CDU 553.551:551.762(469) ,. PANORAMA DOS CALCARIOS PO GIUSEPPE R MANUPPELLA/J. Ge61ogos da Direc~ao-GeraI ,. TU C. de Minas G UESES BALACO e Servi~os JURASSICOS * MOREIRA Geol6gicos RESUMO Os autores, do territorio, lima apos tecem das zonas, No umbito salientam-se uma breve algumas focalldo, referencia consideraf[jes todavia, litologico em a localizafiio relativas detalhe, alguns de cada uma das maIIchas, as caracteristicas qllimicas primeiro desta comunicafiio. Com base nas caracteristicas atrtis Para concluir, I.tilizaf~es, ao da-se um panorama longo dos ultimos aspectos dos consumos em carta as principais futuras, de calcario anexa, o objectivo referem-se utilizafoes todo de cada litoestratigrdficos. que constitui citadas, aplica,oes destes calcarios e, bem assim, as possiveis das respectivas especificafoes da industria. no regional referenciadas da matbia-prima, quimicas das manchas ii geologia em funfiio nas suas diferentes 5 alIos. RP;SUMP; PANORAMA DES CALCAIRES DU JURASSIQUE PORTUGAlS.-A la suite d'une reference tres rapide a la distribution des differentes zones calcaires dll Jurassique dans le territoire, les autellrs font quelques considerations concernant la geologie regionale, mettaIIt en evidenCe quelques aspects lithostratigraphiques. Ell rapport avec la lithologie de chacull des affleurements qui ont ete reperes une carte en allnexe, les caracteres chimiques de la matiere premiere ont un sllr role special, ell particulier. etant Prenant comme utilisations possibles plus dans Finalement, des cinq donne qlle l'object premier base les caracteres courantes de ces le futur, on en rapport peut dernieres avoir anIIees, une distribues etablis calcaires, avec de la presente ci-dessIIS, aussi les e.tigences bien sont qlle les erlvisage indiquees les les applications de l'industrie. idee des consomations par note les differentes des calcaires, industries qui au long les ont Iltilises. (*) Comunica~ao IS a 19 de Dezembro apresentada de 1975. ao II Congresso Ibero-Americano de Geologia Econ6mica. Buenos Aires. Argentina. MANUPPELLA,G.; B,\LAC6 MOREIRA,1. C. -Panorama dos calcQriosjurQssicosportugueses SYNOPSIS PANORAMA OF PORTUGUESE JURASSIC LIME. -Following a brief reference to the location of 'stains' throughout Jhe territory, the authors present certain considerations relating to the regional geology of each of the zones, underlining nevertheless in detail certain litoestratigraphic aspects. Within the litological ambit of each of the 'stains' refered to in the adjoining letter, attention is drawn to the chemical characteristics of the raw material, which constitutes the principal objective of this paper. Based on the above mentioned chemical characteristics reference is made to the main applications of this lime as 1vell as to its possible future utilisation in the respective specific functions in industry. By way of conclusion a global picture is given of the consumption of lime in its various forms of utilisation over the past five years. 1 -INTRODUC;AO O pIano de estudos das forma<;oes calcarias das Orlas mesozoicas, iniciado corn caracter sistematico em 1970-71, tern por objectivo a cohertura do Pals, a medio e longo prazo, de forma a poderem tornar-se publicos elementos relativos a composi<;ao qulmica, desenvolvimento e reservas das diferentes manchas calcarias, corn vista a sua utiliza<;ao industrial. Este estudo e fundamental, dado que, sobre os resultados obtidos, se podera basear uma numerosa gama de industrias (cimentos, cal hidraulica, qulmica, constru<;fio civil e infra-estruturas). A equipa incumbida deste estudo e constitulda pelos autores, apoiados pelo colector Antonio R~rigues, pelo auxiliar de campo Serafim Lopes Martins e pelo motorista Acacio Ferreira Ramalho. Este pIano ioi inicialmente dirigido a pesquisa de dolomitos. Desses estudos resultaram v:irias notas informa ti vas sobre esta materia-prima, considerando as suas caracterlsticas em diferentes localidades (vide bibliografia, n.OS4 a 8). Em 1971. os AA., em conjunto corn o Eng.o tecn.O Homero Leiria Borges, apresentaram ao I O:>ngresso Hispano-Luso-Americano de Geologia Econ6mica (I CHILAGE) uma comunica<;ao que constitui o primeiro ensaio de todo urn vasto programa que se pretendia levar a cabo e que, de facto, se encontra em fase de execu<;ao. Passado quase urn quinquenio, pretende-se tornar publicos, ainda que sumariamente, os resultados ate agora obtidos no que se refere as manchas jurassicas. se encontram Iocalizam-se junto das vilas de Anadia e Mealhada, no distrito de Aveiro. Na sequencia encontram-se as manchas de Cantanhede, Coimbra, Figueira da Foz, Verride, Montemor-o-Novo, situadas estas no distrito de Coimbra. Mais a suI situa-se a grande mancha de Condeixa-serra de Sic6-Alvaitizere-Tomar, que abrange parte dos distritos de Coimbra e Santarem. Logo a seguir depara-se a zona dos grandes maci<;os calcarios, vulgannente designada Maci<;o calctirio estremenho, hem como os pequenos retalhos de Maceira e Pataias. Esta grande unidade esta delimitada pelas seguintes localidades: Leiria, Vila Nova de Ourem, Aloanede, Rio Maior, Benedita, Turquel e Alcoba9a, administrativamente inoluldas nos distritos de Leiria e Santarem. A suI do Maci<;o calcario estremenho as manchas calcarias estao divididas em dois grandes grupos. O primeiro, junto a costa, e o da serra d'EI-Rei-Nazare (distrito de Leiria), o segundo, mais para o interior, e constituldo pelo grande complexo de Montejunto e Alenqller-Vila Franca de Xira, no distrito de Lisboa. Na peninsula de Setubal (a sul do rio Tejo) encontram-se os afloramentos da area de Sesimbra-cabo Espichel e. ji em p!eno Alentejo, mas ainda no distrito de Setubal, os afloramentos calcarios da pequena bacia de Santia,~o do Cacem. Por fim, na Orla meridional, a que corresponde o distrito de Faro, deparam-se-nos os grandes afloramentos que constituem a Bocia sedimentar algarvia. 3-GEOLOGIA 2- LOCALIZAC;AO CHAS GEOGRAFICA DAS MAN- Os calcarios jurassicos dispoem-se no territorio continental portugues junto das Orlas ocidental e meridional. Se considerarmos o senti do de norte para suI, os primeiros afloramentos de calcarios sedimentares que 2 3.1 -Area REGIONAL de Anadia-Mealbada Sobre estas manchas nao possulmos conhecimentos detalhados, dado que nao foram ainda objecto de urn estudo aproftmdado. Esta zona, litologicamente, e constitulda por forma<;5es do Lias que, de cima para baixo, apresentam calcarios margosos e margas acinzentadas ou cinzento- MANUPPELLA, G.; BALAC6 MOREIRA,J. C. -Panorama dos calcarios jurdssicos portugueses -azuladas, em camadas mais ou menos espessas. mais ou menos folhetadas. Subjacente a esta serie afloram calcarios dolomiticos e dolomitos calcarios de cor 3.2.2- Zona de Cantanhede Nesta area afloram o Dogger e o Lias. amarelada. a) Dogger 3.2 -Manchas ~e Cantanbede, Coimb~ Foz, Vemde e Montemor-o-Novo Figueira da As forma~6es que constituem as manchas em epigrafe foram estudadas ja por Choffat, em 1927. Outros autores se debru~ram sobre esta area, atraidos nao apenas pelas caracteristicas paleontol6gicas mas tambern e especialmente pelos aspectos estratigrafioos, que se apresentam deveras interessantes. Com efeito, a serie estratigrafica aflorante e contfnua desde o Sinemuriano ate praticamente todo o MaIm (Portlandiano). No entanto, os tro~os da serie que maior importancia revelaram, dada a utiliza~ao a que foram destinados, sao o do Lias-Dogger, na serra da Boa Viagem (Figueira da Foz), o do Dogger, na area de Cantanhede, e a do Lias, na zona de Coimbra (Souselas). 3.2.1-Zona da Figueira da Foz A serie aflorante, de baixo para cima, e constituida por calcarios compactos a que se sobrepOem calcarios pulverulentos, terminando com calcarios densos, ooliticos, vitrosos, que se prestam facilmente para britas. A espessura desta forma~ao e da ordem dos 200 metros. . b) L,as O Lias desta zona encontra-Se praticamente ligado, litologicamente, a mesma forma~ao da zona de Quiaios e da serra da Boa Viagem (Figueira da Foz) e, portanto, tambem ele constituido por margas, cal. carios margosos e calcarios. Ate agora, esta materia-prima ainda nao foi objecto de qualquer utiliza~ao. 3.2.3- Zona de Coimbra Em Tela~ao a esta area, as forma~6es aflorantes pertencem exclusivamente ao Lias. A serie litoestratigrafica desta area (serra da Boa Viagem), considerada do topo para a base, e a se- a) Lias guinte: O seu bloco mais representativo insere-se na zona a) Portlandiano-Kimeridgiano Esta serie e constituida por gres margosos e por uma alternancia de maTgas calcarias e gr6s finos a grosseiros, em parte conglomeraticos. Segue-se uma alternancia de gres e margas gresosas. A espessura desta serie e da ordem dos 1300 metTos. b) Lusitaniano ~ essencialmente formado por calcarios margosos com uma espessura de cerca de 260 metros. c) Dogger Presente com todos os seus andares, compreende calcarios, calcarios margosos e margas corn uma espessura de 370 metros. de Souselas, cuja litoestratigrafia, oonsiderada da base para o topo, corresponde a series calco-margosas a que se seguem camadas calcarias em plaquetas e argilas acastanhadas. Esta serie termina corn calcarios alternando corn argilas. 3 ..-ona 2 4 Z d e M ont emor-o.V eIh o O pequeno afloramento de Montemor-o-Velho, constituido por camadas cuja idade vai desde o Batoniano ao Lias, e, no SeU conjunto, semelhante aos tipos litol6gioos ja descritos quando nos referimos a serra da Boa Viagem. 3.3- Mancha -Tomar de Condeixa-serra de Sic6-Alvaiazere- Esta mancha, provavelmente ainda major do que a referida a seguir, e essencialmente constituida por cal- Tambem representado por todos os seus andares. e constituido por margas e calcarios corn cerca de carios do Ljas, com acentuado desenvolvjmento. e do Dogger, aparecendo as forma~oes calcarias do Malm ap~nas a sul de Pombal. As series majs jmportantes que nela afloram. estudadas por R. Mouterde, Ch. R. Perrot e outros, apre- 300 metros de espessura. sentam a segujnte sequencia litoestratjgrafica: d) Lias 4 MANUPPELLA,G.; BALAC6 MOREIRA,J, C" -Panorama dos calcdrjos iurdssjcosportugueses a) MaIm .. a) MaIm O MaIm, corn uma espessura de cerca de 700 metros, do topo para a base e constitufdo por: P tI d . K ." d . or an lano- lmerl glano Estes dois andares estao representados por forma~oes argilosas e argilo-gresosas, cuja espessura e da Portlandiano-Kimeridgiano ordem dos 600 metros" Compreende argilas vermelhas e acinzentadas, corn intercala~Oes de gres finos, que ate agora nao foram ut .l . dos 11za , Lusitaniano ., SubJacente da anterior. I encontramos a serie lusita, " . mana const1tul a essencla mente por: .mental, -Sedlmentos margo-gresosos, corn intercala<;0es calcarias na sua zona superior, e -Calcarios compactos corn intercala~oes margo- , , Lusltanlano Engloba forma9oes fundamentalmente margo-gresosas na sua zona superior, enquanto na restante serie e constitufdo por calcarios com intercala9oes de margas d t" I . I .. 1., ." . O s caI canos e gres" sao os IpOS ca CICast1Co,00 It1CO I" d .1' .. e mlcrocnsta mo, sen 0 ut1 1Zad OS como roc h a orna- b) Dogger -argilosas na zona m6dia inferior, Caloviano Estes ultimos, devido a sua compacidade, sao utilizados como material de constru9iio, ~ E constituido por ca1cario calciclastico, microcris. talino e oolitico, E utilizado como rocha ornamental, especialmente na area de Fatima, b) Dogger Predominantemente calcario, 0 Dogger e consti- tufdo por calcarios compactos e duros, calciclasticos, ooliticos e microcristalinos, Na passagem do Batoniano ao Bajociano da-se uma varia9aO das facies litol6gicas, em sentido margoso. A predominancia dos calcarios rnargosos vai aumentando para a base, sendo esta uma caracterfstica dominante no Lias, Esta serie litol6gica, que vimos descrevendo, apresenta uma espessura da ordem dos 450 metros" c) Lias E constituido, entre Condeixa e suI de Raba~l, por uma litologia calco-margosa, com excep9aO da base, essencialmente dolomftica, A espessura nesta Batoniano E formado, essencialmente, por calcarios com tendencia recifal, nos quais predominam ca:1carios oolfticos, calciclasticos e microcristalinos" Os tipos litol6. gicos que constituem este andar sao utilizados como rocha ornamental em Alvados, Serro Ventoso e pe da Serra, Esta forma9aO tern uma espessura de 350 metros, Bajociano A partir da base do Batoniano os calcarios vao-se progressivamente carregando de argilas, de que resul. tam calcarios rnargosos e margas. A serie telrmina corn calcarios microcristalinos muito espessos, Esta forma~ao tern uma espessura de 250 metros, area e da ordem dos 300 metros. Na area de Tomar, 0 Lias, corn cerca de 150 metros de espessura, apresenta-se calco-margoso ate ao Carixiano e dolomftico na restante serie ate a base do Sinemuriano, Predominantemente margoso, tern uma espessura de 250 metros. 3,4- 3,4,1-MJlncha Maci~o calcario estremenbo Esta area compreende terrenos jurassicos representados por todos os seus andares, Corn base no estudo geol6gico-econ6mico ja realizado (vide bibliografia, n.O 9). citamos apenas, e muito resumidamente, as series lito16gicas aflorantes. I c) Lias de Maceira-Pataias Os afloramentos de Maceira estao ligados a estrutura diapfrica de Leiria, A serie aflorante e essencialmente calco-margosa. corn exce~ao de calcarios microcristalinos existentes no Bajociano, 5 MANUPPELLA.G.; BALAC6 MOREIRA.J. C. -Panorama dos calcarios jurtissicos portugueses q t A espessura total da serie, que vai do Toarciano lidade desde 0 Toarciano ao Sinemuriano. Em geral. ate ao Caloviano, e da ordem dos 800 metros e e e constituido, corn exce~ao deste ultimo, por margas. exclusivamente utilizada na produ~ao de cirnento e calcarios rnargosos e por calcarios. O Sinernuriano e cal hidrau1ica. calcario dolornitico. Na zona de Pataias aflora sornente 0 Batoniano. constituido por calcario rnicrocristalino corn caracteris.. ticas recifais e que e, essencialmente, utilizado na pro3.6 -Area de MonteJDnto O macl~o . de M on t eJun . t 0 const J. tUI. uma d or~"-,1 que du~ao de cimento e de cal aerea. 3.5 -Area E M se eleva. progressivarnente, depois do Cercal ate ao V. g. de Montejunto, que atinge a altitude maxima de da serra d'EI-Rei-Nazare .g1 b f -d sd sta reglao en 0 a orma~oes que vao e e o 1 t .( L .Esta a rn a ~ ao Ias. 666 metros. estrutura foi reconhecida pela primeira vez por Choffat (1928). posteriormente por Freire de Andrade e, mais recentemente, pelas companhias petroliferas, por Ch. Perrot (1961) e outros. a) MaIm Este esta apenas representado pelo Lusitaniano, corn exclusao da major parte das «Camadas de AbadiaJ). Lusitaniana Seria descabido querer dar, nestas circunstancias. ainda que resumidarnente, as caracteristicas geo16gicas deste maci~o pelo que nos limitaremos a urn simples apontamento das forma~oes aflorantes. em particular as de tipo calcario. Urn corte realizado ao longo do planalto de Cesareda, que a seguir referimos sucintamente, engloba, do topo para a base: calcarios microcristalinos, ooliticos, em parte rnargosos, corn mtercala~oes de calcanos re.-, .s ..-, .eparam cIfaJs. a que se segue uma espessa sucessao de calcarlos , ..., ..tUI 001ItICOS. Este pnmelro tro~o da sene term1Da corn ...encla calcanos brech6Ides, passando a margas cmzentas. a) MaIm A .. d pnmelras d ' no d as dA M 1 pe . f 1 os « cama d d as I e ca ' cano . que b C rancamen t e recI .f 1 a e na sua se nos - a m, o topo para a ase. I ' ..( I. a canos cori1 ICOS d e A mara . malor sao cons 1 J) corn pa rte t. 1- t end o 10- , . mlhcos. b) Dagger Lusitaniana O Dogger apresenta quase a totalidade do Caloviano, do Batoniano e do Bajociano, corn exclusao da base deste; a sua espessura total e da ordem dos 900 metros. Calaviana Constituido por calcarios margosos finamente gra- .este velosos e oolihcos. Subjacente as camadas referidas, corn elas concordantes e englobando-as, o Lusitaniano e constituido. na sua parte superior, por margas corn n6dulos calcarios. corn intercala~5es gresosas que passam a urn complexo de gres e de conglomerados. cuja espessura ronda os 150 metros. Nas suas zonas media e inferior d .( f d t 1 t I .( . an ar ~ un amen a men e ca ci1no. passan d 0 a ca1co-margoso. Bataniana b) Dagger A que correspondem calcarios microcristalinos namente gravelosos. fi. Bajaciana C d d d 1 .( . l ' .de onten o cama as espessas e ca Ci1rIOS00 Ihco-gravelosos e de calcarios microcristalinosr em parte margosos. ) L las .Representado C O Lias. na serra d'El.Rei. apesar de fortemente conturbado tectonicamente. aflora na sua quase tota6 Calaviana Este andar e constituido por cerca de 130 metros calcarios margosos muito fossiliferos. Bataniana por calcarios calciclasticos e ooliticos. termina corn camadas dolomiticas. provavelmente ja pertencentes ao Bajociano. sendo a sua pos~an~a da ordem dos 400 metros. MANUPPELLA,G.; BALAC6 MOREIRA.I. C. -Panorama dos calcdrios jurdssicosportugueses 3.7-Mancbas de Alenquer e de Vila Franca de Xira 3.7.1- Aleoquer Kimeridgiano (p. p.) Calcarios compactos. microcristalinos por vezes dolomitizados. e gravelosos. a) MaIm L ..Oxfordiano usltanlano superior e Kimeridgiano Entre a Ota e Alenquer existe urn grande aflorarnento. constitu1do por carnadas de caIcario branco. intensamente conturbadas tectonicamente. que dao lugar a urn recife pertencente aos uCalcarios cora1icos de AmaraID, cuja espessura maxima e de ma is de 250 metros. E de sa1ientar que esta zona rem sido a que fornece os maiores mananciais de materias-primas. visto tratar-se de calcarios puros. 1cvemente dolomiticos. Ca1carios microcristalinos e microconglorneraticos que. para a base. apresentam interca1a~6es gravelosas num total de 170 metros. b) Dogger . CaIovlano Em rela9aO ao Dagger verifica-se a presen~ do que engloba ca1carios oo11ticos e gravelosos. d do .d f .{ .. po en apresentar vana~aes e 4cles mUlto acentuadas a E de Sesimbra. ..Caloviano 3.7.2-Vlla Franca de X Ira a) MaIm Na mancha que do suI de Aienquer se pra1onga Batoniano urn pouco alem de Vila Franca de Xira apenas esta representada o MaIm e este. rnais propriarnente. atraves CaIcarios microcristalinos e grave1osos corn cerca do Portlandiano-Kirneridgiano e Lusitaniano. de 200 metros de espessura. Postas de parte as forma~6es lusitanianas e portlandianas e as uCarnadas coralicas de AmaralD. que nao 1 d f . K .. d .Biljociano sao exp ora as, resta-nos re erlf apenas o lmen glano (14a de Choffat). Nesta zona do MaIm sao exp1oradas , I margas. ernprego gres na e ca cons .{ . c4nos. t -.. ru~ao rod para CIVl p 1 , ern u~ao gran d . clmen e ded s pe t A1telrnancia o de dolomitos ca1carios e calcarios mar- 250 metros. e .gosos retras dolomitizados numa espessura de situadas junto a Alhandra. c) Lias 3.8- Area de Sesimbra-cabo Espicbel Esta area foi ja objecto de estudo. por parte de varios autores. que evidenciaram farma96es aflorantes que se estendern desde a MaIrn (PortIandiano) a base do Lias. No que se refere ao MaIrn citamos urn das cortes rnais recentes (Rama1ho. 1971). localizado na zona do O Lias esta presente atraves de todos os seus andares. Litologicamente. corresponde a dolomitos altemantes corn cailcarios cuja espessura uItrapassa os 100 metros. 3.9- Area de Santiago do Cacem Facha. ern que a sequencia e a seguinte: Nesta regiao afloram forma~oes cuja idade desde o Lias ate ao MaIm. a) MaIm Portiandiano B Ca1carios margosos e margas. alternando corn calcarios cornpactos. cuja espessura e de 135 metros. PortIandiano A Ca1carios noduIosos, gres argilasos e urna aItemancia de caJcarios margosos e nodlllosos cuja espessura atinge os 405 metros. a) Maim Lusitaniano Ern pornlenor, o MaIm esta representado apenas pelo Lusitaniano. constitu1do predominantemente por caIcarenitos. ca1carias microcristaIinos e ca1carios 0011ticos, cuja espessura. a leste da fa1ha de Santo Andre, e desconhecida. 7 MANUPPELLA,G.; B.-\LAC6MOREIRA,I. C. -Panorama dos ca/ctlrios jurtlssicos portugueses b) Dogger e de Arma~ao Nova, e oonstituido, essencialmente, por dolomitos corn alto teor em MgO. E essencialmente constituido por facies litol6gicas de tipo recifal (calcarios ooliticos, gravelosos, microconglomeraticos, etc.). 4- CARACTERfSTICAS QUiMICAS DA MA- TERIA-PRIMA c) Lias Exclusiva,mente constituido por forma~Oes dolomi- Embora nao seja possivel fornecer csta caracteriza~ao relativamente as dez zonas atras referidas, em tico-margosas, profusamente cortarlas por intrusOes de rochas eruptivas, ocupa a maior parte da area. Como virtude de nao existirem elementos analiticos de cobertura de todas elas, assinalam-se alguns resultados me- materia-prima, tern sido utilizado apenas na preparayao de britas. dios, de amostragem diversa, recolhida em algumas zonas, em que tiveram lugar estudos ja de certo Assinala-se, todavia, que esta area esta sendo objecto de estudo intensivo, no Ambito do pIano da area de Sines, de que se estao a ocupar os AA. detalhe (Quadro I). 5 -PRINCIP 3 10 B .-acla . d. tar aI .JURASSICOS. se Imen garvl3 AIS APLICA<;oES DOS CALCARIOS SUA UTILIZA<;AO ACTUAL E POSSmILmADES FUTURAS Desta area sao relativamente bern conhecidas somente as forma~6es jurassicas entre Vila do Bispo e Lagos. Todavia, atraves de estudos varios ja realizados em toda a zona e possivel verificar que ha intensas varia~6es de facies, de oeste para Ieste, e que, Conforme se pode v~rificar pelo Quadro. I, apesar de extremamente resumldo, mas que, todavla, corresponde a milhares de analises reailizadas, os calcarios jurassicos tern permitido a sua utiliza~ao em muitas portanto, nao nos parece 16gico fornecer, para ja, uma panorAmica da litoIogia aflorante nesta area. No entanto, de acordo com alguns cortes realizados e variadas apIica~6es industriais, suprindo completamente as necessidades do consumo interno. Mesmo nos casos em que as especifica~6es exijam calcarios de pela Companhia dos Petr61eos de PoaiugaI (C. P. P.), podemos Teferir, muito sumariamente, a litologia da area em epigrafe. elevado grau de brancura, como por exempIo os papeis especiais e absorventes de produtos quimicos, as suas caracteristicas sao tais que, mesmo nestas circunstAncias, corn urn leve tratamento a sua utiliza~ao e possivel. Dos eIementos que possuimos verifica-se que o grau de brancura medio na area do Maci~o caIcario estremenho e de 77 ,6, havendo, porem, largas zonas a) Maim No MaIm destacam-se o PortIandiano-Kimeridgiano, com calcarios ooIiticos, dolomitos e ca~carios compactos com silex; uma espessa serie margosa e margo-calcaria do Lusitaniano. Na area de Faro as forma~6es portlandianas sao utilizad~s como materia-prima para cimento. com vaIores a 80,0. Actualmente, as utiliza~6es mais correntes dizem respeito a industria de rochas ornamentais (blocos para exporta~ao e Iancil), em algumas das zonas referidas, e dolomito para a industria quimica; caIcarios para as Segue-se, no Dogger, uma serie prevalentemente margosa e margo-caIcaria do CaIoviano, suprajacente industrias de constru~ao civil e obras pubIicas, especialmente sob a forma de britas, e ainda na produ~ao de cimento e caI em Iarga escaIa (como pode ver-se no OuadTO II), prepara~ao de ra~oes para gado, fabrico de soda, prepara~ao de pasta de celuIose, de a calcarios, por vezes fortemente congIomeraticos e doIomiticos, no Batoniano e Bajociano. As margas do nitratos, etc. Para alem das ap'lica~6es ja mencionadas, conside- Caloviano sao utiIizadas como materia-prima ramos que esta materia-prima b) Dogger em ce- rftrnica de constru~ao pesada. c) Lias Por sua vez o Lias, corn excep~ao das carnadas que aflorarn junto do mar entre as praias do Direito 8 tern caracteristicas que, ap6s definidas em carla uma das areas referidas, podera abastecer a industria metaIurgica, como castina, a industria do vidro, substituindo as calcites, bern como, especialmente, a industria quimica, nomeadamente na prepara~ao de tint as e vernizes, detergentes, borrachas, cosrneticos, produtos farmaceuticos, etc. MAXLPPELLA,G.; BALAC6 MOREIRA,1. C. -Panorama 6- PRODUC;AO E CONSUMO ENTRE 1970 E 1974 dos calcarios jurassicos portugueses DOS CALCARIOS QUADRO III-PRODUC;Ao Anos De acordo corn os elernentos fornecidos DE CALCARIO Milbares detoneJadas .Calcario doJoCalcarlO miticoe dolomito pela Dr.a Maria Luisa Rornao Paula, dos Servi~os de Esta. 1970 1971. tistica da Direc~ao-Geral de Minas e Servif;Os Geol6gicos, apresentarn-se os dados da evolu~ao da pro- 1972 1973 e , f dos consurnos (Q epIgra d e ua de III calcarios no periodo e Nota: e .mento QUADRO 6609 33,5 54,9 8090 83,5 em IV) ros 8,4 23,4 ; .6920 1974 du~ao 4808 6269 1V-CONSUMO Na cal produr;io bidr.ulica. de calcario nio esta incluldo o calcario para ci- DE CALCARIO Mi1haresde toneladas ~imen~o hldr.ullco (a) AnOl .Cal .Construr;io hldr.ullca civil e obras (a) publicas Olaria. I. porcelana Pasta para e Caian~a papel Vidro . Indus~na qUiR11ca Adubos Rar;Oespara gado Siderurgia , 2262 252 4490 1971 3556 248 5 603 13 321 6194 16 0,3 28 141 84 5 130 1973 4552 280 6055 17 0,2 30 151 104 6 155 1974 5300 (.) 7860 (.) (.) (.) 158 (.) 7 143 1972.. ..;. .3989 .11 0,4 21 .0,4 118 28 Fonte: «EstatJsticas IDdustriais II». excepto DO que se reCere a Industria empresas em resposta aos inqu~ritos CeilOS peIo Servir;o de Fomento Mineiro (siderurgia). ..130 (b) 4. 83 5 . 1970 159 -158 quin1ica. ra~~s para gado e siderurgia cujos e1emenlos Coram Comecidos pelas {S. Mamede de InCesta) e pela Direcr;io-Geral de Minas e Servi~os Geol6gicos 0) Inclui catcario e marga. b) Em 1970 o consumo vem expressoem carboneto de caJcio (7480 t). (.) figuram Em 1974 desconbecem-se os valores dos coDsumos. Coram-nos Cornecidos por empresas consumidoras. uma vez que ainda nao Coram publicadas as (,EslatJsticas Industriais II". Os elemeDtos que BIBLIOGRAFIA Publica,,"oes 8- I-CAMARATE F. Moitinbo FRANC;A, 1., ZBYSZEWSKI. 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