Escuta empática no trilho “GIP” Módulo II Ricardina Gonçalves Mestre em Psicologia da Saúde (ISPA) Mestre em Comportamento Organizacional (ISCTE) A Escuta Empática Já pensaram em como nos custa abdicar do uso dos nossos paradigmas…? Com eles, percebemos, compreendemos e interpretamos o mundo à nossa imagem… E…então…? A Escuta Empática …Para sermos eficazes, devemos começar por entender e aceitar as ideias do “outro”. Não é por acaso que a maioria das descobertas científicas é resultado de quebras de paradigmas. A Escuta Empática Quando um indivíduo se consegue libertar dos seus paradigmas, para ouvir outro, compreendendo-o, está a promover a escuta empática. A Escuta Empática Escutar empaticamente, é, também, efectuar um trabalho activo de selecção e elaboração do material trazido para o diálogo. A Escuta Empática Objectivo geral: proporcionar um vínculo entre inquiridor e inquirido, que suporte a comunicação. Objectivos específicos: 1. Reduzir o desconforto subjectivo; 2. Promover uma relação positiva; 3. Aumentar a qualidade do processo de inquirição; 4. Reforçar aspectos positivos do discurso do recluso; 5. Conduzir o inquirido à cooperação dialogante. A Escuta Empática Este processo terá tanto mais qualidade, quanto melhor se praticar: A técnica da Educação - função informativa sobre a nossa missão; A técnica da Securização - papel tranquilizador e reforçador da auto-estima, através da concordância. A Escuta Empática A aliança de trabalho pressupõe a colaboração activa entre inquirido e inquiridor. Devemos ser Atentos Receptivos ao problema Compreensivos A Escuta Empática Atitude do Inquiridor: Abstinência Neutralidade Assertividade Persuasão Securização A Escuta Empática Modo de intervenção Deve decorrer de forma calorosa, fluida, respeitando ritmos, não falando nem demais nem de menos, não mostrando sinais de cansaço ou distracção, não interrompendo constantemente, não mudando permanentemente de tema. A Escuta Empática Timing de intervenção Só o interesse e o cuidado com a relação nos permitirão saber qual o timing adequado para a intervirmos. Podemos encontrar desde quem começa a relatar a sua história com o requinte de “Sherlock Holmes”, a alguém que quase se recuse a falar. A Escuta Empática Conselhos práticos/ resumo: 1. Reunir em ambientes em que não haja dispersão; 2. Desligar do outro mundo e só ter olhos para aquele mundo; 3. Não ceder à tentação de declamar autobiografias; 4. Demonstrar compreensão e respeito, reforçando a aliança; 5. O silêncio também faz parte da conversa; 6. O corpo fala. Portanto, evitar cruzar os braços, bocejar, olhar para os lados, ou qualquer manifestação que não denote respeito. Conclusão A empatia não é igual à solidariedade. Não significa concordar incondicionalmente com alguém, mas compreender alguém, profundamente, tanto no plano emocional quanto no intelectual. Referências Bibliográficas Covey, S. (1989). The 7 habits of highly effective people. NY: Simon & Schuster Grinberg, L., (1973). Grupos. In Introdução às ideias de Bion. RJ: Imago Leal, I., (2005). Iniciação às psicoterapias. Lisboa: Fim de século. Strongman, Kenneth T. (1996). A psicologia da emoção. Lisboa: Climepsi Editores. Wolfe, B., (2005). Understanding and treating anxiety disorders - An integrative approach to healing the wounded self. Washington: APA. Young, J., Klosko, J., Weishar, M. (2003) Schema Therapy - A practitioner’s guide. NY: The Guilford Press.