UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE ARTETERAPIA : UM ELEMENTO FACILITADOR PARA GRUPOS TERAPÊUTICOS INFANTIS. Por: Maria Soledad Cubeiro Lagares Franco Orientador Prof. Fabiane Muniz Rio de Janeiro 2010 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE ARTETERAPIA : UM ELEMENTO FACILITADOR PARA GRUPOS TERAPÊUTICOS INFANTIS Apresentação Candido de Mendes monografia como à requisito Universidade parcial para obtenção do grau de especialista em Arteterapia em Saúde e Educação Por: .Maria Soledad Cubeiro Lagares Franco. 3 AGRADECIMENTOS Aos meus pequenos pacientes que tanto me ensinaram e aos seus pais pelo voto de confiança, a pela Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro que me proporcionou esta experiência e aos meus colegas de trabalho que tanto me apoiaram na realização deste trabalho. 4 DEDICATÓRIA Ao meu querido pai que sempre me incentivou a estudar, a minha inesquecível mãe (in memorium) pois foi por ela que busquei a minha carreira , ao amor da minha vida (meu marido) por estar sempre ao meu lado incondicionalmente, às minhas amadas irmãs, e ao meu tesouro maior meus filhos que compreenderam e aceitaram abrir mão dos sábados para que eu pudesse estudar,....... 5 RESUMO Este trabalho tem como proposta de estudo falar da arteterapia como uma ferramenta de trabalho com grupo de crianças. Expondo não só a importância, mas como é observada no seu cotidiano terapêutico e como a criança responde não só ao ferramental oferecido através dos materiais plásticos,bem como esta lida com o grupo e suas questões. O propósito e expor que mesmo quando se trata de grupos a Arteterapia atinge os seus propósitos de auto realização e auto conhecimento do sujeito no processo terapêutico. 6 METODOLOGIA Este foi estudado a partir de observações de trabalhos produzidos nos grupos terapêuticos. Que são compostos por dependentes (menores) de Policiais Militares. Os GTPs (grupos terapêuticos) são realizados dentro da própria Instituição.(Academia de Polícia Militar D. João VI). Estando ele todo justificado através de bibliografia específica, objetivando maior fundamentação do trabalho realizado Para melhor aproveitamento e ilustração deste trabalho foi solicitado aos responsáveis autorização, de uso do material produzido para usufruto em pesquisas/trabalhos de cunho Acadêmico. Estando em acordo com Artigo 9º e 16º do Código de Ética Profissional do Psicólogo de Agosto de 2005. Sendo possível uma melhor ilustração através de fotografias de alguns trabalhos produzidos nos GTPs e relatos não identificados . 7 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 08 CAPÍTULO I – Arteterapia um instrumento facilitador 10 no processo terapêutico com crianças CAPÍTULO II - O grupo com crianças e suas implicações 15 CAPÍTULO III - Arteterapia um elo com o "fazer 19 arte" da criança". CONCLUSÃO 21 BIBLIOGRAFIA 34 ANEXOS 22 ÍNDICE 36 FOLHA DE AVALIAÇÃO 38 8 INTRODUÇÃO “ A arte possui a virtude de aliviar a espécie humana, e por extensão, toda a vida deste planeta da violência , da insensibilidade, do absurdo, da loucura e da miséria, em suas múltiplas e variadas formas” (Trinca,1988,p.9) O tema a ser pesquisado desta monografia é Arteterapia: um elemento facilitador para grupos terapêuticos infantis. Que tem como questão central o trabalho da Arteterapia como facilitadora do processo de percepção individual da criança dentro de um enfoque grupal. O tema sugerido é de fundamental importância pois, dentro da área atuação como psicóloga foi percebido um aumento significativo da demanda para atendimentos com crianças, o que gerou a necessidade de ampliar o número dos mesmos. Com o objetivo de atender esta demanda, foram iniciados os GTPs (Grupos Terapêuticos), objetivando proporcionar a socialização e interação entre pais e pacientes. Sendo bem aceita, uma vez que, viabilizou o acesso de mais crianças, além de evoluir do enfoque individual para o grupal. No entanto, foi necessária uma abordagem mais dinâmica que ao mesmo tempo, suprisse todos esses psiquismos juntos. A descoberta da ARTETERAPIA proporcionou um enfoque mais dinâmico daquele que vinha sendo realizado.Pois além do potencial terapêutica esta assume uma função social. O que veio a somar com a proposta dos grupos terapêuticos. “A experiência do trabalho com arteterapia proporciona a possibilidade de reconstrução e de integração de uma personalidade.” (Urrutigaray,2008p:18) Portanto, este trabalho tem como objetivos: proporcionar através da exploração de materiais plásticos, entre outros, a percepção de si e do mundo que o cerca. Liberando energias psíquicas, até então, de difícil acesso pelo processo de verbalização. Além de identificar através de materiais plásticos o processo 9 de percepção sujeito e do grupo; demonstrar a importância do manuseio destes materiais para um processo terapêutico e analisar a implicação destes materiais na percepção do sujeito e do grupo. 10 CAPÍTULO I ARTETERAPIA UM INSTRUMENTO FACILITADOR NO PROCESSO TERAPÊUTICO COM CRIANÇAS “Percebi que o simples ato de riscar um papel tem um sentido e descobri que em meus desenhos algumas verdades que o meu pensamento discursivo tinha sido incapaz de captar. Era como se tecessem para mim, em fios muito finos a própria trama do simbólico.(Pereira, 1976,p.9) Arte é a capacidade humana de criação e sua utilização com vistas a certo resultado, obtido por diferentes meios. (Aurélio,2008,p91). Terapia põe em prática os meios adequados para aliviar ou curar os doentes. (Aurélio,2008,p468). A arte está diretamente ligada à ação de expressar um pensamento,uma idéia, um sentimento e até mesmo uma fantasia. Enquanto a terapia é o fazer algo pelo bem estar bio psíquico e social do sujeito. O encontro destes fazeres nos remete a um trabalho genuinamente expressivo. Sabemos que desde os primórdios o homem sempre buscou através da arte uma maneira de expressar de comunicar e de entender a sua própria existência. Esta forma de expressão é também um registro vivo de sua existência nas várias etapas de evolução do nosso planeta. Através de artefatos, escritas conseguimos entender um pouco das nossas origens e como este homem procurou se expressar. Segundo Liomar Quinto de Andrade (1997) Arteterapia pode ser entendida como “A expressividade ou arte passa a ser um instrumento, técnico e conceptual, de um método de trabalho, ao combinar o fazer arte, e expressarse, o uso de materiais plásticos e outras formas de expressão a um objetivo educacional ou terapêutico. As artes terapias e as terapias expressivas 11 procuram juntar essas duas atividades, ou seja, o fazer arte enquanto expressão humana e o fazer terapia.” Para Maria Cristina Urrutigaray (2008) Arteterapia surge revestida de um valor técnico visando, através da mediação de instrumentos plásticos, a expressão ou comunicação de representações como as fantasias e sentimentos. Viabilizando a liberação de energias psíquicas, pois através da expressão e criação o sujeito consegue visualizar o que, até então, não conseguia nomeálo. Pois estas imagens se começam a se manifestar de forma dinâmica. O sujeito vivencia a criação do seu trabalho ao mesmo tempo em que experimenta sentimentos, afetos e idéias desconhecidos até aqui. Os materiais plásticos emprestam o sujeito a sua permeabilidade, elasticidade e até mesmo rigidez , a fim de que este entre em contato e de alguma maneira visualize esses conteúdos . Para Maria Cristina Urrutigaray (2008) A Arte se converte em um elemento facilitador ao acesso do universo imaginário e simbólico, permitindo o desenvolvimento de potencialidades latentes ou rituais, bem como o conhecimento de si mesmo. 1.1 - O Terapeuta como facilitador O terapeuta neste contexto assume o papel de facilitador por trazer as várias possibilidades de materiais a serem explorados, experimentados e conduzidos. Ao mesmo tempo assume o papel de mediador de afetos que são transferidos, através da criação do sujeito.Ele é o condutor dos caminhos desconhecidos que serão trilhados no decorrer do processo terapêutico. Trabalhar com Arteterapia nos leva a refletir sobre o papel do terapeuta neste processo. Fazendo uma pequena analogia é como um filme a ser produzido, o terapeuta fosse o direto, a criança o ator principal fosse a criança e o seu mundo interior o enredo. O diretor amplia, estimula e dá ferramentas para que o ator possa expressar cada vez mais os seus sentimentos dentro daquele enredo. 12 Este deve realmente gostar de crianças, pois é fundamental estar interado desse mundo, das fantasias, idéias e até mesmo seus medos. Para que a relação de confiança seja plenamente estabelecida. Trabalhar com crianças não só exige do terapeuta o conhecimento específico sobre o desenvolvimento infantil, mas é preciso gostar de crianças, se envolver entrar no mundo delas sem receios. Compreendendo verdadeiramente as angústias e incertezas que assolam esta fase da vida. Esta relação deve sempre ser próxima e acolhedora, pois esta relação acontece a partir do momento que a confiança mútua é estabelecida. O terapeuta é o promotor das emoções é quem vai proporcionar as experimentações. É quem irá trazer as surpresas do dia. È quem provoca todos aqueles conteúdos latentes que muitas das vezes a criança não percebia que tinha. É muito importante que não haja um julgamento estético estabelecido desta expressividade, pois a criança traz aquilo que há de mais autêntico dentro de si e o terapeuta neste momento deve ser o seu maior incentivador para que essas produções realmente aconteçam. 1.2 - A Criança e que o processo terapêutico A criança por si só é um instrumento expressivo, pois o seu fazer arte, o que os adultos rotulam como arteiro está ligado a necessidade que a criança tem de expressar algo que não sabe ao certo como colocar para fora. Pois esta não alcança ainda, um vocabulário complexo para falar de suas emoções ela tão somente consegue expressar através de seu próprio corpo. Pois quando chegamos á vida adulta, nos esquecemos da criança que fomos e começamos a impor barreiras que nos limitam essa visão mais plena do mundo interior. È importante não desconsiderarmos o sofrimento infantil, pois a criança traz consigo angústias e idéias que devem ser respeitadas como as de 13 um adulto. Pois o que para nós pode ser um motivo fútil, para a criança pode ser a representação do seu sofrimento psíquico. A criança, ao contrário do adulto não mascara seus afetos, simplesmente os expressa, o que muito desagrada aos seus pais. A brincar esta de alguma maneira traz conteúdos significativos do seu mundo interior que devem ser trabalhados e conduzidos pelo terapeuta de maneira que a criança consiga perceber que aquilo que surgiu é dela. E que esta, assim como o material, pode também se transformar para lidar com as dificuldades que surgem. 1.3 – Implicação da família no processo terapêutico A família é um elo fundamental, pois está implicada diretamente no processo terapêutico da criança, uma vez que esta é quem sinaliza o sintoma. A família procura o terapeuta para melhor compreender o que está se passando. Segundo Violet Oaklander (1980)...muitas das vezes a criança é o bode expiatório de uma família insana, mas isto não a diminui como pessoa em si. Às vezes os pais resolvem apontar um certo filho como fonte de um problema, porque está tornando a vida deles desconfortável. Sabemos que muitas das vezes a criança é o sintoma da doença da família, pois se algo não vai bem ela é quem manifestará as Violet Oaklander (1980) diz ainda que o simples fato da criança ter sido escolhida como problema e de ter feito algo para chamar atenção sobre si mesma, indica que precisa de uma oportunidade para adquirir alguma sustentação por si só. Quando se faz terapia com a criança estamos indiretamente cuidando da família. O grau de saúde e bem estar que atingir estará diretamente ligado ao nível de comprometimento da família, ou seja, quanto mais a criança aprende a lidar com o seu núcleo familiar sinalizando a doença. E quando a família se dá conta ou esta procura viabilizar o trabalho do terapeuta ou há um boicote velado para que aos poucos haja uma desistência do tratamento. 14 Os pais precisam ver seus filhos como um ser humano separado com seus próprios desejos, anseios e sonhos e acima de tudo respeitar os seus direitos. 15 CAPÍTULO II O GRUPO COM CRIANÇAS E SUAS IMPLICAÇÕES Trabalhar em grupo com Arteterapia viabiliza tanto os objetivos individuais quanto sociais, pois ela vai de encontro com ambas necessidades. A criança é dotada de uma curiosidade inerente e de um desejo de exploração de novos ambientes, o que viabiliza trabalhar com grupos de crianças. Mas cabe dizer que a proposta terapêutica deve ser muito clara e específica para que não se torne um verdadeiro caos. 1.1- Trabalhando com grupos de crianças Segundo Violet Oaklander (1980)...Os grupo têm a vantagem de ser uma espécie de mundinho ilhado no qual o comportamento presente pode ser experenciado e novos comportamentos experimentados. Nos grupos terapêuticos há possibilidades amplas de dividir com outras crianças angústias e medos que são muito particulares, mas que ao mesmo tempo todos compreendem e partilham das mesmas coisas. Há uma solidariedade e compreensão mútua. A habilidade do terapeuta está em conduzir e reunir de forma harmoniosa todos esses psiquismos juntos. Pois segundo Violet Oaklander (1980)... O trabalho de grupo é a situação ideal para crianças que precisem praticar suas habilidades contactuais.É natural para a maioria das crianças procurar outras crianças. À medida que a criança entra em um grupo terapêutico ela começa a ser inquirida pelas outras e aceita . Assim os elos de amizade e solidariedade vão acontecendo, aquelas mais tímidas e arredias aos poucos vão cedendo aos apelos do grupo assim como se interessando pelas propostas das atividades e questões a serem discutidas. Segundo Violet Oaklander (1980)...Ao oferecer um palco para aquelas que têm dificuldade em se relacionar com seus pares estamos ajudando-as a que esteja descobrir e elaborar o que quer que esteja bloqueando este processo natural. 16 Há não só uma relação de amizade, mas de compromisso e respeito de umas com as outras, pois tudo que é falado exposto permanece ali no grupo. É observado muitas vezes, que os pais questionam a criança a fim de saber o que tanto se faz e se fala. Para isso é aberto um espaço para os pais também falarem em grupo sobre suas expectativas. Mas deve ficar bem claro que cada um tem o seu próprio espaço. A própria criança dá este limite aos pais. Esta é a resposta que se obtém quando a criança faz o reconhecimento do espaço terapêutico. A partir deste o vínculo de confiança se estabelece com o grupo e com o terapeuta. Segundo Violet Oaklander (1980)...O terapeuta precisa estar continuamente alerta e cônscio de cada criança. Se uma criança está visivelmente aborrecida ou magoada, o terapeuta deve ser capaz de aperceber-se disto. é essencial que grupo seja um lugar em que as crianças possam confiar, e no qual na que machuque qualquer criança fique em branco ao terapeuta. O terapeuta deve estabelecer uma relação e confiança com a criança e deve saber da história pregressa de cada uma, pois cada história no decorrer no processo virá à tona. Este deve estar preparado para acolher e dar a criança confiança necessária para que fale o que e como está se sentindo. 1.2- O grupo como um espaço de crescimento individual Segundo Violet Oaklander (1980)...O processo de grupo é o aspecto mais valioso do trabalho grupal com as crianças. A forma como elas se experenciam mutuamente, e como reagem e se relacionam umas com as outras na terapia de grupo, é algo que revela abertamente as suas relações interpessoais de modo geral. O grupo terapêutico assume uma função socializadora, mas ao mesmo tempo lança questões que levam criança a refletir sobre o seu pequeno mundo. È como se o grupo utilizasse uma grande lupa, pois aqueles afetos, medos, fantasias e angústias que estariam escondidos no mundinho de cada um, fica mais claro e seguro, pois não há a sensação da exposição ou 17 do vexame, mas há o desejo de falar tudo que incomoda, que muitas das vezes não concordam com os seus pais e que gostariam que fosse diferente. Daí parte-se para uma reflexão individual de como cada pode e deve mudar. Todos falam, trocam e se divertem com as estórias. O mais importante é que no grupo a criança se sinta um indivíduo fortalecido e seguro. 1.3 - O grupo no processo de tomada de consciência da criança Segundo Violet Oaklander (1980)...O grupo é um lugar para a criança tomar consciência de como interage com outras crianças, para aprender a assumir responsabilidade pelo que faz, e para experimentar comportamentos novos. Além disso, toda criança precisa de contato com outras crianças, para saber que as outras têm sentimentos e problemas semelhantes. À medida que a criança participa do grupo e vão se passando as sessões, percebe-se que suas colocações e reflexões vão se tornando mais conscientes. Há uma nítida percepção do seu amadurecimento psíquico. Uma vez que já traz consigo questões mais claras e seguras. Esta começa a se sentir mais à vontade consigo e com as outras e o tempo dedicado à terapia torna-se parte integrante de sua vida. Esta começa a trazer questões do seu cotidiano para dividir e ouvir o que os colegas têm para dizer, não tem mais o medo da exposição. Inicia uma nova etapa no processo terapêutico, pois tudo está mais claro a sua volta. Segundo Maria Cristina Urrutigaray (2008)Esta diversidade de sentimentos provoca o estado de coesão necessário para a análise de situações grupais e de mudanças nas atitudes sociais. Propicia-se um clima de experimentação 18 lúdica... que vão indicando o alcance do caminhar individual em direção de uma autoconsciência... 19 CAPÍTULO III ARTETERAPIA UM ELO COM O “FAZER ARTE” DA CRIANÇA Utilizamos várias maneiras de expressar e de representar sentimentos, fantasias e idéias, todas imbuídas de uma representação através da arte. Creio que a ARTE possa ser a forma mais genuína do ser humano representar suas fantasias. Seja através da dança, da música, da literatura, do teatro e de artefatos produzidos através dos materiais plásticos. 1.1- Arteterapia como elo no trabalho terapêutico Segundo Maria Cristina Urrutigaray (2008) Fazer arte num sentido literal envolve vários níveis humanos como o sensório-motor, o emocional, o cognitivo e o intuitivo. Através da atividade com arte o sujeito transforma a realidade e a si mesmo, promovendo o desabrochar da percepção, da organização e a ordenação de seu pensamento, possibilitando a compreensão do momento circunstancial, bem como da dimensão de si mesmo. Através da arte a criança se permite, o que reforça os seus aspectos mais saudáveis, se abrindo para a sensibilidade viabilizando um processo de transformação pessoal, objetivando o autoconhecimento. O contato com os diversos materiais como lápis,canetas hidrográficas, lápis de cera, pastel oleoso e seco, tintas,massa de modelar, argila sucatas e colagem. Além de ler, encenar, interpretar fábulas, tudo está dentro do contexto artístico, mas não abrindo mão de sua função terapêutica. Nos empresta um ferramental muito importante para o estabelecimento do elo terapia e arte. O material plástico nos concede a sua mobilidade e cor como um atrativo a mais, para trabalhar com crianças. Esta também reforça elo. A través da experimentação e descobertas através das diversidades de material a criança, que já possui uma curiosidade inerente sente-se sempre motivada a terapêutico. criar e a expressar,o que muito viabiliza o seu processo 20 Portanto, ao utilizar ARTETERAPIA como uma ferramenta, estamos lançando mão dos recursos artísticos, mas buscando atingir o ponto mais desconhecido pela criança e trazendo á tona imagens de elementos desconhecidos pela mesma, a fim de que sejam elaborados durante o processo terapêutico. O que vem a ratificar a importância deste elo da criança com a ARTETERAPIA. 1.2 - O "fazer arte" da criança Ao brincar nos remetemos a maneira mais pura de expressividade da criança, pois a brincadeira nos permite a liberação dos nossos desejos mais íntimos, sem o receio da censura.Pois nos permitimos ao puro instinto de brincar. Tanto o brincar, quanto o fazer arte para a criança ambos carregam este aspecto lúdico, além de serem maneiras muito peculiares e próprias de se expressar. Seja brincando de amarelinha, desenhando ou reproduzindo a brincadeira de casinha. Em todas essas e outras brincadeiras, a criança de alguma maneira irá reproduzir algo do seu mundo interior ou do ambiente em que vive. Ao pintar, desenhar, modelar, recortar e colar a criança se depara com infinitas possibilidades de criatividade. Se predispondo a explorar cada vez mais os materiais apresentados. O que muito estimula os seus sentidos e criatividade. Cabe ao terapeuta conduzir de forma muito serena essa descoberta,não perdendo de vista o objetivo da criança ao produzir aquele material. Pois certamente ele trará algum conteúdo pertinente ao processo terapêutico que está se realizando. O terapeuta deve deixar de lado qualquer julgamento estético das produções realizadas pela criança, afinal existe ali um registro afetivo do seu mundo interior. 21 CONCLUSÃO Tende em vista a experiência prática de atuar com grupo de crianças utilizando a arteterapia como um instrumental para proporcionar não somente a aproximação, mas a possibilidade de desvendar e interpretar o mundo interior de cada criança, mas não deixando de lado a importância da convivência social. Uma vez que o grupo se encarrega de dar os limites e de atribuir responsabilidades. Trabalhar com grupo de crianças e arteterapia significam dinamismo e aprendizado, tanto para o grupo quanto para o próprio terapeuta. Portanto, arteterapia e grupos podem ser a química ideal para aqueles que objetivam dar mais dinamismo e proporcionar muitas possibilidades de experimentações. Concluindo este trabalho representou a oportunidade de juntar o processo terapêutico grupal com o "fazer arte" da criança que resultaram num processo de pura espontaneidade e expressividade, dando ao terapeuta ferramentas únicas para se aprofundar nesse mundo desconhecido para os adultos que é o universo infantil. 22 ANEXOS Índice de anexos Objetivando ilustrar este trabalho seguem o material anexo utilizado como base para a realização deste trabalho Anexo 1 >> Pauta de reunião com os pais para esclarecimentos sobre o trabalho Anexo 2 >> Para melhor aproveitamento e ilustração deste trabalho foi solicitado aos responsáveis autorização, de uso do material produzido para usufruto em pesquisas/trabalhos de cunho Acadêmico. Estando em acordo com Artigo 9º e 16º do Código de Ética Profissional do Psicólogo de Agosto de 2005. Anexo 3 >> Fotos dos trabalhos realizados durante as sessões de grupo. 23 ANEXO 1 PAUTA DA REUNIÃO DE PAIS REALIZADA NO DIA 30 DE JULHO DE 2009 PARA ESCLARECIMENTO SOBRE OS OBJETIVOS DO TRABALHO QUE VEM SENDO REALIZADO COM AS CRIANÇAS E PEDIDO DE AUTORIZAÇÃO PARA PUBLICAÇÃO DOS TRABALHOS REALIZADOS. Importância do trabalho em grupo: no trabalho em grupo a criança com dificuldade e\ou necessidades semelhantes podem apoiar-se mutuamente sugerindo soluções para problemas comuns, ajudando umas as outras. Objetivos individuais: Ø Estimular a criatividade e espontaneidade; Ø Construção da autoconfiança, percepção do seu próprio potencial; Ø Aumento da autonomia, motivação pessoal, desenvolvimento individual; Ø Liberdade para tomar decisões, fazer experiências e testar idéias; Ø Expressar sentimentos, emoções e conflitos; Ø Autoconsciência, reflexão; Ø Organização visual e verbal; Ø Relaxamento; Objetivos grupais: Ø Reconhecimento do outro; Ø Cooperação; Ø Comunicação; Ø Compartilhar problemas e experiências e a busca de possíveis soluções; Ø Constatação da singularidade do indivíduo e da universalidade da experiência; Ø Relacionar-se com os outros em grupo, compreendendo o quanto afetamos os outros e os relacionamentos; Ø Apoio e confiança social; Ø Coesão do grupo; Ø Análise das questões do grupo. Considerações finais: Ø Assiduidade nos encontros - a continuidade nos encontros é fundamental para a implicação da criança e da família no processo terapêutico; Ø Ponto de corte - 3 faltas sucessivas e sem justificativa plausível a criança sairá do grupo. As idas e vindas oscilantes prejudicam o grupo e a criança, que tem sempre s sensação de estar recomeçando; Ø Horários reservados com antecedência - caso o responsável queira falar sobre a criança ou questões pertinentes. Evite falar nos corredores, tal prática expõe a criança e o profissional; 24 Ø Envio de laudos e\ou declarações - estes em caso de solicitação da escola ou de outra instituição, só será enviado em caso de, solicitação por escrito com o nome da instituição requerente e qual o propósito do requerimento. Ø Preenchimento da autorização de uso de material - para fins de trabalho monográfico quem, assim autorizar deverá preencher a autorização a ser entregue. Psicóloga Responsável: Maria Soledad Cubeiro Lagares Franco CRP: 05\19791 25 ANEXO 2 AUTORIZAÇÃO DE USO DE MATERIAL Na qualidade de maior e\ ou responsável (pelo menor abaixo qualificado), autorizo o uso do material produzido para usufruto em pesquisas\ trabalhos de cunho Acadêmico. Estando ciente desde já, que não cabe em nenhuma hipótese cobrança de encargos e \ou autorias dos respectivos. Sendo resguardado a identidade dos envolvidos (responsáveis\menor). A utilização destes materiais está em acordo com o artigo 9º e16º do Código de Ética do Profissional do Psicólogo de Agosto de 2005. NOME COMPLETO EM LETRA DE FORMA DO PARTICIPANTE: DATA DE NASCIMENTO NÚMERO DO FUSPON (CARTEIRINHA DEPENDENTE DE POLICIAL MILITAR) NOME DO PAI NOME DA MÃE ENDEREÇO DO PARTICIPANTE (RUA, Nº, BAIRRO, MUNICÍPIO, ESTADO) NOME COMPLETO EM LETRA DE FORMA DO RESPOSÁVEL NÚMERO DO RG DO RESPONSÁVEL CPF\ M.F DO RESPONSÁVEL LOCAL ASSINATURA DATA DE 26 ANEXO 3 FOTOS DOS TRABALHOS REALIZADOS NOS GRUPOS TERAPÊUTICOS INFANTIS. Cabe lembrar que todos os trabalhos aqui apresentados estão devidamente autorizados por seus responsáveis, respeitando os artigos 9º e16º do Código de Ética do Profissional do Psicólogo de Agosto de 2005. 1. Paciente feminino iniciou o tratamento aos 10 anos de idade, atualmente está com diagnóstico inicial Transtorno Bipolar. 12 anos. Seu 27 28 2. Paciente masculino iniciou o tratamento aos 9 anos de idade, diagnóstico atualmente inicial, está mas envenenamento acidental . com com 10 anos. histórico Sem de 29 30 3. Paciente masculino iniciou o tratamento aos 10 anos de idade, atualmente está com 12 diagnóstico inicial Transtorno Depressivo. anos. Seu 31 32 4. Paciente masculino iniciou o tratamento aos 10 anos de idade, atualmente está com diagnóstico inicial Déficit de atenção. 11 anos. Seu 33 34 BIBLIOGRAFIA OAKLANDER, Violet. Descobrindo crianças: abordagem gestáltica com crianças e adolescentes [tradução de George Schlesinger: revisão científica da ed. E direção da coleção de Paulo Eliezer Ferri de Barros] . São Paulo: Summus, 1980. ANDRADE, Liomar Quinto de. Terapias Expressivas. São Paulo: Vetor, 2000. TRINCA, Walter (orga.). Formas de investigação clinica em psicologia. São Paulo: Vetor,1997. LIEBNANN, Marian. Exercícios de arte para grupos: um manual de temas, jogos e execícios [ tradução de Rogério Migliorini]. São Paulo: Summus, 2000. PAIN, Sara e JARREAU, Gladys – Teoria e Técnica da Arte terapia. Porto Alegre: Artmed, 1994. COUTINHO, Vanessa. Arte terapia com crianças. Rio de Janeiro: Wak, 2009. URRUTIGARAY, Maria Cristina. Arteterapia : a transformação pessoal pelas imagens. Rio de Janeiro: Wak, 2008. 35 URRUTIGARAY, Maria Cristina . Interpretando imagens, transformando emoções.Rio de Janeiro: Wak , 2006. CRHISTO, Edna Chagas. Criatividade em arteterapia: pintando & desenhando, recortando, colando & dobrando. Rio de Janeiro: Wak,2008. ROCHA, Dina Lúcia Chaves. Brincando com a criatividade: contribuições teóricas e práticas em arteterapia e na educação. Rio de Janeiro: Wak, 2009. CIORNAI, Selma. Percursos em Arteterapia - Arteterapia Gestálica, Arte em Psicoterapia.São Paulo: Summus,_____. CIORNAI, Selma. Percurso em Arteterapia - Terapia e Educação Arteterapia e Saúde - Vol. 64. São Paulo: Summus,_____. 36 ÍNDICE FOLHA DE ROSTO 2 AGRADECIMENTO 3 DEDICATÓRIA 4 RESUMO 5 METODOLOGIA 6 SUMÁRIO 7 INTRODUÇÃO 8 CAPÍTULO I Arteterapia um instrumento facilitador 10 no processo terapêutico com crianças 1.1 - O terapeuta como facilitador 11 1.2 - A criança e o processo terapêutico 12 1.3 - Implicação da família no processo terapêutico 13 CAPÍTULO II O grupo com crianças e suas implicações 15 1.1- trabalhando com grupo de crianças 15 1.2 - O grupo como um espaço de crescimento individual 16 1.3 - O grupo no processo de tomada de consciência 17 CAPÍTULO III Arteterapia um elo com o " fazer arte" da criança 19 1.1 - Arteterapia como elo no trabalho terapêutico 19 1.2 - O "fazer arte" da criança 19 CONCLUSÃO 21 ANEXOS 22 37 BIBLIOGRAFIA 34 ÍNDICE 36 38 FOLHA DE AVALIAÇÃO Nome da Instituição: Instituto A VEZ DO MESTRE Título da Monografia: ARTETERAPIA : UM ELEMENTO FACILITADOR PARA GRUPOS TERAPÊUTICOS INFANTIS Autor: Maria Soledad Cubeiro Lagares Franco Data da entrega: Avaliado por: Conceito: