AHNO SEMESTRE TRIMESTRE A PUBLICAM A correspondência e reclamações devem s«r dirigidas À R I A K GONÇALVES D M i i l ? 9 T , T ? A i Q M u nihcts Restai' mlnhot 3 Au o ha reme oh o )tn ao [tltoiS volkot ANHO SEMESTRE AVULSO a REVISTA CHRONICAS FLUMINENSES ILLUSTRADA que passasse de vez em q u a n d o por ali pela academia, é perto, eu passo, e recebo por isso mais um salario que não ine faz j mal n e n h u m ; m a s q u a n t o a fazer longos disRio, 23 do dozembro. cursos sobre a intluencia da arte etc. etc., E m f i m , vae t e r m i n a r , parece, essa gran- não é c o m m i g o . . . G a t o escaldado... Ba.^ta de matança e n t r e chilenos e peruanos, o relatorio que eu me metti a fazer e no que d a r a ha mais de d o i s a n n o s , ensan- qual, parece, disse barbaridades... O S r . g u e n t a n d o o solo hospitaleiro da Ameri- Mafra foi o c u l p a d o ; eu pedi-lhe que me ca. A p irte mais forte,o Chile, tendo pres- escrevesse o relatorio, elle não quiz, aara surosa n e n t e acceito a mediação da Fran- ser o primeiro a vir notar-me as barbaça para solver m a n s a m e n t e o caso, deixa ridades... Nada de discurso, poptanto... ver que já vae muito cançado da lucta, e De mais os a l u m n o s o que querem são pelo SJU lado o P e r u , que ha muito não as medalhas, não é palavra, não é, seus deseja senão u m mediador plástico entre maganões ? » si e as boccas de fogo do seu feroz inimiira la ra fon din din din... toca a go, não se m o s t r a r á de certo ambiciosa- orchestra u m a a b e r t u r a , e de collaboram e n t e biqueiro. çáo com o ministro, h . M distribue O Chile designara um dos tres árbi- todos os prémios, finalmente u m bello tros, a França um s e g u n d o ; o imperador concerto fecha a significativa festa. do Brasil o terceiro. • * * E os tres juizes, t u d o assim o deixa crer, farão t u d o com a maior suavidade Do conservatorio de musica á Acadedo mundo,como surdes roidettes,vão ver. mia de bellas-artes, e um p a s s o ; deNada é mais fácil de acalmar do que dois m o - l o . . . indivíduos que brigam, e o que me surEis-nos cm plena exhibição. prende nesta tardia conciliação, é que ha As q u a t r o salas em que estão exposmais t e m p o não a tivessem tentado, dei- tos os trabalhos annuaes dos alumnos da xando dois povos amigos se mutilarem Academia, reg >rgitam de curiosos. Cod u r a n t e quasi tres annos. mecemos pela sala dos paisagistas, é a menos repleta, por ser talvez a mais in• * * teressante. Ha íVesta sala mais d u m t r a A proposito de separar belligerantes, balho capaz de d e m o r a r a attençao do vivem-me á memoria o caso d ' u m hespa- sitante, e eu citarei s o b r e t u d o as d u a s painhol que, e n t r a n d ) n u m b o t e q u i m , co- sagens dos dois alumnos Domingos Garcia meca sem mais nem menos a desafiar todo y Vasques e Hippolito Boaveatura Caron que se revelam francamente duas brilhano mundo. — Sou h o m e m para dez, c a r a m b a ! tes promessas. O p o n t o de vista é o mesQ u e venham, se são capazes, dizia o mo, um canto de São Christovão, creio, e valiente, que sem o u t r o fim além de se com difTerença muito diminuta, foi tratado dizer um forte, insistia nos seus desafios. com o mesmo vigor, com a mesma vida; C a n ç a d o provável n e n t e de tanta baso- as arvores, ao lado direito,são as mesmas, fia, levanta-se um individuo, vae ao va- as mesmas cazoarinas e por entre ellas a liente, atira-o por terra e asseota-lhe uma mesma aragem fresca, agradavel. São dois q u a d r o s quasi já de mestre. rod i de soccos, que elle não vio boia I — E n t ã o ! diz o nosso Dom Q u i c h o U m olhar ainda sobre uma pequena te, levantando-se t o d o e s m u r r a d o , não é paisagem do m o r r o do Castello, e pasuso aqui no Brazil separar os que se semos. Na sala de pintura histórica, a impresbatem ? são é desagradavel; da meia dúzia de São • João expostos, nenhum merece decidida* * • Mas o g r a n d e acontecimento da sema- m e n t e ser a d o r a d o ; pelo contrario os na foi a lesta, domingo, no grande salão a l u m n o s da nossa Academia conseguido Conservatório de musica, da distri- ram dar ao primo de Jesus um aspecto buição de prémios aos alumnos da acade- repulsivo. A explicação, de resto, cPesta feialdade do apostolo está logo ao lado mia de bellas-artes. A's 11 horas da m a n h ã , uma guarda na figura obesa, feia, aleijada quasi d u m de honra do i° batalhão de infanteria velho, que tem servido de modelo vivo entope já t >da a rua Leopoldina, na sua aos a l u m n o s ! E, comprehende-se, não é parte defronte do edifício. Minutos de- copiando Q u a s i m o d o s , que se chega a pois apenas, chega S . M. o i m p e r a d o r reproduzir Apollos. a c o m p a n h a d o d > seu camarista e do Sr. Passemos sobre as miscellanas e mesministro do império, que são conduzidos mo sobre os trabalhos embora bons de ao g r a n d e salão, ou antes ao salão de architectura, e saudemos no Sr. Francisco honra. Ahi, o Sr. conselheiro Tolentino Teixeira da Silva o a l u m n o que mais t o m a n d o a palavra faz um pequeno dis- valentemente se revelou a r t i s t a . O seu curso, m u i t o curto mas significativo. esboceto, feito fóra d aula, de sua própria Lêde-o vós m e s m o s : arte e inspiração, é u m a etapa. Um es» Senhor 1... S e n h o r a s ! . . . E u d^isso de t u d a n t e , alto, delicado, d o r m e , vestido, bellas artes, devo dizer-vos, não pesco sobre uma cama de f e r r o ; e esta cama nem um pires. Eu era um simples empre- está n ' u m q u a r t o . Nada é mais simples; ado do contencioso, sem jám.iis ter re- mas o q u a r t o é um q u a r t o de estudante, ectido sobre os eíTeitos do claro-escuro; e este d o r m e , d o r m e p r o f u n d a m e n t e ia todo o dia ao T h e s o u r o , disseram-me n'uma suavidade de linhas, e n u m a 4ar» S * gueza de traço, ao m e s m o t e m p o , adoraveis; está v e s t i d o ; mas sentem-se por sob a roupa as linhas correctas, o n d u lantes d \ i m corpo bem proporcionado, que descança. E' um artista de talento o Sr. Teixeira da Silva. • * * Mais sessenta c nove médicos na circulação ! H o n t e m , á u m a hora e alguns min u t o s — p o r q u e decididamente não ha meio de começar uma ceremonia á hora marcada — no celebre salão de honra do externato do collegio de Pedro-Segundo, na presença de S. M. o imperador, collou-se o grau de d o u t o r a nada menos de sessenta e nove doutores. Nós temos cada a n n o uma ceremonia de collação de gráo. E' uma festa fixa, e q u e m vio uma vio todas. Saudemos p o r t a n t o nos jovens doutores a segurança das nossas saúdes. Do medico, como das sogras, tem-se dito todo o mal ; não ha poeta, não ha rimador que não tenha glosado o seu m o t t e contra os E s c u l á p i o s ; o d r a m a turgo, o comcdiographo, o folhetinista... todos tem feito o seu epigramma aos médicos ; os almanaks estão cheios de aneedotas maltratando os descendentes de Hyppocrates, e cada um dá-se o chic de repetil-as, particularisando.. Vem a mais insignificante dòr de cabeça ? Corre, vae depressa chamar o medico ! Mas, não importa, as pilhérias c o n t r a os médicos continuam, ejainda h o n t e m eu pude colher esta que não deixa de ser bem maledicente. Seguia pela rua dos T h e a t r o s a fila de coupés t r a n s p o r t a n d o os proximos doutores. — E ' e n t e r r o ? pergunta alguém. — Não vès que são os d o u t o r a n d o s de medicina que vão ser collados ? — Fazem perfeitamente o efifeito d \ i m enterro... O h ! não ! . . . Q u a n d o muito serão a causa ! * * * As festas ! Eis o grande problema da semana e s o b r e t u d o a grande preoccupação de meio m u n d o A esta hora. q u a n t o s e s o b r e t u d o q u a n t a s não estarãc p r o p o n d o este problema : O que hei de lhe dar, que saia fóra dc co mm um ? O que me dará elle doesta vez. P r o b l e m a tanto mais insolúvel q u a n t o c o m o aconteceu a uin#a senhora do meu conhecimento,nem m e s m o quem dá pódestar certo do que vae d a r . E u entrava hontem n'um estabeleci m e n t o da rua do O u v i d o r , j u s t a m e n t e a»; começar d'este dialogo : — E o gorro bordado, que eu lhe en commendei ha mais de dois mezes ? — Impossível, S r a . baroneza, não es tará p r o m p t o antes do principio do mez. — E ' horrível ! E u tinha promettid fazel-o eu m e s m a , e commetti a i m p r i dencia de dizer que estava p r o m p t o . — A Sra. baroneza não podia subst tuil-o por outra cousa ? T e m o s bonitc s a p a t o s . . . temos uma c a d e i r a . . . 1 I REVISTA — Uma cadeira ?... T e n h o uma ideia. E é assim que a esta hora, certo conselheiro, que esperava um gorro e espera ainda a senatoria deve ter recebido um q u a d r a d o de tapeceria com esta dedicatória d ' u m futuro cheio de promessas : « Para a curul de Vossa Excellencia, no senado. » ILLUTSRADA SS. MM. sóbem segunda-feira para Petropolis, onde vão passar a estação calmosa. • • • E m Paris, no dia 3 do corrente devia ter tido lugar u m a assembleia geral extraordinaria da sociedade dos h o m e n s de lettras, de grande importancia. • i Devia tratar-se n'esta assembleia da * * apresentação d um pedido a fazer chegar O grande barulho de que os jornaes ao conselho de Estado, afim de obter encheram Pariz, a proposito da s e g u n d a i que a mesma sociedade seja reconhecida representação do Roi s^amuse ' Victor ctfmo estabelecimento de utilidade puHugo, chegou mesmo até a n ó s ; l a m b e m blica. se discutio aqui o procedimento da cenA proposito... sura, o merecimento da obra e contou-se a Q u e fim teve a nossa Sociedade dos historia da primeira representação. homens de lettras, que o Sr. conselheiro No S a n t ' a n n a , dizia-me o u t r o dia a Octaviano devia crear ? este respeito um famoso artista : Discutio-se-a tanto, fez-se tanto elogio — De todos os papeis do repertorio de ao conselheiro-poeta e . . . E elle contenVictor Hugo, a parte de Triboulet é a tou-se com isso. que eu sempre mais a r d e n t e m e n t e desejei * * * interpretar. E , depois d'alguns m o m e n t o s de silenChronica f ú n e b r e . . . A morte continua cio, accrescentou: no seu triste papel de ceifadora impie— Somente, se eu me encarregasse dosa. do papel, havia de fa\er ri elle algumas Terça-feira, é o tenente-general Joacorrecções. quim José Gonçalves Fontes, um bravo JULIO D A ST. de muitas campanhas, que se fina d'uma pneumonia 1 Quinta-feira, é o D r . Baptista Caetano A T R A V E Z DA P O L I T I C A de Almeida Nogueira que, não pôde mais resistir aos cruéis padecimentos que desde longo tempo o a c a b r u n h a v a m . O Dr. Baptista Caetano era um grande original, Estão respondidas as questões: tinha a vocação do trabalho, e entregou— Sal i irá ? sc toda a sua vida á investigação da ver— Não saliirá ? d a d e . Moco ainda, dedicou-se com arO Sr. Fleury saliio, e tomou a pasta o sobrinho do » / Sr. Sinimbu. dor admiravel aos estudos sérios, e traPodem estar muito contentes os que tanto clamabalhou com grande dedicação na coorderam contra o ministro sahido e a favor da constinação das origens das linguas sul-amerituição. Eu não. Nada ganhamos com a troca. canas. O seu grande diccionario de abaPelo contrario, a t e ! nhenga perpetuará o seu n o m e . Deixa Kuticho mosmo perigoso dar duas pastas a um muitos escriptos dispersos, que a molésministro: 6duplicar-lho a faculdade de praticar tolitia não lhe deu t e m p o nem facilidade de ces. ordenar. J . 1). Q u e m os ordenará ? • E C H O S DA S E M A N A A redacção da Revista IIlustrada, — 66 r u a Gonçalves Dias, 66 — continua a gosar muio boa saúde, apezar mesmo da t e m p e r a t u r a senegaliana que já reina e nos administra um calor de trinta e alguns centígrados. • • • S. M. a#s*jstio, terça-feira aos exames, no collegio de P e d r o S e g u n d o . Quarta-feira tornou a assistir ainda aos exames, no mesmo collegio. E hontem, no salão de honra do externato do m e s m o collegio, assistio á collação de grão a ultima fornada de doutores que nos deu a Faculdade de medicina. A 1 noite esteve na distribuição dos p r é m i o s das escolas municipaes, no paço municipal. Um incançavel assistidor, o Sr. Dom P e d r o S e g u n d o ! Hontem e a m a n h a n , ainda assistirá aos exames no mesmo collegio. \ * * Ninguém desconfia tal vez de todas as virtudes e utilidades d'es<a bella e pujante flor que nós c h a m a m o s c o m m u m m e n t e girasol, e que os sábios denominam helianto. O s chins,que a tem estudado e explorado, adoram-n'a pelos benefícios que d^ella tiram. As suas sementes dão um oleo e um sabão sem rival para amaciar a pelle. O oleo sazona tão perfeitamente a alface, como arde, n \ i m a lampada, com um brilho admiravel. As suas ílores fornecem ás abelhas o melhor dos seus alimentos, e d elias; é que os tintureiros e x t r a h e m esse bello e resplandescente amarello, que é a cor imperial no Celeste Império. O s animaes adoram os seus grãos soccados e as suas hastes fornecem u m a bella fibra, utilisada no fabrico da seda, misturada como casulo do bicho, creado em casa. Não é u m a flor, é uma Califórnia ! O s inglezes vão e m p r e h e n d e r a sua cultura. Aviso aos nossos lavradores. • • * Blondin, o celebre f u n a m b u l o que já fez aqui, ha tempo, a admiração dos fluminenses, está em New-York e propóe-se a passar, pela segunda vez, por meio d \ i m a corda, por sobre a catarata do Niagara. Elle faz mesmo grande e m p e n h o de ter iVesta proeza um collaborador celebre e tentou para isso convencer o redactorchefe do New-York-Times, que afinal aceitou, mas nas seguintes condições : — P a s s a r e m o s duas vezes—ida e volta — na ida sou eu quem o carregará aos h ombros. Blondin recuou. R. I3ellas A.rtes No domingo 17 do corrente, fui a Academia das Bellas Artes, ver a exposição dos trabalhos executados este a n n o pelos f u t u r o s Raphaes e Miguel Angelos brazileiros, e mais do que nunca fiquei convencido de que para a p r e n d e r a desenhar ou pintar, é preciso nunca entrar n ^ o estabelecimento, onde nada se ensina, nada se aprende, e que pela sua inutilidade não serve senão para desanimar qualquer que tenha vocação para as bellas a r t e s . O atrazo de tudo aquillo e a apathia que se apossou de quasi todos os a l u m n o s que lá estão a borrar papel e telas, é devido, não á falta de modelos, c o m o dizem, mas á falta de professores que sejam professores. Posso garantir, e desafio á que provem o contrario, que não ha entre os que occu pam as cadeiras de desenho figurado e de pintura, um só que saiba desenhar. Essa é a verdadeira razão d ) a t r a z o em que se acham os poucos alumnos que lá estão á esforçarem se para a p r e n d e r alg u m a cousa, mas que nunca o hão de conseguir, e m q u a n t o forem dirigidos por pessoas inhabilitadas c o m o o Sr. Medeiros, •por exemplo, que nem como alumno seria aceito em qualquer academia da Europa. Não falta nem boa vontade nem intelligencia da parte, não direi de todos, mas de bastantes alumnos da Academia para que esta possa formar f u t u r o s artistas, se encontrassem q u e m os soubesse guiar convenientemente. O concurso da aula de paysagem é a maior prova do que avanço ; a tela do a l u m n o Domingos Garcia y Vasques, e a do seu competidor que o segue de perto, Hyppolito Boaventura C a r o n , são duas paysagens que agradam aos mais exigentes e revelam dois f u t u r o s artistas que m u i t o h o n r a r ã o a nossa Academia, assim como h o n r a m actualmente o seu distincto mestre o S r . J . G r i m m , a u t o r de umas bellas paysagens que muito admiramos na ultima exposição do Lyceo de Artes e Oílicios. Mas é que o S r . G r i m m não faz p a r t e da panellinha, e só se entende c >m os seus alumnos que elle leva para o Ca n p o e lá lhes diz : — E s t a é a verdadeira Academia de Bellas Artes. Olhem para esta esplendida natureza e procurem sentil-a ; impressionem-se com ella e t r a n s m i t t a m sobre a tela essa mesma impressão. E com q u a t r o borradellas artisticamente a t i r a d a s , o mestre ensina praticamente o m o d o de i n t e r p r e t a r a natureza. E 1 assim q u e os S r s . V a s q u e s e Caron conseguiram fazer n o s seis mezes, cm que a p r e n d e m ccm o Sr. Grin m , o que nem em seis a n n o s teriam feito ccm os o u t r o s professores da Academia. U m a p e q u e n a tela r e p r e s e n t a n d o u m e s t u d a n t e d o r m i n d o revela grande talento da parte de seu a u t o r , o Pr. Francisco Teixeira da Silva. Muita graça na cemposição, b e m des e n h o e b e m colorido. E s c u s a d o é dizer que esse q u a d r i n h o foi pintado fóra da Academia. E t e m avisado andou nisso o Sr. Teixeira, pois que no templo das artes elle teria sido aconselhado pelos sábios professores que ccm certeza o teriam obrigado a pintar u m a . . . bota. Esse q u a d r i n h o e as duas paysagens, são as únicas cousas que p r e n d e r a m a minha attenção ; o m a i s . . . é melhor eu não fallar. U m conselho aos que se dedicam ao e s t u d o das bellas artes, com excepção feita do curso de paysagem d o S r . G r i m m : F u j a m da Academia, e para bem longe! X. CANHENHO DUMA MUNDANA E m f i m , eis-me de novo, aqui, bellas fluminenses, n estas m e s m a s columnas, 1 d onde tanto o u t r o r a palestrámos. Mas que longa ausência, hein ! Não importa, quereis reatar o fio das nossas conversações ? nada de ahs ! nem de ohs ! Eu ce meço. E u preciso mesmo, q u a n t o antes, de ralhar-vos um pouco pela vossa indifferença. Pela vos^a indiiíerença, sim ! Vós que devieis ser as soberanas do gosto, não sois e n t r e t a n t o assaz delittante em toilette q u a n t o devieis se lo. E u queriria que cada mulher puzesse todo o seu espirito no seu vestido, como o escriptor no seu estylo. Mas não é assim ; segue-se o caminho traçado ; todo o m u n d o adopta a mesma cousa. Estes grandes chapéos R e m b r a n d t , por exemplo, nas pessoas pequenas e delgadas, fazem o etíeito doestes espantalhos espetados s o b r e varas, para afugentar os passaros dos jardins e das hortas. E as anquinhas largas sobre as mulheres... rechonchudas que lembram esses bojudos frascos de curaçáo hollandez, estofados de palha ! N ã o , decididamente é preciso saber escolher. V a m o s escolher p o r t a n t o . E ' sobretudo no verão que as m o d a s se simplificam. AOS NOSSOS ASSIGNANTES D u r a n t e os fortes calores, o papel do F a l t a r í a m o s ao mais sagrado dos devestido é antes de despir do que de vestir. veres se, neste m o m e n t o solemne de fim Assim, actualmente, m e s m o para os do a n n o , não avisassemos aos nossos a m a - passeios, o vestido a b e r t o q u a d r a d o é veis assignantes que receberemos com obrigatorio. Pode-se e deve-se vela-lo, o que se especial agrado as r e f o r m a s de assigna- consegue por meio d'um fichú de renda, t u r a s e m e s m o algumas assignaturas sem duplo que, depois de fazer ce lleira sobre o ser r e f o r m a s , se se dignarem aconselhar collo n ú , desce sobre o peito, onde as duas p o n t a s se separam indo uma, por aos seus amigos e parentes que as melho- sobre o h o m b r o , perder-se no puf, reres festas que um h o n r a d o cidadão pôde tida por um ramalhete, e descendo a oudar-se a si ire<mo, é urra assignatura. da tra ao l o r g o do quadril, onde se fixa por u m , dois, cu três ran a hetes. Revista Illnstrada. O corpinho deve ser de ponta. E s t e jornal não só c c r s t i t u e um b e m T e m apparéçido em algumas a beçip a s s a t e m p o , c c m o tan bem denota da n h a s fantasticas chapée s de feitio preto, redondos, que r ã o deixam de ser muito p a r t e de quem o assigna, idéas elevadas, b r e g e i r o s ; mas o feltro é decididamente gesto a p u r a d o , arner ao progresso, inccmpativel com o verão. O chapéo da estação é o chapéo de espiíito cultivado, granceza d Y r r a e mil o u t r a s cousas assim bonitas, c o m o tem palha, r e d e r d o . guarnecido de plantas de preferencia ás fl< res. t o d o s os assignantes que nos tem feito U m a er novação nos lenços. até l o j e , a h e n r a de aturar-nos. Elles já não tem senão tres cantos p o n t u d o s ; o q u a r t o finge dsobrar-se Ha exemplos que ccnvem seguir. se»bresi mesmo, e é sobre elle que se Muitos assignantes já m a n d a r a m refor- b o r d a m as iniciaes ou, mais chic ainda, m a r as suas ass : gnaturas, e cm troca te- o n o m e de baptismo, imitando a assignamos-lhes enviado os competentes recibos, tura da pessoa, em fac-simile, e m f i m . Inútil é prevenir que não é prohibido a c o m p a n h a d o s dos nossos mais reaes e a costureira melhorar imitando, como positivos agradecimentos. fazem os photographos. Ha porém muitos o u t r o s que ainda A s velhas rendas valencianas, bem esn ã o se l e m b r a r a m que estamos no fim pessas, ou melhor ainda as nossas rendas do Norte devem ser d u m effeito endo a n n o e q u e . . . Cá estamos á espera. cantador em t o r n o doestes lenços. A ADMINISTRAÇÃO. A s prai :s são já o rendez-vous favorito. E' na do Flamengo que se reúne a nata, o gratin do m u n d o fluminense marítimo. E a proposito de praias. N um sarau de sociedade musica-dansante. Um m a n c e b o convida uma joven a dansar. — Peça a mamãe, responde ella com ar muito p u d i b u n d o . A permissão é concedida. D u r a n t e a quadrilha, cm que a bella se m o s t r a cheia de a b a n d o n o em todos os sentidos : — O Sr., vem a m a n h a n ao banho, na praia do Flamengo ? O mancebo, baixando por sua vez os olhos : — Peça a papae. MARGARIDA DK S . CIIIC. BIBLIOGRAPHIA De São-João dei Rei, Minas, chega-nos um grande d r a m a sacro-magico Q/l virgem emartyr de Santarém, em q u a t r o actos e oito quadros, por Severiano Nunes Cardoso de Rezende. Esta grande peça que o a u t o r pode dedicar a tanta gente — á memoria do conde da Conceição, pranteado bispo do Mariana, á de sua virtuosa mãe, a seu prezado pae e amigo, a sua extremosa esposa, «fortaleza de seus dias tristes» a seu estimável irmão, vigário, a seus irmãos e parentes, aos seus dous a m a d o s filhos José e Alice, aos seus amigos leaes e sinceros— esta grande peça, dizíamos, já foi representada com geral applauso nos theatros de São João cTEl-Rei e de O u r o P r e t o , e n a scena deve realmente ser m u i t o interessanteeffeito ; mas lida no gabinete, é longa, muito longa, muito ungida e massante einfim, por conseguinte — Nas Questões sociaes, artigos já publicados n'um jornal o Cruzeiro que não se lé, discute o Sr. Horácio Alexandrino da Costa Santos, algumas questões económicas, de interesse para o paiz. — E s t á bem interessante o n. 4 da Revista agrícola do imperial instituto fiuminení-e de agricultura. — Pelo relatorio da venerável ordem terceira de Nossa Senhora i c m o n t e do C a r m o no segundo anno dó priorado do Sr. visconde de Sistello e apresentado em 3o do mez passado, vé-se o bom estado d ^ q u e l l a instituição e a sua utilidade. — T a m b é m pelo relatorio da Associação beneficente dos compositores do Jornal do Commercio, se vêem o seu bom estado e s o b r e t u d o os benefícios presta aquella associação. ALTER. t que REVISTA PEQUENO CORREIO O s Srs. Buschmann & Guim irães obseq u i a r a m - n o s com as seguintes musicas editadas no seu estabelecimento : Venise laHelle, por Lucien Lambert. Gratidão, polka, por H. H o r Meyll. listou com medo, polka, C. Pacheco. Uma véspera de Reis, polka-lundu, por A r t h u r Camillo e outra Uespera de Reis, quadrilha por João A. Pinto. Se os Srs. Buschmann & Guimarães nos obsequiassem com a l g u m Pleyel ou 1 lerz para tocar essas musicas e mostrar-nos q u e t a m b é m têm bons pianos, hein !... C o m o ficaríamos contentes e agradecidos ! , . . Recebemos u m a folhinha para 1883 impressa no bem conhecido e acreditado estabelecimento dos Srs. Leuzinger & Filhos. U m convite para visitar o vapor hespanhol Vviuelas. Já o vimos : excellente c o m m a n d a n t e e excellentes officiaes, excellentes acommodações para passageiros de toda classe, cor e nacionalidade e no final um excellente jantar onde se t r o c a r a m vários brindes á união dos povos e outros chapas idênticas, bebendo-se á saúde do proprietário do vapor que tem mais 3o c o m o esse e é superlativam, nte excellente pois chama-se o Excellentissimo Sr. M a r q u e z de C a m p o . Fazemos votos para que a nova linha de vapores hespanhóes venha visitar-nos mensalmente e por longos annos. U m cartão do Sr. A. M. M. P . (o tal) agradecendo. Não ha de que. O u t r o cartão do Sr. J. T . desafiandonos. Escolha as a r m a s e mande seus padrinhos. C o s t u m a m o s j a n t a r á s 6 horas da tarde. X. PEQUENA AS CHRONICA FESTAS Começa amanhan a grande batalha das festas, que deve durar até i de janeiro. E m guarda portanto, são sete dias de c o m b a t e atr*c%, de guerra sem tregoas, t a n t o mais feroz, q u a n t o as a r m a s do inimigo não são nem o K r u p , nem a Comblain ; mas os sorrisos, as amabilidades, os comprimentos, as attenções. Já notaram como, durante estes dias de festas, se torna amavel e cuidadoso t o d o esse m u n d o que nos serve ? O s primeiros fogos começam apenas de d o u r a r o firmamento, eis a creada já bem penteada, limpa, alegre, que nos traz a melhor, a mais perfumada chicara de café. A ' porta, q u a n d o passamos, como se ergue lépido, de physionomia sympathica, ILLUSTRADA e cheio d\iina amavel e respeitável cortezia, ovelho porteiro. Q u e boa, que excellente navalha tem hoje o barbeiro ! E com que doçura de voz elle nos p e r g u n t a : «A navalha inc o m m o d a ?» Influencia da é p o ; h a das festas, t u d o isso. Mas não é ainda d este m u n d o miúdo o^ que alguns bilhetes de dez mil réis nos acqiwtam muito generosamente, que é preciso c u i d a r ; é o o u t r o m u n d o , o grande que nos deve preoccupar. P o r q u e não basta dar festas, é preciso ainda saber da-las; um presente pôde ser um pomo de eterna discórdia ; é preciso dal o sobretudo com forme a pessoa que o recebe. Assim : Á MULHER Á QUEM SE QUER AGRADAR E 1 preciso um presente m u i t o original, muito pessoal, exquisito, espirituoso, se possível fòr. Reflecti muito t e m p o antes, mas trat ic de achar algum \ cousa de novo, da h e d i t o , que a force a d i z e r : — « Sim, S e n h o r ! . . . Decididamente é menos banal do que os outros, este presente... Será elle assim em t u d o ? » Fazei vir alguma cousa de Pariz ; alguma cousa com as suas iniciaes, e s o b r e t u d o insisti que vem de Pariz... Enviae sem cartão, ide logo depois, c com certeza ouvireis dizer : — Foi o senhor ! eu bem vi! Só o senhor é capaz de comprehender, que etc... Á MULHER DE QUEM SE C A H I O EM GRAÇA Nada de loucas despezas, não precisa; um brinquedo qualquer recomendandolhe a lembrança de m o m e n t o s passados ao vosso lado : uma visita, uma oaisagem de lugar onde fizestes juntos alguma excursão, ou um ramalhete de flor que tínheis na casa do vosso p.iletot, no dia cm que lhe fostes apresentado. Jamais, por exemplo, o vosso retrato de voluntário da patria, d u r a n t e a guerra do Paraguay, porque alem de ser de mau gosto, é u m a lembrança que a envelhece. Mandae sem cartão, pois que é u m a allusão, e o seu espirito sempre voltado do vosso lado,advinhará i m m e d i a t a m e n t e A MULHER Q U E V O S AMA SEM MALÍCIA O que souberdes que ella deseja. Um bom presente, amigo, d \ i m grande valor, ou sem valor nenhum ; mas alguma cousa de novo do que ella tenha vontade. Acompanhae a remessa d^ilgumas frases curtas e afTectuosas; podeis estar certo, que ellas serão lidas com prazer. E ' preciso não ir visital-a senão dois ou tres dias depois. Nos primeiros dias, está-se tão occupada, e depois são os momentos consagrados á família e aos importunos. A' MULHER DE QUE GOSTASTES U m presente muito amavel e cuidadosamente escolhido, para que assim, ao menos n'este dia ella não tenha de verificar a vossa i n ^ r i t a volubilidade. U m a orchidea n \ i m vaso de velho Veneza, u m missal d - velino, as suas iniciaes sobre a c a p a . . . e um cartão de visita rog t n d o - a de aceitar « esta m o d e s t a lembrança» de que n í o se ousa ser o p r o p r i o portador. Isto quer dizer que se t e m cousa melhor a f i z e r ; mas pe^a sempre, e ella acaba por se perguntar a si mesma, se não foi ella que A mudou. MULHER Q U E S E AMA Se è uma dama do b o m m u n d o , flores n'um objecto d arte, ou um obejecto de arte cm flores ; jamais alguma cousa que tenha ares de presente s o b r e t u d o de presente pratico. Uma frase terna, respeitosa, e a m lis eloquente pos-sivel. Se é do m u n d o , . . do o u t r o m u n d o — (Taquelle onde a gente se diverte — um presente intelligente e bem c o m p r e h e n did:>, que a faça valer e lhe recorde no m o m e n t o do successo, que é a vós que ella vol-o deve. Se ella monta b e m a cavallo, u m p u r o - s a n g u a ; se tem a cútis muito branca, m u i t o setinea, um colar de pérolas còr de r o s a . A c o m p a n h a r a remessa d ' u m cartão, e esperar convite para então se a p r e sentar : A MULHER Q U E v o s AMA Flores, ou alguma tolice sem v a l o r . T o d a apparencia de presente feri-la-ia. Ser o proprio p o r t a d o r . A MULHER D UM MARIDO CIUMENTO Uma cestinha dourada cheia de camélias se as ha, ou de cravos vermelhos. Atar a um dos cravos u m a grossa sapttira levando esta inscripção : Sine amor nihil. Certiii:ar-vos de que o m a r i d o está na repartição, e levar pess malmente afim de explicaras vossis intenções. A saphira desapp irecida, a cartinha offerecer-se-á aos olhos do marido t r a n quillisado por este presente banal, e vós serieis cotado m u i t o acima do p a r . Á PRIMA DE D E S O I T O A N N O S Livros de versos bem impressos, dorées sur tranche, e u m a de.licatoria b e m metrificada o mais que se pôde. • Á F I L H A DO V I S I N H O Romances longos, os mais longos que se puder encontrar: Judeu .Errante, Conde do Monte Christo, Rocambole... E m q u into ella se entretem não toca piano... com elles J< DA S T . Typ. Hildebrandt, rua d'Ajuda, n. 31. r Cm ícauiola , oitita001 os " íKcs a btncÃo pnva ojiAt ttrxkcvM vida. jpoi loiras anno*, C on^ Knuenipio stmpre cc assxijyiar a 7Id^U 9 yt<í>S ft-yniaos quitnoS f ulcere m- OfíwM-m 0jsícjm'09i l'<- t damos-lhes os nonos aojvíiolfccínioito^ c um bom< c h a r u t o etc Htovan*. . que C* cJi Gtrf-n-L, vniAÍta COÍSOforem 1-uortestos, terWo O ciirtito dlA Os aar* dtcímfntos t- dtixar ficar o REVISTA . - 'V - ' U 1 ILUSTRADA' - ua i* GONCALVES 1)1 AS- N' 66. So\>Y*ÀQ Jccmtem consta-nos, ojuc iios.503 (xssicjwrites, nrtco nhctirfo5 peia txcniplar ponctutpilida dc mot Htviltan tio cU* cie. 3mcx ^otkíolot,, vexo o í p« y € cer-tto-J L^m -esplindíol CfvrO n o m t f r o . ;