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$lNNO 6
ANNO
SEMESTRE
de J a n e i r o
,1881.
PROVÍNCIAS
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ANNO
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SEMESTRE
TRIMESTRE
AVULSO
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2
Jllmstraito
M t m t t i í
CHRONICAS FLUMINENSES
Rio, 15 de o u t u b r o .
E foram-se os mil contos cubiçados.
P a r a quem, e se foram englobadamente ou
divididos, é que ainda nào se sabe.
Não vieram para mim, e é o peior.
E u também tinha, como todos, os meus
planos de riqueza instantanea, as minhas
esperanças de fortuna pelo t e l e g r a p h o .
Consola-me porém a ideia de que podia
ter tirado a sorte grande, se possuísse bilhete*
Nào possuindo b i l h e t e s , sem capitaes
compromettidos, diverti-me a ouvir os queixumes d'aquelles que jogaram. Nada era
mais interessante do que ouvil-os, á porta
do Globo, compulsando os números felizes
com os seus números, e :
— Ora pilulas ! por um nove.
. — Mas é realmente caiporismo, nenhum
dos meus algarismos !
— Mas não sahe tres n'esta loteria !
— Por um. . . ! oh ! por u m . . . ! ah !
diabo...
— Isto é impossível... tanto numero acabado em um !
— P a r e c e que não ha oitos no diabo da
machina !
— Nem setes !
— Mas que diabo ! . . . Então não ha seis
na tal machina !
— Nem cincos.
— Qual I a mim é que nunca mais me
pilham !
Breve, a loteria era um jogo indecente,
uma ladroeira do governo, e não fora extraindo nenhum dos dez algarismos, nem 1,
nem 2, nem 3, nem
9. Uma horrível
p a t o t a . . . para quem não foi premiado.
*
*
*
Etincelle, a chronista elegante do Fígaro,
de Paris, escreve estas linhas que me parecem justas :
Dotada chim bom gosto muito seguro em
todas as cousas, a imperatriz do Brazil veste-se maravilhosamente segundo a sua posição e a sua idade. Recebe sempre de Paris as suas modas. A toilette de setim escobiosa realçado de rendas brancas, que ella
vestia na sua ultima recepção em França,
era uma pequena maravilha de elegancia
real.
A sua physionomia desperta tanta sympathia quanto respeito. Os olhos negros,
vivos e encantadores faliam uma linguagem
expressiva. Os seus traços um pouco de. *
masiadamente aquilinos, a sua tez morena
são esclarecidos e ameigados pelo seu sorriso.
Tudo muito justo — a escolha da sua
corte á p a r t e .
*
*
*
Uma festa explendida, a do Lyceu de
artes e offieios para inaugurar as aulas destinadas ao sexo feminino !
•
O Rio de Janeiro estava todo lá.
Eu não podia faltar a esta festa que iniciava com tanto brilho a educação da mulher ; o assumpto era por demais interessante, e o programma feito para a t t r a h i r a
todos. Fui. .
A' primeira porta que encontro a b e r t a :
— Não pode e n t r a r ! diz-me o porteiro.
Ninguém mais respeitador da ordem, do
que eu. Fui bater á outra porta.
A festa começava. Estava-se nos discursos. Ouvi o primeiro, ouvi o segundo, quiz
ouvir o terceiro, impossível ! Ao cabo de
uma hora de loquacidade, o Dr. Rozendo
tinha ainda muito a fallar, sem ter o que
dizer. Havia um ar de desanimo na sala,
ha pouco tão alegre, tão prazenteira; desprendera-se o queixo ao meu visinho de
tanto abrir a bocca ; uns suavam, outros gem i a m . . . O D r . Rozendo fallava s e m p r e !
Os castigos da Inquisição deviam parecer
doces ao lado d^im discurso que bem se
podia dispensar. E o Dr. Rozendo fallava
s e m p r e ! U f l . . . Novo Balthazar, o Dr.
Rozendo podia aífogar-me n'uma chuva de
flores . . . . d e rhetorica ! tratei de fugir.
— Não pode sahir, diz-me o porteiro.
Era o mesmo que me tinha prohibido de
e n t r a r . Dois supplicios, portanto : um orador e um porteiro que obrigavam a gente
a voltar.
Uma festa explendida, grande pelo seu
caracter ; mas trop defleurs de rhèthoriquef
*
*
*
A p r o p o s i t o . d a inauguração das aulas
do Lycêu de artes e offieios para o sexo feminino, muito se tem fallado da mulher.
Fallou-se da mulher, da educação da mulher, do seu papel na sociedade, da sua influencia na família. E os poetas, os litteratos, á porfia disseram tão bellas cousas
d'essa bella metade do genero humano, que
eu nada tenho a accrescentar.
Eu acho mesmo que, em compensação ás
malignidades de que ellas são o alvo constante, se exagerou um pouco o lado bom
do sexo que nos fornece as sogras. Fallouse de liberdades a conquistar, de direitos a
reivendicar.
Cuidado, l e i t o r a ! querem asphyxiar-te
com incenso ; conquista unicamente o homem e terás o melhor quinhão.
*
*
*
— Espera que eu já te vou dizer o que
quero, disse o assassino da rua larga de S .
•Joaquim, a D. Rita.
E foi matal-a.
Nada mais simplesmente horrível, e mais
horrivelmente complicado. Simão é um assassino ou.um doido? matou por malvado, ou
por louco? Deve ir para a Correcção ou para
o Hospital ? Merece ser sentenciado ou curado ?
Estão ahi as questões que já se agitam, e
que o j u r y terá de julgar.Uma nova philosophia não admitte criminosos ; são doentes. R e p u g n a acreditar
na existência de assassinos, e é muito mais
humano assignar uma prescripção do que
uma sentença — o que as vezes dá o mesmo
resultado — Resta porém saber até onde
nos pôde levar esta philosophia, humanitaria tanto quanto quizerem ; mas perigosa, perigosíssima !
*
*
*
X . . . que leva a sua franqueza até a in
solencia, encontra um amigo recem-casado
com uma mulher que não é precisamente
uma Vénus. Pelo contrario.
— Como foste tu casar, o que já é uma asneira, com uma creatura tão feia ?
— E' que a tu não conheces. Luizinha não
é uma belleza, de accordo ; mas que sentimentos, que boas qualidades. . . E' preciso
conhece-la por dentro, meu amigo.
— N este caso, vira-a pelo avesso.
ALTER.
66, Rua de Gonçalves Dias, 66
Eis a nova residencia da Revista lllustrada.
Na rua de Gonçalves Dias, n. 06, a dois
passos da rua do Ouvidor, essa via-lactea do
mundo elegante que já tem as suas memorias e foi cantada n'um poema, nada mais
commodo.
A Revista lllustrada estava muito bem
mas estava longe e muda-se para melhorar,
pois que agora tem agua. gaz e bond á
porta como se diz nos annuncios. Depois
os seus novos visinho» faziam n'isso tanto
e m p e n h o ! O Sr. Seixas Guimarães promettia as malas para a mudança, a Botanical o transporte nos seus bonds,o Sr. Pinto
Vieira os c h a r u t o s . . . Intentou-se mesmo
uma illuminação com discursos analogos ;
m a s o D r . Rozendo, que não perde ensejo,
podia investir com a sua r h e t o r i c a . . . e
fez-se a mudança á capucha o sem amolação.
t D t 8 t a 3 11 u « t r a í> a
Gazetilha
— Não vês, parece feito
sem farinha ?
A redacção da Revista IIlustrada
continua a gosar boa saúde e declara fios seus
assignantes que transferiu o seu escriptorio
para a rua de Gonçalves Dias, onde r e c e berá todas as pessoas que a forem c u m p r i mentar.
3
A cidade da luz
de chocolate
(A KSOOLA )
*
Os Srs. Tamagno e Storti foram premiados com dez contos de reis na loteria
grande.
R.
Queste parole
Vid'io scritte al somno d ? una porta
Dantk. Inf.
Vós que buscaes a senda da esperança ;
Entrae ; aqui ha mundos luminosos
N um ceo, que a mão, por mais pequena alcança 1
*
CHRONICA THEATEAL
E ' hoje o espectáculo em beníicio da dis-
A alma aqui se refaz de ethéreos gózos.
tincta e estimada artista Borghi-Mamo.
Vindes para o paiz da primavéra,
Gemma em embaraço, o chistoso monologo em que a p e q u e n a Gemina se nos
J á sabemos que valiosos mimos vão lhe
apresentou com todas as suas medalhas,
ser oflertados.
como tantas outras peças, foi escripto es*
pecialmente para a gentil bambina. O sefi
Na esquina da rua dos Ourives com a rua
mérito é mesmo o de mostrar até que ponto
de S. José :
I pode chegar o talento artístico da creança
,, E' prohibido ourinar-se a Q u i . "
artista.
Gemma tem n'elle quatro papeis de q u e
Um zeloso da orthographia, vendo aquelfaz a critica com uma habilidade pasmosa
le Q grande entre duas minusculas, e x e uma intuição admiravel. Ora caricatuclama :
rando o drama, ora a tragedia, foi prodi— Q
grande b
!
.
giosa de verdade e de graça. O seu traba*
lho, quando carrega a interpretação da
Pelos Srs. Buschmann & Guimarães foi
Dama das Camélias revela uma penetrapublicada a polka Qne è do lenço ? bella
ção s u r p r e n d e n t e do papel.
composição da Sra. Umbelina Rosa MonFu pouco me tenho occupado da pequeteiro.
na artista.
*
Parece-me que para ella não ha critica.
Segundo duello á comedia.
E' uma excepção, um caso único, um proDois theatros, o Lucinda e o Recreio vão
dígio.
dar breve a mesma peça simultaneamente,
—o—
Marianna, a vivandeira, a Vivandeira do 32,
A primeira edição que tivemos este anno
ou Marianna a vivandeira do 32.
do Guarany, no Pedro Segundo, sahiu er-
Vós, que deixaes os mundos tenebrosos.
Canta-se o Mepkistopheles de Boi to.
*
„ Que braço
!
deve ofTerecer-se a
uma
dama?"
Se fôr canhoto, o direito ; se não, o esquerdo.—
Deve-se tomar sempre a dama pelo lado
Te. F.
fraco.—
S.
rada.
Nãa houve espectáculo q u a r t a - f e i r a .
Esperemos a errata, que a empreza nos
promette para depois d ? amanhã, s e g u n d a feira.
i
A comedia Durante o cerco, que t a n t a
concorrência tem attrahido ao Recreio DraSimplício festejou hontem o seu annimatico, é apenas um p r e t e x t o para uma exversario.
posição do panorama de Paris.
— Quantos anno3, Simplício?
Terminadas as curtas scenas patrióticas
— Faço hoje quarenta e dois incom- j
em que uma couve e a Màrselheza tomou
pletos !
grande parte, deslisa horisoutalmente o
*
pauno do fundo, mosfrando ao espectador
A companhia em que trabalha Gemma
algumas scenas de campanha que se pasCuniberti parte no dia 20 para S. Paulo.
sam nas fortificações exteriores de Paris,
Visitará Campinas, d'onde seguirá para o
ernquanto a orchestra a Marselheza.
A ciRio Grande do Sul.
dade mesmo apenas se avista ; mas 0 que
*
se vê está bem feito.
*
Deante de um retrato a oleo, de tom desmasiado quente, exposto na casa Moncada :
— Que achas !
— Muito appetitoso.
! ! . . .
Que eahireis estrellas redivivas,
Como as que brilham na azulada esphéra.
Almas, das trévas lugubres captivaa,
Abri as vossas azas rutilantes ;
Entrae, bando de pombas fugitivas.
N a s curvas destes porticos gigantes
Haveis de lêr uma inscripção, que alente
Os vossos voos inda vacillantes,
E' aqui o paiz do amor ardente ;
Quem entra, leva um peso aos pés atado,
Como o mergulhador do mar do oriente,
Que sóbe a tona leve e festejado,
E vem de tantas pérolas coberto,
Que nem se lembra do labor passado,
Para encravar um éden no deserto,
Fazer um sol de um monte de granito,
E para ver melhor o céo de perto,
Encostar uma escada no infiuito,
Entrar pela estellifera voragem,
Ser razão o fanal, verdade o inytho.
E armado de tenaz, feroz coragem
Arrazando 08 enigmas na vida,
Cavar nas trévas lúcida p a s s a g e m . . . .
^
A ' isto esta cidade vos convida.
Bravo, tenente !
—
Tanta luz aqui dentro vos espera,
O desempenho foi regular, distinguindose o Sr. Eugénio de Magalhães, a Sra.
Fanny...
ALTER.
Entrae : por mais que a noite em vós se note ;
Tereis um astro á fronte na sahida.
Da cidade moderna é luz o mote,
Que na porta da entrada arde flammeja.
E n t r a e ! a escola é cathedral, igreja,
Hóstia a sciencia, — O Mestre — sacerdote.
Luiz
Delfino
Do m e u caiilienlio
As mulheres que se pintam põem luto
cor de rosa da sua frescura finada.
Os mineiros que extrahem ouro a mil
metros abaixo do nivel do mar, são homens
de baixa extracção.
J
na melhor
o thcxourtivo
ordem
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Viva a tot erice„
jei ojae, na ordem soei
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nesto i mais dividi
alcançar
de ojue a Sorte
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O ÍIle^OíAreJro dois {oterict s
teve LAnioi ^e/J} lembrem cot trnpromover
itmot Saís cr i pça"o entre os Joivovecidas da Sorte .
Acjora i o^ut v o t m o i v e r a
forca
da phílanthropiu
dos ojue orome-tteni rneiO mundo antes de vlndur a rool*.
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Rua do Ouvidor:—via-sacra das mulheres
que leva os maridos ao calvario.
Pensamento de uma solteirona :
Eu sou como a flor do deserto, cujo perfume ninguém ainda respirou.
No escuro, todas as mulheres são iguaes.
A saudade é e t e r n a . . . sobre os tumulos.
Desconfiar sempre das mulheres que clamam contra o decote das outras. 0 decote
é para quem pôde.
3 M K * t r afca
blicação semanal consagrada ao recreio e
Pequena
C1n*onica
interesses domésticos.
— 0 Aspirante, n. 1, anno I, periodico
litterario e artístico, publicado pelos alumnos do Lycêu de artes e officios.
— 0 Pescador, n. 1, anno I, jornal illustrado que se publicará tres vezes por mez.
— Bidletim astronomique et meteorólogique
do imperial Observatório do Rio de Janeiro. E' o numero segundo d'esta util e
importante publicação.
A LTER,
A semana foi fatal.
Um crime na rua larga de São Joaquim,
Um desastre no largo da Carioca,
Um fiasco na rua da Guarda-Velha,
A loteria não deu senão uma sorte grande,
O Dr. Fort ameaça um seu collega,
Muitos discursos na festa do Lycêu de
artes e ofíicios.
E' horrível, o que vae de cousas lamentáveis pela nossa pacifica cidade.
•
Quem se pica, sangra.
t
Consolo-me muito f a c i l m e n t e . . . com os
males dos outros.
JYotas e
impressões
— „ Oh ! Deus me perdoará.
offício.
Eloquente :—o homem qua abusa da sua
facilidadade de fallar para dizer todas as
asneiras que lhe passam pela cabeça.
•
•
•
Parece que vamos ter um duello m e dico.
E' o seu
H.
HEINE.
•
O espirito da mulher é como a vela
acesa, exposta ao vento, a sua luz vacilla
sempre.
BALZAC.
E' realmente importante o papel da mul h e r . . . que cose. Sem ella, andaria tudo
descosido,
•
• • •
A belleza do espirito causa admiração ;
a da alma, e s t i m a ; a do corpo, amor.
FONTENELLE.
K . BRITO.
•
B1BLIOGRAPHTA
•
•
Só as paixões mortas calculam datas. 0
tempo passa perfeitamente despercebido
ao amor.
•
ALTER.
•
Da inauguração das aulas do Lycêu de
artes e officios para o sexo feminino restará
sempre um attestado brilhante, a Polyantheia, publicação commemorativa doesse
acontecimento.
Na Polyantliêa collaboraram quasi todos
os nossos homens conhecidos. E' um álbum
em que desfilam os nossos poetas, os nossos
litteratos, os nossos políticos, os nossos jornalistas, rendendo cada um a sua homenagem ao sexo bello, e nada mais agradavel
do que folhear-lhe as suas bellas paginas.
— Ainda para commemorar o mesmo feliz acontecimento, o Sr. Felix Ferreira collegio algumas notas de vários autores, de
q u e fez uma bella e nitida edição, na typographia H i l d e b r a n d t .
Recebemos ainda :
— Diabo a quatro, n . 1, anno I, jornal illustrado que se publicará ás quartas-feiras.
Faz alegremente o sen programma, está
bem escripto e promette ser um bom companheiro de jornada.
— Archivo das famílias,
n . l , a n n o I, pu-
•
•
•
Quando a tua dor for grande, faze d'ella
um poema.
GOETHE.
•
•
•
•
Como elles dois se amam ! . . . E vão casal-os ! que malvadeza !
D.
•
•
•
JUNIO.
R.
•
•
DA
ROLANDO.
•
O bem é impossível sem a mulher. Ella
regularisa as cousas domesticas, arruina
ou sustenta a casa.
FENELON.
•
•
•
•
E esse pobre conde e conego H e n r i q u e
de Campello, que lá mesmo em Roma, ao
pé do papa, acaba de abjurar ao catholicismo e ás meias roxas, para se filiar ao
protestantismo !
Depois de ter esperado um melhor futuro,
depois de ter inutilmente almejado uma reconciliação ontre a igreja o o estado, separa-se elle também da igreja christã para se
metter n'outra igreja.
Fez-se p r o t e s t a n t e .
Não vejo disso a vantagem. Parece que
é o caso de cantar.
Ce n ' e t a i t pas la peine, a s s u r e m e n t
De changer de g o u v e r n e m e n t .
•
O amor ó mais forte do que a riqueza,
mais fraco porém do que a necessidade.
Quando esta entra pela porta, elle sahe
pela janella.
•
„ A isto não se responde pela imprensa. "
E' pois de outra maneira que tenciona
responder. E' uma ameaça, portanto.
Tratando-se de médicos, eu proporia receitas como armas — Se é duello de morte.
RUMANIA.
•
• • •
O Dr. Fort, que tanto gosta de responder
e discutir, pôz fim á discussão com um seu
collega com esta declaração :
»
O dever só franze o sobr'olho quando
se o evita ; segue-o, elle sorrirá.
•
•
•
Todos tem as suas aventuras amorosas.
Só eu não me dou senão com mulheres
honestas.
K.
BRTO.
•
Conhecem nada mais amolador do que o
discursador ?
Entretanto é a mania de tanta gente que
já se não pôde ir a uma festa, sem ter de
engulir uma meia dúzia de discursos.
— Mas não os ouça. Ninguém o obriga...
— Obriga sim, indirectamente. Eu quero
assistir á festa, e, ou tenho de sahir ou de
aturar os amoladores que abusam da sua facilidade de fallar para repetir todos os lugares communs que tem engatilhados na
memoria.
Oh ! se houvesse a vaccina contra os
discursos...
\
9let> i 8 t a 3 l i II S t r a b a
Está alii um remedio propliylactico que
nào precisava ser obrigatorio.
Veja se e n t r a para o
Lycêo de artes e officios ; se o seu visinho
é exqjiisito, a sua orthographia é demasiado
original.
S R A . FELISBERTO.—
Os discursadores pensam naturalmente
q u e os ouvintes apreciam a sua rhetorica.
Fatal engano !
Nào se agarrassem elles ás festas como
ostras ao casco dos navios, que pregariam
no deserto.
O discurso só tem duas desculpas : ser
obrigado ; ou ser proferido por José Bonifacio.
— N ã o ha que ver, e3tou em maré de caiporismo :
compro bilhete da loteria, branco ; compro bilhete d o
Guarany, branco !
Mas ha felizmente um segundo s o r t e i o .
E u acabo de passar pela rua da G u a r d a - V e l h a ,
onde li com grande satisfação a e r r a t i seguinte :
PELOS THEATROS
„ T h e a t r o P e d r o Segundo, segunda-feira, no
rani/,
Se alguma opera excita realmente o enthusiasmo
dos fluminenses, é por certo o
onde se ouvio o S r .
Gua-
Clodio, ouvir-se-ha
o
Sr. T a m a g n o .
E tudo está bem quando acaba b e m .
Guarani/.
A obra de Carlos Gomes, sendo j á por si uma bella
opera, tem ainda a rara vantagem de vibrar a fibra
^ N ã o é só no lyrico que o publico se d i v e r t e .
patriótica, como opera nacional que é.
Eu não direi de quem se t r a t a .
— Ouviste o discurso do *** ?
— Não, não gosto de ouvil-o.
— M i s leste-o sem duvida ?
O emprezario não se illudira contando sobre ella
para passar uma segunda assignatura.
Foi súbito
feito. C a r b s Gomes quiz q u a t r o contos, deram-se-lhe
— Não ; gosto ainda monos de o ler.
gabei, accusei-me.
recita de sua obra, satisf'Z-se-lhe mais esse desejo —
a r t i s t a " emquanto não é „ u m a a r t i s t a g r a n d e . "
tudo isso telegraphicamente —e a opera foi m o n t a d a ,
N à o se fallava senão do Guarani/...
vam se os lugares a poder de ouro.
PisputaH o u v e quem
desse um bilhete da loteria grande por uma cadeira
de segunda, e muita gente se contentou d'uma entrada nos corredores.
•
meira de sensação, na quarta-feira.
Simplício é pouco largo das mãos.
Uma pobre pede-lhe uma esmola.
Elle, compungido :
Ora, minha pobre velha, o que lhe posso
d a r é tão pouco, que o melhor é não dar
nada.
indispõe. O S r . T a m a g n o que devia sentir una
forza
sentiu apenas uma laryngite que o prohibio
Um adorador do vinho calie d um segundo andar.
Dão-lhe depressa um copo d'agua.
Elle, repellindo o copo :
— De que andar é preciso então cahir,
para t e r direito a lyn copo de vinho ?
EGO.
mente. N a manifestação escripta de que ella acaba d e
ser alvo, todos começaram : „ E u vi G e m m a Cuniberti..
A p e z a r de não ter collaborado na gemmada, eu
também vi Gemma Cuniberti.
de graça e n aturalidade nos q u a t r o papeis de q u e ella
Estava encantadora
e brilhante
de
medalhas de todos os paizes, da Italia, da H e s p a n h a ,
de P o r t a g a l , do Chile, do México, d o . . . .
Só não tinha nenhuma do Brazil.
de í a n t a r .
Che fure?...
Transferir o espectáculo ? addiar a
A sala do l y r i c o . . .
representação ?
Os acontecimentos não se addiam. E o Sr. F e r r a r i ,
?
Cuniberti tem sido muito vista u l t i m a -
faz a critica.
Mas a i ! infelizmente o emprezario dispõe e o tenor
indómita,
Gemma
„ uma g r a n d e
Yi-a, quinta-feira, Gemma em embaraço, admiraael
T u d o augurava um successo explendido, uma pri•
Os amantes da arte consolaram-se do grande T a magno, admirando a pequena G e m m a
»
No corredor do theatro lyrico :
*
— Então o Sr. foi gabar-se de que eu. . .
— Perdão, minha senhora, eu não me
uma bella representação no S a n t ' A n n a .
os seus direitos de autor querido ; quiz mais uma
os papeis destribuido3 e o espectáculo annunciado.
•
N a falta d'um successo no P e d r o Segundo, tivemos
Quasi não tive tempo de observal-a;
mas ainda
entendendo que quem não tem cão canta com gato,
assim notei que não era a mesma das primeiras ou
arriscou
das grandes representações.
uma substituição
do S r .
Tamagno
pelo
Sr. Clodio que os assignantes não quizeram supportar.
D'ahi pateada.
H a v i a sensíveis lacunas.
Ella não estava lá, ella, o centro do systema mun-
Uma pateada monstro, como não ha exemplo nos
dano-planetario,
aquella que excede a todas
como
annaes do t h e a t r o lyrico. Os nossos dilettantes, em
Diana de Homero.
geral t ã o benevolos, batiam com os pés, com as ben-
les dois grandes negros, capazes de tornar o universo
galas, com as cabeças, assobiavam, gritavam, recla-
idolatra, e mesmo nas cadeiras havia substituições
m a v a m . . . U m dia de juizo, ou uma noite de con-
bem dispensáveis.
demnação para o S r . F e r r a r i .
N ã o brilhavam também
aquel-
Seria pre3entimento ?
A Sra. Borghi Mamo estava em scena dizia :
Livro da poria
D . JUNÍO.
• Mio Salvatore...
Addio...
SR. TE. F . S. — Tem graça, sim, S r . , bem
respondido ; mas chegou tarde, a secção
está fechada. Por isso vai transcripto na
Gazetilha.
ao S r . Clodio,quando o publico, por isso mesmo que
apaixonado da sua opera, cioso da sua gloria, despedio o d'uma vez.
A correspondência e reclama-
Eu não discutirei aqui se o publico teve razão, se o
ções deverão ser dirigidas de hoje
Sr. Clodio claudicou no seu p a p e l . . .
?
inútil,
não lemos nada que passa de tres tiras. 1
Falta-nos tempo para perde-lo.
S R S . F E L I S B E R T O S . . . E OUTROS.—E
A V I S O
A pateada é um direito que se compra ao e n t r a r :
mas como deve ser duro de exercel-o.esse direito ! Que
mar de angustias na s c e n a ! que oceano de lagrimas !
T u d o c h o r a v a ; chorava a empreza , choravam
os
em diante para a rua de GON"|. ÇALVES DIAS n. 66, I o
ANDAR.
artistas....
Versos á prima, hein, Don
J u a n ! Dirija-se a ella pelo correio ou pelos
apedidos das folhas serias que são os Mercurios dos namorados.
SR. JUCA.—
— Felizmente eu sei nadar, disse uma corista.
A
Administração.
A ' s a h i d a , suspenso o espectáculo, da turba-multa
dos queixosos que se atropellavam, um dizia lamentando-se :
Typ. Hildebrandt,
r. d*Ajuda 31.
.VfãÈi
Aotietr oiu ckuva,. a
daj aulas para o Jtxo jtmiriino oUvcims
O yiosso {apis decla s
ra-St mcompc tente
obstrvoiroc que v'<o com prattr
o Sr lhe*
thencourt dtixar casacoí e cownutvieleis
em
para apresentasse mo dts tot men
A "Revista ri a o deixara.
no txercicio de suas -Micções dt director,
o tueeo
yn.cn samtntt co)tc orrioía. Jôi a festci
v<* iilustrar tamanho director
todavia cÁde
felicitaroc/tH,
o Aiejnò
bcxí>l<nlían(?lo cxi o r d e m precisas parcL o tom
cellenfc dispôs) coío dots novns
-niais acjradavti t cx de mpóor impor*
*cor?ticim*r>to.
orneiam «rifo otou cíu/ffj.
(Avieis t
kotnciot cjuc o povo Huminenst podia dere/ar.
^
V»
1%
tylpois oit termos percorrido as vastas i
<xtMtníts salas db fycio, entrámos
purct
0 Jch 1 ctó Uo Concerto, e c*h«, horror.' vimos
o poeta officioit da Sociedade, Propagador a,
dt discursos,\sloí,At
JSellas Artes, cacctcar
o publico com um tremendo discurso Ofuc nos
ftf fuyir espavoridos \ I
c
A mania, oío lUustre poeta jo, t conheci pia; tnolo serve olt
Gssc ducurso> ow coifei,
ííjc* estopadot. foi p*i =
prtUxto par* oiti tur versos t discursos,
lò^ptitados,
ca.z
blicado no dia. seauin:
S a mentos, interros, J jantoircs, feitas, *tc má o e,s Cafr>&im. a.
YYI
te ptl*''(jflut*: Ocupou6
YiVtt^Umusct*
Columnas! £ no\Ave quem o
aquentara !
V I
' t• .
A\t wdimo
doente;
eltc,
paloi doi coima,
tnj-iOL
«S coilcois veste a casaca,
c o r v * , vo^,
teliphoiia-it.
M
i-f
c c t p r e s t n f a s e . Conto
y m f e s t a
•.
'ntetnotj recitando
versos,
Wço ojyAclrcteioXt^'™*^
0 orwt
<7ipooj utntavffC7c*m bem nao
kouvt
0 poéta tra a Uifficui olad t nadrtiita. ojuctao aca-.
bro>iM7ic'fCi <?íoí exo, Como corotf^o.,
bar de rtcifai as tati
'paixão, W"olacaò,cte.
'
tarjasse de
dentro doi bastidores
um
colos?vil
u[ !
Os CXYtj5t(7iJ olroiywattcoi nexo tKt
íliitov», 5 l o s s i ,
Potídclini.
TcijcrO e ultimamente
d pobre
Cunibirtl,
tiveram
^t ectktç^ motrtcU*ci»
pelo Urrivcí poeta ojuc encai x o*\\ics
à j-òrc* chapai cm verso joortuejue.^ joarot v c c i t a v .
Todavia, e -orcoso
confessar
ojue o i Ilustre poeta.
Jioitndo
c
dos mais otrolentesj [ecun
dos t votcanicos
da
terra
oie 0$.* Crut- Os ótus versos soto
muito oLprtcio*.olos .
o nas^ir^iíio
poeta
se
lembrar
tie vir agradecer
esiti hotcos
ele.
cjios, ptdirnos-lhc
por
piedaole.
Ojue n p i o d e i t e discurso
COmbvi.
1
olo.
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Ano6-n.269-1881 (com OCR)