ENTREVISTA: Antônio Celidônio Ruette, presidente do Grupo Ruette Ribeirão Preto SP Junho - 2011 Ano 4 - Nº 37 R$ 16,90 - Máquinas Canavieiras - Novo Código Florestal - V Conferência ISO Datagro - Cobertura Agrishow ECOLÓGICO E COMPETITIVO Novas tecnologias ampliam o uso do etanol e sua competitividade, um exemplo é o Iveco Trakker Bi-Fuel apresentado na Agrishow por Renato Mastrobuono, da Iveco, Evaldo Cruz, da FPT e Rogério Pacheco, da Raízen-Cosan REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 1 2 REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 Carta ao leitor Diretores: Plínio César e Marco Baldan Gerente de Comunicação: Fábio Soares Rodrigues Gerente Administrativo: Luis Paulo G. de Almeida Gerente Financeiro: Paulo César Consultor Técnico: Neriberto Simões Redação Editora Chefe: Luciana Paiva Reportagem: Adair Sobczak (freelancer), Caio Campanhão, Luciana Paiva, Renato Anselmi (freelancer) e Rogério Barros (freelancer) Colaboraram com essa edição: André Ricci, Bryan Manuel Julca Briceño, Carmen Ruete de Oliveira, Eduardo Botelho, Éverton Molina, Fábio Soares Rodrigues, Mairun Junqueira Alves Pinto, Marcos Fava Neves, Neriberto Simões. Editor Gráfico: Thiago Gallo Arte/Web: Caio Ingegneri e Santiago Makovsky Publicidade: Faber Fideles (16) 8824 1493 [email protected] Luis Fernando (16) 9141 7528 [email protected] Marcos Renato (16) 9761 4447 [email protected] Marco Baldan [email protected] Nilson Ferreira (16) 8823 0605 [email protected] Plínio César [email protected] Assinaturas: [email protected] Eventos: Karina Braga [email protected] Contatos com a redação: [email protected] [email protected] [email protected] Impressão: São Francisco Gráfica e Editora Tiragem: 10.000 exemplares Auditoria (tiragem e distribuição): Outras publicações da PC & Baldan Guia Oficial de Compras do Setor Sucroenergético Revista Panorama Rural Portal Direto da Usina PC & Baldan Consultoria e Marketing Av. Independência, 3262 CEP 14025-230 - Ribeirão Preto - SP (16) 3913 2555 www.canamix.com.br www.pcebaldan.com.br Artigos assinados, mensagens publicitárias e o caderno Marketing Canavieiro refletem ponto de vista dos autores e não expressam a opinião da revista. É permitida a reprodução total ou parcial dos textos, desde que citada a fonte. A chata da Agrishow Luciana Paiva Expediente A cana passou a ser bem-vinda na Agrishow A pesar de a Agrishow acontecer na maior região canavieira do mundo, nos primeiros anos da feira a canade-açúcar não ocupava papel de destaque. Em 1994, na primeira edição da Agrishow, a lavoura canavieira ainda era movida pela força manual, enquanto as outras culturas como soja, algodão e milho eram bem mais mecanizadas, isso explica o fato de receberem maior atenção. Também, no ano de 1994 entrei para a área de comunicação dirigida ao setor de cana, lembro-me que nas coletivas de imprensa da Agrishow, ao ouvir falar sobre a dinâmica das máquinas plantando e colhendo grãos durante a feira, eu perguntava se não iria ter demonstração na área de cana. Acho que os organizadores deveriam pensar: “Que chata, será que ela não vê que usina não compra máquina?” Mas, o Sérgio Magalhães, que por muito tempo foi o presidente da Agrishow, respondia: “Para fazer demonstração para o setor de cana é preciso uma área muito grande e não a dispomos.” Com o passar dos anos, a mecanização do corte de cana no setor canavieiro começou a tomar corpo. Eu participava das reuniões do Grupo de Motomecanização do Setor Sucroalcooleiro (Gmec) e ouvia reclamações e sugestões dos seus integrantes. Aí, insistentemente, nas coletivas de imprensa da Agrishow, perguntava aos fabricantes: “Os integrantes do Gmec dizem que a colheita mecânica da cana provoca muitas perdas. O que estão fazendo para melhorar o desempenho das colhedoras? E a compactação do solo? E os danos à soqueira? Se o Brasil é o maior produtor de cana, por que vocês não as produzem aqui e as preparam para as condições do País?” Novamente eu era a chata da entrevista. Mas o tempo foi passando, e por necessidade, as usinas começaram a se render ao corte mecanizado, aquecendo a demanda por máquinas. As fabricantes aperfeiçoaram as colhedoras seguindo as sugestões dos integrantes do Gmec. As empresas estrangeiras montaram fábricas no Brasil, as máquinas foram modeladas para atender às circunstâncias da produção brasileira e o custo-benefício do corte mecânico superou o manual. Enfim, o setor de cana passou a ser um bom cliente e caiu no gosto das fabricantes, tanto que, exclusivamente para a cultura canavieira abandonaram o termo “colheitadeira” e adotaram a colhedora. Isso, em decorrência dos vários puxões de orelha que sofriam do professor Tomaz Caetano Rípoli que, exaustivamente, alertava: “segundo o vernáculo da língua portuguesa o correto é: colhedora, plantadora, enfardadora.” Com a expansão canavieira os investimentos em máquinas, tratores, caminhões, pneus e implementos por parte das usinas cresceu tanto que de patinho feio na Agrishow, passou a ser o seu principal combustível de vendas. A tecnologia de colheita de cana mecanizada foi dominada, mas nem por isso, deixei de ser a chata nas entrevistas coletivas, minhas perguntas passaram a ser: “Há muitas reclamações sobre o plantio mecanizado de cana, vocês não vão investir nesta tecnologia?” ou “E o desenvolvimento de motor pesado movido a etanol?” Nesta 18ª edição da Agrishow foi uma grata satisfação encontrar um número bem maior de empresas com tecnologia dirigida ao setor sucroenergético. Novas plantadoras, enfardadora criada especialmente para o recolhimento da palha da cana, caminhão flex e até um líder sucroenergético, Maurilio Biagi Filho, como presidente da Luciana Paiva - Editora feira. Com esse novo cenário, acho que não terei mais [email protected] motivos para ser a chata da Agrishow. REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 3 Guia de Compras SA PG ÁREA ADMINISTRATIVA 91 ADVOCACIA - JURÍDICA E TRIBUTÁRIA PERSONALITY ASSESSORIA CONSULTORIA ESTRATÉGIA ORGANIZACIONAL ABRAHAMS EXECUTIVE COMLINK HUMANUS PERSONALITY ASSESSORIA EVENTOS GRUPO IDEA FEIRAS, SIMPÓSIOS E EVENTOS GRUPO IDEA MULTIPLUS FORIND MULTIPLUS FENASUCRO FEICANA / FEIBIO SIMTEC / SIMESPI GESTÃO DE BENEFÍCIOS E INCENTIVOS TRABALHISTAS HUMANUS RECURSOS HUMANOS - CONSULTORIA ABRAHAMS EXECUTIVE HUMANUS SITES / VÍDEOS - DESENVOLVIMENTO RGB COMUNICAÇÃO SOFTWARES DE GESTÃO INTEGRADA AUTEQ COMLINK TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO COMLINK TRANSPORTE E LOGÍSTICA - AÇÚCAR E ETANOL GTA TRANSPORTES RP 69 109 105 111 105 109 135 135 131 143 133 145 105 105 105 141 35 111 111 47 PG 69 57 68 57 68 147 11 81 100 69 69 91 91 69 81 100 115 107 79 41 97 33 81 100 125 69 70 91 125 69 70 11 97 81 100 ÁREA AGRÍCOLA CAMINHÕES - AROS E RODAS MARINI CAMINHÕES - CONCESSIONÁRIAS ERALDO CAMINHÕES PRIORE - IVECO CAMINHÕES - PEÇAS E SERVIÇOS ERALDO CAMINHÕES PRIORE - IVECO CARROCERIAS - REBOQUE E SEMI-REBOQUE CANAVIEIRO GUERRA IMPLEMENTOS RODOFORT CARROCERIAS - TANQUES E RPVC EDRA VETRO COLETORES DE DADOS AUTEQ COLHEDORAS DE CANA CIVEMASA TRACAN COLHEDORAS DE CANA - PEÇAS E SERVIÇOS TRACAN COMPUTADORES DE BORDO AUTEQ CONEXÕES - PRFV E RPVC EDRA VETRO CONSULTORIA AGRÍCOLA CANAVIALIS EPI - EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL ANSELL X5 EPI´S FERTILIZANTES PRODUQUÍMICA HERBICIDAS BASF DO BRASIL DU PONT IMPERMEABILIZAÇÃO DE CANAIS (VINHAÇA) EDRA VETRO IMPLEMENTOS AGRÍCOLAS AGRIMEC AGRO CIVEMASA DMB TRACAN IMPLEMENTOS AGRÍCOLAS - PEÇAS E SERVIÇOS AGRIMEC AGRO CIVEMASA DMB IMPLEMENTOS RODOVIÁRIOS RODOFORT INSETICIDAS BASF DO BRASIL IRRIGAÇÃO - EQUIPAMENTOS, TUBOS E CONEXÕES EDRA VETRO 70 55 33 68 69 70 91 113 148 58 91 58 34 111 34 111 68 68 69 70 58 91 47 70 91 55 69 69 70 91 46 77 81 100 2 57 2 68 57 2 68 MÁQUINAS AGRÍCOLAS TRACAN MÁQUINAS AGRÍCOLAS - AROS E RODAS MARINI MÁQUINAS AGRÍCOLAS - ASSISTÊNCIA TÉCNICA MASSEY FERGUSON VALTRA MATURADORES E REGULADORES DE CRESCIMENTO DU PONT PÁS CARREGADORAS ATA - ANTONIOSI PLANTADORAS DE CANA CIVEMASA DMB TRACAN PNEUS MARCHINI PNEUS - VULCANIZAÇÃO PNEU FORTE JABOTICABAL PULVERIZADORES J.A.INDÚSTRIA TRACAN SANITÁRIOS PORTÁTEIS J.A.INDÚSTRIA SOFTWARES DE GESTÃO BIOSALC COMLINK SOFTWARES DE GESTÃO - TRANSPORTE BIOSALC COMLINK TERMINAIS HIDRÁULICOS ATA - ANTONIOSI TRANSBORDOS ATA - ANTONIOSI CIVEMASA DMB J.A.INDÚSTRIA TRACAN TRANSPORTE E LOGÍSTICA GTA TRANSPORTES RP TRATORES MASSEY FERGUSON TRACAN VALTRA TRATORES - ALONGADORES DE EIXO MARINI TRATORES - AROS E RODAS MARINI TRATORES - PEÇAS E SERVIÇOS MASSEY FERGUSON TRACAN TUBULAÇÕES KNOX KROMINOX TUBULAÇÕES - PRFV E RPVC EDRA VETRO VEÍCULOS DE APOIO FIAT VEÍCULOS E UTILITÁRIOS ERALDO CAMINHÕES FIAT PRIORE - IVECO VEÍCULOS E UTILITÁRIOS - PEÇAS E SERVIÇOS ERALDO CAMINHÕES FIAT PRIORE - IVECO Anunciantes desta edição 20 20 29 20 21 67 43 137 25 78 78 23 83 83 87 17 17 17 75 75 78 75 63 37 63 73 71 13 77 31 41 63 37 89 71 13 46 77 31 72 81 100 5 19 5 19 137 41 PG 23 89 99 72 99 23 106 136 93 41 67 117 41 78 93 41 23 4 REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 ÁREA INDUSTRIAL ABRASIVOS ARMO DO BRASIL ACOPLAMENTOS HCI HIDRAÚLICA E CONEXÕES RENK ZANINI UNIVAL ACOPLAMENTOS ELÁSTICOS RENK ZANINI ADESIVOS E SELANTES ARMO DO BRASIL JUNTAS LGT ANTIBIÓTICOS BIOFERM GE WATER & PROCESS TECHNOLOGIES PRODUQUÍMICA ANTIBIÓTICOS NATURAIS BETABIO 45 PROZYN ANTIESPUMANTES PRODUQUÍMICA VLC INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA ANTI-INCRUSTANTES GE WATER & PROCESS TECHNOLOGIES PRODUQUÍMICA ARTEFATOS DE BORRACHA ARMO DO BRASIL 99 51 19 21 101 51 5 67 117 107 23 79 51 101 43 78 83 AUTOMAÇÃO - CONSULTORIA / PROJETOS GRUPO AUTHOMATHIKA AUTOMAÇÃO - EQUIPAMENTOS GRUPO AUTHOMATHIKA STEMMANN AUTOMAÇÃO - SOFTWARE GRUPO AUTHOMATHIKA RAM AUTOMAÇÃO E CONTROLE BIOTECNOLOGIA APLICADA BETABIO 45 BOMBAS CENTRÍFUGAS ANDRITZ CENTURY EQUIPE VLC INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA BOMBAS DOSADORAS VLC INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA CABOS DE AÇO ARMO DO BRASIL CABOS ELÉTRICOS NAMBEI CABOS ELÉTRICOS - ESPECIAIS NAMBEI CAL VIRGEM - HIDRATADA VOTORANTIM CIMENTOS S/A CALDEIRARIA CALDEMA CALDEIRARIA - MANUTENÇÃO CALDEMA CALDEIRAS CALDEMA CENTRÍFUGAS GEA WESTFALIA SEPARATOR DO BRASIL CENTRÍFUGAS DE AÇÚCAR - ACESSÓRIOS GEA WESTFALIA SEPARATOR DO BRASIL VLC INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA CENTRÍFUGAS DE AÇÚCAR - ASSISTÊNCIA TÉCNICA GEA WESTFALIA SEPARATOR DO BRASIL CHAPAS - AÇO CARBONO CARBINOX CENTERVAL CHAPAS - AÇO INOX CARBINOX GRUPO FEITAL - DIV. FEITAL INOXCONSULT INTERSTEEL AÇOS E METAIS KROMINOX NEOLIDER CLARIFICANTES PRODUQUÍMICA CONEXÕES CARBINOX CENTERVAL HCI HIDRAÚLICA E CONEXÕES INOXCONSULT INTERSTEEL AÇOS E METAIS KNOX KROMINOX NEOLIDER UNIVAL CONEXÕES - PRFV E RPVC EDRA VETRO CORRENTES GENERAL CHAINS PROLINK CORRENTES TRANSPORTADORAS GENERAL CHAINS PROLINK DIFUSORES CENTURY DISPERSANTES PRODUQUÍMICA ENERGIA - EQUIPAMENTOS PARA GERAÇÃO E COGERAÇÃO RENK ZANINI ENGENHARIA E PROJETOS - CONSULTORIA INDUSTRIAL GEA ENGª DE PROCESSOS PROLINK SUGARSOFT ENGENHARIA E PROJETOS - EQUIPAMENTOS DYNAMIC AIR GEA ENGª DE PROCESSOS GENERAL CHAINS ENZIMAS E LEVEDURAS BETABIO 45 PROZYN EPI - EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL ANSELL ARMO DO BRASIL X5 EPI´S EVAPORADORES GEA ENGª DE PROCESSOS FÁBRICA DE AÇÚCAR - MANUSEIO, ESTOCAGEM E MOAGEM DYNAMIC AIR FILTROS INDUSTRIAIS ANDRITZ VLC INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA FIOS ELÉTRICOS NAMBEI 5 27 101 51 75 72 106 93 23 7 93 23 5 27 83 29 95 137 99 137 53 99 43 78 73 77 93 41 27 136 99 53 99 5 99 81 100 51 34 111 21 49 49 49 93 101 43 93 93 63 37 71 13 46 77 31 81 100 37 89 46 31 72 45 63 73 13 31 53 GUINDASTES GENERAL CHAINS TUBOS VEROLA INSTALAÇÕES INDUSTRIAIS - AÇÚCAR / ETANOL DYNAMIC AIR GEA ENGª DE PROCESSOS GEA WESTFALIA SEPARATOR DO BRASIL INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO UNIVAL JUNTAS DE EXPANSÃO JUNTAS LGT LIMPEZA INDUSTRIAL GE WATER & PROCESS TECHNOLOGIES LUBRIFICANTES ARMO DO BRASIL COSAN COMBUSTIVEIS E LUBRIFICANTES SA GE WATER & PROCESS TECHNOLOGIES MANGUEIRAS ARMO DO BRASIL MANUTENÇÃO INDUSTRIAL - EQUIPAMENTOS GENERAL CHAINS TUBOS VEROLA MATERIAIS ELÉTRICOS NAMBEI STEMMANN MEDIDORES, TRANSMISSORES DE VAZÃO E NÍVEL DWYLER MOENDAS - ACIONAMENTOS CENTURY RENK ZANINI MOENDAS - EQUIPAMENTOS CENTURY VILLARES METALS MULTIPLICADORES RENK ZANINI PENEIRAS ROTATIVAS ANDRITZ VLC INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA PERFIS GRUPO FEITAL - DIV. FEITAL KROMINOX POLÍMEROS GE WATER & PROCESS TECHNOLOGIES PRODUQUÍMICA PONTES ROLANTES TUBOS VEROLA QUÍMICA - PRODUTOS E DERIVADOS BIOFERM REDUTORES RENK ZANINI VILLARES METALS REDUTORES PLANETÁRIOS RENK ZANINI REPOTENCIAMENTO - SERVIÇOS GENERAL CHAINS RENK ZANINI RESERVATÓRIOS - FIBRA VIDRO / RPVC EDRA VETRO SECADORES GEA ENGª DE PROCESSOS SOFTWARE DE GESTÃO BIOSALC COMLINK RAM AUTOMAÇÃO E CONTROLE SOLDAS - ACESSÓRIOS A ALUGA A SOLDA SOLDAS - CONSUMÍVEIS A ALUGA A SOLDA SOLDAS - EQUIPAMENTOS A ALUGA A SOLDA TORRES DE RESFRIAMENTO DE ÁGUA GE WATER & PROCESS TECHNOLOGIES TRANSPORTES PNEUMÁTICOS DYNAMIC AIR TRATAMENTO DE ÁGUA E EFLUENTES ANDRITZ GE WATER & PROCESS TECHNOLOGIES TRATAMENTOS TÉRMICOS GE WATER & PROCESS TECHNOLOGIES TUBULAÇÕES CARBINOX CENTERVAL INOXCONSULT INTERSTEEL AÇOS E METAIS KNOX KROMINOX NEOLIDER TUBULAÇÕES - PRFV E RPVC EDRA VETRO VÁLVULAS CENTERVAL HCI HIDRAÚLICA E CONEXÕES KNOX NEOLIDER UNIVAL VALVUGÁS VERGALHÕES CARBINOX GRUPO FEITAL - DIV. FEITAL INTERSTEEL AÇOS E METAIS NEOLIDER VILLARES METALS REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 5 Sumário 8 12 Entrevista 16 Coluna Markestrat 20 22 34 38 42 Gestão Industrial 54 68 90 Agrishow 96 Tecnologia Agrícola - “Apertem os cintos” 112 Pesquisa & Desenvolvimento 118 128 Estilo 140 Marketing Canavieiro Mercado - Mercado agitado impulsiona V Conferência ISO/Datagro - O setor sucroenergético precisa de investimentos - Terceira reunião do Gegis em 2011 Tecnologia Industrial - Defeito da bomba “estoura” na produção Espaço TI - Pioneirismo em TI na região Nordeste Espaço Datagro - Uma nova política para o etanol Capa - Etanol - combustível ecológico e competitivo - É a maior! Motomecanização Máquinas canavieiras Espaço Fitotécnico - Cana ganha aliado no controle das plantas daninhas Gestão de Pessoas 110 Gestão de Negócios - Retomada de investimentos deve gerar mais 200 mil postos de trabalho - Maceió recebe I Workshop Pós-Safra do Setor Sucroenergético - Gerindo o maior patrimônio do agronegócio - 40 graus e elegante Eventos - 32 anos de história - Abertura do Simtec 2011 contará com lançamento do Museu do Açúcar e do Etanol - Forind 2011 terá programação completa para os profissionais da indústria - V Workshop de Agroenergia - V Simpósio Tecnologia de Produção de Cana-de-Açúcar - 8ª Fersucro - 4 a 8 de julho de 2011 - Maceió/AL - Comemoração dos 30 anos do Ceise Br - FMC comemora sucesso do Giro Cana FMC no Nordeste - Investimentos em Marketing elevam o faturamento da Valvugás - Fruto de pesquisa, máquina para afiar facão garante vantagens aos trabalhadores - Solução para Tratamento de Água de Fuligem Alfatec/Ieda Neto - Presidente mundial da Trelleborg visita a Agrishow - Pneu Forte e SBT realizam campanha pelo meio ambiente - Segredo da motivação CORREÇÃO - Nutrição de canaviais exige soluções diferenciadas 104 - Irrigação para produzir mais cana-de-açúcar - Embrapa obtém primeiras plantas transgênicas de cana-de-açúcar Na edição 35 da revista CanaMix na matéria sobre a entrega dos vencedores do Prêmio Cana Invest, foi trocada a foto do representante do Grupo São Martinho que recebeu o prêmio Cana Invest na categoria: Gestão Ambiental. A foto correta é essa: Plínio César, diretor da PC&Baldan, Nelson Marinelli, superintendente das Relações Institucionais e Gestão de Riscos no Grupo São Martinho, e Marco Baldan, diretor da PC&Baldan onsumo Sonho de Cdo s os gostos Máquinas para Conjunt A luta co ura ntinua Espaç 26 86 Controle d o Fitotécnico e pla em cana-d ntas daninhas e-açúcar to 122 Entrevista – Antônio Celidônio Ruette, presidente do Grupo Ruette “Apertem os cintos” Os empresários nacionais no segmento sucroenergético começam a perder espaço com a entrada dos investidores. Para falar, inclusive sobre isso, entrevistamos um legítimo representante da classe sucroenergética nacional Antônio Ruette recebeu, em 2 de março de 2011, o Prêmio Cana Invest como Empresário de Fibra Luciana Paiva D esde o tempo em que frequentava os bancos escolares, nos anos de 1940, Antônio Celidônio Ruette, preparava turmas para exames de admissão e supletivo, ministrando aulas de Latim, Português, Geografia e História Geral do Brasil. Isso lá na cidade de Jaboticabal, SP. Era o início de sua vida como educador, a partir de então, ajudou a disseminar a educação pelo interior paulista em cidades como Viradouro, Pitangueiras, Guaíra, Oswaldo Cruz, Cafelândia, Pirajuí, Atibaia, Bragança Pau- REVISTACANAMIX CANAMIX||JULHO JUNHO||2010 2011 8 REVISTA lista e Itapira. Professor e diretor de escola formado em Letras Clássicas, nas disciplinas de Português, Latim e Grego, também formou-se, em 1958, em Ciências Jurídicas e Sociais, e passou a exercer a advocacia. Em 1959, entrou para a política e no início da década de 1960 ingressou no segmento de cana de açúcar para participar da direção da Usina Nossa Senhora Aparecida, em Itapira. Seu conhecimento não só contribuiu para o crescimento do Grupo Virgolino de Oliveira como foi combustível para a criação de suas próprias empresas, entre elas a Antonio Ruette Agroindustrial, localizada em Paraíso, SP, e a Usina de Açúcar e Álcool, Monterey, em Uburana, SP. Esses são apenas alguns detalhes da vida desse senhor que sabe tratar com carinho as palavras e que ao longo de seus 82 anos conquistou muitos títulos e reconhecimento como educador. E no setor sucroenergético figura como um dos bons exemplos dos empresários nacionais, ao pilotar um grupo que apresen- ta uma gestão familiar/profissionalizada e que tem a nada fácil missão de permanecer e crescer de forma sustentável no negócio da cana-de-açúcar. Neste momento de muitas mudanças no setor, nada melhor que as palavras de quem tem experiência sobre o tema. Confira a entrevista com Antônio Ruette. CanaMix – Como é ter uma vivência de cinquenta anos no setor sucroenergético? Antônio Ruette – Vamos, primeiramente, distinguir. Vivência não significa conhecimento. O cortador de cana trabalha uma existência no corte de cana e se aposenta como cortador de cana, não agrega valor à sua atividade. Quando passei a trabalhar na Usina Nossa Senhora Aparecida, em Itapira, a convite de minha irmã, Carmen Ruete de Oliveira, as usinas eram na sua produção e comercialização controladas por autarquia federal, denominada Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA), que fixava os preços a serem pagos pela cana, açúcar e álcool produzidos, bem como os quantitativos de canas que seriam moídas. Os preços eram fixados após prévio levantamento pela Fundação Getúlio Vargas, entidade idônea e acatada tanto pelo governo como pelos produtores. Em síntese, não havia como errar. Com preços de comercialização tabelados e produção controlada pelo governo, os usineiros encarnavam uma retardatária nobreza imperial, que resistia à modernidade e aos novos tempos que a sociedade exigia. CanaMix – E o que ocorreu com o fim do IAA? Antônio Ruette – No final do século passado e imitando John Lennon: O so- Entrevista – Antônio Celidônio Ruette, presidente do Grupo Ruette “ CanaMix – Como vê o cenário do etanol? Antônio Ruette – Já fui mais otimista. Sofremos no governo Fernando Henrique Cardoso com as dificuldades de comunicação e a falta de decisão sobre pleitos da maior urgência, que o setor reclamava dos poderes públicos. Com o governo Serra, as dificuldades de comunicação se agravaram. Houve uma radicalização por parte de seu governo, que acarretou elevados prejuízos aos produtores: o término da queima de cana, já equacionado pela legislação estadual abreviou-se; as restrições ambientais elaboradas sem conhecimento da realidade dificultaram o exercício da atividade, com reflexos na moagem e no desempenho das safras no Estado de São Paulo. Acontece que o presidente Lula, matreiro como sempre vislumbrou nestas divergências uma oportunidade favorável aos seus desígnios e passou a elogiar exagera- de capital estrangeiro. As empresas nacionais têm dificuldades em obter crédito e planos competitivos? Antônio Ruette – A análise pelo BNDES de um projeto de grandes proporções, requer, via de regra, um dispêndio de energias e um tempo menor do que o requerido pela análise de vários projetos de menor porte, que exigem maior número de viagens, reuniões, despachos, esclarecimentos, etc. Entra em cena, então, a tal de economia de escala, isto é, fazer mais em menor tempo. No entanto, não perfilho a opinião de que a preferência para análise e aprovação de grandes projetos seja prioritária no BNDES. Os projetos, quer seja das empresas nacionais ou de capital estrangeiro, estando bem fundamentados, têm tramitação normal naquela instituição. É o que se verifica à luz dos fatos. Ocorre, no entanto, que nem sempre as empresas de pequeno e médio porte dispõem de condi- “ nho acabou. O governo do ex-presidente Fernando Collor desregulamentou o setor e as usinas passaram a trabalhar livremente, sem tabelamento de preços para o açúcar e o álcool. Apenas a cana, no Estado de São Paulo, teve o seu preço fixado por um órgão regulador: o Consecana. O mercado de oferta e procura passou a vigorar e com o aumento desenfreado e sem limites de produção muitas empresas foram obrigadas a enfrentar situações inesperadas e de difícil superação que, em menos de dez anos redundaram na transferência do controle acionário para grupos nacionais (Cosan, Odebretch, etc) e internacionais (Dreyfus, Tereos, Noble, etc). O setor mais fragilizado foi o das empresas familiares. Despreparadas para uma gerência estritamente profissional sofreram na carne os efeitos da desregulamentação e, ao que tudo indica, ainda está distante o horizonte que dará tranquilidade a essa par- Uma das alternativas para as pequenas e médias empresas se manterem no negócio é o ingresso em entidade que processe em bloco a comercialização dos produtos fabricados cela de empresários do setor. Portanto, o cenário que se entremostra, a curto prazo, é o da permanência e sucesso das usinas que forem lideradas por uma gestão essencialmente profissional, embora admitida a permanência de familiares em convivência com a gestão profissional. CanaMix – Além da profissionalização, quais as alternativas para uma empresa nacional de pequeno e médio porte se manter no negócio sucroenergético? Antônio Ruette – Alternativas que se viabilizam como factíveis para a sobrevivência de empresas de pequeno e médio porte do negócio sucroenergético, seriam a fusão com empresa congênere de maior porte, ou o ingresso em entidade que processe em bloco a comercialização dos produtos fabricados, dentre as quais, a Copersucar é o melhor exemplo. damente o setor (heróis...?!) e a fazer a defesa do etanol como combustível ideal para substituir a energia originária do petróleo, tanto no País como nas viagens internacionais, provocando nos usineiros visível euforia ao valorizar o etanol brasileiro como solução ideal para a futura, mas inevitável, carência do petróleo. Mas também aqui, o sonho acabou. Inesperadamente, o vivaldino Lula tomou-se de amores, agora, pelo pré-sal e arvorou-se de propagandista-mor de nossas reservas, que dormem tranquilamente no fundo do mar da costa brasileira a mais de 6 mil metros da superfície e previstas para aproveitamento daqui há quinze anos, se produtivas... CanaMix – Segundo representantes de unidades sucroenergéticas nacionais, o BNDES dirige sua atenção aos grandes grupos, que em sua maioria passou a ser ções financeiras para detalhar com precisão seus projetos, havendo, portanto, por parte do BNDES, a necessidade de solicitar novos esclarecimentos, o que pode concorrer para retardar a aprovação. CanaMix – Hoje, o setor sucroenergético está nas mãos de 150 grupos, analistas projetam que, em um futuro não muito distante, serão apenas 25 grupos. O senhor concorda? Antônio Ruette – Não concordo. O Brasil de hoje não é o Brasil de amanhã e perde-se de vista o grande número de futurólogos desempregados no país. Por mais simulações que se façam, o Brasil, cujas fronteiras abrangem um continente, vai ter, em breve espaço de tempo, o dobro das unidades sucroenergéticas, atualmente existentes. Os números dizem tudo: hoje, apenas a Copersucar já é mais que REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 9 Entrevista – Antônio Celidônio Ruette, presidente do Grupo Ruette CanaMix – E em relação a investida dos investidores, já recebeu propostas por suas unidades? Antônio Ruette – Sim, já recebi propostas para a venda de minhas duas empresas. Porém, foram propostas vagas, sem consistência, de autoria não identificada. CanaMix – Um dos principais problemas do País e do setor é a falta de mão de obra especializada. Como educador qual o parecer do senhor sobre isso? Antônio Ruette – O ensino no Brasil é um descalabro. Antes, era exageradamente bacharelesco; hoje, piorou: é fraco “ que com o decorrer do tempo ficam desatualizados, perdendo toda a motivação que o magistério exige, nosso País oferece, perante as demais nações, um espetáculo deprimente, intolerável em um regime democrático. No quesito Educação, ombreia-se com os países africanos. O governo, a tudo assiste, impassível. Leva séculos para se mover e quando o faz, como dito acima, se move para o lado errado. Como bem disse Roberto Rodrigues, autêntica liderança do agronegócio: “O governo tem muito discurso e pouco percurso”. CanaMix – O Brasil vive a polêmica do Código Florestal, mais uma vez a votação foi adiada. Qual seu parecer sobre esse tema? Antônio Ruette – Creio que quando esta entrevista for publicada, o País já deverá ter um novo Código Florestal. Assim mesmo, aflinge-me imensamente o que estará por vir. Quando penso que em nosso País ambientalistas e corporações es- produtor. Verifica-se com desalento que, na safra 2010, pela primeira vez houve um recuo na demanda do álcool hidratado e aumento no consumo da gasolina. Ainda, nesse sentido, a exportação não oferece números animadores e os Estados Unidos, embora com o álcool de milho, estão concorrendo conosco em vantagens. Enfim, apesar de os esforços de entidades e associações de classe, tudo indica que a batalha pela superação do álcool, tanto no mercado interno como externo, está longe de proporcionar ao produtor a segurança necessária para promover novos investimentos e sustentar os já realizados, ou que pretendia programar. Por outro lado, registre-se o súbito e crescente interesse de investidores internacionais pelas commodities que estão em franca ascensão, com valorização impressionante propiciando mais e melhor suporte ao nosso açúcar. “ isso: representa 26 grupos do setor, reunindo 48 usinas. Idêntica postura se observa em outros Estados da federação, o que significa mais usinas se unindo em blocos, com o objetivo de se fortalecerem. É mais uma vez o império da lei que governa o universo: os astros maiores exercendo atração sobre os menores. CanaMix – Qual é sua visão do setor nos dias de hoje? O Brasil é o único país do mundo em que foi criada e existe essa esdrúxula figura da reserva legal e insuficiente. Manejado por políticos ignorantes, que desconhecem o valor da educação para a formação da criança, revelou, pelas últimas estatísticas, que após oito anos frequentando a escola, o aluno, aos 14 anos, sai semianalfabeto. Ainda agora, um livro editado pelo Ministério da Educação, “Por uma vida melhor”, ensina que se deve falar e escrever cometendo erros de português, pois concordância é uma questão de escolha. Dizer “nós pega o peixe” ou “nós pegamos o peixe” dá no mesmo. (eis, aqui, nosso Lula redivivo...). O assunto é da maior gravidade e revela a irresponsabilidade de nossos governantes. Por outro lado, as escolas, mal aparelhadas, e agora fragilizadas por seguidos assaltos e depredações, não cumprem sua finalidade educacional e o aluno sai ignorante e desguarnecido para os embates da vida. Com professores mal remunerados, REVISTACANAMIX CANAMIX||JULHO JUNHO||2010 2011 10 REVISTA trangeiras, a saldo das grandes nações, atuam com desenvoltura no Congresso, Nacional, temo pelo novo Código Florestal. Para se ter uma ideia da ousadia dessas corporações infiltradas no País, basta dizer que elas conseguiram fazer do Brasil o único país do mundo em que foi criada e existe essa esdrúxula figura da reserva legal. Sinto-me regredir ao tempo do Brasil colônia... CanaMix – A atenção voltada para o pré-sal dificulta a internacionalização do etanol? Antônio Ruette – Sim, em razão disso, o sonho de tornar o álcool uma commodity no mercado internacional continua distante. Para agravar estamos perdendo mercado, no País e no exterior, com variações de preços e de produção que se refletem na idoneidade e profissionalismo do Antônio Ruette – Não existe mais a euforia dominante de anos atrás. A inflação retornou, os juros estão subindo e a contínua desvalorização do dólar e consequente valorização do real, concorrem para que a balança comercial apresente, cada vez mais, maior déficit em conta corrente. O mundo passa por radicais transformações e novas lideranças estão surgindo, confrontando principalmente com os Estados Unidos. Aqui, no Brasil, como Lula nunca foi modelo para quem trabalha o ingresso de novos empregados com carteira assinada que o governo tanto alardeia não vai melhorar substancialmente a situação, pois a maioria desses novos empregos é remunerada com um ou dois salários mínimos, que nada representam perante a inflação que vem assustando o País. Diante dessa situação, avisa o piloto: Apertem os cintos... REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 11 Mercado Mercado agitado impulsiona V Conferência ISO/Datagro Caio Campanhão A expectativa para a V Conferência ISO/Datagro Internacional de Açúcar, realizada em 18 de maio no Waldorf Hotel, em Nova York, era das melhores, e o resultado foi maior que o esperado. “Foi extremamente positivo. Tivemos um número recorde de participantes. Foram mais de 320 participantes de 23 países. Muitos foram os elogios e demonstrações positivas sobre a qualidade das apresentações, sobre os temas apresentados”, disse Plínio Nastari, presidente da Datagro Consultoria, realizadora da Conferência. Em relação ao evento, Nastari observou que foi um mo- Marco Baldan A busca por informações de credibilidade sobre o mercado mundial de açúcar atraiu 320 participantes a Conferência da Datagro em Nova York Peter Baron, diretorexecutivo da Organização Internacional do Açúcar e Plínio Nastari: parceiros na realização da Conferência mento muito importante de avaliação sobre o que está acontecendo no Brasil e em outros países. “Tivemos uma participação muito grande de representantes da América Central, da Europa, dos EUA, da Índia. Também compareceu o ministro do açúcar da Índia, vários representantes da Tailândia e foi tudo muito produtivo”, salientou. A Conferência é um evento técnico que dá suporte ao Sugar Dinner, que é um evento que tem o apoio do Sugar Club Antonio Padua, diretor-técnico da União da Indústria da Canade-Açúcar (Unica) e Maurilio Biagi Filho, presidente do Grupo Maubisa, prestigiaram o evento 12 REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 Michael Rinelli, executivo da LS9, Inc também foi conferir as notícias sobre o mercado de açúcar de Nova YorK. “É uma parceria que a Datagro desenvolveu com a Organização Internacional do Açúcar e já é o quinto ano dessa parceria, que está muito forte. Já estamos programando o evento do ano que vem”, adiantou Nastari. O foco de toda a Conferência, segundo Nastari, foi o crescimento em mercados competitivos e como esse crescimento deve acontecer nos próximos anos nos principais mercados competitivos do mundo. Nastari disse que a competitividade relativa dos produtores dos principais países tem sido muito afetada por taxas de câmbio. Com a apreciação do real o Brasil perdeu a condição de primazia que tinha de competitividade, que perdurou durante boa parte da década passada. A partir de agora, a expansão da capacidade industrial deve ser compartilhada entre o Brasil e outros países selecionados, e o foco continuará sendo diversificação e transformação de açúcares totais em produtos de maior valor agregado. O foco será em logística, aumento de eficiência, redução de custos de logística e, ao mesmo tempo, muita volatilidade. A expectativa é de que o mercado continue muito volátil, com a participação crescente de especuladores e de fundos operando nesse mercado, reconhecendo o dinamismo que tem e o fato de que tem muito a ser otimizado. “Quer dizer, ainda tem muito a ser melhorado nessa indústria e isso foi muito discutido na Conferência”, contou. REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 13 Mercado Antônio Frazão, da Copertrading, Pedro Robério, presidente do Sindaçúcar-AL e Guilherme Nastari, diretor da Datagro Perspectivas de mercado – Nastari observa que este ano, por conta do tamanho da safra, pelo fato de que a oferta de cana não é tão grande, a qualidade da cana também não é das melhores, já há indicações claras de que os preços devem se manter em patamares mais elevados do que no ano passado. “É a oportunidade do setor realizar e incorporar esses ganhos e o segredo será como investir da forma correta essa geração de valor que será aferido”, salienta. Para o consultor, mais do que nunca, é importante acompanhar os mercados e tomar decisões corretas, tanto do ponto de vista estratégico, de como direcionar os investimentos, como também de planejar a precificação e a comercialização. Plínio César e Marco Baldan, diretores da PC & Baldan, empresa que edita a CanaMix compareceram ao evento Além da CanaMix, com caderno em inglês, estar presente na pasta dos participantes da Conferência, a PC & Baldan apresentou no evento o mapa das unidades sucroenergéticas no Brasil 14 REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 15 Coluna Marcos Fava Neves Coordenador da Markestrat e Professor Titular da FEA-RP/USP A coluna de estratégia no setor sucroenergético Mairun Junqueira Alves Pinto Pesquisador da Markestrat Bryan Manuel Julca Briceño Pesquisador da Markestrat O setor sucroenergético precisa de investimentos P assou o auge da crise de oferta do etanol, pois agora boa parte das usinas entra em operação, abastecendo a rede e baixando os preços aos consumidores. Pelo menos por enquanto. Crise mais forte que esta virá na próxima entressafra, e também na seguinte. Apenas se forem tomadas agora as decisões adequadas e emergenciais, poderemos evitar o apagão já na Copa de 2014. Faltavam 15 Usinas em 2010, no final de 2011 faltarão 36. O cenário não é dos melhores. Errou-se feio nas previsões de aceitação do carro flex e da venda de carros novos, que gerou este tsunami de consumo. Até 1995 se vendia por ano 800 mil carros. De 1995 a 2005 atingiu-se em média 1,3 milhão. Após 2005 a média passou para 2,2 milhões. Quem acertaria que em 2010 entrariam no mercado mais 2,9 milhões de carros flex? Planejando para 2020 (algo raro no Brasil) com uma simulação conservadora apenas com o etanol hidratado e assumindo o volume atual produzido, será 16 REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 necessário produzir 53,6 bilhões de litros (hoje se produz 18 bilhões), em mais 4,61 milhões de hectares (convertidos de pastagens degradadas) produzindo 391 milhões de toneladas de cana a serem processadas em 130 novas usinas (destilarias), demandando US$ 56,7 bilhões de investimentos industriais e agrícolas. Só para o hidratado! A cadeia sucroenergética não precisa de retrocessos, como aumentar tributos no açúcar e muito menos reduzir a mistura do anidro na gasolina, precisa é de um choque de oferta, assim todos ganham. Algumas sugestões para este choque são a retomada de investimentos em usinas novas (greenfields) com recursos privados e maiores desembolsos do BNDES (e outras fontes mundiais), via um pacote “fast-track”, envolvendo recursos, licenças e outros, para que em dois anos, se tenham mais usinas distribuídas pelo país, suprindo localmente etanol. Também é necessário encorajar o uso de bioeletricidade. Apesar de poten- cial de mercado superar os 4.000 MW médios (volume estimado para a safra 2011/2012) as perspectivas dos especialistas consideram que serão vendidos somente 500 MW médios, isto devido à falta de políticas setoriais. Problemas de conexão, financiamento e tributação continuam prejudicando os avanços e, em consequência, desarticulando a indústria nacional de bens e equipamentos. Assim, as projeções de atender 15% da demanda doméstica de energia em 2020 correm risco de não ser cumpridas, ou seja, estamos perdendo a oportunidade de gerar em 2015 – a partir de bagaço e palha de cana- o mesmo volume de eletricidade produzido pela Usina Hidrelétrica de Itaipu. Nesse sentido, urge desonerar de tributos o hoje ocioso setor de bens de capital, tal como foi feito com automóveis, eletrodomésticos, construção e também maior e mais rápida participação da capitalizada Petrobras financiando expansão de grupos existentes (participações minoritárias). REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 17 Coluna Markestrat VARIÁVEIS UNIDADE 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 Frota Automóveis "flex-fuel" Milhões de unidades 15,5 17,5 19,5 21,5 23,5 25,5 27,5 29,5 31,5 33,5 Consumo Potencial de EH Bilhões de litros 24,8 28 31,2 34,4 37,6 40,8 44 47,2 50,4 53,6 Faturamento Total com EH Bilhões de R$ 44,6 50,4 56,2 61,9 67,7 73,4 79,2 85 90,7 96,5 Deficit de Litros de EH Bilhões 6,4 9,6 12,8 16 19,2 22,4 25,6 28,8 32 35,2 Faturamento que se deixa de ter Bilhões de R$ 11,6 17,3 23,1 28,8 34,6 40,4 46,1 51,9 57,6 63,4 Hectares necessários para produzir EH Total Milhões de ha 3,24 3,66 4,08 4,5 4,92 5,33 5,75 6,17 6,59 7,01 Hectares em falta Milhões de ha 0,8 1,3 1,7 2,1 2,5 2,9 3,3 3,8 4,2 4,6 Toneladas necessárias de cana para EH Total Milhões 276 311 347 382 418 453 489 524 560 596 Toneladas de cana em falta Milhões 71,3 106,9 142,4 Usinas necessárias para o potencial Unidades 92 104 116 127 139 151 163 175 187 199 Usinas adicionais necessárias Unidades 24 36 47 59 71 83 95 107 119 130 Valor a ser investido em Usinas Bilhões US$ 10,3 15,5 20,7 25,8 31 36,1 41,3 46,4 51,6 56,7 Também deve-se expandir e facilitar o financiamento de estoques na safra e o preço da gasolina, que passa gradualmente a ser produto de classe alta e média-alta, não deve ser artificialmente controlado (o do diesel sim, pois é custo produtivo). Da mesma forma, as montadoras ainda estão devendo, e já faz tempo, maior eficiência dos motores flex rodando com etanol. Finalmente, no elo da produção agrícola temos que aumentar a atenção à necessidade de renovação dos canaviais, garantindo o uso de novas tecnologias e maiores níveis de produtividade. Se este plano de expansão começar imediatamente e investirmos US$ 30 bilhões, na Copa de 2014 não existirá mais crise, e pode-se criar um fatura- 178 213,5 249,1 284,6 320,2 355,8 391,3 INDICADORES UTILIZADOS UNIDADE VALORES Milhões de l/ano 270.000.000 1 tonelada de cana produz Litros de EH 90 1 ha produz Litros de EH 7.650 1 ha produz Toneladas de cana 85 1 carro "flex-fuel" consome Litros de EH/ano 1.600 1 carro "flex-fuel" consome Litros EH/dia 4,38 R$ 1,8 Unidades 2.000.000 1 usina produz (so hidratado) Preço do litro no posto Acrescimo anual de carros flex Produção atual de hidratado em litros Tamanho da usina Investimento para uma usina nova (EH)* mento adicional anual de R$ 35 bilhões na cadeia sucroenergética. Estamos falando de geração empregos, incríveis Bilhões de litros 18.382.000.000 Milhões de t de cana 3.000.000 US$/t de cana 145 efeitos multiplicadores, excedente energético para o país e exportações do petróleo brasileiro. A hora é agora. Nossa opinião: Há anos a sociedade brasileira aceitou um grande desafio: ser exemplo mundial de desenvolvimento sustentável: crescimento econômico com o mínimo impacto ambiental e consideráveis ganhos sociais. Contudo, mais uma vez a falta de foco e planejamento está nos desviando do caminho. Nesta edição, apresentamos uma simulação da necessidade de investimentos na produção de etanol para que consigamos responder à demanda proveniente do crescimento do país. O desafio é grande, mas é possível superá-lo desde que comecemos agora. 18 REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 19 Gestão Industrial Terceira reunião do Gegis em 2011 Concentração de Vinhaça e Multas por Excesso de Peso Entre Eixos nas Cargas de Açúcar e Etanol estiveram entre os temas apresentados Segundo Cristian Poveda Neto, concentração de vinhaça é alternativa economicamente viável Caio Campanhão O Grupo de Estudos em Gestão Industrial do Setor Sucroalcooleiro, Gegis, se reuniu no dia 29 de abril para realizar sua terceira reunião em 2011. A programação contemplou palestras de parceiros e patrocinadores sobre novidades na área industrial e com dois destaques: as palestras sobre Concentração de Vinhaça, ministra- da pelo empresário chileno Cristian Poveda Soto, diretor da Sieng e Multas por Excesso de Peso Entre Eixos nas Cargas de Açúcar e Etanol, apresentada por Cleiton Reis Oliveira, advogado da usina Santo Ângelo. A outra palestra apresentadas foi Benchmarking 2011, ministrada por Márcio Mori, gerente industrial da usina Santa Cruz, que falou sobre Parametrização do Sistema (memorial de cálculos, pro- [email protected] (14) 3263-4506 20 REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 cedimentos indicados, regra de participação, visualização dos dados). A reunião foi coordenada pelo gerente industrial da usina Pitangueiras, Gilmar Galon. Vinhaça – Há muito tempo a vinhaça deixou de ser um problema para as usinas. Se antes o subproduto da destilação de etanol era jogado nos rios, hoje ele é utilizado como fertilizante nas lavouras de cana-de-açúcar. Sendo assim, o que antes era um grande problema para as unidades passou a ser solução. Em média, se produz de 10 a 15 litros de vinhaça por litro de etanol fabricado. Economicamente viável, a ferti-irrigação foi adotada pela maioria das unidades, que utilizam diversas técnicas para distribuí-la como o canhão hidráulico, o carretel enrolador, a aspersão e a distribuição por caminhões (no caso de áreas mais distantes). No entanto, mesmo sendo útil para os produtores, a vinhaça tornou-se novamente um problema com o grande aumento na produção das unidades. Quanto mais etanol, mais vinhaça. Uma das soluções apontadas para a resolução desse problema é concentração de vinhaça. Ela pode ser feita por evaporação, o que reduz consideravelmen- te seu volume. O processo ainda permite que o material aumente seu poder fertilizante e ainda que ele seja queimado em caldeiras especiais gerando energia. O processo pode variar, de acordo com a tecnologia escolhida pela unidade para que essa concentração seja feita. Outra vantagem quando se concentra vinhaça é a viabilidade econômica, já que se reduz o custo com o transporte do material. De acordo com Cristian Poveda Soto, da Sieng, a instalação de um sistema para concentração de vinhaça se justifica economicamente de maneira muito rápida. “Podemos supor que, para cada 100 litros de vinhaça, eu precise de cinco caminhões para fazer o transporte. Claiton Reis: “É preciso que se saiba corretamente de quem é a culpa pelas multas” Concentrando, vou utilizar apenas um caminhão”, afirmou. Excesso de Peso – Outro tema discutido na reunião foram as multas recebidas pelas usinas por conta do ex- Participantes conferiram atentamente as dicas dos palestrantes cesso de peso no transporte de açúcar e etanol. O advogado da Usina Santo Ângelo, falou em sua palestra sobre algumas técnicas de defesa administrativa e sobre as medidas cabíveis para que se tente reverter as punições. “Alguma vezes, a fiscalização não é feita da maneira correta. Esses erros podem ser sanados e revertidos em alguns casos”, afirmou. O advogado citou como exemplo as balanças que fazem a aferição do peso, que podem ser de modelos diferentes. “Isso pode causar diferença nas medições e uma pequena diferença já pode ser prejudicial”, disse. De acordo com o advogado, a fiscalização deve sim acontecer, mas de forma uniforme e segura. Ele afirma que, caso haja infração, a autuação deve acontecer, mas de forma que a parte autuada tenha certeza de sua infração. “O que não pode é deixar esse ponto de interrogação, se o erro foi da unidade ou da parte que realizou a fiscalização”, concluiu. REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 21 Tecnologia Industrial Defeito da bomba “estoura” na produção Unidades sucroenergéticas devem ser criteriosas na hora de adquirir e fazer a manutenção deste tipo de equipamento, conforme alertam profissionais da área Renato Anselmi O preço não deve ser o único critério adotado para a compra de bombas centrífugas. Caso a preocupação de usinas e destilarias fique restrita a este item, poderá haver um aumento das chances de aquisição de um produto de qualidade duvidosa. Se uma bomba parar de funcionar, o problema vai “estourar” na produção. A troca de um produto nessa área pode demorar semanas, pois o mercado não costuma ter disponibilidade de bombas para atender as usinas de maneira imediata, de acordo com Eneas Lopes Ribeiro, diretor da Century Bombas, de São Paulo, SP. “Projeto mal elaborado pode causar grandes prejuízos para usinas”, enfatiza. Ele observa que uma hora de interrupção de algum setor da unidade industrial já pode causar perdas. O melhor mesmo é procurar fornecedores que ofereçam produtos com tecnologia diferenciada. A Century fornece, entre outros destaques, a bomba de rotor fechado, que não apresenta vazamento na gaxeta e não tem desgaste na área posterior do As bombas centrífugas são utilizadas em vários setores de uma unidade sucroenergética 22 REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 mentos além do sucroenergético. Antes de serem lançados no mercado, os equipamentos da empresa são rigorosamente testados. Para usinas e destilarias, a empresa desenvolve bombas para diversas aplicações, incluindo difusores, moendas, caldo filtrado, tratamento de caldo, De acordo com Luiz Penachioni, diretor da Equipe Bombas, a empresa disponibiliza diversas alternativas de equipamentos. Além disso, possui área de teste para diferentes linhas e produtos, que são testados em banco de provas com o objetivo de garantir a performance desejada em equipamentos novos e usados rotor, conforme esclarecimentos do diretor da empresa. O equipamento não exige selo mecânico, é totalmente vedado e sem gotejamento. Segundo Eneas Ribeiro, a Century está programando o lançamento de duas novas bombas. Uma delas, que está em fase de testes, será voltada para magma, considerado “um ponto crítico da usina”, conforme a opinião do diretor da empre- sa. As aplicações do outro modelo ainda estão sendo avaliadas, revela Eneas Ribeiro. A empresa atende diversos seg- Linha BMAR, da Equipe Bombas REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 23 Tecnologia Industrial lodo, destilaria, carregamento de etanol, entre outras. Escolha correta - “O equipamento deve trabalhar dentro das condições previstas no projeto”, alerta o engenheiro mecânico Roberto Pompermayer, coordenador de engenharia da Equipe Indústria Mecânica, de Piracicaba, SP. Ele explica que é preciso fazer a escolha correta do equipamento de acordo com o liquido que vai bombear. É necessário também optar por um fornecedor que tenha amplo conhecimento nessa área. Experiência de 45 anos, fundição própria e prazo de entrega são alguns diferenciais da empresa, conforme detalha Pompermayer. A Equipe possui área de teste disponível para diferentes linhas e tamanhos. Os produtos são testados em banco de provas, com o objetivo de garantir a performance desejada em equipamentos novos e usados. A Divisão Fundição da empresa tem a finalidade de suprir a demanda de produtos em ferro fundido e bronze. Com capacidade de produção de 50 toneladas por mês, a fundição possui três fornos de indução de grande capacidade e está apta a fornecer materiais de ligas em aços inoxidáveis austeníticos e martensíticos, aço carbono tipo WCB e ligas especiais com ou sem tratamentos térmicos específicos. Diversas alternativas de equipamentos são disponibilizadas pela Equipe como a linha BRH, que atende necessidades de bombeamento de líquidos viscosos, como o melaço; a linha BR, para líquidos de média viscosidade, sendo utilizada para mel rico e mel pobre em unidades sucroenergéticas. Outra opção é a linha BMAR, projetada para o bombeamento de líquidos altamente viscosos, que é usada para o transporte de massa (magma) em usinas. A empresa oferece ainda bombas de alta pressão – como a EQD para alimentação de caldeiras -, bipartidas para combate a incêndio, as voltadas para irrigação, entre outras. 24 REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 Manutenção - Com o objetivo de prolongar a vida útil das bombas e assegurar o funcionamento dos equipamentos sem maiores problemas, a Equipe recomenda a realização de manutenção periódica. A preventiva, que ocorre periodicamente, tem a finalidade de avaliar alterações bruscas de pressão, vazão, ruído, vibração e temperatura; vazamentos excessivos nas caixas de gaxetas; alinhamento e necessidade de substituir ainda a manutenção corretiva que deve ser dividida em duas etapas: o diagnóstico e a correção, que pode exigir reparo ou substituição de uma ou mais peças, balanceamento, alinhamento, etc, de acordo com informações de Roberto Pompermayer. As empresas que atuam no segmento de bombas centrífugas procuram disponibilizar, de maneira geral, soluções às unidades sucroenergéticas que garantam o funcionamento eficiente des- ou complementar o lubrificante. É recomendada ainda a realização de inspeções anuais da bomba, acionador, acoplamento, selos mecânicos e sistemas periféricos auxiliares. A Equipe orienta que seus clientes façam a manutenção preditiva que consiste no acompanhamento periódico dos equipamentos baseado no monitoramento de dados por meio da análise de vibração. Há ses equipamentos. A Equipe, por exemplo, oferece serviços especializados, como: instalação e supervisão de montagem; upgrade e retrofit; manutenção de emergência em bombas especiais. Além disso, faz a planificação e execução de manutenção preditiva, a otimização de contratos de manutenção interna e/ou assistência técnica e também disponibiliza peças sobressalentes em estoque. REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 25 Leonardo Prado- Sefot-Secom Aldo Rebelo (PCdoB-SP), durante a votação em Plenário do novo Código Florestal A luta continua A aprovação no Congresso Nacional do novo Código Florestal foi apenas o primeiro round dessa luta que continuará exigindo muita disposição, tempo, articulação e paciência dos produtores rurais O projeto do Código Florestal tramita na Câmara desde 1999. Há quase dois anos, o então presidente da Casa e hoje vice-presidente da República, Michel Temer, criou uma comissão especial para analisar todas as matérias relativas ao código. Nesse período, a comissão, que teve o deputado Aldo Rabelo (PCdoB- SP) como relator, realizou quase 100 audiências públicas pelo Brasil e ouviu praticamente todos os setores envolvidos na questão. No final do ano passado, a comissão especial aprovou o parecer apresentado pelo relator Aldo Rebelo. De lá para cá, várias negociações foram fei26 REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 tas envolvendo governo, ruralistas, ambientalistas, comunidade científica, entre outros. Nessas negociações, Rebelo promoveu mudanças em seu parecer e apresentou uma emenda substitutiva global, que foi votada na Câmara dos Deputados em 24 de maio último. Mesmo após essa longa preparação, a votação do relatório gerou grande polêmica, por três vezes teve sua votação suspensa, se arrastando por quase um mês e, no dia 24 de Alexandre Andrade: forte articulação com as bases políticas para aprovação do novo Código maio, quando finalmente foi votado, houve muitas discussões acaloradas. “Faz um mês e meio que não saio de Brasília por causa da votação do novo Código. Além de enfrentar os cancelamentos, foi preciso ficar muito atento, porque mudanças no texto surgiam de última hora sempre prejudicando o produtor rural, Luciana Paiva Luciana Paiva Leonardo Prado - Sefot-Secom exigindo articulação rápida junto a nossa bancada”, contou Alexandre Andrade, presidente da União Nordestina dos Produtores de Cana do Nordeste (Unida), presidente da Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco e vicepresidente da Federação dos Produtores de Cana do Brasil (Feplana). Emenda 164 – as negociações para aprovação do novo Código Florestal começaram na manhã do dia 24 e prosseguiram até 18h30, quando foi anunciado um acordo. Por volta das 17h, o deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO) havia anunciado que cerca de 350 deputados eram favoráveis à votação do texto naquele mesmo dia. O conflito que se estendeu ao longo do dia estava em torno da emenda 164, que dá aos Estados o poder de estabelecer as atividades que possam justificar a regularização de áre- Plenário Ulysses Guimarães, durante a votação do novo Código: presença de apoiadores e contrários às mudanças as de preservação permanente (APPs) já desmatadas. A liderança do governo manteve-se contrária à proposta e defendeu a regulamentação por meio de decreto presidencial. No texto da emenda 164 previa a garantia de que atividades consolidadas em APPs, como o cultivo de maçã ou plantio de café em área de encostas e a produção de arroz em várzeas, por exemplo. “Inicialmente, a cana constava no texto, mas de última hora o texto REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 27 Conjuntura legislar sobre os limites e cultivos destas APPs. Alexandre Andrade credita grande parte dessa aprovação da 164 ao deputado Henrique Alves (PMDB-RN). “O depoi- aprovado, o parlamentar manteve o mesmo patamar da legislação atual no que se refere às reservas legais: para propriedades em florestas o índice continua sendo 80%; no Cerrado, 35%; em áreas de campos gerais, como Pampas e Caatinga, o número fica em 20%; e, em imóveis localizados nas demais áreas do país, 20%. Sobre o polêmico item sobre preservação das matas ciliares, que margeiam os rios, o texto do relator mantém em 30 metros a área de proteção de terreno que margeie um rio com até 10 metros de largura. No entanto, os proprietários que não estiverem com a área mínima de 30 metros preservada serão obrigados a recompor a mata ciliar em até 15 metros. A faixa de terreno à marDiógenis Santos - Sefot-Secom Arquivo foi modificado e colocado culturas perenes, a cana não é perene. Tomamos conhecimento sobre isso na noite anterior à votação. Se a emenda passasse daquela forma afetaria a produção de todo Deputado Henrique Alves: seu pronunciamento foi fundamental para a aprovação da emenda 164, por isso, será homenageado pela Unida o Nordeste e decretaria o fim da atividade canavieira em Pernambuco. No Estado cultiva-se cana há mais de 400 anos nas encostas. Armamos uma verdadeira operação de guerra junto a nossa base e no sufoco conseguimos incluir no texto o cultivo de culturas de ciclo longo em áreas com topografia acima de 45 graus”, conta Alexandre. Assim, ainda na noite do dia 24 a Câmara dos Deputados aprovou por 410 votos a favor, 63 contrários e 1 abstenção o novo Código Florestal. Já a emenda 164, principal ponto de divergência entre o governo federal e os parlamentares, só foi aprovada no início da madrugada do dia 25, por 273 votos a favor, 182 contra e duas abstenções. A emenda que foi aprovada separadamente, permite a manutenção das plantações e pastos em APPs (Áreas de Preservação Permanentes) existentes até julho de 2008 e ainda transfere aos Estados a possibilidade de 28 REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 Deputados reunidos em Plenário, durante a votação do novo Código: discussões acaloradas mento dele na Câmara foi contundente, apresentou de forma séria e incontestável as razões para a manutenção das atividades nas áreas de encostas e várzeas. Foi tão empolgante que o plenário se calou para ouvi-lo. Com certeza sua atuação formou opiniões a favor do sim”, diz Alexandre, completando que, por sua posição e atuação, o deputado Henrique Eduardo Alves, que é líder do PMDB na Câmara, será homenageado pela Unida. O que muda – no texto de Rebelo gem do rio que deve ser preservada varia conforme a largura do rio. Os ruralistas reivindicavam uma redução em até 7,5 metros. Ainda de acordo com o texto, os proprietários poderão legalizar suas propriedades nos órgãos ambientais de suas regiões e ainda ter o benefício, conforme sugeriu o Ministério do Meio Ambiente, de fazer esta regularização nas prefeituras de todo o País. Além disso, pequenas propriedades (de até 4 módulos fis- cais) poderão manter a reserva existente até julho de 2008. O governo defende a troca de pequenas propriedades por agricultura familiar. O novo projeto abre a possibilidade de se reflorestar uma área fora do Estado no qual a propriedade está localizada, permitindo assim que a recomposição de reserva legal seja feita em outros biomas. Mas é preciso atenção para entender melhor o novo Código. Por exemplo, o superintendente do Instituto para o Agronegócio Responsável (Ares), Ocimar Villela, alerta para a forma equivocada como o novo Código Florestal que vem sendo abordado pelos grupos que se colocaram contra o projeto do deputado Aldo Rebelo. “Não se trata de anistia. Áreas com mais de quatro módulos devem replantar e ou compensar no mesmo bioma, segundo prevê o texto aprovado na Câmara”, afirma. “Além disso, proprietários de áreas com mais de quatro módulos terão de se adequar às exigências ambientais para se inscrever no cadastro ambiental rural.” Outro ponto positivo que deve ser destacado, segundo Ocimar Villela, é o reconhecimento da linha do tempo, ou seja, áreas desmatadas de acordo com a legislação vigente na época serão consideradas de uso econômico consolidado, em respeito ao princípio do direito adquirido. A luta continua – para a senadora Kátia Abreu (DEM-GO) agora a lei ambiental brasileira não terá mais o selo das organizações não governamentais, mas do Brasil, da sociedade, por meio do Congresso. Ela prevê que a matéria tramitará rapidamente no Senado, e espera que os senadores não façam alteração para que o texto siga logo para sanção presidencial. Kátia Abreu também não acredita em veto presidencial. “A presidente Dilma não vai arrancar os produtores como ervas daninhas. Eles estão produzindo há anos sem provocar danos aos rios e ao meio ambiente.” No entanto, encontrar maior facilidade daqui para frente não é o que espera as lideranças rurais e nem o que promete o Governo Federal. Ismael Perina Júnior, presidente da Organização dos Plantadores de Cana da Região Centro-Sul (Orplana) o relatório não passou da forma como a classe queria, mesmo assim representa um grande avanço e a aprovação no Congresso Nacional deve ser comemorado. “Mas esse só foi o primeiro passo, tudo o que a Câmara decidiu segue agora para deliberação do Senado. Se os senadores introduzirem modificações, o texto voltará para apreciação da REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 29 Conjuntura Câmara. Se não houver alterações no Senado, seguirá para sanção da presidente da República. A luta não será fácil”, alerta. O Presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) Carlo Lovatelli, acredita que a definição do Código Florestal ainda não é uma página virada. “A matéria agora vai para o Senado com muitas arestas. Já se fala até em prorrogar o prazo de validade do decreto nº 6.514, de 2000 (se o novo Código não for aprovado em até 15 de junho, o Código aprovado em 1965 passa a ter validade, com a prorrogação desse decreto o Código de 1965 não entra em vigor). Esse cenário de interrogação não é bom para o agronegócio e o País”, diz. Sobre o tema, a Abag promoveu um fórum de discussão em 30 de maio na capital paulista. Deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), líder do Governo na Câmara, avisou que a presidente da República Dilma Rousseff poderá vetar os trechos que discordar 30 REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 Realmente, o cenário não é dos mais animadores, a provação do novo Código e, principalmente da emenda 164, não foi engolida pelo Governo que avisou que não pretende assinar um projeto que troque “regularização” das propriedades por “recomposição”, e assim não vai anistiar os desmatadores de cumprir com deveres antigos de proteção ao meio ambiente. Os defensores da emenda argumentam que, se o governo federal tiver a prerrogativa de definir sobre as áreas de preservação ambiental, pequenos agricultores que já desenvolvem suas atividades em áreas de preservação poderão ser prejudicados. A atitude do Governo – como a presidente Dilma Rousseff já antecipou que não vai aceitar a anistia de desmatadores, os agricultores que desenvolvem culturas nessas regiões poderiam ser punidos pelo governo federal. A bancada de Santa Catarina, por exemplo, estima que cerca de 80% das propriedades cultivadas no Estado estejam dentro de áreas de preservação ambiental. O impasse sobre a especificação de quais culturas poderão ser permitidas ainda deve ser resolvido no Senado. “Vamos intensificar nossa articulação no Senado para que o cultivo de cultura de longa duração em topografias superiores a 45 graus se mantenha no texto”, diz Alexandre. Segundo Alexandre, o deputado Sarney Filho (PV-MA) solicitou prorrogação de três meses para a validade do decreto nº 6.514, de 2000, para que o novo Código seja melhor analisado. Ou seja, sua votação ainda vai demorar. Alexandre diz que a expectativa é que no Senado o relatório fique a cargo do senador Luis Henrique (PMDB-SC), um dos parlamentares com mais conhecimento sobre o tema, no entanto, o Governo está articulando para que a função fique com o senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) ligado a ONGs ambientais. “A impressão que temos é que o Governo está tratando a questão mais Diógenis Santos - Sefot-Secom César Matos Senadora Kátia Abreu: “agora a lei ambiental brasileira não terá mais o selo das organizações não governamentais...” Ismael Perina Júnior: “o produtor rural quer um Código Florestal bom para o Brasil” Nesse campo de batalha até a aprovação final do Código Florestal, o cenário é que representantes de entidades ligadas aos produtores rurais, favoráveis ao texto de Aldo Rebelo, disputarão espaço com ambientalistas, estudantes, integrantes da Via Campesina e da Central Única dos Trabalhadores (CUT), para quem a proposta beneficia somente grandes produtores que não têm responsabilidade ambiental. Outro problema que os ruralistas têm de enfrentar é a manipulação da opinião pública realizada pelos defensores ambientais. Muitos deles escondem seus verdadeiros interesses e se apresentam como cordeiros, dando a entender que os produtores rurais são Luciana Paiva como um fator político do que em bases técnicas”, diz Alexandre. O Presidente da Unida reclama da falta de argumentação por parte dos ambientalistas e dos que são contrários ao novo Código Florestal. “Parece que estamos dialogando com surdos, eles não nos ouvem, ignoram os pareceres técnicos e nos chamam de mentirosos. Queremos um código que contemple o lado produtivo, social e ambiental, e isso é possível”, observa. Alexandre fica indignado com o fato de ONGs estrangeiras, patrocinadas por seus países de origem, manipularem para que o Código Florestal brasileiro beneficie interesses internacionais em detrimento da produção agrícola nacional. “A Holanda tem apenas 1% de área preservada, mas articula para que o Brasil tenha o Código Florestal mais radical do mundo”, ressalta. vilões ambientais. Ismael, presidente da Orplana, diz que os produtores de cana estão se organizando para engrossar e fortalecer o movimento, pois agora é decisivo. Para ele, é preciso deixar claro que os produtores rurais não são o “lobo mau” da história, mas que defendem um Código que não é apenas bom aos que vivem no meio rural, mas ao Brasil. REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 31 32 REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 33 Luciana Paiva Espaço TI Usina Caeté S/A Matriz: integrada com as demais unidades do grupo por meio da tecnologia da informação Pioneirismo em TI na região Nordeste Grupo Carlos Lyra realiza grandes investimentos na área de tecnologia da informação e torna-se exemplo de pioneirismo na área de TI no Nordeste O Grupo Carlos Lyra conta com três unidades produtoras instaladas no Estado de Alagoas, duas 34 REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 em Minas Gerais e uma em São Paulo, para promover e facilitar o intercâmbio entre elas, o Grupo optou por inves- tir na área de tecnologia da informação (TI). Ailton Charles, gerente de TI na Usina Caeté S/A, Matriz, localizada em São Luciana Paiva Miguel dos Campos, AL, conta que foi desenvolvido um sistema integrado de informações e, que no escritório do Grupo, em Maceió, AL, ficam os principais servidores. “Em 2008, o Grupo realizou um grande investimento para reformular a área de TI e integrar os setores de contabilidade, financeiro, suprimento e estoques, o que facilita bastante as questões operacionais, por exemplo, no que se refere a nota fiscal, quando há um faturamento, no mesmo instante há um lançamento contábil e financeiro”, diz Ailton, salientando que Caeté foi o primeiro Grupo sucroenergético do Nordeste a instituir a nota fiscal eletrônica. A empresa investiu muito em tecnologia da informação e internet para poder suprir a de- Divulgação Ailton: “o setor sucroenergético está compreendendo a importância da área de TI” manda da legislação federal. Nos últimos dois anos o Grupo também investiu no sistema de ponto eletrônico com biometria, todos os equipamentos são interligados por uma rede, o operador responsável pela operação consegue acessar os equipamentos sem que haja outra pessoa do outro lado. Outros pioneirismos – a atenção com a área de TI tem levado o Grupo Carlos Lyra a quebrar paradigmas na região Nordeste e tornar-se pioneiro na implantação de práticas e tecnologias. Um exemplo é a Usina Caeté S/A – Unidade Marituba, localizada no município de Igreja Nova, AL, que tornou-se pioneira no Nordeste ao implantar o sistema de Usina Caeté S/A Unidade Marituba, pioneira no Nordeste ao implantar o sistema de transmissão de dados via celular REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 35 Divulgação Espaço TI COI da Usina Caeté S/A Unidade Cachoeira transmissão de dados via celular. Utilizando a conexão GPRS – uma tecnologia digital que permite a troca de dados. Para a implantação do novo sistema, a empresa utilizou duas modernas ferramentas do universo virtual: o Visual Basic.net – linguagem utilizada para o desenvolvimento do programa e, o Banco de Dados SQL Server, onde, por meio da tecnologia Bluetooth, contida nos dispositivos móveis – Palms e nos celulares, são efetuadas as transferências dos arquivos, utilizando o protocolo de FTP (File Transfer Protocol) os dados podem ser transmitidos de qualquer localidade. A usina utiliza os Palms para controlar a produção de mão de obra agrícola, movimento de transporte, além de manter os registros de ponto dos colaboradores. Não é necessário fazer uma chamada telefônica para efetivar a transmissão dos dados. A cobrança é feita através de um pacote de dados trafegados na rede e não mais por conexão. O sistema permite o envio dos dados mantendo a linha livre para receber ou efetuar chamadas normalmente. Um dos ganhos 36 REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 com a implantação dessa tecnologia foi não só a funcionalidade como, também, a redução dos custos operacionais. Não foi mais necessário a vinda dos assistentes agrícolas para descarregarem os dados dos Palms no escritório. A funcionalidade do sistema possibilita, inclusive, que atualizações referentes ao cadastro de colaboradores, fazendas e outros serviços sejam feitas automaticamente. Já a Usina Caeté S/A – Unidade Cachoeira foi a primeira no Nordeste a implantar o Centro Operacional Integrado (COI) que permitiu a automação de toda a indústria, otimizando com isso todo o processo de fabricação. Em um ambiente todos os setores da indústria são monitorados e gerenciados. O sistema processa durante 24 horas as informações dos diversos setores da indústria e, caso haja alguma falha no processo, uma mensagem automática aparece na tela, além de um áudio, permitindo ao operador identificar o local exato da ocorrência além de operacionalizar o problema, já que da sala do COI é possível acionar motores, bombas e abrir válvulas. Todo o sistema de comunicação é interligado por meio de fibras óticas, totalmente seguro contra as interrupções de energia. Evolução na área de TI – Ailton salienta que o setor de TI tem evoluído muito nos últimos cinco anos e muitas empresas fornecedoras de produtos e serviços despertaram para o mercado sucroenergético, com isso, estreitaram o relacionamento e passaram a produzir produtos mais específicos para atender as necessidades e complexidade da agroindústria canavieira. Por outro lado, Ailton observa que o setor também está descobrindo a importância da área de TI e que não é mais possível o negócio continuar existindo sem ela. Mas o gerente da Caeté S/A salienta que a área exige grandes investimentos para que a empresa se mantenha atualizada, até porque, na área de TI, o que é moderno hoje, daqui há quatro safras já está desatualizado. Ailton diz que o ideal é desenvolver projetos na área de TI para pelo menos quatro anos, porque se fizer um projeto de curta duração e depois necessitar fazer um up grade, corre o risco de não encontrar os mesmos equipamentos. “Os nossos equipamentos têm capacidade para acompanhar a evolução por mais quatro ou cinco anos”, diz. Por sua atuação na área, o Grupo Carlos Lyra conquistou o Prêmio Cana Invest na categoria Tecnologia da Informação na região Norte/Nordeste. O Prêmio foi entregue no dia 2 de março em Ribeirão Preto. www.gatua.com.br [email protected] (18) 3551-9018 REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 37 espaço Uma nova Política para o Etanol Plinio Mário Nastari A pós indicar o seu descontentamento com a alta nos preços do etanol, anidro e hidratado, aos produtores, e o consequente impacto nos preços ao consumidor do etanol hidratado e da gasolina, a presidente Dilma Roussef assinou no dia 28 de abril a Medida Provisória 532, alterando pontos fundamentais da politica de governo para este setor. Na prática, as mudanças implementadas pelo governo podem ser consideradas bem-vindas, e podem representar um avanço em relação à condição anterior, caso gerem as alterações esperadas. O que não caiu bem foi a ameaça velada, anunciada na forma de um vazamento de informação sobre discusões internas de governo, levando em conta a possibilidade de implementação de duas outras medidas: a redução do teor de etanol anidro misturado à gasolina a um percentual além da faixa de variação consagrada em lei federal, entre 20% e 25% em volume, e a possibilidade de ser imposta uma taxação sobre exportações de açúcar. A mera cogitação destas duas medidas não representa um bom cartão de visitas para um país, e uma indústria, que mais do que nunca carece de novos investimentos para expansão de sua capacidade industrial, com o objetivo de fazer frente à expansão vertiginosa na demanda interna e externa, por etanol e açúcar. Toda esta discussão, e as mudanças ocorridas, tiveram origem na elevação dos preços do etanol, entre o final de fevereiro e o final de abril de 2011, portanto, num breve período de dois meses. 38 REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 A elevação de preços do etanol era necessária para que houvesse uma redução no consumo, e com isso fosse evitado o desabastecimento. A frota, que por natureza se torna crescentemente flex, precisava cumprir a sua função de permitir uma alternativa aos proprietários de veículos acostumados a usar etanol, pelo seu preço mais vantajoso durante a maior parte do ano. A redução era necessária porque depois de três anos de produção anormal, os estoques de etanol estavam correndo o risco de chegar a níveis críticos. Em 2008, a produção foi afetada pela crise financeira, em 2009 sofreu com chuvas excessivas que deixaram mais de 40 milhões de toneladas de cana não-colhidas, e em 2010 enfrentou o revés de um dos anos mais secos dos últimos tempos, reduzindo o volume de matéria-prima disponível para moagem. As condições se tornaram mais críticas ao ser constatado que a seca de 2010 causou atraso no desenvolvimento fisiológico das canas colhidas entre março e agosto de 2010, alongando o período de entressafra de 2011 pelo fato de não se ter o volume de cana tradionalmente disponível para o processamento em março e abril de 2011. Em dezembro de 2010, a Datagro previu que o estoque efetivo de etanol em 1 de maio de 2011 poderia chegar a 529 milhões de litros, volume equivalente a perigosos sete dias de consumo, quando o recomendável seria um estoque operacional mínimo de 15 dias. Esta situação não passou despercebida do governo, tanto que a ANP alterou temporariamente a especificação do etanol anidro a ser misturado à gasolina, até 30 de abril, permitindo o uso de produto com até 1% de água, viabilizando assim a importação de etanol produzido nos EUA onde a especificação é mais frouxa do que a brasileira, que determina um máximo de 0,5% de água, em volume. Mesmo com importações de etanol anidro realizadas exclusivamente por produtores, em volume estimado de 228 milhões de litros na região Centro-Sul e 235 milhões de litros na região Nordeste (estimativas da Datagro), o preço do etanol anidro ao produtor atingiu incríveis R$ 3,00 por litro, e o preço do hidratado chegou a nível inédito de R$ 1,67 por litro, livre de impostos. A consequência foi a elevação do preço do etanol hidratado e também da gasolina C, que contém 25% de anidro, em todo o país. A elevação do preço do hidratado causou a esperada migração do consumo na direção da gasolina, o que gerou necessidade de importação não apenas de anidro, mas também de gasolina A, pura. Em abril, a importação de gasolina A chegou a 170,77 milhões de litros. Esta situação irritou o governo, pois além de afetar o preço dos combustíveis no curto prazo, obrigou a importação de gasolina exatamente no momento em que o preço internacional está mais de 20% acima do preço praticado no mercado doméstico, representando uma importação onerosa para a Petrobras. Apesar de todo o barulho, a Medida Provisória 532/11 representa um avanço. Ela finalmente inclui o etanol na Política Energética Nacional. Embora o etanol espaço tenha representado em 2010 mais de 45% do consumo de combustíveis do ciclo Otto, em gasolina equivalente, até hoje não fazia parte da Política Energética Nacional. A MP 532 insere o termo “biocombustíveis” - ou seja, etanol, biodiesel e outros combustíveis produzidos a partir de vegetais - na lei 9.478/97, que criou a Política Energética Nacional, e na 9.847/99, que dispõe sobre a fiscalização das atividades relativas ao abastecimento nacional de combustíveis no País. A MP amplia as funções do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) e atribui ao órgão vinculado à Presidência da República, todas as ações inerentes aos mercados interno e externo de biocombustíveis. Antes, o CNPE versava apenas sobre petróleo, gás natural e outros hidrocarbonetos fluídos. A partir da promulgação da MP 532, o etanol produzido da biomassa passa a ser um produto energético, não mais agrícola, cuja regulação e fiscalização cabe à Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Na parte em que altera a lei 9.847/99, a MP 532 inclui os biocombustíveis nas normas para o abastecimento, transporte, estocagem, revenda e comercialização de combustíveis no País, bem como na avaliação da conformidade e certificação. A MP inclui também dois parágrafos nos artigo 1º da lei, que determina as funções da ANP. Os parágrafos dão à ANP poderes para regulação e fiscalização de toda a cadeia de biocombustíveis e ampliam o controle da agência inclusive sobre estocagem e o comércio externo. A MP determina que a ANP poderá estabelecer os termos e condições de marcação dos produtos para sua identificação e exigir o envio de informações relativas à produção, à importação, à exportação, à comercialização, à qualidade, à movimentação e à estocagem dos mesmos. Por fim, o texto inclui os bicombustíveis nas infrações e punições previstas para infrações cometidas pelas indústrias. A MP também amplia a banda de mistura do etanol anidro à gasolina de 20% a 25% para entre 18% e 25%, sem implementar na prática uma mudança no atual teor de mistura, de 25%. A medida dá ao governo mais poderes para reduzir a mistura em épocas de possível desabastecimento do anidro. Na prática, a MP 532 muda o artigo 9º da lei 8.732/93, o qual determina que a mistura do etanol anidro à gasolina comercializada nos postos é de 22%, podendo variar de 25% a 20%. Há ainda uma ação de governo que vem sendo aplicada, mas não anunciada ou oficializada: o controle sobre exportações de etanol. Na prática, desde o final de março, o SECEX/MDIC tem proibibo novos embarques de etanol de exportação, através do controle que exerce sobre a liberação dos Registros de Exportação, documento eletronico obrigatório para que o etanol seja liberado para embarque pelas autoridades alfandegárias. A suspensão injustificada das exportações de etanol é uma decisão que contraria todo o esforço realizado pelo Brasil há mais de duas décadas para criar um mercado para o etanol brasileiro. Esta suspensão tem atingido indistintamente os embarques de etanol de todos os tipos, combustível industrial, refinado, e neutro, e atinge os compromissos comerciais assumidos pelo setor privado junto a vários clientes no exterior. A suspensão “branca” das licenças de exportação, sem estar publicada através de instrumento governamental, agrava a situação ao não permitir aos exportadores sequer justificar a sua falta de performance aos compromissos comerciais assumidos. Esta intervenção é absolutamente injustificada, cria prejuízos e distorções que terão impacto no médio e longo prazo, enquanto o governo deveria deixar as forças de mercado encontrarem o equilíbrio natural, superando a efêmera situação de elevação de preços no mercado interno. Quem se beneficia da suspensão “branca” das exportações brasileiras de etanol são os produtores norte-americanos, que estão avançando sobre mercados tradicionais e até recentemente cativos dos produtores brasileiros, principalmente na Europa, Japão e Coréia. Estes são mercados sensíveis de álcool para uso industrial, refinado e neutro, em indústrias como bebidas, alimentos, uso farmacêutico, perfumes, etc. Os produtores norte-americanos exportam etanol para o mundo impulsionados por incentivos de crédito que o governo norte-americano oferece. Estes incentivos representam 30 milhões de dólares num prazo de 10 anos para cada usina, o suficiente para pagar todo o custo de investimento de uma pequena destilaria de um grupo de produtores de milho. Enquanto o governo dos EUA estimula a produção de etanol criando incentivos para o seu setor privado apesar de todas as limitações que tem para expansão da área agrícola, e a menor eficiencia energética do milho em relação à cana, no Brasil o governo não oferece nenhum programa de estímulo ao investimento privado, cerceia as exportações de etanol com uma suspensão não-declarada, e incentiva o setor público a investir na produção. O resultado está aí para mostrar que embora pioneiro, o Brasil está perdendo a corrida na direção da produção de etanol, limpo e renovável: entre 1998 e 2010, a produção de etanol nos EUA saltou de 5,3 para 50,1 bilhões de litros, enquanto a do Brasil, no mesmo período, cresceu de 15,4 para 27,4 bilhões de litros. O Brasil, que tinha uma produção equivalente a 3 vezes a dos EUA, agora ficou reduzido à metade. Não é por falta de terras agricultáveis, gente disposta, tecnologia, e uma competente indústria de bens de capital. * Plinio Nastari é mestre e doutor em economia agrícola, e presidente da Datagro Consultoria REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 39 espaço 40 REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 41 Capa Etanol - combustível ecológico e competitivo Divulgação Iveco Estão em desenvolvimento novas tecnologias para ampliar o uso do etanol e sua competitividade. Políticas públicas podem estimular mais investimentos na área O primeiro caminhão etanol-diesel do mundo Luciana Paiva O óleo diesel representa uma nódoa no balanço verde e renovável da cana-de-açúcar. Esse combustível de origem fóssil move um exército de tratores, colhedoras de cana e caminhões que trabalham nos canaviais em operações de tratos culturais, plantio, colheita e transporte da cana até a indústria. 42 REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 É também o diesel que enche os motores dos caminhões para levar o etanol às distribuidoras e postos – um combustível fóssil transportando um combustível renovável. Anualmente, o setor sucroenergético consome mais de 2 bilhões de litros de diesel fóssil. Para por fim a essa incoerência, Marcos Jank, presidente da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica), disse que há um bom tempo a entidade passou a solicitar das montadoras o desenvolvimento de motor pesado movido a etanol. “A partir do momento em que o etanol abastecer as máquinas, tratores e caminhões utilizados pelo setor, seu balanço energético será ainda mais positivo”, salientou Jank. Talvez esse dia esteja próximo. É que durante a Agrishow 2011, realizada Luciana Paiva Marco Piquini, diretor de Comunicação da Iveco e Marcos Jank, presidente da Unica, na Agrishow conhecendo o Trakker Bi-Fuel Ethanol-Diesel de 2 a 6 de maio, em Ribeirão Preto, a Iveco, a FPT Industrial, a Bosch e a Raízen (empresa resultante do processo de integração dos negócios da Shell e Cosan) apresentaram o protótipo do Trakker Bi-Fuel Ethanol-Diesel. O presidente da Unica foi até a Agrishow para conferir o caminhão exposto e saber mais sobre a tecnologia. Marco Piquini, diretor de Comunicação da Iveco, apresentou-lhe o protótipo e explicou-lhe os detalhes técnicos. Jank gostou do que ouviu –“além de ecológico parece ser competitivo”, disse. E também gostou do que viu – “esse ‘e’ que escolheram para a logomarca foi inspirado no ‘e’ de nossa campanha etanol: uma atitude inteligente”, ressaltou. Renato Mastrobuono, diretor de Desenvolvimento de Produto da Iveco, reforça que o projeto foi desenvolvido a partir de uma demanda da Unica, e explicou que a nova tecnologia permite a substituição do diesel pelo etanol em taxas variáveis de acordo com a utilização do caminhão, podendo chegar a 85% em certos regimes. A taxa média de substituição do diesel no protótipo chega a REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 43 Capa Piquini explica a tecnologia para Marco Jank, Vicente Garcia da Case Construções e Maria Luiza Barbosa, coordenadora de Responsabilidade Social da Unica Ecológico e competitivo – Luís Antonio Ferreira Bellini, coordenador do Grupo de Motomecanização do Setor Sucroalcooleiro (Gmec) contou que há quase três anos o Grupo acompanha o desenvolvimento dessa tecnologia pela Iveco e a FPT Industrial, inclusive, parte dos integrantes do Gmec visitou a fábrica da Iveco em Nova Lima, MG, para conhecer melhor o projeto e dar sugestões. Bellini ressaltou a importância ambiental da substituição do diesel pelo etanol nas máquinas e veículos pesados utilizados pelas usinas. Segundo ele, a média de diesel utilizado pelo setor é de 3 a 4 litros de diesel por tonelada de cana colhida. No entanto, o Coordenador do Gmec, observou que não basta a tecnologia ser ecológica, é necessário ser economicamente viável, ou seja, como o consumidor, o empresário também faz a conta para saber se a troca do diesel pelo etanol compensa no bolso. “E essa con44 REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 tivo que as demais, um diferencial e usálo como marketing, conquistando nichos no mercado”, disse Bellini. Mastrobuono concorda plenamente ser fundamental que a tecnologia seja competitiva e disse que as empresas envolvidas no projeto pensaram nisso, tanto que o protótipo apresenta economia no custo de combustível por quilômetro rodado. “Uma novidade entre todas as tecnologias de combustíveis alternativos para caminhões, que em suas melhores aplicações apresentam custos no máximo similares àqueles “Também precisa ser economicamente viável”, salienta Bellini do diesel”, salientou Mastrobuono, complementando que a nova tecnologia oferece um ganho econômico médio de 6% para o operador. Segundo ele, os cálculos foram feitos levando-se em consideração o preço do etanol da usina para o distribuidor (preço Cepea) e o óleo diesel a R$ 1,77 o litro (portanto, abaixo do atualmente cobrado nos postos de combustíveis do País). “A tecnologia apresenta resultados promissores para frotas que trabalham no ambiente canavieiro”, informa o diretor da Iveco. Outra vantagem econômica é que o motor pode ser 100% reversível ao diesel, o que aumenta o valor de revenda do caminhão, quando a usina quiser disponibilizá-lo. Informações técnicas – o Iveco Trakker Bi-Fuel utiliza um motor IvecoFPT de seis cilindros e nove litros, sistema de injeção common rail e 360cv, de ciclo diesel. O modelo possui dois tanques de combustível, um para etanol, outro para o diesel, que serão abastecidos durante todo o período de testes com os mesmos combustíveis encontrados nos postos da rede Shell, o V-Power Etanol e o Fórmula Diesel. O etanol hidratado é injetado no ciclo de admissão e, após a compressão, é detonado com a injeção do próprio óleo diesel. “O sistema não exige aditivo ou antidetonante. As quantidades de cada combustível são dosadas pela central eletrônica do motor e variam de acordo com as condições de presLuciana Paiva ta terá como base o valor do litro comercializado pela empresa, não o valor de produção do etanol. Se a opção pelo uso do etanol aumentar o custo de produção, poucas usinas adotarão a tecnologia, só aquelas que visualizarem no fato de conseguir um balanço energético mais posi- Luciana Paiva 40%. O protótipo do Iveco Trakker BiFuel é cavalo mecânico com tração 6x4 para até 63 toneladas de peso bruto total combinado (PBTC), que pode ser utilizado em várias aplicações do setor canavieiro, como transporte de vinhaça, por exemplo. Luciana Paiva Renato Mastrobuono, diretor de Desenvolvimento de Produto da Iveco, Evaldo Cruz, chefe de engenharia da FPT e Rogério Pacheco, executivo da Raízen-Cosan são, temperatura e carga”, disse Evandro Cruz, chefe de Engenharia Diesel da FPT Industrial. De acordo com os técnicos, o principal desafio de substituir o diesel pelo etanol num motor do ciclo diesel é obter a ignição do etanol por compressão do diesel para queimar o etanol de forma estável e controlada. O caminho encontrado pela Iveco, FPT e Bosch foi con- siderar o sistema Bi-Fuel, ou seja, com o uso de dois combustíveis, com injeção feita de forma separada, gerenciada totalmente por um sistema eletrônico. Essa opção encontrou no sistema de injeção common rail, com a injeção multiponto do etanol diretamente no coletor de admissão do motor, um parceiro ideal. Por isso, a escolha do motor Iveco-FPT Cursor 9, já dotado desse sistema. O protótipo do Iveco Trakker BiFuel-diesel funciona da seguinte forma: 1 - O etanol é injetado no coletor de admissão no início da fase de admissão e entra na câmara de combustão, após passar pela turbina de ar. 2 - O etanol é evaporado, otimizando a formação da mistura ar-combustível de forma homogênea, que é então comprimida. 3 - Ao final do ciclo de compres- REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 45 Capa 46 REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 Nos testes em bancada e na rodagem preliminar do protótipo, o motor bicombustível já alcançou uma taxa de substituição média de quase 40% so- bre a quantidade de diesel utilizada, com uma performance dinâmica idêntica à de um motor diesel normal. Evandro Cruz disse que a relação 40-60 etanol-diesel Luciana Paiva são, a injeção do diesel é feita de forma controlada para proporcionar uma combustão otimizada e evitar detonação antecipada do etanol. 4 - No ciclo da exaustão, os gases queimados são expelidos normalmente. O trabalho de calibração do motor levou em conta as características técnicas do motor do ciclo diesel, as características físico-químicas do combustível etanol e também as singularidades de uma aplicação canavieira. O poder calorífico do etanol é 40% menor do que o do diesel, o que exige uma quantidade maior de etanol para produzir a mesma energia do óleo no processo de combustão. Outro fator de importância era evitar o efeito de knocking, ou seja, a combustão antecipada do etanol ainda durante o processo de compressão sem o uso de antidetonantes ou aditivos. Os motores de etanol e de diesel pode ainda melhorar, mas há um limite, porque chega um ponto em que a substituição do diesel pelo etanol passa a ser desvantajosa para o operador, tendo em vista o preço relativo dos combustíveis. Com a redução no uso do diesel existe uma boa oportunidade para se obter a redução simultânea tanto de fumaça (ou fuligem) quanto de óxido de nitrogênio (NOx), os grandes “vilões” entre as emissões de um motor do ciclo diesel. O motor Iveco-FPT Cursor 9 recebeu em adição ao sistema original de injeção uma bomba para o sistema etanol, uma válvula reguladora para o controle de pressão de injeção do etanol, um duto específico e válvula injetora para esse combustível e uma unidade eletrônica dedicada ao controle de injeção do etanol, que trabalha com o auxílio de uma sonda tipo lambda. Os técnicos salientam que tais modifica- ções têm baixo impacto no custo geral do caminhão, mas somente poderão ser calculadas de forma precisa ao final do desenvolvimento do veículo. Na prática – Evandro Cruz disse que a partir do mês de maio os tes- tes se iniciam na Usina da Barra, unidade da Raízen, em Barra Bonita, SP, que irá utilizar o Traker Bi-Fuel engatado a um implemento bitrem para transporte de vinhaça durante a safra de 2011. “Os testes seguem até parte de 2012”, comen- REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 47 Luciana Paiva Capa Gilvan Falcão, gerente de TI - Unidades Delta e Volta Grande - Usina Caeté S/A, em MG, Marluz Cariani, da área de Engenharia da Iveco e Osorio Tales Carneiro, supervisor Administrativo - Usina Caeté S/A – Unidades Delta e Volta Grande: a tecnologia chamou a atenção dos profissionais do setor 48 REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 Frota de ônibus a etanol na cidade de São Paulo – nesses últimos dias, Alfred também teve sua atenção voltada para o projeto “Etanol para o Transporte Sustentável”, parceria da Unica com a Scania Latin América, a Prefeitura de São Paulo, o Instituto de Eletrotécnica e Energia (IEE) da USP, Centro Nacional de Referência em Biomassa (Cenbio), e a Viação Metropolitana de Transportes Urbanos. Desde 2007, um ônibus movido a etanol aditivado passou a compôr a froDivulgação Scania ta Cruz, salientando que profissionais da Iveco e da Raízen acompanharão o desempenho da tecnologia. Entre os pontos que serão observados está a proporção ideal entre os dois combustíveis para o melhor compromisso entre a utilização do etanol e o retorno econômico do operador. Rodrigo Pacheco, diretor de Projetos da Raízen, disse que a empresa está aberta às parcerias que visam o desenvolvimento de tecnologias voltadas aos combustíveis renováveis, por isso, este projeto que irá aumentar o balanço positivo do etanol, foi muito bem-vindo. Alfred Szwarc, consultor de Emissões e Tecnologia da Unica, elogia o Trakker Bi-Fuel Ethanol-Diesel, diz ser bastante interessante esta tecnologia e que já está em uma fase avançada. Após os testes que irão realizar a calibração fina do motor, Alfred acredita que os números melhorarão ainda mais e, o que no princípio é para ser um produto voltado ao setor de cana, ao apresentar bons resultados poderá ser ampliado. Evandro Cruz diz que além dos caminhões, essa tecnologia poderá ser estendida as colhedoras e tratores da Case, uma vez que integra o Grupo Fiat. A capital paulista recebeu 50 ônibus movidos a etanol: bom para a saúde pública ta de veículos da Viação Metropolitana, e no dia 26 de maio de 2011, ocorreu a solenidade de entrega de 50 ônibus a etanol da Viação Metropolitana. Alfred conta que esses ônibus, movidos com 95% de etanol e 5% de aditivo, entrarão em circulação entre final de maio e meados de junho e deverão circular principalmente em linhas da Zona Sul da capital paulista. Os novos carros foram produzidos na fábrica da Scania em São Bernardo do Campo, SP, são os modelos K 270 4X2, representam a terceira geração de veículos a etanol da Scania e contam com motor de 9 litros com 270 cavalos de potência. A Metropolitana investiu mais de R$ 20 milhões, financiados pelo BNDES, para a aquisição dos 50 veículos a etanol para sua frota, que totaliza 330 ônibus urbanos Para viabilizar a operação, a Unica firmou um contrato com a Prefeitura garantindo o fornecimento do etanol aditivado por 70% do preço do diesel, atual principal combustível da frota da capital paulista. Mesmo com o preço definido, a quilometragem por litro do etanol é menor que a do diesel. Por isso, o valor a ser pago para as empresas que optarem por esse combustível será cerca de 3% maior que o referente ao diesel para cobrir os custos da operação. Cortesia UNICA Foto Niels Andreas De acordo com convênio firmado em novembro de 2010 com a Prefeitura de São Paulo, a Scania é responsável pela produção dos motores e chas- sis, sendo que a carroceria será montada pela Caio. Os veículos serão operados pela Viação Metropolitana, ficando o fornecimento do etanol e do aditivo com a Unica. A entrega do combustível final fica com a Raízen. Saúde pública – a expectativa da Prefeitura da cidade de São Paulo é, até 2013, substituir 30% da frota por veículos movidos a etanol – chegando próximo a 4,5 mil veículos. No entanto, para isso, Alfred salienta que serão necessários incentivos fiscais, pois, esse etanol aditivado é menos competitivo que o diesel fóssil. “Para as empresas de ônibus não importa qual combustível seja, o que vale é não impactar a tarifa. A Unica tem buscado, nos diversos níveis de gover- Alfred: “A tecnologia flex evoluiu, mas pode melhorar” no, reduzir a tributação desse etanol, que não será utilizado em automóvel, mas no transporte público. Apresentamos estudos na área de saúde pública, mostrando as razões para desonerar o produto. Se o diesel fosse comercializado ao preço do mercado internacional talvez o etanol nem precisasse de benefícios”, observa. “Ganha a saúde pública com a redução das emissões, sem contar o fato de São Paulo tomar a dianteira entre os municípios brasileiros no combate às mudanças climáticas. A cidade também avança no cumprimento da lei municipal que trata sobre esse tema,” afirmou Marcos Jank da Unica durante a solenidade de entrega dos ônibus. Segundo a Prefeitura, testes feitos com o ônibus movido a etanol na cidade mostraram uma redução de 80% na emissão de gases do aquecimento global, 90% na emissão de material particu- REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 49 Divulgação Fiat Powertrain lado e a ausência de emissão de enxofre. A Scania estima que, se toda a frota de ônibus do município fosse trocada por unidades a etanol, mais de 1 milhão de toneladas de CO² por ano deixariam de ser liberadas. Dados da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) apontam que 12 mil internações e 875 mortes são registradas anualmente na cidade em decorrência de partículas inaláveis e ozônio. Os pesquisadores revelam que as doenças oriundas da poluição custam US$ 190 milhões aos cofres públicos, somente em São Paulo. A capital paulista tem uma orientação legal de redução de 100% da utilização de combustíveis fósseis até 2018, e um plano gradativo de redução de 10% ao ano. Além dos ônibus movidos a etanol aditivado, outros combustíveis alternativos estão em teste, como o biodiesel, o diesel de cana e a eletricidade. Apesar de o valor de operação com combustíveis verdes ser maior, a Prefeitura reconhece que há a compensação na diminuição dos gastos com saúde pública causados pela poluição. E já cria mecanismos para compensar esse aumento de custos, por exemplo, por meio de uma multa para aqueles que não tiverem feito a inspeção veicular. Divulgação Fiat Powertrain Capa Paulo Evando Barbosa: “Fiat Powertrain sempre deu grande atenção à tecnologia flex” Do carro a álcool à tecnologia flex – em julho de 1979, a Fiat lançou no mercado nacional o primeiro carro movido a álcool combustível. O compacto Fiat 147 chegou às concessionárias quatro meses depois que os 16 primeiros postos de combustível começaram a receber o álcool combustível. “De lá para cá a tecnologia evoluiu muito, não só o motor, mas em conforto, desempenho, segurança e conceito”, salienta Alfred. Mas, neste período em que o etanol se apresentou com um valor superior ao preço da gasolina e foi trocado pelo combustível fóssil, surgiram comentários de que a tecnologia do carro flex-fuel – que circula com qualquer mistura de álcool e gasolina, lançada em 2003 – pode melhorar, inclusive, reduzir essa diferença energética de 30% do etanol para a gasolina. Sobre isso, consultamos a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), que respondeu que desde o lançamento do veículo a etanol, a tecnologia mostrava que o rendimento do etanol se situava na Área de montagem da Fiat Powertrain Campo Largo 50 REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 casa de 65% do rendimento da gasolina. “Tanto isso é verdade que, como regra, sempre se considerou que o preço do litro de etanol nunca fosse superior a 65% do preço do litro da gasolina. Esse era o padrão de eficiência geralmente aceito na época”, salienta a Anfavea. Ainda segundo a Associação, com a evolução tecnológica da indústria automobilística, houve aumento da eficiência do etanol carburante para cerca de 70% em relação à gasolina, para motores movidos exclusivamente a etanol. Na etapa do flex, a partir de 2003, há por definição compromisso de combinar em um só motor a eficiência de dois combustíveis diversos física e quimicamente o etanol e a gasolina, por ser imponderável o combustível que o consumidor vai escolher a cada abastecimento. Ainda diante dessa imponderabilidade que é da natureza do produto, foi mantida a eficiência de 70%, o que tem um significado especial no veículo flex. A Anfavea ressalta que desde o lançamento do carro flex-fuel há melhorias contínuas em taxa de compressão, eficiência energética, potência e na partida a frio, “visto que há fabricante que já dispensou o pequeno tanque auxiliar abastecido com gasolina para partida a frio” exemplifica a Entidade. De acordo com a Anfavea, na verdade já se trabalha com novas gerações de veículos flex. O desenvolvimento tecnológico é feito por empresa, por ser questão de forte apelo concorrencial. De modo que em um dado momento de tempo um fabricante pode estar ligeiramente à frente, mas será logo alcançado pelos demais fabricantes, cabendo a outros dar passos adiante para logo serem alcançados e talvez superados e assim por diante. Essa é a lógica da permanente evolução tecnológica, que não é restrita a motores e combustíveis, mas sim alcançando todos os itens do produto. O primeiro motor 1.0 flex – a Volkswagen foi a primeira montadora a lançar o carro flex-fuel, mas o primeiro motor 1.0 flex foi da Fiat Powertrain, isso, segundo Paulo Evando Barbosa, da Engenharia de Produto da empresa, é uma prova de que sempre deu grande atenção à tecnologia flex. “Tanto que foi responsável pelo popularização dos motores bicombustíveis, ao lançar o primeiro motor 1.0 flex do mercado nacional e também o primeiro tetrafuel. A Fiat Powertrain aprimora continuamente os sistemas e componentes de modo a garantir o melhor desempenho com o menor consumo e emissões de poluentes. Por exemplo, lançamos há pouco menos de um ano a nova família E.torQ flex no mercado brasileiro. Cerca de 70% dos componentes são totalmente novos em relação aos motores que serviram de base e funcionavam apenas com gasolina E0. Cada nova peça foi desenvolvida de forma a se diferenciar em relação ao que já existia”, informa. Paulo confirma que atualmente a eficiência do etanol em relação a gasolina é de 70% também nos carros Fiat. E que desde o lançamento foram feitas melhorias no sistema continuamente. “O motor flex é desenvolvido com o objetivo de buscar o melhor equilíbrio de desempenho e consumo entre as alternativas de combustível possíveis de serem utilizadas. Dependendo das políticas de preços dos combustíveis e consequentemente dos interesses do mercado este ponto de equilíbrio pode ser alterado”, diz. Mas, Paulo observa que a eficiência energética do etanol depende das condições químicas desse combustível, o que não pode ser alterado por meio da engenharia. “Nossos esforços se concentram no sentido de aumentar o aproveitamento dessa energia, tanto no caso do etanol quanto no da gasolina.” Avançou, mas ainda pode melhorar – “A tecnologia do carro flex avançou sim, há carros flex melhores que os a gasolina, no entanto, essa evolução não ocorreu de uma forma homogênea, há montadoras que oferecem mais que as outras. Mas, em um mercado que está comprando tudo, poucos se atêm aos diferenciais”, observa Alfred. Um exemplo é a solução que elimina a necessidade do tanquinho auxiliar para partida a frio (o reservatório de gasolina nos veículos flexíveis). Os carros com essa tecnologia têm uma resposta mais rápida durante o processo de partida, contando com mais conforto e eficácia ao acelerar o veículo. Alfred explica que a primeira geração do motor flex foi em seu lançamen- REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 51 Capa Divulgação Fiat Powertrain to em 2003: motores a gasolina que trabalhavam com etanol, com um potencial de torque pequeno, da ordem de 1% a 2%. Em 2006, surgiu a segunda geração, com alternativas mais ousadas de tentar tirar mais potencia e torque com 3% a 4% de ganho médio. Hoje, está em curso a terceira geração com alguns exemplos de motores que já foram otimizados para trabalhar com etanol, com ganho de potência e torque em 6%. Já em relação a redução de consumo, o consultor de Emissões e Tecnologia da Unica diz que o avanço foi mínimo e que há algumas alternativas para melhorar também este quesito, como a adoção da injeção direta de combustível na câmara de combustão e a diminuição do tamanho de motor – ao invés de 2 litros para 1.4 com injeção e turbo, o que pode melhorar o consumo e o torque. Paulo Evando, da Fiat Powertrain, diz que tecnologias que resultam simultaneamente em queda do consumo e ganho de desempenho já estão circulando nas ruas, em uma prova de que o “carro ecológico” – entendido como aquele de baixo consumo e emissão de poluentes – e eficiente não é um sonho distante. “Podemos citar como exemplo não só a contínua evolução dos propulso52 REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 res existentes na atualidade no mercado, mas também sistemas como o MultiAir, para controle inteligente das válvulas de admissão do ar, gerando, entre outros ganhos, aumento de torque, potência, redução do consumo e forte queda na emissão de poluentes”, exemplifica. Ainda segundo Paulo, outro forte exemplo é o motor bicilíndrico TwinAir, que une a tecnologia MultiAir com o downsizing extremo, principalmente nos índices de consumo e emissão de CO2, “merecendo, inclusive, o prêmio Paul Pietsch – um dos maiores da imprensa automotiva europeia.” Paulo salienta que a questão da redução do consumo é uma demanda do próprio cliente, de forma que desenvolver motores cada vez mais econômicos é uma preocupação natural da indústria automotiva. “Ou seja, independentemen- Motor E.torQ flex da Fiat Powertrain: cerca de 70% dos componentes são totalmente novos em relação aos motores que serviram de base e funcionavam apenas com gasolina te de incentivos, é nosso dever atuar nesse sentido”, ressalta. Já Alfred diz que a evolução não foi maior por causa do custo. O consultor explica que, atualmente, os motores 1.0 respondem por 49% das vendas (já foi maior) e essa faixa de público é muito sensível ao preço, assim, as montadoras não se sentem motivadas a investir em tecnologia que vai onerar o produto, temem perder competitividade, ainda mais com a entrada de veículos da China com produtos mais baratos. Índice de eficiência energética – para estimular a evolução tecnológica, Alfred defende uma política pública voltada para a eficiência energética e apoia o plano do governo federal de não mais estipular alíquotas para o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) baseadas nas cilindradas dos veículos, mas de acordo com o nível de emissões de CO2 e menor consumo, criando um índice de eficiência energética. “A adoção dessa medida vai incentivar os investimentos em tecnologia automotiva e a tecnologia flex será cada vez mais aperfeiçoada”, diz. Alfred ressalta que mesmo com o aumento do preço do etanol a tecnologia flex não está sendo questionada e continua sendo desejada pelo consumidor, pois lhe dá o direito de escolher qual combustível abastecer e não ficar a mercê de crises. Seus números no mercado é a melhor prova de seu sucesso: lançada em março de 2003, as vendas acumuladas de flex até abril de 2011 (oito anos) são de 13,3 milhões de unidades, cerca de 1/3 da frota em circulação. E, desde 2007, a participação das versões flex no mercado total de veículos sempre foi superior a 80%. Para o consultor, a eficiência do etanol da cana-de-açúcar como combustível verde é incontestável, e cita o relatório da Agência Internacional de Energia que o coloca como o mais eficiente. “São eles que estão dizendo, não eu que milito a favor da causa. Então é imparcial”, brinca Alfred. Hoje, o etanol feito a partir da cana-de-açúcar representa 17% da matriz de transportes do Brasil, estimativa realizada pela Anfavea aponta que em 2017 esta fatia será de 31%. Em decorrência dos investimentos em pesquisa e tecnologia será um etanol como o balanço energético ainda mais positivo que encherá o tanque de veículos com maior eficiência energética. REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 53 ReedComunica A feira contou com 765 expositores e 178 mil m² comercializados É a maior! Luciana Paiva e Caio Campanhão O agronegócio em alta foi decisivo para os excelentes números apresentados pela Agrishow 2011 – Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação – realizada em Ribeirão Preto, SP, entre 2 e 6 de maio. Segundo os organizadores, os negócios contabilizados somaram R$ 1,755 bilhão durante os cinco dias da mostra. Comparativamente, as operações financeiras deste ano são 52,6 % maiores em relação a 2010. Esse volume de negócios é seguramente superior, pois os bancos das montadoras de máquinas, equipamentos e veículos normalmente não divulgam seus valores por questões estratégicas, mas alguns deles revelaram que seu movi54 REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 ReedComunica Expectativas se comprovam e a Agrishow 2011 torna-se a maior edição da história da Feira, com recorde de público, expositores e faturamento Autoridades, como a prefeita de Ribeirão Preto, Dárcy Vera e o governador de São Paulo, Geraldo Alckimin, participaram da abertura oficial da Agrishow 2011 REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 55 Agrishow U traram interessados a construir uma base fixa no local da Feira. Para Maurílio é importante que o espaço passe a ser multifuncional, abrigando vários eventos durante o ano. O novo Presidente da Agrishow salientou que a Feira está redonda e muitos progressos já foram feitos de 2009 para cá e que agora, basta manter o padrão de qualidade em sua estrutura e trabalhar alguns pontos, como a questão ambiental. O empresário pretende investir em campanhas educativas e também na questão de coleta seletiva. Mas quem conhece o ritmo e o estilo visionário de Maurilinho, sabe que ele tentará implementar muitas novidades. É só aguardar. mento foi de 20% a 25% superior que a edição de 2010. O número final do público presente foi de 146.832 compradores e visitan- cedentes de 50 países de todos os continentes. O evento foi prestigiado por diversas autoridades, como o governador do Estado de São Paulo Geraldo Alckmin Luciana Paiva m dos maiores representantes do setor sucroenergético, o empresário Maurilio Biagi Filho, presidente do Grupo Maubisa, é o novo presidente da Agrishow. Maurílio foi um dos fundadores da Feira, em 1994, e sempre trabalhou para seu desenvolvimento. A concessão da área, para a realização da Agrishow em Ribeirão Preto, pelo Governo do Estado de São Paulo por mais 30 anos, animou o empresário, pois, segundo ele, agora é possível realizar obras de infraestrutura e de maior envergadura, como um centro de convenções e estandes de alvenaria – empresas como John Deere já iniciaram investimentos e os bancos do Brasil e Bradesco já se mos- Público de mais de 146 mil visitantes na 18ª Agrishow tes institucionais vindos dos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Rio Grande do Sul, Nordeste e também pro56 REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 e seu secretariado, os ministros Wagner Rossi (Agricultura), Afonso Florence (Desenvolvimento Agrário), Fernando Bezerra Coelho (Integração Nacional) ReedComunica Maurilio Biagi Filho é o novo presidente da Agrishow Bom trabalho, Maurílio e cinco ministros da Agricultura do Cone Sul – Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai e Uruguai. Compareceram inúmeros deputados, senadores, dirigentes de instituições do agronegócio e de entidades de classe, prefeitos e vereadores de várias regiões, que foram recepcionados pela prefeita de Ribeirão Preto Dárcy Vera. Mais de 600 representantes da mídia brasileira e internacional cobriram jornalisticamente o evento. Cerca de 20 mil profissionais foram empregados nas mais diversas atividades dos 765 expositores brasileiros e internacionais e para a manutenção da infra-estrutura da feira. Ministro anuncia incentivos à irrigação – a Agrishow também foi palco para anúncios de ações tomadas pelo governo em prol da agropecuária, o ministro da Integração Nacional Fernando Bezerra Coelho, esteve, juntamente com o secretário nacional da Irrigação Ramon Rodrigues, em visita a Agrishow 2011 – para assinar a Portaria do Regime Espe- REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 57 Agrishow cial de Incentivos para o Desenvolvimento da Infraestrutura (Reidi). O objetivo é ampliar a área irrigada no Brasil e estimular investidores privados, por meio das Parcerias Público Privadas (PPP’s). Trata-se de uma boa notícia para as empresas do setor de irrigação e para produtores que pretendem adquirir equipamentos e tecnologia para irrigação de suas propriedades, pois os projetos aprovados terão um abatimento de quase 10% em dois tributos: PIS e Cofins. O texto da Portaria também define como será o enquadramento dessas áreas, de acordo com o ministro Coelho. O ministro projeta que em quatro anos a área irrigada no País dobre de tamanho, passando dos atuais 8% para 16%. As definições do perímetro de irrigação devem ser anunciadas em 45 dias. “Pretendemos avançar na irrigação priva- 58 REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 Profissionais da Coruripe Matriz, de Alagoas, visitaram o estande da CanaMix da e pública, notadamente no semiárido brasileiro”. Ele destacou o apoio da presidenta Dilma e da Câmara Setorial de Equipamentos para Irrigação, da Abimaq, nesse processo. A normatização do Reidi é uma das primeiras ações da Secretaria Nacional de Irrigação, criada este ano. Du- rante a cerimônia, Coelho anunciou a participação de Roberto Rodrigues, exministro da Agricultura, como consultor da Secretaria. Tecnologia na área de irrigação – na área de irrigação a Agrishow recebeu excelentes representantes. A Tigre ofereceu soluções para irrigação e drenagem, Tigre: soluções para irrigação e drenagem água e de energia, aumento da produtividade e preservação do meio ambiente. Entre os sistemas levados à feira, alguns inclusive com utilização recomendada para a cultura de cana-de-açúcar, na Caio Campanhão capazes de atender às demandas de produtores rurais e do agronegócio de todos os portes e para diferentes culturas. São sistemas que incorporam inovações tecnológicas voltadas para a economia de qual a importância da irrigação vem sendo cada vez mais percebida. Para saber quais as opções de irrigação para cana, basta acessar o site da empresa: www. tigre.com.br Já a Lindsay mostrou aos produtores seu lançamento, o Z2, que consiste em um pivô que vai até quatro vãos e abrange até 25 hectares e que pode ser fixo ou rebocável. A empresa também levou à feira produtos destinados ao pequeno produtor, como o pivô de um vão, que pode ser acionado com a pressão da água e que não necessita do uso de energia elétrica. “Este é um produto que atende ao pequeno produtor e é ideal para pequenas áreas, assentamentos, hortifrutis, entre outros”, explica Leandro Preuss, supervisor comercial da Lindsay. A Lindsay apresentou também produtos para as chamadas culturas altas. “Temos tecno- REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 59 logias também para culturas altas, como o milho e a cana-de-açúcar. Temos o vão de quatro metros, que atende inclusive as variedades mais altas de cana”, afirma. Revitalização do Moderfrota – o moçambicano Helder Mutéia, representante da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) no Brasil, alertou para a necessidade de produzir alimentos. “Hoje, o Planeta tem uma população de seis bilhões de habitantes e há 925 milhões de pessoas passando fome no mundo, em 2050 teremos nove bilhões de habitantes, é fundamental aumentar a produção de alimentos”, disse. Mutéia salientou que o Brasil é um dos principais atores nesta função de Caio Campanhão Agrishow A Lindsay lançou o Z2, que consiste em um pivô que vai até quatro vãos e abrange até 25 hectares Luciana Paiva Atento ao setor sucroenergético Neilson quer trabalhar no setor sucroenergético N eilson Dimas de Lima Silva, de Votuporanga, SP, visitou o estande da CanaMix na Agrishow. A cultura canavieira está em expansão em sua região e o jovem, que é tecnico agrícola, formado pelo Instituto Paula Souza e cursa Produção Sucroalcooleira, na Unifev, deseja conquistar uma vaga no mercado de trabalho sucroenergético. Neilson acredita que estar bem informado sobre o setor aumenta suas chances de trabalhar no segmento. E vê na CanaMix uma excelente fonte de informação. No estande, foi atendido por Marcelo Bortolazo, preencheu seus dados e irá receber mensalmente a CanaMix e a primeira edição que receberá será especial, pois está nela. 60 REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 produzir alimentos, pois tem terra e água, mas para facilitar e ampliar sua capacidade produtiva é importante que o produtor tenha acesso a tecnologia, mecanização e crédito. Para que tudo isso ocorra, o presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Celso Casale, entregou ao ministro da Agricultura, Wagner Rossi, durante a Agrishow 2011, documento reivindicando que seja restabelecida a competitividade do Moderfrota (Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados e Colheitadeiras e, Programa de Incentivo à Irrigação e à Armazenagem, Moderinfra), mediante a redução de juros para aquisição de máquinas, implementos e equipamentos agrícolas, uma vez que os atuais níveis (entre 7,5% e 9,5%) tornaram essa opção de financiamento pouco atrativa. A maioria dos produtores agrícolas tem recorrido à Finame PSI (Programa de Sustentação de Investimento) para suas operações de crédito, cujos juros foram fixados em 6,5%. As taxas de juros sugeridas ao ministro da Agricultura foram de 3%, 4,5% A Ônibus canavieiro da Volare Luciana Paiva s áreas de Recursos Humanos e Saúde e Segurança no trabalho também foram destaque na Agrishow. Durante a Feira, representantes do Instituto Agronômico (IAC), da Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef), da Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo (Ocesp) e a Associação Nacional dos Distribuidores dos Insumos Agrícolas e Veterinários (Andaf) firmaram parceria com o objetivo de estabelecer normas para garantir a segurança do trabalhador do campo quando da manipulação de agrotóxicos. Hamilton Humberto Ra- Ônibus Rural da RF para aplicadores de herbicidas, tem chuveiro e local para colocar a roupa utilizada pelos aplicadores Externamente, o Volare Canavial conta com toldo e mesas retráteis e cadeiras para acomodar os trabalhadores durante as refeições e momentos de descanso, geladeira/reservatório climatizado de 40 litros que mantém a refrigeração por até 12 horas, e pia para higienização. No seu interior, o veículo, com capacidade para transportar até 31 passageiros com conforto e comodidade, poder ser equipado com dois banheiros, masculino e feminino, com chuveiro e ducha higiênica para, por exemplo, descontaminação de trabalhadores que atuam na aplicação de fertilizantes, herbicidas e/ou produtos químicos. Carreta abrigo Luciana Paiva O uso correto de EPIs com qualidade gera ganhos maiores de produtividade e do bem-estar no campo de proteção individual (EPI). A Volare, empresa que atua no segmento de miniônibus, apresentou o Volare Canavial indicado para aplicações severas no campo e no fora-de-estrada, muito comum nas regiões de cultivo do País. O veículo possui maior vão livre (altura em relação ao solo), suspensão reforçada, redução dos balanços dianteiro e traseiro, e para-choques desenvolvidos para maior absorção de impactos, o que proporciona maior facilidade para vencer os obstáculos das estradas de terra, locais de difícil acesso, oferece conforto e segurança para os passageiros. Luciana Paiva Luciana Paiva Segurança do trabalhador foi destaque na Agrishow Luciana Paiva mos, idealizador do Programa IAC de Qualidade em Equipamentos de Proteção Individual (Quepia) e diretor geral do IAC expôs sua preocupação com a qualidade de vida do produtor agrícola em relação ao uso de agrotóxicos, principalmente através do uso dos equipamentos Dois banheiros e revestimento impermeável nos bancos Para as empresas não querem adquirir ônibus, mas realizar adaptações adequadas nos veículos que já possuem, uma alternativa exposta na Agrishow é a RF Ônibus, que fornece e monta equipamentos para ônibus rurais, como banheiros, área de alimentação, caixas para ferramentas, toldos e carreta abrigo. REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 61 Agrishow Luciana Paiva Helder Mutéia, representante da FAO no Brasil ReedComunica e 6,5% ao ano para pequenos, médios e grandes produtores. José Carlos Pedreira de Freitas, também integrante da Câmara Setorial, lembra que o Moderfrota, criado em 2000, foi responsável pela grande revolução ocorrida na agricultura na última década. Teve boa aceitação até 2005, quando a Finame PSI teve seus juros reduzidos para nível abaixo dos oferecidos pelo Moderfrota. “Essa linha de crédito deve ser destinada exclusivamente O ministro da Agricultura Wagner Rossi recebeu documento reivindicando que seja restabelecida a competitividade no campo 62 REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 demonstrações de máquinas no campo, incluindo preparo de solo, cultivadores, plantio, pulverização, colheita, fenação, manejo animal, dentre outras, em diversas culturas como milho, soja, tomate e capim. O público confere com atenção a desenvoltura das máquinas, suas manobras Luciana Paiva aos agricultores, responsáveis pela oferta de alimentos”, declarou Pedreira. Segundo o documento, os dispêndios para a equalização dessas taxas são pouco representativos dado o baixo requerimento em volume de recursos, ainda mais se comparado ao enorme impacto econômico e social com a revitalização dessas linhas. O setor de máquinas e implementos agrícolas é responsável pela oferta de cerca de 60 mil empregos diretos (tratores, colhedoras e implementos agrícolas) e está espalhado pelo interior de vários estados brasileiros. O faturamento nominal só do segmento de implementos agrícolas é da ordem de R$ 8,3 bilhões anuais e tem sido responsável por superávits comerciais de US$ 400 milhões anuais. Show de tecnologia – durante a Feira foram realizadas aproximadamente 800 e o resultado das operações, que acabam influenciando na decisão de compra. Porém, o encantamento das máquinas transcende as demonstrações no campo, mesmo que circula pelas diversa ruas da Feira se surpreende com as dimensões dos equipamentos agrícolas expostos na maioria dos estandes. Boa parte desses produtos foram lançados durante a mostra e, apesar de seu elevado valor, tem grande procura. A eficiência dessas grandes máquinas, e a rapidez com que realizam as tarefas, levam muitos produtores a, ao menos, considerar sua aquisição. Reflorestamento – nessa época em que o Código Florestal domina os noticíarios, uma das novidades da Agrishow 2011 foi a plantadora Bioflora PD Evo, da Roster, que tem um sistema de plantio direto de mudas de árvores que realiza subsolagem, destorramento, adubação e plantio na mesma operação, além Estande do Projeto Agora na Agrishow Luciana Paiva As variedades de Cana IAC mais uma vez marcaram presença na Agrishow de um mecanismo de distribuição que simula a mão humana e proporciona distribuição uniforme e regulagem de profundidade das mudas. Plantadora e colhedora de grãos – segundo o diretor-superintendente da Marchesan, João Carlos Marchesan, sua empresa oferece a maior plantadora de grãos do mercado, para o plantio simultâneo de 35 linhas, que permite plantar uma área de 165 hectares/dia. A vantagem, em sua opinião, é que o produtor pode aproveitar a chamada “janela de plantio”, ou seja, o breve período em que o índice de umidade e de calor são perfeitos para essa tarefa. Amendoim – por falar em “janela de plantio”, as máquinas voltadas para o amendoim – ótima opção para rotação de cultura com a cana – também foram destaque, as colhedoras cada vez mais ganham tamanho e funções. Os operadores de colhedora de amendoim Carlos Alberto Spolian e Sérgio Wilker da Silva Santos, que trabalham na região de Matão, tiveram uma reclamação e sugestão para as fábricas de colhedoras, disseram que na parte que tem os dentes para colher o amendoim, há um espaço, pode onde entra os pés de amendoim formando um bolo, travando a operação. “Já cheguei a REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 63 Agrishow co de contaminação e perda de qualidade de grãos como soja, milho e amendoim, o que permite economia de até 50% de lenha ou qualquer outra biomassa. O pro- Luciana Paiva realizar 10 paradas por dia para retirar as plantas que ficam presas”, contou Sérgio. Para Carlos Alberto, a solução é reduzir o espaço. Luiz Roberto Lopes, mecânico e os operadores de colhedoras de amendoim Carlos Alberto Spolian e Sérgio Wilker da Silva Santos Luciana Paiva Luciana Paiva cesso se dá pela produção de vapor que se transforma em energia térmica evitando que os subprodutos liberados pela queima da biomassa se incorporem aos alimentos. O produto foi lançado no fim de 2010 e é fabricado de maneira customizada, de acordo com a demanda e da biomassa disponível na propriedade ou região. Já está presente em algumas cooperativas. Nutrição – a área de nutrição animal e vegetal foi reforçada na Agrishow com a participação da Vale Fertilizantes, pela primeira vez na Feira. Além de patrocinar o evento, a empresa mostrou ao público os insumos que oferece ao mercado de fertilizantes e de nutrição animal. No estande, de 400 m², os visitantes conheceram um pouco mais sobre os macronutrientes que compõem o mercado de fertilizantes: nitrogênio, fósforo e potássio. Bastante interativo, o estande contou, ainda, com plantas cultivadas na unidade operacional da empresa em Araucária, PR. O objetivo é ressaltar os programas de reflorestamento e de educação ambiental desenvolvidos nos complexos industriais e de mineração da Vale Fertilizantes. Produquímica – empresa líder em micronutrientes para nutrição animal e vegetal, a Produquímica também esteve presente na Agrishow. O estande da empresa contou com demonstrações explicativas sobre os produtos para nutrição, incluindo o CanaMicros, cuja formulação exclusiva favorece o desenvolvimento da cana, especialmente a brotação antecipada e o rápido desenvolvimento vegetativo. Vetro – empresa que está há mais de 20 anos no mercado de fibra de vidro e é fabricante de tubos e conexões de PRFV (Plástico Reforçado com Fibra de Vidro) e RPVC (tubo de PRFV com li- Esse espaço na colhedora de amendoim embola as ramas da planta, provocando paradas na operação: a sugestão é reduzir o espaço Secador de grãos – a empresa catarinense Benecke, de Timbó, SC, desenvolveu um equipamento que elimina o ris64 REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 Josiane Pomim e Fernando Barbosa, da Multiplus Reed, visitaram a Agrishow REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 65 Agrishow Luciana Paiva ner de PVC), participou pela primeira vez como expositor da Agrishow. A empresa, que teve as expectativas superadas com relação ao fechamento de negócios e a realização de novos contatos, apresentou amostras dos produtos através da Luciana Paiva Vale Fertilizantes pela primeira vez na Agrishow Caio Campanhão O estande da Produquímica foi bastante didático, os visitantes receberam informações importantes sobre a ação dos micronutrientes Luciana Paiva Vetro levou sua tecnologia para a Agrishow Mini-usina para produção de etanol dentro dos padrões da ANP 66 REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 demonstração de uma adutora de RPVC, alem de amostras de tubos de PRFV, de um reservatório e um tanque de transporte (miniatura) de PRFV. Assim o público pode ver de perto a qualidade dos produtos Vetro, além do design de acabamento do produto final. Etanol fez sucesso – a Embraer terminou a sua participação na Agrishow 2011 com excelentes resultados. Somente durante os cinco dias de feira a Empresa fechou negócios na ordem de R$ 3 milhões com a concretização da venda de quatro aeronaves agrícolas movidas a Etanol. Com mais de 1.150 unidades vendidas, o avião Ipanema, movido a etanol, é líder no mercado de aviação agrícola no Brasil, com cerca de 75% de participação. Outra novidade na Agrishow que teve a ver com etanol foi a mini-usina de etanol da Usinas Sociais Inteligentes (USI), dirigida para pequenos e médios produtores de cana-de-açúcar e vem agregar valor à matéria-prima desses agricultores e produto aos seus negócios. De acordo com o CEO da empresa, Eduardo Cauduro Mallmann, a tecnologia permite produzir etanol hidratado dentro dos padrões da ANP, colocando esses produtores na legalidade, tanto para consumo próprio quanto para comercialização. A mini-usina tem certificação do Ministério da Agricultura e financiamento do Finame BNDES. REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 67 Luciana Paiva Motomecanização As colhedoras de cana fazem bonito na Agrishow Máquinas canavieiras Luciana Paiva J á houve um tempo em que a cultura canavieira tinha presença tímida na Agrishow, mas de uns anos para cá, com o crescimento da mecanização nos canaviais, a tecnologia canavieira vem conquistando um espaço interessante. As colhedoras de cana passaram a competir de igual para igual com as imensas “colheitadeiras” de soja e de algodão. Tratores e caminhões ganharam 68 REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 Lançamentos na área de cana-de-açúcar estiveram entre as atrações da Agrishow 2011 o estilo canavieiro. A cana ganhou plantadoras e os implementos foram adaptados ou já projetados para atender às necessidades do setor. A evolução da tecnologia de caminhões, tratores e máquinas destinadas à agroindústria canavieira deve-se muito ao envolvimento dos profissionais e integrantes do Grupo de Motomecanização do Setor Sucroalcooleiro (Gmec), que dão sugestões, realizam testes, ajudam a criar protótipos, visitam as fábricas, tudo para sair um produto eficiente, que reduza custos, que não compacta o solo, que não machuque a cana soca, a gema da cana, enfim uma máquina cana- vieira perfeita. Por isso tudo, andar pela Agrishow está cada vez mais prazeroso, pois, em cada canto se encontra algum produto para a cultura canavieira, é lógico que tem aqueles estandes onde a cana é o foco principal, como acontece no Grupo Tracan, que durante a Agrishow apresentou sua nova marca, a TMA. O Grupo Tracan começou sua história como concessionário Case IH em 1997, uma parceria tão frutífera que deu ao Grupo representatividade de 20% das vendas da Case Brasil em 2010. Uma parceria que trouxe outros desafios e oportunidades, e que fizeram nascer em 2007 em Ribeirão Preto a Tracan Indústria, agora TMA. Segundo Dário Wilian Sodré, gerente corporativo comercial, a TMA representa a evolução de um projeto que nasceu atrelado a uma rede de concessionários, mas que ficou tão grande e alcançou tanto espaço, que agora alça vôo próprio para atender a demanda dos clientes. Apesar de ter apenas cinco anos a indústria tem recebido constantes investimentos, seja em equipamentos ou na capacitação de mão de obra. A equipe técnica da TMA trabalha em conjunto com clientes e profissionais especializados de importantes institutos de pesquisas, para colocar no mercado produtos de ponta, que tragam, além da inovação, a já consolidada robustez e agilidade atribuídas aos produtos Tracan, agora TMA. Nesta edição da Agrishow a empresa lançou a Carreta distribuidora de torta de filtro. De acordo com Dário, a carreta é a maior e mais robusta do mercado, com grande capacidade de carga, 19 m³, e maior capacidade de manobras, o que interfere menos no canteiro de plantio. A torta de filtro, subproduto da cana-de-açúcar, é comprovadamente um grande aliado para o aumento da produtiTracan Industrial lançou a marca TMA na Agrishow Luciana Paiva Luciana Paiva Tecnologia canavieira é destaque no estande da Civemasa REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 69 Luciana Paiva Motomecanização Luciana Paiva Dário e a Plantadora distribuidora de toletes TMA Divulgação Trator T8 da New Holland Os tratores da série MF 7100 Canavieira ganharam uma versão com eixo de três metros 70 REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 vidade nos canaviais. “Com a carreta distribuidora da TMA, será possível aplicar a torta a uma profundidade de 40 centímetros, o que pode diluir o período de aplicação, feito por georreferenciamento, e aproveitado nos plantios de leguminosas, no período de renovação dos canaviais, e permanecer no solo para o plantio da cana. Esta aplicação profunda resultará também em raízes mais profundas, e em uma cana com mais sustentação”, explicou Dário. Outro lançamento na Agrishow foi a Plantadora distribuidora de toletes, PDTX 9.000, uma tendência atual de mercado, que significa uma fase intermediária entre o plantio tradicional manual e plantio mecanizado. “A plantadora distribuidora atende a uma demanda de mercado daqueles produtores que gostam de conferir como o tolete caiu no sulco de plantio. Ou para os que já têm parte do equipamento e querem um produto mais em conta para incrementar a mecanização”, disse Dário. Segundo ele, o grande diferencial da PDTX 9.000 é a possibilidade do acoplamento de acessórios, já que é construída na mesma plataforma das Plantadoras mecanizadas. O produtor poderá investir, mais tarde, no kit que possibilitará o plantio em uma só etapa. Com a distribuidora de toletes são três etapas distintas, com equipamentos separados: a sulcação, distribuição e cobrição. A Plantadora distribuidora da TMA se ajusta também aos terrenos com maior declividade, onde a colhedora entra, mas a Lançamento tratores linha Maxxum da Case plantadora não. Tratores canavieiros – fortes, robustos, potentes, gigantes esses são alguns dos adjetivos dos tratores direcionados ao segmento canavieiro. A New Holland apresentou na Agrishow a nova linha de tratores T8. Segundo os representantes da empresa, os modelos, que passam a ser produzidos na planta de Curitiba, PR, se equiparam aos oferecidos pela marca nos Estados Unidos e Europa, tornando-se a série de maior potência produzida no País. Os tratores da série T8 foram desenvolvidos para o trabalho em grandes áreas, especialmente para o preparo de solo e plantio nos segmentos de cana-de-açúcar e grãos. “As máquinas da série garantem maior produtividade em função da tecnologia embarcada, o que também possibilita o redimensionamento da frota de tratores, reduzindo custos. Em função da potência, a série T8 permite o melhor aproveitamento na janela de tempo entre o plantio e a colheita, redução da frota, aumento do tamanho dos implementos e, consequentemente, tempo de operação reduzido”, disse o especialista do produto, Marco Cazarim. Entre os diferenciais do T8 está o sistema de gerenciamento de potência do motor EPM™– Engine Power Management garante a performance da operação em algumas situações adversas. A velocidade de trabalho pré-determinada é mantida de acordo com a necessidade demandada pela operação, por meio do aumento REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 71 Motomecanização Luciana Paiva Protótipo do trator BH Geração III da Valtra ma de agricultura de precisão de fácil operação e alto desempenho. Ele chega ao mercado disponível nos tratores das séries MF 7100 e MF 7000 Dyna-6. Tratores Maxxum BR – a Case IH Luciana Paiva temporário da potência do motor. Motor AGCO Sisu Power – a Massey Ferguson apresentou na Agrishow seus já consagrados tratores da série MF 4200 e MF 7000 Dyna-6. Os modelos têm como novidade a inclusão do motor AGCO Sisu Power, que gera economia ao economizar combustível. Os tratores da série MF 7100 Canavieira ganharam uma versão com eixo de três metros, o que evita o pisoteio das soqueiras, causando menor dano à lavoura e consequente aumento de produtividade. Outra novidade apresentada foi o Piloto Automático System 150, que é indicado para quem busca um siste- O Pulverizador BS3020H canavieiro propicia baixa compactação do solo 72 REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 expôs os novos tratores Maxxum, disponíveis com as transmissões mecânica ou semi-powershift. As máquinas completam a oferta de produtos da linha Maxxum, de média potência com tecnologia de grande. A linha Maxxum passa a contar com um kit de expansão do eixo. Para representates da empresa, o eixo estendido de 3 metros para a Linha Maxxum 165 e 180 representa o fim do problema de compactação da soqueira da cana no momento da colheita, resultando ainda em um trator multitarefa que pode ser utilizado também no preparo do solo e no plantio, graças à possibilidade de extensão do mesmo eixo, ou seja, um único eixo que pode ser preparado para bitola de 1,8 m até 2,2 m, e de 2,8 m até 3 m. Os prolongadores são facilmente acoplados ao eixo, e estão testados e aprovados pela Case IH, com garantia total de fábrica. Luciana Paiva Trator B100, pulverizador e enfardadora – a Valtra destacou sua nova linha de tratores BH Geração III com os modelos BH 135i (137 cv), BH200 (200 cv) e o BH210i (210 cv). As novas máquinas apresentadas na Agrishow estarão disponíveis ao mercado no segundo semestre deste ano. As inovações aparecem em itens da engenharia como o novo sistema hidráulico (3 pontos e hidráulico eletrônico) que facilita as diversas aplicações com implementos e a colocação da bomba de vazão variável. A nova localização do sistema hidráulico no trator e as novas vigas laterais permitem um menor raio de giro, melhorando as manobras de cabeceira, fator indispensável para aper- Enfardadora de palha de cana Challenger disponibilizada pela Valtra feiçoar o trabalho no campo evitando pisoteio nas áreas produtivas. “Os três novos modelos são equipados com motor AGCO Sisu Power 420 e 620 que trabalham com Diesel ou Biodiesel B100, ou seja, até 100% de Biodiesel. Pos- Luciana Paiva Colhedora Santal: opção com pneus e com esteira suem ainda intercooler que baixa a temperatura de admissão melhorando a eficiência na combustão, resultando em economia no consumo e baixos níveis de emissões de poluentes”, disse Paulo Beraldi, diretor-comercial da Valtra. A Valtra apresentou o Pulverizador BS3020H, o oferecido na versão canavieira possui 24 metros de barras divididas e sete seções e com rodado 18.4.26. “Características que propiciam uma aplicação precisa com menor impacto ambiental e com baixa compactação do solo, explicou Jak Torreta, diretor de Produto da AGCO. Outra atração da empresa foi enfardamento de feno, forragem e biomassa, a Challenger LB34B. Segundo Jak Torreta, a máquina, fabricada na unidade fabril de Hesston, nos Estados Unidos, chega ao Brasil trazendo o que há de mais mo- REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 73 Motomecanização colhedoras de cana é formado por vendas com esteiras metálicas. “Para atender a necessidade dos clientes que preferem este tipo de máquina desenvolvemos esta nova colhedora. Assim vamos con- Luciana Paiva derno em tecnologias patenteadas pela AGCO. Entre os grandes diferenciais da novidade está a alimentação homogênea da palha, feno ou forragem gerando fardos com densidade mais consis- Produtores de cana da região de São Joaquim da Barra visitaram o estande da John Deere para conhecer a plantadora Greensystem PP1102 74 REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 tinuar oferecendo a melhor opção de colhedoras de pneus e também mais uma opção no mercado de esteiras”, explica Arnaldo. Luciana Paiva tente, alcançando em alguns casos mais de 400 kg. O grande destaque da máquina está no sistema de nó duplo, que ao invés das demais máquinas de nós simples, faz dois nós, um que termina o fardo anterior e outro que inicia o próximo fardo. Paulo Berardo disse que a enfardadora, que realizou testes no Grupo Zilor, apresenta-se como um equipamento indispensável para usinas de cana-de-açúcar que estão investindo em cogeração de energia. “O investimento em mecanização para reaproveitamento da palha crescerá nos próximos anos, pois essa tecnologia permite aumentar a cogeração de energia por meio do uso da biomassa deixada no campo”, salientou Berardo. Colhedora de esteira – no universo das colhedoras de cana, apenas a Santal Equipamentos apresentou novidades, lançou a colhedora de cana S5010 com esteira. De acordo com Arnaldo Adams Ribeiro Pinto, presidente da empresa, atualmente 95% do mercado de Segundo Arnaldo, a máquina, que tem um conjunto de esteiras que em testes de campo já demonstrou ter de 20% a 40% mais vida útil que as atuais do mercado, conta com projeto inovador e capacidade de colheita em todo tipo de canavial, tem vários diferenciais como: cabine segura e confortável, caixa principal com 5 saídas e motor diesel 12 litros @1800rpm (o mais econômico da categoria). A colhedora oferece um opcional específico para a colheita de mudas: o kit mudas. Através de fácil substituição, é possível transformar o equipamento para colheita de muda ou colheita industrial. Outra novidade apresentada foi o transbordo VT 10 que teve o seu projeto aperfeiçoado para atender cada vez melhor o cliente. Entre as melhorias estão: cilindros embutidos; cabeçalho regulável (importante para posicionar corretamente o transbordo e o trator nas entrelinhas da cana, diminuindo o pisoteio das soqueiras; chassi único; freios mais altos e sistema de regulagem de bitolas. “Este sistema permite trabalhar com o mesmo produto, mudando somente com a regulagem, nos diversos espaçamentos hoje utilizados no cultivo da cana”, enfatiza Arnaldo. Plantadoras de cana – nesta edição da Agrishow a plantadora de cana além de marcar presença nos estandes de empresas como DMB, Civemasa, Santal e TMA, também ganhou espaço no estande da John Deere, mas tratava-se de uma plantadora diferencia- No estande da John Deere o visitante também encontrava informações sobre a tecnologia de mudas Plene Luciana Paiva Auro Pardinho e a plantadora PCP 6000: sucesso de vendas da DMB da, a Greensystem PP1102, a máquina para plantio exclusivo da tecnologia de mudas Plene, desenvolvida pela Syngenta. Tanto a plantadora como Plene chamou a atenção do público que visitou a John Deere na Feira para conferir a máquina e buscar mais informações sobre esse novo sistema de plantio. Durante a coletiva de imprensa da Case IH, perguntamos aos seus executivos se está nos planos da empresa lançar alguma plantadora de cana associada a alguma tecnologia diferenciada como o de mudas Plene. Responderam que a Case enxerga que essa tecnologia da Syngenta não irá conseguir atender o mercado em grande escala, por isso, ainda haverá a necessidade de se manter o plantio convencional, assim, a Case estuda lançar uma plantadora de cana mais eficiente e que reduzirá perdas. Ainda não há mais informações e muito menos data para o lançamento dessa tecnologia. Aliás, o tema plantio de cana ainda gera polêmica, as empresas se esforçam para aperfeiçoar a tecnologia e os profissionais do setor continuam dizendo que a quantidade de mudas utilizadas no plantio mecânico é muito grande, há usinas que chegam há 25 toneladas por hectare, o dobro do plantio manual. Mas, como cada vez mais, a única opção será a máquina, o jeito é melhorar a tecnologia, as operações (começando pela colheita das mudas), enfim, todo o processo. Auro Pardinho, gerente de marketing da DMB Máquinas e Implementos, lí- REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 75 Motomecanização plantadora realiza todas as operações do plantio da cultura de uma só vez em duas linhas, com desempenho operacional de Luciana Paiva der no mercado de plantadoras de cana, disse que a empresa não mede esforços para atender as necessidades do setor, Luciana Paiva José Theodoro, operador de máquinas da usina Caçú, da ETH Bioenergia, confere a plantadora distribuidora de toletes da DMB Luciana Paiva Aplicador de inseticida em soqueira, outro destaque da DMB na Agrishow Eduardo Câmara e a MK PltCana 3000 tanto que a PCP 6000 é um projeto industrial desenvolvido em parceria com o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC). A 76 REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 aproximadamente 1 ha por hora. A plantadora é tracionada por trator com potência mínima sugerida de 180 hp, através de torre com engate em três pontos com articulação tipo pino-bola para facilitar as manobras e caracteriza-se pela grande simplicidade de funcionamento. Possui dois sulcadores tipo beija-flor com desarme automático, regulagem de espaçamento e profundidade do sulco, adubadora tipo caixa de aço inoxidável, com capacidade para cerca de 1.250 kg de adubo com sensor de nível, cuja distribuição é feita através de rosca sem fim de aço inoxidável acionada por motor hidráulico com válvula de regulagem de fluxo de óleo, o que permite calibrar a quantidade de adubo a ser aplicada com maior exatidão e facilidade. Mas para aqueles que gostam de ver a muda caindo no sulco ou para as áreas de declividade mais acentuada e em terrenos arenosos, onde a plantadora não entra, a DMB oferece a plantadora distribuidora de toletes de cana DCP 5000, que representa o meio do caminho entre o plantio manual e mecânico. O equipamento estava exposto na Agrishow e atraiu o público. O aplicador de inseticida em soqueira foi outro equipamento que mereceu destaque no estande da DMB. Seus discos cortam a palhada a uma profundidade de 15 centímetros e o inseticida é automaticamente aplicado. O equipamento serve até mesmo para o controle da broca gigante. Coloca o tolete em linha – Maksolo, empresa localizada em Matão, SP, apresentou na Agrishow a sua plantadora MK PltCana 3000, segundo Eduardo Câmara, da área de vendas da empresa, a plantadora é a mais econômica do mercado. Realiza em uma só operação o plantio, adubação, aplicação de inseticida, cobertura dos toletes de cana-deaçúcar e o acamamento dos toletes. “É tudo que o agricultor precisa em uma só máquina”, salientou. A máquina que esteve em testes na Usina Cerradinho, Catanduva, SP, apre- Luciana Paiva Este dispositivo possilita a colocação do tolete em linha Luciana Paiva Chip inteligente da Bridgestone senta caçamba fechada, com chapas lisas sobre um chassi mega reforçado com perfis tubulares e sistema de rodagem tipo tandem, que reduz os impactos provocados pelo solo irregular. Tem dois tanques de inseticida com capacidade para 500 litros cada, localizados nas laterais; um tanque de adubo líquido frontal com capacidade de 1200 litros. Eduardo resslata que um grande diferencial da MK PltCana 3000 é que coloca a muda da cana em linha no sulco, não joga tudo de uma vez. Outra vantagem é compacta, facilitando o trabalho em menores áreas. Chip inteligente – na Agrishow 2011, a Bridgestone por meio da sua marca Firestone, apresentou um chip inteligente, acoplado a cada pneu que, por meio de radiofrequência, fornece uma série de informações, como identificação numérica, marca, modelo, dimen- REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 77 Motomecanização são, ciclo de vida e desenho de reforma do pneu.“Com o chip, o frotista tem um raio-x completo do pneu e tem acesso à informações que, a olho nu, são muito trabalhosas de se identificar. Combinado com outras soluções em software que a Bridgestone já possui, como o Profleet®, o DAPM® e o Survey®, o frotista faz a gestão da frota de maneira fácil e eficiente”, afirmou Ricardo Drygalla, gerente de marketing da Bridgestone. A tecnologia é composta por um chip e uma leitora que recebe dados via radiofrequência e os transmite para outro periférico portátil via Bluetooth, organizando-os em um banco de dados. Considerando uma frota de 500 pneus montados, o investimento inicial da solução é de, aproximadamente, R$ 10 mil. O chip é fixado no pneu por meio da vulcanização química, um processo Divulgação ZF - Eixo AS-3065 proporciona melhor contato com o solo que permite a perfeita união de componentes de borracha em temperatura ambiente, fazendo com que as partes fiquem permanentemente unidas. Tudo isso sem Multicultivador ter que desmontar da Agrimec nada. Resistente às situações agressivas de uso, como alta temperatura e choques contra obstáculos, o chip também permanece ativo no pneu mesmo nos processos de recapagem, o que evita custos secundários. Eixo dianteiro AS-3065 – A ZF também aproveitou a Agrishow para mostrar suas novidades, com destaque para a o eixo dianteiro AS-3065, desenvolvido pela empresa especificamente para aplicação canavieira. O eixo proporciona melhor contato com o solo e garante elevado nível de conforto e segurança na condução do trator. Com as mesmas características técnicas peculiares à família AS-3000, o eixo 78 REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 AS-3065 possui bitola de três metros e é destinado a tratores com potência de até 185 cavalos. Por ter uma maior extensão, permite que o trator seja adequado à distância entre uma trilha e outra nos canaviais e evite que as rodas passem na área de plantio, mantendo o espaçamento ideal entre as fileiras de cana, o que aumenta a produtividade. Multicultivador e Pulverizador Canavieiro sob Palha – a Agrimec, de Santa Maria, RS apresentou aos canavicultores o Multicultivador e Pulverizador Canavieiro sob Palha, recomendado na pós-colheita da lavoura canavieira. Ele executa quatro operações simultâneas: subsolagem, adubação e pulverização abaixo da camada de palha, bem como o enleiramento da mesma ao devolver a palha ao solo. Os outros lançamentos apresentados pela Agrimec na Agrishow foram o Caio Campanhão Canavieiro Rodotrem produzido pela Guerra Cultivador Quebra-Lombo com Aplicador de Herbicida o Recolhedor de Fardos Cilíndricos de Feno RFC 1500 e a Capinadeira Rotativa de Lâminas Helicoidais Rotacarp. Canavieiro Rodotrem – a Guerra, fa- o Gerente de Engenharia do produto, Sérgio Correa, o Canavieiro Rodotrem tem maior capacidade de cubagem (que aumentou de 90 m³ para 94,5 m³ em cada reboque e redução significativa na tara. Outra mudança foi feita na suspensão, onde foi colocada uma mola progressiva que apresenta duas flexibilida- bricante de implementos rodoviários, foi outra empresa que aproveitou a Feira para apresentar novidades. Desta vez, um dos destaques ficou com o Canavieiro Rodotrem, que apresenta diferenciais em seu design. De acordo com Caio Campanhão Getulio Guglielmi, diretor da Bastiani des, uma para quando os reboques estão cheios e outra para quando estão vazios, o que diminui muito o desgaste do produto. O Rodotrem Canavieiro foi submetido a um remodelamento total com aumento de 10% na capacidade volumétrica, graças a mudanças criativas no design da caixa de carga, e ganhos em tara de 2.520 Kg no conjunto, em relação ao modelo anterior. As mudanças são resultado de pesquisas de mercado e sugestões de clientes e se refletiram em aperfeiçoamentos que atingiram todas as famílias de semirreboques Guerra. Niveladora de Solo Grade Plaina – Vinda diretamente do Rio Grande do Sul, a Bastiani implementos agrícolas participou da Agrishow com uma novidade para o setor canavieiro. Trata-se da Niveladora de Solo Grade Plaina, aprovada por David Cox, da Davicom, que visitou o estande da empresa na feira. Os detalhes da máquina podem ser vistos no site da empresa, www.bastiani.com.br Alongadores de Eixo para canade-açúcar – os destaques da Marini foram os Alongadores de Eixo para canade-açúcar, os Kits Rodado Duplo com Engate Rápido, e também a linha de aros estreitos para pulverização. Os alongadores de Eixo Marini possibilitam aumento de produtividade através da readequação do trator às linhas de cultivo, evitando que o trator passe sobre as linhas que estão sendo cultivadas ou aumentando REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 79 Motomecanização do Oswaldo Schmitt, diretor-executivo da Lapônia Sudeste, concessionária autorizada Volvo, as vendas do FMX 6x4 para o setor sucroenergético e para os frotistas que prestam serviço às usinas estão muito aquecidas. O caminhão apresenta motor eletrônico com 420cv de potência, que arrasta com eficiência a compo- Luciana Paiva para três; O trator trabalha na mesma largura do transbordo, fazendo com que a máquina não amasse a soca, ou seja, a linha de rebrota da cana-de-açúcar. Caminhão canavieiro – entre os destaques da Volvo estava o caminhão modelo FMX 6x4 que incorpora vários itens necessários a um caminhão que opera no transporte de cana-deaçúcar. Segun- Na área canavieira um dos destaques da Baldan na Agrishow 2011 foi o transbordo TSB 12600, sobre caminhão com 36 metros de comprimento, para abastecer plantadoras de cana e também pode ser utilizado no período de safra Já de olho na utilização da palha da cana para a produção de energia, a Baldan apresentou na Agrishow o protótipo de sua Empilhadora de fardos que irá agilizar o trabalho. Logo o produto estará no mercado 80 REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 Luciana Paiva Luciana Paiva a distância entre o pneu e a planta. Segundo representante da empresa, no cultivo da cana-de-açúcar os Alongadores de Eixo Marini são essenciais pois possibilitam que o trator obtenha uma largura igual à do transbordo (geralmente de 2,80 à 3,00 metros), e com isso não passe sobre a linha da rebrota, aumentando sua produtividade. Resultam no aumento de até 20% da produtividade O número de linhas cultivadas por vez passa de duas Alongadores de Eixo para cana-de-açúcar e os Kits Rodado Duplo com Engate Rápido estavam entre os destaques da Marini sição (um caminhão rígido arrastando mais dois semi-reboques). Mesmo nos trechos de aclive é possível parar e arrancar com o veículo carregado, tal é o desempenho do seu engenho propulsor. Um computador de bordo monitora diversas funções do caminhão e possibilita sempre uma checagem para verificar se há algum tipo de falha no veículo. Para os trechos de descida, o sistema de freio motor VEB, utilizado pelos caminhões da marca, chega a desenvolver 390cv de potência no segundo estágio para segurar o bruto na descida. O equipamento, com botão no painel, é eficiente e transmite segurança, além de evitar o aquecimento e desgaste das lonas de freio. A caixa de marchas é a SR 1900 Volvo, de 12 marchas (6+6) e duas crawler, cujos engates não exigem nenhum esforço. Esses são alguns dos REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 81 Motomecanização Jean-Sébastian e a enfardadora criada para transportar palha de cana N esta edição da Agrishow, a Kuhn do Brasil trouxe a enfardadora LSB 1290, criada para atender especificamente a palhada de cana-de-açúcar, visando a produção, alimentação animal, mas, principalmente, a produção de energia que pode ser gerada através da palha. O francês Jean-Sébastian Salaud, gerente de produtos da Kuhn, conta que sua primeira experiência com palha da cana-de-açúcar foi durante as aulas que recebeu do professor Tomás Caetano Rípoli, na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), em Piracicaba, SP. “Ele vivia falando sobre a potencialidade do palhiço, sobre seu recolhimento, sobre a produção de energia”, relembra Jean-Sébastian. Depois de estudar na Esalq, o jovem francês atuou na Açúcar Guarani (atual Guarani S.A), mas foi na Kuhn que pode pensar e desenvolver esta enfardadora de fardo quadrado. De acordo com Jean-Sébastian, a máquina é a primeira do mundo a aproveitar corretamente a energia proveniente da palha da cana deixada na lavoura. O novo sistema expande as possibilidades de produção de energia e aumento de renda nos canaviais. A grande vantagem da máquina, segundo ele, é que proporciona uma alta densidade dentro do fardo, em torno de 180Kg/m³. “Um dos problemas para o transporte da palha da cana é ser muito leve. A ideia é colocar no fardo o maior peso em um menor volume possível. Dentro do processo em campo, a palha é compactada, visando reduzir seu custo logístico. Esse fardo pesará em torno de 440 quilos”, afirma. Ele acrescenta também que um dos diferenciais da máquina é a alta densidade do fardo, além de um siste- 82 REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 ma de rotor que permite trabalhar em condições adversas. O sistema destrói os restos de cana e ponteiras que podem ser fontes de pragas e doenças no campo. Após esse procedimento, um caminhão leva o fardo à usina. Esse fardo é então desmanchado e a palha, repicada. Essa palha é misturada ao bagaço. Jean-Sébastian disse que o Brasil é a maior fonte de biomassa no mundo. A população cresce cada vez mais e a necessidade de energia renovável aumenta. “Cada tonelada de cana colhida tem em torno de 140 quilos de palha, ou seja, pode-se produzir hoje, com a palhada de cana, de 60% a 70% de energia que a Usina Hidrelétrica de Itaipu produz”, salienta. De acordo com estudos realizados pela Kuhn, um hectare de cana pode produzir 24% de etanol, 37% de energia elétrica a partir do bagaço e 39% de energia com uso da palha, porcentagem que não é utilizada atualmente pela grande indústria. O Gerente de produtos observa que hoje, a conservação total da palha da cana no campo é um problema agronômico, já que contribui para o desenvolvimento das pragas e prejudica a eficiência de diversos tratos culturais. Assim, a retirada parcial da palhada que será destinada à produção de energia, vai gerar ganhos agronômicos e financeiros. O setor canavieiro oferece ao mercado o açúcar etanol e cada vez mais energia. Dentro de todo esse processo, acreditamos que a energia se tornará o principal produto dos produtores de cana. E o bagaço e a palha serão as maiores fontes de biomassa para a produção de energia e o atendimento às diversas cidades brasileiras. Luciana Paiva Luciana Paiva Enfardadora personalizada para a palhada da cana A Kuhn também disponibiliza esse resistente fio que amarra os fardos Luciana Paiva Edno Bonando Filho, Oswaldo Schmitt e o FMX 6x4 o Volvo Canavieiro itens que fazem do FMX 6x4 um sucesso nos canaviais. Edno Bonando Filho, gerente da Lapônia, disse que a Volvo tem um excelente relacionamento com os integrantes do Gmec e sempre procura atender suas sugestões para deixar o produto mais próximo das necessidades da lavoura canavieira. É essa interação entre as fabricantes e profissionais sucroenergéticos que está produzindo a tecnologia agrícola canavieira e, assim, cada vez mais, teremos motivos para visitar a Agrishow. Luciana Paiva Fornecedor de cana da região de Jaú, SP, conferindo a colhedora A 4000 da Case IH: “É muito bom visitar a Agrishow” http://gmec.locaweb.com.br REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 83 84 REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 85 Espaço Fitotécnico Luciana Paiva É fundamental controlar as plantas daninhas nos canaviais para reduzir perdas Controle de plantas daninhas em cana-de-açúcar O 10º Herbishow apresentou casos de sucesso, técnicas e manejos para o controle eficiente de plantas daninhas nos canaviais A interação da cana-de-açúcar com plantas daninhas é uma das causas mais frequentes na interferência do crescimento e na produtividade dessa cultura. As plantas daninhas provocam problemas que chegam a elevar em até 30% o custo de produção da cana-de-açúcar. A presença das plantas daninhas provoca perdas de até 85% no peso dos colmos das plantas e redução de 15% na produção. A sua interferência é mais crítica quando ocorrem durante as primeiras etapas de desenvolvimento da cana, sobretudo na germinação da cana-planta ou da soqueira. Existem aproximadamente mil espécies de plantas daninhas espalhadas pelos canaviais em todo o mundo. Algumas delas se destacam pela ocorrência e pela severidade dos danos que causam. As principais espécies de plantas daninhas que atuam nos cana- 86 REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 viais são: corda-de-viola capim-marmelada, capim-carrapicho e capim-colchão. E controlar essas invasoras não é fácil, mas informações corretas, manejo e produtos adequados ajudam muito o controle de plantas daninhas. É para isso que acontece o Seminário Nacional Sobre Controle de Plantas Daninhas na Cultura da Cana-de-Açúcar, o Herbishow. O evento, já em sua 10ª edição, aconteceu entre os dias 18 e 19 de maio, no Centro de Convenções de Ribeirão Preto, no interior paulista. Com o objetivo de apresentar as novidades e casos de sucesso com relação ao uso de herbicidas nas lavouras de cana-de-açúcar, o evento contou com a participação de profissionais de renome de empresas e unidades produtoras para retratar suas experiências sobre o assunto e, assim disseminar formas para o controle das plantas daninhas nos canaviais. Para ter sucesso no controle de plantas daninhas é preciso muito conhecimento e experiência adquirida em cada situação agroclimática, de modo a agir no momento certo com os produtos corretos. Foi sobre isso que o engenheiro agrônomo Rubens Coury falou no 10º Herbishow. Rubens, com sua sabedoria de 35 safras, abordou a quebra de paradigmas no controle das principais plantas invasoras até contrariando certas recomendações e cuidados no tratamento das áreas muito infestadas. Destacou as segundas aplicações de produtos que deverão ser feitas após criterioso monitoramento das áreas, e comportamento de plantas daninhas sob o clima do CentroOeste, onde as mesmas são muito mais agressivas devido à força climática na primavera e no verão. Rubens também Caio Campanhão Casa cheia para conferir as novidades do Herbishow diz Dib, completando que a maior parte dos casos de sucesso e de redução de custos nas aplicações de herbicidas se relaciona com a qualidade da aplicação e de todos os fatores que a envolvem, desde a escolha adequada das pontas, regulagens dos equipamentos, espectro de gotas etc, tudo isso relacionado com as condições climáticas (umidade do ar, Caio Campanhão apresentou um histórico de bons resultados e alertas contra erros comuns na utilização de herbicidas nas áreas onde a cana é colhida na palha. Também explicou como se deve dimensionar os equipamentos para realizar um satisfatório e econômico controle de plantas daninhas, incluindo informações muito úteis sobre a catação das ervas infestantes. Máquinas e equipamentos agrícolas de pulverização – segundo Dib Nunes Jr, presidente do Grupo Idea, consultoria que realiza o evento, a maior parte dos profissionais que trabalha com defensivos só conhece superficialmente o funcionamento das máquinas e equipamentos agrícolas de pulverização. “Esta é uma das áreas que mais evoluiu ultimamente, sendo que a qualidade da aplicação é tão importante quanto à escolha correta dos herbicidas e suas misturas”, taxa de evaporação, ventos e temperatura) predominantes. “Embora pareça muito simples, hoje uma aplicação correta de herbicidas é uma verdadeira obra de engenharia. Para se atingir determinadas plantas daninhas cujo comportamento no solo se diferencia em função do tipo de colheita realizada, do tamanho da cana e da intensidade de infestação e do tamanho da planta daninha, o uso correto dos equipamentos de pulverização, mesmo os costais de catação, é de fundamental importância”, disse Dib. Em decorrência da importância do tema, o professor da Universidade Estadual do Paraná, Marco Antônio Gandolfo, ministrou a palestra: “Dicas para Melhor Uso da Tecnologia de Aplicação de Herbicidas”, abor- Dib Nunes: “Público do evento é formado basicamente por jovens buscando atualizar seus conhecimentos” REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 87 Espaço Fitotécnico em cada caso de acordo com o acompanhamento das áreas e o período do ano. Os resultados dessas experiências de sucesso no controle químico e a influencia da palha deixada em cobertura na lavoura, foram apresentados na palestra: “Es- Luciana Paiva dando quais são os erros mais comuns de calibração e preparação das caldas e como devemos proceder para corrigi-los. Salientando que a aplicação bem feita depende muito mais de conhecimentos do que de investimentos. O Capim-carrapicho - Cenchrus echinatus está entre as principais plantas daninhas da cultura da cana-de-açúcar Controle de plantas daninhas em áreas de cana crua – a amplitude térmica das queimadas dificulta a germinação das sementes de plantas daninhas, no entanto, a prática da queima da cana está cada vez mais reduzida e serão legalmente abolidas. Essa nova realidade desenvolve um ambiente propício para o surgimento de outras espécies de plantas daninhas e demanda o desenvolvimento de novos métodos de controle. A usina São Martinho é uma das pioneiras em colheita mecanizada de cana sem queimar, perfazendo hoje quase 100% de sua matéria-prima industrializada na condição de cana crua. Esta empresa desenvolveu, com o passar dos anos, modelos de controles integrados de plantas daninhas que se utiliza de vários métodos e técnicas importantes para controlar o largo espectro de plantas nas populações infestantes nesta que é a maior usina do Brasil. As plantas daninhas anuais e as perenes recebem tratamento especifico 88 REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 tratégia para Gerenciamento do Controle de Plantas Daninhas em Canaviais Colhidos Sem Queima Prévia”, proferida pelo engenheiro agrônomo Edson Baldan Junior, do Grupo São Martinho. Principais Plantas Daninhas da Cultura da Cana-de-Açúcar – o engenheiro agrônomo Harri Lorenzi, do Instituto Plantarum, autor do “Manual de Identificação e Controle de Plantas Daninhas”, um dos livros mais vendidos aos engenheiros agrônomos que trabalham na defesa fitossanitária: ministrou a palestra: “Principais Plantas Daninhas da Cultura da Cana-de-Açúcar: Ciclo de Vida e Identificação”; ressaltou que é fundamental conhecer todas as fases de desenvolvimento das plantas daninhas para combatê-las em suas fases mais vulneráveis. Saber como se dá sua propagação é também uma das formas de se realizar um combate preventivo e a desinfestação. E a identificação das espécies ao nascer proporciona ao técnico vantagens no momento em que a planta daninha é mais suscetível. Quantas sementes produz uma gramínea em seu ciclo de vida banco de semente)? Qual é a vida útil destas sementes no solo?Qual é a sua capacidade germinativa e suas reservas? São plantas com raízes superficiais ou profundas? Estas e outras questões foram respondidas por Harri Lorenzi. Temas variados – o Herbishow ainda discorreu sobre os seguintes temas: “Comportamento de Herbicidas na Cana-Soca Crua, palestra ministrada pela professora da Unesp de Jaboticabal, Núbia Correia, pelo engenheiro agrônomo da Usina Cerradinho, Lucas André Lopes e pelo engenheiro agrônomo da Syngenta, Benedito Braz; “Perdas por Deriva nas Pulverizações: Como Reduzí-las?, proferida pelo professor Edvaldo Velini, da Unesp de Botucatu; “Fatores Ambientais e Agronômicos que Afetam a Recomendação de Herbicidas; Experimentação e Aplicação Sequencial de Herbicidas em Cana”, abordado por Pedro Jacob Christoffoleti, da Esalq/USP. Além dos temas técnicos, houve uma palestra motivacional do professor de Economia do Instituto Moura Lacerda, Vicente Golfeto. Falando principalmente sobre trabalho, ele levou o público às gargalhadas por diversas vezes contando histórias e citando exemplos para reflexão. Objetivo – mais uma vez o Herbishow foi sucesso de público e de qualidade de informações. De acordo com o coordenador do evento, Dib Nunes Jr., o objetivo é trazer todas as novidades utilizadas pelos profissionais nos últimos anos e mostrar casos de sucesso. “Este é um evento bastante prático, voltado para os profissionais das usinas e produtores de cana. Todos eles recebem informações suficientes sobre práticas adotas que geram resultado. O objetivo então é mostrar casos que deram resultado no controle de plantas daninhas”, explicou. Sobre o público, Dib afirmou que foi Caio Campanhão principalmente composto por jovens, que ingressaram a pouco tempo no setor e buscam informações e atualização de conhecimento. “São profissionais que já têm alguma experiência no trabalho de defesa fitossanitária da cultura, entretanto buscam informação e vem para evento para trocar informações e fazer um network com pessoas da mesma área”, disse. Aprovação – O público presente no evento aprovou as palestras apresentadas. É o caso de Jaidenilson Lima, engenheiro agrônomo da Energética Serranópolis, da cidade de Serranópolis, GO. “É um evento de suma importância para nós do setor sucroenergético, já que traz tecnologias e conhecimento para novas tendências de mercado, tanto em aplicação quanto com relação a seus benefícios”, afirmou. Também profissional da Energética Serranópolis, Antonio Acioly concor- Antonio Acioly, Jaidenilson de Lima (Energética Serranópolis) e José Roberto da Silva (Agropecuária Jayoro): de longe para conferir as novas tecnologias da. “É um excelente evento para aprimorarmos nosso conhecimento”. Ténico agrícola da Agropecuária Jayoro, do Estado do Amazonas, José Roberto da Silva também destacou as novidades mostradas no Herbishow. “O evento foi muito bom. É importante adquirir novos conhecimentos e conhecer novas tecnologias, e foi isso que o evento trouxe”, afirmou. REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 89 Espaço Fitotécnico Cana ganha aliado no controle das plantas daninhas Lançado herbicida para uso em época de seca na cultura da cana-de-açúcar, com efeito residual prolongado e que controla com apenas uma aplicação as principais ervas daninhas de folhas largas e estreitas Teste com Front na Região de Araçatuba, SP – Plantas daninhas: capim-colchão e corda de viola Luciana Paiva I magine o quadro: agora em junho, você colhe a cana, logo após aplica um herbicida. Em julho, chove. O que é muito bom para a brotação da cana, mas, por outro lado, desperta as sementes das plantas daninhas que estão no solo. No entanto, aquele herbicida que você havia aplicado, com a chuva, é acionado inibindo a brotação do mato. As chuvas param e só voltam no final de setembro, na primavera, dessa vez mais intensas e constantes. Uma maravilha para 90 REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 a cana e, também, para o colchão de sementes das plantas daninhas. Mas, aquele herbicida que você havia aplicado em junho é reativado e, com isso, nada do mato nascer. Coisa boa, hein? E para deixar esse quadro ainda mais perfeito, esse herbicida, além do efeito residual prolongado, controla com apenas uma aplicação em pré-emergência as principais ervas daninhas de folhas largas e estreitas. Para a DuPont Produtos Agrícolas esse quadro descrito já é perfeitamente possível. A empresa lançou no último mês de maio, em Ribeirão Preto, SP, o Front, um herbicida para uso em época de seca nas lavouras de cana-de-açúcar (cana soca-seca). De acordo com o diretor de marketing da DuPont, o engenheiro agrônomo Marcelo Okamura, além de agir sobre as chamadas ‘ervas-problema’ com apenas uma aplicação em pré-emergência, o novo Front permite às empresas otimizar recursos em busca do máximo potencial produtivo para a cana-de-açúcar. Fugir da aplicação na época das chuvas – o uso de herbicidas na cana-de-açúcar visa a impedir que essas REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 91 Espaço Fitotécnico Teste com Front na Região do Triângulo mineiro – planta daninha- corda de viola plantas ‘concorram’ com a cultura no aproveitamento de água e nutrientes do solo e, assim, interfiram negativamente na produtividade. Porém, diz Okamura, as usinas sempre enfrentaram entraves para aplicar herbicida em época que chove pouco. “Não é, em suma, a época ideal. Já na estação das chuvas, além de preocuparem-se em conter os altos índices de emergência de plantas-daninhas, essas empresas necessitam liberar recursos representativos para outras operações agrícolas”, afirma Okamura. “Front foi de- senvolvido, portanto, para que o produtor antecipe o controle de ervas para a época seca. O produto apresenta efeito residual prolongado, pode ser utilizado tanto no solo quanto na palha e resulta em excelente relação custo-benefício”, resume. Ainda segundo o executivo, Front conta com características exclusivas que eliminam a demanda por outros herbicidas no programa de controle de plantas-daninhas da cana soca-seca. Já nos tratamentos convencionais, até hoje realizados na época de chuvas, as empre- Teste com Front no Mato Grosso – planta daninha: capim camalote 92 REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 sas têm de aplicar mais de um produto ou princípio ativo no enfrentamento da ‘matocompetição’. “Front faz com que a usina empregue um único produto e realize única aplicação’”, reforça Okamura. Ele ressalta também que o novo herbicida é altamente eficiente sobre um amplo espectro de ervas, entre as quais a corda-de-viola, o complexo de digitárias, as brachiárias e o capim-colonião, entre outras. Manoel Pedrosa, gerente de marketing da área de cana-de-açúcar da REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 93 Espaço Fitotécnico passado, a empresa movimentou US$ 435 milhões no segmento, com alta de 15% em relação a 2010. Para este ano, a meta é a de aumentar o resultado entre 10% e 15% (para em torno de US$ 500 milhões), em sintonia com a margem de crescimento projetada pelo Sindag para o mercado nacional de agroquímicos. Marcelo Okamura: a DuPont amplia o foco no setor de cana-de-açúcar DuPont, disse que o efeito residual do produto dura em torno de 150 dias, a aplicação é igual as convencionais, assim como o volume de calda que o produtor está acostumado a utilizar em suas aplicações habituais. Ser líder no segmento cana – o novo produto constitui o segundo lança- Teste com Front na Região de Pereira Barreto, SP – plantas daninhas: fedegoso, guanxuma e mamona 94 REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 Teste com Front na Região Nordeste - Alagoas – plantas daninhas: leiteiro, mão de sapo e melão de São Caetano mento apresentado à cadeia sucroenergética pela empresa num período inferior a dois anos – entre 2009 e 2010, a DuPont anunciou o inseticida Altacor™, empregado no controle da broca da cana e de outros insetos-pragas, inclusive a broca gigante. Okamura salientou que a meta da DuPont é, nos próximos cinco anos, assumir a liderança no segmento cana e, para isso, a empresa aumentou seu foco na cultura canavieira e prepara mais novidades. Os números do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola (Sindag) apontam que as vendas totais de agroquímicos em cana-deaçúcar totalizaram US$ 703 milhões em 2010, com elevação de 30%. Já no segmento de herbicidas para a cultura a alta foi de quase 17% - saltou de US$ 407 milhões em 2009 para US$ 476 milhões em 2010. O setor sucroenergético responde por entre 15% e 20% dos negócios da DuPont na área de agroquímicos. No ano Teste com Front no Paraná – plantas daninhas: braquiaria, corda de viola, caruru REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 95 Arquivo Canavial bem nutrido aumenta bastante a chance de maior produtividade Nutrição de canaviais exige soluções diferenciadas O uso de matéria orgânica, a palha deixada no campo, a aplicação de micronutrientes e até mesmo a qualidade dos produtos utilizados podem interferir nos resultados gerados pela adubação Renato Anselmi A nutrição de canaviais não está associada à aplicação de uma fórmula única e ideal para correção do solo e adubação de canaviais. Depende de vários fatores. Além da análise do solo, características de cada área, variedades utilizadas - entre outros itens -, é necessário considerar alguns aspectos que podem interferir, por exemplo, na aplicação de NPK (Nitrogênio, Fósforo e Potássio), como o uso de adubação verde e orgânica, a palhada deixada no campo e até mesmo a Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN). O uso de micronutrientes é outra variável que faz parte desta equação. A obtenção de bons resultados, visando a nutrição dos canaviais, está ligada à adoção de soluções adequadas para cada situação. O primeiro passo requer atenção às 96 REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 práticas corretivas do solo que têm a finalidade de diminuir a acidez e os altos teores de alumínio trocável, tanto na camada superficial, como subsuperficial do solo, por meio da calagem e da gessagem, conforme explica o engenheiro agrônomo Julio Cesar Garcia, pesquisador do Centro de Cana do Instituto Agronômico (IAC). Segundo ele, outros procedimentos corretivos, como a fosfatagem e a potassagem, têm como principal objetivo minimizar a deficiência de fósforo e potássio no solo. “Corrigidos quimicamente, os solos propiciam grande potencial agrícola, elevando a produtividade do canavial”, ressalta. Julio Garcia destaca que o gesso agrícola tem sido muito utilizado em unidades sucroenergéticas, que apresentam resultado da análise do solo com altos teores de alumínio e baixos teores de cálcio na camada de 20-40 cm. De acordo com ele, a gessagem é benéfica para a maioria das culturas, ajudando a elevar a produtividade, pois fornece cálcio e enxofre, auxilia na correção de solos sódicos, neutraliza o alumínio tóxico em subsuperficie, além de melhorar o ambiente radicular da cultura, propiciando maior resistência a veranicos. Vinhaça, palha - “A utilização de adubação verde e orgânica pode não somente reduzir, como também substituir totalmente, a adubação mineral ou química dos canaviais”, afirma Julio Garcia. Após a realização de estudos sobre os efeitos da adubação orgânica, com o uso de esterco de galinha e esterco de curral, o pesquisador do IAC verificou que a produtividade do canavial foi similar à aplicação de adubação química com cloreto de potássio, superfosfato simples e sulfato de amônio, em ciclo de cana planta e primeira soqueira. REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 97 Arquivo Tecnologia Agrícola “O gesso agrícola tem sido muito utilizado em unidades sucroenergéticas” diz Julio Garcia 98 REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 Nas usinas, a utilização da compostagem de torta de filtro substitui a adubação fosfatada Arquivo “Nas usinas, a utilização da compostagem de torta de filtro substitui a adubação fosfatada e a vinhaça substitui a adubação potássica”, afirma. Em relação ao uso de adubos verdes, ele observa que a incorporação de massa verde em áreas cultivadas com crotalária, pode ocorrer um retorno ao solo de aproximadamente 250 quilos de nitrogênio por hectare. A maior quantidade de palha no campo, decorrente do aumento da colheita crua, tem interferido na disponibilidade de nitrogênio nas lavouras de cana-de-açúcar. O agrônomo Julio Garcia explica que pode haver um aumento da demanda deste nutriente no inicio do sistema de colheita de cana crua, pois os microorganismos que irão decompor o material orgânico necessitam de maior quantidade de nitrogênio para o metabolismo de degradação da palhada. “Existe, entretanto, uma tendência de aumento e estabilização da matéria or- gânica no solo com o passar dos ciclos, podendo ocorrer uma diminuição dos níveis de adubação nitrogenada devido ao fornecimento de N pela matéria orgânica”, esclarece. Outro aspecto que pode alterar a adubação química é a Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN). “De forma geral, o principal fator relacionado na resposta da cana-de-açúcar à fixação biológica esta ligado às diferenças varietais. Nota-se que uma variedade possui maior capacidade de FBN em relação à outra”, afirma. Práticas corretas - A otimização da adubação mineral e orgânica exige a adoção de diversas práticas de manejo, como uma amostragem de solo bem feita, análise da amostra em laboratório idôneo, correta aferição e regulagem dos implementos que irão distribuir os insumos na área de plantio, utilização da agricultura de precisão e utilização de adubos formulados voltados para a cultura em questão - no caso, a cana-de-açúcar -, segundo o pesquisador do Instituto Agronômico. É necessário seguir também as recomendações referentes a quantidades corretas, formas e épocas de aplicação. “O produtor deve sempre levar em conta a assistência de um profissional da área”, enfatiza Para fornecer subsídios referentes a calibrações de adubação com macro e micronutrientes, pesquisadores do Centro de Cana do IAC, do Polo CentroSul e do Polo Regional do Extremo Oeste desenvolvem diversas pesquisas na área de nutrição de cana-de-açúcar, conforme informações de Julio Garcia. Os pesquisadores realizam estudos relacionados à Fixação Biológica de Nitrogênio e a fontes alternativas na nutrição e fertilização do canavial, entre ou- REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 99 “As unidades produtoras de açúcar e etanol perceberam que vale a pena investir na utilização de micronutrientes”, salienta Diego Lopes Funai tros trabalhos Julio Garcia destaca que as plantas necessitam também dos micronutrientes para completar seu ciclo de vida. A ausência de qualquer elemento, seja macro ou micro, poderá afetar de maneira significativa o desenvolvimento e consequentemente a produtividade de uma cultura. “De forma geral, solos cultivados com a cultura da cana-de-açúcar têm apresentado maiores respostas a aplicação de cobre e zinco”, revela. Ele observa que as antigas áreas de pastagens degradadas, que estão sendo utilizadas para o plantio de cana, têm mais chances de apresentar deficiências de macro e micronutrientes. 100 REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 Arquivo Tecnologia Agrícola Micronutrientes - “Antigamente, os investimentos eram voltados somente para a aplicação de herbicidas e de NPK em cobertura e nas soqueiras. Hoje, a situação é diferente: as unidades produtoras de açúcar e etanol perceberam que vale a pena investir na utilização de micronutrientes na cultura da cana-de-açúcar por causa dos resultados expressivos e lucrativos”. Quem afirma isto é o engenheiro agrônomo Diego Lopes Funai, da área de Pesquisa & Desenvolvimento – Cana-de-Açúcar, da Agrichem. Segundo ele, a expectativa da empresa para a safra 2011/2012 é que os fertilizantes para a cana-de-açúcar tenham um crescimento de 30% nas vendas em relação à safra passada. Além da melhoria das condições financeiras de usinas e destilarias, os benefícios proporcionados pelos micronutrientes são responsáveis pelas projeções positivas. “Promovem ganhos de produtividade e ATR e aumentam a longevidade do canavial”, resume. Diego Funai observa que os produtos da Agrichem possuem a vantagem de Arquivo Teste com produto da Agrichem eliminar os custos com aplicação. “Por serem líquidos e com altas concentrações, podem ser aplicados em conjunto com outras operações, sem causarem incompatibilidade com outros produtos. Para que ocorra a otimização no uso dos micronutrientes, a empresa trabalha para que seus produtos tenham grande qualidade e possam ser misturados com in- seticidas, fungicidas, nematicidas, herbicidas e com os outros produtos da linha sem que haja problemas de alteração de pH, decantação dos produtos e entupimento de bicos”, esclarece. A utilização de micronutrientes deve ser feita de acordo com a necessidade de cada canavial, que é verificada após a realização de análise completa do solo. “Mas, não teremos uma resposta significativa, mesmo usando os micronutrientes da melhor qualidade, se no canavial não for feita uma correção de solo ou uma adubação de base adequada. Devemos sempre buscar o equilíbrio do solo, com todos os nutrientes em doses adequadas e disponíveis para o crescimento e desenvolvimento do canavial”, orienta. Na hora de adquirir micronutrientes, o consumidor deve se atentar – orienta Diego Funai - principalmente para a qualidade da matéria-prima, o tamanho das partículas, a condutividade elétrica, o pH e a composição destes produtos. A Agrichem possui uma linha de produtos com todos os micronutrientes na forma líquida e de alta concentração. De acordo com o agrônomo, as pesquisas e práticas de campo da empresa apontam que zinco, cobre e manganês são os REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 101 Luciana Paiva Tecnologia Agrícola O CanaMicros foi desenvolvido pela Produquímica para equilibrar o metabolismo e favorecer as defesas da planta micronutrientes mais exigidos pela planta e que não são frequentemente repostos nos canaviais. “A utilização dos produtos Agrichem vem proporcionando na cultura da cana-de-açúcar melhor brotação das gemas, melhor desenvolvimento inicial, maior número de perfilhos, maturação uniforme com ganhos de ATR e aumento de produtividade”, afirma. Mais investimentos - Nos dois últimos anos, ocorreu um aumento de investimentos em fertilizantes, principalmente em micronutrientes, enfatiza o engenheiro agrônomo Fabio Vale, gerente de Nutrição Vegetal - Negócios Sucroalcooleiros, da Produquímica. “Existem empresas que utilizam a tecnologia em 100% dos canaviais. Diversas usinas desconhecem os benefícios que podem ser alcançados com esses produtos”, diz. Ele observa que o uso de fertilizantes NPK é um benefício já comprovado pelas unidades sucroenergéticas e produtores, constituindo-se numa prática comum e vital ao processo de produção de açúcar e etanol. “O que está se introduzindo agora são novas tecnologias, como os enraizantes, os fertilizantes de melhor aprovei102 REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 tamento, e também os micronutrientes”, revela. Segundo Fabio Vale, o usuário precisa sempre lembrar que todo investimento deve ser bem avaliado e que o resultado dependerá muito do tipo e fertilidade de solo, variedade utilizada, tipo de produto, doses aplicadas, etc. E ainda é necessário considerar que a canade-açúcar é uma cultura de ciclo longo, por isso o retorno de investimento nessa área deveria contemplar avaliações a longo prazo. “Uma aplicação de um insu- mo no plantio pode ter retorno nos cortes subsequentes”, ressalta. Para o gerente da Produquímica - que fornece fertilizantes NPK, micronutrientes, entre outras opções -, é necessário levar em conta pelo menos três fatores visando a criação de condições favoráveis para que ocorra um melhor aproveitamento dos fertilizantes. Um deles é a interpretação das necessidades nutricionais da cultura por meio de análises de solo e de folhas. “Deve-se também considerar a importância dos implementos e máquinas para aplicação dos produtos de forma eficiente e segura. O terceiro parâmetro está relacionado à qualidade dos produtos”, afirma. Fabio Vale destaca que a Produquímica possui uma equipe de desenvolvimento industrial e de campo que consegue gerar produtos focados nas necessidades dos clientes. “A Produquímica oferece soluções para a melhor nutrição da cultura da cana-de-açúcar. São fertilizantes destinados tanto para plantio como para as soqueiras. Temos produtos para serem aplicados na fase de preparo do solo para plantio, com o objetivo de corrigir deficiências de nutrientes antes da implantação do canavial”, diz. Durante a Agrishow, em seu estande, a Produquímica representou a ação dos micronutrientes no solo SÃO FRANCISCO REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 103 Gestão de Pessoas Retomada de investimentos deve gerar mais 200 mil postos de trabalho Meta de programa de qualificação da Udop é capacitar 30% da demanda por mão de obra, em parceria com a Embrapa e a EBA Consultoria Empresarial Estima-se que sejam necessários, ao menos, mais 200 mil profissionais qualificados par atender o crescimento do setor sucroenergético Rogério Barros A palavra de ordem no setor atualmente é crescimento, ou retomada do desenvolvimento. Depois de três anos quase parado, o setor sucroenergético volta a se expandir, e precisa, segundo dados conservadores, de mais 100 usinas nos próximos cinco anos para atender principalmente à demanda interna de etanol, que cresce a cada ano com o aumento de veículos equipados com motores flex, os chamados bicombustíveis. 104 REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 Para importantes grupos, como o ETH Bioenergia, com pólos nos Estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul e Goiás, a demanda de etanol no Brasil deve dobrar nas próximas cinco safras. O presidente da ETH, José Carlos Grubisich, destacou no lançamento oficial da safra 2011/12, que o grupo estima “um consumo de etanol no mercado interno de 50 bilhões de litros em 2015, o que representa um acréscimo de cerca de 250 milhões de toneladas de cana à moagem do setor, que hoje tem cerca de 310 milhões de toneladas de cana destinadas exclusi- vamente à fabricação de etanol”. Se somarmos a esta demanda de etanol o crescimento do consumo de açúcar por países emergentes e ainda a quebra de safra de importantes concorrentes do Brasil na produção de açúcar, a estimativa de processamento de cana cresce ainda mais, podendo ultrapassar em poucos anos a casa de 1 bilhão de toneladas de cana-de-açúcar processadas por safra, a fim de atender a demanda. Mas as projeções não param por aí. Isso porque, ainda existe uma demanda externa de etanol crescente, aumenta- da ainda com os problemas envolvendo a energia nuclear gerados pelo terremoto seguido de tsunami no Japão. Toda esta demanda, na visão de Grubisich, deve gerar algo como 100 novas usinas nos próximos cinco anos, o que com certeza vai abrir milhares de vagas em todas as áreas demandadas por uma usina, desde o campo, passando pela indústria e parte administrativa. Estima-se que sejam necessários, ao menos, mais 200 mil profissionais qualificados. Se hoje o setor já vive um problema de apagão de mão de obra, imagine com a entrada em operação destas novas unidades. Pensando nisso importantes entidades do setor estão engajadas na grande corrida para suprir esta mão de obra no curto, médio e longo prazo. Entre estas entidades destaca-se a União dos Produtores de Bioenergia (Udop), entida- Segundo Grubisich, a demanda pelos produtos da cana deve gerar algo como 100 novas usinas nos próximos cinco anos, o que com certeza vai abrir milhares de vagas em todas as áreas demandadas por uma usina de com representatividade em sete estados brasileiros e que já qualificou desde a sua fundação, há 25 anos, mais de 90 Salibe: “cursos rápidos, com até 40 horas de duração e realizados no próprio local de trabalho do profissional a ser qualificado” mil profissionais para este setor. Qualifica – Numa parceria inédita com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a EBA – Consultoria Empresarial, a Udop lançou no início de maio o Projeto Qualifica, que visa formar 30%, ou 60 mil profissionais, para este setor nos próximos anos. “Nossa meta é qualificarmos só em 2011 cerca de 10 mil profissionais, em cursos in company realizados nas próprias usinas parceiras”, destaca o presidente executivo da Udop, Antonio Cesar Salibe. “O Projeto Qualifica, um dos mais audaciosos do setor, oferece cursos de aperfeiçoamento nas áreas agrícola e industrial, com a vantagem de se tratar de cursos rápidos, com até 40 horas de duração e realizados no próprio local de tra- REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 105 Gestão de Pessoas “Não adianta ter tecnologia se não tiver gerência de recursos humanos, pessoas qualificadas que possam potencializar o uso desta tecnologia”, diz José Geraldo balho do profissional a ser qualificado, o que acaba sendo um importante estímulo e indutor de melhorias de eficiência crescente dos participantes”, destaca Vanessa Olivieri, coordenadora de treinamento da Udop. O Qualifica possui importantes parceiros, como os grupos ETH Bioenergia; Renuka do Brasil; e Unialco, e as usinas Da Mata Açúcar e Álcool; e São Fernando Açúcar e Álcool. Para Salibe a entidade uniu a ex- 106 REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 pertise da Udop, que realiza cursos há mais de duas décadas e meia, e a qualidade dos cursos da EBA, reconhecidos no mercado sucroenergético. “Assim, ganhamos um potencial operacional importante, que atenderá a uma demanda crescente por profissionais qualificados de nossas associadas”, destaca. Salibe destaca ainda que passada a pior fase da crise financeira de 2008, o setor agora precisa retomar os investimentos e crescer, exponencialmente, nos próximos anos, a fim de atender a demanda de biocombustíveis. Esse crescimento, por sua vez, vai exigir mais profissionais qualificados para as novas unidades e as ampliações de capacidade de usinas já existentes. José Geraldo Eugênio de França, pesquisador da Embrapa, destaca também a importância da parceria para a consecução do Projeto Qualifica destacando que a expertise da Embrapa no desenvolvimento de novas tecnologias se agrega agora para a formação profissional também. “A bioenergia será um dos principais pilares de desenvolvimento do Brasil e do mundo nos próximos anos e a Embrapa não poderia deixar de estar forte neste setor. A ideia é aplicarmos depois esta expertise com a parceria com a Udop em outras regiões”, destaca o pesquisador. Para o pesquisador, “uma das questões principais de qualquer cadeia produtiva é a tecnologia, mas não adianta ter tecnologia se não tiver gerência de recursos humanos, pessoas qualificadas que possam potencializar o uso desta tecnologia, daí surgiu a ideia da parceria para a criação do projeto”, argumenta o representante da Embrapa. Também acreditando na retomada dos investimentos em construção de usinas e na ampliação das unidades já existentes, é que a consultoria EBA resolveu apoiar o projeto. “Imaginamos que poderíamos servir mais o setor, caminhando com o nome Udop, e assim atingirmos um número maior de pessoas qualificadas”, finaliza o diretor da EBA Consultoria Empresarial, Antonio Donizeti de Oliveira. Maceió recebe I Workshop Pós-Safra do Setor Sucroenergético O evento discutiu novas tendências para o setor de açúcar e etanol alagoano, principalmente no que diz respeito à área de Recursos Humanos Caio Campanhão A cidade de Maceió, no Estado de Alagoas, recebeu nos dias 12 e 13 de maio, o I Workshop PósSafra do Setor Sucroenergético de Alagoas, que teve apoio da revista CanaMix, organização da 3RH Consultoria e Associados e patrocínio da Personality Assessoria Empresarial. O evento, que reuniu cerca de 160 participantes, teve como objetivo discutir novas tendências para o setor de açúcar e etanol alagoano, principalmente no que diz respeito à área de Recursos Humanos. Público compareceu em peso ao evento e ficou satisfeito com o alto nível das palestras REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 107 Gestão de Pessoas A programação do primeiro dia se iniciou com a palestra de Luis Augusto Bruin, especialista em Direito Trabalhista e Previdenciário, que apresentou a palestra “Novos Rumos do Sesmt. Segurança Ocupacional: Questão Estratégica para as Empresas”. Em seguida, foi a vez de André Cordeiro, bacharel em administração de empresas e advogado trabalhista e previdenciário, falar sobre “Meio Ambiente do Traba- Determinado – Vantagens e Desvantagens”. Quem também se apresentou durante o workshop foi o Juiz Federal de Trabalho Alonso Filho, que, numa palestra bastante descontraída, falou sobre “Responsabilidade: Um Caminho de Mão Dupla para a Nossa Sustentabilidade”. Na parte da tarde, o evento teve prosseguimento com palestra ministrada por Nain Barros, médica especiali- Silvano Alves, um dos organizadores do evento, diz que qualidade do primeiro workshop deve levar a um ainda maior em 2012 lho no Setor Sucroenergético e a Responsabilidade Civil das Empresas”. O segundo dia de atividades começou com a palestra do Mestre em Administração e vice-presidente do Conselho Regional de Administração de Alagoas, José Queiroz de Oliveira. Ele falou sobre “Gestão de Pessoas. Cantando um Mundo de Possibilidades”. A palestra de Queiroz foi seguida pela apresentação do gerente jurídico do Grupo João Lyra, que discorreu sobre o tema “Contrato por Prazo 108 REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 zada em medicina do trabalho, sobre “Contribuições do Médico do Trabalho no Contexto Organizacional”, seguida por palestra sobre “Contratação de Trabalhadores Diretamente pela Empresa sem Intermediação de Empreiteiros”, ministrada por Silvano Alves da Silva, Gerente Administrativo e de Suprimentos da Usina Sinimbu. O fim do evento se deu após a palestra do administrador de empresas, Jorge Ruivo, sobre “Perspectivas do Clima Organizacional no Pleno Emprego: Como Es- tão Me Tratando”. Impressões – Em sua primeira edição, o I Workshop Pós-Safra do Setor Sucroenergético de Alagoas foi sucesso de público e agradou tanto à organização quanto aos participantes. De acordo com Silvano Alves da Silva, palestrante e um dos organizadores do evento, o bom andamento da primeira edição deve levar a um evento ainda maior no próximo ano. “O workshop surpreendeu tanto no que diz respeito ao nível dos palestrantes, quanto de público, o que nos anima a pensar num próximo, aumentando o número de vagas”, afirmou. O organizador André Cordeiro também ficou satisfeito com o sucesso do workshop. “Com certeza entrou para o calendário do setor como um evento de grande importância. O workshop concorreu com outros dois eventos de grande porte no mesmo período, mas teve seu sucesso garantido por conta dos palestrantes de alto nível que foram elencados pela organização para abrilhantar o público com suas palestras”, disse. Também membro da organização do evento, José Queiroz de Oliveira destacou as reflexões propostas pelo workshop. “Participar desse evento foi gratificante. Poder refletir sobre a safra passada e preparar-se para a futura safra, tendo recebido inúmeras informações estratégicas do setor e compartilhado tanto aprendizado com os participantes é algo que só quem participou tem a dimensão exata. Parabéns a todos”, enfatizou. Presente no evento, a supervisora de gestão de pessoas da Usina Sinimbu, Tânia Moura, aprovou o workshop. “Uma importante iniciativa em prol do enriquecimento teórico dos assuntos que permeiam o fazer dos profissionais da área de pessoas do setor sucroenergético do Estado de Alagoas”, disse. REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 109 Gestão de Negócios Gestão Patrimonial Eduardo Botelho, gerente da PwC Centro de Serviços em Agribusiness em Ribeirão PretoSP, Engenheiro Agrônomo (UFPA) e MBA em Administração de Marketing (FAAP) – e-mail: [email protected] C omo o principal ativo para a produção no agronegócio, a terra é atualmente no Brasil um capital disputado e que teve uma valorização expressiva nos últimos anos. No entanto, diferentemente do que se imagina, a sua gestão envolve uma série de riscos e inseguranças jurídicas. Os desafios de gerir terras no Brasil são grandes e multifacetados, mas também estão atrelados a oportunidades de mesma magnitude. A gestão de terras envolve diferentes dimensões de análise. Por isso, é um ativo que envolve praticamente todas as áreas de uma organização. Somente para listar algumas: •Gestãotributária: •Gestãoambiental: Reserva Legal, APPs (Áreas de Preservação Permanente) •Georreferenciamento •Títulosimobiliários •Controladoria/ativos •Gestãonegocial: avaliação/compra/venda •Contratos:arrendamento/ comodato/aluguel/parcerias •Vigilância:invasão. 110 REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 Gerindo o maior patrimônio do agronegócio Como diferentes departamentos (jurídico, produção, meio ambiente, entre outros) cuidam dos assuntos relacionados à gestão imobiliária, muito frequentemente não tem uma visão clara e holística do que acontece com este patrimônio, muito menos de soluções que reduzam os riscos, minimizem os custos e agreguem valor. A área de gestão patrimonial imobiliária surge como uma alternativa para mitigar riscos, agregar valor, centralizar as informações e tomada de decisão. Para tanto, deve ter como objetivo primário a estruturação de mecanismos de gestão, que permitam a preservação, regularidade, e utilização ordenada do ativo “terra”, e consequentemente a maximização do retorno no capital aplicado. Na sua essência, esta é uma área que coordenará as ações das demais, mais do que fazer diretamente as ações que afetam o imobiliário. Em última instancia, é a inteligência que irá gerir, coordenar e trazer valor. Por conta disso, os benefícios esperados de uma gestão centralizada do imobiliário são: •Garantiadapropriedade •Eficiênciatributária Everton Molina, gerente da PwC Centro de Serviços em Agribusiness em Ribeirão Preto-SP, Engenheiro Agrônomo (UNESP/Jaboticabal) e Mestre em Administração (FEA-RP/USP) – e-mail: [email protected] •Reduçãoderiscosdeautuações •Aumentodoníveldeadequação às exigências legais •Otimizaçãodeinvestimentos frente à situação atual da gestão (Plataforma Tecnológica, Tecnologia Geo Espaciais, Incremento de Competências) •Melhoraproveitamentodos ativos (Ex: risco de não captação de financiamento por irregularidade dos imóveis, reserva legal, troca de ativos entre unidades, etc.) •Diagnosticarosriscosepropor ações de mitigação (Ex: reserva legal, desapropriações por parques, reservas, terras indígenas, etc., riscos de invasões, riscos de usucapião, etc.) •Inteligênciaestratégica nas decisões de compra e venda de imóveis. Espera-se ainda que a área de gestão imobiliária estabeleça diretrizes que irão: •Elevaroníveldematuridadedas diferentes dimensões de gestão do patrimônio. Ex: centralizar políticas e diretrizes, atividades de inteligência, gestão de informação, ferramentas tecnológicas, para garantir padrão e compliance; •Propiciaracapturadesinergia entre as unidades, otimizando a utilização de imóveis estratégicos e não estratégicos, a gestão de reservas legais, a gestão de fornecedores, eficiência tributaria, etc...; •Monitorarecoordenar iniciativas corporativas para agregação de valor e compliance, tais como: regularização das matrículas nas unidades. •Definirclaramenteasinterfaces entre o corporativo e as unidades. •Modeloevolutivoque vai adquirindo novas funções e responsabilidades ao longo do tempo. Em um primeiro momento, devido ao nível de maturidade das atividades de gestão imobiliária e a urgência na regularização dos imóveis do grupo, a área corporativa dedica- rá maior esforços em funções de controle e estruturação, gerindo projetos específicos. Ao longo dos anos, a medida que se tem um maior controle da gestão com menor esforço de regularização, a função de inteligência do negócio ganhará maior importância, tornando a gestão patrimonial, uma atividade cada vez mais estratégica dentro da empresa. Fonte: PwC Centro de Serviços em Agribusiness. REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 111 Pesquisa & Desenvolvimento Irrigação para produzir mais cana-de-açúcar Tadeu Fessel O trabalho definiu a lâmina de irrigação e os níveis de nitrogênio e potássio a serem aplicados através da ferti-irrigação Um estudo da Embrapa Meio-Norte sobre ferti-irrigação em cana-de-açúcar, revelou, em três safras, aumentos de produtividades superiores a 100% O s produtores de cana-de-açúcar do Nordeste e, em especial da região Meio-Norte do Brasil, têm agora a perspectiva de maior produtividade a partir de um planejamento melhor de irrigação e da ferti-irrigação da cultura. Um estudo da Embrapa Meio-Norte, coordenado e já concluído, pelo pesquisador Aderson Andrade Júnior, revelou, em três safras, aumentos de produtividades superiores a 100%. O trabalho definiu a lâmina de irrigação e os níveis de nitrogênio e potássio a serem aplicados através da ferti-irrigação. Usando uma lâmina de irrigação de 300 milímetros, no primeiro ano de execução do projeto, em 2007, os pesquisadores obtiveram o primeiro resultado expressivo da pesquisa. A produtividade de colmos foi de 138 toneladas por hectare, superando em quase 100% a média histórica de 75 toneladas por hectare alcançada pela Usina Comvap, no município de União, a 56 quilômetros ao norte de Teresina, onde a pesquisa foi conduzida. 112 REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 “Foi a luz para seguirmos confiantes no estudo”, revelou Aderson Júnior. Na segunda safra, a produtividade foi ainda mais espetacular. Da média de 75 toneladas por hectare, a produtividade pulou para 170 toneladas por hectare. Neste experimento, foi aplicada uma lâmina de água de 490 milímetros. Na primeira safra, segundo o pesquisador, o nível de aplicação de nitrogênio foi de 60 quilos por hectare e de 40 quilos de potássio por hectare. Na segunda, foram aplicados 120 quilos de nitrogênio por hectare e 100 quilos de potássio por hectare. A produtividade de colmos na terceira safra atingiu 158 toneladas por hectare. Foram aplicados uma lâmina de água de 512 milímetros, associada a 115 quilos de nitrogênio e 130 quilos de potássio por hectare. Novos estudos – além da irrigação e da ferti-irrigação, o trabalho, pioneiro no Nordeste, revela também um dado importante à comunidade científica. Na fase de maior exigência, a necessidade hídrica da cana-de-açúcar, nas condições de solo e clima da microrregião de Teresina, obtida na pesquisa, foi superior a estabelecida pelo boletim da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), que é de 1,25 (coeficiente de cultivo). O estudo constatou que a necessidade hídrica da cana-de-açúcar no Nordeste foi de 1,5, o que sustenta a importância de estudos locais para definir a exigência hídrica da cultura. Serão feitos estudos complementares a partir de 2011 quando se irá avaliar, através de um projeto em rede, a viabilidade econômica dos custos com irrigação e fertiirrigação (energia elétrica e fertilizantes). Os impactos ambientais da produção da cana-de-açúcar com irrigação, como a emissão de gases de efeito estufa à atmosfera, provocada por esse sistema, também serão avaliados. O projeto, financiado pelo Tesouro Nacional (Embrapa e CNPq ), consumiu R$ 60.898,51 nos três anos de pesquisa, e teve a parceria da Usina Comvap – Açúcar e Álcool Ltda, e da Universidade Fe- deral do Piauí. Uma equipe de 14 pesquisadores, entre funcionários da Embrapa e bolsistas, participou do estudo. Com o avanço da necessidade por combustíveis limpos, a produção de cana-de-açúcar no Brasil vem disparando a cada ano. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção de cana moída pela indústria sucroalcooleira no ano passado foi superior a 600 milhões de toneladas. A área plantada foi superior a sete mil hectares, com destaque para os Estados de São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Goiás, Alagoas, Pernambuco e Paraíba. O Brasil continua sendo o maior produtor de cana-de-açúcar do mundo. Os números da Conab apontam para uma direção praticamente consagrada no consumo de biocombustível a partir da canade-açúcar. Segundo a companhia, cerca O estudo constatou que a necessidade hídrica da cana-de-açúcar no Nordeste foi de 1,5 de 54% da cana esmagada no País, 336 milhões de toneladas, vão para a produção de álcool dos tipos etanol, a maio- ria, e anidro. O restante da cana moída é destinada à produção de açúcar. (Com informações da Embrapa) REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 113 Pesquisa & Desenvolvimento Embrapa obtém primeiras plantas transgênicas de cana-de-açúcar As primeiras plantas transgênicas confirmadas de cana-de-açúcar são tolerante a seca com o gene DREB2A Daniela Collares O Diretor-Presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária-Embrapa, Pedro Arraes anunciou, um importante avanço científico nos laboratórios da Empresa – a obtenção de plantas transgênicas de canade-açúcar. “Esta é uma ação de interesse para o Brasil”, declarou . As perdas em cana-de-açúcar devido a seca podem variar de 10% a 50 % dependendo da região de cultivo e da época de plantio. A Embrapa Agroenergia (Brasília/DF), que, completou cinco anos neste 24 de maio, obteve as primeiras plantas transgênicas confirmadas de cana-de-açúcar tolerante a seca com o gene DREB2A. Buscando-se soluções para o negócio da agroenergia no Brasil, a pesquisa avança em processos e resultados técnico-científicos, visando ofertar novos conhecimentos, materiais, tecnologias com foco na inovação. Nos laboratórios foram obtidas as primeiras plantas transgênicas de cana-de-açúcar, e vencida uma etapa crítica do processo de transgenia, aceleram-se os passos sequenciais para a obtenção de novos cultivares comerciais. As plantas foram selecionadas em laboratório e nos próximos três meses estarão, em estágio de multiplicação in vitro para serem avaliadas em casa de vegetação. Até maio de 2012, serão avaliadas quanto às características de tolerância à seca. Após estes proces114 REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 Nos laboratórios foram obtidas as primeiras plantas transgênicas de cana-de-açúcar REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 115 Pesquisa & Desenvolvimento sos, as que apresentarem melhor desempenho, tanto agronômico quanto das características pretendidas, terão potencial de avaliação a campo mediante aprovação de processo junto ao Comitê Técnico Nacional de Biossegurança (CTNBio). As pesquisas com transgenia em cana-de-açúcar vêm sendo desenvolvidas, desde 2008, sob a coordenação do pesquisador Hugo Bruno Correa Molinari, da Embrapa Agroenergia (Brasília/DF). O trabalho é realizado em parceria e conta com o apoio de laboratórios da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (Brasília/DF), que possuem características exigidas pelas normas da CTNBio para estudos com organismos geneticamente modificados. A pesquisa conta com o apoio da Japan Internacional Research Center for Agricultural Sciences (Jircas), empresa de pesquisa vinculada 116 REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 Hugo Molinari explica que as primeiras plantas foram obtidas pelo método de biobalística ao governo japonês, o projeto de cooperação técnica visando à inserção do gene promissor (gene DREB) para tolerância à seca está sendo feito em outras culturas: eucalipto, soja, milho, algodão e feijão. De acordo com o pesquisador da Embrapa Agroenergia responsável pela pesquisa com cana-de-açúcar, Hugo Molinari, a proposta é desenvolver cultivares comerciais com maior tolerância a seca que poderá potencializar o setor sucroalcooleiro nas áreas tradicionais e de expansão da cultura. De forma geral, as áreas de expansão têm como características solos com baixa fertilidade, altas temperaturas e baixa precipitação pluviométrica. A tecnologia desenvolvida pode ser uma alternativa para melhorar o desempenho da planta, visando impulsionar a produção de cana-de-açúcar no Brasil. Mudanças climáticas globais cada vez mais acentuadas, como, por exemplo, o processo de desertificação, constituem um problema que afetará seriamente as gerações futuras. Atenta às mudanças, a Embrapa Agroenergia, busca, com a pesquisa minimizar os impactos causados por tal fenômeno. O método – Hugo Molinari explica que as primeiras plantas foram obtidas pelo método de biobalística, que é o mais utilizado atualmente na produção de cana geneticamente melhorada devido à maior simplicidade e praticidade de aplicação. “Quando se trabalha com transgênicos, é preciso fazer vários estudos para provar que eles podem ser utilizados e que são equivalentes a uma outra planta que não sofreu a inserção da característica desejada”, salienta Molinari. A introdução de características para o melhoramento da cana-de-açúcar por meio da transgenia deve produzir em alguns anos, variedades mais resistentes a doenças e capazes de tolerar ambientes marginais com solos salinizados ou com pouca água disponível. O melhoramento clássico de canade-açúcar convencional é um processo demorado e trabalhoso. Atualmente, com este processo são necessários de 12 a 15 anos para se obter uma nova varieda- de. Por meio da transgenia é possível a redução do período para sete anos. Este método oferece vantagem de modificar somente a característica de interesse, no caso da pesquisa em andamento, o aumento da tolerância à seca. Atualmente, ainda não existe variedade de cana-de-açúcar transgênica comercial. Com isso, um enorme potencial para o aumento da produção física de cana e seus derivados, como o etanol, se abre com as alternativas para o melhoramento genético da cana-de-açúcar via transgenia. A cultura ocupa um papel estratégico como fonte para a produção de etanol que no Brasil é totalmente oriunda da cana-de-açúcar. A produção está concentrada principalmente nas regiões Centro-Sul e Nordeste e ocupa uma área de aproximadamente 8,1 milhões de hectares. REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 117 Estilo 40 graus e elegante Carminha Ruete de Oliveira Mesmo com a proximidade do inverno o sol continua a brilhar forte nas regiões canavieiras. Confira dicas de como se manter elegante e confortável sob um calor escaldante tons de bege, khaki, marrom, camelo, cru, cinza e azul. Essas calças são muito mais frescas que os jeans e são superelegantes! Use com camisas de algodão, linho, cambraia e ficará muito bem vestido. Agora, se você adora os jeans e não consegue viver sem eles, use-os com camisas bem leves, isso ajuda a refrescar. Dê preferência para tecidos frescos como algodão, linho, cambraia e aos tecidos tecnológicos Clima quente pede ternos com cores claras A s regiões canavieiras são sempre muito quentes, em algumas delas até mesmo no inverno os dias de frio são raros. O calor e o alto grau de insolação são requisitos necessários para o desenvolvimento da cana, por isso, a maioria dos nossos executivos vive grande parte do ano nesses ambientes tropicais. Nesta edição, trazemos dicas para nossos leitores se manterem elegantes e confortáveis sob um calor escaldante. Vamos começar pela escolha das cores apropriadas, que passam uma sensação de frescor, como o bege, nude, cru, khaki e os tons mais claros de todas as cores. Em relação aos tecidos, dê preferência ao algodão, linho, cambraia e aos tecidos tecnológicos que não absorvem o calor e ajudam a refrescar. O jeans é superprático, mas um pouco pesado para o calor, a não ser que eles 118 REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 No calor, jeans só os leves sejam muito leves e soltinhos. Nas calças dê preferência aos khakis que são tanto uma cor quanto um tipo de calça – de algodão em Se tiver que usar um terno quando estiver fazendo 40 graus, (o que às vezes acontece) prefira os ternos claros, bege, camelo, ou cinza bem clarinho, num tecido bem fresco que não absorve calor. Use com camisa azul claro de cambraia ou algodão bem fininho e uma gravata azul clara, amarelo suave, rosa ou bordeaux. Com sapato marrom vai ficar lindo! Inspire-se nos ternos que os ingleses usavam na Índia onde o calor é maior que o nosso e mesmo assim eles se mantinham elegantes. A Inglaterra sempre foi e é uma fonte de inspiração para elegância masculina, e Saville Row ainda é aquela pequena rua onde ficam os melhores alfaiates do planeta, pel da calça cheia de bolsos, porém, é mais bonita. Use-a com uma blusa bem feminina com babados, ou preguinhas, com uma cor especial ou um estampado miúdo. As saias apresentam um comprimento maior o que ajuda muito no conforto na hora de subir e descer e cruzar as perna, lembre que a saia traz de volta certo recato no sentar, andar e uma delicadeza que é muito feminina (atendendo os pedidos de algumas leitoras em uma edição farei uma matéria apenas sobre Vestidos: a primeira opção é a fonte de inspiração para as grandes casas de moda masculina. Da Inglaterra também saem os melhores camiseiros do mundo. Obviamente essa tecnologia se alastrou e todos aprenderam com eles os segredos de alfaiataria e camisaria. Para as mulheres a variedade é maior, já que podemos usar saias, mas os vestidos devem ser a primeira opção. E o truque é o comprimento na altura do joelho, que fica confortável e elegante. Outra opção são as saias soltinhas, também na altura do joelho, com blusas, camisas, camisetas soltinhas. Se você não pode trabalhar de saia (o que é uma pena), use calças pantalonas que são muito chics. A saia traz feminilidade e também uma elegância diferente da calça. A saia estilo militar, que é normalmente feita de algodão com um pouco de elastano, dá muito conforto. Com seus vários bolsos faz o mesmo pa- As calças pantalonas são mais frescas porque são mais larguinhas, tudo que é mais justo dá mais calor Tecido errado vai fazer você derreter no calor saias, pois tem muito o que dizer). Para as mulheres algumas cores ótimas para o calor são bege, os khakis em todas as variações, marrom, camelo, os azuis menos fechados, os acinzentados, crus e nudes. Essas cores são básicas e combinam com qualquer tom de blusa e também com estampados e listrados. Algumas dessas saias podem ser usadas com rasteiras presas (não do tipo havaiana,) com sapati- Saia estilo militar possui vários bolsos e faz o papel de calça com vários bolsos lhas baixinhas, com tênis tipo All Star – para aqueles momentos que você precisa de um sapato com sola de borracha –, com sapato de salto baixo ou sandália de salto não muito alto e meio fechada. A moda do Rio de Janeiro é muito apropriada para o calor, algumas marcas como Maria Bonita Extra, Graça Marques e outras tantas servem de inspiração para o dia a dia, são ótimas e os tecidos são bem apropriados para o calor, mas é preciso deixar alguns excessos de lado como decotes profundos, a estamparia exagerada e o comprimento das saias. O grande segredo são os tecidos. Tecido errado vai fazer você derreter no calor, por isso, escolha sempre os mais naturais como algodão, linho, cambraias e os tecnológicos feitos para o calor, eles ajudam a manter a elegância e o conforto. Para momentos mais formais no calor de 40 graus, um vestido tipo chemise (inspirado nas camisas) é lindo! Também vai muito bem terninho com saia e mangas curtas, terninho com calça pantalona, ou uma pantalona com um casaqueto de mangas curtas, ou um vestido de alças mais largas e um casaqueto curtinho por cima. As calças pantalonas são mais frescas porque são mais larguinhas, tudo que é mais justo dá mais calor, já as cores mais claras aumentam a sensação de frescor. Estão aí as dicas para ficar elegante mesmo aos 40 graus!! Bjs, Carminha REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 119 120 REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 121 Luciana Paiva Pistas radicais foram montadas para os visitantes realizarem test drive Máquinas para todos os gostos Luciana Paiva Q uem compra máquinas agrícolas também compra carro, por isso, a cada ano aumenta a participação de montadoras de veículos na Feira Internacional da Tecnologia Agrícola em Ação (Agrishow), em Ribeirão Preto, interior paulista. Este ano, estiveram presentes: Fiat, Chevrolet, Nissan, Honda, Toyota, Mitsubishi, Ford e Volkswagen. Algumas montadoras construíram Hillux durante test drive: tomba, mas não vira 122 REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 Luciana Paiva Não só as máquinas agrícolas compõem o cenário da Agrishow, cada vez mais, os veículos on e off-Road e até motos ganham espaço e atraem a atenção do público mas, este ano, a comercialização no período da Agrishow superou em quase 40% as do ano passado. Isso se deve a grande visibilidade que a Agrishow proporciona aos seus expositores, aos incentivos financeiros disponíveis e, principalmente, pelo bom momento em que atravessa o campo, com produtos em alta. A Toyota comercializou cerca de 250 picapes, número 50% a mais que no ano passado. Durante coletiva de imprenDivulgação pista para test drive de suas picapes. Foi a oportunidade para quem sonha em dirigir essas máquinas em um terreno off-road vivenciar essa experiência. No percurso mega radical os clientes percebem, na prática, que elas só faltam subir parede. Para participar, bastou os visitantes apresentarem a carteira de habilitação válida e preencher uma ficha de inscrição. Os preços foram diferenciados para a feira, com descontos que variavam en- Chevrolet S10 Executive cabine dupla, motor Flex: a preferida dos executivos sucroenergéticos na região de Ribeirão Preto tre 10% e 20% para as empresas e produtores rurais. Segundo as fabricantes, normalmente, a maior parte das vendas não acontece durante a feira, mas se refletem durante os próximos dois meses, sa, Wladmir Centurão, gerente Nacional de Vendas, apresentou os números de vendas de picapes em 2010. De acordo com a montadora, houve crescimento de 10% nas vendas da Hilux diesel, passan- do de 32 mil unidades para 34 mil. A Hilux é lider de venda na categoria 4x4, e vem novidade por aí, principalmente para o pessoal do setor sucroenergético. Há previsões de que a montadora irá lançar no final deste ano, ou começo de 2012, a linha Hilux/SW4 com motor flex de 2.7 litros que dará ao carro uma potência de 160 cavalos abastecida com álcool, e 158 cavalos abastecida com gasolina. O novo modelo da Hilux será fabricado apenas nas versões de cabine dupla e com tração 4×2. Vai brigar com a S10 da Chevrolet pela liderança do segmento das picapes médias no País. A Chevrolet S10 Executive cabine dupla equipada com o motor 2.4 Flexpower é a preferida dos executivos das usinas na região de Ribeirão Preto. Uma das atrações da Mitsubishi na Agrishow foi o ASX, um novo utilitário esportivo. O ASX, (nome oriundo da abreviação de Active, Smart e Crossover) é um belo exercício de design feito pelos japoneses. Equipado com tração AWD (opcional), controle de estabilidade, freios a disco com ABS e EBD, air bags frontais, laterais e de joelho (novidade no segmento), o ASX começa a ser vendido no Brasil ainda este ano, impor- REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 123 Luciana Paiva Divulgação Sonho de Consumo Os amantes dos veículos fora de estrada puderam se aventurar com as picapes Ford Ranger e F-250, além do jipe Troller Divulgação Corolla 2012 foi uma das atrações entre os sedans ASX poderá ser produzida no Brasil a partir de 2012 tado do Japão, por R$ 82 mil (versão 4x2 com câmbio manual), R$ 87 mil (4x2 automática CVT) e R$ 94 mil (4x4 automática CVT). Todas as versões do ASX são equipadas com 2.0 16V a gasolina de 160 cv. Se a aceitação do modelo no merca- 124 REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 do for boa (e tem tudo pra ser!), a marca avalia a produção do carro a partir de 2012 no Brasil (e quem sabe será flex). Na foto, o ASX parece ter porte grande, o que levaria ao modelo ter status de briga com a Hilux SW4. Mas, pessoalmente, o modelo é menor, mais apertado que o ri- val japonês. É muito bonito, moderno e vem cheio de equipamentos de conforto. Pelo preço, chega para brigar mais com o Hyundai ix35, VW Tiguan, Kia Sportage, Honda CR-V, Suzuki Grand Vitara. Veículos urbanos e motos – além Luciana Paiva Amarok, a picape da Volkswagen também fez a alegria dos aventureiros na Agrishow Luciana Paiva dos veículos fora de estrada, a Agrishow também foi palco dos veículos sem tração nas quatro rodas. A Fiat apresentou toda sua linha e destacou o Fiat Bravo 2012, um carro moderno, repleto de tecnologia, conforto, segurança e desempenho, apresenta: Motor E-torQ, Câmbio Dualogic, Sky Dome, Rodas em liga leve, O Fiat Bravo atraiu a atenção na Agrishow A Stecar marcou presença na Agrishow, em uma parceria com a Case Construção, o visitante pode admirar exemplares da linha Jeep, como o Wrangler e Cherokee Limited. Rosana Araújo, gerente de marketing da Chrysler e Marcelo Bekcivanyi, gerente de vendas da Stecar, foram à feira conferir o sucesso dos veículos na Agrishow REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 125 A família das motos bi-combustíveis visitou a Agrishow forma benzeno que pode provocar chuva ácida”, diz Alfredo Guedes Junior, relações públicas da Honda. Segundo ele, com etanol a moto ganha melhor desempenho e potência, mas o consumo também é maior, em decorrência dos 30% menos de potência energético do etanol Luciana Paiva airbag, freios abs, alarme antifurto, entre outros atrativos. Na categoria sedans, a atração da Toyota foi o Corolla 2012. Já a Honda trouxe o New Civic e para brigar com as montadoras japonesas, a Volkswagen apresentou o Jetta 2012. Todos com motor flex. A Honda não se esqueceu daqueles que gostam de aventuras em duas rodas e levou para a Agrishow seus novos modelos da Honda Flex 2011, que possuem tecnologia de ponta, velocidade alta, acessórios incríveis – como o orientador que surge no painel com um indicador, se tiver escrito “ALC” significa que deve colocar três litros de álcool, caso apareça Mix basta colocar dois litros de gasolina. Além de tudo isso, as motos flex preservam o ambiente. “São menores as emissões de hidrocarboneto e carbono quando se usa etanol. A gasolina Luciana Paiva Sonho de Consumo para a gasolina, um tanque com 16 litros de etanol faz 400 quilômetros, já com gasolina chega a 600 quilômetros. Atualmente, as motos flex ocupam uma fatia de 12% do mercado da Honda, mas a procura é grande, por isso, 55% da linha de produção da montadora já é dirigida para as motos bi-combustíveis. E desde seu lançamento, em abril de 2009, a família de motos verdes da Honda vem aumentando, tem a Titan CG 150, a popular Biz e até as esportivas CRF 230F, NXR 150 BROS, CG 150 Fan ES. E vem mais por aí, quem sabe as novidades já estarão presentes na Agrishow 2012. Alfredo: motos flex ganham o mercado 126 REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 127 Eventos Plínio Nastari abriu o evento com a palestra: Açúcar e etanol no Brasil: o desafio da competitividade 32 anos de história Em sua 32ª edição, Reunião Anual da Fermentec apresentou novas pesquisas nas áreas agrícola e industrial Texto e fotos: Caio Campanhão A Fermentec, empresa de consultoria especializada em fermentação alcoólica e controle laboratorial para a produção de açúcar e etanol, realizou, entre os dias 24 e 26 de maio, a 32ª edição da Reunião Anual da Fermentc. Tradicionalmente realizado na cidade de São Pedro, SP, este ano o evento aconteceu no Centro de Convenções da cidade de Ribeirão Preto, também no interior paulista. A mudança aconteceu por conta da maior proximidade das usinas e destilarias. O Congresso, que voltou a ser fechado apenas para clientes da Fermentec depois de alguns anos aberto ao público em geral, apresentou alguns diferenciais com relação aos anos anteriores. Nesta edição, a parte agrícola ganhou mais destaque e 128 REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 muitas novidades foram apresentadas. Para oferecer uma visão macro sobre o mercado sucroenergético, a Reunião Anual da Fermentec foi aberta com uma palestra com Plínio Nastari, presidente da consultoria Datagro, que falou sobre: Açúcar e etanol no Brasil: o desafio da competitividade. Em seguida, a discussão foi em torno da utilização do sorgo que foi tema de duas palestras. O sorgo é uma cultura com grande potencial energético e sua grande diferença com relação à cana é o cultivo a partir das sementes, além de possuir um ciclo vegetativo mais curto. O sorgo se tornou uma alternativa devido à sua tolerância à estiagem e em regiões de solo com menor fertilidade. A moagem pode ser feita durante a entressafra, o que pode aumentar a oferta de etanol no mercado nesse período e a fabricação pode ser feita utilizando-se os mesmos equipamentos utilizados para a produção do etanol de cana. O bagaço do sorgo também pode ser utilizado para geração de energia. O etanol foi destaque na palestra ministrada pelo professor da Esalq/USP, Carlos Labate, que descobriu que há açúcar fermentável na casca do eucalipto e que não é necessário fazer um processo como o do etanol de segunda geração. Alguns testes foram feitos com hidrólise (transformação da celulose em açúcar fermentável) para aumentar a produtividade do eucalipto. Com a soma dos processos, seria possível produzir três mil litros de etanol por hectare. Indústria – na parte industrial, o presidente da Fermentec, Henrique Amorim, que encerrou o evento mostrando as últimas pesquisas com leveduras que são REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 129 Eventos selecionadas e aplicadas em uma usina ou destilaria específica, de acordo com a linha de produção seguida pela unidade. São “leveduras personalizadas”, como definiu Amorim. Foram apresentados também resultados de diversas pesquisas com alto teor alcoólico, leveduras de segunda geração, medições, contaminantes, entre outras, com o objetivo de contribuir para o aumento do rendimento das usinas. Como já é tradição, também foi apresentada uma palestra motivacional, que ficou a cargo do professor Luiz Marins, antropó- Henrique Amorim: inovações constantes e credibilidade são responsáveis pela longevidade da Reunião Anual Fermentec Público confere as novidades da feira de tecnologia logo formado na Austrália, licenciado em história e direito e autor de 25 livros sobre motivação, sucesso, administração, vendas e empreendedorismo. O evento contou ainda com uma exposição de várias empresas do ramo e com palestras dos expositores, que este ano foram realizadas no mesmo auditório da reunião e não em locais separados. Tradição – São poucos os eventos que conseguem se manter por tanto tempo, levando sempre um grande e selecionado público. No caso da Reunião Anual da Fermentec, já são 32 anos de história. Mas qual será o segredo de tamanho sucesso? “Todo ano temos novidades, já que não somos apenas uma firma de consultoria, mas também de pesquisa, transferência de tecnologia e treinamento de pessoal. Não só devido às pesquisas re130 REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 alizadas pela Fermentec, mas também por conta das pesquisas de nossos parceiros, que são nossos clientes. Então, nada melhor que reunir todo esse pessoal para que essas novidades sejam disseminadas”, explica o presidente da Fermentec, Henrique Amorim, considerado autoridade absoluta quando o assunto é fermentação. Amorim chamou a atenção para as palestras sobre sorgo e etanol a partir da casca de eucalipto. Além delas, também destacou as palestras sobre uma nova maneira de medir açúcar nos caldos, que pode diminuir o processo que tem duração média de 1 hora para apenas 15 minutos. Outro destaque apontado foi uma pesquisa com relação ao aumento da eficiência e redução do custo da fermentação, por meio do estudo do genoma das leveduras. Destaque também para palestra sobre leveduras personalizadas. Por fim, Amorim falou sobre as mudanças que aconteceram, no evento desde sua primeira edição. “No começo, era apenas um dia de reunião que contava com cerca de 15 pessoas e não havia feira. Hoje, temos um número muito grande de clientes participando e o número de pesquisas também aumento consideravelmente, o que é excelente”, finalizou. Próximos eventos Fermentec: 14 e 15 de Setembro: Fermentando com Alta Eficiência; 5 e 6 de Outubro: Desenvolvendo Líderes para o setor Sucroalcooleiro; 23 e 24 de Novembro: Parâmetros na Gestão do Processo Industrial nos dias; Os eventos acontecerão na sede da Fermentec na Avenida Antonia Pizzinato Sturion 1155 - Jd. Petrópolis, em Piracicaba, SP. Contato: Luciana Piccoli Tel. (19) 2105-6136 E-mail: [email protected] REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 131 Arquivo Eventos Engenho Central em Piracicaba será restaurado e será criado Museu do Açúcar e do Etanol Abertura do Simtec 2011 contará com lançamento do Museu do Açúcar e do Etanol A abertura da nova edição do Simtec (Simpósio Internacional e Mostra de Tecnologia e Energia Canavieira), no dia 14 de junho, contará com a apresentação do projeto de restauro do Engenho Central e dos detalhes da criação do Museu do Açúcar e do Etanol. De acordo com o Instituto Brasil Leitor, responsável pela gestão, coordenação e execução geral do projeto, em parceria com a Prefeitura de Piracicaba, as estimativas são de que o complexo seja concluído em 2013. A instalação do local e finalização do projeto deve ocorrer em 2012 e as obras, segundo o Instituto, terão início, efetivamente, a partir de outubro deste ano. No momento, o órgão trabalha com o mapeamento histórico e arqueológico do local e da região. O Museu do Açúcar e do Etanol 132 REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 do Engenho Central, que será implantado nos barracões 5 e 7, contará a história da cana-de-açúcar no Brasil. “Serão utilizadas técnicas e equipamentos de última geração, os quais permitirão a criação de atividades interativas e sensoriais”, revela o diretor-geral do Instituto Brasil Leitor, William Nacked, que também comandará a apresentação do projeto, no primeiro dia do Simtec, às 14h45. Com 3500 metros quadrados, o Museu contará com objetos, maquetes e também um espaço dedicado a pesquisa, seminários, congressos e eventos. Segundo Nacked, artistas plásticos terão oportunidade de expor obras relacionadas a história e influência da cana na sociedade. “Queremos também realizar programas voltados às escolas da rede pública e privada, além de projetos voltados ao lazer”, afirma. O ciclo canavieiro, reconhecidamente ligado a história de Piracicaba e região, será o foco do espaço, assim também como as etapas de desenvolvimento no Brasil e no mundo, com ênfase para o estado de São Paulo. A 9ª edição do Simtec será realizada de 14 a 17 de junho, no Engenho Central, em Piracicaba, SP. O evento é direcionado ao mercado agroindustrial sucroenergético, com o intuito de criar oportunidades para concretização de negócios e apresentar as novidades do setor. Durante o simpósio são realizados seminários técnicos de alto nível, ministrados por empresas e profissionais de larga experiência no segmento agroindustrial do açúcar e do álcool. Mais informações no site: www.simtec.com.br REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 133 Eventos Forind 2011 terá programação completa para os profissionais da indústria A Divulgação quinta edição da ForInd – a Feira dos Fornecedores Industriais do Interior de São Paulo, será realizada de 28 a 30 de junho, no Centro de Eventos Zanini, em Sertãozinho. Promovida pela Reed Multiplus, marca que nasce a partir da união entre a Multiplus Feiras e Eventos, de Ribeirão Preto, e a Reed Exhibitions, a maior empresa do mundo no setor de feiras, a ForInd 2011 terá novidades na programação. São atividades, como seminários e espaços especiais criados dentro da Feira, voltados para os profissionais da indústria, além da tradicional rodada de negócios entre empresas expositoras e grandes indústrias e toda a diversidade de produtos, serviços e tecnologias que os fornecedores do setor trazem para Sertãozinho. A ForInd São Paulo fica aberta ao público, durante os três dias de feira, sempre das 14 às 20 horas. São esperados mais de sete mil visitantes. Público Divulgação A V Feira dos Fornecedores Industriais do Interior de São Paulo, promovida de 28 a 30 de junho, em Sertãozinho, tem novidades para profissionais da indústria Exposição de tecnologia extremamente qualificado que vai conhecer variadas ofertas dos 180 expositores que estarão presentes na edição 2011. A organização do evento estima negócios acima da casa dos R$ 50 milhões, estimulados pelos contatos e contratos comerciais gerados a partir da Feira. Foco no profissional da indústria – dois seminários vão levar informações conceituais e técnicas para o visitante da ForInd. Para os profissionais da área de gestão em compras de usinas e das indústrias de outros segmentos, o seminário Indústria, Usina & Compras ofecererá oportunidades para recicla- Rodada de negócios 134 REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 gem profissional. Já o seminário Seind - I Seminário Técnico de Instalações e Manutenção Industrial apresentará informações técnicas para profissionais da indústria sobre os equipamentos e máquinas expostos na Feira. Outras iniciativas, como parceria com o Sesi Sertãozinho, também trarão atividades para os visitantes. Os eventos acontecem simultaneamente à ForInd. De acordo com Fernando Barbosa, diretor da Reed Multiplus, a iniciativa de promover os seminários nasceu da demanda apontada pelos visitantes. “Ouvimos o que público pensa sobre a feira por meio de pesquisas. O visitante quer ter mais acesso à informação. Vamos oferecer, além de um ambiente que estimula os negócios, também oportunidades para o desenvolvimento profissional”, destaca Barbosa. REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 135 Eventos V Workshop de Agroenergia A Apta Regional Centro Leste e o Instituto Agronômico (IAC) organizam o V Workshop de Agroenergia que acontecerá nos dias 29 e 30 de junho, no Centro de Convenções da Cana-de-açúcar (IAC) - Centro Avançado de Pesquisas em Cana-de-Açucar Apta) em, Ribeirão Preto, SP. PROGRAMAÇÃO PRÉVIA Dia 29 de Junho de 2011 - Quarta-feira (Período da manhã) Produção de Alimentos e energia: Como equacionar este conflito?- Dr. Marcos Fava Neves – MarketEstrat/FEA RP/ USP. Produção de biocombustíveis por microrganismos – Dra. Cristina M. Monteiro Machado – Embrapa Agroenergia Uso potencial de Sorgo para produção de biocombustiveis – Dr. Rafael Parrella Embrapa Milho e Sorgo/ Monsanto/ Usina Cerradinho Dia 29 de Junho de 2011 - Quarta-feira (Período da tarde) Bioeletricidade e a palhada da cana, problema ou solução? – Zilmar de Souza - Unica e FGV Programa Fapesp Bioenergy Program Bioen – Fapesp - Dr. Heitor Cantarella – IAC Visita Técnica a ensaio de longa duração – Plantio direto de cana-de-açucar – Engº Agrº Dr. Denizart Bolonhezi Pólo Centro Leste/Apta-SAA 136 REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 Dia 30 de Junho - Quinta-feira (Período da manhã) Agronegócio e os biocombustíveis – Dr. Luiz Correia de Carvalho – Abag Fitossanidade, biocombustíveis e alimentos – Dr. Décio Gazzoni – Embrapa Soja Cenário atual dos biocombustíveis no Brasil – Dr. Manoel Polycarpo de Castro Neto – ANP – Brasília Dia 30 de Junho - Quinta-feira (Período da tarde) Projetos e Programas em agroenergia Palmáceas em áreas não mecanizáveis de cana para biodiesel – Joaquim A. A. Souza - Pólo Leste Paulista/ APTA-SAA Cendes – Petrobrás – Sr. José Nicomedes Jr. Diesel de cana – Dra. Luciana Di ciero – Amyrys, Campinas, SP Biobutanol – Dr. Wilson Araujo - Dupont do Brasil S. A. Paulinia, SP Tecnologia de Produção de Plástico Biodegradável a partir do açúcar da cana de açúcar - Eduardo Brondi - PHB Industrial S/A Inscrições e mais informações: Elaine Abramides - e-mail: [email protected] Contato: (19) 3014-0148, (19) 8190-7711 e (19) 9112-1952 Nextel (19) 7811-7442 - ID: 99*10452 www.infobibos.com/agroenergia 8ª Fersucro - 4 a 8 de julho de 2011 - Maceió/AL A 8ª Fersucro, considerada uma das maiores feiras do setor sucroenergético do Norte/Nordeste será realizada no período de 4 a 8 de julho de 2011, no Centro de Convenções de Maceió, das 15h às 21h. Com objetivo de congregar os diversos segmentos da agroindústria da cana-de-açúcar, tal evento é destinado a pes- quisadores, técnicos, empresários, administradores, estudantes, demais profissionais e instituições/empresas que desenvolvem suas atividades voltadas para o setor sucroenergético nacional. Mais informações no site: www.fersucro.com.br REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 137 Eventos Comemoração dos 30 anos do Ceise Br Rubens Okamoto Durante o evento, o Ministro da Agricultura anunciou recursos para o setor sucroenergético Plínio César, Adézio Marques, Maurílio Biagi Filho, Jose Danghesi, Davi Zaia, Wagner Rossi, Nério Costa, Antônio Eduardo Tonielo e Tanielson Campos Rubens Okamoto Marco Baldan, Fernando Barbosa, Juan Pablo De Vera, Paulo Montabone e Plínio César 138 REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 trajetória do Ceise nestas três décadas. O presidente da entidade, Adézio Marques, agradeceu pela confiança dos associados que acreditaram e acreditam no trabalho da Associação e de todos os colaboradores que fazem o Ceise Br funcionar e crescer a cada ano. Marques também prestou algumas homenagens a personalidades que ajudaram a construir a história do Ceise. Rafael Cautela N a última sexta-feira, 27 de maio, o Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis (Ceise Br) promoveu o tradicional Jantar da Indústria. Na ocasião, foi lançado o livro em comemoração aos 30 anos da entidade. O evento aconteceu em Sertãozinho e reuniu autoridades e representantes de toda a cadeia produtiva, como o ministro da Agricultura Wagner Rossi, o secretário Estadual do Emprego e das Relações Trabalhistas, Davi Zaia, o secretário Estadual Adjunto da Agricultura, Antônio Júlio Junqueira de Queiroz, representando o governador Geraldo Alckmin, o deputado Estadual, Welson Gasparini, Ismael Perina, presidente da Orplana, Leila Alencar Monteiro de Souza, presidente da Biocana. A cerimônia foi aberta com um coquetel e a apresentação do saxofonista Jorge Nascimento. A Orquestra Jovem de Sertãozinho brindou o público com repertório variado. Os convidados também puderam assistir a um vídeo que mostrou a Adézio Marques (presidente do Ceise Br), Marco Baldan (diretor da PC & Baldan) e Wagner Rossi (ministro da agricultura) O Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Wagner Rossi, em seu discurso, enalteceu a região como pólo de desenvolvimento e anunciou a liberação de recursos para construção de um centro de exposições em Sertãozinho. O Ministro disse ainda que está em contato permanente com a presidente Dilma Rousseff para garantir investimentos no setor sucroenergético que foi duramente afetado pela crise de 2008 e, em especial, anunciou recursos para reforma dos canaviais. Segundo o presidente do Ceise Br, Adézio José Marques, o evento foi magnífico. “Fiquei radiante com a tamanha organiza- Rubens Okamoto Rafael Cautela ção do espetáculo, com a produção eficiente dos nossos colaboradores, da nossa equipe comprometida e, principalmente, com a adesão inusitada dos nossos convidados ilustres e autoridades”. Para a presidente da Biocana, a atuação do Ceise foi – e continua sendo - fundamental para o crescimento do setor sucroenergético brasileiro. “O setor passou por grandes transformações nos últimos anos, movido pela demanda constante de fontes de energia limpas e renováveis. Novas tecnologias foram Rafael Cautela Plínio César, Adézio Marques e Maurílio Biagi Filho Maurílio Biagi Filho (Maubisa), José Danghesi (Reed Alcantara) e Marco Baldan (PC & Baldan) Rafael Cautela Rubens Okamoto Adézio Marques (presidente do Ceise Br), Plínio César (diretor da PC & Baldan), Wagner Rossi (ministro da agricultura) e Tanielson Campos (secretário de turismo de Ribeirão Preto) Rubens Okamoto Plínio César, Alexandre Martinelli, gerente de marketing da Caldema, Tanielson Campos e Marco Baldan Adézio Marques (presidente do Ceise Br), Leila Monteiro (presidente da Biocana) e Wagner Rossi (ministro da agricultura) Tanielson Campos, Plínio César, Nério Costa, prefeito de Sertãozinho, e Marco Baldan necessárias para atender a necessidade de crescimento da atividade agroindustrial canavieira. E, neste sentido, o Ceise BR teve papel fundamental; tornou-se ferramenta importante para fomentar o desenvolvimento de toda a cadeia produtiva. Vale ressaltar, ainda, o brilhante trabalho da instituição na capacitação de pessoas, contribuindo para formar profissionais cada vez tecnificados, à altura das exigências do mercado”, disse Leila, que também parabenizou a associação pelas três décadas de compromisso com o setor sucroenergético. REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 139 Marketing Canavieiro FMC comemora sucesso do Giro Cana FMC no Nordeste Empresa promoveu duas etapas de rali de regularidade com visitas a diversas usinas da região A ideia, ao agregar esporte e treinamento, é promover a troca de conhecimento de maneira a ampliar o relacionamento com os clientes. “O Giro Cana FMC atinge cada vez mais adeptos pelo caráter descontraído como foi elaborado. A princípio a FMC queria se aproximar de seus parceiros de negócios, mas o Giro superou todas as expectativas ao proporcionar uma conexão emocional com os clientes”, aponta João Gonçales, gerente de Marketing de Cana da FMC. “O sentimento de pertencer a uma equipe é bastante reforçado. E é isso que a FMC busca”, completa. Parada técnica para conferirem as áreas tratadas com os produtos da FMC Aventura e informações técnicas nos canaviais I nformação técnica, aventura, diversão e adrenalina em um dia inteiro de atividades off-road. Essas são algumas características do Giro Cana FMC, um misto de rali de regularidade e dia de campo promovido pela FMC Agricultural Products que chegou a Alagoas e Pernambuco, com a proposta de oferecer aos gestores técnicos uma ação de campo diferenciada. Sucesso crescente de público, o Giro Cana FMC 2011 contou com duas etapas em duas datas diferentes: dia 19 e dia 24 de maio. A primeira etapa (19/05), que abrangeu os Estados de Pernambuco e Paraíba, teve 70 participantes de usinas destes dois estados e também do Rio Grande do Norte. A etapa teve início em Camutanga, PE, passou pelas cidades de Itambé, PE, Pedras de Fogo, PB, Goiana, PE, até chegar em João Pessoa, PB, totalizando 90 km de prova. Os participantes tiveram a oportunidade de visitar as usinas Olho Dágua, Giasa LDCSEV e Santa Teresa CAIG durante as paradas técnicas. Já a segunda etapa do Giro Cana FMC no Nordeste (24/05) contou com a participação de cerca de 80 pessoas de usinas de Alagoas e Sergipe. O percurso somou 120 quilômetros, com início na cidade de Coruripe, AL, passagem por Teotônio Vilela, AL, São Miguel dos Campos, AL e chegada na capital Maceió. Durante as paradas técnicas dessa etapa foram visitadas as usinas de Coruripe, Guaxuma Grupo JL, Sinimbu e Roçadinho. 140 REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 Nas paradas técnicas, consultores da FMC apresentaram áreas tratadas com os herbicidas Boral, Gamit Star, Sinerge e Discover o inseticida Furadan, além de tirar dúvidas sobre as diversas possibilidades de aplicação dos produtos. Por conta do interesse e das dimensões que tomou o evento, a FMC contratou, desde o ano passado, uma empresa especializada no assunto para realização das provas e investe de maneira constante na segurança das mesmas. “Todas as etapas são elaboradas e dirigidas pela equipe da empresa Chão Batido, especializada na realização de ralis. O grupo fica responsável pelo levantamento dos percursos, instalação dos computadores de bordo e apuração dos resultados”, explica Gonçales, completando que “cada carro tem um piloto e um navegador, que recebem GPS e cronômetros para controle de tempo e percurso para controle da prova, além de explicações sobre medidas de segurança e termo de compromisso com os mesmos. Tudo para promover uma prática de esporte saudável”. REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 141 Marketing Canavieiro Investimentos em Marketing elevam o faturamento da Valvugás A Valvugás, empresa pioneira na fabricação de válvulas industriais para aquecimento, refrigeração e controle, realizou recentemente a contratação da profissional Mara Badin, com experiência no mercado de válvulas, formada em Marketing pela Universidade Mackenzie, para alavancar as vendas, divulgar produtos de portfólio e promover lançamentos. Quinzenalmente, e-mails marketing de divulgação são enviados, mas sempre direcionados conforme o perfil de cada cliente. “Temos excelentes produtos, como a válvula para vapor modelo 200, que tem qualidade reconhecida por grandes fabricantes de caldeiras pela durabilidade, menor perda de carga e Mara Badin, responsável pelo marketing da Valvugás confiabilidade, principalmente em relação a estanqueidade que o produto garante. Temos válvulas que estão a mais de 40 anos funcionando, por isso queremos intensificar a divulgação para que outros clientes conheçam e se beneficiem da qualidade comprovada de nossos produtos”, explica a responsável pelo Departamento de Marketing da Valvugás, Mara Badin. Mais informações sobre a Valvugás e seus produtos podem ser obtidas pelo site www.valvugas.com.br , pelo telefone (11) 3604-8833 ou pelo e-mail [email protected] Fruto de pesquisa, máquina para afiar facão garante vantagens aos trabalhadores F ruto de pesquisa com foco na inovação tecnológica, a máquina de afiar lâminas de facas de corte, facões ou podões de corte de cana-de-açúcar Afilatrice veio atender às propostas do Grupo de Trabalho Mesa de Diálogo – Melhoria das Condições de Trabalho na Lavoura Canavieira. Com ela, além de garantir maior segurança ao trabalhador, as empresas podem também reduzir custos, já que a durabilidade do facão aumenta, podendo prolongar sua vida útil em até 25%. Outra vantagem é o menor desgaste físico do trabalhador, já que há menor esforço para que o corte da cana seja feito. Além de aumentar a produtividade dos trabalhadores, a utilização da máquina proporciona maior conforto no trabalho, reduz a fadiga e deixa o vasado do facão e afiações rápidas, uniformes e proporcionalmente corretas. O instrumento que oferece afiação técnica está instalada em um corpo de ferro e alumínio fundido nas dimensões 1000x1000x1150 milímetros e utiliza cabeçote do rebolo diamantado com propriedades para realizar, além do movimento 142 REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 circular, também o movimento longitudinal controlado para mover o rebolo na medida em que seu desgaste vai ocorrendo. O trabalhador passa apenas o facão pela máquina, sem nenhum contato com a superfície cortante. O motor fica instalado na base do corpo da máquina, devidamente protegido juntamente com a bomba de refrigeração. A máquina foi projetada para ser utilizada por qualquer pessoa e é a prova de falhas, o que evita acidentes durante a afiação e evita o lançamento de fagulhas ou partículas, garantindo agilidade e qualidade uniforme da afiação. Afilatrice, máquina para afiar facão desenvolvida pela Multitec REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 143 Eventos Solução para Tratamento de Água de Fuligem Alfatec/Ieda Neto É de vital importância o desenvolvimento de soluções otimizadas visando a redução do consumo de água nas plantas Industriais. Esta é a filosofia da Alfatec/Ieda Neto e a de todos os profissionais sérios do setor. Dentro deste panorama se destaca a otimização do Circuito de Tratamento de Água de Fuligem. O circuito dos lavadores de gases e descargas de cinzas da limpeza via úmida das caldeiras é responsável por um consumo relevante de água dentro de uma unidade de produção de açúcar e etanol. Antes de falar do circuito em si, é importante salientar a melhoria na eficiência das caldeiras em operação e a otimização da operação dos lavadores de gases, para daí se reduzir o consumo de água do circuito. Na busca de menor consumo de água de reposição deste circuito fechado, a sugestão é a utilização de outras fontes de água limpa tais como sobras de água ou condensados, com pH devidamente ajustados. No circuito fechado, a água de Fuligem deverá passar por um tratamento composto de duas etapas: floculação do resíduo e decantação dos sólidos floculados. O lodo da decantação poderá seguir para peneiras e/ou prensas e/ou filtros rotativos a vácuo, onde a água limpa volta para o processo. A escolha de prensa ou filtro ou a utilização de uma peneira de separação de particulados associada a um deles dependerá da melhor condição custo/benefício acordada com o cliente. Os resíduos sólidos (torta) deverão ter baixo teor de umidade para facilitar o transporte e o manuseio para posterior aproveitamento como fertilizante. Além de projetos de implantações de novas unidades, compactas e totalmente automatizadas, a empresa oferece projetos de modificações em instalações existentes, com assessoria na emissão de cartas-convite, especificações e equalizações técnicas. Pode ainda executar, quando necessário, o projeto e o detalhamento de equipamentos. Presidente mundial da Trelleborg visita a Agrishow R eferência quando o assunto é pneu agrícola, a Trelleborg esteve presente na Agrishow 2011 e contou em seu estande com a presença do presidente mundial do grupo, Maurizio Vischi. A empresa, que hoje supre as principais marcas de tratores e implementos agrícolas com seus pneus em todo o mundo, tem forte atuação no mercado canavieiro, uma das prioridades da Maurizio Vischi, presidente da Trelleborg 144 REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 empresa, como explica Vischi. “Hoje, estamos presentes nas principais usinas do Brasil, porque desenvolvemos pneus específicos para o setor de cana-de-açúcar”, afirmou. De acordo com o presidente da Trelleborg, a empresa foi a primeira a desenvolver pneus para transbordo. “Fomos os primeiros a desenvolver pneus para tranbordos, de alta flutuação”, disse. Este tipo de pneu tem como característica, entre outras, compactação reduzida e maior preservação do solo e da cultura. Vischi falou ainda sobre a importância da cultura canavieira para a Trelleborg. “No Brasil, é nosso principal mercado, embora tenhamos pneus específicos para outras tantas culturas. Temos grande presença no mercado de cana-de-açúcar e muita especialização neste setor”, afirma. E, já que o mercado no Brasil acolheu tão bem a empresa, é possível que haja uma expansão no País? “É cedo para falar disso, mas posso afirmar que queremos crescer aqui. O Brasil é um de nossos principais mercados e crescer aqui faz parte de nossos planos”, finalizou. REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 145 Eventos Pneu Forte e SBT realizam campanha pelo meio ambiente P reocupada em disseminar a consciência ecológica, a Pneu Forte, empresa especializada na vulcanização de pneus agrícolas e de carga, realiza juntamente com o SBT Regional de Ribeirão Preto, SP, uma grande campanha em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente, no dia 5 de junho. A Campanha consiste na doação de quatro mil sementes de Ipê de Jardim, que serão distribuídas em escolas públicas da cidade para incentivar o plantio de árvores. “Escolhemos o Ipê de Jardim por ser uma árvore não tão grande, o que possibilita que ela seja plantada em diversos ambientes”, disse a diretora do SBT Ribeirão Preto, Carmem Cardoso. Para complementar a campanha, todo o material distribuído terá caráter sustentável. “O plástico em que as sementes serão distribuídas é biodegradável e o papel com as instruções de plantio é reciclado”, afirma Carmem. O projeto, que conta com ainda com inserções na progra- G Empresas distribuem sementes em escolas de Ribeirão Preto mação regional sobre consciência ecológica, terá ampla cobertura jornalística da emissora, afim de que a idéia de conscientização seja divulgada. A distribuição de sementes será realizada inicialmente junto à crianças do ensino fundamental de escolas públicas, mas pode ser ampliado de acordo com a diretora do SBT de Ribeirão Preto. Segredo da motivação eneral Chains do Brasil na busca pela harmonia e motivação de seu quadro de funcionários investe cada vez mais em capital intelectual e na sua estrutura organizacional. Nos dias de hoje a concorrência entre as empresas dos mais diversos segmentos está mais forte do que nunca, sendo assim toda empresa que busca a parceria com seus funcionários tem que ter alguns diferenciais para conseguir atingir esta equação entre Capital x Capital intelectual. A empresa realiza treinamentos de qualificação profissionais, incentiva participações em Cursos de diversas áreas em parcerias com Instituições como Ciesp, Acipi e Simespi. Semanalmente promove reuniões com supervisores e funcionários para abordarem os mais diversos assuntos pertinentes ao bom funcionamento da empresa, visando também integração dos departamentos e comprometimento das equipes. Praticamos uma gestão de pessoas participativa, onde 20% dos funcionários são voluntários em projetos com a empresa, como: Kit escolar completo para os filhos dos funcionários, devidamente matriculados em Escolas até a conclusão do ensino médio. Biblioteca com acervo de 2.000 livros, jornais diários e revistas mensais, bem como terminais de computadores com acesso a internet dos quais os funcionários podem imprimir trabalhos e documentos pessoais conforme suas necessidades. Realização de vários eventos durante o ano, alguns com participação dos familiares (Festa da Criança, Missão de Ação de Graça e Festa de Confraternização). A empresa também conta com uma área de lazer comple- 146 REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 No início do expediente é realizada a ginástica laboral utilizando técnicas milenares orientais como Liangong e Karate ta onde os voluntários promovem torneiros de futebol, pebolim, truco, entre outros aos demais funcionários. No início do expediente é realizada a ginástica laboral (utilizando técnicas milenares orientais como Liangong e Karate), ministrada por voluntários preparando fisicamente e mentalmente os nossos funcionários para dia a dia. A General Chains também participa dos projetos sociais com a comunidade. É madrinha de cinco Instituições de ensino no projeto “O Brasileirinho” junto com da Polícia Federal e Secretaria Nacional Antidrogas e do Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – Fumdeca, destinando parte do Imposto de Renda as Instituições sociais da Cidade. E através da Lei Rouanet, a empresa é uma das patrocinadoras no espetáculo da Paixão de Cristo um dos maiores eventos da região. A Diretoria da empresa acredita que através dessas ações esteja no caminho do segredo da motivação, onde busca a Harmonia, Felicidade e o Bem-Estar de toda a Família General Chains. General Chains do Brasil - Telefone:(19) 3417-2800 REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011 147 148 REVISTA CANAMIX | JUNHO | 2011