UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
ARTETERAPIA : UM ELEMENTO FACILITADOR PARA
GRUPOS TERAPÊUTICOS INFANTIS.
Por: Maria Soledad Cubeiro Lagares Franco
Orientador
Prof. Fabiane Muniz
Rio de Janeiro
2010
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
ARTETERAPIA : UM ELEMENTO FACILITADOR PARA
GRUPOS TERAPÊUTICOS INFANTIS
Apresentação
Candido
de
Mendes
monografia
como
à
requisito
Universidade
parcial
para
obtenção do grau de especialista em Arteterapia em
Saúde e Educação Por: .Maria Soledad Cubeiro
Lagares Franco.
3
AGRADECIMENTOS
Aos meus pequenos pacientes que
tanto me ensinaram e aos seus pais
pelo voto de confiança, a pela Polícia
Militar do Estado do Rio de Janeiro que
me proporcionou esta experiência e
aos meus colegas de trabalho que
tanto me apoiaram na realização deste
trabalho.
4
DEDICATÓRIA
Ao meu querido pai que sempre me
incentivou
a
estudar,
a
minha
inesquecível mãe (in memorium) pois foi
por ela que busquei a minha carreira , ao
amor da minha vida (meu marido) por
estar
sempre
ao
meu
lado
incondicionalmente, às minhas amadas
irmãs,
e ao meu tesouro maior meus
filhos que compreenderam e aceitaram
abrir mão dos sábados para que eu
pudesse estudar,.......
5
RESUMO
Este trabalho tem como proposta de estudo falar da arteterapia como uma
ferramenta de trabalho com grupo de crianças. Expondo não só a importância,
mas como é observada no seu cotidiano terapêutico e como a criança
responde não só ao ferramental oferecido através dos materiais plásticos,bem
como esta lida com o grupo e suas questões.
O propósito e expor que mesmo quando se trata de grupos
a Arteterapia
atinge os seus propósitos de auto realização e auto conhecimento do sujeito
no processo terapêutico.
6
METODOLOGIA
Este foi estudado a partir de observações de trabalhos produzidos nos
grupos terapêuticos. Que são compostos por dependentes (menores) de
Policiais Militares. Os GTPs (grupos terapêuticos) são realizados dentro da
própria Instituição.(Academia de Polícia Militar D. João VI). Estando ele todo
justificado através de bibliografia específica, objetivando maior fundamentação
do trabalho realizado
Para melhor aproveitamento e ilustração deste trabalho foi solicitado aos
responsáveis autorização, de uso do material produzido para usufruto em
pesquisas/trabalhos de cunho Acadêmico. Estando em acordo com Artigo 9º e
16º do Código de Ética Profissional do Psicólogo de Agosto de 2005. Sendo
possível uma melhor ilustração através de
fotografias de alguns trabalhos
produzidos nos GTPs e relatos não identificados .
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
08
CAPÍTULO I – Arteterapia um instrumento facilitador
10
no processo terapêutico com crianças
CAPÍTULO II - O grupo com crianças e suas implicações
15
CAPÍTULO III - Arteterapia um elo com o "fazer
19
arte" da criança".
CONCLUSÃO
21
BIBLIOGRAFIA
34
ANEXOS
22
ÍNDICE
36
FOLHA DE AVALIAÇÃO
38
8
INTRODUÇÃO
“ A arte possui a virtude de aliviar a espécie humana, e por extensão, toda a
vida deste planeta da violência , da insensibilidade, do absurdo, da loucura e
da miséria, em suas múltiplas e variadas formas” (Trinca,1988,p.9)
O tema a ser pesquisado
desta monografia é Arteterapia: um elemento
facilitador para grupos terapêuticos infantis. Que tem como questão central o
trabalho da Arteterapia como facilitadora do processo de percepção individual
da criança dentro de um enfoque grupal.
O tema sugerido é de fundamental importância pois, dentro da área atuação
como psicóloga foi percebido um aumento significativo da demanda para
atendimentos com crianças, o que gerou a necessidade de ampliar o número
dos mesmos. Com o objetivo de atender esta demanda, foram iniciados os
GTPs (Grupos Terapêuticos), objetivando proporcionar a socialização e
interação entre pais e pacientes. Sendo bem aceita, uma vez que, viabilizou o
acesso de mais crianças, além de evoluir do enfoque individual para o grupal.
No entanto, foi necessária uma abordagem mais dinâmica que ao mesmo
tempo,
suprisse
todos
esses
psiquismos
juntos.
A
descoberta
da
ARTETERAPIA proporcionou um enfoque mais dinâmico daquele que vinha
sendo realizado.Pois além do potencial terapêutica esta assume uma função
social. O que veio a somar com a proposta dos grupos terapêuticos.
“A experiência do trabalho com arteterapia proporciona a possibilidade de
reconstrução e de integração de uma personalidade.” (Urrutigaray,2008p:18)
Portanto, este trabalho tem como objetivos: proporcionar através da exploração
de materiais plásticos, entre outros, a percepção de si e do mundo que o
cerca. Liberando energias psíquicas, até então, de difícil acesso pelo processo
de verbalização. Além de identificar através de materiais plásticos o processo
9
de percepção sujeito e do grupo; demonstrar a importância do manuseio
destes materiais para um processo terapêutico e analisar a implicação destes
materiais na percepção do sujeito e do grupo.
10
CAPÍTULO I
ARTETERAPIA UM INSTRUMENTO FACILITADOR NO
PROCESSO TERAPÊUTICO COM CRIANÇAS
“Percebi que o simples ato de riscar um papel tem um sentido e
descobri que em meus desenhos algumas verdades que o meu pensamento
discursivo tinha sido incapaz de captar. Era como se tecessem para mim, em
fios muito finos a própria trama do simbólico.(Pereira, 1976,p.9)
Arte é a capacidade humana de criação e sua utilização com vistas a certo
resultado, obtido por diferentes meios. (Aurélio,2008,p91).
Terapia põe em prática os meios adequados para aliviar ou curar os doentes.
(Aurélio,2008,p468).
A arte está diretamente ligada à ação de expressar um pensamento,uma idéia,
um sentimento e até mesmo uma fantasia.
Enquanto a terapia é o fazer algo pelo bem estar bio psíquico e social do
sujeito. O encontro destes fazeres nos remete a um trabalho genuinamente
expressivo.
Sabemos que desde os primórdios o homem sempre buscou através da arte
uma maneira de expressar de comunicar e de entender a sua própria
existência. Esta forma de expressão é também
um registro vivo de sua
existência nas várias etapas de evolução do nosso planeta. Através de
artefatos, escritas conseguimos entender um pouco das nossas origens e
como este homem procurou se expressar.
Segundo Liomar Quinto de Andrade (1997) Arteterapia pode ser entendida
como “A expressividade ou arte
passa a ser um instrumento, técnico e
conceptual, de um método de trabalho, ao combinar o fazer arte, e expressarse, o uso de materiais plásticos e outras formas de expressão a um objetivo
educacional ou terapêutico. As artes terapias e as terapias expressivas
11
procuram juntar essas duas atividades, ou seja, o fazer arte enquanto
expressão humana e o fazer terapia.”
Para Maria Cristina Urrutigaray (2008) Arteterapia surge revestida de um valor
técnico visando, através da mediação de instrumentos plásticos, a expressão
ou comunicação de representações como as fantasias e sentimentos.
Viabilizando a liberação de energias psíquicas, pois através da expressão e
criação o sujeito consegue visualizar o que, até então, não conseguia nomeálo. Pois estas imagens se começam a se manifestar de forma dinâmica.
O sujeito vivencia a criação do seu trabalho ao mesmo tempo em que
experimenta sentimentos, afetos e idéias desconhecidos até aqui.
Os materiais plásticos emprestam o sujeito a sua permeabilidade, elasticidade
e até mesmo rigidez , a fim de que este entre em contato e de alguma maneira
visualize esses conteúdos .
Para Maria Cristina Urrutigaray (2008) A Arte se converte em um elemento
facilitador ao acesso do universo imaginário e simbólico, permitindo o
desenvolvimento de potencialidades latentes ou rituais, bem como o
conhecimento de si mesmo.
1.1 - O Terapeuta como facilitador
O terapeuta neste contexto assume o papel de facilitador por trazer as várias
possibilidades de materiais a serem explorados, experimentados e conduzidos.
Ao mesmo tempo assume o papel de mediador de afetos que são transferidos,
através da criação do sujeito.Ele é o condutor dos caminhos desconhecidos
que serão trilhados no decorrer do processo terapêutico.
Trabalhar com Arteterapia nos leva a refletir sobre o papel do terapeuta neste
processo. Fazendo uma pequena analogia é como um filme a ser produzido,
o terapeuta fosse o direto, a criança o ator principal fosse a criança e o seu
mundo interior o enredo. O diretor amplia, estimula e dá ferramentas para que
o ator possa expressar cada vez mais os seus sentimentos dentro daquele
enredo.
12
Este deve realmente gostar de crianças, pois é fundamental estar
interado desse mundo, das fantasias, idéias e até mesmo seus medos. Para
que a relação de confiança seja plenamente estabelecida. Trabalhar com
crianças não só exige do terapeuta o conhecimento específico sobre o
desenvolvimento infantil, mas é preciso gostar de crianças, se envolver entrar
no mundo delas sem receios. Compreendendo verdadeiramente as angústias
e incertezas que assolam esta fase da vida.
Esta relação deve sempre ser próxima e acolhedora, pois esta relação
acontece a partir do momento que a confiança mútua é estabelecida.
O terapeuta é o promotor das emoções é quem vai proporcionar as
experimentações. É quem irá trazer as surpresas do dia. È quem provoca
todos aqueles conteúdos latentes que muitas das vezes a criança não percebia
que tinha.
É muito importante que não haja um julgamento estético estabelecido desta
expressividade, pois a criança traz aquilo que há de mais autêntico dentro de si
e o terapeuta neste momento deve ser o seu maior incentivador para que
essas produções realmente aconteçam.
1.2 - A Criança e que o processo terapêutico
A criança por si só é um instrumento expressivo, pois o seu fazer arte,
o que os adultos rotulam como arteiro está ligado a necessidade que a criança
tem de expressar algo que não sabe ao certo como colocar para fora. Pois
esta não alcança ainda, um vocabulário complexo para falar de suas emoções
ela tão somente consegue expressar através de seu próprio corpo.
Pois quando chegamos á vida adulta, nos esquecemos da criança que
fomos e começamos a impor barreiras que nos limitam essa visão mais plena
do mundo interior.
È importante não desconsiderarmos o sofrimento infantil, pois a
criança traz consigo angústias e idéias que devem ser respeitadas como as de
13
um adulto. Pois o que para nós pode ser um motivo fútil, para a criança pode
ser a representação do seu sofrimento psíquico.
A criança, ao contrário do adulto não mascara seus afetos,
simplesmente os expressa, o que muito desagrada aos seus pais.
A brincar esta de alguma maneira traz conteúdos significativos do seu
mundo interior que devem ser trabalhados e conduzidos pelo terapeuta de
maneira que a criança consiga perceber que aquilo que surgiu é dela. E que
esta, assim como o material, pode também se transformar para lidar com as
dificuldades que surgem.
1.3 – Implicação da família no processo terapêutico
A família é um elo fundamental, pois está implicada diretamente no processo
terapêutico da criança, uma vez que esta é quem sinaliza o sintoma. A família
procura o terapeuta para melhor compreender o que está se passando.
Segundo Violet Oaklander (1980)...muitas das vezes a criança é o bode
expiatório de uma família insana, mas isto não a diminui como pessoa em si.
Às vezes os pais resolvem apontar um certo filho como fonte de um problema,
porque está tornando a vida deles desconfortável.
Sabemos que muitas das vezes a criança é o sintoma da doença da família,
pois se algo não vai bem ela é quem manifestará as Violet Oaklander (1980)
diz ainda que o simples fato da criança ter sido escolhida como problema e de
ter feito algo para chamar atenção sobre si mesma, indica que precisa de uma
oportunidade para adquirir alguma sustentação por si só.
Quando se faz terapia com a criança estamos indiretamente cuidando da
família. O grau de saúde e bem estar que atingir estará diretamente ligado ao
nível de comprometimento da família, ou seja, quanto mais a criança aprende
a lidar com o seu núcleo familiar sinalizando a doença. E quando a família se
dá conta ou esta procura viabilizar o trabalho do terapeuta ou há um boicote
velado para que aos poucos haja uma desistência do tratamento.
14
Os pais precisam ver seus filhos como um ser humano separado com seus
próprios desejos, anseios e sonhos e acima de tudo respeitar os seus direitos.
15
CAPÍTULO II
O GRUPO COM CRIANÇAS E SUAS IMPLICAÇÕES
Trabalhar em grupo com Arteterapia viabiliza tanto os objetivos
individuais quanto sociais, pois ela vai de encontro com ambas
necessidades.
A criança é dotada de uma curiosidade inerente e de um desejo de
exploração de novos ambientes, o que viabiliza trabalhar com grupos de
crianças. Mas cabe dizer que a proposta terapêutica deve ser muito clara e
específica para que não se torne um verdadeiro caos.
1.1- Trabalhando com grupos de crianças
Segundo Violet Oaklander (1980)...Os grupo têm a vantagem de ser uma
espécie de mundinho ilhado no qual o comportamento presente pode ser
experenciado e novos comportamentos experimentados.
Nos grupos terapêuticos há possibilidades amplas de dividir com outras
crianças angústias e medos que são muito particulares, mas que ao mesmo
tempo todos compreendem e partilham das mesmas coisas. Há uma
solidariedade e compreensão mútua. A habilidade do terapeuta está em
conduzir e reunir de forma harmoniosa todos esses psiquismos juntos. Pois
segundo Violet Oaklander (1980)... O trabalho de grupo é a situação ideal
para crianças que precisem praticar suas habilidades contactuais.É natural
para a maioria das crianças procurar outras crianças.
À medida que a criança entra em um grupo terapêutico ela começa a ser
inquirida pelas outras e aceita . Assim os elos de amizade e solidariedade
vão acontecendo, aquelas mais tímidas e arredias aos poucos vão cedendo
aos apelos do grupo assim como se interessando pelas propostas das
atividades e questões a serem discutidas.
Segundo Violet Oaklander (1980)...Ao oferecer um palco para aquelas que
têm dificuldade em se relacionar com seus pares estamos ajudando-as a
que esteja descobrir e elaborar o que quer que esteja bloqueando este
processo natural.
16
Há não só uma relação de amizade, mas de compromisso e respeito de
umas com as outras, pois tudo que é falado exposto permanece ali no
grupo.
É observado muitas vezes, que os pais questionam a criança a fim de saber
o que tanto se faz e se fala. Para isso é aberto um espaço para os pais
também falarem em grupo sobre suas expectativas. Mas deve ficar bem
claro que cada um tem o seu próprio espaço. A própria criança dá este
limite aos pais.
Esta é a resposta que se obtém quando a criança faz o reconhecimento do
espaço terapêutico. A partir deste o vínculo de confiança se estabelece com
o grupo e com o terapeuta.
Segundo Violet Oaklander (1980)...O terapeuta precisa estar continuamente
alerta e cônscio de cada criança. Se uma criança está visivelmente
aborrecida ou magoada, o terapeuta deve ser capaz de aperceber-se disto.
é essencial que grupo seja um lugar em que as crianças possam confiar, e
no qual na que machuque qualquer criança fique em branco ao terapeuta.
O terapeuta deve estabelecer uma relação e confiança com a criança e
deve saber da história pregressa de cada uma, pois cada história no
decorrer no processo virá à tona. Este deve estar preparado para acolher e
dar a criança confiança necessária para que fale o que e como está se
sentindo.
1.2- O grupo como um espaço de crescimento individual
Segundo Violet Oaklander (1980)...O processo de grupo é o aspecto mais
valioso do trabalho grupal com as crianças. A forma como elas se
experenciam mutuamente, e como reagem e se relacionam umas com as
outras na terapia de grupo, é algo que revela abertamente as suas relações
interpessoais de modo geral.
O grupo terapêutico assume uma
função socializadora, mas ao mesmo
tempo lança questões que levam criança a refletir sobre o seu pequeno
mundo. È como se o grupo utilizasse uma grande lupa, pois aqueles afetos,
medos, fantasias e angústias que estariam escondidos no mundinho de
cada um, fica mais claro e seguro, pois não há a sensação da exposição ou
17
do vexame, mas há o desejo de falar tudo que incomoda, que muitas das
vezes não concordam com os seus pais e que gostariam que fosse
diferente. Daí parte-se para uma reflexão individual de como cada pode e
deve mudar. Todos falam, trocam e se divertem com as estórias.
O mais importante é que no grupo a criança se sinta um indivíduo fortalecido
e seguro.
1.3 - O
grupo no processo de tomada de consciência da
criança
Segundo Violet Oaklander (1980)...O grupo é um lugar para a criança tomar
consciência de como interage com outras crianças, para aprender a assumir
responsabilidade pelo que faz, e para experimentar comportamentos novos.
Além disso, toda criança precisa de contato com outras crianças, para saber
que as outras têm sentimentos e problemas semelhantes.
À medida que a criança participa do grupo e vão se passando as sessões,
percebe-se que
suas colocações e reflexões vão se tornando mais
conscientes. Há uma nítida percepção do seu amadurecimento psíquico. Uma
vez que já traz consigo questões mais claras e seguras. Esta começa a se
sentir mais à vontade consigo e com as outras e o tempo dedicado à terapia
torna-se parte integrante de sua vida.
Esta começa a trazer questões do seu cotidiano para dividir e ouvir o que os
colegas têm para dizer, não tem mais o medo da exposição.
Inicia uma nova etapa no processo terapêutico, pois tudo está mais claro a sua
volta.
Segundo Maria Cristina Urrutigaray (2008)Esta diversidade de sentimentos
provoca o estado de coesão necessário para a análise de situações grupais e
de mudanças nas atitudes sociais. Propicia-se um clima de experimentação
18
lúdica... que vão indicando o alcance do caminhar individual em direção de
uma autoconsciência...
19
CAPÍTULO III
ARTETERAPIA UM ELO COM O “FAZER ARTE” DA
CRIANÇA
Utilizamos várias maneiras de expressar e de representar sentimentos,
fantasias e idéias, todas imbuídas de uma representação através da arte. Creio
que a ARTE possa ser a forma mais genuína do ser humano representar suas
fantasias. Seja através
da dança, da música, da literatura, do teatro e de
artefatos produzidos através dos materiais plásticos.
1.1- Arteterapia como elo no trabalho terapêutico
Segundo Maria Cristina Urrutigaray (2008) Fazer arte num sentido literal
envolve vários níveis humanos como o sensório-motor, o emocional, o
cognitivo e o intuitivo. Através da atividade com arte o sujeito transforma a
realidade e a si mesmo, promovendo o desabrochar da percepção, da
organização e a ordenação de seu pensamento, possibilitando a compreensão
do momento circunstancial, bem como da dimensão de si mesmo.
Através da arte a criança se permite, o que reforça os seus aspectos mais
saudáveis, se abrindo para a sensibilidade viabilizando um processo de
transformação pessoal, objetivando o autoconhecimento.
O contato com os diversos materiais como lápis,canetas hidrográficas, lápis de
cera, pastel oleoso e seco, tintas,massa de modelar, argila sucatas e colagem.
Além de ler, encenar, interpretar fábulas, tudo está dentro do contexto artístico,
mas não abrindo mão de sua função terapêutica. Nos empresta um
ferramental muito importante para o estabelecimento do elo terapia e arte.
O material plástico nos concede a sua mobilidade e cor como um atrativo a
mais, para trabalhar com crianças. Esta também reforça elo.
A través da experimentação e descobertas através das diversidades de
material a criança, que já possui uma curiosidade inerente sente-se sempre
motivada a
terapêutico.
criar e a expressar,o que muito viabiliza o seu processo
20
Portanto, ao utilizar ARTETERAPIA como uma ferramenta, estamos lançando
mão dos recursos artísticos, mas buscando atingir o ponto mais desconhecido
pela criança e trazendo á tona imagens de elementos desconhecidos pela
mesma, a fim de que sejam elaborados durante o processo terapêutico.
O que vem a ratificar a importância deste elo da criança
com a
ARTETERAPIA.
1.2 - O "fazer arte" da criança
Ao brincar nos remetemos a maneira mais pura de expressividade da criança,
pois a brincadeira nos permite a liberação dos nossos desejos mais íntimos,
sem o receio da censura.Pois nos permitimos ao puro instinto de brincar.
Tanto o brincar, quanto o fazer arte para a criança ambos carregam este
aspecto lúdico, além de serem maneiras muito peculiares e próprias de se
expressar.
Seja brincando de amarelinha, desenhando ou reproduzindo a brincadeira de
casinha. Em todas essas e outras brincadeiras, a criança de alguma maneira
irá reproduzir algo do seu mundo interior ou do ambiente em que vive.
Ao pintar, desenhar, modelar, recortar e colar a criança se depara com infinitas
possibilidades de criatividade. Se predispondo a explorar cada vez mais os
materiais apresentados. O que muito estimula os seus sentidos e criatividade.
Cabe ao terapeuta conduzir de forma muito serena essa descoberta,não
perdendo de vista o objetivo da criança ao produzir aquele material. Pois
certamente ele trará algum conteúdo pertinente ao processo terapêutico que
está se realizando.
O terapeuta deve deixar de lado qualquer julgamento estético das produções
realizadas pela criança, afinal existe ali um registro afetivo do seu mundo
interior.
21
CONCLUSÃO
Tende em vista a experiência
prática de atuar com grupo de crianças
utilizando a arteterapia como um instrumental para proporcionar não somente
a aproximação, mas a possibilidade de desvendar e interpretar o mundo
interior de cada criança, mas não deixando de lado a importância da
convivência social. Uma vez que o grupo se encarrega de dar os limites e de
atribuir responsabilidades. Trabalhar com grupo de crianças e
arteterapia
significam dinamismo e aprendizado, tanto para o grupo quanto para o próprio
terapeuta.
Portanto, arteterapia e grupos podem ser a química ideal para aqueles que
objetivam dar mais dinamismo e
proporcionar muitas possibilidades de
experimentações.
Concluindo este trabalho representou a oportunidade de juntar o processo
terapêutico grupal com o "fazer arte" da criança que resultaram num processo
de pura espontaneidade e expressividade, dando ao terapeuta ferramentas
únicas para se aprofundar nesse mundo desconhecido para os adultos que é
o universo infantil.
22
ANEXOS
Índice de anexos
Objetivando ilustrar este trabalho seguem o material anexo utilizado como
base para a realização deste trabalho
Anexo 1 >> Pauta de reunião com os pais para esclarecimentos sobre o
trabalho
Anexo 2 >> Para melhor aproveitamento e ilustração deste trabalho
foi
solicitado aos responsáveis autorização, de uso do material produzido para
usufruto em pesquisas/trabalhos de cunho Acadêmico. Estando em acordo
com Artigo 9º e 16º do Código de Ética Profissional do Psicólogo de Agosto de
2005.
Anexo 3 >> Fotos dos trabalhos realizados durante as sessões de grupo.
23
ANEXO 1
PAUTA DA REUNIÃO DE PAIS REALIZADA NO DIA 30 DE
JULHO DE 2009 PARA ESCLARECIMENTO SOBRE OS
OBJETIVOS DO TRABALHO QUE VEM SENDO REALIZADO
COM AS CRIANÇAS E PEDIDO DE AUTORIZAÇÃO PARA
PUBLICAÇÃO DOS TRABALHOS REALIZADOS.
Importância do trabalho em grupo: no trabalho em grupo a criança com
dificuldade e\ou necessidades semelhantes podem apoiar-se mutuamente
sugerindo soluções para problemas comuns, ajudando umas as outras.
Objetivos individuais:
Ø Estimular a criatividade e espontaneidade;
Ø Construção da autoconfiança, percepção do seu próprio potencial;
Ø Aumento da autonomia, motivação pessoal, desenvolvimento individual;
Ø Liberdade para tomar decisões, fazer experiências e testar idéias;
Ø Expressar sentimentos, emoções e conflitos;
Ø Autoconsciência, reflexão;
Ø Organização visual e verbal;
Ø Relaxamento;
Objetivos grupais:
Ø Reconhecimento do outro;
Ø Cooperação;
Ø Comunicação;
Ø Compartilhar problemas e experiências e a busca de possíveis
soluções;
Ø Constatação da singularidade do indivíduo e da universalidade da
experiência;
Ø Relacionar-se com os outros em grupo, compreendendo o quanto
afetamos os outros e os relacionamentos;
Ø Apoio e confiança social;
Ø Coesão do grupo;
Ø Análise das questões do grupo.
Considerações finais:
Ø Assiduidade nos encontros - a continuidade nos encontros é
fundamental para a implicação da criança e da família no processo
terapêutico;
Ø Ponto de corte - 3 faltas sucessivas e sem justificativa plausível a
criança sairá do grupo. As idas e vindas oscilantes prejudicam o
grupo e a criança, que tem sempre s sensação de estar
recomeçando;
Ø Horários reservados com antecedência - caso o responsável queira
falar sobre a criança ou questões pertinentes. Evite falar nos
corredores, tal prática expõe a criança e o profissional;
24
Ø Envio de laudos e\ou declarações - estes em caso de solicitação da
escola ou de outra instituição, só será enviado em caso de,
solicitação por escrito com o nome da instituição requerente e qual o
propósito do requerimento.
Ø Preenchimento da autorização de uso de material - para fins de
trabalho monográfico quem, assim autorizar deverá preencher a
autorização a ser entregue.
Psicóloga Responsável: Maria Soledad Cubeiro Lagares Franco
CRP: 05\19791
25
ANEXO 2
AUTORIZAÇÃO DE USO DE MATERIAL
Na qualidade de maior e\ ou responsável (pelo menor abaixo
qualificado), autorizo o uso do material produzido para usufruto em
pesquisas\ trabalhos de cunho Acadêmico. Estando ciente desde
já, que não cabe em nenhuma hipótese cobrança de encargos e
\ou autorias dos respectivos. Sendo resguardado a identidade dos
envolvidos (responsáveis\menor). A utilização destes materiais está
em acordo com o artigo 9º e16º do Código de Ética do Profissional
do Psicólogo de Agosto de 2005.
NOME COMPLETO EM LETRA DE FORMA DO PARTICIPANTE:
DATA DE NASCIMENTO
NÚMERO
DO
FUSPON
(CARTEIRINHA
DEPENDENTE DE POLICIAL MILITAR)
NOME DO PAI
NOME DA MÃE
ENDEREÇO DO PARTICIPANTE (RUA, Nº, BAIRRO, MUNICÍPIO, ESTADO)
NOME COMPLETO EM LETRA DE FORMA DO RESPOSÁVEL
NÚMERO DO RG DO RESPONSÁVEL
CPF\ M.F DO RESPONSÁVEL
LOCAL
ASSINATURA
DATA
DE
26
ANEXO 3
FOTOS DOS TRABALHOS REALIZADOS NOS GRUPOS
TERAPÊUTICOS INFANTIS.
Cabe lembrar que todos os trabalhos aqui apresentados estão
devidamente autorizados por seus responsáveis, respeitando os
artigos 9º e16º do Código de Ética do Profissional do Psicólogo de
Agosto de 2005.
1. Paciente feminino iniciou o tratamento aos 10 anos
de
idade,
atualmente
está
com
diagnóstico inicial Transtorno Bipolar.
12
anos.
Seu
27
28
2. Paciente masculino iniciou o tratamento aos 9 anos
de
idade,
diagnóstico
atualmente
inicial,
está
mas
envenenamento acidental .
com
com
10
anos.
histórico
Sem
de
29
30
3. Paciente masculino iniciou o tratamento aos 10 anos
de
idade,
atualmente
está
com
12
diagnóstico inicial Transtorno Depressivo.
anos.
Seu
31
32
4. Paciente masculino iniciou o tratamento aos 10 anos
de
idade,
atualmente
está
com
diagnóstico inicial Déficit de atenção.
11
anos.
Seu
33
34
BIBLIOGRAFIA
OAKLANDER, Violet. Descobrindo crianças: abordagem gestáltica
com crianças e adolescentes [tradução de George Schlesinger:
revisão científica da ed. E direção da coleção de Paulo Eliezer Ferri
de Barros] . São Paulo: Summus, 1980.
ANDRADE, Liomar Quinto de. Terapias Expressivas. São Paulo:
Vetor, 2000.
TRINCA, Walter (orga.). Formas de investigação clinica em
psicologia. São Paulo: Vetor,1997.
LIEBNANN, Marian. Exercícios de arte para grupos: um manual de
temas, jogos e execícios [ tradução de Rogério Migliorini]. São
Paulo: Summus, 2000.
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Porto Alegre: Artmed, 1994.
COUTINHO, Vanessa. Arte terapia com crianças. Rio de Janeiro:
Wak, 2009.
URRUTIGARAY, Maria Cristina. Arteterapia : a transformação
pessoal pelas imagens. Rio de Janeiro: Wak, 2008.
35
URRUTIGARAY,
Maria
Cristina
.
Interpretando
imagens,
transformando emoções.Rio de Janeiro: Wak , 2006.
CRHISTO, Edna Chagas. Criatividade em arteterapia: pintando &
desenhando, recortando, colando & dobrando. Rio de Janeiro:
Wak,2008.
ROCHA, Dina Lúcia Chaves. Brincando com
a criatividade:
contribuições teóricas e práticas em arteterapia e na educação. Rio
de Janeiro: Wak, 2009.
CIORNAI, Selma. Percursos em Arteterapia - Arteterapia Gestálica,
Arte em Psicoterapia.São Paulo: Summus,_____.
CIORNAI, Selma. Percurso em Arteterapia - Terapia e Educação Arteterapia e Saúde - Vol. 64. São Paulo: Summus,_____.
36
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO
2
AGRADECIMENTO
3
DEDICATÓRIA
4
RESUMO
5
METODOLOGIA
6
SUMÁRIO
7
INTRODUÇÃO
8
CAPÍTULO I
Arteterapia um instrumento facilitador
10
no processo terapêutico com crianças
1.1 - O terapeuta como facilitador
11
1.2 - A criança e o processo terapêutico
12
1.3 - Implicação da família no processo terapêutico
13
CAPÍTULO II
O grupo com crianças e suas implicações
15
1.1- trabalhando com grupo de crianças
15
1.2 - O grupo como um espaço de crescimento individual
16
1.3 - O grupo no processo de tomada de consciência
17
CAPÍTULO III
Arteterapia um elo com o " fazer arte" da criança
19
1.1 - Arteterapia como elo no trabalho terapêutico
19
1.2 - O "fazer arte" da criança
19
CONCLUSÃO
21
ANEXOS
22
37
BIBLIOGRAFIA
34
ÍNDICE
36
38
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição: Instituto A VEZ DO MESTRE
Título da Monografia: ARTETERAPIA : UM ELEMENTO FACILITADOR
PARA GRUPOS TERAPÊUTICOS INFANTIS
Autor: Maria Soledad Cubeiro Lagares Franco
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