TUTORIA:
O QUE TRAZ E
AFASTA O ALUNO
DA ATIVIDADE?
Patrícia Lacerda Bellodi
Rachel Chebabo
Milton de Arruda Martins
CEDEM – Centro de
Desenvolvimento de Educação
Médica da Faculdade de Medicina
da USP (FMUSP)
Programas de Tutoria (Mentoring)
Definição: um profissional experiente
(tutor) acompanhando um jovem
iniciante (tutorando) no seu percurso
profissional
Formação médica: crises previsíveis
(vicissitudes)
Adesão: um problema! Por quê?
No Brasil e em outros contextos
EUA e Reino Unido
50 a 95%
de adesão!
Brasil (FMUSP)
•
•
•
•
2001
2002
2003
2004
=
=
=
=
50%
43%
35%
30%
Programa
The Regent
Scheme
Presença
Conseq.
Adesão
obrigatória
nenhuma sanção formal
Presidente Graduação e Coordenador do Programa
Comitê "Fitness to Practice"
Possibilidade não progredir curso
95%
nenhuma consequência formal
menos 1 vez: notificação
Presidente da Graduação
Master
Scholars
Program
voluntário
Mentorship
through
Advisory
Colleges
obrigatório
grade horária
nenhuma consequência prevista
Tutor escreve a carta final de recomendação do
aluno
"Deans' letter"
?
Student
Support
Scheme
sem referência
sem referência
50 a 60%
Faculty
Mentoring
Programme
voluntário
(inscrições)
sem referência
?
The Personal
Tutor
System
obrigatório
reposição do encontro 3 tutores-senior
Presidente da Graduação
?
90%
Programa Tutores (2001 – 2003)
Programa Tutores 2001-2003 (% Presenças)
60
50
50
43
39
40
35
30
20
10
0
2001
1o sem 2002
2o sem 2002
1o sem 2003
Objetivos e Metodologia
Objetivos:
Identificar, do ponto de vista dos tutores, as razões
que favorecem ou não a participação do aluno na
atividade.
Metodologia:
Em 2003, depois de 3 anos de atividade, a Coordenação
do Programa Tutores FMUSP avaliou cada um dos
grupos de tutoria através de uma entrevista abordando
diferentes aspectos do programa.
Dos atuais 90 tutores, 80 tutores compareceram e
foram entrevistados durante uma hora e meia.
Seus depoimentos foram avaliados de forma
quantitativa e qualitativa.
Resultados
O que traz?
1. características da dinâmica da relação
(empatia e curiosidade = 19%)
2. características do grupo
(clima e ambiente agradável = 18%)
3. características do tutor
(abertura e personalidade = 17%)
4. características do aluno
(maturidade e personalidade = 15%)
5. a estrutura do programa (14%)
6. os resultados da atividade (9%).
O que afasta?
1. características institucionais
(distância, horário e outras atividades = 38%)
2. características do tutor
(prepotência e rigidez = 14%)
3. estrutura do programa
(ser ou não obrigatório = 12%).
4. características do aluno, do grupo e resultados
da atividade foram pouco citados como fatores
de rejeição pela atividade.
5. 10% dos tutores não conseguem ainda
identificar os fatores que determinam a adesão à
atividade.
Adesão
“O primeiro e segundo anos vêm sempre; no terceiro ano ficam
mais "malandros". O meu quinto compareceu. Uma vez tive
encontro com apenas dois alunos. Outra vez, não
compareceu ninguém. Fiquei muito descontente. Agora não
me importo mais com o número e as discussões são sempre
interessantes. Pediram até para mudar o horário para o final
da tarde, para poder prolongar a discussão”.(Tutora)
“Apenas 30% de adesão para um projeto tão organizado é
pouco! Sinto que estou pregando para os convertidos”.
(Tutora)
“Acho que agora está engatando de primeira: a Tutoria não é o
número, é a qualidade. A gente tem que parar de se torturar
quando um não vem!” (Tutora)
O que será que será
“Ainda não está ideal, o grau de comparecimento é pequeno.
Será que sou eu, o grupo, o lugar? Não tenho claro como
fazer para mudar isso ou se é assim mesmo. O programa
depende do tempo, de realizações que possam realimentar o
sistema”. (Tutor)
“Não respondem aos e-mails, só falam quando você pega no
celular, não respondem se deixar recado na secretária
eletrônica. No começo a gente se pergunta "será que sou
eu?" É preocupante...” (Tutor)
“Eu queria me mostrar por inteiro, abri minha casa, fora do
hospital. Será o tipo de aluno? Ou todo médico é
assim?”(Tutor)
“Ficava encucado, preocupado com meu desempenho... Agora
estou desencucado. Fiz várias mudanças: de enfoque, dias e
horários, convidei para ir em casa (fiz uma festa de despedida
para os formandos: não foram!) Ou tá errado o programa ou
estão os alunos! Não tem relação ser ou não calouro, ser ou
não veterano. Independe do ano, apesar do internato
participar menos e ser uma experiência mais próxima do que
a minha.” (Tutor)
Vida nova com os calouros
“Agora que eu vi os dois calouros estou feliz! Eu ia jogar a
toalha, mas depois deles não! Os moleques me pegaram!
Já entendi o segredo: são os calouros! O programa só vai
poder ser avaliado daqui a seis anos...”(Tutora)
“No final do ano passado desanimei, agora com os calouros
melhorou bastante, quatro calouros: me animou muito!!”
(Tutor)
As mulheres fazem a diferença
“Uma questão de gênero, as mulheres vêm sempre,
participam, são animadíssimas! Mulher é mais interessada
na relação interpessoal...”(Tutor)
“Descobri a pólvora! Enquanto o grupo era formado só de
alunos, ninguém aparecia. Foi só entrar uma mulher e todos
vieram!!! As mulheres movem o mundo!” (Tutor, e-mail)
“Conforme eu já havia comentado anteriormente, eu acredito
que um dos fatores determinantes da baixa freqüência no
meu grupo deve-se ao fato de ser um grupo exclusivamente
masculino. Não têm nenhuma moça. Agora vocês me
mandam mais três rapazes. E um deles têm um endereço
eletrônico bem sugestivo: "gaviãotimão", o que faz supor
que seguramente não falaremos sobre Sartre ou Goethe”.
(Tutor, e-mail)
Conclusões
A maior adesão à tutoria mostra ser determinada
principalmente por fatores pessoais da personalidade
e da dinâmica entre tutor e alunos.
Entretanto, fatores institucionais parecem impedir o
acontecer desse encontro e devem ser repensados
para estimular e facilitar a presença do aluno.
Supervisão
Grade Horária
Rodízio
É possível!
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TUTORIA: O QUE TRAZ E AFASTA O ALUNO DA ATIVIDADE?