Casos FDC Copyright© 2006, Fundação Dom Cabral CF0602 – setembro, 2006 REDE SMART Isabel Crego Professora, FDC Júnia Esteves Colaboradora, FDC O presente caso foi elaborado por Isabel Crego e Júnia Esteves, sob a supervisão do prof. Roberto Costa Fachin e Liliane de Oliveira Guimarães, como parte dos requisitos de uma oficina de casos, por eles orientada, realizada na Fundação Dom Cabral. O caso foi produzido para ser utilizado como material didático e não se destina a ilustrar ou demonstrar a condução correta ou incorreta de estratégias ou decisões gerenciais. Centro Alfa – Campus Aloysio Faria Av. Princesa Diana, 760 – Alphaville Lagoa dos Ingleses 34000-000 – Nova Lima, MG – Brasil Tel.: 55 31 3589-7465 Fax: 55 31 3589-7402 e-mail: [email protected] – www.fdc.org.br Projeto gráfico (capa, programação visual e edição geral) Ismael Dias Campos Revisão Equipe de revisão da Célula de Edição de Documentos Assessora editorial Teresa Goulart Supervisão de editoração José Ricardo Ozólio Impressão Fundação Dom Cabral 2006 Copyright© 2006, Fundação Dom Cabral. Para cópias ou permissão para reprodução, contatos pelo telefone 55 31 3589-7465 ou e-mail: [email protected]. Esta publicação não poderá ser reproduzida sem a permissão da FDC. SUMÁRIO A Rede Smart .................................................................................................................................... 5 1. Introdução .................................................................................................................................... 5 2. O Grupo Martins ......................................................................................................................... 5 3. Os negócios do Grupo Martins ................................................................................................... 7 3.1. Negócios ............................................................................................................................... 8 3.2. Pilares .................................................................................................................................... 8 4. A Rede Smart ................................................................................................................................ 8 5. Dilema ......................................................................................................................................... 11 Anexos Anexo 1 – Presença nacional do Grupo Martins ......................................................................... 15 Anexo 2 – Estrutura organizacional ............................................................................................. 16 Anexo 3 – A evolução do Grupo Martins .................................................................................... 17 Anexo 4 ........................................................................................................................................... 18 Anexo 5 – A evolução da Rede Smart .......................................................................................... 19 Anexo 6 – A Rede Smart ............................................................................................................... 20 Anexo 7 – O crescimento das centrais de compras .................................................................... 21 Anexo 8 – Evolução de desempenho do atacado ........................................................................ 22 Anexo 9 – Maiores empresas no setor atacadista ....................................................................... 23 Títulos Publicados .......................................................................................................................... 25 Rede Smart PROIBIDA A REDE SMART A Rede Smart é a reunião de pequenos e médios varejistas alimentares em torno de uma única bandeira, SMART, com o objetivo de fortalecê-los e desenvolvê-los frente à concorrência das grandes redes de supermercados. Criada pelo Grupo Martins, consiste em disponibilizar serviços relacionados à gestão de lojas – recursos financeiros, treinamento técnico e gerencial, marketing cooperado e consultoria – na medida em que seus clientes aumentam o volume de compras. 1. INTRODUÇÃO Diante desse dilema, o gerente de Gestão e Tecnologia decidiu preparar-se melhor para a reunião dos dirigentes que se aproximava. REPRODUÇÃO Retornando de Brasília, onde havia visitado diversos clientes varejistas, Carlos Seara, gerente de Gestão e Tecnologia do Grupo Martins1 , estava muito preocupado. Acabara de compreender as novas demandas trazidas pelos clientes, que incorporaram a Rede Smart ao seu dia-a-dia e solicitavam outros serviços não planejados pelo Grupo Martins. Tais demandas seriam muito bem-vindas não fosse a estratégia diferente traçada pelos dirigentes no semestre anterior. Toda a organização estava voltada para a expansão da Rede Smart, através da criação de quatro novos pólos regionais e ampliação, de 500 para 800, do número dos associados à Rede, até o final de 2005. associados. Qual seria a melhor opção estratégica para a Rede Smart tornar-se rentável? Até quando seria possível atender às novas solicitações? E se os 500 associados solicitassem serviços não previstos ao mesmo tempo? Por outro lado, a organização se preparava para expandir rapidamente o número de clientes em diferentes regiões do país. Quais eram os impactos desse crescimento acelerado na estrutura, na cultura e na qualidade dos serviços prestados? Como levar esse posicionamento dos clientes para a reunião dos dirigentes, na qual seriam acompanhadas as ações estratégicas relacionadas à criação dos novos pólos? Após cinco anos de implantação e 20 milhões de reais investidos, o volume de varejistas associados à Rede passara a ser prioritário para garantir a rentabilidade esperada. Somente agora Seara percebia sua difícil posição: atender às novas demandas dos clientes mais fiéis era contraditório à expansão do número de 2. O GRUPO MARTINS O Grupo Martins é o maior distribuidor atacadista da América do Sul, presente em todos os municípios brasileiros (anexo 1), com a missão de integrar a indústria ao consumo. Atende a aproximadamente 200.000 clientes varejistas, com cerca de 13.000 itens. Conta com 4.000 colaboradores e 4.800 representantes comerciais autônomos (RCA). Ao longo de sua trajetória de crescimento, investiu em diversos tipos de negócios relacionados à distribuição de produtos de consumo para o pequeno e médio varejo. O Grupo Martins foi criado em 1953, quando Alair Martins comprou um armazém de secos e molhados após convencer seus pais a venderem o sítio onde moravam em Martinésia, próximo a Uberlândia. Ao final do primeiro ano, o capital investido dobrou e, em cinco anos, o faturamento médio superou todas as projeções. A partir desse sucesso, surgiu o negócio de distribuição: o Sr. Alair comprava grandes quantidades de produtos por um preço menor e os revendia aos outros 1 Maior distribuidor atacadista da América do Sul, figurando no 106º lugar no ranking Exame 2005 das maiores empresas do país por venda. Casos FDC setembro, 2006 5 CF0602 Fundação Dom Cabral – Caderno de Casos Essa incursão temporária no varejo foi uma importante ferramenta no desenvolvimento de novas tecnologias, que, repassadas aos varejistas, cumpriram a função de capacitá-los e fortalecê-los, promovendo competitividade e rentabilidade. Fruto dessa experiência, surgiu, em 1994, a Universidade Martins do Varejo (UMV) – responsável por produzir e disponibilizar novos conhecimentos prioritariamente para os clientes. No intuito de ajudá-los a gerenciar seus negócios, a UMV oferece cursos, consultoria e publicações voltados ao melhor atendimento de seus clientes, diferentemente do foco tradicional dos varejistas quando priorizavam a gestão das compras. PROIBIDA comerciantes. Com os pés no chão, esse grande empreendedor sempre conciliou sua visão de futuro à realidade. Na década de 1950, o Grupo dispunha de uma pequena frota de caminhonetes e, em 60, adquiriu o primeiro caminhão. Ao estender sua área de atuação, na década de 1970, Martins passou a atuar nos estados de Goiás, Mato Grosso e Distrito Federal, consolidando, assim, seu perfil de atacadista. A informatização foi grande aliada do grupo, composto na época por 100 funcionários e 80 vendedores, proporcionando rapidez no atendimento aos clientes e na tomada de decisão. Martins também investiu numa linha de produtos com marca própria, dentro da estratégia de diversificação. Por exemplo a Maitá, para alimentos; a Enlace, para produtos de higiene e beleza; e a Casabella, de produtos e utilidades para o lar – totalizando 1.000 produtos feitos por terceiros que se enquadram no conceito de marcas exclusivas do Martins. REPRODUÇÃO Ao perceber algumas necessidades dos clientes, Alair Martins decidiu implantar novas empresas para suportar a atividade principal e diversificar os negócios. Foi então que, no final da década de 1980, a Marbo Logística Integrada foi criada, agilizando o transporte de mercadorias. Em seguida, surgiram a Rádio Visão de Uberlândia e a Metalgrampo – indústria de pregos e grampos para cercas. O grupo continuou crescendo nos anos seguintes e chegou à década de 1990 precisando assumir uma nova postura empresarial e profissionalizar sua administração. Foram adotados o planejamento estratégico, a especialização dos funcionários e o desenvolvimento de novas tecnologias. Destaca-se, nessa época, a criação do Banco Triângulo (Tribanco), contribuindo para a competitividade de seus clientes e para a integração de toda a cadeia produtiva – indústria → distribuição → varejo → consumidor. O banco disponibiliza aos clientes produtos e serviços rápidos, como financiamento para a aquisição de mercadorias, capital de giro para modernização e expansão do negócio, orientação financeira, credenciamento como correspondente bancário, além de diversos tipos de cartões de crédito. Em algumas regiões, utiliza parceiros financeiros locais a fim de facilitar o atendimento. Martins criou, em 1993, uma rede de lojas, chamadas Empório da Gente, para funcionar como laboratório de pesquisas no varejo: quatro lojas em Uberlândia e uma em Goiânia. Setembro, 2006 6 Casos FDC Nessa época, o grupo iniciou a primeira segmentação dos clientes especiais, a fim de desenvolver os seus negócios e estender a filosofia Martins. Criou-se o Núcleo de Clientes Associados (NCA), composto por 19 mil varejistas, que recebem atendimento específico da Universidade Martins. A partir de 1994, o Grupo optou por utilizar o conceito de Unidades Estratégicas de Negócios, para que clientes diferentes pudessem receber um atendimento especializado. O varejo alimentar foi o primeiro mercado a ser atendido pelo Grupo Martins, reconhecido nessa época como negócio. Em seguida, foram sendo incorporados outros negócios como: Martins Eletro, Materiais de Construção e Agroveterinários, todos atuando em torno da atividade de distribuição (ver estrutura organizacional no anexo 2). Como atacadista-distribuidor, Martins possui uma divisão de Logística, que tem como responsabilidade transportar, armazenar, fracionar, embalar, movimentar e distribuir produtos. A Logística Martins atende, da mesma forma, a todos os clientes do Grupo, Rede Smart seu modelo de negócio, grandes redes varejistas conduziam um processo de concentração no setor e pequenos lojistas buscavam o fortalecimento por meio de alianças. Nesse contexto, a Rede Smart é desenvolvida pela UMV, como estratégia do Grupo Martins para fortalecer o pequeno e médio varejo alimentar. PROIBIDA com agilidade, pontualidade e segurança. São três as Centrais de Armazenagem e Distribuição (CAD): Uberlândia, João Pessoa e Manaus. Em Uberlândia, a CAD é super automatizada, com três transelevadores, movimentando cargas de 8 andares e possui capacidade para armazenar 125.000 pallets (100.000 toneladas de mercadorias), semelhante a uma cidade controlada por terminais de computador, com estrutura em módulos, ruas e prédios de produtos. Opera também com 43 Centros de Distribuição Avançados (CDA) em todo o país. Possui uma frota de 1.165 veículos próprios, monitorados permanentemente via satélite e conectados online às filiais, garantindo a entrega de pedidos com uma freqüência média de duas vezes por semana. Alguns indicadores do Grupo Martins, relativos aos últimos anos, são apresentados no anexo 3. 3. OS NEGÓCIOS DO GRUPO MARTINS Os negócios do Grupo Martins e os pilares que os suportam são apresentados abaixo. REPRODUÇÃO Martins chegou ao ano 2000 faturando em torno de 2 bilhões de reais, e disposto a enfrentar a concorrência que começava a se intensificar – atacadistas tentavam copiar o Outros negócios continuam sendo desenvolvidos por Martins como a Farma Service em 2001, uma empresa criada a partir de uma unidade de negócios especializada na distribuição de produtos farmacêuticos e medicamentos. FARMA SERVICE NEGÓCIOS MARTCON MARTINS ELETRO Rede Smart Núcleo de Clientes Associados Tribanco Universidade Martins do Varejo VAREJO ALIMENTAR PILARES Casos FDC setembro, 2006 7 CF0602 Fundação Dom Cabral – Caderno de Casos 3.1. Negócios PROIBIDA O ambiente externo Varejo Alimentar: alimentos, bebidas, papelaria, bazar, beleza, higiene e limpeza. Martins Eletro: eletroportáteis, linha branca, linha marrom, informática e telecomunicações, equipamentos, cine/foto/ som, móveis, bicicletas e brinquedos, camping e lazer e utilidades domésticas. Martcon: materiais de construção e produtos agroveterinários. Farma Service: medicamentos prescritos, isentos de prescrição, genéricos e produtos de higiene e beleza. 3.2. Pilares Universidade Martins do Varejo: consultoria, cursos, palestras, publicações e outros eventos. Núcleo de Clientes Associados – NCA: cursos, encontros, consultorias e canais de comunicação. Rede Smart: consultoria, financiamentos, cursos e marketing cooperado. 4. A REDE SMART A Rede Smart nasceu de uma iniciativa estratégica do grupo Martins, com a mesma finalidade de fortalecer o pequeno e o médio varejo, num momento de consolidação do setor varejista. Os dirigentes do Grupo e os profissionais ligados aos clientes reconheciam a necessidade de intensificar o relacionamento com os lojistas, visando à fidelização a partir da oferta de uma gama diferenciada de serviços voltados para seu desenvolvimento e crescimento. Era preciso também fazer frente às ameaças que se vislumbravam tanto das grandes redes, quanto provenientes do fortalecimento de pequenos e médios varejistas, através de centrais de compras, conforme apresentado a seguir. Setembro, 2006 8 Casos FDC Foi o emprego de tecnologia avançada, aliado ao processo de fusões e aquisições ocorrido nos anos 90, que conferiu poderes ao varejo. Era difícil encontrar um país europeu cujas maiores redes não detivessem pelo menos a metade das vendas nacionais. Os varejistas ganhavam escala global mais rapidamente que as indústrias. Começou a acontecer, com freqüência, o desaparecimento de marcas famosas das prateleiras, porque os fabricantes não concordavam em reduzir seus preços e suas margens, conforme impunham as grandes redes do varejo. REPRODUÇÃO Tribanco: crédito para abastecimento de loja, capital de giro para expansão e modernização do negócio, orientação financeira, credenciamento como correspondente bancário e diversas modalidades em cartões de crédito. A década de 1990 representou muitas mudanças para o mercado varejista e para os hábitos de consumo dos brasileiros. Devido ao processo de concentração, coordenado pelas grandes redes do varejo, pela primeira vez na história uma companhia do setor, a Wal-Mart, sagrou-se como número 1 do planeta, deixando para trás gigantes como a Exxon e a General Motors. Detentora do maior e mais potente banco de dados privado do planeta, a WalMart centralizava e processava, em tempo real, as informações de logística e de vendas das mais de 4 mil lojas no mundo. No Brasil, a situação começou a se inverter no começo dos anos 90. A abertura da economia e a estabilidade que se seguiu ao Plano Real viabilizaram os investimentos estrangeiros no setor de distribuição, iniciando um amplo, inédito e fulminante processo de fusões e aquisições. Grupos estrangeiros como o português Sonae, o francês Carrefour, o holandês Royal Ahold e o americano Wal-Mart vieram às compras. Em 1997, as cinco maiores redes varejistas (Pão de Açúcar, Carrefour, Sonae, Ahold e Sendas) respondiam por 27% das vendas. Em 2001, essa participação chegou a 39%, conforme apresentado no anexo 4. Essas empresas ganharam escala e força, traduzidas em mais poder de negociação com os fornecedores. Além do preço, da pontualidade na entrega e da qualidade dos produtos, consolidaram-se, como rotina no mercado, as exigências de descontos para lançamentos, promoções, vendas em datas Rede Smart Nesse contexto, o Grupo Martins identificou como estratégica a criação da Rede Smart. Inspirada nos bons resultados da UMV, fruto de sua visão de mercado e do modelo de franquia associativista, a Smart iniciou suas atividades em agosto de 2000, em Uberlândia. Posteriormente, expandiu-se para o Triângulo Mineiro, Belo Horizonte e Salvador, oferecendo marketing cooperado, consultoria em gestão, cursos de capacitação e financiamentos. Em contrapartida aos serviços oferecidos, a Rede solicitava aos filiados alguns requisitos essenciais como condições creditícias: propensão ao desenvolvimento; volume de compras no Martins; flexibilidade para mudanças nas instalações e pagamento relativo às taxas de adesão e administrativa. Nunca se exigiu dos associados exclusividade das compras no Martins. PROIBIDA especiais, bonificações e contribuições chamadas enxovais para inaugurações de lojas. Preocupados com o avanço das grandes redes, começou a ganhar força um movimento entre os pequenos e médios varejistas que tinha como objetivo comprar melhor dos atacadistas e, de preferência, diretamente da indústria. As centrais de compras surgiram como alternativa para o fortalecimento de pequenos donos de supermercados, permitindo a realização de compras conjuntas em maior escala, ocasionando a redução de custos e preços e o aumento das vendas em até 30%. Esse movimento foi se intensificando, estendendo-se para todas as regiões do país e também para outros braços do varejo como farmácias, papelarias e materiais de construção. REPRODUÇÃO Com o fim da inflação e o fortalecimento das pequenas redes, o consumidor deixou de lado as grandes compras mensais. Voltou a ter importância o conceito de loja de vizinhança, com um bom mix de produtos e serviços. Foram selecionados clientes cujo perfil era adequado e Martins propôs um relacionamento mais estreito. À medida que crescia o volume de compras dos varejistas, aumentava proporcionalmente o acesso aos diversos serviços disponíveis e aumentava também a credibilidade do grupo. O cliente sentia-se valorizado e alguns manifestavam sentimento de gratidão. “Passei a vender 10 vezes mais, após três meses de associação à Rede Smart. Estou pensando em dobrar o número de caixas e abrir a segunda loja com estacionamento. Preciso me mexer antes que uma grande rede venha concorrer comigo aqui,” disse a cearense Eliana de Oliveira, filiada à Smart. Outro concorrente surgiu com maior força: a Internet. Muitos atacadistas já estavam se iniciando no comércio eletrônico. Nessa mesma época, a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos, ABIA, criou o foodservice.com, um portal para vendas diretas ao varejo, oferecendo produtos de grandes fornecedores. Para Altamiro Borges, presidente da ABPL Consultoria de Logística, o setor atacadista corria o risco de desaparecer até o final dessa década, pelo aumento surpreendente da concorrência: “Os concorrentes do atacadista deixaram de ser apenas as outras empresas do setor. No novo contexto do mercado, a concorrência passou a se dar entre sistemas de distribuição, formados pelas grandes redes de supermercados, redes independentes de varejo, institucionais, conveniências e farmácias”. Essa previsão ameaçadora poderia se tornar realidade caso as melhores empresas que compõem o setor não se adaptassem às rápidas mudanças do mercado e aos hábitos dos consumidores. A Rede Smart se propõe unir um grande número de varejistas por todo o Brasil, constituindo uma rede sob a mesma bandeira, mas com gestão independente. O objetivo é suprir as principais dificuldades de posicionamento de mercado enfrentadas pelos varejos independentes. Para aderir à Smart, o varejista assina um contrato, paga uma taxa de adesão e outra de administração, relativizadas à medida que aumenta o relacionamento entre as partes. A Rede Smart estrutura-se através de pólos regionais, definidos a partir da abrangência da rede de TV local. Cada pólo conta com uma central de compras para atender, em média, trinta supermercados, adquirindo itens Casos FDC setembro, 2006 9 CF0602 Fundação Dom Cabral – Caderno de Casos investir no aperfeiçoamento da rede, iniciando uma fase de consolidação. Foram revistos alguns pressupostos: as taxas cobradas dos varejistas, o acesso aos programas da UMV e o papel desempenhado pelos RCAs, o que gerou outras mudanças estratégicas. Revisão do perfil dos clientes, redução da taxa administrativa, intensificação no relacionamento com fornecedores, eliminação do custo do marketing cooperado e novos canais de comunicação com os varejistas são exemplos das mudanças mais recentes, com o objetivo de ampliar ainda mais o relacionamento com os associados à rede, nessa fase mais madura. PROIBIDA considerados estratégicos por representarem metade do faturamento das lojas. Alocados a cada pólo, estão o gerente de mercado, os RCAs, os supervisores de vendas e os compradores não-Martins. Desde o princípio surgiram alguns problemas, como diferenças culturais na condução das lojas, pois em cada uma delas havia histórias e formas de gestão únicas. Para diversas lojas, a proposta da Smart não se encaixava facilmente à realidade existente, embora fosse clara a intenção dos lojistas de aderirem à Rede. Como projeto em fase inicial, muitas dificuldades não foram previstas, exigindo adaptações importantes. As taxas cobradas inicialmente também se configuraram como obstáculo e, em outros casos, ocorreram desistências de varejistas, devido ao fato de suas expectativas não terem sido atendidas. Foi uma fase muito importante para Martins, respaldada na filosofia do fundador, de que o sucesso está galgado no aprendizado com os erros. REPRODUÇÃO Numa segunda fase, a Rede sofreu uma grande reestruturação, no intuito de torná-la maior, mais dinâmica e mais produtiva. A partir da experiência acumulada, foram revistas a estrutura organizacional, a força de vendas nos pólos regionais, os procedimentos associados à consultoria na gestão das lojas e as ferramentas utilizadas pelos clientes. O marketing cooperado também foi repensado, buscando ampliar o relacionamento com os associados. Foram criados novos canais de comunicação e oferecidos anúncios de TV, jornal mensal com ofertas temáticas, material promocional, sacolinhas para embalagens, marketing de guerrilha e campanhas/sorteios, além da eliminação da taxa cobrada pelos serviços de marketing. A equipe de marketing passou a contar com importantes parceiros em vários estados – agências de publicidade regionais, que facilitam o trabalho de comunicação, e grandes fornecedores, que patrocinam campanhas e promovem produtos em pontas de gôndola. A direção do Martins optou pela expansão da Rede, através do aumento do número de filiados de 500 para 800, no ano de 2005. Isso também significou criar quatro novos pólos regionais. Mais preparados e experientes na condução e operacionalização da rede, os dirigentes acreditam que é hora de concentrar os esforços no crescimento, passando a atingir regiões ainda não atendidas. Esta é a prioridade estratégica no momento, acrescida de uma outra orientação: expandir sem aumentar o custo fixo. Após um período de acomodação, e apesar do reconhecido crescimento, a Rede Smart passou a ser considerada um negócio estratégico, com excelentes perspectivas futuras. A direção do Martins optou por Setembro, 2006 10 Casos FDC Sob a ótica do cliente, a Smart possibilitou uma inversão no modelo de gestão, passando a priorizar as vendas em vez de focalizar apenas as compras – os varejistas acreditavam que, comprando bem, estavam garantindo o sucesso do estabelecimento. Os associados passaram a perceber a Rede como uma estratégia mais abrangente, pois os resultados eram evidentes: expansão dos negócios; geração de novos empregos; acesso a novos serviços e prestação de novos serviços à comunidade. Após a associação, notou-se um crescimento médio de 40% no faturamento das lojas logo nos primeiros anos. De um modo geral, os participantes da Rede compram 20 vezes mais do que um cliente comum. (Ver evolução da Rede Smart e sua ilustração nos anexos 5 e 6.) Para os fornecedores, a Rede também gera ótimos resultados: mais pulverização da clientela; mais agilidade e facilidade no atendimento aos clientes; maior volume de negócios e mais flexibilidade. Rede Smart 5. DILEMA vendas. Em todas as oportunidades, costumava reforçar o quanto era adequado expandir o número de associados por diversos motivos: a Rede esteve estagnada por muito tempo; a gestão da Rede está num ciclo mais maduro e os resultados satisfatórios são visíveis. A redução da rotatividade de clientes, a adequação de uma nova cultura empresarial, o desenvolvimento econômico e social são os exemplos mais citados. PROIBIDA Para o Grupo Martins, a bandeira Smart representa ainda uma fatia pequena na receita da empresa, mas alguns resultados se destacam, como a fidelização de clientes, a redução da rotatividade de associados e a contribuição para o desenvolvimento econômico-social local. Outras alternativas de crescimento para a Rede Smart começam a ser discutidas entre os dirigentes: criação de um CD regional para cada pólo; extensão para outros segmentos como eletroeletrônico, bares e botequins; e desenvolvimento de novos parceiros. Vislumbra-se também a possibilidade de a Rede assumir a gestão do estoque dos varejistas. REPRODUÇÃO Agora, na véspera da reunião dos dirigentes do Grupo Martins, Seara estava certo de que deveria compartilhar seu dilema com os colegas. Mesmo sabendo que apresentaria uma estratégia conflitante à atual, ele não poderia mais omitir o que ouvira dos atuais associados. Depois de explicar bem a expectativa dos clientes mais exigentes, deixaria a decisão para a diretoria. O que ele não se permitia era adiar essa discussão. Começou a se preparar para, logo no início da reunião, apresentar sua grande inquietude. Certamente, o diretor de vendas vai reforçar todos esses resultados, destacando a satisfação de seus clientes com o acesso a produtos e serviços e o crescimento do faturamento. Embora a bandeira Smart represente uma pequena fatia da receita da empresa, toda a direção aposta no maior potencial de crescimento dos estabelecimentos associados. Tendo um pouco mais de cuidado com os custos, dessa vez, é possível estender esses benefícios a outras regiões. É previsível que Valadares – gerente de operações – reforce também seu apoio ao crescimento do número de associados. Segundo ele, para se manter à frente no mercado, a Rede precisa seguir rumo à liderança, pois a concorrência cresce em diversas perspectivas. Um exemplo do bom funcionamento da Smart é a visita do presidente de uma grande empresa fornecedora para conhecê-la, fato constantemente narrado por Valadares. Há uma sensação geral quanto à viabilidade da extensão da Rede e de seus benefícios a outras regiões, considerando a experiência acumulada, a escala atingida e o objetivo explícito de rentabilidade. Era óbvio que Seara também concordava com o crescimento dos pólos regionais e com a ampliação do número de associados, pois a decisão havia sido tomada em conjunto no último semestre, quando ficou claro para todos que a Rede precisava ser rentável. Houve muitos investimentos na preparação e operação da Rede. Além disso, a Smart vinha de uma reestruturação, na qual muitas mudanças tinham sido feitas. Há uma equipe mais experiente e amadurecida em torno da Rede Smart. Os procedimentos foram repensados e melhorados, de acordo com as necessidades dos associados. Estão todos mais habituados a lidar com as diferentes culturas dos varejistas e das distintas regiões onde atuam. A rentabilidade é vista como uma continuidade da aplicação do modelo atual. Nesse momento, Seara lembra o entusiasmo demonstrado por Augusto Santos, diretor de Por outro lado, Seara sente a necessidade de compartilhar algumas reações inesperadas dos atuais associados. Mesmo reconhecendo a relevância da expansão com a conquista de muitos associados, ele percebe uma oportunidade única de atender melhor os atuais clientes, que hoje demandam novos serviços a Martins. Era uma insatisfação merecedora de muita atenção, por significar uma maior proximidade com o atacadista. Alguns depoimentos podem exemplificar melhor a situação. Um varejista de Goiânia, que expandiu seu negócio depois de se associar à Rede Smart, desabafou: “Não tenho mais bônus, mas estou precisando enviar meus funcionários para outros programas da UMV. Casos FDC setembro, 2006 11 CF0602 Fundação Dom Cabral – Caderno de Casos esse desconforto nos atuais clientes, embora ainda o considerasse mais ameaça do que oportunidade. PROIBIDA Como fazer?” Lembrou também do Sr. José, de Barretos, que, muito exaltado, solicitava maior presença do Martins: “Não quero mais cursos. O que eu preciso é de vocês aqui. Gostaria de conversar sobre problemas específicos”. E quanto à Lorivaldo, de Campina Grande, que não cabia em si de satisfação ao relatar sua intenção de abrir uma outra loja: “Vocês poderiam me ajudar a definir o melhor ponto para a minha nova loja?” Embora Seara tenha muitos outros registros, talvez não devesse se estender demais. Apenas um último exemplo, do Sr. Joaquim, varejista em Pouso Alegre: “Estou pensando em me aposentar. Como preparar meus sucessores, se eles não estão muito comprometidos com o negócio?” Como discutir questões como essas e decidir rapidamente? Porque não havia muito tempo. E esse poderia ser um argumento contrário à discussão da nova proposta estratégica. Para evitar que isso ocorresse, Seara decidiu, sob orientação do superintendente do Grupo – Félix Guimarães –, organizar algumas informações sobre o ambiente setorial, fundamentais para suportar as análises que deveriam ser feitas. A visão de futuro do superintendente para a Rede Smart poderia ser lembrada nesse momento como suporte à proposta de Seara. Segundo Félix, a expansão da Rede passa pelo fortalecimento das parcerias e pela terceirização da gestão do estoque dos clientes. REPRODUÇÃO Seria interessante poder discutir com os demais dirigentes do Martins todas as dúvidas que Seara reuniu nos últimos dias. Embora previsse uma discussão mais tensa, não valeria a pena atender a essas demandas emergentes, principalmente porque vieram dos associados mais fiéis? O conceito de Rede não pressupunha relacionamento intenso e fortalecimento do negócio dos clientes? Como operacionalizar isso, se o Grupo Martins não previu esses novos serviços e também não estava disposto a investir mais na Rede, pelo menos até que ela se tornasse rentável? E se boa parte dos 500 atuais associados solicitasse, simultaneamente, novos e diferentes serviços? Não seria mais rentável intensificar o relacionamento com os atuais clientes, em vez de ampliar o número de associados? Mas como fazer isso? Como atender àquelas demandas, para as quais não detêm conhecimento específico? Ou será que o atual modelo previa o desligamento de clientes, assim que eles se sentissem fortalecidos e independentes? Seria importante lembrar que o presidente-fundador do Grupo Martins considera isso uma vitória: “Queremos que o pequeno varejo fique cada vez mais sólido... é competência nossa o fato de o cliente se desligar da Rede quando se sentir recompensado e com ótimos resultados”. Estava claro que era uma estratégia diferente da atual e, até certo ponto, conflitante. Mas seria muito oportuna a discussão. Talvez devesse conversar antes com o diretor da UMV, Mauro Sarkes. Lembrou-se de uma sugestão dele, no mês anterior: iniciar a segmentação dos clientes Smart. Mauro demonstrou interesse em começar a atender, customizadamente, varejistas com estratégias distintas. Percebeu diferenças visíveis entre os associados: no porte, nas necessidades, na gestão das lojas, no mix de produtos e, principalmente, no perfil dos consumidores. Essa argumentação poderia reforçar a proposta de Seara, acrescida pelo depoimento do gerente de operações que poderia ser convidado, nesse momento, para relatar algumas de suas inquietudes. Valadares também já percebera Setembro, 2006 12 Casos FDC Ambiente externo Depois da fase áurea da concentração das grandes redes de varejo alimentar, o movimento enfraqueceu-se no Brasil, diferentemente do que acontecera na Europa, onde elas avançaram mais rapidamente para cidades médias e para a periferia das grandes cidades. As grandes redes estão perdendo a capacidade de atrair clientes como antigamente. A concentração das vendas das cinco maiores redes diminuiu de 29% para 24%, entre 2002 e 2004. O movimento de aquisições de redes menores pelas grandes redes indica o reconhecimento da importância das lojas de vizinhança. Por Rede Smart & MD, já são 200 as centrais existentes no país, dez vezes mais do que havia em 1994. O estudo revela ainda que a participação das centrais nos 300 bilhões de dólares que o varejo brasileiro movimentará este ano deverá passar de 10% para mais de 20% em 2008 (anexo 7). Elas começaram como cooperativas de compras capazes de conseguir grandes escalas e, assim, negociar maiores descontos com fornecedores, mas o conceito se aprimorou. Hoje, as centrais de negócios são responsáveis pelo treinamento de funcionários e pela informatização do sistema administrativo e organizam campanhas de marketing em conjunto. Portanto, a concorrência está aumentando e é importante chegar a todas as regiões antes que os varejistas se articulem sozinhos. PROIBIDA isso, estão procurando adequar o formato ao novo momento, tentando uma aproximação maior com o público e incorporando serviços. O Carrefour, por exemplo, lançou, nos últimos anos, a marca Dia %, em regiões de periferia, já totalizando 220 lojas, além de estar atuando também com o formato de lojas menores nos bairros. Após o boom de aquisições das grandes redes, ocorreu um fenômeno colateral: o surgimento de novas redes, capitalizadas com crescimento acelerado. Por trás dessas operações, estão os antigos donos das redes vendidas, agora mais experientes, enquanto os compradores gastaram fortunas para adequar os negócios comprados ao seu padrão. Muitos pontos considerados deficitários foram devolvidos pelos varejistas às famílias, que em geral continuam donas dos imóveis. REPRODUÇÃO Os pequenos e médios supermercados tiveram, em 2004, um crescimento nas vendas, por metro quadrado, superior às grandes redes e hiper mercados. Para a ACNielsen, isso significa um aumento da importância do pequeno varejo alimentar. Entre 2002 e 2004, a participação das pequenas lojas nas vendas do varejo, no Brasil, aumentou de 34% para 37%. Nesses pontos de venda, que atendem às compras imprevistas do dia-a-dia, há um diferencial difícil de ser copiado pelas grandes redes: o atendimento personalizado, cordial e mais humano. A capacidade dessas pequenas lojas de tomar e implementar decisões rapidamente também conta ponto. O cliente fala diretamente com o dono, reclama com quem decide, percebe as mudanças e isso dá a ele o sentimento de que a loja está preocupada em atendê-lo bem. Tem uma rapidez muito maior em cadastrar lançamentos e em ajustar o estoque, conforme hábitos e costumes dos consumidores. As grandes indústrias também já perceberam a importância das lojas de vizinhança. Destinam uma fatia cada vez maior de sua produção ao pequeno varejo. Os pequenos supermercados são vistos como uma ponte com as classes mais baixas, em locais onde existe grande potencial de crescimento. O levantamento da revista Supermercado Moderno indica que a prioridade dos executivos de bens de consumo hoje é ampliar a distribuição horizontal, ou seja, expandir os pontos de venda. A segunda prioridade é a rentabilidade dos canais de venda. Não adianta ter cliente grande, tem de ser rentável. Permanece, no entanto, o risco de os pequenos e médios varejistas se unirem para comprar melhor. Continuam surgindo e se fortalecendo as centrais de compras. Segundo um estudo da consultoria especializada em varejo Gouvêa de Souza No que se refere ao consumidor final, é nítida sua preferência pelo pequeno varejo de vizinhança, motivado pela localização, melhores preços, variedade e atendimento. Segundo Paulo Hermínio Pennacchi, presidente da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores – ABAD –, o consumo das classes C e D é o que mais cresce no país, e esse público prefere comprar no mercadinho do bairro, onde é conhecido pelo pessoal das lojas. Nesse cenário, o setor atacadista encontra possibilidades de crescimento, revertendo um pouco a tendência pessimista do início da década. Ainda segundo Pennacchi, o atacado hoje é especializado, categorizado, Casos FDC setembro, 2006 13 CF0602 Fundação Dom Cabral – Caderno de Casos REPRODUÇÃO PROIBIDA profissional, buscando novos formatos de operação como o broker e o cash & carry. Haverá cada vez mais uma busca por serviços, agilidade, mix e atendimento. Nos últimos anos, quem não se atualizou saiu do mercado. Dos 52 sócio-fundadores da ABAD, 37 desapareceram em vinte anos. Quem não faz o que o mercado pede é atravessador e insiste em vender grandes volumes sem agregar serviços à operação, está fadado a desaparecer, na visão de Pennacchi. Em 2004, o setor atacadista apresentou um crescimento real de 11,9%, significando 4% do PIB brasileiro. Aumentou sua participação no setor de consumo de 51% para 55,4%, tendo faturado 76,6 bilhões de reais, segundo a ABAD. Os atacadistas vêm investindo em novas áreas de armazenagem, em tecnologia e automação, no mix mais adequado e na preparação do varejo para se tornar mais competitivo. Atendem aos 5 mil municípios brasileiros. Vale lembrar que, segundo o IBGE, mais de 83% dos municípios brasileiros têm até 30 mil habitantes e não são atendidos diretamente pela indústria, dependendo do atacadista distribuidor. (Ver anexos 8 e 9.) Acreditando que agora teriam mais condições de analisar as duas opções estratégicas, Seara se surpreendeu, tendo uma outra idéia. E se surgisse uma terceira possibilidade: a de abraçar as duas opções de crescimento simultaneamente? Setembro, 2006 14 Casos FDC ANEXO 1 PRESENÇA NACIONAL DO GRUPO MARTINS Boa Vista AM RR Macapá Belém Manaus Santarém São Luiz MA PA AM Fortaleza CE Terezina RN Natal PB PI Araguaiana AC PE Porto Velho TO Rio Branco RO AL SE Paraíso Feira de Santana Barreiras Salvador Vitória da Conquista DF Cuiabá GO Montes Claros Goiânia Campo Grande CAD – Central de Armazenagem e Distribuição MG Uberlândia MS Belo Horizonte R.R. Juiz de Fora S.J.R.P. CDA – Centro de Distribuição Avançada Marília Araras SP PA Londrina Cascavel PR RS Fonte: Grupo Martins, 2005. São Paulo Curitiba SC Porto Alegre ES Vitória RJ Rio de Janeiro Itapet. Passo Fundo Governador Valadares Florianópolis Maceió Aracaju BA Palmas MT João Pessoa Recife Fonte: Grupo Martins, 2005. UMV TRIBANCO FARMA SERVICE TECNOLOGIA LOGÍSTICA ORGANOGRAMA CAC C.E.O. ATACADO CONSELHO SMART CONTR COM COMPRAS HBL VENDAS VENDAS BU MARTCON BU ELETRO FINANCEIRO RH JURÍDICO COMPRAS ABB BU VAR. ALIM. ANEXO 2 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL ANEXO 3 A EVOLUÇÃO DO GRUPO MARTINS 2001 Faturamento bruto (em bilhões) Lucro líquido (em milhões) 2002 2003 2004 2005 1.523.607 1.722.351 2.032.391 2.423.368 2.725.827 3.460 8.748 35.340 47.994 40.089 3 4 4 4 4 180.000 180.000 190.000 210.000 210.000 100% 100% 100% 100% 100% Centrais de armazenagem e distribuição 3 3 3 3 3 Centros de distribuição avançados/CDAS 42 42 42 42 42 113.000 113.000 113.000 113.000 113.000 700 700 700 700 700 13.000 13.000 13.000 13.000 13.000 1.165 1.165 1.165 1.165 1.165 Empresas do grupo Clientes ativos Localidades atendidas (municípios brasileiros) Área de armazenagem Fornecedores Produtos Frota de caminhões Fonte: Grupo Martins, 2005. ANEXO 4 CONCENTRAÇÃO É BAIXA... 39% ... DIANTE DO PADRÃO MUNDIAL As maiores redes varejistas do Brasil detêm 39% das vendas anuais do setor (em bilhões de reais) Participação de mercado das cinco maiores empresas verejistas (em %) 1234 1234 Grupo Pão de Açúcar Carrefour Bompreço 1234 1234 1234 Sendas Paes Mendonça Sonae 123456789012 123456789012 123456789012 123456789012 123456789012 123456789012 123456789012 123456789012 123456789012 123456789012 123456789012 123456789012 123456789012 123456789012 123456789012 123456789012 123456789012 123456789012 123456789012 123456789012 123456789012 123456789012 123456789012 123456789012 9,8 0 9,2 123 123 123 28% 123456789012 123456789012 123456789012 123456789012 123456789012 123456789012 123456789012 123456789012 123456789012 1234567 1234567 1995 4,7 3,2 1,3 1,2 0,9 30 60 França 83 Canadá 69 Reino Unido 68 51 Alemanha 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 123456789012 123456789012 123456789012 123456789012 123456789012 123456789012 123456789012 123456789012 2001 Fontes: Ranking Abras/Booz-Allen & Hamilton 3,4 3,2 2,6 90 Argentina 45 Itália 43 Estados Unidos 41 Brasil 39 Chile Fonte: The Boston Consulting Group 34 ANEXO 5 A EVOLUÇÃO DA REDE SMART 2000 Faturamento estimado 2001 2002 2003 2004 2005 27.900.000 360.720.000 482.400.000 1.299.000.000 2.298.240.000 2.779.200.000 Clientes associados 31 167 201 433 504 772 Cidades atendidas 6 37 70 154 251 450 Estados atendidos 1 5 6 7 7 10 Projetos de desenvolvimento de lojas 331 1.250 1.002 1.864 791 2.214 Número estimado de funcionários envolvidos 620 3.340 4.020 8.660 10.080 15.440 Fonte: Grupo Martins, 2005. Parcerias financeiras Professores e consultores externos Publicidade Serviços financeiros Cursos e consultoria Marketing cooperado Indústria Atacado e distribuição de serviços Parceiros externos Grupo Martins Clientes associados Legenda Pequeno e médio varejo ANEXO 6 A REDE SMART ANEXO 7 O CRESCIMENTO DAS CENTRAIS DE COMPRAS Evolução do número desse tipo de associação no Brasil 400* 188 85 5 1990 16 1995 2000 2004 * Previsão 2° Estudo sobre Centrais de Negócios no Brasil Fonte: EXAME, 24 nov. 2004. 2008 ANEXO 8 EVOLUÇÃO DE DESEMPENHO DO A TACADO AT 76,5 69,5 55,4 68,3 61,0 54,5 Faturamento (bilhões R$) a preço de atacado 2002 Fonte: Ranking ABAD, 2005. Faturamento (bilhões R$) a preço de varejo 2003 2004 2 3 4 5 6 8 7 42 9 0 0 0 12 11 17 14 25 21 15 13 Makro Atacadista S/A Martins Com. e Ser. Dist. S/A Arcom AS Tambasa Zamboni Distribuidora Ltda. União Com. Imp. e Exp. Ltda. Cerealista Maranhão Ltda. Universe Distribuidora Ltda. Santa Terezinha Dist. Prod. Ind. Alimentos Zaeli Ltda. Vila Nova Cema Central Mineira Atacadista Pastificio Santa Amália Ltda. Mercantil Nova Era Ltda. Embrasil Empresa Bras. Dis. Ltda. Pennacchi e Cia. Ltda. Carvalho e Fernandes Ltda. Distribuidora Coimbra Imp. Exp. Ltda. Atacadão Est. Cer. Rio do Peixe Garcia Atacadista Ltda. SP MG MG MG RJ MG SP MG MG PR MG MG MG AM MG PR PI RO PB RJ UF 3.419.769.692 2.404.546.060 1.058.000.000 482.354.743 416.750.897 325.697.698 318.531.610 312.171.706 310.500.000 300.000.000 280.241.200 246.441.131 234.816.642 230.106.895 222.491.685 200.124.848 198.755.478 196.559.472 187.592.800 173.578.962 1.097.842 175.868 150.000 65.000 10.627 55.100 12.753 15.000 21.000 50.000 13.500 26.385 28.000 5.230 42.000 22.274 30.000 15.226 17.026 6.870 0 113.000 62.000 24.000 13.700 10.824 9.556 15.000 30.000 200.000 16.222 8.500 10.000 19.000 12.288 23.000 14.303 24.086 18.600 3.110 Faturamento bruto Clientes ativos Área de armaz. 2004 (R$) (m2) 4.493 3.656 1.700 981 680 525 670 267 790 1.500 507 914 1.283 293 432 380 426 518 629 340 Total funcionários Resultados do Ranking 2004 – Setor de Bens de Consumo Rápido: As Maiores Empresas no Setor Atacadista. As 20 Maiores Empresas em Faturamento (R$). Fonte: ACNielsen – Ranking ABAD 2004. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 CL. 2004 CL. 2003 Razão social ANEXO 9 MAIORES EMPRESAS NO SETOR A TACADIST A AT ACADISTA Títulos Publicados TÍTULOS PUBLICADOS Para acesso à lista completa, favor contatar: Tel.: (31) 3589-7465; fax: (31) 3589-7402; e-mail: [email protected] 2006 CF0602 Rede Smart Smart. Isabel Crego, Júnia Esteves. Copyright© 2006, FDC. Setembro, 2006. CF0601 Caso A – Líder Táxi Aéreo. Caso B – Líder Aviação Aviação. Luciana Fraiha Henriques Gama, Paula Matos Marques Simões. Copyright© 2006, FDC. Junho, 2006. 2005 CF0503 A cesita: tornando-se um player global global. Betania Tanure – FDC, Dominique Héau – INSEAD/ FDC, Vera Lúcia Cançado Lima – FDC/Fundação Pedro Leopoldo. Copyright© 2005, FDC. Setembro, 2005. CF0502 A cesita: on becoming a global player player. Betania Tanure – FDC, Dominique Héau – INSEAD/ FDC, Vera Lúcia Cançado Lima – FDC/Fundação Pedro Leopoldo. Copyright© 2005, FDC. Setembro, 2005. CF0501 CCR – A governança como fundamento da e s t r a t é g i aa. Eduardo Gusso – FDC; Elismar Álvares da Silva Campos – FDC. Copyright© 2005, FDC. Julho, 2005. 2004 CF0410 B ancosimples – Um negócio para reinventar o setor setor. Linda Goulart – FDC; Carlos Arruda – FDC. Copyright© 2004, FDC. Setembro, 2004. CF0409 Natura: the magic behind Brazil’ Brazil’ss most admired company company. Sumantra Ghoshal – LBS; Betania Tanure – FDC; Don Sull – LBS; Homero Luís Santos – FDC; Marcela Escobari – LBS; Roberta Carvalho Cardoso – FDC. Copyright© 2004, FDC. Agosto, 2004. CF0408 Caso Usiminas B B. Haroldo Vinagre Brasil – FDC; Colaboradores: Ana Carolina Santos de Almeida – FDC; Rita Fonseca e Luiz Confúcio da Cunha Bastos Neto – Usiminas. Copyright© 2004, FDC. Agosto, 2004. CF0407 Volkswagen in the global war against HIV/AIDS HIV/AIDS. Cláudio Bruzzi Boechat – FDC; Nísia Duarte Werneck – FDC; Temba Masilela – University of South Africa; Letícia Miraglia – FDC. Copyright© 2004, FDC. Junho, 2004. CF0406 Samar co V olunteer Program Samarco Volunteer Program. Cláudio Bruzzi Boechat – FDC; Nísia Duarte Werneck – FDC; Letícia Miraglia – FDC. Copyright© 2004, FDC. Junho, 2004. CF0405 Programa de V oluntariado Samar co Voluntariado Samarco co. Cláudio Bruzzi Boechat – FDC; Nísia Duarte Werneck – FDC; Letícia Miraglia – FDC. Copyright© 2004, FDC. Junho, 2004. CF0404 Instituto Holcim and the Ortópolis Program Program. Cláudio Bruzzi Boechat – FDC; Nísia Duarte Werneck – FDC; Letícia Miraglia – FDC. Copyright© 2004, FDC. Junho, 2004. CF0403 Instituto Holcim e o Programa Ortópolis Ortópolis. Cláudio Bruzzi Boechat – FDC; Nísia Duarte Werneck – FDC; Letícia Miraglia – FDC. Copyright© 2004, FDC. Junho, 2004. CF0402 Aracruz Celulose and the construction of the Luciano Villas Boas Machado Barge-Ship Maritime T erminal Terminal erminal. Cláudio Bruzzi Boechat – FDC; Nísia Duarte Werneck – FDC; Letícia Miraglia – FDC. Copyright© 2004, FDC. Junho, 2004. CF0401 A Aracruz Celulose e a construção do T caça Luciano Terminal Navios-Barcaça erminal Marítimo de Navios-Bar Machado. Cláudio Bruzzi Boechat – FDC; Nísia Duarte Werneck – FDC; V illas Boas Machado Letícia Miraglia – FDC. Copyright© 2004, FDC. Junho, 2004. 25 Casos FDC 2003 CF0308 CIA. dos Brinquedos Brinquedos. Iêda Lima Pereira – FDC e Marcelo Nacif Rocha – FDC. Copyright© 2003, FDC. Dezembro, 2003. CF0307 ORBIT ALL – B: Reorganization (English version). Betania Tanure – FDC; Dominique ORBITALL Héau – INSEAD. Copyright© 2003, FDC/INSEAD. Julho, 2003. CF0306 ORBIT ALL – A: Credicard’ ORBITALL Credicard’ss Spin-Off (English version). Betania Tanure – FDC; Dominique Héau – INSEAD. Copyright© 2003, FDC/INSEAD. Julho, 2003. CF0305 ORBIT ALL – B: Reorganização ORBITALL Reorganização. Betania Tanure – FDC; Dominique Héau – INSEAD. Copyright© 2003, FDC/INSEAD. Julho, 2003. CF0304 ORBIT ALL – A: Spin-Off da Credicard ORBITALL Credicard. Betania Tanure – FDC; Dominique Héau – INSEAD. Copyright© 2003, FDC/INSEAD. Julho, 2003. CF0303 SAMARCO: Projeto Salvamar uma empresa, uma idéia idéia. Cláudio Bruzzi Boechat – FDC; Nísia Duarte Werneck – FDC. Copyright© 2003, FDC. Julho, 2003. CF0302 S A M A R C O : S a l v a m a r P r o j e c t O n e C o m p a n yy,, O n e I d e aa. Cláudio Bruzzi Boechat – FDC; Nísia Duarte Werneck – FDC. Copyright© 2003, FDC. Julho, 2003. CF0301 ABN AMRO/BANCO REAL: Case study of a strategic acquisition n. Betania Tanure – FDC; Dominique Héau – INSEAD. Copyright© 2003, FDC/INSEAD. Maio, 2003. 2002 CF0205 NA TURA: a magia por trás da empresa mais admirada do Brasil NATURA: Brasil. Sumantra Ghoshal – LBS; Betania Tanure – FDC; Don Sull – LBS; Homero Luís Santos – FDC; Marcela Escobari – LBS; Roberta Carvalho Cardoso – FDC. Copyright© 2002, FDC. Agosto, 2002. CF0204 WEG: adaptando o capitalismo familiar ao mercado global global. Sumantra Ghoshal – LBS; Betania Tanure – FDC; Don Sull – LBS; Homero Luís Santos – FDC; Marcela Escobari – LBS; Roberta Carvalho Cardoso – FDC. Copyright© 2002, FDC. Agosto, 2002. CF0203 O Grupo Accor no Brasil – Pessoas realizadas, excelência em serviço, rentabilidade crescente crescente. Elson Valim Ferreira – FDC; Haroldo Vinagre Brasil – FDC. Copyright© 2002, FDC. Junho, 2002. CF0202 ABN AMRO/BANCO REAL (A) – Estudo de caso de uma aquisição estratégica estratégica. Betania Tanure – FDC; Dominique Héau – INSEAD. Copyright© 2002, FDC/INSEAD. Maio, 2002. CF0201 FIA T-USIMINAS: a construção de uma par ceria estratégica FIAT parceria estratégica. Yves Doz – INSEAD; Antônio Batista da Silva Júnior – FDC; Aline Souki do Amaral – FDC. Copyright© 2002, FDC/INSEAD. Janeiro, 2002. 26