A HIPÓTESE DE CONVERGÊNCIA NO MODELO NEOCLÁSSICO DE CRESCIMENTO ECONÔMICO NOTAS DE AULA TEORIA MACROECONÔMICA II PROF. GIÁCOMO BALBINOTTO NETO UFRGS At the heart of the Solow model is the prediction of convergence, but the notion of convergence comes in several flavors. Debraj Ray (1998, p. 74) A questão da convergência no modelo neoclássico Uma questão que atraiu uma significativa atenção, principalmente com relação ao trabalho empírico sobre o crescimento econômico foi a de saber se os países pobres tendem a crescer mais rápido do que os países ricos. 3 A questão da convergência no modelo neoclássico Questão: Por que é esperada existir uma convergência das rendas per capita no longo prazo segundo o modelo neoclássico de crescimento econômico? 4 A questão da convergência no modelo neoclássico (i) o modelo de Solow (1957) prediz que os países tendem a convergir para suas trajetória de crescimento equilibrado. Assim, na medida em que as diferenças no produto per capita surjam de países que estão em diferentes pontos com relação a suas trajetórias de crescimento equilibrado, nós devemos esperar que os países pobres alcancem os países ricos [catch up]. 5 A questão da convergência no modelo neoclássico (ii) o segundo motivo é que o modelo de Solow (1957) implica que a taxa de retorno do capital é baixa em países com uma maior razão capital/trabalho e, portanto, há incentivos para o capital se deslocar ou fluir dos países ricos para os países pobres, o que, em última análise, irá provocar uma convergência das rendas per capita no longo prazo. 6 A questão da convergência no modelo neoclássico (iii) uma outra explicação seria uma extensão do modelo neoclássico no qual houvesse mobilidade internacional do capital e da tecnologia; 7 A questão da convergência no modelo neoclássico (iv) por fim, uma quarta causa para a existência de convergência é que, se houver defasagens na difusão do conhecimento, as diferenças de rendas podem surgir porque alguns países não estão ainda empregando a melhor tecnologia disponível. Contudo, tais diferenças tendem a diminuir a medida em que os países pobres ganham acesso aos métodos e processos mais avançados. 8 Origens da hipótese de convergência de rendas per capita no longo prazo Alexander Gerschenkron (1958) Moses Abramovitz (1986) Willian Baumol (1986) 9 Origens da hipótese de convergência de rendas per capita no longo prazo Under certain conditions being behind gives a productivity laggard the ability to growth faster than the early leader. This is the main contention of the convergence hypothesis. Abramovitz & Davis (1996, p. 21) 10 Baumol (1986) e a hipótese de convergência Baumol (1986) examinou a hipótese de convergência com dados de 16 países industrializados entre 1870 a 1979 com base nos dados levantado por Angus Maddison (1982). A equação estimada foi a seguinte: ln[(Y/N) i, 1979 ] – ln(Y/N) i,1870 ] = a + b ln[(Y/N) i, 1870 ] + i Se houvesse convergência, b seria negativo: países com uma alta renda inicial possuem uma menor taxa de crescimento. 11 Baumol (1986) e a hipótese de convergência Um valor para b de (-1) corresponde a uma convergência perfeita, isto é, uma elevada renda inicial em média reduz o crescimento subseqüente de um para um. Os resultados obtidos por Baumol (1986) foram iguais a b= 0,995, sendo também bastante precisa. O trabalho de Baumol (1986) constituiu-se num importante ponto de partida para os futuros trabalhos sobre convergência. 12 Convergência e explicação das diferentes taxas de crescimento c a 10 10 9 9 Australia Netherlands 8 8 Belgium Italy Austria Norw ay 7 Canada 7 6 1870 1890 1910 1930 1950 1970 1990 6 1870 1890 1910 1930 1950 1970 1990 Japan 13 Convergência e explicação das diferentes taxas de crescimento Fonte: Jones (2000), pg. 53 14 Convergência e explicação das diferentes taxas de crescimento Fonte: Jones (2000), pg. 54 15 Convergência e explicação das diferentes taxas de crescimento Fonte: Jones (2000), pg. 55 16 Convergência Entre Economias Abertas 17 Convergência e explicação das diferentes taxas de crescimento Fonte: Jones (2000), pg. 55 18 A Hipótese de Convergência No que se refere a dinâmica de transição que é derivada do modelo neoclássico de crescimento econômico, ela indica como uma economia converge para o seu equilíbrio e para a renda per capita de outras economias. 19 Convergência A idéia básica do modelo neoclássico de Solow e da hipótese de convergência da renda per capita entre os países é que os países com uma baixa renda per capita no ínicio de um determinado período tenderiam a crescer mais rápido que países ricos. [cf. Barro (1984,cap.12), de Long (1988), Barro (1991a), Barro e Sala-i-Martin (1991, 1992a, 1992b)] Assim, o hiato entre os países ricos e pobres deveria diminuir ao longo do tempo (catch-up). 20 Convergência Modelo de Solow (1957) prediz que, ceteris paribus, “países pobres" [(com mais baixo (Y/N) e (K/N)] deveriam crescer mais rápido do que os países "ricos." Se isto for verdade, então, o hiato da renda entre países ricos e pobres iria se reduzir ao longo do tempo e os padrões de vida iriam convergir no longo prazo. 21 Convergência No mundo real, muitos países pobres não crescem tão rápido quanto países ricos. Isto implica que o modelo de Solow é falho com relação a este fato? 22 Convergência Não, porque "outras coisas" não são iguais. O que o modelo de Solow na realidade prediz é a existência de uma convergência condicional – isto é os países irão convergir para seus estados estácionários, os quais são determinados pela poupança, crescimento populacional, educação e instituições, e como veremos, esta predição, quando condicionada a estes fatores é corroborada pelos fatos. 23 Convergência Absoluta 24 Convergência Condicional 25 A convergência: uma análise formal Formalmente isto pode ser visto com mais rigor dividindo-se a equação fundamental de crescimento do modelo neoclássico por k (relação capital-trabalho), assim: k = (k/t)/k = [s.f (k)/k] - (n+d) A equação acima nos mostra a taxa de crescimento da relação capital trabalho da economia [k]. 26 A convergência: uma análise formal [s.f(k)/k] - é uma curva assintótica negativamente inclinada que mostra a relação entre a taxa de crescimento da economia que está associada com os vários níveis da relação capital/trabalho, k (= K/N). Já (n+d) é uma linha horizontal indicando qual a taxa de crescimento de equilíbrio da economia que é exógena, representada por uma linha horizontal que corresponde a soma da taxa de crescimento populacional e de depreciação. 27 A convergência: uma análise formal A distância vertical entre a curva e a linha é igual a taxa de crescimento do estoque de capital per capita. O ponto onde as duas se cruzam é o estado estacionário. A taxa de crescimento de equilíbrio é vista nas figuras pelo ponto E, onde: [s.f(k)/k] = (n+d). A economia tende assintóticamente em direção ao estado estacionário no qual k, y e c não mudam. 28 O crescimento econômico no modelo simples de Solow e a desaceleração do crescimento econômico – a dinâmica de transição ao estado estacionário . k/k • k/k Quanto mais a economia se encontra abaixo do valor k* no estado estacionário, tanto mais rápido será o crescimento da economia. (n+d) sy/k 0 k* k 29 A convergência: uma análise formal A fonte destes resultados como vimos está nos retornos marginais decrescentes do capital: quando k é relativamente baixo, o produto médio do capital [f(k)/k)] é relativamente alta. Como é assumido que as famílias poupam e investem uma fração constante, s do produto, temos que quando k é relativamente baixo, o investimento bruto por unidade de capital, s.f(k)/k, é relativamente alto. 30 A convergência: uma análise formal O capital por trabalhador, k se deprecia a uma taxa constante (d). Conseqüentemente, a taxa de crescimento da razão capital/trabalho é também relativamente alta. 31 A convergência: uma análise formal Se uma economia inicia com k(0) > k*, então a taxa de crescimento de k é negativo e k se reduz ao longo do tempo. Assim, vemos que o sistema é globalmente estável: para qualquer valor inicial, k(0) > 0, a economia converge para o seu único valor de equilíbrio estacionário [steady state], k* > 0. 32 A convergência: uma análise formal Derivando k com relação a k, obtemos: k/k = s{[f’(k) – f(k)/k]/ k < 0 Ou seja, ceteris paribus, menores valores de k estão associados com maiores valores de k. 33 A convergência: uma análise formal Assim, pela equação acima vemos que, ceteris paribus, quanto menores forem os valores de k, maior será k, ou em outras palavras, as economias com uma menor relação capital trabalho tendem a crescer a uma taxa maior do que as economias com uma relação capital trabalho mais elevada, isto, no longo prazo, implica que as economias tendem a convergir, para um mesmo nível de equilíbrio. Esta é a conhecida propriedade da convergência absoluta ou também como beta convergência. 34 A Hipótese da Convergência Absoluta A hipótese da convergência absoluta nos diz que, se considerarmos um grupo de países, tendo todos acesso a mesma tecnologia, tendo a mesma taxa de crescimento populacional e a mesma propensão a poupar, na qual a única diferença seja em termos de sua razão capital/trabalho (k), então nós deveríamos esperar que todos os países convergissem para a mesma razão capital-trabalho de steady state (k*), o mesmo consumo per capita (c*) e a mesma renda per capita (y*) e a mesma taxa de crescimento populacional (n). 35 A convergência: uma análise formal A propriedade da convergência absoluta implica que, no caso de duas economias quaisquer, onde a única diferença entre elas seja o nível da relação capital/trabalho, mantendo-se constates os demais fatores determinantes do crescimento, tais como a tecnologia, as preferências do consumidores, as políticas governamentais, a taxa de crescimento populacional e a estrutura institucional subjacente, temos que a taxa de crescimento k será maior para as economias pobres (kp) do que para as economias ricas (kr). Isto implica, então, numa forma de convergência, a convergência absoluta, também chamada de -convergência. 36 A convergência: uma análise formal Considere um grupo de países que sejam estruturalmente similares no sentido de que eles tenham os mesmos valores dos parâmetros s, n e d e que tenham, também a mesma função de produção, f(•). De modo que estas economias tenham os mesmos valores de equilíbrio estacionário (os mesmos steady-state, k*). 37 A convergência: uma análise formal Assuma que a única diferença entre estas economias seja o seu estoque inicial de capital per capita (k). Estas diferenças nos valores iniciais poderiam refletir distúrbios passados. Assim, temos que o modelo implica que, aquelas economias menos desenvolvidas ou mais atrasadas – isto é, com um menor valor de k, teriam maiores taxas de crescimento econômico. Contudo, no longo prazo, haveria uma convergência para o estado estacionário. 38 O crescimento econômico no modelo simples de Solow e a desaceleração do crescimento econômico – a dinâmica de transição ao estado estacionário para diferentes economias k/k • k/k > 0 n+d sy/k 0 k(0)pobre k(0)rico k* k 39 O crescimento econômico no modelo simples de Solow e a desaceleração do crescimento econômico – a dinâmica de transição ao estado estacionário para diferentes economias A figura acima ilustra uma forma de convergência – regiões ou países com um baixo valor inicial de k (relação capital trabalho), tem elevadas taxas de crescimento per capita (k), e portanto, convergem para aquelas com uma elevada relação capital trabalho. 40 O crescimento econômico no modelo simples de Solow e a desaceleração do crescimento econômico – a dinâmica de transição ao estado estacionário para diferentes economias A hipótese de que as economia pobres tendem a crescer mais rapidamente do que as economias ricas - sem nenhum condicionamento sobre qualquer outra característica – é referida na economia como convergência absoluta. 41 A Teoria da Convergência - Origens A hipótese de convergência, ou de que os países pobres deveriam crescer a uma taxa mais rápida do que a dos países ricos ou industrializados parece ter sido formulada inicialmente por Gerschenkron (1952), que argumentou que os custos da industrialização para os países em desenvolvimento deveria ser menor e a velocidade com que se industrializariam seria maior devido ao fato de que nestes últimos teriam a vantagem de ter acesso a um custo menor dos avanços tecnológicos dos países industrializados. 42 A convergência: uma análise formal A propriedade da convergência absoluta do modelo neoclássico de crescimento é uma decorrência do processo de acumulação de capital num contexto de retornos marginais decrescentes. 43 A convergência: uma análise formal O que temos na realidade é que a medida em que uma economia se desenvolve e acumula mais capital, temos que a taxa de retorno do capital diminui. Portanto, é de se esperar que aqueles países com um menor estoque de capital apresentem uma taxa de crescimento maior, devido que eles tem uma taxa de retorno do capital mais elevada sobre o capital do que os países ricos (com um elevado estoque de capital). 44 A convergência: uma análise formal Assim, podemos dizer que existe uma convergência- absoluta, se as economias pobres crescerem mais do que as economias ricas [cf. Sala-i-Martin (1990, 1996)] 45 A convergência: uma análise formal Formalmente podemos calcular esta taxa a seguinte maneira. Suponha que existam dados referentes a renda per capita para conjunto de países e que i, t, t+T log (y i, t, t+T / y i,T)/ T a taxa de crescimento per capita anualizada da economia entre t e T. 46 A convergência: uma análise formal Estima-se a seguinte regressão a fim de obtermos a taxa de convergência absoluta: i, t, t+T = + log (y i, t) + i,t A hipótese de que exista uma convergência absoluta, implica em que < 0. O parâmetro nós dá uma medida da velocidade em que duas ou mais economias convergem no longo prazo. 47 A convergência condicional Aqui nós relaxamos o pressuposto de que as economias sejam homogêneas e que possuam os mesmos parâmetros e, portanto, o mesmo steady state. Assim, se os steady states entre as economias diferem, nós devemos modificar a análise para considerarmos o conceito de convergência condicional. 48 A convergência condicional A principal idéia aqui é que uma economia cresce mais rápido quanto mais afastada ela estiver de seu estado estacionário. 49 O crescimento econômico no modelo simples de Solow e a desaceleração do crescimento econômico – a dinâmica de transição ao estado estacionário para diferentes economias . k/k n+d Sr y/k Sp y/k 0 k(0)p k*pobre k(0)r k*rico k 50 A convergência condicional Considere o caso acima no qual duas economias diferem com relação a apenas dois aspectos: (1) elas tem um estoque de capital inicial diferente, k(0)p k(0)r e, (2) elas têm diferentes taxas de poupança sp sr. O fato de que sp sr implica que k*p k*r. Visto que assumimos aqui que sp sr temos que k(0) p < k(0) r . Portanto, o modelo não prediz a existência de convergência em todas as circunstâncias, um país pobre pode crescer a taxas menores do que um país rico. 51 A convergência condicional O valor de steady state k*, depende da taxa de poupança (s), do nível da função de produção f(•) e de várias políticas governamentais que efetivamente deslocam a função de produção. 52 A convergência condicional Os resultados obtidos pela convergência condicional sugerem que nós deveríamos manter constantes aqueles determinantes de k* a fim de poder isolar a relação inversa predita entre as taxas de crescimento econômico e as posições iniciais. Controlando outros fatores determinantes de k, a hipótese de convergência ainda se manteria? 53 A convergência condicional e absoluta Nós dizemos que num conjunto de economias verifica-se uma convergência se a correlação parcial entre a taxa de crescimento econômico num dado período e a renda inicial deste período é negativa. Em outras palavras, se nós rodamos uma regressão do tipo cross country entre a taxa de crescimento e a renda inicial, mantendo constante outras variáveis adicionais e nós encontramos que o coeficiente com relação a renda inicial é negativo, então nós podemos dizer que nestas economias constata-se uma convergência- condicional. 54 A convergência condicional e absoluta O valor da relação capital (k*) no estado estacionário (steady state), depende da taxa de poupança (s), do nível da função de produção [y =f (●)] e de várias políticas governamentais que efetivamente deslocam a função de produção. Este resultado sugere, então, que nós devemos manter constante aqueles determinantes de (k*) a fim de isolar a relação inversa prevista entre a taxa de crescimento econômico e a renda inicial. 55 A convergência condicional [cf. Barro e Sala-i-Martin (1995, p.30 e cap.12)] A inclusão de diversas variáveis que sejam um substituto (proxy) para as diferenças no estado estacionário torna as principais diferenças nos resultados entre um amplo conjunto de países relevante. Quando aquelas variáveis são incluídas nas regressões de cross country, as relação entre renda per capita inicial e taxa de crescimento per capita torna-se significativamente negativa, como previsto pelo modelo neoclássico. Em outras palavras, os dados de cross-country corroboram a hipótese da convergência condicional [cf. B & SM (1995, p.30)]. 56 A convergência condicional: uma análise formal [cf. Barro e Sala-i-Martin (1995, p.30)] Considere a equação referente a dinâmica de transição da acumulação de capital no modelo neoclássico de Solow: k = [s.f (k)/k] - (n+d). Usando a condição de steady state [sf(k*) = (n+d)k*], para expressar s como: s = (n+d)k*/f(k*). Agora, se nós substituirmos s na equação de transição dinâmica, então k pode ser expresso como: k = (n+d) {[f(k)/k/f(k*)/k*] -1} 57 A convergência condicional: uma análise formal [cf. Barro e Sala-i-Martin (1995, p.30)] k = (n+d) {[f(k)/k/f(k*)/k*] -1} A equação acima é consistente com k =0 quando k=k*. Para uma dado k* a formula implica que uma redução em k, a qual aumenta o produto médio do capital, [f(k)/k], diminui k. 58 A convergência condicional: uma análise formal [cf. Barro e Sala-i-Martin (1995, p.30)] Contudo, uma baixo valor de k está associado a uma alto valor de k somente se a redução é relativa ao valor do estado estacionário (steady state) k*. Em particular, f(k)/k deve ser relativamente elevado com relação ao valor de steady state, [f(k*)/k*]. Portanto, um país pobre não deverá ter uma elevada taxa de crescimento se kp estiver próximo do valor do seu estado estacionário (kp*). 59 O crescimento econômico no modelo simples de Solow e a desaceleração do crescimento econômico – a dinâmica de transição ao estado estacionário para diferentes economias . k/k kr kp (n+d) Sr (y/k) Sp(y/k) 0 k(0)p k*pobre k(0)r k*rico k 60 A convergência condicional e absoluta Se o coeficiente da renda inicial numa regressão for negativo quando não levamos em conta todas as demais variáveis de controle, então nós dizemos que os dados indicam que há uma convergência- absoluta. 61 A convergência -: uma análise formal A convergência- refere-se a convergência existente entre um grupo de países ou regiões, que estão convergindo no sentido de que a taxa de dispersão de suas rendas per capita, medidas pelo desvio padrão da amostra tende a se reduzir ao longo do tempo, isto é, se houver uma convergência-, temos que: t +T < t 62 As convergências - e : uma comparação O conceito de convergência- procura indicar se a dispersão na distribuição da renda entre os países ou regiões se reduz ao longo do tempo. [Easterlin (1960), Borts & Stein (1964, cap.2); Barro (1984, cap.12); Baumol (1986)] Já o conceito de convergência- procura mostrar a mobilidade das diferentes economias de países ou regiões se comportam dentro de uma distribuição. 63 A convergência -: uma análise formal k/k = = {[s.f(k)/k] - (n+ d)}/k < 0 Da equação de crescimento do estoque de capital per capita, nós podemos expressar [s] como: s = (n +d) . [k* / f(k*)] 64 A convergência -: uma análise formal Agora, substituindo [s] em [k/k], temos que k (taxa de crescimento do estoque de capital per capita)pode ser expresso como: k = (n + d) {[f(k)/k / f(k*)/k] –1} A equação acima é consistente com k = 0 quando k = k*. De um país pobre não é esperado que cresça rapidamente se o valor de seu estado estacionário, k*, é baixo, como seu valor corrente, k. 65 A convergência - : uma análise formal A equação acima sugere que nós deveríamos olhar empiricamente a relação entre a taxa de crescimento per capita, y e a posição inicial, y(0), depois de mantermos constante as variáveis fixadas que são responsáveis pelas diferenças na posição de steady state, y* e k* . 66 Convergência e explicação das diferentes taxas de crescimento Além disso, vemos que, para um dado valor de k*, temos que uma redução de k, que provoca um aumento no produto médio do capital, aumenta o valor de k. Contudo, isto somente irá ocorrer se a redução for relativa ao valor do estado estacionário k*, o que implica que f(k)/k deve ser relativamente mais elevado do que ao valor desta relação no estado estacionário f(k*)/k*. 67 A velocidade de convergência [cf. Barro & Sala-i-Martin (1995, p. 36-38, 53)] A propriedade da convergência não é a única proposição testável do modelo neoclássico de Solow. Além de testarmos a hipótese de se as economias convergem no longo prazo, uma outra questão igualmente importante diz respeito a velocidade de convergência. Aqui, iremos considerar o caso de uma função de produção do tipo Cobb-Douglas para o qual: y = f (●) = k 68 A velocidade de convergência [cf. Barro & Sala-i-Martin (1995, p. 36-38, 53)] A equação fundamental de Solow no caso da função de produção Cobb-Douglas é dada por: ● k = s k – (d+n)k A solução para esta equação diferencial pode ser obtida utilizando-se uma transformação de variáveis, isto é, reescrevendo a equação acima em termos da razão capital/produto: (1- ) x= k/y = k 69 A velocidade de convergência [cf. Barro & Sala-i-Martin (1995, p. 36-38, 53)] ● x = (1-) [s – (d+n) x] A solução da equação diferencial acima pelos métodos tradicionais de resolução, o que implica que: x = x (∞) + [x(0) – x(∞)] e -t onde: x (∞) = s(d+n) é a razão capital/trabalho no estado estacionário para a qual a economia converge no longo prazo e onde = (1- ) (d+n) é a medida de convergência. 70 A velocidade de convergência [cf. Barro & Sala-i-Martin (1995, p. 36-38, 53)] - a velocidade de convergência pode ser interpretada como sendo ( x 100%) da divergência entre x (t) e x (∞) que é eliminado após um intervalo de tempo t : t = - (1/ ) log (1- ) 71 Convergência e explicação das diferentes taxas de crescimento: um resumo Convergência Absoluta Economias pobres tendem a crescer mais rápido que economias ricas Convergência Condicional Convergência depende do ponto de partida: economias crescem mais rápido se estão mais distantes de seu estado estacionário. 72 Convergência entre Países 73 Dispersão do PIB entre Países 74 A figura mostra que os países pobres crescem mais rapidamente que os países ricos, e a distribuição das rendas entre eles torna-se mais igualitária ao longo do tempo. Neste caso a convergência gera a convergência sigma . y Ricos Pobres 0 tempo 75 Neste caso, as economias pobres são expostas a um choque adverso que reduz a sua trajetória de crescimento . Portanto, mesmo que os paises pobres cresçam a uma taxa mais rápida do que os paises ricos, a distribuição das rendas entre os dois grupos torna-se menos igualitária ao longo do tempo. Neste caso a convergência beta não gera a convergência sigma []. y Ricos Pobres Pobres depois de um choque adverso 0 tempo 76 Relação Entre a Convergência e Aqui temos representado um caso no qual a taxa de crescimento da economia A é menor do que a taxa de crescimento da economia [B] (de fato a taxa de crescimento de [A] é negativa) entre t e (t + T) e , portanto, nós dizemos que há uma convergência- . Além disso, devido ao fato de que a dispersão do log [y] em (t+T) é menor do que no período t, nós dizemos que também há uma convergência- 77 Relação Entre a Convergência e log y A B 0 t T tempo 78 Relação Entre a Convergência e Na figura abaixo temos um exemplo onde há ausência de convergência- (inicialmente a economia rica [A] cresce mais rápido do que a economia [B] está associada com uma ausência de uma convergência (a distância entre as duas economias cresceu ao longo do tempo). 79 Relação Entre a Convergência e log y A B 0 t T tempo 80 Relação Entre a Convergência e Na figura abaixo temos um caso onde a economia inicialmente pobre [B] cresce a uma taxa mais rápida do que a economia inicialmente rica [A], havendo portanto, uma convergência . Contudo, a taxa de crescimento de [B] é muito maior do que a de [A] e no período (t + T), a distância entre A e B é a mesma que era no período t (exceto o fato de que agora a economia rica é [B]. Portanto, a dispersão entre estas economia não diminuiu, e portanto não houve uma convergência-. 81 Relação Entre a Convergência e log y A B 0 t T tempo 82 Relação Entre a Convergência e A convergência- está relacionada ao fato de se distribuição mundial da renda entre os países se reduz ao longo do tempo. Já a convergência- busca relacionar-se a mobilidade de diferentes economia individuais dentro de uma mesma distribuição da renda mundial. 83 Convergência e Retornos Decrescentes Os países pobres tendem a crescer mais rápido do que os países ricos? Países com a mesma taxa de progresso tecnológico [ ], irão todos convergir para uma trajetória de crescimento balanceada (balanced growth path) no qual a taxa de crescimento da renda per capita é igual a . Se as tecnologias de produção, taxas de poupança, taxa de crescimento populacional são as mesmas entre os países, eles irão, todos, convergir para o mesmo nível de renda per capita. 84 Convergência [Japão (1930-1990)] [cf. Barro & Sala-i-Martin (1995)] = 0, 0279 85 86 Convergência (EUA) [cf. Barro & Sala-i-Martin (1995)] = 0, 0174 http://www.nber.org/papers/w3419 87 88 As Regressões Cross Country Para Kuznets (1983), o estudo isolado de apenas um ou duas nações proporcionaria apenas uma visão parcial e limitada das experiências de crescimento econômico. Embora tais estudos possam gerar hipóteses sobre quais sejam ou devam ser os fatores relevantes com referência ao crescimento econômico é necessário a econometria para testar a validade das generalizações que surgem ou derivam daquelas experiências particulares. 89 As Regressões Cross Country Deste modo, na medida em que possamos compreender e entender o comportamento da taxa de crescimento econômico cross-country (entre os países) estamos buscando descobrir quais as características comuns às experiências nacionais e que são fundamentais para explicar as diferenças entre as taxas de crescimento econômico. 90 Os dados de cross country Os dados de cross-country são obtidos a partir de dados de séries temporais para cada nação durante um determinado intervalo de tempo e que geram uma única observação para cada amostra de cross-country usada numa regressão como a especificada abaixo. Esta observação refere-se à taxa média de crescimento de uma dada nação ou ao seu nível de renda ou ainda a uma dada característica institucional referentes aquele período de análise. 91 As regressões cross country As regressões de cross-section não devem ser interpretadas como sendo uma relação estrutural, mas sim como a força de uma correlação parcial, quando mantemos constantes outras variáveis de controle. Em termos gerais, o objetivo básico das regressões do tipo crosscountry tem sido basicamente dois: (i) examinar os fatores determinantes da taxa de crescimento de longo prazo e, (ii) examinar, se, após condicionarmos a variável explicativa no que se refere aos determinantes da taxa de crescimento, as rendas per capita das várias economias convergem para um dado estado estacionário. 92 Os testes empíricos [As regressões a la Barro] Vários autores rodaram regressões do tipo cross country para capturar a presença de convergência. De um modo geral, as regressões foram do tipo: gi = o +yoi + xi + i Taxa de crescimento no período Termo randômico Produto por trabalhador no período inicial Vetor de variáveis exógenas de (controle) que influenciam o crescimento 93 A Renda Inicial O nível de renda inicial pode ser considerado como sendo uma proxy para o nível de desenvolvimento tecnológico inicial. Esta estratégia busca controlar os efeitos da difusão tecnológica que favoreceriam as nações menos avançadas. Ela procura captar hipótese da existência da convergência condicional no modelo neoclássico. O valor esperado desta variável é que ele seja negativo. 94 Definições de Capital Humano Gary Becker (1962) - capital humano é qualquer atividade que implique num custo no período corrente e que aumente a produtividade no futura pode ser analisada dentro da estrutura da teoria do investimento. 95 As Origens da Teoria do Capital Humano A Escola de Chicago Gary Becker (1960,1964) Jacob Mincer (1960) Theodore Schultz (1961) 96 Os Investimentos em Capital Humano Gary Becker's most noteworthy contribution is perhaps to be found in the area of human capital, i.e., human competence, and the consequences of investments in human competence. The theory of human capital is considerably older than Becker's work in this field. His foremost achievement is to have formulated and formalized the microeconomic foundations of the theory. In doing so, he has developed the human-capital approach into a general theory for determining the distribution of labor income. The predictions of the theory with respect to the wage structure have been formulated in so-called humancapital- earnings functions, which specify the relation between earnings and human capital. These contributions were first presented in some articles in the early 1960s and were developed further, both theoretically and empirically, in his book, Human Capital, written in 1964. 97 Os Investimentos em Capital Humano The theory of human capital has created a uniform and generally applicable analytical framework for studying not only the return on education and on-the-job training, but also wage differentials and wage profiles over time. Other important applications, pursued by various economists, include a breakdown into components of the factors underlying economic growth, migration, as well as investments and earnings in the health sector. The human-capital approach also helps explain trade patterns across countries; in fact, differences in the supply of human capital among countries have been shown to have more explanatory power than differences in the supply of real capital. 98 99 Capital Humano A idéia de que o capital humano tem uma importância fundamental para o crescimento econômico remonta ao final da década de 1950 e início da década de 1960 com os trabalhos seminais de Aukrust (1959), Schultz (1960, 1961) e Uzawa (1965), bem como dos exercícios de growth accounting de Deninson (1962 a,b). 100 Capital Humano Quando o capital humano entra na função de produção como apenas mais um fator de produção, temos que o crescimento do produto é explicado como uma função do aumento do estoque de capital humano. Assim, temos que o seu aumento implica numa elevação do nível de renda. Quando o capital humano facilita a adoção de novas tecnologias ou é visto como um insumo para o processo de inovação e difusão tecnológica, temos aqui, também, uma relação positiva entre o estoque de capital humano e o crescimento da produtividade. 101 Capital Humano Por exemplo, Nelson e Phelps (1966), Welch (1970), Barro e Sala-i-Martin (1994, p.145) e Romer (1990) destacam que o capital humano afeta a velocidade da difusão e convergência tecnológica entre as nações, pois a flexibilidade e a facilidade de aprendizagem dos indivíduos é afetada pelo nível de educação, que os capacita a adaptar-se as mudanças tecnológicas. Assim, segundo eles, uma mão-de-obra educada deve ser considerada como sendo um insumo tanto para os processos de inovação como de difusão tecnológicas. Além disso, a capacidade de uma nação de adotar e implementar uma nova tecnologia seria função do seu estoque prévio de capital humano. 102 Capital Humano Com base no que foi exposto acima podemos supor, então, que o capital humano afeta positivamente a taxa de crescimento econômico e proporciona, no longo prazo, um nível de renda mais elevado. Se, como nos modelos neoclássicos ele entra como sendo apenas mais um fator de produção, temos que a taxa de crescimento será uma função de sua taxa de acumulação, ou seja, encontramos um sinal positivo para as variáveis que captam a relação entre a taxa de crescimento e capital humano. 103 Capital Humano Já nos modelos de crescimento endógeno o capital humano entra como um insumo que facilita a adoção e as inovações tecnológicas, que são a chave para o crescimento econômico, e tem um efeito permanente sobre o crescimento. 104 Capital Humano na Forma de Saúde As country develops economically, the health of its population improves. This improvement in health is direct evidence that people are leading better lives. In other words, health is something that people value of itself. But health also has a productive side: healthier people can work harder and longer; they also think more cleary. Healthier students can learn better. Thus, better health in a country will raise its level of income. It is this productive aspect of wealth – that is, health as a form of human capital – that we now explore. David Weil (2005, p. 154) 105 Saúde e Crescimento Econômico “…it seems clear that the great reduction of mortality in underdeveloped areas since 1940 has been brought about mainly by the discovery of new methods of disease treatment applicable at reasonable cost [and] by the diffusion of these new methods… The reduction could be rapid because it did not depend on general economic development or social modernization… Though in the literature on public health there is still great lip service paid to the necessity of general economic improvement and community welfare in the control of disease, the truth is that many scourges can be stamped out with none of this…”. Kingsley Davis American Economic Review (1956, pp. 306-07 e p. 314). 106 Saúde e Crescimento Econômico Country differences in income growth rates over the last three decades explain roughly 40% of the cross-country differences in mortality improvements. …raising per capita income will be an important component of any country’s health strategy. Lant Pritchett and Lawrence H. Summers “Wealthier is Healthier” JHR, Fall 1996 107 Saúde e Crescimento Econômico: Indicadores - altura; - peso; - expectativa de vida ao nascer; 108 109 110 Saúde e Crescimento Econômico 111 HIV-AIDS 112 Expectativa de Vida & Nível de Renda em 1990 113 114 Como a saúde afeta a renda? A curva y(h) mostra o impacto da saúde sobre o nível de renda per capita. Para elevados valores de h, os trabalhadores são capazes de produzir mais produto e portanto, a curva é positivamente inclinada. 115 Como a saúde afeta a renda? A curva h (y) mostra o impacto da renda per capita sobre a saúde. Esta curva também é positivamente inclinada, mostrando que uma renda elevada melhora a condição de saúde. Esta curva é relativamente inclinada a altos níveis de renda, capturando a idéia de que os efeitos benéficos da renda sobre a saúde são mais pronunciados a baixos níveis de renda. 116 117 118 Investimento A inclusão da variável investimento nas regressões de cross-country que inclua os determinantes do estado estacionário nos permite analisar de que modo e por quais canais ela afeta a taxa de crescimento econômico. O sinal esperado desta variável é positivo. 119 Crescimento Populacional Segundo o modelo neoclássico, a taxa de crescimento populacional teria o efeito de reduzir o nível de renda per capita no estado estacionário, pois uma elevada taxa de fertilidade (exógena) reduziria a taxa de crescimento do produto per capita para um dado valor das variáveis de estado. A razão disto é que, se a população estiver crescendo, temos que uma parte do investimento deve ser alocada para os novos trabalhadores que irão entrar no mercado de trabalho, ao invés de aumentar a razão capital/trabalho bem como o desvio de recursos para o cuidado das crianças. Assim, devemos esperar que a variável correspondente ao crescimento populacional tenha um sinal negativo nas regressões do tipo cross country. 120 Taxas de Fertilidade no Mundo - 2000 121 122 123 Fetilidade Desejada A figura acima mostra a relação entre a fertilidade desejada e a corrente para dados de países entre 1970-1980. A fertilidade desejada é medida com base em pesquisas em cada país perguntando a cada mulher o tamanho ideal de sua família. Se a fertilidade desejada for sempre igual a atual, então todos os pontos iriam coincidir com a reta de 45°. Isto implica que existe escopo limitado para reduzir a fertilidade em muitos países através de uma melhor provisão de contraceptivos. [cf. Prichett (1994)] 124 Variáveis Geográficas A justificativa para a introdução de variáveis geográficas nas equações de regressão do tipo cross-country pode ser encontrada pelo menos desde Adam Smith (1776) que sugeriu que o progresso econômico de uma nação estaria relacionado, também, a natureza do seu solo, clima e situação geográfica entre outras coisas. Além disso, a estratégia de incluir-se variáveis geográficas para explicar o crescimento econômico temse constituído uma prática comum em anos recentes, no sentido de procurar explicar os efeitos das variáveis geográficas sobre o crescimento entre as nações. 125 Variáveis Geográficas Segundo Gallup, Sachs e Mellinger (1999, p.9), por exemplo, existem pelo menos quatro áreas na qual a geografia tem uma importância fundamental e direta na produtividade econômica: (i) custos dos transportes; (ii) saúde humana; (iii) produtividade agrícola e (iv) proximidade e propriedade de recursos naturais (incluindo água, minerais e depósitos de petróleo). Ainda segundo eles, estes fatores podem ter também efeitos indiretos se as vantagens derivadas da densidade populacional afetam a dinâmica subseqüente do crescimento através das economia de aglomeração ou outros mecanismos de retro alimentação. 126 127 128 129 130 131 Religiões A hipótese de que a religião afeta o desempenho econômico tem sido debatida pelo menos desde os tempos que Max Weber publicou seu famoso livro “The Protestant Ethic and the Spirt of Capitalism” e R.H Tawney seu livro – “Religion and the Rise of Capitalism”. Recentemente, alguns autores tem destacado a importância da cultura e da religião nos modelos de crescimento [cf. principalmente Robert Barro]. Além disso, as variáveis religiosas tem sido colocadas nas equações de crescimento cross-country a fim de verificar em que medida a religião afeta tanto o desempenho como a determinação das instituições, tais como a democracia. 132 Religiões De Long (1988, p.1146-1148) encontrou evidências de que os níveis de produtividade entre os principais países ricos em 1870 não convergiam em 1979. Ele destacou que, quando era mantida constante a renda per capita em 1870, aquelas nações que tinham a religião protestante como predominante em 1870, tinham, em 1979, uma renda per capita mais elevada do que, por exemplo, os países com religião predominantemente católica. 133 Religiões Outro autor que também destaca a importância da religião como um dos determinantes culturais do crescimento econômico foi Kennett Boulding (1973,p.43), o qual argumentou que, a ética protestante influenciou não somente o sucesso das instituições capitalistas como também acelerou a taxa de progresso econômico. 134 Religiões Referindo-se ao caso especifico do Japão, Morishima (1982,p.86) atribuiu o enorme sucesso econômico do Japão no Pós-II Guerra a adoção da tecnologia ocidental e ao confucionismo japonês. Este efeito do confucionismo sobre o crescimento foi também destacado por MacFarqhar (1985) para os casos da Coréia do Sul, Taiwan e Singapura. 135 Religiões Portanto, na medida em que controlarmos os fatores religiosos, veremos em que medida as religiões e seus valores e doutrinas contribuem o crescimento econômico, pois como nos diz Zou (1994,p.292), seria um erro ignorarmos totalmente os elementos culturais sobre o crescimento e o desenvolvimento econômico. 136 Religiões http://www.economics.harvard.edu/faculty/barro/papers/Religion_and_Economic_Growth.pdf http://ideas.repec.org/p/mtl/montde/2001-05.html 137 Herança Colonial Outro fato que também pode afetar a taxa de crescimento econômico é a herança histórico-cultural de uma nação na medida em que ela for uma excolônia. Segundo, Bertocchi e Canova (1996,p.2), a herança colonial poderia afetar os determinantes do crescimento de várias maneiras, tais como dos trabalhos forçados, políticas educacionais distorcidas, baixo nível de alfabetização, instabilidade política e conflitos étnicos. Além disso, eles salientam que as várias potências coloniais adotaram diferentes políticas com relação a suas colônias e também diferiram no que se refere aos graus de penetração econômica, intensidade de exploração dos recursos naturais e força de trabalho nativa, da política educacional, da infra-estrutura deixada e construída na nação e do tipo de instituições que estabeleceram nas colônias. Assim, concluem eles, não é de se estranhar que o desempenho econômico de uma nação seja afetado, em alguma medida, pela herança cultural, histórica e institucional deixada pelos colonizadores. 138 Origem do Sistema Jurídico Um outro conjunto de varáveis de controle do estado estacionário diz respeito aos aspectos da formação histórica e cultural da nação - a origem do seu sistema jurídico. Segundo La Porta et alli (1997), a origem do sistema legal de uma nação traz em si um determinado grau implícito de proteção aos direitos de propriedade e de enforcement dos contratos e de proteção dos investimentos. 139 Origens Legais (Reynolds & Flores (1989) 1- inglesa (commom law); 2- francesa (civil law); 3- alemã; 4- escandinava. http://www.loc.gov/law/guide/nations.html 140 http://www.droitcivil.uottawa.ca/world-legal-systems/eng-monde.html http://www.droitcivil.uottawa.ca/world-legal-systems/eng-tableau.html#B 141 Rule of Law (Kaufmann et al., 2005) “the extent to which agents have confidence in and abide by the rules of society… based on aggregations of components which include the effectiveness and predictability of the judiciary and the enforceability of contracts” Deveria estar positivamente relacionada com o investimento e a inovação tecnológica. Captura o conceito central de Douglass North de qualidade institucional. 142 Rule of Law [La Porta, Lopez-de-Silanes & Shleifer (1998)] Eficiência do Sistema Judiciário Rule of Law Corrupção Risco de Expropriação Risco de Repúdio contratual 10,00 10,00 8,52 9,27 8,71 9,25 10,00 10,00 9367 8,96 Hong Kong 10,00 8,22 8,52 8,29 8,82 Reino Unido 10,00 8,57 9,10 9,71 9,63 EUA 10,00 10,00 8,63 9,98 9,00 Argentina 6,00 5,35 6,02 5,91 4,91 Brasil 5,75 6,32 6,32 7,62 6,30 França 8,00 8,98 9,05 9,65 9,19 Itália 6,75 8,33 6,13 9,35 9,17 Coréia do Sul 6,00 5,35 5,30 8,31 8,59 Alemanha 9,00 9,23 8,93 9,90 9,77 Japão 10,00 8,98 8,52 9,67 9,69 Finlândia 10,00 10,00 10,00 9,67 9,15 Suécia 10,00 10,00 10,00 9,40 9,58 País Austrália Canadá 143 144 Mercado de Capitais e Origem Legal Stock Market Capitalisation/GDP 0 .70 0 .6 0 0 .50 0 .4 0 0 .3 0 0 .2 0 0 .10 0 .0 0 AUS CAN GBR NZL USA Common Law Countries AUT DEU ESP FRA ITA Civil Law Countries PRT 145 Rule of Law [La Porta, Lopez-de-Silanes & Shleifer (1998)] Origem legal Eficiência do Sistema Judiciário Rule of Law Corrupção Risco de Expropriação Risco de Repúdio contratual Padrões Contábeis Inglês 8,15 6,46 7,06 7,91 7,41 69,62 Francês 6,56 6,05 5,84 7,46 6,84 51,17 Germânico 8,64 8,68 8,03 9,45 9,47 62,67 Escandinav o 10,0 10,0 10,0 9,66 9,44 74,00 Média da Amostra 7,67 6,85 6,90 8,05 7,58 60,93 146 Finanças & Crescimento Econômico A percepção da importância da intermediação financeira e o crescimento econômica é bastante antiga. Bagehot (1873) Schumpeter (1911) John Hicks (1969) Gurley e Shaw (1956, 1960) 147 Como o sistema financeiro afeta o crescimento econômico ? O sistema financeiro pode afetar a taxa de crescimento econômico de dois modos: (i) em primeiro lugar, alterando a taxa de poupança e, (ii) realocando as poupanças entre os várias tecnologias produzidas. 148 Sistema Financeiro e Crescimento Econômico (i) Aumento da quantidade do investimento; Sistema financeiro e crescimento econômico (ii) Aumento na qualidade do investimento. 149 (i) Reduz as necessidades de liquidez das empresas e reduz o problema da indivisibilidade dos investimentos. (ii) Redução do risco mediante a administração profissional de fundos utilizando as ferramentas de diversificação . Aumento na qualidade do investimento (iii) Custear o processo de acumulação de capital humano. (iv) Devido aos problemas de assimetria de informação, as IF impõe uma maior disciplina sobre os proprietários e administradores para que se comportem de acordo com os interesses dos credores de fundos externos. 150 Bolsa de Valores [Stock Markets] e Crescimento Econômico As bolsas de valores podem afetar o crescimento econômico na medida em que permitem a criação de liquidez na economia. Isto ocorre porque os mercados de capitais permitem aos poupadores adquirir ativos e vende-los rapidamente e de modo barato e seguro, na medida em que desejem ter acesso as suas poupanças ou alterar a composição de suas carteiras de ativos. Por outro lado, as empresas passam a ter um acesso permanente aos capitais necessários para realizar novos investimentos e inovações tecnológicas. 151 Bolsa de Valores [Stock Markets] e Crescimento Econômico Na medida em que os riscos dos investimentos se reduzem e ficam mais lucrativos, as bolsa de valores levam e permitem a atração de novos e maiores investimentos. Some-se a isto o fato de que as bolsas de valores permitem aos indivíduos investir numa grande quantidade de firmas e portanto, diversificar o risco tendo em visto os choques que a economia pode sofrer, bem como financiar projetos com longos prazos de maturação. 152 Bolsa de Valores [Stock Markets] e Crescimento Econômico Na medida em que os riscos dos investimentos se reduzem e ficam mais lucrativos, as bolsa de valores levam e permitem a atração de novos e maiores investimentos. Some-se a isto o fato de que as bolsas de valores permitem aos indivíduos investir numa grande quantidade de firmas e portanto, diversificar o risco tendo em visto os choques que a economia pode sofrer, bem como financiar projetos com longos prazos de maturação. 153 Variáveis referentes ao setor externo As novas teorias do crescimento econômico, como desenvolvidas por Grossman e Helpman (1992) sugerem que as políticas comerciais afetam a taxa de crescimento econômico através do impacto sobre a mudança tecnológica. Nestes modelos de crescimento temos que um maior grau de abertura provê um acesso a insumos, máquinas e equipamentos importados que trazem incorporadas novas tecnologias. Além disso, um maior grau de abertura tende a aumentar o tamanho do mercado e com isto as inovações tornam-se mais lucrativas do ponto de vista econômico. 154 Variáveis referentes ao setor externo De um modo geral, os novos modelos de crescimento econômico procuram destacar que a abertura da economia ou liberalização do comércio internacional tem um efeito positivo sobre o crescimento na medida em que aumentam o fluxo internacional de conhecimento e inovações tecnológicas. 155 Indicadores de instabilidade política - guerra civil; -revoluções; - golpes de estado; - greves; 156 Liberdade Econômica & Renda per capita 157 Liberdade Econômica e Renda Per capita 2004 GDP per Capita (in Purchasing Power Parities) $35.000 $30.997 $30.000 $25.000 $20.000 $13.531 $15.000 $10.000 $5.000 $4.058 $4.239 Mostly Unfree Repressed $0 Free Mostly Free 2006 Index of Economic Freedom Source: World Bank, World Development Indicators Online, available by subscription at www.worldbank.org/data; Central Intelligence Agency, The World Factbook 2005,available at http://www.cia.gov/cia/publications/factbook/index.html; Marc A. Miles, Kim R. Holmes, and Mary Anastasia O’Grady, 2006 Index of Economic Freedom (Washington, D.C.: The Heritage Foundation and Dow Jones & Company, Inc., 2006), at www.heritage.org/index. 158 Democracia e Crescimento Econômico [Barro (1996,p.15)] 159 160 Robert J. Barro (1996) Os níveis intermediários de democracia são os mais favoráveis ao crescimento econômico; Os níveis mais baixo vem em segundo lugar; Os níveis mais elevados em terceiro. 161 Corrupção e Crescimento Econômico a) Corrupção e crescimento econômico Revisionistas – acelera o crescimento [Samuel Huntington, Nataliel Leff] b) Rent-seeking – retarda o crescimento econômico 162 Corrupção e Crescimento Econômico Instituições Atividades produtivas (aquisição de habilidades…) Atividades predatórias (rent-seeking,corrupção, roubo…) As instituições proporcionam incentivos aos agentes econômicos. [cf. Douglass North (1990)] 163 Os Efeitos da Corrupção Mauro (1995, 1997a, b), por sua vez, procurou identificar quais eram os canais pelos quais a corrupção e outros fatores institucionais afetariam a taxa de crescimento econômico bem como quantificar a magnitudes destes efeitos. 164 Os Efeitos da Corrupção Os resultados confirmam a evidência de uma relação negativa entre a corrupção e os gastos em educação. A análise de Mauro (1997) também demonstra que se um país melhora o seu índice de corrupção, digamos, de seis para oito (melhora sua respeitabilidade em um desvio-padrão), os gastos do governo em educação aumentam ao redor de meio por cento do PIB. 165 Os Efeitos da Corrupção Os resultados obtidos indicaram, do mesmo modo que o trabalho de Mauro (1995) de que a corrupção reduz a taxa de crescimento econômico. De acordo com as estimativas baseadas no método de MQO, os efeitos diretos de um desvio-padrão na corrupção, reduz a taxa de crescimento em 0,83 pontos percentuais. Já utilizando-se o método de MQ2E, os resultados sugerem que a redução situa-se em torno de 0,32 pontos percentuais. Quando são adicionadas outras variáveis de controle, obtém-se, entretanto, uma redução estatística da significância da corrupção, embora o sinal permaneça o mesmo , bem como a sua magnitude. 166 Os Efeitos da Corrupção Obteve uma associação negativa entre a corrupção e o investimento privado, bem como com o crescimento econômico (mesmo para países que apresentam regulamentações burocráticas atrasadas). Assumindo que o crescimento econômico depende de variáveis como a poupança, tecnologia e do investimento em educação ou capital humano, Mauro concluiu que a corrupção pode afugentar investimentos novos, por criar instabilidade política. 167 Os Efeitos da Corrupção Examinou a relação entre a corrupção e a composição dos gastos públicos. Argumentaram que a corrupção torna-se mais difícil de ser detectada em alguns itens de gastos públicos (armas militares, estradas, obras civis, softwares) do que em outros (educação e saúde). Considerando que o investimento em educação é um importante determinante do crescimento econômico, um aumento dos níveis de corrupção pode estar associado a taxas menores de crescimento econômico. 168 Keefer e Knack (1995) Verificou a hipótese de que a corrupção afeta negativamente a taxa de investimento. De forma específica, buscaram evidências que a qualidade das instituições governamentais têm impacto sobre os níveis de investimento e crescimento econômico, junto com outras variáveis, tais como liberdade civil e violência pública. 169 Keefer e Knack (1995) A hipótese adotada para justificar o estudo foi de que altos níveis de corrupção poderiam estar associados a distorções na composição dos gastos públicos. O índice de corrupção utilizado foi uma média dos índices de corrupção produzidos pelo Polítical Risk Services para 1982-95. Utilizando-se de diferentes indicadores da corrupção com observações, eles incluíram a corrupção no governo entre outras variáveis explicativas dentro de um único índice de “qualidade institucional” para explicar o comportamento econômico de um país. 170 Keefer e Knack (1995) O estudo confirmou os resultados obtidos por Mauro (1995). Nos países onde os níveis de corrupção foram elevados, os empresários farão frente a uma grande incerteza com relação à credibilidade dos compromissos governamentais, desencorajando investimentos vulneráveis à expropriação. 171 Efeitos da Corrupção resumo das evidências empíricas Reduz a taxa de crescimento econômico [Mauro ( 1995,1998)] Distorce a alocação de gastos públicos [Tanzi & Davoodi, (1997)] Reduz a taxa de investimento privado [Mauro (1995,1998)] Reduz a qualidade do investimento público [Tanzi (1998)] Distorce a alocação dos talentos na economia [Acemoglu & Verdier (1998), Baumol (1993)] 172 Os Efeitos da Corrupção A importância do seu trabalho deve-se ao fato de que ele constitui-se na primeira análise empírica que busca relacionar os indicadores de corrupção com os níveis de eficiência e crescimento econômico Seus resultados indicaram que a corrupção reduz a taxa de investimento privado e, conseqüentemente, o crescimento econômico. 173 O conceito de rent-seeking (i) Buchanan (1980 a, p.4) - “o termo ‘rentseeking’ é designado para descrever o comportamento num contexto institucional onde os esforços individuais para maximizar o valor geram um desperdício social em vez de um excedente social”; (ii) Tullock (1980 a, p.17) - “ ...um indivíduo que investe em algo que não irá realmente melhorar a produtividade ou irá diminui-la, mas que aumenta a sua renda porque dá a ele alguma posição especial ou poder monopolista, é “rent-seeking”; 174 Os Custos da Atividade de Rent Seeking 175 O conceito de rent-seeking (iii) Ekelund e Tollison (1981, p.13-14 e p.19) - definem a atividade de rent-seeking como aquelas atividades nas quais os indivíduos buscam retornos dos direitos monopolistas sancionados pelo Estado, ou ainda, como sendo o gasto de recursos escassos para capturar transferências puras; (iv) Tollison (1982, p.578) - rent-seeking é o gasto de recursos escassos para capturar transferências artificialmente criadas; 176 Rent-Seeking & Corrupção A hipótese aqui é que, quanto maiores forem as oportunidades de corrupção numa economia, maiores são também as oportunidades de rent-seeking e menor será a taxa de crescimento econômico. Assim, na medida em que a corrupção capte este efeito pelo qual as atividades de rent-seeking afetam a taxa de crescimento econômico, o sinal esperado nas regressões de cross country é negativo. 177 James Buchanan (1980) Segundo Buchanan (1980 a, p.9), quando as instituições se afastam de uma estrutura institucional caracterizada pelo livre mercado para um contexto onde predomina a alocação política dos recursos, é que atividade de rent-seeking emerge como um fenômeno significativo; deste modo, ela estaria diretamente relacionada a abrangência da atividade governamental e ao tamanho relativo do setor público. 178 Gastos Governamentais e crescimento econômico entre os países da OECD: 1960-1996 Os dados indicam que um aumento de 10% nos gastos do governo como percentagem do PIB, reduzem a taxa de crescimento annual em torno de 1%. Respective Decade Long Growth Rate Growth = 7.84 - 1.16 (Gov’t Expenditures) (-9.68) Linear trend Adj. R-Sq = .53 10.0 8.0 6.0 4.0 2.0 0.0 0.0 10.0 20.0 30.0 40.0 50.0 60.0 70.0 Total Government Expenditures (at beginning of respective decade) Source: Derived from OECD Historical Statistics: 1960-1994 and OECD Economic Outlook: June 1999. The analysis presented here is based upon 84 observations (4 decades and 21 OECD countries for which data were available). 179 Proteção aos direitos de propriedade intelectual Quanto maior for o grau de proteção aos direitos de propriedade intelectual, menores serão os riscos de imitação e de pirataria, tanto nos mercados interno como externos. Isto implicara por sua vez num maior estímulo as atividades inovadoras, maior fluxo comercial e de investimentos diretos de firmas multinacionais. Todos estes fatores tendem a criar um ambiente propício as atividades de profit-seeking e desestimular, em alguma medida, as de rent-seeking. 180 Mais inflação e menos crescimento 100000 PIB per capita (USD) Austria Israel Spain 10000 Argentina Uruguay Barbados Mexico Brazil Latvia Ecuador 1000 Zambia Nicaragua Sierra Leone Burundi 100 0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 Inflation distortion 1970-1995 0,8 0,9 1 181 Amplitude da Inflação e Taxas de Crescimento Econômico [cf. Bruno & Easterly (1995)] 182 Mais empresas estatais… menor renda PIB per capita 1995 (USD) 10000 Korea Gabon Trinidad and Tobago Grenada Mauritius Colombia Tunisia 1000 Guinea Bolivia Madagascar 100 0,00 0,10 Sri Lanka Mali 0,20 Ghana Benin 0,30 0,40 0,50 0,60 0,70 Share of state-owned enterprises in employment 1970-1995 0,80 183 Bancos Estatais & Crescimento Econômico: Banco Mundial (2004, p.177) State-owned banks can be given broad mandates or the task of developing specific industry, sector or region – often making loans at subsidized rates. Their performance in the developing world has generally been poor. Having a large portion of state ownership in the banking sector has been found to reduce overall acess to financing, reduce competition, and increase the likelihood of financial crises. Studies of bank privatization in Brazil, Egypt, and Nigeria finds less governament ownership is associated with better bank performance. State-owned banks are frequently associated with week governance, corruption, and poor procedures for collection debts from borrowers. As crosss-country studies show, state owership of banks, by impeding private competition, can also impede the development of the financial system, hurting small and medium firms particularly. 184 Ambiente Institucional Regras formais; Direitos de propriedade ; Regras legais; Cortes de justiça [Courts] e o “fazer cumprir os contratos” [enforcement]; Redução dos custos de transação. 185 Como a qualidade do judiciário afeta o crescimento econômico? Aumenta o progresso técnico Eficiência Crescimento Econômico Investimento Qualidade da gestão pública [menor corrupção] 186 Douglass North http://www.nobel.se/economics/laureates/1993/north-autobio.html http://almaz.com/nobel/economics/1993b.html As instituições importam. 187 O Que são Instituições? Instituições são um conjunto formal e informal de regras de conduta que facilitam a coordenação ou o governo das relações entre os indivíduos. Douglass North (1990) 188 Custos de Transação e Instituições Douglass North (1986, 1989, 1994) As instituições (direitos de propriedade, poder judiciário, federalismo, etc) evoluem e se modificam para reduzir custos de transação, são a chave para explicar o desempenho de uma economia. Contudo, nem todas as instituições que emergem são eficientes. 189 A Nova economia Institucional e a Contribuição de Douglass North Douglas North (1992) defende, por exemplo, que “no mundo ocidental, a evolução dos tribunais, dos sistemas legais e de um sistema judicial relativamente imparcial tem desempenhado um papel preponderante no desenvolvimento de um complexo sistema de contratos capazes de se estenderem no tempo e no espaço, um requisito essencial para a especialização econômica”. (Douglas North, Transaction Costs, Institutions and Economic Performance, Economic Center for Economic Growth, 1992) 190 A Nova Economia Institucionalista e a Teoria do Desenvolvimento Econômico Nos últimos anos, a literatura de história e de desenvolvimento econômico tem enfatizado o papel das instituições, e dentre estas os sistemas legais e judiciais, para explicar casos de sucesso e de fracasso no processo de desenvolvimento econômico. 191 Variação Institucional Grandes diferenças em instituições econômicas e políticas entre os países. Enforcement of property rights; Sistemas Legais. Corrupção. Barreiras à Entrada. Democracia vs. Ditadura. Restrições aos políticas e as elites políticas. Regras eleitorais. Sistema político presidencialista vs. parlamentarista 192 Instituições Políticas e Crescimento Econômico . LUX USA CHE JPN NO R DNK BEL CAN AUT ISL DEU AUS NLD IT AE G BR SW F IN ISR IRLL NZ ESP PRT KO R G RC CHL SG P Log GDP per capita, PPP, in 1995 10 F RA ARG VEN MEX G AB T HA PO L T UN DZ A SW Z SYR 8 IDN G IN SDN TGO Z T AR CD NG A JO R MAR UG A EG Y G UY CHN AG O ZWE CIV CMR MRT SEN G HA PER LSO CAF GTM SLV LKA HND NIC CO G CO M PAK BDI RW A Z MB YEM MW I MOZ SLE G MB HT I KEN BF A DO M PRY MUS URY MYS Z AF A PAN COBW HUN LT O CRI T BRA T UR ECU F JI JAM PHL BO L IND BEN MDG BGNPL D NER MLI TZA ET H 6 0 2 4 Constraint on Executive in 1990s 6 8 193 Aspectos Culturais & Crescimento Econômico If we learn anything from the history of economic development, is that culture makes all the diference. David Landes, The Wheath ad Poverty of Nations 194 Aspectos Culturais & Crescimento Econômico (i) (ii) (iii) (iv) (v) (vi) abertura para novas idéias; crença no valor do trabalho duro (hard work); poupança para o futuro; grau de confiança (trust); capital social; social capability. [cf. Weil (2005, cap, 14)] 195 Aspectos Culturais & Crescimento Econômico (i) abertura para novas idéias – os estudiosos que tem examinado os processo histórico de crescimento econômico destacam a importância a abertura da sociedade a importação de novas idéias do exterior. Um país que mais prontamente adota novas tecnologias será tecnologicamente mais avançado. 196 Aspectos Culturais & Crescimento Econômico (ii) trabalho duro (hard work) - a figura abaixo parece não corroborar com a teoria de que atitudes com relação ao trabalho duro são um determinante do sucessos econômico. O resultado é ao contrário. É nos paises pobres que se pensa que o trabalho duro é mais importante. 197 198 Confiança (Trust) e Crescimento Econômco Knack & Keefer (1997) “Confiança” (trust) reduz os custos de transação, aumenta os incentivos a investir e a inovar. A confiança (trust) está positivamente correlacionada com o crescimento econômico; 10 pontos percentuais de aumento na confiança aumentam o crescimento em 0.8 pontos percentuais. 200 Capital Social “Features of social organization such as trust, norms and networks that can improve the efficiency of society” (Robert Putnam) Captura a idéia de Douglass North de instituições informais. Não estão sujeitas a reformas. São difíceis de quantificar. 201 Capital Social “Social capital refers to features of social organization [in particular, horizontal associations] such as networks, norms and social trust that facilitate coordination and cooperation for mutual benefit.” Robert Putnam (1995) “a variety of different entities, with two elements in common: they all consist of some aspect of social structure, and they facilitate certain actions of actors … within the structure” James Coleman (1988) 202 Capital Social “includes the social and political environment that enables norms to develop and shapes social structure. .. Includes the more formalized institutional relationships and structures, such as government, the political regime, the rule of law, the court system and civil an political liberties” Grootaert (1998) “Social capital is defined as the norms and social relations embedded in the social structures of societies that enable people to coordinate action to achieve desired goals.” The World Bank (2000) 203 204 205 206 Capital Social A curva Y (M) mostra como a modernização afeta a renda. A curva M (Y) mostra como o efeito da modernização sobre e renda. Ambas as curvas são positivamente inclinadas, uma cultura mais moderna faz aumentar o nível de renda e um maior nível de renda leva a uma cultura mais moderna. 207 208 Aspectos Culturais & Crescimento Econômico: O Caso das Duas Coréias GDP per capita 14000 12000 10000 8000 South Korea North Korea 6000 4000 2000 0 1950 1960 1970 1980 1990 1998 209 Aspectos Culturais & Crescimento Econômico GDP per capita in China, Taiwan, and Hong Kong, 1950-2001 25,000 20,000 15,000 10,000 5,000 China Taiwan Hong Kong 20 00 19 98 19 96 19 94 19 92 19 90 19 88 19 86 19 84 19 82 19 80 19 78 19 76 19 74 19 72 19 70 19 68 19 66 19 64 19 62 19 60 19 58 19 56 19 54 19 52 19 50 0 Singapore 210 Instituições e Desempenho Econômico . Log GDP per capita, PPP, in 1995 10 KO R ARG VEN MEX PAN CO L T HA T UR LBN ECU BG R HRV PER M DO M RUS RO 8 USA HKG NO R F RA AUT AUS DEU G BR ISR IRL ESP PRT JPN BEL IT A JAM LVA PHL EG Y BO L CHN Z W E LKA KAZ IDN UKR ARM SVK BRA G RC CZ E URY Z AF SG PCHE DNK CAN NLD SW F INE NZ L CHL SVN MYS HUN PO L T UN LT UJO R MAR SEN G HA IND VNM G EO PAK KEN NG A UG A BF A Z MB MDG MLI MOZ MW I TZA 6 0 .5 Control of Corruption 1 211 CORRUPTION DETERS FOREIGN INVESTORS: Probabilidade de perda do investimento devido a corrupção (dentro de 5 anos) 95 TURKMENISTAN 79 COLOMBIA 71 GEORGIA 68 PAKISTAN 62 UKRAINE 58 RUSSIA 44 BULGARIA 41 ROMANIA MEXICO 39 29 POLAND 24 ESTONIA 15 GREECE 12 COSTA RICA *Source: S&P/DRI 1998 10 ITALY 6 SINGAPORE UNITED STATES 5 0% 10% 20 % 30 % 40% 50 % 60 % 70% 80% 90% 100 % 212 Proteção contra o risco de expropriação e renda per capita . HKG 10 KWARE T ISR Q AT BHR Log GDP per capita, PPP, in 1995 LUX USA CHE JPNNO R DNK BEL CAN AUT F RA AUS IT A EISL GIN BRNLD SW F IRL NZ L ESP PRT SG P ARG PAN IRN GTM PER MLT G RC CHL BHS SAU O MN VEN URY MEX G AB MYS Z AF BW A CRI CO T HA BRA TL TO T URPO L T UN ECU DO M DZ A RO M PRY JAM JO R PHL IDN MAR SYR EG Y BO LG UY CHN AG O ZLKA WE HND NIC CMR G IN CIV CO G SEN PAKG HA MNG VNM TGO KEN UG A BG D BF A MDG NG A Z MB NER YEM MOZ MW I KO R CZ E HUN RUS BG R SUR SLV 8 SDN HT I Z AR MLI SLE ET H IND G MB TZA 6 4 6 8 Avg. Protection Against Risk of Expropriation, 1985-95 10 213 A Qualidade da Política Econômica Uma política comercial aberta combinada com um ambiente receptivo aos investimentos estrangeiros diretos, melhora a capacidade dos países pobres de aprender sobre processos de produção avançada e de práticas administrativas, bem como de maquinas e capital de alta tecnologia. Uma política comercial aberta tende também a forças as empresas nacionais a inovar a a competir no mercado externo. 214 A Better Investment Climate for Everyone – World Development Report - 2005 A good investment climate provides opportunities and incentives for firms – from microenterprises to multinationals – to invest productively, create jobs, and expand. It thus plays a central role in growth and poverty reduction. Improving investment climates of their societies is critical for governaments in developing world... 215 Por que alguns países são ricos e outros pobres? Douglass North (1990): The inability of societies to develop effective, low-cost enforcement of contracts is the most important source of both historical stagnation and contemporary underdevelopment in the third world. 216 Implicações de um baixo crescimento econômico 217 Convergência: Um Resumo das Evidências Empíricas Principais conclusões referentes as evidências empíricas sobre a convergência entre os países [Sala-i-Martin (1996, p.1034 - 1035)] 1) as distribuições cross-country do PIB mundial entre 1960-1990 não se reduziram e os países pobres não tiveram uma taxa de crescimento maior o que a dos países ricos; utilizando uma terminologia clássica, neste período não houve uma convergência- e não houve também uma convergência absoluta-; 219 Principais conclusões referentes as evidências empíricas sobre a convergência entre os países [Sala-i-Martin (1996, p.1034 - 1035)] 2) mantida constante várias variáveis que poderiam ser proxies para o estado estacionário [steady state] das várias economias, a mesma amostra de países [110] mostrou haver uma correlação parcial negativa entre a taxa de crescimento econômico e o nível inicial do PIB, um fenômeno que Barro e Sala-i-Martin (1996, p. 1034) chamaram de convergência- condicional, que se situou em torno de 2% a. a; 220 Principais conclusões referentes as evidências empíricas sobre a convergência entre os países [Sala-i-Martin (1996, p.1034 - 1035)] 3) uma amostra para países da OECD mostrou haver convergência- no sentido absoluto, sendo que a taxa de convergência foi estimada em cerca de 2% a. a. A amostra também registrou a existência de uma convergência no mesmo período. 221 Principais conclusões referentes as evidências empíricas sobre a convergência entre os países [Sala-i-Martin (1996, p.1034 - 1035)] 4) regiões dentro dos Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália, Espanha, e outros países mostraram haver uma convergência- absoluta e condicional, bem como uma convergência- . A velocidade de convergência estimada, em todos os casos foi da ordem de aproximadamente 2% a.a. 222 Estimativas da taxa de convergência entre regiões Países Estimativa de [taxa de convergência absoluta] Estados Unidos (1880-1990) 48 Estados 0,017 Japão (1955-1990) - 47 prefeituras 0,019 Total da Europa (1950-1990) – 90 regiões 0,015 Alemanha – 11 regiões 0,014 França – 21 regiões 0,030 Itália (20 regiões) 0,010 Espanha (1955-1987) 17 regiões 0,023 223 Estimativas da taxa de convergência entre regiões Países Estimativa de [taxa de convergência absoluta] Canadá (10 províncias) 1961-1991 0,024 Holanda (4 regiões) 0,050 Bélgica (3 regiões) 0,024 Dinamarca (3 regiões) 0,018 224 Taxa de Convergência no Brasil [cf. Pinheiro, Gill, Serven e Thomas (2004)] 225 Growth Regressions [Durlauf & Quah (1998)] Variável exploratória Referência Resultado encontrado Mudança na participação da Blomstrom, Lipsey e Zejan força de trabalho + Corrupção Mauro - Divida Externa (dummy) Easterly, Kremer, Pritchett & Summers - Fertilidade Barro Barro & Lee - Sofisticação financeira King & Levine + Repressão financeira Easterly 226 Growth Regressions [Durlauf & Quah (1998)] Variável exploratória Renda inicial (convergência) Referência Resultado encontrado Barro - Barro & Lee - Barro & Sala-i-Martin - Bem-David - Cho + Levine & Reneult - MRW - Romer 227 Growth Regressions [Durlauf & Quah (1998)] Variável exploratória Referência Resultado encontrado Mineração (% do PIB) Sala-i-Martin + Crescimento Monetário Kormendi & Meguire + Rule of Law Barro Sala-i-Martin + + Capitalismo (nível) Sala-i-Martin + Latitude (absoluta) Sala-i-Martin + Efeitos escala Sala-i-Martin - area total Sala-i-Martin - total da FT ? ? 228 Growth Regressions [Durlauf & Quah (1998)] Variável exploratória Referência Resultado encontrado Liberdades cívis Barro & Lee Kormendi & Maguire Levine & Reneult Sala-i-Martin + ? + Instabilidade Alesina, Ozler, Roubini & Swagel Barro Barro & Lee Caselli, esquivel & Lefort Levine & Renelt Sala-i-Martin - Direitos políticos Barro & Lee Sala-i-Martin + + Política 229 Variável exploratória Educação Referência Resultado encontrado Nível univ. Barro & Lee - Feminina Barro & Lee Barro Barro C+E+L Forbes + - Cresc. Femin. Barro - Masc. Barro & Lee C+E+L Forbes + + Cres. Masc. Barro + Geral Barro, Knoles & Owens Levine & Renelt MRW + + + Primário Barro 230 Growth Regressions [Durlauf & Quah (1998)] Variável exploratória Saúde (várias proxies) Referência Resultado encontrado Barro + Barro & Lee - Caselli, Esquivel & Lefort - Knoles & Owen + 231 Growth Regressions [Durlauf & Quah (1998)] Variável exploratória Política Comercial Referência Resultado encontrado Penetração de Importações Levine & Reneult ? Índice de Learmer Levine & Reneult - Abertura (mudança) Harison - Abertura (nível) Harison Levine & Reneult + ? Orietatção para fora Levine & Reneult ? Tarifas Barro & Lee - Anos de abertura Sala-i-Martin + 232 Growth Regressions [Durlauf & Quah (1998)] Variável exploratória Religião Referência Resultado encontrado Budista Sala-i-Martin + Católica Sala-i-Martin - Confúcio Sala-i-Martin + Islâmica Sala-i-Martin - Protestante Sala-i-Martin - 233 Growth Regressions [Durlauf & Quah (1998)] Variável exploratória Inflação Referência Resultado encontrado Mudança Kormendi & Meguire + Nível ( > 15%) Barro Nível Levine & Reneult - Variabilidade Barro Levine & Reneult + - 234 Fonte: Abreu, Groot e Florax (2005, p.397-398) 235 Histograma da convergência estimada (em % por ano) como uma fração da meta-amostra (n = 610) Fonte: Abreu, Groot e Florax (2005, p.399) 236 Evidências Empíricas Em sua maioria as taxas de crescimento econômico variáveis (milagres e desastres) é uma regra. A taxa de crescimento equilibrada é uma excessão (o caso dos EUA). 237 As Limitações do Modelo de Solow (1957) 1) O modelo de Solow (1957) identifica somente dois fatores como explicação das diferenças referentes as taxas de crescimento entre os países: as diferenças nas taxas de poupança e a taxa de crescimento populacional; 2) O modelo de Solow (1957) prediz que a taxa de retorno sobre o capital é mais elevada em países pobres do que países ricos, o que não é observado na prática; 238 Uma Avaliação Geral do Modelo de Solow O modelo de Solow mostra que o crescimento constante dos níveis de vida só pode ser obtido através do progresso tecnológico. Portanto, a compreensão do crescimento econômico não estará completa até que sejam compreendidas como as decisões privadas e de políticas públicas afetam o progresso tecnológico. [cf. Mankiw (1992)] 239 Uma Avaliação Geral do Modelo de Solow The purpose of economic theory is to take a complicated world, abstract from many details, and express the key economic relationships in a way that enchances understading. From this standpoint, the neoclassical model is still the most useful theory of growth we have. It will continue to be the first growth model taught to students and the first growth model used by policy analysts. G. Mankiw (1995) 240 Sites Recomendados http://www.bris.ac.uk/Depts/Economics/Growth/refs/convreg.htm http://ideas.repec.org/p/dgr/uvatin/20050001.html http://ideas.repec.org/a/bla/jecsur/v17y2003i3p309-362.html http://www.doingbusiness.org/ http://wps.aw.com/aw_weil_econgrowth_1/0,9337,1443513-,00.html 241 FIM ... mas para aqueles interessados será apenas o começo...