1 FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ CENTRO DE PESQUISAS AGGEU MAGALHÃES ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO DE SISTEMAS E SERVIÇOS DE SAÚDE MARIA EUGÊNIA VIEIRA DE FARIAS GAMA VIGILÂNCIA SANITÁRIA: um modo de pensar e agir RECIFE 2010 2 MARIA EUGÊNIA VIEIRA FARIAS GAMA VIGILÂNCIA SANITÁRIA: um modo de pensar e agir Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Gestão de Sistemas e Serviço de Saúde do Departamento de Saúde Coletiva, Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães, Fundação Oswaldo Cruz, como requisito de obtenção do título de Especialista em Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde. Orientador: Dr. Sidney Feitoza Farias Recife 2011 3 Catalogação na fonte: Biblioteca do Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães G184v Gama, Maria Eugênia Vieira de Farias. Vigilância Sanitária: um modo de pensar e agir / Maria Eugênia Vieira de Farias Goma. - Recife, 2010. 47 f. Monografia (Especialização em Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde) Departamento de Saúde Coletiva, Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães, Fundação Oswaldo Cruz Orientador: Sidney Feitoza Farias. 1. Vigilância Sanitária. 2. SUS. 3. Gestão Financeira. 1. Farias, Sidney Feitoza. CDU 614.39 4 MARIA EUGÊNIA VIEIRA DE FARIAS GAMA VIGILÂNCIA SANITÁRIA: um modo de pensar e agir Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Gestão de Sistemas e Serviço de Saúde do Departamento de Saúde Coletiva, Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães, Fundação Oswaldo Cruz, como requisito de obtenção do título de Especialista em Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde. Aprovado em : ____ / ____ / 2010 BANCA EXAMINADORA _________________________________________ Drª Tereza Maciel Lyra CPqAM/FIOCRUZ __________________________________________ Dr. Sidney Feitoza Farias CPqAM/FIOCRUZ 5 GAMA, Maria Eugênia Vieira de Farias. Vigilância Sanitária: um modo de pensar e agir. 2010. Monografia (Especialização em Gestão de Sistemas e Serviço de Saúde) – Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães, Fundação Oswaldo Cruz, 2010. RESUMO O objetivo do presente estudo foi discutir sobre vigilância sanitária. Para tanto, inicialmente foi analisado como está o desenvolvimento das idéias e preocupações com a gestão de recursos financeiros em vigilância sanitária e saúde, evidenciando as tendências que se vêm concretizando e orientando possíveis ações administrativas. O comportamento do mercado de trabalho será considerado através das variáveis como crescimento, diferenças salariais entre as principais categorias profissionais, distribuição do poder, terceirização, formação de cooperativas, manutenção e contratação de servidores públicos, programas de demissão voluntária, emprego formal, relevância do emprego na economia do país, índice de escolaridade, dentre outras. O Sistema Único de Saúde (SUS) foi examinado através dos seus princípios fundamentais, principais objetivos e sua relação com as ações de saúde pública e privada, recursos financeiros disponíveis, dentre outros. Palavras-Chaves: Vigilância Sanitária. SUS. Gestão Financeira. 6 GAMA, Maria Eugenia Vieira de Farias. Health Surveillance: One way of thinking and acting. 2010. Monograph (Specialization in Management Systems and Health Service) Aggeu Magalhães Research Center, Oswaldo Cruz Foundation, 2010. ABSTRACT The aim of this study was to discuss health surveillance. For this purpose it was originally analyzed as is the development of ideas and concerns with the management of financial resources in health surveillance and health, highlighting the trends that have been realizing and guiding possible administrative actions. The behavior of the labor market will be considered through variables such as growth, wage differentials among the major occupational categories, power distribution, outsourcing, cooperative formation, maintenance and hiring of civil servants, voluntary severance programs, formal employment, relevant employment in the economy, level of education, among others. The Unified Health System (SUS) was examined through its fundamental principles, core objectives and their relationship to the actions of public and private health, financial resources, among others. Key Words: Health Surveillance. SUS. Financial Management. 7 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................8 1.1 Problematização e Relevância do Tema...................................................................10 1.2 Pergunta Condutora ..................................................................................................11 1.3 Hipótese ....................................................................................................................11 2 OBJETIVOS ...........................................................................................................12 2.1 Objetivo Geral ..........................................................................................................12 2.2 Objetivos Específicos ...............................................................................................12 3 REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................13 3.1 Vigilância Sanitária ..................................................................................................13 3.2 Gestão em Vigilância Sanitária ................................................................................14 3.3 O Perfil da Gestão em Vigilância Sanitária..............................................................15 3.4 Implicações Tecnológicas na Área de vigilância Sanitária ......................................17 3.5 Reestruturação Organizacional.................................................................................20 3.6 Planejamento Financeiro na Gestão em Vigilância Sanitária...................................20 3.7 Vigilância Sanitária e Saúde Pública: Sistema Único de Saúde (SUS)....................21 3.7.1 O Sistema Único de Saúde e sua Trajetória.............................................................21 3.7.2 Gerenciamento do SUS e Vigilância Sanitária ........................................................24 3.8 As Políticas Públicas de Saúde no Brasil e Vigilância Sanitárial ............................28 3.9 Novos Paradigmas de Saúde na Legislação Nacional ..............................................31 3.10 Políticas Públicas para a Saúde Integral ...................................................................33 4 METODOLOGIA...................................................................................................36 5 CONCLUSÃO.........................................................................................................37 REFERÊNCIAS......................................................................................................38 8 1 INTRODUÇÃO A Constituição Federal de 1988 (CF88) estabeleceu um político-institucional novo momento no Brasil, reafirmando o Estado Democrático e definir uma política de proteção social amplo. Do mesmo modo, reconheceu a saúde como um direito de cidadania social e inscrita em uma lista de ações integradas de gestão dos Poderes Públicos e da sociedade visando a afirmação de uma nova ordem social, cujos objetivos essenciais são a justiça social e o bemestar. Desde o CF88, o Estado está legalmente obrigado a executar ações de saúde e oferecer serviços de saúde, de modo a construir uma nova ordem social. Com a CF88, um grande número de leis, portarias ministeriais e atos administrativos viabilizam a gestão na área de vigilância sanitária. Durante os anos 1990 e 2000, o numero de ordens judiciais com pedidos relacionados ao direito à saúde tem aumentado progressivamente. O Poder Judiciário e o ministério Público (MP) revelou incoerências e contradições e normativos alcance jurídico do SUS (Sistema Único de Saúde), bem como os problemas não são calculados pelas políticas de saúde, questionando executivo Poder de ações e criando uma nova demanda para a legislação, o que coloca o direito de problema de saúde na agenda. Neste ínterim, se situa no contexto geral da saúde no Brasil, cujos aspectos maiores são analisados na revisão da literatura. Uma referencia teórica especifica será feita no SUS (Sistema Único de Saúde) instrumento do Governo na condução da política brasileira de saúde. As pessoas constituem o capital intelectual das organizações. As organizações mais bem-sucedidas, que atentam para essa realidade, tratam seus funcionários como parceria, na missão de prestar serviços de saúde com qualidade e efetivamente como parceiros do negócio, não mais como simples empregados contratados. Dentro desta visão, a Gestão de Pessoas enfatiza-as como seres humanos, como ativados inteligentes de recursos organizacionais e como parceiras nas organização, dedicando-se ao trabalho, comprometendo-se, correndo riscos e assumindo responsabilidades (CHIAVENATO, 1999). Restituir com regularidade, ou seja, capacitar profissionalmente, reciclar continuamente as pessoas, ampliar seus conhecimentos e seu potencial, proporcionar melhores condições de trabalho, é sem dúvida uma exigência da luta pela competitividade entre as organizações. 9 O aumento da qualidade e da prestação de serviços de saúde é uma conseqüência da qualidade de capacitação profissional dos recursos humanos, que também influirá na qualidade de vida e motivação dos funcionários, tanto das organizações de saúde pública como nas particulares. Ingressamos em novo milênio e o setor saúde, tanto o público quanto o privado, ainda não alcançou um nível desejável de eficiência e eficácia no tratamento de questões antigas, como Capacitação Profissional e Condições de Trabalho. Como uma decorrência do aprofundamento do estudo dos determinantes e do atual estágio de desenvolvimento da Capacitação Profissional e Condições de Trabalho, outros aspectos importantes e com eles relacionados serão analisados, visando a dar maior substância aos temas que constituem o eixo deste trabalho. No Relatório sobre Desenvolvimento Humano de 1998, do programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o Brasil aparece na 79ª posição dentre os demais países do mundo, atrás de Granada, Suriname, Líbano, etc. embora sejamos a 8ª economia mundial, poucos investimentos são feitos em saúde. Segundo o relatório acima mencionado, o Brasil apresenta um perfil em saúde muito degradado em doenças: tuberculose, malária, dengue, hepatite, febre amarela e pessoas portadoras de deficiências. Questões antigas, mas ainda não devidamente solucionadas. Privilegia-se mais a medicina curativa do que a preventiva, que resultados muito mais abrangentes. A solução das graves questões de saúde não pode ser tão somente a propalada “solução de mercado”, pois estima-se que somente 40 milhões de brasileiros sejam hoje usuários de Planos de Seguros de Saúde (MS/99), quantitativo que representa em torno de um quarto da população brasileira, cuja economia está em recessão, com um índice de desemprego de níveis altíssimos. Noam Chomsky, em artigo publicado no jornal Folha de São Paulo, de 25/12/98 (1º caderno), ironiza, com fatos, a prevalência das leis de mercado nos Estados Unidos, o modelo para o mundo ocidental, ao afirmar que o Governo Reagan, para salvar a indústria americana da concorrência japonesa nos anos 80, duplicou as barreiras contra importações e investiu pesados fundos públicos em tecnologia avançada, a qual foi colocada de forma generosa nas mãos da indústria privada. Somente assim, evitou-se o aniquilamento da base industrial norte-americana, ou seja, a indústria automobilística, de aço e de semicondutores. É válido, pois, inferir que, se na economia mais poderosa do mundo, as leis de mercado não prevalecem integralmente, como 10 poderão vigir em nosso país, onde tantas são as desigualdades sociais, assim como o desemprego, recessão e exclusão social? Se o receituário não funciona lá, como poderá ser aplicado aqui, para uma população miserável, que tem na rede pública hospitalar, a única e exclusiva chance de solucionar seus problemas de saúde? Considerando a evolução tecnológica, as práticas de gestão pública passaram a exigir novas qualificações profissionais, passando, assim, as atividades inerentes à controladoria e contabilidade das organizações a assumirem perfis mais ágeis com a produção de maior volume de informações gerenciais, contribuindo para a participação mais ativa do processo decisório na administração. Desta forma, o objetivo do presente estudo foi discutir sobre vigilância Sanitária no âmbito da gestão pública. 1.1 Problematização e Relevância do Tema A Constituição Federal (C.F.) no Art. Prevê o seguinte: “A Saúde é direito de todos e dever do Estado”. No Art. 199, par. 1º, é garantido às instituições privadas, de forma complementar, participar da prestação de serviços à população, mediante contrato de direito público ou convênio. Assim, o Brasil lida com um duplo sistema de saúde em que a livre iniciativa tem lugar. Tanto na rede pública como na particular o problema de Recursos Humanos é fundamental na Vigilância Sanitária. A abordagem moderna da Gestão de Recursos Humanos, encontrada na literatura especializada, está hoje muito mais preocupada em visualizar as pessoas como parceiras das organizações. Na verdade elas são formadoras de conhecimentos, portadores de compromissos éticos, detentoras de habilidades, de capacidades e aportam às instituições, quer públicas quer privadas, suas inteligências, que capacitam os dirigentes em geral à tomada de decisões racionais, visando o alcance de objetos globais (CHIAVENATO, 1999). Este é o quadro geral em que se insere o presente estudo, sem esquecer que ele tem como contexto geral o imenso problema que é a qualidade de vida e de saúde no Brasil. A relevância do presente estudo prende-se ao fato de tratar-se de um assunto de interesse vital para os seres humanos. A problemática da gestão em vigilância sanitária no Brasil depende, em grande parte, do SUS, para cuja eficácia é indiscutível o trabalho 11 qualificado das pessoas. Assim, a questão da gerência de pessoas, sua capacitação profissional e condições de trabalho assume notável importância. 1.2 Pergunta Condutora Como ocorre a gestão em vigilância sanitária no Brasil. 1.3 Hipótese Os planos de gestão em vigilância sanitária ocorrem desgaste através de conivências políticas, da responsabilidade de recursos e das necessidades em saúde da população. 12 2 2.1 OBJETIVOS Objetivo Geral O objetivo do presente estudo foi discutir sobre vigilância sanitária no âmbito da gestão pública. 2.2 Objetivos Específicos • Avaliar o perfil da Gestão da Vigilância Sanitária no Brasil. • Discutir sobre o SUS e sua relação com a vigilância sanitária. 13 3 3.1 REFERENCIAL TEÓRICO Vigilância Sanitária A vigilância sanitária trata da higiene através da promoção da saúde através da prevenção do contato humano com os riscos potenciais que causam enfermidades. Trata-se de uma medida de prevenção da doença em diversos âmbitos. Riscos podem ser físicos, microbiológicos ou químicos agentes da doença. De acordo com a Agência nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA (2010) As justificativas do Governo Federal para criar as agências reguladoras são decorrentes de exigências sociais e políticas. Em função desta situação, houve uma diluição do papel da administração pública como fornecedor exclusivo ou principal de serviços públicos e, simultaneamente, um processo, ainda em curso, de regular atividades produtivas de interesse público mediante o estímulo à competição e à inovação, atuando preferencialmente no gerenciamento de recursos e na função de controle. A agencia Nacional de Vigilância Sanitária foi criada pela Lei n. 9.782, de 26 de janeiro de 1999. É uma autarquia sob regime especial, ou seja, uma agência reguladora caracterizada pela independência administrativa, estabilidade de seus dirigentes durante o período de mandato e autonomia financeira. A gestão da Anvisa é responsabilidade de uma Diretoria Colegiada, composta por cinco membros. Na estrutura da Administração Pública Federal, a Agencia está vinculada ao Ministério da Saúde, sendo que este relacionamento é regulado por Contrato de Gestão. A finalidade institucional da Agência é promover a proteção da saúde da população por intermédio do controle sanitário da produção e da comercialização de produtos e serviços submetidos à vigilância sanitária, inclusive dos ambientes, dos processos, dos insumos e das tecnologias a eles relacionadas. Além disso, a Agência exerce o controle de portos, aeroportos e fronteiras e a interlocução junto ao Ministério das Relações Exteriores e instituições estrangeiras para tratar de assuntos internacionais na área de vigilância sanitária (p.1). Resíduos que podem causar problemas de saúde humana e animal são fezes, resíduos sólidos, águas residuais domésticas, os resíduos industriais e resíduos agrícolas. Meios de prevenção e higiene podem ser usando soluções de engenharia, como por exemplo, esgoto e tratamento de águas residuais e as tecnologias simples, como por exemplo, latrinas, fossas sépticas, ou mesmo por práticas de higiene pessoal como simples lavagem de mãos com água e sabão. Ainda segundo a Agência nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA (2010): Vigilância Sanitária é a parcela do poder de policia do Estado destinado à defesa da saúde, tem que ter como principal finalidade impedir que a saúde humana seja exposta a riscos ou, em última instância , combater as causas dos efeitos nocivos que lhe forem gerados, em razão de alguma distorção sanitária, na produção e na circulação de bens, ou na prestação de serviços de interesse à saúde. No Brasil, a definição legal de vigilância sanitária é dada pela lei federal n. 8.080 de 19 de setembro de 1980: 14 Entende-se por vigilância sanitária um conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de interferir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde, abrangendo: o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionem com a saúde, compreendidas todas as etapas e processos, da produção ao consumo; e o controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou indiretamente com a saúde. É um dever exclusivo so sus a vigilância sanitária de portos e aeroportos e fronteiras (p.1). 3.2 Gestão em Vigilância Sanitária A administração está ligada ao ato de planejamento de estratégias e execução a fim de se alcançar algum objetivo, utilizando as dinâmicas necessárias a cada contexto empresarial. O caráter cultural de cada ambiente também deve ser levado em conta já que na gestão pública deve se adaptar ao ambiente no qual pertence. De acordo com Arantes (1998). A função básica da administração consiste, portanto, em estar permanentemente identificado as expectativas externas e internas e dirigindo o empreendimento para obter os resultados que atendem a essas expectativas. (p.2). A Revolução Industrial do Século XVIII marcou o cenário como sendo a primeira revolução, que aumentou a produtividade das empresas através da criação de novas tecnologias e formas de energia, bem como a divisão do trabalho. Em decorrência, verifica-se a Revolução da Produtividade (início do século XX), que implicou em uma mudança na aplicação do conhecimento da indústria e, a partir daí, a Revolução do Gerenciamento (após a Segunda Guerra Mundial), que proporcionou o aumento ainda maior de produtividade, na exata medida em que o conhecimento passou a ser aplicado para gerar novos conhecimentos. Ao final do século XX, face à rapidez com que as inovações têm sido introduzidas na sociedade, faz-se necessário que as organizações estejam voltadas intensivamente para a construção de conhecimento, propiciando a inovação. Processo que se iniciou com a globalização. Historicamente, constata-se que a globalização tem seu início na década de 70, consequentemente o mercado mundial acompanhou as mudanças na economia, onde passou a existir uma internacionalização do capital. Um surto de industrialização espalhou-se pelos países do Terceiro Mundo, porém comprometido pelas desigualdades e pela dependência financeira e tecnológica. Diferenças não só econômicas, mas também culturais, religiosas e políticas acompanharam a diversificação das linhas de desenvolvimento adotadas pelos países emergentes. 15 A crise financeira dos anos 80 (choque do petróleo) e a escassa ou fragmentada penetração das novas formas produtivas têm determinado em boa medida que o processo de mudança estrutural que se observou com tanta força transformadora nos países centrais não se tenha dado com tal intensidade na América Latina. Aqui as estruturas sociais e territoriais rurais não sofreram maiores alterações. O Brasil ilustra bem este fato. Todas estas mudanças ocorridas neste período tanto na economia quanto nas transformações tecnológicas influenciaram no modo como se desenvolve a administração sofreu influências diretas. As organizações enfrentam uma grande pressão adaptaram suas estruturas organizacionais aos novos tempos. Quer dizer, que até no campo da gestão na área de vigilância sanitária, este segmento devem estar “antenado” com as mudanças entrando e sintonia com as necessidades. A evolução aprovou a alteração dos conceitos da administração e suas implicações e considera desde o movimento científico até os modelos de qualidade total. Em consequência, houve o surgimento de novos paradigmas, que vêm alterando alguns princípios tradicionais dessa administração, como a inclusão de estratégias e técnicas mais participativas. Surgem, assim, os modelos de gestão, que dão origem a novas formas de conduzir os processos, de forma integrada e participativa. De acordo com a Agência nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA (2010): No nível federal, há a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), uma autarquia especial que goza de autonomia administrativa e financeira. Seus dirigentes detêm mandato de duração definida, são indicados pelo Executivo e submetem-se à arguição pelo Legislativo. Sua relação com o Ministério da Saúde, ao qual se subordina, é regulada mediante um contrato de gestão. O pequeno tempo de existência da Agência, dois anos, dificulta uma análise mais aprofundada dos resultados obtidos. Apesar da polêmica que cercou, e ainda cerca, a constituição da Anvisa, são inegáveis os avanços, principalmente se comparados à estrutura anterior, em que eram mínimas as possibilidades de controle gerencial dos escassos recursos e frequentemente as injunções políticas que levavam à descontinuidade político-administrativa e à rotatividade nos cargos (p.1). 3.3 O Perfil da Gestão em Vigilância Sanitária Katz (1974) identificou três grupos de habilidades básicas que o grupo de gestão em vigilância sanitária deve possuir em grau variado - Habilidades Técnicas 16 Envolve conhecimento especializado na área de vigilância sanitária, capacidade analítica e facilidade no uso de ferramentas e técnicas dentro da área de vigilância sanitária. - Habilidades Humanas Diz respeito à capacidade que o gestor deve ter para trabalhar efetivamente como membro de um grupo e para obter esforço cooperativo do grupo por ele liderado, considerando neste ínterim, sua intervenção política, por se tratar de um enfoque em gestão pública. A real habilidade em saber trabalhar com outras pessoas deve se tornar uma atividade contínua e natural, uma vez que a mesma envolve percepção e sensibilidade não só nos momentos de tomadas de decisões, mas também no comportamento de cada um. De acordo com a Agência nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA (2010): Segundo a perspectiva natural, os órgãos de Vigilância Sanitária se apresentam com nuanças, segundo a esfera de governo a que pertencem. Mas existem algumas características comuns: turbulência técnica, tecnológica e política do ambiente em que operam; dificuldade em analisar esse ambiente (sistemas de informações que geralmente consistem em cadastros nem sempre informatizados e, muitas vezes, estanques); inexistência de perspectiva de planos de carreira para os níveis estadual e municipal, aliada à tendência, à centralização e à coordenação do trabalho, mediante a hierarquia. Ou seja, quase todos são fatores que concorrem para uma insatisfação dos recursos humanos (p.1). - Habilidades conceituais em Vigilância Sanitária Capacidade de visualizar a vigilância sanitária como um todo, isto é, reconhecer como as várias funções dentro desta organização na gestão pública são independentes, e como mudanças em cada parte podem afetar todas as demais. Reconhecer relacionamentos, percebendo se os elementos significativos existentes em cada situação, permite ao gestor ser capaz de atuar proativamente, acarretando um fluxo saudável de cumprimento de atividades em toda a organização. De acordo com a Agência nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA (2010): O ambiente no qual a Visa opera é complexo porque, além dos conflitos há interferências políticas. Parte dessas interferências políticas decorre do fato de ser setor público, portanto com “autoridade delegada”. Outra parte decorre dos interesses contrariados ou a contrariar pela atuação efetiva da Visa. Dá-se uma elevada interdependência entre os órgãos de Visa, conforme vimos anteriormente. Concorre, também, para a complexidade do ambiente a definição de competência e atribuições entre as Visa das três esferas de governo e, também, outras questões que dizem respeito à Vigilância sanitária, mas que permaneceram fora do campo de abrangência da Anvisa, tal como a Saúde do Trabalhador (p.1). 17 3.4 Implicações Tecnológicas na Área de vigilância Sanitária A gestão pública é resistente e pouco ágil frente às necessidades de mudanças rápidas atuais. Trata-se do redimensionamento do tempo e do espaço. Drama da revolução da informação, segundo Toffer (1995) é a velocidade e não o conteúdo; a velocidade significa a possibilidade de mudar de tempo. Rapidez da informação é a velocidade da luz. Uma conjuntura globalizada on line não necessita mais de muros cercando grandes fábricas, apenas de equipamentos e profissionais em rede. As mudanças que ocorrem constantemente e em uma velocidade incessante provocam contínuas variações no meio ambiente onde operam as organizações e faz com que estas sejam obrigadas a adotar tal postura. No mundo moderno, a gestão estratégica é da maior importância para a dinâmica organizacional. As mudanças em curso requerem um mapeamento constante das estruturas organizacionais no setor público, de forma a prepará-las para possíveis alterações, além de exigirem uma postura que esteja em condições de enfrentar os constantes desafios impostos por este ambiente de turbulências. Estes novos processos administrativos estão sendo aprimorados e, conseqüentemente, geram novas técnicas de gestão e novos processos de trabalho, com o emprego de novas metodologias que permitem reestruturar totalmente a organização, modelando-a de acordo com o mundo novo. Em função disto deve haver por parte das organizações uma preparação por inteiro em todos os departamentos, em todas as divisões: adaptação e modificação de métodos e técnicas mais apropriadas ao contexto que hoje enfrentam e ás mudanças prenunciadas já para o início do novo milênio. O setor de vendas talvez seja o que enfreta a maior competitividade, por isso exige uma gestão empresarial capacitada e competente. A qualidade dos serviços de venda demandado pessoas com outro nível de qualificação, dotadas de potencial cada vez maior de conhecer os novos equipamentos com processos de produção, com problemas estruturais e políticos. É necessária uma mentalidade, isto é, um conjunto de atitudes mais apropriadas ao tipo de organização em que trabalham. Dentro de uma visão empresarial moderna, a estratégia pressupõe definição sistemática de objetivos, diretrizes e metas de desempenho, integrando as necessidades e decisões setoriais, convergindo com as políticas e orientações globais. Igualmente, a difusão e integração do planejamento às atividades das diversas áreas ida gestão pública, através da elaboração de normas e orientações, definições de níveis de participação, estabelecimento de 18 calendário e de mecanismos de controle e monitoramento, promoção de permanente ajuste da gestão pública às mutações ambientais e às exigências ecológicas com novos métodos e técnicas gerenciais. É importante ressaltar que vivemos a era da competitividade que corresponde à fase atual e teve início na década de 90 e, por isso, flexibilidade e descentralização são as palavraschave, uma vez que é objeto do setor público, como na área de vigilância sanitária, substituir as estruturas burocráticas e hierárquicas tradicionais, a fim de otimizar seu funcionamento. Tal proposta, de acordo com Neilson, Partemack e Viscio (2000), propõem o temo “e-xtended” para designar um novo modelo empresarial, no qual burocracia e hierarquia passam por um processo de revisão e relativização dentro das organizações, de modo a possibilitar aos funcionários responder de imediato às oportunidades de competição mundial. Em função da evolução dos processos que envolvem o funcionamento da gestão pública, foi necessário o desenvolvimento de práticas que colaborem para o exercício de um gerenciamento eficaz, bem como o alcance das metas em vigilância sanitária. A evolução desses conceitos estendeu a importância e elaboração de um planejamento estratégico por todas as camadas de uma empresa. Oliveira reforça essa idéia ao afirmar que: Certas decisões, que podem afetar significativamente a vida da empresa como um todo, estavam sendo tomadas apenas por gerentes dos núcleos da organização (p.46). Processo administrativo baseado em sustentação metodológica que visa estabelecer a melhor direção a ser seguida pela organização, objetivando otimizar o grau de interação com o ambiente e atuar de forma inovadora e diferenciada (DONÁRIO, 1985). Mais comumente considerado como de responsabilidade dos níveis hierarquicamente superiores da gestão pública e diz respeito tanto a formulação de objetivos, quanto à seleção de planos de ação a serem seguidos para sua consecução, levando em conta as condições externas e internas à organização e a evolução esperada para a mesma. O processo, no entanto, deve ter coerência e sustentação decisória. O Planejamento Estratégico, como visto, consiste na definição do negócio e missão organizacionais, elaboração e utilização de diferentes cenário para atuação da organização, formulação das filosofias e políticos organizacionais, definição de objetivos e metas organizacionais, opção por estratégias ou alvos de atuação, elaboração do orçamento organizacional durante um exercício fiscal determinado, bem como da metodologia de avaliação, controle e retroalimentação de todo o Planejamento Estratégico realizado (TAVARES, 1991). 19 Nesse sentido, a identificação do negócio da organização revela-se como o espaço em que a organização pretende ocupar frente a estas demandas, sendo definido pela escolha do negócio ao qual a organização pretende se dedicar, o que representa a seleção das formas de satisfação das demandas ambientais existentes. Uma organização define seu negócio pelos desejos ou necessidades que a mesma satisfaz quando o consumidor ou cliente utiliza seus produtos e/ou serviços. Não deve se ater à razão social da organização, contratos ou estatutos. Satisfazer os clientes é o negócio base de toda e qualquer organização e consiste na linha mestra que a alta administração adota para orientar a ação e tornar possível a contínua interação da organização com o ambiente. Em geral, este processo de análise implica em observá-la de fora para dentro, confrontando as demandas do ambiente com duas competências distintas e vantagens competitivas, quais sejam, conhecimento do mercado em que atua, Know-how em tecnologia, distribuição, atendimento e recursos disponíveis; além da história da organização e feeling de sua alta administração (MONTGOMERY; PETER, 1998). Vale aqui esclarecer que, ainda que tenha definido seu negócio de maneira ampla, a organização pode migrar de um negócio para o outro, face as suas capacidades internas e o leque de alternativas apresentadas pelo ambiente. As oportunidades e ameaças externas podem levar a uma constante redefinição do negócio da organização. Aspectos internos tais como a mudança de clima organizacional e insatisfações por parte do quadro de pessoal, também podem contribuir para este tipo de reflexão. A mudança no ramo do negócio, contudo, depende da existência de alternativas coerentes e que possam se aproveitadas pela organização. É importante destacar as vantagens e benefícios que envolvem a elaboração e execução de um Planejamento Estratégico. Oliveira (2001) destaca como sendo as mais importantes. - Facilita a tomada de decisão e a alocação de recursos; - Estimula o raciocínio empresarial; - Reforça o envolvimento efetivo dos gerentes a partir do momento em que estes se tornam comprometidos com a estratégia da empresa. O autor esclarece, ainda que em relação a essa última vantagem, sua possibilidade decorre de fato da administração, ao posicionar-se em termos estratégicos, alia o planejamento estratégico e a tomada de decisão operacional em todos os níveis (OLIVEIRA, 2001). 20 Um fator de extrema importância, inda, deve ser adicionada às questões do Planejamento Estratégico, qual seja, a interação entre pessoas. Nestes sistemas é essencial a valorização do trabalho em equipe, a comunicação aberta e o incentivo à confiança por parte do todos os membros da empresa, com vistas ao sucesso organizacional. Por outro lado, também, verifica-se que o Planejamento Estratégico não pretende resolver todos os problemas de uma empresa. Não é possível mantê-lo otimizado frente a essa expectativa. Pelo contrário, esse instrumento deve refletir verdadeiramente a situação da organização e suas condições de crescimento e/ou sobrevivência no mercado. Tem que estar respaldado em dados totalmente quantificáveis e com condições de monitoramento. 3.5 Reestruturação Organizacional É a etapa seguinte ao diagnóstico onde são criadas e divididas as funções de todos os componentes da empresa. O crescimento de uma empresa depende diretamente de uma estrutura capaz de atender as demandas geradas pelo aumento do volume de negócios. 3.6 Planejamento Financeiro na Gestão em Vigilância Sanitária A organização financeira de uma empresa diz respeito à administração de seus custos. Geralmente, as organizações de grande porte têm esta área estruturada a partir de comissões de orçamento. Esta comissão de orçamento tem como finalidade aprovar o orçamento geral que envolve todas as atividades da organização. De acordo com a Agência nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA (2010: Ainda hoje há a necessidade de se incrementar a capacidade de gestão dos órgãos de Vigilância Sanitária dos Estados e Municípios para que eles tenham melhores condições de gerir os recursos repassados, cujo percentual de execução, com poucas exceções, tem sido muito baixo. A responsabilidade maior pelo financiamento da saúde é atributo da União. Isto não exclui outras instâncias de governo de compartilhar seu custeio. Nesse sentido, faz-se necessário que os demais gestores ao elaborarem seus orçamentos, garantam um patamar de recursos que se some aos alocados pela instância federal. A NOB/SUS/01/96, inovou ao criar dois incentivos financeiros para a Vigilância Sanitária. Um destinado aos estados, denominado de Índice de Valorização do Impacto em Vigilância Sanitária – IVISA. E um segundo, destinado aos municípios, o PAB/VISA. Somente o PAB/VISA8 foi regulamentado e implantado com um valor per capita destinado a financiar as ações básicas de Vigilância Sanitária previstas no Sistema de Informação Ambulatorial – SAI/SUS, no valor de R$ 0,25/hab/ano e repassados fundo a fundo (p.1). 21 Os recursos financeiros bem administrados garantem a estabilidade e o sucesso da gestão pública, para isso o controle é primordial para ao acompanhamento do que foi estabelecido no planejamento. 3.7 Vigilância Sanitária e Saúde Pública: Sistema Único de Saúde (SUS) 3.7.1 O Sistema Único de Saúde e sua Trajetória O direito à saúde sempre esteve associado aos direitos políticos e sociais. Assim sendo, o conceito de saúde ao longo dos tempos passou por modificações, de acordo com o grau de organização, mobilização da sociedade e da intervenção do Estado (INSTITUTO DO HOMEM, 1992). Até 1967 no Brasil, não era reconhecido o direito à saúde na Constituição Federal. Na Conferência Internacional sobre Cuidados Primários de Saúde, realizada em Alma Ata, na Antiga URSS, promovido pela OMS, foi firmada uma declaração que, em seu Art. 1º, estabelece: “a Saúde é um estado de completo bem-estar físico mental e social e não simplesmente a ausência de doença ou enfermidade”. Essa concepção de saúde teve grande acolhida no Brasil, unificando os movimentos em prol, da “determinação da saúde”, com a bandeira “Saúde – Direito de Todos e Dever do Estado”. Este movimento ficou conhecido nacionalmente como o Movimento pela Reforma Sanitária que discutia o Sistema Nacional de Saúde e propugnava por um novo modelo. A Reforma Sanitária teve o apoio de movimentos sociais sindicais, acadêmicos e parlamentares. Na 8ª CNS, precedida de amplo debate em instâncias de saúde locais e regionais, finalmente, foi definido o conceito de saúde em termos abrangentes: A Saúde é a resultante das condições de habitação, alimentação, educação, renda, meio ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso à terra e posse dela e de acesso a serviços de saúde. Consequentemente é o resultado das formas de organização social de produção, que podem gerar grandes desigualdades de vida. Ainda na 8ª CNS, ficou consignado que o Direito à Saúde, significa a “garantia, pelo Estado, de condições dignas de vida e de acesso universal e igualitário à ações e serviços de promoção, proteção e recuperação de saúde, em todos os seus níveis, a todos os habitantes de território nacional, levando ao pleno desenvolvimento do ser humano em sua 22 individualidade”. Em agosto de 1992, na 9ª CNS, esta concepção foi reafirmada e assumida pela C.F. A lei nº 8080/90, em seu capítulo I, estabelece um conjunto de atribuições e objetivos para o SUS, que são: 1) A identificação e divulgado dos fatores condicionantes e determinantes de saúde, dentre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais. 2) A formulação de políticas de saúde, destinada a promover, nos campos econômicos e social, a redução de riscos de doenças e de outros agravos e o estabelecimento de condições que assegurem acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para a sua promoção, proteção e recuperação; 3) Assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas. Estão ainda previstas como atribuições do SUS; 4) A execução de ações de vigilância sanitária, epidemiológica, de saúde dos trabalhadores de assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica; 5) A participação na formulação da política e na execução de ações de saneamento básico; 6) A ordenação da formação de recursos humanos na área de saúde; 7) A vigilância nutricional e orientação alimentar; 8) colaboração na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho; 9) A formulação da política de medicamentos e equipamentos imuno-biológicos e outros insumos de interesse para a saúde e a participação na sua produção; 23 10) O controle e a fiscalização de serviços, produtos e substancias de interesse para a saúde; 11) A fiscalização e a inspeção de alimentos, água e bebidas, para consumo humano; 12) A participação no controle e na fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substancias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos; 13) O incremento em sua área de atuação, do desenvolvimento científico e tecnológico; 14) A formulação e execução da política de sangue e seus derivados. O Art. 198 da C.F. e o Art. 7º da lei nº 8080/98 prevêem a observação de determinados princípios no desenvolvimento e nas ações dos serviços públicos e privados de saúde, contratados ou conveniados que integram o SUS. Os princípios são: 1) Universalidade aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência, isto quer dizer que todos os cidadãos têm direito à assistência à saúde independente de vínculo empregatício ou se contribui ou não com a previdência; 2) Integralidade de assistência, entendida como um conjunto articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema, ou seja, o sistema de saúde deve proporcionar ao indivíduo ou à coletividade, as condições de atendimento, de acordo com as suas necessidades; 3) Prevenção da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade física e, moral; 4) igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie; 5) Direito à informação, para as pessoas assistidas, sobre sua saúde; 6) Divulgação de informação quanto ao potencial dos serviços e a sua utilização pelo usuário; 24 7) Utilização da epidemiologia para o estabelecimento de prioridades, alocação de recursos e a orientação programática; 8) Participação da comunidade; 9) Descentralização político-administrativa, com direção única em cada esfera de governo, com ênfase na descentralização dos serviços para os Municípios, regionalizando e hierarquizando a rede de serviços; 10) Integração em nível executivo das ações de saúde, meio ambiente e saneamento básico; 11) Conjunção dos recursos financeiros, tecnológicos, materiais e humanos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na prestação de serviços de assistência à saúde da população; 12) Capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis de assistência; 13) Organização dos serviços públicos de modo a evitar duplicidade de meios para fins idênticos; 3.7.2 Gerenciamento do SUS e Vigilância Sanitária Para que sejam garantidas a gratuidade, a universalidade, a eficácia e a eficiência dos serviços de saúde, o gerenciamento do SUS deverá ser: Participativo – permite o controle e a intervenção dos trabalhadores e de todos os cidadãos da sociedade civil organizada, sobre a forma como estão sendo prestados os serviços de saúde à comunidade em geral; Democrático – atender em primeira e última instancia, aos interesses dos usuários, quanto às suas reais necessidades de serviços de saúde; 25 Descentralização – oferecer condições materiais, físicas, financeira, de recursos humanos e políticas, de modo a permitir a administração e o controle em cada esfera governativa (Municipal, Estados, União), de forma autônoma e com poder de decisão local. Além da necessidade obediência aos princípios acima, é fundamental que os servidores na prestação de serviços de saúde, qualquer que seja a função que exerçam, o façam com compromisso, ética e competência, a fim de garantir o máximo de qualidade a esses serviços, respeitados os direitos do cidadão brasileiro. Devem ser garantidos também como condição fundamental. A lei Orgânica da Saúde. 8080/90, em seus artigos oitavo e nono, estabelece princípios para a Organização Direção e Gestão do SUS. Os princípios organizacionais do SUS são: a) Regionalização e Hierarquização - Os serviços de saúde estão classificàdas em níveis de complexidade crescente. Havendo serviços que para sua execução exigem toda uma estrutura e condições especiais, enquanto que outros não o requerem. A organização da rede de saúde de forma regionalizada e hierarquizada favorecerá um conhecimento mais amplo dos problemas de saúde de cada localidade e consequentemente melhor programação das ações de vigilância epidemiológica, sanitária, controle de vetores, educação em saúde, além de ações de atenção ambulatorial e hospitalar em todos os níveis de complexidade. b) resolutividade - É a garantia de solução dos problemas tanto do indivíduo quanto da coletividade, que buscam o serviço necessário. A rede por sua vez deve estar capacitada para atender e resolver os problemas até o nível de sua competência. c) descentralização - Entendida como uma redistribuição das responsabilidades nos três níveis de governo, Implica em que quanto mais perto do problema, mais chance de acerto na decisão tomada. Assim, o que é de abrangência de um Município deve ser de responsabilidade do governo municipal, na abrangéncia do Estado a responsabilidade recai sobre o governo estadual e o de nacional será de responsabilidade federal. d) participação dos Cidadãos - Garantida pela Constituição Federal, significa que a população participará do processo de formulação das políticas de saúde e do controle de sua execução, nos níveis municipal, estadal, federal, através dos Conselhos e Conferências de Saúde. 26 e) Complementariedade do Setor Privado - O Sistema único de saúde pode recorrer aos serviços da iniciativa privada, desde que comprovada a insuficiência de sua rede, na cobertura assistencial à população de uma determinada área, na Lei 8080/90, em seus artigos 25 e 26, estão previstas em que condições se darão a contratação desses serviços. O SUDS foi criado em julho de 1987, através do Decreto n° 94.657, com o objetivo de consolidar e desenvolver qualitativamente as AIS e teve como grandes méritos, a desconcentração estadual da saúde e a municipalização dos serviços A Constituição federal de 1988 incorporou um conjunto de conceitos, principios e diretrizes extraidas da pratica corrente e hegemônica, reorganizando-as na nova lógica referida pelos princípios da reforma sanitária. Constitucionalmente foi criado o SUS, que veio a ser regulamentado pelas Leis ns.8080 de 19/09/90 e 8.140 de 28/12/90. Com o processo de descentralização acordado entre as três esferas de governo, e com a edição da Norma Operacional Basica — SUS/1993, ficou estabelecido que haveria três modalidades de gestão: incipiente, parcial e semiplena; portanto, graus diferenciados de responsabilidades e de autonomia. A gestão semiplena prevê ações mais amplas e nivel de autonomia maior, ficando as Secretarias de Saúde Municipais com total responsabilidade sobre a administração de prestação de serviços de saúde; não havendo, portanto, a relação de compra e venda intergovernamental de serviços, em função do recebimento pelos estados e municípios de recursos financeiros do Ministeno da Saude, de acordo com os tetos financeiros, previamente estabelecimentos para assistência ambulatorial e hospitalar. Foi da maior importância a iniciativa do Ministeno da Saude de elaborar e colocar em prática a Norma Operacional Básica (NOB) do SUSII 996; objetivando promover e consolidar o pleno exercicio, por parte do poder publico municipal e do Distrito Federal, da função de gestor da atenção à saúde dos meus municipios, e ainda a redefinição das responsabilidades dos Estados, do Distnto Federal e da União Constitui um esforço de aperfeiçoamento de todas as ações implementadas, para cada vez mais dar poder, autonomia e recursos ao Poder Municipal, para assumir a responsabilidade por todas as questões de saúde dentro de seus limites territoriais, embora seja tambem estimulada a formação de consórcios Municipais para a solução de problemas locais. Na tentativa de melhorar este quadro, o governo federal introduziu mudanças no processo de descentralização, alterando as modalidades de gestão para os governos estaduais, que passaram a ser denominadas Gestão Avançada do Sistema Estadual e, para os municípios, 27 a Gestão Plena da Atenção Básica e Gestão Plena do Sistema de Saude em substituição aos tipos de Gestão Incipiente, Parcial e semiplena. Os números apresentados pelo SUS mostram como ele e de grande importância para a população do País tem, como principais desafios, a destinação do volume de recursos financeiros necessários, garantia de acesso e de qualidade mais homogênea em todas as regiões do pais, etc. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), o gasto federal em saúde, em 1996, em relação ao gasto federal total, (fiscal e seguridade social), foi de 4,1% É obvio que se o governo não tem acesso a informações, a planilhas de custos, a banco de dados, a indicadores e parâmetros de procedimentos em saúde, em termos financeiros, não terá condições técnicas e políticas para i’i atuar com firmeza. Não basta só a lei, é preciso vontade política para defender milhões de pessoas que pagam mensalmente as suas quotas. Convencionou-se denominar esta situação de crise de “universalização excludente”, ou seja, o processo de universalização do sistema de saúde veio sempre acompanhada da exclusão de segmentos sociais de camadas médias e do operariado qualificado (FAVERET; OLIVEIRA, 89). Depois de crescer durante toda uma era de desenvolvimento, em torno de 7% ao ano, nos anos 80, a economia brasileira, com exceção do período do Plano Cruzado, permaneceu em crise. A crise estrutural acentuou-se com a deteriorização da situação cambial, aceleramento inflacionário, recessão e notadamente com a ruptura de um padrão de crescimento baseado na articulação solidana entre Estado, empresas multinacionais e empresas privadas nacionais. Consumou-se, portanto, a ruptura do Estado desenvolvimentista, sustentado por uma aliança liberal desenvolvimentista, de corte conservador (MENDES, 1996). A instabilidade das fontes de financiamento tem agravado extremamente a situação do SUS, contribuindo para piorar a qualidade da prestação de serviços de saúde, em função da ausência de recursos para a qualificação profissional, compra e manutenção de equipamentos, contratação de novos profissionais, medicamentos, alimentos, etc. A soma do gasto total per capita/ano (soma de gastos federais, estaduais e municipais), no periodo compreendido de 1989/93, registrou uma queda de US$99,26, em 1989, para US$65,11, em 1993. O SUS, por razões jurídicas e políticas, passou a depender cada vez mais do empobrecido caixa do Tesouro Nacional que, em um momento de estabilização econômica, recebe uma forte pressão empresarial e de agências Internacionais para a eliminação do deficit 28 publico, em função da política de implementação de um Estado mínimo, privatizações, baixo poder de regulação do Estado, reformas econômicas orientadas para o mercado, pagamento preferencial de juros da dívida interna e externa. Segundo Mendes (1996), quem ganhou com a criação do SUS, desde seu inicio, foram 60 milhões de brasileiros ate então submetidos a uma atenção estatal de medicina simplificada ou à filantropia. Embora reconhecendo que a universalizaçâo da saúde no Brasil foi excludente, com queda na qualidade média da atenção médico-hospitalar, é inegável que para milhões de despossuídos que adquiriram direitos e livraramse da indigência, os ganhos, tanto do ponto de vista dos serviços, quanto da perspectiva psicossocial, são inegaveis Milhões de brasileiros alcançaram, com o SUS, cidadania na saúde, mas permaneceram subcidadãos políticos. Os recursos financeiros do SUS são depositados em conta especial, em cada esfera de governo e movimentados sob a fiscalização dos respectivos Conselhos de Saúde, conforme o Art. 33 da lei n°8080/90. Esta conta especial denomina-se de Fundo de Saúde. 3.8 As Politicas Pública de Saúde no Brasil e Vigilancia Sanitária O setor da saúde no Brasil tem sido campo de inúmeros embates pela transformação de um determinado padrão de intervenção estatal no plano das políticas sociais das quais a Constituição de 1988, também chamada “Carta cidadã” foi a principal norteadora (BRASIL, 2000). As políticas de saúde, anteriores a este marco histórico, tinham como características o caráter autoritário, a organização extremamente e burocratizada e um referencial estrito de intervenção do modelo, de cunho curativo, em prejuízo de medidas preventivas, cujas ações, de caráter campanhista e pontual eram realizadas por um inexpressivo Ministério da Saúde (MS). As ações de assistência médico-hospitalar eram de responsabilidade do Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS), sendo estas últimas hegemonicamente prevalecentes. Cabe lembrar que a tais ações era destinada grande dotação orçamentária, ficando o Ministério da Saúde à mercê das eventuais sobras do tesouro, numa distribuição de recursos que explicitava os contornos da compreensão e do exercício estatal do conceito de saúde e de cidadania vigentes (BRASIL, 2000). A partir da década de 70 começou a ser delineado um novo quadro no campo de atenção à saúde com a proposta da reorganização dos sistemas de saúde, partindo-se de um 29 referencial mais democrático, onde a gestão participativa passou a ser valorizada. Esta proposta buscou romper com o paradigma de atenção à saúde fundado no sistema biomédico curativo para que fosse possível ampliar o conceito de tal modo que, além de controlar danos e riscos, se preocupasse com os determinantes sócio-ambientais da saúde (FAVERET FILHO; OLIVEIRA, 1999). Em oposição à prática então hegemônica, observa-se que o movimento de reforma sanitána tinha como fundamento o conceito de saúde como direito de cidadania, a ser exercido e oferecido a partir da democratização do processo decisório e da construção de um controle social efetivo (BRASIL, 2000). Segundo Luchese (2000), o movimento pela reforma do sistema de atenção à saúde reivindicava a instituição do direito à saúde como direito inerente à pessoa, sendo, portanto um direito extensivo a toda a população brasileira, excluindo qualquer tipo de discriminação no campo de atenção à saúde, o que gerou uma reversão na lógica do benefício concedido mediante a vinculação ao sistema previdenciário ou como função das possibilidades econômicas. Paralelamente, o direito à saúde, entendido como acesso aos serviços de todos os níveis, deveria abranger, de maneira integradora, ações de promoção, prevenção, cura e reabilitação. Este projeto desenvolveu-se a partir da unificação das redes federal, estadual e municipal, em um único sistema de saúde, em contraposição a histórica fragmentação das ações e serviços de saúde. Simultaneamente a este processo, se estabeleceu a gestão descentralizada como estratégia de reorganização e democratização do sistema, organizado em tomo dos pressupostos de universalização e equidade da assistência. No tocante ao financiamento, desenvolveu-se a diversificação das fontes tributárias (até então restrita às contribuições sobre folha de salários, extremamente susceptíveis às conjunturas recessivas); a necessidade de recursos permanentes e estáveis e; o redimensionamento do poder público frente aos prestadores privados, de modo que este exercesse sua função normativa, fiscalizadora e coercitiva na garantia das responsabilidades assumidas na prestação de serviços à população (LUCHESE, 2000). Ao abordar políticas públicas de saúde, Luchese (1996) ressalta o fato de que o Brasil tem sido cenário de numerosos embates na luta por uma postura mais social democrata por parte do Estado. Institucionalmente, a Constituição de 1988 foi a principal norteadora desse principio antiliberal, entretanto, o princípio norteador que predomina nos projetos e políticas governamentais atualmente ainda é a do “Estado Mínino”, de acordo com a opinião desse 30 autor. Anteriores a “Carta Cidadã” as políticas de saúde se caracterizavam por um caráter autoritário, uma organização extremamente centralizada e burocratizada e um referencial estrito de intervenção do modelo biomédico, de cunho curativo, em prejuízo de medidas preventivas, cujas ações, de caráter campanhista e pontual eram realizadas por um inexpressivo Ministério da Saúde (MS). O Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS) se responsabilizavam pelas ações de assistência médico-hospitalar, sendo estas hegemonicamente prevalecentes. O Ministério da Saúde estava à sombra das eventuais sobras do tesouro, numa distribuição de recursos que explicitava os contornos da compreensão e do exercício estatal do conceito de saúde e de cidadania vigentes. Na década de setenta, ocorreram mudanças significativas com o parecer da reorganização do sistema de saúde nacional que teve como base um referencial mais democrático, valorizando-se assim a gestão participativa. Tal proposta procurou a quebra do paradigma de atenção à saúde, fundado no sistema biomédico curativo, com a proposta de que o conceito de saúde fosse de tal modo ampliado que, além de controlar danos e riscos, se preocupasse com os determinantes sócio-ambientais da saúde (LUCHESE, 1996). Em oposição à burocracia hegemônica da época, o movimento de reforma sanitária, apregoava a concepção de saúde como direito de cidadania, a ser oferecido e exercido a partir da democratização do processo decisório, como também, da construção de um controle social efetivo. Existe o pensamento de que a saúde seja um direito inerente ao cidadão, sendo, todavia, extensiva a toda população brasileira, eliminando qualquer tipo de discriminação no campo de atenção a saude. Ao menos no domínio ideológico, esse pressuposto reverte a lógica do benefício conferido frente à vinculação ao sistema previdenciário ou como função das possibilidades econômicas. Ao mesmo tempo, o direito à saúde, entendido como acesso aos serviços de todos os níveis, deveria abranger, de maneira integradora, ações de promoção, prevenção, cura e reabilitação. A partir da fusão das redes federal, estadual e municipal, esse projeto se desenvolveu até chegar a um sistema de saúde único, representando uma revolução na história das instituições de saúde no país. Apesar do processo de gestão descentralizada, este se firmou como estrategia de reorganização e democratização do sistema, organizado em torno dos pressupostos de universalização e eqüidade da assistência. Seguindo ainda a retrospectiva de Luchese (1996), ampliou-se a diversificação das 31 fontes tributárias, que até essa época limitada às contribuições sobre folha de salários, bastante influenciáveis às conjunturas recessivas; a necessidade de recursos permanentes e estáveis; e redimensionamento do poder público frente aos prestadores privados, de modo que este exercesse sua função normativa, fiscalizadora e coercitiva na garantia; responsabilidades assumidas na prestação de serviços à população. 3.9 Novos Paradigmas de Saúde na Legislação Nacional Em parte anexados ao texto constitucional de 1988, os paradígmas da reforma sanitária foram cristalizados de tal modo que fizeram este se romper ineditamente com a história das políticas sociais brasileiras ao afirmar o direito à saúde segundo a noção de direito social universal. Ressalta a Constituição que: A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem a redução do risco de doença e outros agravos e ao acesso universal e igualitário às açôes e serviços para sua promoção, proteção e recuperação (Brasil, 1988 art. 196). Uma concepção ampla de seguridade social, incluindo o direito a saúde é inaugurado pelo texto constitucional. A partir dessa concepção, é plausível notar que princípios fundamentais do movimento sanitário foram preservados, traduzindo-se na constituição na formulação de um Sistema Único de Saúde (SUS), a ser organizado em “uma rede regionalizada e hierarquizada” (ari 198), de acordo com diretrizes de “descentralização, com direção única em cada esfera de governo; atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais; participação da comunidade” (art. 198). A Lei N° 8.080/90, votada em setembro de 1990, regulamenta o Sistema Único de Saúde (SUS), estabelecido pela Constituição Federal de 1988, advertindo quanto à relevância pública dos serviços de saúde além de definir as atribuições dos níveis federal, estadual e municipal e o caráter complementar dos serviços privados. A lei delimita a organização básica das ações e serviços de saúde, quanto à direção, gestão, competências e atribuições de cada esfera de governo no Sistema Único de Saúde (SUS). Conforme a legislação, ao SUS existe a incumbência de proporcionar assistência às pessoas através de ações de promoção e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas, nela incluídas as ações de vigilância sanitária, vigilância epidemiológica, saúde do trabalhador e assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica; e seus princípios são: a) descentralização político-administrativa, com direção 32 única em cada esfera de governo, b) na fase na descentralização dos serviços para os municípios, c) regionalização e hierarquização da rede de serviços de saúde. (Lei n° 8080, capítulo 1). Complementar a Lei Orgânica de Saúde e organizando a participação da comunidade na gestão do sistema à forma e às condições para transferências intergovernamentais de recursos nesse âmbito, a lei no 8142 de 28 de dezembro de 1990 implicou na criação de instituições, as quais se destacam a Conferência de Saúde e o Conselho de Saúde, conferindo a este último órgão colegiado caráter permanente e deliberativo. Os Conselhos de Saúde têm por função atuar “na formulação de estratégias e no controle da execução da política de saúde na instância correspondente, inclusive nos aspectos econômicos e financeiros” (Lei 8142, Art. 1). A NOB 01/96, mais especificamente, encaminha o programa saúde da família, definido como modelo de atenção à saúde recebendo apoio institucional e financeiro para implantação de equipe pelos municípios. Seu objetivo principal consiste em promover e consolidar o pleno exercício, por parte do poder público municipal e do Distrito Federal, da função de gestor da atenção à saúde. E isso, áponta-se para a freqüente necessidade de redefinição das responsabilidades dos Estados, do Distrito Federal e da União, por meio de atualizações políticas com o intuito de avançar na consolidação dos princípios do SUS. Para possibilitar a busca pela efetivação da responsabilidade social do poder público municipal na esfera da saúde, encontra-se a Lei 8080/90. Desse modo, esse poder se responsabiliza como também pode ser responsabilizado, ainda que não isoladamente. Os poderes público, estadual e federal são co-responsáveis, na respectiva competência ou na ausência da função municipal. Contudo, tal responsabilidade não elimina o papel da família, da comunidade e dos propnos individuos, na promoção, proteção e recuperação da saúde. O que implica no aperfeiçoamento da gestão dos serviços de saúde no país e da própria organização do Sistema (NOB 96— inciso II do Artigo 23, da Constituição Federal). Pode-se afirmar que a busca de uma política pública de saúde em nosso pais, simultaneamente, tem provocado e estimulado um aperfeiçoamento do processo de qualificação da força de trabalho em saúde com vistas a instrumentalizá-la para a construção do SUS. Lei Orgânica 8080 no seu título IV, art. 27, ainda que timidamente, dispõe sobre a poiitica de recursos humanos na area da saude [incluindo entre os seus objetivos ai organização de um sistema de formação de recursos humanos em todos os níveis de ensino (...). (BRASIL, 1990) 33 Mais ainda, Os projetos de articulação escola-serviço, entre outras experiências inovadoras das décadas de 70 e 80, foram evidências inquestionáveis do esforço dos serviços e da universidade em cumprir a parcela que lhes cabia nessa tarefa. Na verdade, o redimensionamento da instrumentaiizaçâo da força de trabalho para o SUS exige uma “redefinição global do processo de produção de RH em saúde. (PAIM, 1994, p. 62) É preciso que se construa um projeto de saúde pública que “[fabraçe] a causa [d]a própria sobrevivência da humanidade.” (SAVIANI 1996, p. 183). lokoi (1994) chama a atenção para o fato de que, nas últimas décadas, as instituições universitárias se distanciaram dos valores utópicos, reafirmando elementos que causam a segregação e a exclusão social. Assumir a responsabilidade pela saúde dos habitantes de um determinado território implica a busca da integridade e um trabalho articulado entre diferentes profissionais (medicina, enfermagem, serviço social, etc.). Para tanto é necessário travarmos uma luta cotidiana pela redemocratização das ações publicas em defesa da vida: No nosso país, em particular, a luta pela construção de um sistema de saúde universal, acessível e de qualidade se confunde num primeiro momento com a própria luta pela redemocratização do país, e assume no presente contorno de resistência à guinada conservadora com relação às práticas públicas da última década. Ou seja, as propostas do campo têm efeitos bastante concretos na esfera política, e mesmo no cotidiano mais amplo da população... a possibilidade de esclarecimento e construção de acordos quanto a princípios organizadores da assistência, longe de ser meramente “acadêmica” no sentido pejorativo da palavra, interessa a amplas audiências — idealmente, a todos os cidadãos (MATTOS, 2001, p.11) Finalmente, é preciso destacar que, como as diferentes práticas profissionais em saúde são parcelas dos quatro processos de trabalho (assistência, gerenciamento, ensino e investigação) que compõem o processo de produção de serviços de saúde, seu objeto e sua finalidade são idênticos aos do processo de produção a que se articulam. Por isso, consideramos que o projeto de intervenção em saúde Coletiva é único e incorpora o monitoramento das condições de trabalho, de vida e de Saúde, que é a forma como se operacionaliza a Vigilância à saúde. (QUEIROZ; SALUM, 1996b, p. 201). 3.10 Politicas Públicas para a Saúde Integral Para que concretizasse a aplicação do SUS levou algum tempo e uma série de dificuldades foram encontradas, ocasionando inúmeras crises políticas, financeiras, institucionais e gerenciais. Tal cenário impedia a operacionalização, o pleno desenvolvimento e a implantação do SUS, principalmente em relação aos seus princípios básicos: 34 universalização e eqüidade da atenção, descentralização da assistência, integralidade das ações, participação e controle social. A falta de financiamento e uma articulação entre as três esferas de governo, dificuldades na relação entre setor público e setor privado e uma nítida resistência à mudança do modelo assistencial tradicional, principalmente pelos setores envolvidos no antigo sistema, ocasionaram muitos problemas. Deve-se enfatizar uma mudança expressiva no contexto social do Brasil durante meados da década de 90 e uma profunda crise econômica, o SUS acaba por ser colocado em uma complicada conjuntura de insegurança, bastante prejudicial ao desenvolvimento das ações de planejamento, acompanhamento, controle e avaliação do processo de descentralização da atenção à saúde, o que representava grandes empecilhos à atuação da direção nacional do SUS na condução do processo. Em meio a uma conjuntura deficitária, o Ministério da Saúde deu início a uma série de estratégias e programas de reformas na tentativa de tornar operacional o novo sistema. Tais investidas vão circular desde o terreno jurídico-institucional através da formulação das Normas Operacionais Básicas (NOB), editadas pelo Ministério da Saúde com o objetivo de orientar a implementação do SUS, e, de modo igualmente importante, através da criação de programas específicos de assistência especial, que terão conseqüências inestimáveis para o curso da saude no Brasil Dentre esses programas destacam-se o Programa de Agentes Comunitános de Saúde (PACS) e o Programa Saúde da Família (PSF). O Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS), em 1991, foi criado pelo Ministério da Saúde a partir do exemplo bem sucedido aplicado em alguns estados brasileiros (Paraná, Mato Grosso do Sul e Ceará). Esse programa consiste em um acompanhamento direto de agentes da saúde na casa das pessoas, com a proposta de reduzir a mortalidade infantil e materna das áreas mais carentes do país (principalmente os estados das regiões Norte e Nordeste), bem como ampliar a área de cobertura dos serviços de saúde para as áreas mais pobres. Esse programa introduz, também, a noção de área de cobertura do serviço com um aporte metodológico revolucionário, por ter a família e não mais o indivíduo como foco de unidade da ação programática na área da saúde. O programa implica na cobertura local de uma região de determinada cidade onde deverão realizar os acompanhamentos necessários nas casas das famílias e o foco na prevenção de doenças, se baseando em uma visão menos reducionista e mais ativa da intervenção na saúde, através de coberturas preventivas sobre os comportamentos e atitudes 35 das pessoas, reorganizando a natureza da demanda por serviços de saude. A principal caracteristica desse programa incide em uma forte integração dos agentes com a comunidade, sendo de extrema importância que os agentes façam parte da comunidade, permitindo que as ações de saude não sejam bloqueadas em função de diferenças culturais entre o saber cientifico e os saberes da comunidade. 36 4 METODOLOGIA Segundo Vieira (2006, p.19) “a metodologia é uma parte extremamente importante, pois é a partir dela que os tópicos gerais de cientificidade (validade, confiabilidade e aplicação) poderão ser devidamente avaliados”. A abordagem utilizada no presente trabalho caracteriza-se como qualitativa. Matar (1996) mostra que a pesquisa qualitativa oferece a possibilidade de se obter um maior conhecimento sobre o tema ou problema em foco, favorecendo a compreensão de conceitos e, sobretudo, ajudando na geração de informações para pesquisas especificas. Na perspectiva de Vieira (2006, p.110) “a pesquisa qualitativa busca criar uma situação experimental ou de observação que permite isolar o efeito de cada variável e caracterizar de forma precisa o impacto da ‘causa’ sobre o ‘efeito’”. Destaque deve ser dado ainda a esse autor no sentido de que “outra importante característica da pesquisa qualitativa é que ela é geralmente oferece descrições ricas e bem fundamentos, além de explicações sobre processos em contextos locais identificáveis” (VIEIRA, 2006, p. 18). Nestes termos, as abordagens qualitativas são especialmente úteis para determinar as razões e os porquês (AZEVEDO; NOHARA, 2006). A fim de se obter respostas à questões de pesquisa proposta, optou-se pela realização de um estudo de caso, com base em uma pesquisa bibliográfica sobre os temas em estudo. A pesquisa bibliográfica teve como objetivo os conhecimentos a obtenção de sustentação teórica sobre os conceitos. Esta pesquisa utilizou-se de livros, dicionários, jornais, teses e dissertações visando buscar informações concernentes aos assuntos trabalhados. Vergara (2004), assinala que a pesquisa bibliográfica fornece instrumental analítico para qualquer outro tipo pesquisa. Matar (2008) lembra que, em documentos conservados em órgãos públicos ou privados ou em arquivos públicos, existe uma riqueza a ser explorada. 37 5 CONCLUSÃO As funções de desenvolvimento são responsáveis por planejamento de recursos, políticos de cargos e salários, de capacitação e treinamento. Na área de gestão em vigilância sanitária, indevidamente, as atividades administrativas, ora são mais, ora menos valorizadas, de acordo com o grau de visão política que a esteja gerenciando no momento. O mesmo fenômeno ocorre também com as atividades de desenvolvimento de recursos financeiros nos hospitais públicos, na realidade, ambos os setores são importantes e necessários, devendo funcionar de forma integrada e em um âmbito mais global, visando o alcance dos objetivos organizacionais. Infelizmente, nem sempre temos o profissional de visão mais ampla alocado nas funções administrativas, ou nas de desenvolvimento por miopia e até por uma incompreensível tradição. Na realidade, em muitas Secretarias de Saúde já ocorreu a integração das funções, mas nem sempre a mentalidade mudou. Diversas ferramentas contábeis são empregadas na administração financeira. Cabe aos profissionais na área de administração financeira e pesquisadores da temática de avaliarem com cuidado o uso das ferramentas contábeis no intuito de facilitar as medidas tomadas pelos gestores, bem como, para maximizar a informação contábil na tomada de decisão financeira. A gestão de Recursos sofre sérias restrições orçamentárias e é pressionada por metas financeiras, realizam-se cortes de gastos por um lado, para ampliar a margem de receitas, levando a seleção de estratégias voltadas para aumentar a “eficiência”, palavra de ordem das reformas contemporâneas. No contexto da Vigilância Sanitária, a administração financeira passou a exercer papel preponderante, monitorando dados e permitindo a adoção mais imediata de medidas corretivas e/ou preventivas em planos e programas de controle de verba. Além disso, apoiando e fornecendo subsídios para os diversos gestores no planejamento e controle das atividades operacionais, comerciais, financeiras, administrativas e tributárias, estes serviços partem da premissa da integração de diversos setores na área de gestão em vigilância sanitária. 38 REFERÊNCIAS AFONSO, Roberto Alexandre Elias. DOAR versus fluxo de caixa. OB -Temática contábil e balanços. Revista IOB, São Paulo, Boletim n. 18, p. 1-11, 1999. 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