XXIV Encontro Nac. de Eng. de Produção - Florianópolis, SC, Brasil, 03 a 05 de nov de 2004 Percepção sobre o funcionamento da Administração de Recursos Humanos em uma Cooperativa do interior do Estado do RGS Cláudia Medianeira Cruz Rodrigues (UFRGS), [email protected] Fabiana Thiesen (UNICRUZ) Iara Maria Rebellato (UNICRUZ) Resumo Este trabalho foi realizado em uma Cooperativa do interior do Estado do RGS e possui como objetivo levantar a percepção dos funcionários quanto às políticas da organização em relação aos seus recursos humanos a fim de propor melhorias visando, a partir de sua implementação, contribuir para a maximização dos resultados organizacionais. Para tanto, foram aplicados 256 questionários aos colaboradores das quatro áreas de atuação: agrícola, animal, consumo e administrativa/ financeira, no período de outubro a novembro de 2003, que versavam sobre (i) perfil profissional; (ii) planejamento de recursos humanos; (iii) envolvimento dos funcionários nas atividades da empresa; (iv) educação e treinamento; (v) desempenho e reconhecimento; (vi) bem-estar e satisfação; (vii) comunicação interna; (viii) plano de participação nos resultados e (ix) liderança. Os resultados obtidos permitiram detectar prioridades para o planejamento da administração de recursos humanos da Cooperativa onde pontos fundamentais devem ser analisados pela empresa como: o processo de descrição e análise de cargos, a padronização nos processos de treinamento e desenvolvimento de pessoal, a elaboração de instrumentos para a avaliação de desempenho e potencial, o fluxo de comunicação interna e aspectos de liderança. Palavras chave: Administração de recursos humanos, Planejamento de recursos humanos, Cooperativa. 1. Introdução As organizações, de um modo em geral, estão inseridas em um ambiente caracterizado por pressões sociais, econômicas, políticas e financeiras. Tal contexto exige das empresas respostas rápidas e eficazes para um ambiente que requer agilidade, flexibilidade e competência. Tal ambiente está impondo novos desafios para as empresas e, principalmente, para os responsáveis por sua gestão. A dinâmica de reavaliar continuamente os processos requer uma nova visão da organização. Atualmente a noção de sucesso é diferenciada daquela que existia no passado, onde fatores importantes para o sucesso empresarial eram quesitos como o tamanho da organização, para proporcionar produção em escala, a especialização baseada na divisão do trabalho e o controle por meio da hierarquia (CHIAVENATO, 2002). Na atualidade os fatores de sucesso são outros, assim como as fronteiras organizacionais, da mesma forma, são diferentes. Fatores como a valorização dos recursos humanos, enxugamento das camadas hierárquicas (downsizing), descentralização de atividades, trabalho em equipe e grupos autogeridos passaram a ser de grande relevância. Neste sentido, salienta Chiavenato (2002) que cabe às empresas pensar seriamente em um novo relacionamento com os colaboradores, sem esquecer o relacionamento com os clientes e com a rede de alianças e parceiros. ENEGEP 2004 ABEPRO 1153 XXIV Encontro Nac. de Eng. de Produção - Florianópolis, SC, Brasil, 03 a 05 de nov de 2004 Para tanto, a escolha de pessoas com o perfil adequado aos postos de trabalhos é de suma importância para o funcionamento das empresas. Construir e manter uma efetiva organização humana vem a ser uma das mais importantes funções gerenciais e um dos quesitos chaves é a estruturação da área de recursos humanos que reforça a idéia que a administração de recursos humanos funciona como um sistema interligado e não como uma área que possui determinadas funções que devem ser executadas por grupos de trabalhadores que ocupam postos estratégicos na organização. As atividades de recursos humanos estruturadas englobam desde a administração de processos (ferramentas e sistemas de recursos humanos) até a administração de pessoal tradicional, considerando resultados na definição de sua atuação. No entender de Chiavenato (1996), a variável humana tem sido o ponto crítico das empresas em todo o programa de expansão, de melhoria da qualidade, de incremento da produtividade, de focalização no cliente. As pessoas constituem para as empresas o desafio crucial no alcance e na manutenção de padrões elevados de qualidade, produtividade e competitividade. Para tanto, é necessário que as pessoas sejam selecionadas, integradas socialmente, treinadas, desenvolvidas, lideradas, motivadas, comunicadas, avaliadas, remuneradas, recebam feedback de seu desempenho, participem nas decisões que as afetem direta ou indiretamente e que possam externar seu ponto de vista. A definição de políticas claras de recursos humanos possibilita um melhor desempenho das atividades da empresa, uma vez que deve focar sua atenção nas metas e resultados a serem alcançados, com vistas à obtenção de geração de valor. As combinações inteligentes, coerentes e alinhadas dos papéis múltiplos de recursos humanos, com os propósitos e objetivos estratégicos da empresa, devem dar suporte ao sucesso organizacional de forma sustentada. O propósito deste trabalho é levantar a percepção dos funcionários quanto as políticas da organização em relação aos seus recursos humanos a fim de propor melhorias visando, a partir de sua implementação, contribuir para a maximização dos resultados organizacionais. Tal iniciativa visa conduzir a administração de recursos humanos (ARH) da Cooperativa a estar integrada ao planejamento estratégico da organização, desenvolvendo meios através dos quais as pessoas possam atingir seus objetivos pessoais e os objetivos organizacionais e buscando, por meio de métodos e técnicas, uma administração mais estratégica, focada no colaborador como parceiro do negócio. 2. A empresa A Cooperativa onde o estudo foi efetuado possui no seu quadro de pessoal 5.200 associados, 525 colaboradores nas suas quatro áreas de negócio, assim distribuídos: 236 na área agrícola, 96 na área animal, 74 na área administrativa/ financeira e 119 na área de consumo. Sua área de ação abrange 17 municípios e está distribuída em 34 unidades estratégicas de negócio. No que tange a área de recursos humanos, desde sua fundação em 1939 até meados de 1976, a gestão de recursos humanos não tinha o destaque merecido como uma área estratégica da organização. Áreas como de gerenciamento de custos, vendas e recebimento de grãos eram vistas como as mais importantes para o sucesso da organização. Praticamente não havia participação do quadro funcional nas políticas e estratégias de gestão da empresa, cabendo às pessoas o papel de executoras de tarefas. A partir de 1976, a empresa começa a evoluir seus processos, adotando uma visão mais holística, ou seja, com o foco mais direcionado para a satisfação e bem estar da sua força de trabalho, consciente que, se não houvesse ações voltadas para a melhoria do desempenho dos seus recursos humanos, seria muito difícil a conquista da excelência empresarial, visto que são as pessoas as responsáveis pela qualidade do trabalho que executam. ENEGEP 2004 ABEPRO 1154 XXIV Encontro Nac. de Eng. de Produção - Florianópolis, SC, Brasil, 03 a 05 de nov de 2004 Desta forma, em 1993, inicia-se uma nova fase de gerenciamento tanto administrativo quanto político na empresa. A estrutura da Cooperativa, que até esta data era constituída de um corpo único administrativamente, foi desmembrada em quatro áreas de atuação (administrativa, agrícola, animal e consumo), tendo um gerente atuando na direção de cada uma delas, ou seja, cada gerência passou a ter total gestão de seu pessoal e estabelecer a sua própria política de recursos humanos. Em 1998 surge a equipe da qualidade, com a função de aprimorar e aumentar a eficiência dos processos dentro da empresa. Desenvolveram-se programas de treinamento que consolidaram uma nova cultura, pois os trabalhos realizados em nível de direção e gerências transformaram essas lideranças em executivos, com um grau de profissionalismo até então desconhecido dentro da Cooperativa. Essa nova mentalidade fez despertar um novo senso de valorização nas pessoas e, concomitantemente, a essa mudança de visão, a empresa inicia seu processo de expansão, aumentando sua área de atuação. Tendo como lema que é preciso mudar para sobreviver e crescer, a área de RH da Cooperativa vive atualmente um período de grandes mudanças. O departamento de recursos humanos tende a aderir a uma visão mais holística, devendo ser um verdadeiro gestor de pessoas, que trata seus colaboradores como parceiros. Ações começaram a ser implementadas a fim de dar início aos objetivos almejados, vindo no ano de 2003 a modificar a sua estrutura organizacional, onde o departamento de recursos humanos passou a funcionar como um setor autônomo e independente, ligado diretamente à gerência administrativa da empresa. 3. Referencial Teórico A atuação em um mercado cada vez mais exigente requer das empresas o desenvolvimento de sua capacidade estratégica. Isso significa ampliar o horizonte de visão dos negócios, buscando compreender os diversos fenômenos que interferem no desempenho da organização, criando e desenvolvendo uma postura pró-ativa e antecipatória. As organizações precisam se preparar para competir, avaliando as forças que influenciam a competição no mercado e as respectivas causas subjacentes. Elas não podem separar o pensamento da ação, porque a conexão íntima entre eles, além de ser o segredo da criação de uma arte, é, também, a criação de uma estratégia. As organizações devem ser capazes de reinventar suas estratégias não apenas uma vez por década, mas de forma contínua, ano após ano. A dificuldade que algumas empresas encontram é de perceberem as inovações das estratégias, porque na maioria delas o inovador está afastado do líder através de níveis hierárquicos (DRUCKER, 2000). Para Fahey e Randhall (1999, p.16) a mudança é a preocupação central e o foco da gestão estratégica, "a mudança no ambiente, a mudança dentro da empresa e a mudança em como a empresa estabelece os elos entre a estratégia e a empresa. Mudança significa que as empresas nunca devem ficar satisfeitas com as suas realizações. A menos que modifique os seus produtos com o tempo, a empresa ficará para trás em relação aos concorrentes. A menos que altere a sua própria compreensão do ambiente, a empresa não será capaz de acompanhar e muito menos se colocar à frente das mudanças nos clientes, no setor, na tecnologia e nas políticas governamentais". Um dos desafios mais importantes e abrangentes enfrentados pelas organizações hoje em dia é a adaptação às diferenças entre as pessoas, ou seja, à diversidade da força de trabalho. A diversidade da força de trabalho é a presença de características humanas individuais que tornam uma pessoa diferente de outra. Muitas organizações estão incentivando seus executivos para que lidem bem com essa diversidade. Essas diferenças incluem sexo, raça, etnia, idade e capacidade física. O desafio consiste em administrar a diversidade da força de ENEGEP 2004 ABEPRO 1155 XXIV Encontro Nac. de Eng. de Produção - Florianópolis, SC, Brasil, 03 a 05 de nov de 2004 trabalho de uma forma que respeite as perspectivas e contribuições individuais. À medida que aumenta a diversidade da força de trabalho, cresce a possibilidade de estereótipos e de discriminação e a administração da diversidade torna-se mais importante (GOFFEE, 1999). Conforme Bispo(2003), quando o indivíduo ingressa na empresa, ele leva consigo uma série de condutas, pensamentos e posturas que em muitas vezes divergem das ações da empresa (missão, valores e cultura), tornando estes um dos pontos para as diversidades dentro do ambiente de trabalho. Entra em cena aspectos emocionais que acabam ocasionando o conflito e diversidade frente às metas que a empresa contrata com o profissional, nos relacionamentos com chefe/subordinado, e vice-versa, ou frente a posturas adotadas pela empresa que conflitam com a forma de pensar do indivíduo. Tratar as diversidades no âmbito organizacional é difícil e, em muitas vezes, complicado, pois, o tratamento não é personalizado, e sim de acordo com o número de incidentes em uma mesma situação e que impactam na motivação dos funcionários e, principalmente, nos resultados financeiros da empresa (GOFFEE, 1999). A partir do final da década de 80, principalmente em decorrência do crescente avanço das novas tecnologias, em especial da informática e da tecnologia da informação, presenciou-se o surgimento de um número significativo de modelos de gestão mais flexíveis e mais orientados para a inovação. A comunidade empresarial tem procurado incorporar essa diversidade de formas emergentes de gerenciamento, decidindo acerca daquelas que devem ser conhecidas, assimiladas e aplicadas, seja em nível de produto, de processo ou de pessoas (FAHEY e RANDHALL, 1999). Na organização de negócios, a avaliação dos recursos humanos passa a ser vital para o sucesso da implementação da estratégia de inovação. Ao analisar os mecanismos mais adequados à gestão da tecnologia, os parâmetros facilitadores de atendimento às exigências ambientais nortearão a composição e o funcionamento dos elementos do modelo de recursos humanos. Assim, o comprometimento e o envolvimento das pessoas, através da atuação de recursos humanos como agente integrador dos objetivos da mudança, reduzirão os níveis de resistência, trazendo benefícios, satisfação e bem-estar para os empregados e contribuindo para o desempenho econômico-financeiro da empresa (GRATTON, 1999). Segundo Lucena (1995), a reformulação das estratégias de atuação na gestão dos recursos humanos terá que partir de um posicionamento crítico corajoso, capaz de colocar em discussão, da forma mais aberta possível, os acertos, as impropriedades e os desvios que caracterizam o seu campo prático de ação. Entre as variáveis que dimensionam a abrangência do planejamento de recursos humanos, destaca-se a preocupação em assegurar a existência e funcionamento de uma infra-estrutura produtiva organizada em função das expectativas do negócio. O planejamento de recursos humanos é um processo dinâmico de administração da organização humana, e interação com as expectativas do negócio da empresa. É parte da filosofia administrativa empresarial e não um conjunto de técnicas, instrumentos e formulários utilizados para atender situações isoladas. Como tal está bastante envolvido com a própria dinâmica da organização, refletindo assim as características e o perfil da empresa. Define um contexto empresarial comprometido com o equacionamento de suas necessidades de recursos humanos, a curto, médio e logo prazo, dentro de uma visão progressista, social e econômica. Os recursos humanos representam o principal ativo da empresa a ser mobilizado para utilizar eficientemente os demais recursos organizacionais e para atuar eficazmente na obtenção de resultados empresariais. Para atender essas expectativas de negócio a gestão de recursos ENEGEP 2004 ABEPRO 1156 XXIV Encontro Nac. de Eng. de Produção - Florianópolis, SC, Brasil, 03 a 05 de nov de 2004 humanos tem como missão à busca da qualidade, da competência e do desempenho, no nível da capacitação profissional requerida pelos desafios decorrentes da natureza do mercado, no presente e no futuro. 4. Metodologia O estudo envolveu a aplicação de questionários junto às unidades de negócios da Cooperativa. O instrumento utilizou uma escala de 1 a 5, significando que quanto maior a nota melhor a sua concordância/ satisfação com relação a atividade de recursos humanos que estava sendo analisada no momento. Os instrumentos foram aplicados para um total de 256 colaboradores, buscando levantar informações sobre as políticas utilizadas pela empresa em sua área de recursos humanos. Este instrumento de pesquisa foi aplicado nas quatro áreas de atuação, conforme pode ser visualizado no Quadro 1. Cabe ressaltar que os questionários da área agrícola foram enviados via malote, para todas as unidades localizadas fora da sede administrativa da empresa; os questionários da área animal, da área de consumo e da área administrativa/ financeira foram entregues pessoalmente para os colaboradores. Em alguns setores foi possível seu preenchimento imediato, enquanto que em outros setores estipulou-se um prazo para sua devolução. Área N° de Colaboradores Área Agrícola 84 Área Animal 35 Área de Consumo 82 Área administrativa/Financeira 55 Total 256 Quadro 1 – Total de questionários aplicados Os resultados da pesquisa foram separados e analisados em nove blocos de categorias. Estes blocos apresentam questões referentes ao perfil profissional dos funcionários da Cooperativa e à administração de recursos humanos, como segue: Bloco 1 - Planejamento de Recursos Humanos; Bloco 2 – Envolvimento dos Funcionários nas Atividades da Empresa; Bloco 3 – Educação e Treinamento dos Funcionários; Bloco 4 – Desempenho e Reconhecimento dos Funcionários; Bloco 5 – Bem-Estar e Satisfação dos Funcionários; Bloco 6 – Comunicação Interna; Bloco 7 – Plano de Participação nos Resultados e Bloco 8 – Liderança. 5. Resultados O Quadro 2 apresenta as médias gerais e por área de atuação. ENEGEP 2004 ABEPRO 1157 Média área consumo Média área adm./finan. 3,79 3,27 3,89 4,13 4,02 2- Alguns aspectos de RH como contratação, dispensa e salários, por exemplo, são eventualmente considerados para o planejamento global e fixação de metas da organização. 3,81 3,76 3,74 3,88 3,85 3- A maioria dos sistemas de RH (contratação, seleção, treinamentos...) é planejada e integrada aos planos de desempenho global da organização. 3,50 3,64 3,06 3,67 3,31 4- A empresa proporciona meios aos funcionários para que esses possam contribuir para a melhoria da qualidade e do desempenho. 3,55 3,63 3,06 3,70 3,50 5- Apenas alguns funcionários, mais por iniciativa própria do que da empresa, encontram condições de assumir responsabilidades e tomar decisões que afetem os resultados. 2,50 2,30 2,57 2,61 2,59 6- A distribuição de responsabilidades e o incentivo à tomada de decisão são praticados pela empresa como forma de envolver seus funcionários na busca de melhores resultados. 3,02 1,99 3,80 3,37 3,52 7- Todos os funcionários, utilizando-se de mecanismos estabelecidos pela empresa, contribuem efetivamente para atingir as metas fixadas no planejamento da qualidade e do desempenho operacional. 3,69 4,02 3,57 3,73 3,44 8- Existe, por parte da empresa, preocupação com a educação e treinamento de seus funcionários. 3,57 3,30 3,89 4,14 3,78 9- Algumas atividades de educação e treinamento são realizadas, mas envolvem poucos funcionários e nem sempre decorrem de suas necessidades ou da empresa. 3,80 3,81 3,68 3,90 3,70 10- A maioria dos funcionários tem oportunidades de participar de atividades de educação e treinamento, as quais suprem boa parte das necessidades individuais e também contribuem para os objetivos da empresa. 3,50 3,64 3,00 3,70 3,30 11- A educação e o treinamento são planejados e proporcionados de forma consistente a todos os funcionários, de acordo com as necessidades individuais e da empresa, enfatizando o aspecto qualidade e crescimento de cada um. 3,52 3,65 3,03 3,70 3,35 12- A empresa reconhece os funcionários que alcançam as metas quanto à qualidade e ao desempenho. 3,53 3,42 3,43 3,94 3,35 13- O reconhecimento é realizado apenas para alguns níveis da empresa e de forma não sistemática. 2,54 2,30 2,66 2,57 2,80 14- Há formas de reconhecimento tanto para indivíduos quanto para grupos, em vários níveis da empresa, e diversas situações de cumprimento de metas. 3,07 2,98 3,14 3,01 3,26 15- A empresa adota um abrangente sistema de reconhecimento para todos os níveis em função do cumprimento das metas quanto à qualidade e ao desempenho. 2,80 2,56 2,94 2,80 3,07 16- A empresa oferece serviços especiais como creche, assistência médico-odontológica, transporte, refeitório, prevenção de doenças profissionais e outros. 3,57 2,63 3,89 4,14 3,94 17- Os serviços prestados pela empresa satisfazem as expectativas dos colaboradores. 3,44 2,61 3,68 3,90 3,79 18- A empresa possui abrangente sistema de melhoria dos fatores de bem-estar (Ex: pesquisa de clima organizacional, caixa de sugestões, limpeza e organização do ambiente, etc.). A satisfação dos indivíduos é medida sistematicamente. 3,43 3,39 3,00 3,70 3,33 19- A empresa levanta e reconhece constantemente o potencial de seus funcionários. 3,55 3,65 3,03 3,70 3,50 20- Os recursos de comunicação internos (intranet, quadros de aviso, reuniões, etc), utilizados pela empresa para manter o funcionário informado sobre suas atividades, são os mais adequados e eficientes. 2,8 3,20 2,66 2,57 2,63 21- Os meios de comunicação (ofícios, memorandos, etc) adotados pela empresa, de setor para setor, são considerados satisfatórios e eficientes. 3,04 3,29 2,57 2,83 3,26 22- As informações na empresa são adquiridas de forma rápida e de fácil acesso. 3,36 2,40 3,76 4,13 3,39 animal Média área agrícola 1- Os planos e práticas de RH estão relacionados com os planos gerais da organização. DESCRIÇÃO DAS QUESTÕES Média área Média geral XXIV Encontro Nac. de Eng. de Produção - Florianópolis, SC, Brasil, 03 a 05 de nov de 2004 Bloco 1 - Planejamento de recursos humanos (RH) Bloco 2 - Envolvimento dos funcionários Bloco 3 - Educação e treinamento dos funcionários Bloco 4 - Desempenho e reconhecimento dos Funcionários Bloco 5 - Bem-estar e satisfação dos funcionários Bloco 6 - Comunicação interna ENEGEP 2004 ABEPRO 1158 XXIV Encontro Nac. de Eng. de Produção - Florianópolis, SC, Brasil, 03 a 05 de nov de 2004 Bloco 7- Plano de participação nos resultados 23- As metas estipuladas no Plano de Participação estão de acordo com o alcance dos objetivos organizacionais (redução de custos, minimização das despesas, etc.). 3,56 3,21 3,71 3,9 3,46 24- O Plano de Participação busca a participação e o envolvimento do colaborador, fazendo com que este esteja mais comprometido na execução de suas atividades. 3,45 3,02 3,94 3,53 3,65 25- Os gerentes acreditam que o crescimento da empresa depende do aprimoramento constante de toda a sua equipe e por isso estimulam todos os funcionários a melhorar e/ou superar seus próprios limites. 3,53 3,31 3,77 3,52 3,75 26- A gerência estimula o desenvolvimento de novos líderes, fazendo com que todos os membros da equipe assumam responsabilidades. 3,02 3,48 3,03 2,39 3,28 27- Os gerentes conhecem o negócio da empresa, dominam as metas, os pontos fracos e fortes e motivam sua equipe ao compromisso com a mudança. 3,65 3,90 3,14 3,70 3,50 28- Os gerentes adotam um conjunto flexível de técnicas que motivam e integram os esforços individuais e das equipes na busca pelos resultados desejados, oferecendo um ambiente propício para o auto-desenvolvimento. 3,20 3,87 4,00 2,57 2,63 29- A imagem da empresa são as pessoas que nela trabalham, com equipes integradas e comprometidas. Na empresa, os gerentes sabem orientar e acompanhar o seu “time”, pois estão conscientes de que dependem dele para alcançar as mais importantes vitórias. 3,45 4,12 3,63 2,83 3,26 Bloco 8 - Liderança Quadro 2 – Descrição das médias gerais e por área de atuação Os resultados apurados demonstram, de um modo geral, que a Cooperativa possui áreas com um bom desempenho em alguns itens pesquisados e em outros há necessidade de melhoria nos processos. Os índices de desempenho divergem de uma área para outra, indicando que talvez não exista políticas de recursos humanos gerais para toda a organização. Itens de significativo resultados podem ser comentados de uma forma geral como o Bloco 6, que diz respeito a comunicação interna, apontando que as ferramentas utilizadas pela empresa são eficientes, no entanto, não estão sendo utilizadas da forma mais adequada, pois percebe-se a existência de ruídos na comunicação interna. Essas distorções podem ser advindas de fatores como: excesso de informações, falta de envolvimento e participação das pessoas, falhas na comunicação, inconsistência das mensagens ou dificuldades em personalizar as mensagens para os diferentes postos de trabalhos. Neste aspecto é importante que a Cooperativa realize uma pesquisa com os usuários ou colaboradores para detectar as reais falhas existentes na comunicação, pois se faz necessário entender que a comunicação interna exige o envolvimento e a participação de todos os níveis da empresa, não podendo ser função deste ou daquele departamento, mas sim função de todos, principalmente do profissional da área de recursos humanos. Além do mais, os programas e as ferramentas de comunicação existentes são apenas ‘ferramentas’, que devem ser manuseadas de forma correta e eficiente. A pesquisa permitiu verificar que na empresa não existe um planejamento de recursos humanos formalizado. Neste sentido seria importante que a Cooperativa, inicialmente, realizasse uma descrição e análise de cargos para definir os cargos no interior da organização e os quesitos necessários para desempenhá-los. Outro ponto a ser considerado é quanto a formalização de um plano de avaliação de desempenho, visto que de nada vale capacitar, treinar e desenvolver as pessoas sem um adequado sistema de acompanhamento que seja capaz de indicar se as medidas tomadas foram ou não acertadas, ou seja, mostrar se o caminho escolhido está sendo seguido e se irá conduzir aos objetivos desejados. 6. Considerações Finais A incerteza dos tempos atuais impõe a necessidade de (re)formulação de planos de gerenciamento das pessoas e iniciativas voltadas à implantação de uma série de políticas e práticas de recursos humanos direcionadas à obtenção da participação, envolvimento e comprometimento dos colaboradores frente aos objetivos organizacionais. ENEGEP 2004 ABEPRO 1159 XXIV Encontro Nac. de Eng. de Produção - Florianópolis, SC, Brasil, 03 a 05 de nov de 2004 Cabe salientar que é preciso que a ARH da Cooperativa conheça todos os processos que envolvem o planejamento de seus recursos humanos, assegurando de que os mesmos são altamente aplicáveis e, ainda, que constituem um meio cujos resultados serão utilizados para que a empresa alcance seus objetivos, através de colaboradores motivados e comprometidos com as metas organizacionais. Para que a ARH consiga, efetivamente, obter a devida compreensão por parte da organização, quanto à necessidade de implementar os projetos propostos, é necessário que se demonstre que os resultados a serem obtidos a tornará mais eficaz e competitiva. É importante frisar que a empresa precisa dar uma atenção maior no sentido de preparar as chefias para incorporarem no dia-a-dia o processo de planejamento estratégico de seus recursos humanos. E, neste processo, é fundamental que, além de aplicar técnicas e alternativas corretas de recrutamento, seleção, treinamentos, avaliação de desempenho, recompensas e entrevistas de desligamento, sejam ressaltados os pontos que precisam ser melhorados. A Cooperativa estudada busca um diferencial competitivo em suas atividades, oferecendo produtos e serviços de qualidade para seus associados e clientes. Para tanto, deve possuir um quadro de pessoal integrado e comprometido com os objetivos estratégicos globais da organização. Acredita-se que a área de recursos humanos deve envolver-se mais com o planejamento estratégico da empresa, desenvolvendo meios através dos quais as pessoas possam agir proativamente em direção aos objetivos da organização. Tendo em vista a relevância da área de recursos humanos e o desenvolvimento de suas políticas para o efetivo alcance das metas organizacionais e, também, devido às constatações feitas através da pesquisa aplicada, sugere-se que a Cooperativa reveja seus objetivos, permitindo que o departamento de recursos humanos reestruture seu planejamento com base nas áreas de resultados da empresa. Essa definição deve partir do nível mais alto da hierarquia organizacional (direção), estabelecendo a visão desejada para seus administradores. Cabe ao departamento de recursos humanos apresentar o seu planejamento por meio de uma descrição mais detalhada do funcionamento de todas as suas atividades, definindo as estratégias de ação que utilizará para alcançar maior eficiência e eficácia na execução de seus processos, para que os mesmos sejam integrados aos planos gerais da empresa. Referências BISPO, Patrícia. Avaliação de desempenho. Disponível em: <www.rh.com.br> Acesso em: 02 dez. 2003. ______. 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