluxos migratórios são determinados por razões económicas: os
emigrantes procuram zonas de rendimento mais elevado (Kerswill,
2006).
No entanto, o factor linguístico é muito significativo 13% dos emigrantes portugueses escolhem países onde se fala
português;
10%, vão para países de língua espanhola, sugerindo a importância da
proximidade, não apenas geográfica dado que encontramos
comunidades importantes na América Latina de expressão espanhola;
51% dos imigrantes em Portugal vêm de países de língua oficial
portuguesa.
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Turismo
• Portugal
– Saída de Turistas por país de destino (milhares)
3%
44%
47%
6%
Língua Portuguesa
Língua Espanhola
Fonte: Inquérito ao Movimento de Pessoas nas Fronteiras – 2007
Língua Inglesa
Outras Línguas
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Turismo
• Portugal
– Entrada de Turistas por país de destino (milhares)
4%
20%
51%
25%
Língua Portuguesa
Língua Espanhola
Língua Inglesa
Outras Línguas
A proximidade linguística apresenta a mais baixa relevância ao nível
do turismo. Ao contrário dos emigrantes, as diferenças não surgem
como obstáculo ao visitante temporário.
Fonte: Inquérito ao Movimento de Pessoas nas Fronteiras – 2007
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Motivações
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Factores de Valorização
– Factores de Valorização da Língua Portuguesa
Respostas mais significativas à questão aberta
“Para mim, a língua portuguesa é/tem…”
(%)
Importância estratégica
Bela/Expressiva
Ligação afectiva
Língua oficial
22,0
16,8
7,8
7,7
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Usos da Língua Portuguesa
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Usos da Língua Portuguesa
Usos e expectativas em relação à língua portuguesa segundo a região
Região
Trabalhar (%)
Viajar (%)
Comunicar (%)
Actual
Futuro
Actual
Futuro
Actual
Futuro
Europa Ocidental
10
66
57
85
42
73
Europa de Leste
11
76
47
66
42
71
África
19
64
45
73
46
58
Ásia
18
50
19
54
46
65
América do Norte
43
63
67
84
49
76
América Latina
20
61
28
77
49
56
CPLP
73
a)
53
a)
92
a)
Total
34
63
48
75
60
67
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Notoriedade - Personalidades
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Notoriedade – Marcas (países não lusófonos)
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Notoriedade – Marcas (países lusófonos)
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Número de Revistas por Colecção SciELO
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Evolução da Colecção SciELO Portugal 2005-2009
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Conclusões
• O impacto do IDE para o desenvolvimento económico dos
países é muito significativo. A verificação feita neste estudo
sugere que as empresas reduzem fortemente os custos de
organização quando investem em países com o mesmo idioma.
Esta situação é mais significativa nas empresas com menor
experiência internacional (diferença entre IDPE e IDE).
• Existe uma forte aposta no português, pelas oportunidades
profissionais e empresariais para os seus utilizadores
• A ênfase dada ao impacto da proximidade linguística sobre o
comércio externo parece excessiva. No caso do português, o
IDE e as migrações são muito mais sensíveis.
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O Valor Económico da Língua nas Relações com o Exterior: O Caso do Português
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Conclusões
• A língua promove relações, principalmente nas migrações. Os
trabalhadores do conhecimento exercem mais facilmente o seu
potencial quando não existem custos de adaptação linguística.
• O valor da língua para as empresas e os países pode ser
potenciado se for canalizado para as actividades com maior
potencial da sua utilização – cultura, conhecimento científico e
técnico e funções de coordenação e gestão.
• Este estudo pode ser desenvolvido em duas direcções:
– Análise sectorial distinguindo “indústrias da língua” e outras
actividades com menor intensidade linguística;
– Repetição desta metodologia junto de cada país de expressão
portuguesa.
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Conclusões
• Acções estratégicas a desenvolver
• Aprofundar a intercompreensão entre os utilizadores do
português, com destaque para o vocabulário científico e
técnico. Desenvolver a actividade editorial e de produção
científica em português.
• Privilegiar o ensino do português junto dos utilizadores do
idioma hiper-central (inglês, desenvolvimento vertical) e dos
países falantes do espanhol (desenvolvimento horizontal)
• Promover a aliança com a língua espanhola, incluindo a
intercompreensão e a aproximação na área editorial (ex.:
acesso às listas da ISI de publicações científicas em português
e espanhol ou mistas)
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O Valor Económico da Língua nas Relações
com o Exterior: O Caso do Português
•Estudo promovido e financiado pelo Instituto
Camões
•Coordenador: Luis Reto
•Equipa: José Paulo Esperança,Mohamed Azzim
Gulamhussen, Fernando Luís Machado, António
Firmino da Costa
•Colaboradores: Andrea Freitas, Helena Torres,
Sergio Estevinha, Jorge Horta Ferreira, Alice
Alexandre,Ivo Pereira
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