Cirurgia Pediátrica e a
Prática Ambulatorial
Programa de Residência médica em
Pediatria – HRAS/HMIB - 2013
www.paulomargotto.com.br
Brasília, 12 de abril de 2013
Anomalias da posição do testículo
Anomalias da posição do testículo

Criptorquia  o testículo cessa sua migração para a bolsa
escrotal
– encontra-se no trajeto embrionário

Ectopia  o testículo deixa o seu trajeto antes de penetrar na
bolsa
– encontra-se: no subcutâneo, na raiz na coxa, no períneo ...

Testículo retrátil  pode ser facilmente levado ao fundo da
bolsa
Anomalias da posição do testículo
Anomalias da posição do testículo
diagnóstico clínico
 palpação bilateral - avaliação genital
 localização do testículo no trajeto
 testículo impalpável?
 criptorquia bilateral:
cuidado!na associação
com hipospádia 
avaliação genética

Anomalias da posição do
testículo: tratamento





Criptorquia: orquidopexia
em torno de 1 ano de idade
obrigatoriamente antes de 2 anos
Testículo retrátil  acompanhamento clínico
uso de gonadotrofina coriônica
Escroto agudo
Escroto agudo

caracterizado por dor, edema, eritema do escroto,
iniciados abruptamente

o diagnóstico precoce é fundamental:

torção do testículo
torção da hidátide de Morgagni
orquite
epididimite
outros




Escroto agudo
Torção do
testículo
Torção de
hidátide
Epididimite
Comum
Orquite
(sarampo)
Edema
idiopático
Incomum
Muito
comum
Raro
Incomum
Pico:
13 a 16 anos
Pico:
11 anos
0-6 meses
Após a
puberdade
0-5 anos
Escroto agudo
Fimose

embriologia e desenvolvimento pós-natal do prepúcio
conceito de fimose
excesso de prepúcio
cisto de esmegma
balanopostite

parafimose




Fimose



Circuncisão: ritual x indicação médica
Indicação médica para o tratamento:
– balanopostite
– parafimose
– impossibilidade de retração do prepúcio após os 5
anos de idade
Tratamentos: uso de corticóides e postectomia
Hipospádias
Hipospádia
malformação congênita
da uretra
 meato uretral em posição ventral
 pode estar associada a:
– estenose do meato uretral
– encurvamento peniano, torção da haste
 diagnóstico diferencial:
– genitália ambigua/intersexo
– encurvamento peniano sem hipospádia

EPIDEMIOLOGIA
Etiologia desconhecida
 Incidência aproximada 3:1000
 Distribuição racial: maior incidência nas
populações mediterrâneas.
 Aumento da incidência nos últimos 30
anos.

EPIDEMIOLOGIA

Fatores implicados:
– insuficiência androgênica;
– desordens genéticas;
– insuficiência placentária;
– possíveis fatores ambientais como
estrogenóides, fertilizantes, pesticidas ...
– alterações ou insuficiência de fatores de
crescimento locais.
Objetivos da correção






Corrigir a curvatura
Criar uma nova uretra
Criar um meato com aspecto próximo do
normal
(Obter um jato urinário único, sem esforço e
para frente.)
Plástica da bolsa escrotal
Adequada cobertura da pele com a
preservação dos pontos anatômicos
compatíveis ou próximos da normalidade.
Indicação cirúrgica
Idade ótima: 6 meses; antes dos dois
anos.
 Quando necessário: segunda operação
6 meses após a primeira.
 Regime: cirurgia ambulatorial ou
internação de 1 dia.

– Uso de bloqueio caudal na anestesia
– Uso de cateteres biocompatíveis macios.
Mathieu
Thiersch-Duplay
TIP
Hérnia umbilical
Incidência  1 em 5 crianças (21%)
 maior na raça negra
84% das com peso entre 1000 e 1500g
 saco herniário: peritônio aderido à pele

Hérnia umbilical
Hérnia umbilical:

Percentagem de crianças que irá necessitar
de operação conforme o diâmetro do anel
umbilical:
– <0,5cm  42%
– 0,5 a 1,5 cm  60%
– >1,5 cm  84%
Hérnia umbilical:
quando operar?
Indicação operatória:
defeito que não está fechando

– menino ou menina?
– aspecto do anel ao exame

idade satisfatória para indicação: 3 anos
Hérnia supra-umbilical
defeito junto da cicatriz umbilical
(superior)
 orifício em fenda
 nunca se fecha espontaneamente
 corrigido cirurgicamente como a hérnia
umbilical
 indicação operatória: ao diagnóstico

Hérnia
epigástrica
defeito da linha alba
 única ou multiplas
 pequena: orifício < que 0,5cm
 nunca se fecha espontaneamente


indicação operatória: ao diagnóstico
Outras afecções do umbigo
Granuloma umbilical
 Persistência do ducto ônfalomesentérico
 Divertículo de Meckel
 Persistência do úraco
 Onfalite

Outras afecções do umbigo
Outras afecções do umbigo
Outras afecções do umbigo
Outras afecções do umbigo
Outras afecções do umbigo
Higroma





Malformação congênita dos vasos linfáticos
é mais de cem vezes mais comum na menina
80 a 90% dos casos se manifestam até o
segundo ano de vida
em 90% dos casos está localizado no trígono
cervical posterior esquerdo
tratamento: cirúrgico *
Higroma
Higroma
Cistos e fístulas cervicais

Anomalias do sistema branquial:
– cistos, fístulas, seios, remanescentes
cartilaginosos e apêndices cutâneos
Persistência do ducto tireoglosso
 Cistos dermóides e teratoma
 Higromas
 Outros

Remanescentes branquiais
Anomalias da primeira fenda branquial
 lesões raras: 1 a 8% dos casos
– aplasia, atresia, estenose do meato acústico
externo
– fístula do conduto auditivo à região submandibular
– apêndices e seios auriculares *

lesões com relação anatômica com o nervo
facial (!)
Remanescentes branquiais
Anomalias da segunda fenda branquial
 lesões relativamente comuns
 mais comuns à esquerda
 bilaterais em 10 a 30 % dos casos
 fístulas, seios ou cistos: trajeto que vai
da fossa tonsilar à borda anterior do
esternocleidomastóideo
 tratamento: excisão cirúrgica
Persistência do ducto
tireoglosso: cisto tireoglosso
Persistência parcial ou total do ducto
tireoglosso  cisto tireoglosso
 massa cervical congênita mais comum
na infância
 indidência semelhante entre os sexos
 em geral o diagnóstico é feito nas duas
primeiras décadas de vida

Cisto tireoglosso
Apresentação: tumor cístico palpável na
linha média do pescoço
 Móvel à deglutição
 Pode manifestar-se como abscesso,
com fistulização secundária
 Há possibilidade de degeneração
malígna

Cisto tireoglosso

Diagnóstico diferencial:
– tireóide ectópica: incidência de 1 a 2%
– cisto dermóide

Conduta:
– cintilografia da tireóide
– drenagem dos casos abscedados
– operação de Sistrunk: ressecção do trajeto do
cisto até a base da lingua e da porção média do
osso hióide
Cisto dermóide e teratoma


São lesões relativamente pouco comuns
Cisto dermóide: composto de tecidos
endodérmicos e ectodérmicos
– superficial e benígno
– não se move à deglutição

Teratoma: incidência < 1:20.000;
– contém os três folhetos embrionários
– chance de malignização de até 90%
Torcicolo congênito
Tumor cervical que aparece entre a 2ª e 3ª
semanas de vida
 Edema do músculo esternocleidomastóideo
 Lesão inicialmente dolorosa e restritiva
 História natural: regressão do edema e fibrose
do músculo
 Tratamento: clínico / cirúrgico
 Prognóstico: cura em 80% dos casos

Rânula
tumor cístico (pseudocístico) do
assoalho da boca
 causada pela obstrução do ducto da
glândula sublingual
 pode atingir dimensões maiores
 tratamento: cirúrgico 
marsupialização

Adenomegalias cervicais
história clínica completa
foco infeccioso
tratar
+  tratar
sem foco infeccioso
pesquisa de viroses e
tuberculose
-  pesquisa de neoplasia
(biópsia)
Adenomegalias cervicais

infecciosa:
– bacteriana
– viral
– fúngica
– parasitária
neoplásica (primária ou metastática)
 artrite reumatóide
 doenças de depósito

Referências





TUBINO,P.; ALVES,E. - Anomalias da parede
anterior. Cadernos de cirurgia pediátrica,
fasc.4. Ed. UnB.
O’NEILL JR.,J.A - Pediatric Surgery vol.2,
págs. 1029 - 1110,5ª edição, 1998.
NETTER,F.H. - The Ciba collection of medical
illustrations, Atlas of human anatomy.
Summit, NJ,17ªed., 1994
MAKSOUD,J.G. - Cirurgia pediátrica. págs.
674 a 710, Revinter, 1998
TESTUT, L.; JACOB, O - Tratado de anatomía
topográfica, 8ªed., Salvat 1975
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operação na criança - Paulo Roberto Margotto