POLÍTICA DE SAÚDE DO PLANEJAMENTO FAMILIAR NA ÓTICA DO ENFERMEIRO Maria Madalena da Costa1 Zeile da Mota Crispim2 RESUMO INTRODUÇÃO: As Políticas Públicas de Saúde preconizam o Programa de Planejamento Familiar como um direito à anticoncepção e parte integrante do conjunto de ações na atenção à mulher ou ao casal, em uma visão de atendimento global e integral a saúde. O movimento feminista muito contribuiu com suas lutas e conquistas para a mulher ocupar o mercado de trabalho, ganhar expressão social. Essas conquistas favoreceram para a criação do Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher em 1984 pelo Ministério da Saúde, buscando atender os anseios das mulheres entre eles a autonomia sobre o seu próprio corpo. Com a Lei Nº. 9.263 de 12/01/96 do Planejamento Familiar os serviços de saúde devem fornecer todos os métodos anticoncepcionais buscando a livre escolha do casal. Atualmente o Planejamento Familiar é desenvolvido e oferecido a população pela equipes de Estratégia de Saúde da Família, onde o enfermeiro desenvolve atividades de planejamento, organização, execução, avaliação das ações, respaldadas pela lei do exercício profissional. OBJETIVO: investigar as barreiras enfrentadas pelos enfermeiros para efetivação da Política de Saúde do Planejamento Familiar. METODOLOGIA: pesquisa de campo, qualitativa abordagem fenomenológica. A amostra por conveniência constou de doze enfermeiras atuantes na assistência nas unidades da Estratégia da Família de uma cidade do interior de Goiás, que participaram conforme exigências da Resolução 196/1996 do Conselho Nacional de Saúde. A coleta de dados aconteceu em abril e maio de 2008, por meio de entrevistas semi-estruturadas. Os dados foram analisados de acordo com a técnica de análise de conteúdo. RESULTADOS: Surgiram duas categorias de análise: a) O papel do enfermeiro e sua valorização do trabalho o planejamento familiar nas Unidades Básicas de Saúde; b) Barreiras enfrentadas na assistência ao planejamento familiar. Consideramos a existência de barreiras institucionais e profissionais embora as enfermeiras trabalhem com satisfação na assistência ao planejamento familiar, apontando-o como uma forma de vínculo com a comunidade. Entretanto, as depoentes relataram dificuldades para oferecer uma assistência integral, devido a falta de opções na oferta dos métodos contraceptivos, dificuldade da adesão das mulheres ao programa, falta de autonomia para a prescrição de enfermagem, escassez de cursos para capacitações profissionais que reforçariam a segurança na realização da assistência melhorando a qualidade do serviço. Considerando todas essas dificuldades, sugerimos a criação de um protocolo de assistência, capacitações continuadas, participação do médico no processo com assistência regular às mulheres, oferecer quantidade e diversidade dos métodos contraceptivos, inserção do homem no programa e fornecimento dos métodos em maior quantidade para amenizar as dificuldades de retorno para as usuárias. PALAVRAS-CHAVES: Política de Saúde. enfermagem. Planejamento Familiar. Cuidados de BIBLIOGRAFIA ALVES, J. E. D. As Políticas Populacionais e o Planejamento Familiar na América Latina e no Brasil. Textos para discussão Escola Nacional de Ciências Estatísticas, n. 21. Gerência de Biblioteca e acervos especiais. Rio de janeiro, 2006. Disponível em <www.serviços.capes.gov.com.br> ARAÚJO, M. de F. S. O enfermeiro no Programa de Saúde da Família: prática profissional e construção da identidade. 2005. p 42. Tese de doutorado apresentada ao PPGSUFPB 2004/2005. Disponível em <www.serviços.capes.gov.com.br> MINAYO, M. C. de S. O Desafio do Conhecimento. Pesquisa Qualitativa em Saúde. 8. ed.; Ed. HUCITEC: São Paulo, 2004. MOURA, R. F; SILVA, R. M.; GALVÃO, M. T. G. Dinâmica do Atendimento em Planejamento familiar no Programa saúde da Família no Brasil. Cad. Saúde Pública. Rio de Janeiro, v.23 n. 4, abr. 2007. Disponível em: <http://www.scielo.com.br> BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Área Técnica de Saúde da Mulher. Assistência em planejamento familiar: manual técnico. 4. ed. Brasília, 2002. Série A: Normas e Manuais Técnicos. n. 40. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br > ___________________________________________________________________________ 1 Maria Madalena da Costa. Enfermeira Graduada pelo Centro Universitário de Anápolis – UniEVANGÉLICA. Pós-Graduanda em ESF e Saúde Píublica; Auditoria e Gestão Hospitalar pelo Instituto Sollus/ UniEVANGÉLICA. Contato: [email protected] 2 Zeile da Mota Crispim. Enfermeira Especialista do Programa de Saúde da Mulher em Anápolis – GO. Professora adjunta do Curso de Enfermagem da UniEVANGÉLICA. Mestranda em Enfermagem pela UFG.