Reprodução entrevista | pág. 7 “Obrigação da PM é defender a população” Entre os dias 14 e 18 acontece, no Rio, I Encontro Latino-americano de Teatro. O foco principal é a discussão das formas políticas de teatro e sua atualidade no continente. Para a advogada Margarida Pressburguer, do Comitê de Combate à Tortura da ONU, somente a desmilitarização da polícia poderá mudar as forças de segurança. Edição Encontro de teatro latino-americano Pablo Vergara cultura | pág. 11 Uma visão popular do Brasil e do mundo Rio de Janeiro, de 10 a 16 de outubro de 2013 | ano 11 | edição 24 | distribuição gratuita | www.brasildefato.com.br | facebook.com/brasildefato Pablo Vergara cidades | págs. 4 e 5 Com apoio das ruas, professores resistem mundo | pág. 10 Lampedusa e a morte de Kadafi Pouco se diz, mas a tragédia em que 363 imigrantes africanos morreram afogados perto da ilha italiana de Lampedusa tem relação direta com a invasão da Líbia pela Otan e com o assassinato de Kadafi. Nelson Perez/Fluminense F.C. esporte | pág. 16 No maior ato após as jornadas de junho, milhares de pessoas voltam às ruas do Rio em apoio aos professores, que estão em greve há dois meses; a violenta desocupação da Câmara, realizada dias antes pela Polícia Militar, só fez aumentar a solidariedade à luta dos profissionais da Educação. Vasco vence o Fluminense O Vasco venceu o Fluminense por 1 a 0 na noite desta quarta-feira (9), na Ressacada, em Florianópolis. Cris marcou o único gol da partida. 02 | opinião Rio de Janeiro, de 10 a 16 de outubro de 2013 editorial | Brasil OS PARTIDOS POLÍTICOS no Brasil nunca representaram os interesses de uma classe social em específico e muito menos tiveram como objetivo um programa de mudanças socioeconômicas para a sociedade. Suas características sempre foram de disputar cargos para ascender ao controle do Estado. Assim, enriquecerem com recursos públicos para interesses de grupos e frações de classe. E o Estado, com sua natureza burguesa, sempre funcionou na lógica de reprodução dos interesses das classes proprietárias, os capitalistas. A exceção à esquerda foram os partidos comunistas, que procuravam representar os interesses dos trabalhado- Os movimentos sociais e as forças populares em geral, mais do que nunca, devem colocar suas energias para seguir organizando e mobilizando o povo res e defendiam programas de mudanças. Na década de 1980, o Partido dos Trabalhadores (PT) foi fundado com esse propósito e, depois, outros agrupamentos políticos menores da esquerda. Na direita, também tivemos exceções de partidos com a clara identidade de classe, como é o caso da União Democrática Nacional (UDN), a Aliança Renovadora Nacional (ARENA), durante a ditadura militar, e, agora, o Democratas (DEM). Agora, nas últimas semanas, assistimos a um verdadeiro festival de troca-troca de siglas, de novos partidos, que culminou com a não legalização do partido da Rede e a filiação da ex-ministra Marina Silva ao Partido Socialista Brasileiro (PSB) e sua provável candidatura como vice na chapa de Eduardo Campos. Na coalizão partidária que governa o país, também ve- mos cenas frequentes de oportunismo. Recentemente vimos a saída do PSB do governo. Ao mesmo tempo, a ida da senadora ruralista Kátia Abreu para o PMDB. E, nos estados, as articulações para as disputas de cargos ao governo têm sido ainda mais grotescas, com parcerias de todo tipo à direita e à esquerda. Já os tucanos – desanimados com a falta de perspectiva de vitória – ficam entre priorizar o Congresso Nacional, São Paulo e Minas Gerais, ou deixar o Planalto para 2018 e a volta da candidatura Serra, apresentada publicamente pelo senador Aloysio Nunes. Tudo um jogo eleitoral voltado para as eleições de 2014. E se depender dos políticos não se fala mais em reforma política e muito menos em Constituinte e Plebiscito, como havia sido proposto até pela presidenta Dilma. O povo ausente da disputa político-partidária assiste no sofá, pela televisão, à dança das cadeiras, à falta de coerência e à falta de propostas concretas de mudanças. As mobilizações de rua demonstraram claramente que há problemas reais enfrentados pelo povo que exigem mudanças. E, os movimentos sociais e as forças populares em geral, mais do que nunca, devem colocar suas energias para seguir organizando e mobilizando o povo. Latuff O jogo eleitoral e a falta de programas propriedade privada e que se especializou no período da ditadura, aprimorando instrumentos e técnicas de tortura com as forças armadas. Mas, o que mantém essa triste realidade? Seguramente, é a impunidade. E é preciso ser radical, no sentido de ir à raiz do problema. Isso inclui a punição dos torturadores que ceifaram centenas de vidas e mutilaram outras tantas no período da ditadura e que hoje caminham livremente nas ruas de nosso país. Fatos como esse, da UPP da Rocinha, devem servir de alerta para a sociedade em geral e requer um contundente repúdio às autoridades responsáveis, sendo elas o Comandante Geral da PM, o Secretario de Segurança Beltrame e o Governador Sérgio Cabral. editorial | Rio de Janeiro Tortura nunca mais! OS ÚLTIMOS resultados das investigações que visam esclarecer o desaparecimento do pedreiro Amarildo de Souza, de 47 anos, visto pela última vez no dia 14 de julho desse ano sendo levado por policiais para “averiguações” na sede da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha, apontam, como era de ser esperar, para a própria polícia. Quase três meses depois do ocorrido e após muita pressão dos moradores da Rocinha, dos movimentos sociais, entidades de direitos humanos e dos meios de comunicação alternativos, que constantemente se mobilizaram aqui no Rio e em outros estados do Brasil, chegou-se a um resultado que, em princípio, parece satisfatório. O então comandante da UPP, Edson dos Santos e mais Redação Rio: [email protected] Para anunciar: (11) 2131 0800 nove soldados envolvidos no caso estão presos, acusados pelos crimes de tortura seguida de morte e ocultação de cadáver. Mas, onde está Amarildo? A essa pergunta ainda não se tem resposta. O que se sabe, pelas investigações, é que esse mesmo grupo, agora preso, transformou a sede da UPP em um verdadeiro aparelho de tortura, prática abominável e repudiada em qualquer Estado que se denomine democrático de direito. Segundo as investigações, Amarildo morreu após ser submetido a uma intensa sessão de tortura. Revela ainda que foram ouvidas outras 22 vítimas, moradoras da comunidade, que foram torturadas por policiais da UPP da Rocinha com o objetivo de obter informações sobre drogas e armas. Ninguém em sã consciência pode deixar de se indignar com tamanha brutalidade. No entanto, é preciso mais. É preciso dizer que, infelizmente, a tortura como método de interroga- tório é muito comum nas polícias do Brasil e não é diferente aqui no Rio de Janeiro. É herança de uma polícia que nasceu para punir os pobres e proteger o monarca e a Editor-chefe: Nilton Viana • Editores: Aldo Gama, Marcelo Netto Rodrigues, Eduardo Sales de Lima • Repórteres: Marcio Zonta, Michelle Amaral, Patricia Benvenuti • Correspondentes nacionais: Maíra Gomes (Belo Horizonte – MG), Pedro Carrano (Curitiba – PR), Pedro Rafael Ferreira (Brasília – DF), Vivian Virissimo, Gilka Resende, Mariane Matos e Cláudia Santiago (Rio de Janeiro –RJ) • Correspondentes internacionais: Achille Lollo (Roma – Itália), Baby Siqueira Abrão (Oriente Médio), Claudia Jardim (Caracas – Venezuela) • Fotógrafos: Pablo Vergara (Rio de Janeiro – RJ), Carlos Ruggi (Curitiba – PR), Douglas Mansur (São Paulo – SP), Flávio Cannalonga (in memoriam), João R. Ripper (Rio de Janeiro – RJ), João Zinclar (in memoriam), Joka Madruga (Curitiba – PR), Leonardo Melgarejo (Porto Alegre – RS), Maurício Scerni (Rio de Janeiro – RJ) • Ilustrador: Latuff • Editor de Arte: Marcelo Araujo • Revisão: Beatriz Calló • Jornalista responsável: Nilton Viana – Mtb 28.466 • Administração: Valdinei Arthur Siqueira • Endereço: Al. Eduardo Prado, 676 – Campos Elíseos – CEP 01218-010 – Tel. 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É a história real se fazendo presente. A década de 1970 teve um preço para Honestino. Apaixonado pela luta de classes e por um país justo, o estudante era exemplo de um movimento que pulsava. Sua persistência por um Brasil liberto era contagiante e não tardou a chamar a atenção. A ditadura enfrentou este “problema” revolucionário, desaparecendo com o símbolo estudantil, crendo que seria fácil acabar com suas lutas. Foi assim também com diversos militantes. Ao revisitar as dependências do DOI-Codi, no 1º Batalhão de Polícia do Exército, deparei-me novamente com a História. Junto de Álvaro Caldas, jornalista e ex-preso político, caminhamos numa volta ao passado, em catarse. Esta visita faz parte das atividades investigativas das Comissões da Verdade nos esta- dos que buscam esclarecer lacunas em nossa história. A verdade e justiça são pautas que não podem cessar, pois enfrentar o passado é reescrever o presente e projetar o futuro. Como disse a filha de Honestino: “É desse pai que morro de saudade. Junto-me ao clamor pelas explicações das circunstâncias da morte. Como cidadã brasileira e filha, peço respostas que, depois de 40 anos, ainda não foram dadas. O que aconteceu com meu pai e onde ele está?”. Jandira Feghali é deputada federal (PCdoB/RJ) Rossino Diniz Educadores, contem com o povo das favelas! NA TERÇA FEIRA da semana passada, as favelas do Rio assistiram à repressão covarde contra os profissionais da educação das redes municipal e estadual, que se manifestavam legitimamente na Cinelândia, em frente à Câmara Municipal. Vimos os professores e professoras, as merendeiras, inspetores, serventes e alunos – muitos deles moradores de favelas – serem vítimas da mesma violência que a polícia do Cabral impõe cotidianamente nas favelas. A cara de terror e medo do professor é a mesma dos moradores de favelas que sofrem com a violência do Estado. É a mesma cara das famílias dos Amarildos desaparecidos. Os vídeos que mostram falsos flagrantes reproduziram o que ocorre todos os dias em nossas favelas. Eles querem nos calar pelo medo. Eles querem invisibilizar e criminalizar as lutas dos movimentos sociais pelo silêncio ou pela manipulação da Rede Globo e outros meios. A verdade é que os donos da riqueza querem que não lutemos por direitos, por isso nos amedrontam com a violência do Estado. Eles temem que o povo atrapalhe seus ne- gócios sujos na Copa e nas Olimpíadas. Eventos que estamos excluídos como povo pobre e favelado. Por isso, a importância da luta dos profissionais da educação. Continuem mobilizando as comunidades escolares e a sociedade. Contem com o povo das favelas! Os quilombos das cidades estão com vocês. Rossino Diniz é presidente da Federação das Associações de Favelas do Estado do Rio (Faferj) e militante do Movimento Popular de Favelas NAS ÚLTIMAS SEMANAS, muito se comentou sobre a autocrítica do jornal O Globo por ter apoiado o golpe de 1964. Os responsáveis pelo diário de maior circulação no Rio reconheceram terem cometido um “erro editorial”. Com o decorrer dos dias, quem acompanhou o noticiário e os editoriais pôde constatar que a autocrítica não passou de retórica e até uma questão mercadológica. Passados quase 50 anos da eclosão do movimento civil militar que derrubou o presidente João Goulart, só mesmo setores extremistas de direita continuam na defesa daquele período de trevas. Daí a necessidade de O Globo fazer a autocrítica mesmo sendo, como diz o ditado popular, para inglês ver. A cobertura dos últimos fatos relacionados com a violência policial contra os professores deixou bem claro que na prática, a autocrítica não foi para valer e fez cair sua máscara. Prova disso é a defesa intransigente do plano de cargos e salários apresentado pela prefeitura, rejeitado pela maioria absoluta do professorado, para não falar das matérias de página inteira pagas pela administração Eduardo Paes. O Globo tentou, de todas as formas, culpar eventuais militantes do PSOL e PSTU pela mobilização dos professores que sofreram a truculenta repressão da Polícia Militar. O Globo precisa aprender a lição de que, numa democracia, não se exige atestado de ideologia para integrar a direção de um sindicato Ao penalizar a direção do Sindicato Estadual dos Professores de Educação (Sepe), O Globo repetiu a linguagem utilizada há 50 anos, quando PSOL e PSTU eram substituídos na retórica por “comunistas” e “subversivos”. Quem tiver alguma dúvida a esse respeito deve consultar as edições de O Globo da época. Na cobertura da greve, além do mais, O Globo fez mau jornalismo, ao relatar as várias assembleias dos professores. A persistência da paralisação ocorreu não por indução dos militantes do PSOL ou PSTU, mas sim por exigência da própria massa dos professores inconformados com o posicionamento da prefeitura. Ao criticar alguns integrantes filiados da direção do Sepe, O Globo repetiu uma tendência comum no período ditatorial: o de culpar partidos de esquerda, então clandestinos, por eventuais manifestações populares de descontentamento com o regime. Na prática defendendo a repressão que provocou inúmeras violações aos direitos humanos. O Globo precisa aprender a lição de que, numa democracia, não se exige atestado de ideologia para integrar a direção de um sindicato e que mobilizações, como as que têm feito os professores, fazem parte do exercício democrático. E que o anormal é a truculência policial considerada “tecnicamente perfeita” pelo governador Sérgio Cabral. Mário Augusto Jakobskind é jornalista e escritor 04 | cidades Rio de Janeiro, de 10 a 16 de outubro de 2013 Cresce solidariedade à luta dos professores no Rio Pablo Vergara GREVE Em defesa da Educação, mais de 50 mil pessoas voltam às ruas do Rio Vivian Virissimo do Rio de Janeiro (RJ) O frio e a chuva não diminuíram a disposição dos milhares de manifestantes que saíram em defesa dos professores na última segunda-feira (7). Partidos, movimentos e sindicatos se uniram à luta pela anulação da sessão da Câmara de Vereadores, que aprovou o plano de cargos e salários sem consulta à categoria. O protesto, convocado pelo Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do RJ (Sepe), também serviu para repudiar a violência praticada pela Polícia Militar (PM), sob comando do secretário de Segurança José Mariano Bel- Milhares de cariocas se juntaram aos professores nas ruas trame e do governador Sérgio Cabral (PMDB). Esses foram os motivos que levaram a deficiente visual Viviane Siqueira, 36 anos, a participar de sua primeira manifestação. Um amigo a guiava entre os manifestantes que portavam bandeiras e gritavam palavras de ordem. “Vim aqui pela necessidade de dar apoio aos Prefeitura segue fechada ao diálogo do Rio de Janeiro (RJ) Após decidir pela continuidade da greve nesta quarta-feira (9), professores da rede municipal marcharam do Clube Municipal da Tijuca até o Palácio Duque de Caxias, na avenida Presidente Vargas. A principal reivindicação dos professores é pelo agendamento de uma audiência com o prefeito Eduardo Paes (PMDB). Desde que o plano de cargos foi aprovado, o prefeito tem se negado a dialogar com o sindicato que representa os trabalhadores. Na úl- tima terça-feira (8), Paes convocou um encontro com conselhos de pais e de diretores de escolas e excluiu a participação dos sindicalistas. No mesmo dia, o prefeito confirmou que vai descontar o ponto dos grevistas. Porém, essa situação pode ter um revés nesta quinta-feira (10). A juíza Roseli Nalin vai receber informações do presidente da Câmara de Vereadores, Jorge Felippe (PMDB), sobre a sessão que aprovou o plano de cargos. Ela vai decidir sobre a concessão ou não da liminar para suspender a sessão. (VV) professores que estão sendo massacrados. Sempre acompanhei de longe e hoje tive oportunidade de estar aqui”, conta a psicóloga, que é deficiente visual há 16 anos. “A desocupação da Câmara foi extremamente violenta. Não tive como ficar imóvel diante de tanta violência contra trabalhadores que se sacrificam em prol da Edu- cação desse município”, completou. Ao contrário de outros atos, a PM não atuou ostensivamente no último. Ao longo da avenida Rio Branco, não se viam policiais fardados. Situação bem diferente da terça-feira da semana passada, quando foram deslocados cerca de 700 policiais para bloquear as entradas da Câmara, on- de os vereadores votavam o plano que desagrada a categoria. Naquele dia, professores foram atacados com choques, bombas e spray de pimenta. Nesta segunda (7), a repressão da polícia ocorreu apenas após o encerramento do ato. Para reprimir integrantes do Black Bloc, os policiais do Batalhão de Choque dispersaram as pessoas que ainda estavam na Cinelândia. Houve quebra-quebra de agências bancárias e um ônibus foi incendiado. Localizados a poucos metros da Câmara, o Teatro Municipal e a Biblioteca Nacional ficaram intactos. Em nota, o sindicato esclareceu que “não compartilha com os atos ocorridos após a passeata realizada na segunda-feira”. O Sepe acrescentou, porém, que seus atos são abertos a todos os segmentos que apoiam a luta em defesa da escola pública. Ministra pede que PM aja de maneira “pacífica” Maria do Rosário se reuniu com o secretário de Segurança do Rio de Janeiro (RJ) Maria do Rosário se reuniu com o secretário de Segurança, Beltrame Em reunião realizada nesta quarta com o secretário Beltrame, a ministra de Direitos Humanos, Maria do Rosário, pediu que a PM tenha uma abordagem pacífica nas manifestações. “Para assegurar a garantia da livre manifestação, uma série de procedimentos foram sugeridos, inclusive no que se trata ao não uso de determinados armamentos Para assegurar a garantia da livre manifestação, procedimentos foram sugeridos e de uma abordagem pacífica”, declarou. Em outra frente, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/RJ), a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) formaram uma comissão que vai tentar marcar um encontro com o secretário para pedir o compromisso de que a PM mude a sua forma de atuação nos protestos. (VV) CONVOCAÇÃO PROFESSORES CONVOCAM NOVAS MANIFESTAÇÕES UNIFICADAS Dia 10: às 10h, no Largo do Machado Dia 15: às 15h, na Candelária. Dia do Professor FRASES Alessandro dos Santos, 39 anos, professor de Matemática, portava um cartaz com os dizeres: “Hoje a aula é de cidadania”. “Estou apoiando os professores em função da covardia que o prefeito e o governador fizeram. Não dá pra dizer que foi despreparo dos policiais militares. O policial cumpre ordens do comandante nomeado pelo governador, este último sim que é o despreparado”, criticou. “As escolas estão caindo aos pedaços. Não é só por salário”, explicou. Vestida de Mãe de Santo, a enfermeira Maria Casonava, 62 anos, explica o que significa uma vela e um incenso que carregou ao longo da Av. Rio Branco. “Esse incenso é para tirar todos os males e abençoar os professores, principalmente a ruindade do Sérgio Cabral pelo que ele faz com estudantes e professores. Essa vela vermelha é para ele usar os neurônios e atender as pessoas com mais amor. Precisamos de mais paz nesse Rio”. A professora aposentada Carmem Lucia, de 70 anos, também apoiava os professores por mais qualidade da educação. “Estamos sentindo que a educação está decaindo ainda mais. Essa é uma luta de toda a classe e de toda a sociedade porque precisamos de jovens conscientes”, opinou. Ela criticou o plano de cargos da Prefeitura. “Esse plano foi elaborada em 30 dias e não interessa a maioria dos professores”, protestou. Rio de Janeiro, de 10 a 16 de outubro de 2013 FRASES “É muita sobrecarga. As cozinhas são quentes, somos poucas para fazer comida para muitos estudantes. Pegamos carnes congeladas sem termos luva de proteção. É muito peso! Quase todo mundo tem algum problema de coluna, mas não recebemos insalubridade”, disse Romilda Duarte, merendeira de 42 anos. “A greve é justa porque é para melhorar a Educação. A situação da minha escola é péssima. Falta tudo, quando não é luz, é água. Eu convidei a minha turma, mas o pessoal só fica assistindo pela televisão. Tem de vir apoiar, mas muitos desconhecem ou não ligam”, afirmou o estudante Michel Pereira, de 19 anos, morador de São Gonçalo. “A gente veio para apoiar a manifestação dos professores. Entendemos que o governo do Cabral é ditador e faz de tudo para acabar com as manifestações deles. A gente não chega só no final não, a gente participa do início ao fim. Temos o intuito de proteger as manifestações e queremos a revolução do povo”, disse Zé, nome fictício dado por um mascarado morador de Nova Iguaçu. “Atenção para a lista de chamada! Respeito? Faltou! Violência? Presente! Salário? Está doente! Democracia? Foi embora! Gás Lacrimogênio? Presente! Repressão? Presente! Povo? Presente! Educação? Morreu”, protestava ao megafone o Movimento Reúna, formado por artistas. cidades | 05 Plano aprovado imprime visão empresarial à Educação Pablo Vergara Gilka Resende do Rio de Janeiro (RJ) “Autonomia Carioca”, uma parceria entre a Secretaria Municipal de Educação e a Fundação Roberto Marinho, é um dos projetos criticados pelos professores Para além dos problemas de conteúdo, a professora de história Isabel Costa, que leciona no Grajaú, lembra que “não houve nenhuma democracia na aprovação dessa proposta”. “Temos de deixar claro: nossa luta é por melhores salários, pela sobrevivência da carreira e contra a lógica empresarial que a prefeitura quer aplicar à Educação pública”, reclamou. Entre outros pontos, o me do projeto não condiz com a realidade. “Reconheço a debilidade e a evasão escolar, mas isso não é solução. Existe uma interferência direta na política pedagógica. O professor deve ser respeitado como um construtor do saber, mas nesses projetos, são vistos como meros repetidores de uma visão que busca índices e metas”, avaliou. “Nossa luta é contra a lógica empresarial que a prefeitura quer aplicar à Educação pública”, diz professora A Educação do Rio está sendo privatizada pro dentro, denuncia o movimento grevista movimento grevista denuncia que a Educação do Rio está sendo privatizada por dentro. Isabel critica projetos privados no ensino público. Entre eles, cita o Autonomia Carioca, uma parceria entre a Secreta- ria Municipal de Educação e a Fundação Roberto Marinho. De acordo com a proposta, a ideia é ter uma “aceleração de estudos e corrigir a defasagem idade-série” de jovens entre 14 e 18 anos. Segundo a Controladoria Geral do Município – Rio Transparente, de 2009 a 2013, foram repassados à Fundação mais de R$ 30 milhões. Os professores apontam ainda que o conceito expresso no próprio no- Pablo Vergara Professores lutam pela revogação do texto Segundo sindicato, plano beneficia só 6% da categoria do Rio de Janeiro (RJ) Para o Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe - RJ), as 31 emendas feitas ao plano de cargos e salários não contemplam a categoria, que luta pela revogação do texto. A entidade reforça que a reivindicação foi por 19% de reajuste salarial para 2013, sem dizer que não chegou a apresentar a demanda histórica de um patamar para iniciantes: cinco salários mínimos para professores e três e meio para de- mais servidores públicos do setor. O sindicato sustenta que, de acordo com o plano aprovado, os benefícios apenas chegariam aos profissionais de carga horária de 40 horas, que somam 6% da categoria. Apesar de a prefeitura ter concedido um reajuste de 15,3% - na real, o aumento de agora foi de 8%, já que todo funcionalismo público do município recebeu 6,75% ainda em agosto – a medida não contempla os docentes, que exigem um aumento de 15% a cada ní- vel por tempo de carreira, que ficou mantido nos 4% atuais. A exigência de equiparação do valor hora-aula, de acordo com a formação, é uma demanda antiga. “O texto aprovado aponta que essa seria fragmentada, que acontecerá ao longo dos próximos cinco anos. Até lá Eduardo Paes nem é mais prefeito. A paridade de vencimentos entre ativos, aposentados e pensionistas apontada já existia. A prefeitura diz que o plano garante a permanência dos triênios, mas isso Educadores condenam a política governamental é uma lei federal. É mais que a obrigação. O texto não muda a situação da categoria”, sentencia Suzana Gutierrez, diretora do Sepe -RJ. “Um dos pontos mais graves do plano aprovado é não excluir a função do professor polivalente, que independentemente da sua formação, seja em Matemática ou História, poderá dar aulas do 1° ao 9 ° ano e em várias matérias. Isso quebra com a Lei de Diretrizes e Bases”, pontua Geza Linhares, da diretoria do Sepe -RJ. (GR) 06 | cidades Rio de Janeiro, de 10 a 16 de outubro de 2013 Vigilância Sanitária interdita Hospital Geral da Santa Casa Ale Silva/Folhapress SAÚDE Hospital terá de cumprir todas as adequações solicitadas para poder voltar a funcionar Douglas Corrêa do Rio de Janeiro (RJ) O Hospital Geral da Santa Casa de Misericórdia, na Rua Santa Luzia, no centro, foi interditado após inspeção feita na manhã desta quarta-feira (9) pela Vigilância Sanitária Estadual. Os técnicos constataram diversas irregularidades. As enfermarias, consultórios, sala de cirurgia, de esterilização e demais dependências foram consideradas insalubres. Além disso, na farmácia do hospital foram encontrados medicamentos que precisam de refrigeração fora da geladeira e imersos em água, pois a geladeira estava desligada. Entre os medicamentos sem condição de uso estavam: insulina, antivirais e vacinas. A cozinha do hospital, que já estava sob interdição sanitária, foi flagrada em funcionamento. De acordo com a Vigilância Sanitária, a Santa Casa terá de cumprir todas as adequações solicitadas para poder voltar a funcionar. Cinco pacientes que estavam internados no local foram transferidos para outras unidades. Fachada do Hospital Geral da Santa Casa de Misericórdia, interditado pela Vigilância Sanitária Sobre o Hospital Nossa Senhora das Dores, em Cascadura, bairro da zona norte da cida- de, também pertencente à Santa Casa, o órgão informou que, após nova inspeção hoje, “foi de- terminado que o centro cirúrgico da unidade permaneça interditado”. (Agência Brasil) Operação Parasitas da Polícia Civil prende 25 pessoas Técnicos da Petrobras ainda não confirmaram o vazamento da Reduc PROPINA Grupo de fiscais extorquiam comerciantes do Rio de Janeiro (RJ) Uma equipe técnica da Petrobras foi mobilizada para efetuar vistoria próximo à Estação Campos Elíseos, no Rio de Janeiro, onde a circulação de trens foi suspensa nesta quarta-feira (9) por suspeita de vazamento de combustível. O trabalho é feito em conjunto com as autoridades locais, Corpo de Bombeiros e o Instituto Estadual do Meio Ambiente (Inea). A Petrobras infor- mou que está “colaborando com as autoridades na identificação da origem de hidrocarboneto na superfície da linha férrea, na Baixada Fluminense, próximo à Estação Campos Elíseos”. A Petrobras não confirmou, até o fechamento dessa edição, se um vazamento de combustível da Refinaria Duque de Caxias (Reduc) provocou a interrupção do funcionamento de trens no ramal da Baixada Fluminense. (Agência Brasil) Vendedor ambulante morre na zona norte Uma pessoa morreu e sete ficaram feridas, nesta quarta-feira (9), em consequência da queda da marquise da filial da loja de varejos Citycol, na Estrada do Portela, em Madureira, zona norte. De acordo com bombeiros do Quartel de Campinho, as vítimas foram levadas para o Hospital Carlos Chagas, em Marechal Hermes. O homem que morreu trabalhava como vendedor ambulante. Circulação de trens suspensa por suspeita de vazamento de combustíveis Alana Gandra do Rio de Janeiro (RJ) FATOS EM FOCO Mais duas pessoas foram presas durante a Operação Parasitas, deflagrada pela Polícia Civil para desarticular um esquema de extorsão a comerciantes. Dos 30 mandados de prisão expedidos pela Justiça do Rio, 25 foram cumpridos. A Secretaria de Segurança estadual informou que foram apreendidos R$ 1,1 milhão em espécie, três espingardas, computadores e documentos que comprovam o esquema de extorsão. Segundo a polícia, a quadrilha movimentava cerca de R$ 50 milhões. Dos 25 presos, 24 eram fiscais da Vigilância Sanitária Municipal e um era gari cedido ao órgão. Os detidos são acusados de cobrar propina para não apontar irregularidades ou aplicar multas. O valor do suborno cobrado pelos fiscais sanitários variava de R$ 150 a R$ 500. O veterinário, apontado pela Polícia Civil como o chefe da quadrilha, continua foragido. A maior apreensão feita pela Polícia Civil foi em Campo Grande, na zona oeste do Rio, onde foram encontrados R$ 800 mil em um sítio. Os 30 fiscais foram denunciados à Justiça pelo Mi- nistério Público. Vinte e sete são fiscais da Vigilância Sanitária do Rio, um é gari da Companhia de Limpeza Urbana (Comlurb) e um é proprietário de uma empresa. Entre os denunciados, está também um sócio administrador de uma empresa de arquitetura. Os envolvidos no esquema de extorsão a comerciantes foram enquadrados nos crimes de formação de quadrilha e concussão (extorsão praticada por funcionários públicos). Se condenados, a pena pode chegar a 12 anos de prisão. (Agência Brasil) Bombeiros ficaram feridos Entre os feridos estão dois soldados do Corpo de Bombeiros que socorriam as vítimas. Um deles teve a perna fraturada. A Estrada do Portela é uma das mais movimentadas vias de Madureira e fica perto da Estação Ferroviária de Magno e da sede da Escola de Samba Império Serrano. Na hora do acidente, milhares de pessoas voltavam para casa. Tragédia poderia ter sido maior De acordo com os bombeiros, por sorte não houve uma tragédia, pois, no momento do desabamento, por volta das 20h, o movimento era intenso na região. A loja estava em reforma na parte interna. A Estrada do Portela, principal ligação entre os bairros de Madureira e Oswaldo Cruz, ficou fechada ao tráfego de veículos por mais de duas horas para facilitar o trabalho das equipes de socorro. Rio de Janeiro, de 10 a 16 de outubro de 2013 SINDICAL Carteiros terminam a greve A Federação dos Trabalhadores dos Correios (Fentect) considera vitoriosa a greve da categoria que parou os postos de Correios em todo o país. O TST julgou a greve. Decidiu que os trabalhadores devem retornar ao trabalho hoje e compensar os dias parados. De acordo com a decisão do Tribunal, a ECT não poderá mudar a gestão do plano de saúde. O reajuste salarial será de 8% e de 6,23% para benefícios, retroativos a 1º de agosto de 2013, mais o vale cultura de R$50. Foi concedido também o direito à ausência remunerada de seis dias para acompanhar dependente ao médico. Marcelo Camargo/ABr Bancários continuam parados Os bancos estão fechados. A greve dos bancários já está no seu 22º dia. Nesta quinta (10), haverá negociação entre o Comando Nacional e a Fenaban e, depois, com o Banco do Brasil e com a Caixa Econômica Federal. As assembleias dos sindicatos rejeitaram a proposta de reajuste salarial de 7,1% e aumento do piso em 7,5%, apresentada pelos bancos. Os bancários querem reajuste salarial de 11,93% (5% de aumento real além da inflação) e piso salarial de R$ 2.860,21 (salário mínimo do Dieese), dentre outras reivindicações. entrevista | 07 “De 1500 para cá, tudo é feito na base da tortura” AMARILDO Margarida Pressburguer, relatora do Subcomitê de Prevenção à Tortura da ONU, repudia tortura contra Amarildo praticada na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha Pablo Vergara família e contra as testemunhas que foram subornadas. Também houve uma acusação de que Amarildo seria um elemento do tráfico. E se ainda o fosse, Amarildo teria de ter sido preso, julgado e, se fosse condenado, cumprisse pena e não morto e torturado. Vivian Virissimo do Rio de Janeiro (RJ) Choques elétricos e asfixiamento com saco plástico são as causas apontadas no inquérito que apurou a morte de Amarildo. O ajudante de pedreiro, morador da Rocinha, sofreu por minutos ou horas as torturas praticadas por policiais militares. A prática dos supostos torturadores da Unidade da Polícia Pacificadora (UPP) teve a “pior repercussão possível” no Comitê de Combate à Tortura da Organização das Nações Unidas (ONU). A informação é da relatora do Subcomitê, a advogada Margarida Pressburguer, 79 anos. “O que aconteceu com o Amarildo foi um crime hediondo. Houve tortura psicológica contra a família e contra as testemunhas que foram subornadas” Em entrevista, Margarida defendeu que os policiais militares indiciados no caso sejam encaminhados para a prisão comum. “Por que o crime deles é menor?”, questionou. Segundo ela, somente a desmilitarização da polícia poderá resultar em mudanças significativas nas forças de segurança. “Enquanto não desmilitarizar a polícia, vamos continuar vendo essas barbáries com polícia militar A advogada Margarida Pressburguer jogando bombas em professores”, criticou. Brasil de Fato – Como repercutiu no Subcomitê da ONU a notícia de que a “polícia pacificadora” é adepta da prática de tortura? Margarida Pressburguer – A repercussão é a pior possível. Ainda não estive com eles, nossa próxima sessão será no dia 15 de novembro, em Genebra. Teremos uma reunião conjunta do comitê, do subcomitê e com o relator especial da ONU sobre a tortura, Juan Méndez. Só aí teremos uma posição sobre o que tem acontecido no Brasil. Esse grito “Cadê Ama- rildo” não reflete apenas este caso. Amarildo é um desaparecido da democracia. Falamos dos desaparecidos da ditadura nas Comissões da Verdade, mas na democracia temos muitos casos. São exemplos: João Antônio Carelli, da Fiocruz; Patrícia Amieiro, engenheira da Esso; a irmã do Victor Belford e centenas de outros. Essa truculência pode ser atribuída a quais fatores? A Polícia Militar (PM) aprende na mesma cartilha que formava as forças armadas da ditadura. Ou seja, eles não têm a menor noção que a obriPablo Vergara “Esses dez, ainda que estejam em prisão preventiva, deveriam estar na prisão comum. Por que o crime deles é menor?” gação da PM é defender a população. Quando eles enfrentam uma manifestação, eles entendem que o povo é inimigo. Estou envolvida com esse tema há 50 anos e nada mudou. Nove PMs e o Major Edson Santos, suspeitos de terem assassinado Amarildo, foram presos preventivamente. Isso basta? É uma prisão muito confortável. Eles estão num Batalhão especial, no meio dos colegas. Esta é uma situação totalmente diferente do sistema prisional brasileiro. Destaco que crime de tortura é um crime de lesa-humanidade. Esses dez, ainda que estejam em prisão preventiva, deveriam estar na prisão comum. Por que o crime deles é menor? Amarildo não teve direito de defesa e foi julgado e condenado pelos policiais da UPP. Como a senhora avalia isso? O que aconteceu com o Amarildo foi um crime hediondo. Houve tortura psicológica contra a As declarações do secretário José Mariano Beltrame e do governador Sérgio Cabral minimizaram a tortura contra Amarildo. Em que medida esse posicionamento contribuiu para a impunidade? Cada vez mais [contribuem para impunidade]. Desde que Beltrame assumiu, nós temos presenciado chacinas do Complexo do Alemão e da Providência, também teve o caso do menino que foi metralhado na Tijuca. E é sempre a mesma história: inicialmente nega e depois muda o comandante. Isso torna a situação cada vez pior. Não se mudam práticas sem mudar a mentalidade. Enquanto os comandantes acharem que a população é inimiga, não tem jeito. Em outras ocasiões a senhora afirmou que existe uma “cultura da tortura” no país. Por quê? No momento em que o primeiro português aportou em praias brasileiras, ele torturou o índio. De 1500 pra cá, tudo é feito na base da tortura. Na escravidão, os negros eram torturados até a morte. Nos anos 1960, a ditadura civil-militar fez a mesma coisa. Enquanto não desmilitarizar a polícia, vamos continuar vendo essas barbáries: PMs jogando bombas em professores, os heróis que se predispõem a educar. 08 | cidades Rio de Janeiro, de 10 a 16 de outubro de 2013 Debate sobre democratização da mídia no Rio de Janeiro Comemorado em 18 de outubro, o Dia Mundial da Democratização da Comunicação, estabelecido pela ONU, tem sido transformado em referência para a realização de atividades em diversas partes do país durante toda a semana. No Rio de Janeiro, a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) realiza o II Seminário Livre de Democratização da Comunicação no dia 16, às 16 horas. O Sindicato dos Jornalistas do Município, faculdades de comunicação e outras organizações também estão programando debates sobre o tema. Este ano, a Semana da Democratização da Comunicação acontece de 13 a 20 de outubro e deve ter como principal tema o Projeto de Lei de Iniciativa Popular da Mídia. O projeto foi escrito por diversas entidades e movimentos que participam da campanha “Para Expressar a Liberdade – Uma Nova Lei Lei de Organização Criminosa Trabalhadores, estudantes e outras organizações também estão programando debates Para um Novo Tempo”, lançada no ano passado quando o Código Brasileiro de Telecomunicações, que orienta o serviço de comunicação, completou 50 anos. O projeto pretende regulamentar as diretrizes que já existem na Constituição Federal para o rádio e a TV. O objetivo é ampliar a diversidade de vozes, cores, sotaques e temas veiculados nestes meios de comunicação, combater o oligopólio e garantir um terço de emissoras públicas, um terço de estatais e um terço de emissoras privadas. Como o Projeto de Lei precisa de 1,3 milhão de assinaturas pa- ra ser apreciado no Congresso Nacional, as organizações que participam do Fórum Nacional Pela Democratização da Comunicação devem realizar atos, debates e palestras sobre o Projeto de Lei de Iniciativa Popular da Mídia e intensificar o recolhimento de assinaturas durante a semana. UPPs no Complexo do Lins serão Medicamentos vencidos em galpão inauguradas em novembro da prefeitura OCUPAÇÃO A região é formada por 12 comunidades e tem pouco mais de 15 mil habitantes André Gomes de Melo/Governo RJ Vladimir Platonow do Rio de Janeiro (RJ) A ocupação do complexo de favelas do Lins, na zona norte do Rio, ocorreu no domingo (6) para a instalação das 35ª e 36ª Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). A região é formada por 12 comunidades e tem pouco mais de 15 mil habitantes. A operação começou nas primeiras horas da manhã e contou com efetivo de 370 homens do Batalhão de Operações Especiais (Bope), do Batalhão de Choque e policiais da Corregedoria Interna da Polícia Militar (PM). A Polícia Rodoviária Federal (PRF) deu apoio Operação do MP encontrou no local toneladas de medicamentos e insumos adquiridos pela Secretaria Municipal de Saúde e pelo Ministério da Saúde Douglas Corrêa do Rio de Janeiro (RJ) Forças de Segurança ocupam todo território do Complexo do Lins com 120 agentes. A ação também teve a colaboração dos Fuzileiros Navais da Marinha, que empregaram 180 militares e 14 veículos blindados. A Polícia Civil atuou com 340 agentes e 31 delegados. O complexo do Lins é formado pelas seguintes comunidades: Cachoei- Pablo Vergara Rafael Stedile ORGANIZAÇÃO Na Semana da Democratização da Comunicação, movimentos pressionam por nova lei para os meios de comunicação Marina Schneider do Rio de Janeiro (RJ) FATOS EM FOCO rinha, Cotia, Bacia, Encontro, Amor, Cachoeira Grande, Nossa Senhora da Guia, Dona Francisca, Árvores Seca, Barro Preto, Barro Vermelho, Vila Cabuçu e Santa Teresinha, além do bairro Camarista Meier, onde residem cerca de 4.850 pessoas. (Agência Brasil) A 2ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva da Saúde e do Grupo de Apoio Técnico Especializado (Gate), do Ministério Público do Rio (MP-RJ), fez, na segunda-feira (7), uma operação para verificar medicamentos vencidos em um galpão da prefeitura do Rio, no bairro do Rocha, zona norte da capital fluminense. No local, foram encontradas toneladas de medicamentos e insumos, tais como seringas descartáveis e respiradores hospitalares, que poderiam ser usados em hospitais e postos de saúde da rede municipal, com validade vencida. Os remédios foram adquiridos pela Secretaria Municipal de Saúde e pelo Ministério da Saúde e eram destinados para tratamento em programas de atenção básica e doenças como tuberculose e Aids. (Agência Brasil) A Polícia Civil fluminense vai usar a Lei de Organização Criminosa contra as pessoas flagradas em atos de vandalismos durante as manifestações na cidade. As investigações serão baseadas agora na Lei 12.850, aprovada em agosto deste ano e em vigor desde o fim de setembro. “A Lei de Organização Criminosa prevê que a reunião de quatro ou mais indivíduos, formal ou informalmente, por qualquer meio, para a prática criminosa, seja autuada como organização criminosa, podendo [os integrantes] pegar até oito anos de prisão”. Vans proibidas na Barra e Jacarepaguá A prefeitura anunciou nesta quarta-feira (9) que vai reduzir em cerca de 70% o número de vans autorizadas a circular pela Barra da Tijuca e Jacarepaguá, na zona oeste. Dos quase 1.200 veículos, apenas 392 terão autorização para atuar em 18 linhas licitadas. As restrições na circulação começam já neste sábado. A proibição será de forma gradual na região durante os próximos cinco finais de semana. A partir deste sábado, com a implantação das três primeiras linhas, haverá restrições na circulação de vans nas estradas dos Bandeirantes, Tindiba, Nelson Cardoso e Geremário Dantas. Rio de Janeiro, de 10 a 16 de outubro de 2013 brasil | 09 Indígenas protestam contra maior ofensiva em 25 anos Cristiano Novais/Folhapress EM DEFESA DA CONSTITUIÇÃO Manifestações nacionais chamam a atenção para os recentes ataques aos direitos indígenas por parte do Congresso e do governo federal Igor Ojeda de São Paulo (SP) No dia 5 de outubro, a promulgação da Constituição Federal de 1988, chamada por muitos de “cidadã”, completou 25 anos. O texto, elaborado com o objetivo de passar uma borracha no período da ditadura civil-militar que se encerrava, é considerado avançado e garantidor de direitos, embora, muitas vezes, suas determinações não sejam respeitadas ou aplicadas. A ameaça recente a um de seus artigos, porém, vai além do mero não cumprimento. A intenção é destruí-lo. Quem faz o alerta são os indígenas reunidos em torno da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), que, entre os dias 30 de setembro e 5 de outubro, realizaram uma série de manifestações em protesto e em defesa da Constituição. O artigo em questão é o 231, que assegura o direito “imprescritível” dos povos indígenas sobre suas terras. Os indígenas protestam contra o que chamam de “ataque generalizado aos direitos territoriais dessas populações por parte do governo, da bancada ruralista no Congresso e do lobby de grandes empresas de mineração e energia”. A Apib denuncia uma “ofensiva legislativa sendo promovida pela bancada ruralista”, que “afronta, inclusive, acordos internacionais assinados pelo Brasil, como a Convenção 169 da OIT e a Declaração da ONU sobre os Direitos dos Povos Indígenas”. Segundo eles, no entanto, “o próprio governo federal tem mantido uma conduta omissa,, em relação aos direitos dos povos e conivente com os interesses dos ruralistas e do latifúndio, nossos inimigos históricos, que, durante o ano passado, aprovaram um novo Código Florestal adequado aos próprios interesses e, este ano, pretendem aniquilar direitos indígenas ao território”. De maneira geral, ava- Protesto no Monumento às Bandeiras, no Ibirapuera, zona sul de São Paulo (SP), contra a PEC 215 liam os indígenas e seus apoiadores, a maioria dessas propostas e medidas busca evitar o processo de reconhecimento e demarcação de terras de povos originários ou abri-las para a exploração por terceiros. “Os povos indígenas sofrem o maior ataque desde a promulgação da Constituição, há 25 anos. A bancada ruralista quer de todas as formas limar os direitos garantidos, visando explorar os territórios indígenas e aten- der ao interesse do agronegócio, atender mesmo ao capitalismo. Tudo isso, claro, é o Congresso alinhado ao Poder Executivo”, alerta Sônia Guajajara, coordenadora executiva da Apib. (da Repórter Brasil) Monumento à resistência do povo Guarani OPINIÃO Por um dia, o Monumento às Bandeiras “deixou de ser um monumento em homenagem a genocidas” APIB Marcos dos Santos Tupã Para nós, povos indígenas, a pintura não é uma agressão ao corpo, mas uma forma de transformá-lo. Nós, da Comissão Guarani Yvyrupa, organização política autônoma que articula o povo Guarani no sul e sudeste do país, realizamos no último dia 2 de outubro, na avenida Paulista, a maior manifestação indígena que já ocorreu em São Paulo desde a Confederação dos Tamoios. Mais de 4 mil pessoas ocuparam a Paulista, sendo cerca de 500 delas nossos parentes, outras 200 de comunidades quilombolas e mais de 3 mil apoiadores não -indígenas, que viram a força e a beleza do nosso movimento. Muitos meios de comunicação, porém, preferiram noticiar nossa manifestação como se tivesse sido uma depredação de algo que os brancos consideram ser uma obra de arte e um patrimônio público. Saindo da Paulista, marchamos em direção a essa estátua de pedra, chamada de Monumento às Bandeiras, que homenageia aqueles que nos massacraram no passado. Lá, subimos com nossas faixas e hasteamos um pano vermelho, que representa o sangue dos nossos antepassados, que foi derramado pelos ban- “Ao menos por um dia, o monumento deixou de ser pedra e sangrou”, disse uma liderança Guarani deirantes, dos quais os brancos parecem ter tanto orgulho. Alguns apoiadores não -indígenas entenderam a força do nosso ato simbólico e pintaram com tinta vermelha o monumento. [...] Ela deixou de ser pedra e sangrou. Deixou de ser um monumento em homenagem aos genocidas que dizimaram nosso povo e se transformou em um monumento à nossa resistência. [...] A tinta vermelha que, para alguns de vocês é depredação, já foi limpa e o monumento já voltou a pintar como heróis, os genocidas do nosso povo. [...] Esse monumento, para nós, representa a morte. E para nós, arte é a outra coisa. Ela não serve para contemplar pedras, mas para transformar corpos e espíritos. Para nós, arte é o corpo transformado em vida e liberdade e foi isso que se realizou nessa intervenção. Aguyjevete pra todos que lutam! Abaixo à PEC-215, ao PLP 227 e a todos os projetos anti-indígenas do Congresso ruralista! Pela demarcação de todas as terras indígenas do povo Guarani e dos demais povos indígenas do Brasil! Marcos dos Santos Tupã, 43, é liderança indígena e Coordenador Tenondé da Comissão Guarani Yvyrupa (CGY) 10 | mundo Rio de Janeiro, de 10 a 16 de outubro de 2013 O assassinato de Kadafi e a tragédia de Lampedusa DRAMA DA IMIGRAÇÃO A invasão da Líbia por parte das tropas da OTAN se transformou em uma verdadeira tragédia para os imigrantes africanos que estavam trabalhando no país Reprodução Achille Lollo de Roma (Itália) No dia 5 de outubro, o governo italiano enviou a Lampedusa a ministra da Integração para fazer o balanço da tragédia: 363 africanos mortos no mar. A seguir, o presidente da República mandou baixar a bandeira nacional nos prédios públicos para homenageá-los. Porém, dois dias depois, tudo voltou como era antes: o Parlamento Europeu não agendou o debate sobre os programas para financiar a integração dos imigrantes na União Europeia, enquanto o governo repassava para a ONU o ônus dos imigrantes africanos. Todos esses africanos vêm, na maioria, de países destruídos por guerras civis (Somália, Eritreia, Sudão), ou pela pobreza (Mali, Níger, Chade, Egito, Tunísia, Marrocos) Mais do que isso, nenhum parlamentar “progressista” do partido do governo tomou a iniciativa de lançar uma proposta de lei para anular a Lei Bossi-Fini, que penaliza com prisão e deportação os imigrantes considerados clandestinos. Uma lei que não faz nenhuma distinção entre as pessoas que fogem de conflitos e aquelas que vêm de situações conjunturais dramáticas. Uma lei que serve FATOS EM FOCO No Vietnã, morre Giap O general vietnamita Vo Nguyen Giap, estrategista militar e comandante das históricas vitórias bélicas contra o colonialismo francês e o imperialismo dos Estados Unidos, morreu no último dia 4, aos 102 anos. Por anos, suas táticas guerrilheiras inspiraram combatentes no mundo inteiro. A admiração por Giap era universal, mesmo entre aqueles que o combateram. Cólera no Haiti Nova tragédia em Lampedusa: 363 africanos mortos no mar apenas aos interesses da União Europeia e que os governos italianos introduziram em suas instituições, esquecendo que essa mesma Itália foi um país que, de 1870 até 1964, inundou o mundo com imigrantes pobres, analfabetos e teimosos por querer trabalhar e, assim, construir um mundo melhor. Fato é que a tragédia de Lampedusa não foi a primeira e nem será a última. Relatórios da ONU indicam que “oficialmente”, nos últimos cinco anos, cerca de 6 mil imigrantes morreram afogados – um número que não calcula as vítimas de barcos menores que desaparecem no meio do Mar Mediterrâneo antes de chegarem perto das praias da Sicília, marco fronteiriço da União Europeia desde que a Lei Bossi-Fini foi aprovada. Imigrantes africanos A invasão da Líbia por parte das tropas da OTAN e a destruição do modelo institucional criado por Kadafi, a Jamayria, se transformou em uma verdadeira tragédia para os imigrantes africanos que estavam trabalhando na Líbia. Um contingente que somava cerca de 1 milhão de homens, além de 200 mil mulheres. Os vencedores começaram a praticar uma autêntica limpeza étnica, acreditando que os imi- grantes africanos se juntariam aos fiéis de Kadafi. Depois vieram as prisões em massa. Calcula-se que nas prisões e nos ditos “campos de controle” há, ainda, cerca de 150 mil africanos. Outros 400 mil foram reintegrados nos trabalhos humildes e braçais que os líbios se recusam a fazer. Cerca de 50 mil foram mortos durante a dita libertação, enquanto outros Reprodução Dos 518 que embarcaram na Líbia, apenas 155 sobreviveram 200 mil foram obrigados a sair pelas fronteiras do sul em direção ao Sudão, à Eritreia, a Chade e a Mali, passando do mal para o pior. Restam na Líbia, aproximadamente, menos de 400 mil africanos que, desde janeiro de 2012, tentam desesperadamente atravessar o canal da Sicília para fugir de um país que virou um inferno. Todos esses africanos – que pagam de 2.000 até 3.500 euros por um lugar em velhos barcos de pesca superlotados – vêm, na maioria, de países destruídos por guerras civis (Somália, Eritreia, Sudão), ou pela pobreza (Mali, Níger, Chade, Egito, Tunísia, Marrocos). Todos eles já pediram vistos de entrada nos consulados e nas embaixadas dos países da União Europeia, dos EUA e do Canadá. Mas seus pedidos foram sempre rejeitados. Vítimas de cólera no Haiti entraram ontem (9) com um processo na Justiça Federal de Nova York, em que acusam a ONU de provocar a epidemia da doença no país em 2010. Eles alegam que, desde outubro de 2010, quando a ONU “contaminou o principal rio do Haiti com dejetos humanos infectados com cólera, a doença matou mais de 8.300 pessoas, deixou mais de 650 mil doentes e continua a matar cerca de 1.000 haitianos por ano”. Londres e Teerã O Reino Unido iniciou diálogos diplomáticos com o Irã a fim de reabrir sua embaixada em Teerã. Em novembro de 2011, Londres fechou suas representações diplomáticas no Irã e ordenou aos diplomatas iranianos que deixassem o Reino Unido. Esse movimento veio três dias depois de o parlamento de Teerã votar pelo fim dos laços diplomáticos com os britânicos. Os iranianos reagiam às sanções impostas pelo primeiro-ministro David Cameron contra o Banco Central do Irã por conta do programa nuclear desenvolvido pelo governo. Rio de Janeiro, de 10 a 16 de outubro de 2013 cultura | 11 Teatro reunirá artistas e pensadores latino-americanos Arquivo Augusto Boal ENCONTRO Evento, que acontece no Rio de Janeiro, tem como foco principal a discussão das formas políticas de teatro e sua atualidade no continente Eduardo Campos Lima de São Paulo (SP) Entre os dias 14 e 18 de outubro, acontecerá, no Rio de Janeiro, o I Encontro Latino-americano de Teatro, organizado pelo Instituto Augusto Boal e pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O evento promoverá a reunião de pensadores e autores teatrais de diferentes países da América Latina, tendo como foco principal a discussão das formas políticas de teatro e sua atualidade no continente. “Temos a ideia de estreitar as relações de artistas e pensadores de teatro do Brasil e do restante da América Latina. Esses vínculos já existem, mas são frágeis – o Brasil sempre fica um pouco à parte no contexto latino-americano, em uma cápsula linguística, talvez”, afirma a psicanalista Cecília Thumim Boal, organizadora do evento à frente do Instituto e viúva do teatrólogo Augusto Boal. O ciclo será composto por oficinas, mesas redondas, palestras e apresentações. Entre as atividades previstas, está a palestra “Autores teatrais versus logotipos comerciais”, a ser ministrada pelo dramaturgo Lauro César Muniz, no primeiro dia do evento. Oficina com Boal: reunião com o teatro latino-americano começou ainda nos anos 1960 No segundo dia, a diretora e professora Rosa Luisa Márquez dará a oficina “Sobressaltos e saltos, o jogo como disciplina teatral”. Gustavo Ott, dramaturgo e diretor do teatro San Martín, de Caracas, oferecerá a oficina “El Mapa Personal y los Jeroglíficos Vivos”, no terceiro dia. A mesa redonda “História dos Movimentos Teatrais na América Latina” será um dos destaques do quarto dia do encontro, contando com a participação de Araceli Arreche, dramaturga e professora da Universidade de Buenos Aires (UBA), Maurício Kartun, dramaturgo e diretor de teatro argentino, Rosa Luisa Márquez e Eleonora Ziller, diretora da Faculdade de Letras da UFRJ. No último dia, o evento se encerra com o lançamento da reedição de Teatro do Oprimido e Outras Poéticas Políticas, de Boal. Rede latina A ideia de impulsionar a reunião do teatro latino-americano se inspirou na trajetória do próprio Boal, que, des- de os anos 1960, entabulou contatos duradouros com encenadores e coletivos de diferentes países das Américas. “A América Latina inArquivo Augusto Boal teira estava enfrentando ditaduras naquela época e o teatro funcionou como agente de resistência importante. Houve uma série de líderes do teatro latino-americano que estabeleceram uma espécie de rede – diretores como o uruguaio Atahualpa Del Cioppo e o colombiano Enrique Buenaventura. Boal tinha muito vínculo com eles”, lembra Cecília. As relações de Boal com os outros países latino-americanos começaram quando ele ainda era diretor do Teatro de Arena de São Paulo. Em 1966, o IFT, um dos grupos que compunham o movimento de teatro independente da Argentina, convidou o brasileiro a dirigir O Melhor Juiz, o Rei, de Lope de Vega, que o coletivo brasileiro havia encenado alguns anos antes. Na temporada argentina, Boal conheceu parceiros importantes – a começar por sua futura esposa, Cecília, que atuou na montagem. Com o recrudescimento da ditadura no Brasil e sua prisão e tortura, Boal partiu para o exílio na Argentina em 1971. Viajando continuamente por diferentes países latinos, passou a desenvolver as técnicas que reuniria nas formulações do Teatro do Oprimido, consolidando relações com grupos e diretores. “Espero que possamos, por meio do encontro, pensar em uma dinâmica que possibilite que autores brasileiros sejam conhecidos no restante da América Latina e que autores desses países comecem a ser conhecidos aqui”, aponta Julián Boal, doutorando em Serviço Social na UFRJ e filho do teatrólogo. SERVIÇO De 14 a 18 de outubro Faculdade de Letras/UFRJ: Av. Horácio Macedo, Nº 2151, Cidade Universitária Ilha do Fundão – Rio de Janeiro/RJ Programação completa no site: http://institutoaugustoboal.org Reunião se inspirou na trajetória do próprio Boal Rio de Janeiro, de 10 a 16 de outubro de 2013 12 | cultura Léo Lima/Cafunenalaje É dia de pipa no Jacarezinho DIA DAS CRIANÇAS Festival terá oficina de fotografia Mariane Matos do Rio de Janeiro (RJ) Neste dia das crianças (12), acontece o 2º Festival de Pipas do Jacarezinho, na zona norte do Rio de Janeiro. Unindo a diversão das tradicionais pipas com oficinas de fotografia e vídeo, o evento promete agitar o final de semana da criançada. Promovido pelo coletivo Cafuné na Laje, as atividades acontecerão no Campo da GE, uma das entradas de acesso à favela, a partir das 15h. Um dos organizadores, o fotógrafo Leo Lima, destaca que a ideia das oficinas foi uma sugestão das crianças residentes na comunidade. “Sou morador daqui e um pouco conhecido pelo trabalho militante e de fotografia que já faço de maneira autônoma. Então fui convidado pelas crianças a ajudá-las a fazer um festival de pipas na própria comunidade”, explicou Lima. Organizado desde 2012, o coletivo Cafuné na Laje tem a preocupação de desenvolver pautas sempre voltadas às crianças, com o objetivo Evento promete agitar o final de semana da criançada de contribuir com a sua formação por meio de oficinas, como as de fotografia e vídeo. O coletivo, tradicionalmente, visa desenvolver um trabalho que contribua com o desen- volvimento cultural das crianças e da comunidade e dos seus espaços em comum. AGENDA Tomaz Silva/ABr Divulgação gunda-feira (14), a 2ª edição do Jazz em Dose Dupla. Em noite especial dos bateristas, o evento, que ocorre na calçada da mais antiga rua carioca, contará com a apresentação de Wilson Meireles e Guga Pellicciotti. Início às 17h30. Entrada gratuita. Restaurante Samba Caffè , Rua do Ouvidor 23. Ocupação Quilombo das Guerreiras CINEMA TAMBÉM É RESISTÊNCIA Nesta quinta-feira (10), um grupo de cineastas do Festival do Rio exibirá seus documentários em praça pública em apoio às manifestações. Serão exibidos os filmes O Pátio, de Aly Muritiba (Paraná) e Tão longe é aqui, de Eliza Capai (São Paulo). Evento gratuito, às 19h. Ocupação da Câmara Municipal do Rio de Janeiro. SETE ANOS DA QUILOMBO Em outubro, a ocupação Quilombo das Guerreiras comemora seus sete anos de resistência. Com vistas a ressaltar a importância da construção de uma cidade melhor e para todos, a ocupação está organizando uma fes- ta neste sábado (12). Para celebrar a luta, o evento contará com os tradicionais caldinhos preparados pelos moradores, bandas, exibição de vídeos e exposição de fotos. Evento gratuito, às 17h. Av. Francisco Bicalho, 49. JAZZ EM DOSE DUPLA Acontece na próxima se- FEIRA DE MODA A Tijuca recebe, no próximo sábado (12), a 2ª Edição do Rio Fashion Day. A feira gratuita de moda contará com expositores de moda feminina, masculina, acessórios, moda fitness e moda praia. Com uma programação que inclui Dj’s, degustações, desfile e sorteios. O evento está marcado para às 11h. Divulgação Wilson Meireles, no Jazz em Dose Dupla HumAnimaL, espetáculo infantil do Circo da Silva Entrada livre. America Futebol Club, Rua Campos Sales, 118. SEMANA DA CRIANÇA Para celebrar a semana da criança e o seu aniversário, o CCBB realiza o evento “Semana das Crianças – O Universo é redondo”. A programação especial, para toda a família, conta com diversos espetáculos infantis, durante toda a semana até domingo (13). Rua Primeiro de Março, s/nº - Centro. OFICINA DE CUPCAKE Em comemoração ao dia da criança, neste sábado (12), tem ofici- na de cupcake no Caxias Shopping. Além dos tradicionais bolinhos confeitados, a aula contará com a montagem de um delicioso pavê. O evento, que promete ani- mar o dia dos mini-chefes, acontecerá das 12h às 17h30, com oficinas a cada 20 minutos. Entrada gratuita. O shopping fica na Rodovia Washington Luiz, 2895. Reprodução Oficina de cupcake no Caxias Shopping Rio de Janeiro, de 10 a 16 de outubro de 2013 variedades | 13 PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS www.coquetel.com.br © Revistas COQUETEL 2013 Situação em que o A palavra preço do produto como deve ser arredon- “uísque” dado para baixo ou “bufê” Formações comuns no litoral nordestino Apresentadora do SBT (2013) Ondas gigantescas de origem sísmica Sala de trabalho Obra de Noé (Bíb.) As iniciais do Rei da Jovem Guarda Substância de conchas Pomposo Amada de Bentinho Cobertura de circos Diz-se do sabor da derrota Adiar Característica da doutrina maniqueísta Susan Sontag, escritora dos EUA (?) a asa a: fazer galanteios (bras.) Retornar Dificulda- (?) de de em ver Almeida, de longe intérprete (Oftalm.) de Noel A E L I www.coquetel.com.br A Nas bancas e livrarias Qualquer associação sem fins comerciais (?) do Cabo, município fluminense BANCO 3/cat. 5/nácar. 6/miopia. 8/dualismo — falésias — posseiro — tsunâmis. 9/sodalício. HORÓSCOPO sua maneira de pensar N Paraná (sigla) Caminhava Interjeição que designa espanto T E E S I A S T U R C N A CA R S A R I O M A T L I S M O E S S A R NE R I M A G O E I R O OP A PR L I C I O R A I A L Gato, em inglês 50 Desafios para mudar A R R A S T A R Em (?) de: em proveito de Solução A P O R T U G U E S A D A Aeroporto (abrev.) Condição de Merlim F C A L A T A D R E T R P O C S O Viagem de artistas para shows O beneficiário da usucapião (Dir.) 40 ASTROLOGIA - Semana de 10 a 16 de outubro Semana traz influência que recomenda um cuidado maior com as impressões que se tem diante das pessoas; momento favorece a solidariedade e parcerias. Áries (21/3 a 20/4) Semana de muitas expectativas e entusiasmo sobre assuntos cotidianos. Favorece a definição de burocracias materiais e projetos a longo prazo no trabalho. No amor, confidências e demonstrações de afeto serão essenciais. Touro (21/4 a 20/5) A semana é para mais cautela e pesquisas do que para decisões ousadas. Período o deixa mais exigente e detalhista. Propensões a lidar com assuntos mais confidenciais diante de suas relações. No amor, valorizar conversas será essencial. Gêmeos (21/5 a 20/6) Semana é propensa para revisões em questões mais burocráticas e para lidar com assuntos de trabalho. O ritmo de sua rotina é propenso a mudar, principalmente com as responsabilidades. Na vida amorosa, evite exageros. Câncer (21/6 a 22/7) A semana é indicada para dar valor às simplicidades, especialmente aquelas que lhe fazem se sentir mais feliz. Momento bom para reflexões e revisões com assuntos profissionais. No amor, atitudes prestativas serão trunfos. Leão (23/7 a 22/8) Semana especial para consolidação de projetos antigos. Aproveite para desfrutar momentos divertidos com as pessoas de que mais gosta. Valorize as confraternizações e uma interação maior com amizades. No amor, seja mais prestativo. Virgem (23/8 a 22/9) Período bom para mediação nas relações sociais e de trabalho. A semana traz tendências para ajustar situações junto a familiares. Na vida amorosa, boas oportunidades para resolver algo do passado. Libra (23/9 a 22/10) Semana exige mais disciplina com assuntos de trabalho. Temas materiais e financeiros recomendam pesquisas e moderação. Momento para retomar relações que há tempos não tem contato. Na vida amorosa, mais diversões e convívios sociais. Escorpião (23/10 a 21/11) Tendência para mudar planos relacionados às suas finanças, em função de novas prioridades materiais. Momento bom para novos contatos. Fique atento para não se comportar de maneira fria ou metódica com quem mais gosta. Sagitário (22/11 a 21/12) A semana favorece para ampliar sua iniciativa para tratar assuntos ligados à sua rotina. Tendências a refletir sobre relações no trabalho. Evite desgaste com assuntos familiares. No amor, propensões para conquistas e situações mais afetuosas. Capricórnio (22/12 a 20/1) Há tendências para participar de assuntos em que exponha mais os seus pensamentos. Momento bom, favorecendo situações ligadas a parcerias em negócios. Evite fugir ou adiar assuntos amorosos que precisa esclarecer com quem tem vínculo afetivo. Aquário (21/1 a 19/2) Semana acentua um novo momento para relacionamentos. A paciência e a atenção com detalhes serão determinantes para solucionar situações. Na vida amorosa, algumas confidências serão mais frequentes. Peixes (20/2 a 20/3) Semana exige mais dedicação e cuidados com a saúde. Cuide para não exagerar nas expectativas diante de convivências com quem é próximo. Na vida amorosa, evite que a dedicação a quem gosta faça esquecer de si mesmo. 14 | esporte Rio de Janeiro, de 10 a 16 de outubro de 2013 Duplas brasileiras começam bem no Grand Slam de São Paulo FIVB VÔLEI DE PRAIA Quatro das cinco duplas que representam o país começaram a etapa paulista do Circuito Mundial com vitória muito fortes psicologicamente e adquirimos a experiência de sair de momentos ruins. Buscamos e vencemos bem.” “Somos muito fortes psicologicamente e adquirimos a experiência de sair de momentos ruins” da Redação As duplas masculinas do Brasil de vôlei de praia começaram bem no Grand Slam de São Paulo do Circuito Mundial. Ontem (09), os atletas venceram quatro dos cinco jogos disputados. Os vice -líderes do ranking, Bruno Schmidt/Pedro Solberg, além de Ricardo/Álvaro Filho, Alison/Emanuel e Thiago/Oscar, parceria que veio do qualifying, superaram seus adversários. Apenas a dupla formada por Evandro e Vitor Felipe, que atravessa grande fase, acabou tropeçando. Os cariocas Thiago e Oscar acabaram sendo o grande destaque A dupla brasileira Alison e Emanuel, um dos destaques da competição ao desbancarem os espanhóis Herrera e Gavira de virada: 2 a 1, parciais de 17/21, 21/14 e 15/11. Coincidentemente, a única derrota brasileira aconteceu no único jogo não disputado na quadra principal. Na quadra 2, Evandro e Vitor Felipe, que venciam o primeiro set por 14/9, perde- ram a concentração e o jogo por 2 a 0. No entanto, ainda têm chance de terminar a etapa em primeiro do grupo e avançar diretamente para as oitavas de final. “A gente esperava vencer na estreia, até porque a gente vive um bom momento” – comentou Vitor Felipe. “Um tropeço acontece com qualquer dupla”. Vamos rever o que fizemos de errado para acertar para as próximas partidas.” Alison, parceiro de Emanuel, ressaltou a capacidade de recuperação da dupla: “Chegamos a perder a vantagem no primeiro set e a ficar atrás no placar. Mas somos Na fase de grupos, o primeiro de cada uma das oito chaves se classifica automaticamente para as oitavas, com segundo e terceiro lugares sendo obrigados a passar por uma espécie de repescagem para garantirem uma vaga. Ontem, cada dupla realizou apenas um jogo, retornando hoje (10) à quadra do Parque Villa -Lobos, em busca de uma vaga na fase do mata-mata do Grand Slam. A competição vai até o próximo domingo, dia 13. (CBV) Judocas sobem no ranking mundial FATOS EM FOCO Unilever A Unilever (RJ) estreou com vitória no Mundial de Clubes Feminino. Ontem (09), a equipe brasileira superou o Iowa Ice, dos Estados Unidos, por 3 sets a 0, em 1h05 de jogo, em Zurique, na Suíça. A central Juciely foi a maior pontuadora do confronto com 12 acertos. As brasileiras estão no grupo B ao lado das americanas e do Vakifibank, da Turquia. As duas melhores equipes de cada grupo se classificarão para as semifinais. O próximo desafio da Unilever na competição será o Vakifibank, da Turquia, às 15h30 desta sexta-feira (11). Mineiro é 3º na ATP O tenista brasileiro Bruno Soares atingiu uma marca histórica na segunda-feira ( 8), ao se tornar o melhor duplista do Brasil de todos os tempos com a terceira colocação no ranking da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais). Com a melhor posição da carreira, Bruno Soares desbancou a marca que era de Cássio Motta, que foi número 4 do mundo há exatos 30 anos. COB JUDÔ Com novos resultados divulgados, a pernambucana Mariana Barros está entre as dez melhores de sua categoria da Redação Os judocas que retornaram ao Brasil nesta segunda-feira (8) foram recompensados pelo bom desempenho nos Grand Prix de Almaty e Tashkent. Além das 17 medalhas conquistadas (nove na competição do Cazaquistão e oito na do Uzbequistão), os pontos que somaram fizeram com que a maioria deles subisse no ranking mundial. Mariana Barros é a que melhor representa a im- Alex Pombo agora está entre os 20 melhores da categoria portância dos resultados. A pernambucana conquistou o ouro nos dois Grand Prix e agora está entre as dez melhores de sua categoria. Antes das competições, ela era a 17ª do mundo. Com os títulos, chegou a 890 pontos e está na 9ª posição. “Estou feliz com os re- sultados, mas sei que tenho muito pra melhorar. Todas as conquistas desse ano são fruto do trabalho que venho fazendo e que vou intensificar”, disse Mariana, que esse ano já havia sido vice-campeã mundial militar e sul -americana. Outro destaque, com um ouro em Almaty e uma prata em Tashkent, o atleta Alex Pombo agora está entre os 20 melhores da categoria, passando do 32º lugar para o 19º. (COB) Bobsled A judoca Mariana Barros O bobsled do Brasil dá início à etapa final de preparação antes de encarar o desafio da disputa pela vaga olímpica para os Jogos Sochi 2014, na Rússia, em fevereiro. Com a abertura das pistas de gelo no hemisfério norte, o primeiro grupo de atletas seguiu nesta terça (8) para Calgary, no Canadá, onde a seleção brasileira vai se reunir para os últimos treinos com o técnico Cristiano Paes e as primeiras provas valendo a classificação para a competição. Rio de Janeiro, de 10 a 16 de outubro de 2013 esporte | 15 Alexandre Vidal/Fla Imagem opinião | Bruno Porpetta O outro lado da moeda Na semana passada, discutíamos a situação do atacante Diego Costa, do Atlético de Madri, agora já decidido a jogar pela seleção espanhola. E não é que aparece uma situação ainda mais estranha? Adnan Januzaj, jovem promessa do Manchester United, um grande talento, uma carreira inteira pela frente e seis países aos seus pés. Ele nasceu na Bélgica, mora na Inglaterra, seus pais são da parte albanesa do Kosovo e seus avós são turcos. Foi procurado pela excelente seleção belga (que deve aportar por aqui no ano que vem), mas se recusou a ser convocado. Turquia e Albânia também já estão de olho, embora aguardem uma definição por parte do jovem. A Inglaterra teria de esperar, pois Januzaj está há dois anos no país e ainda não pode requerer cidadania (são necessários cinco), mas Roy Ho- dgson, técnico do English Team, já manifestou interesse. O problema, neste caso, é que ele perderia a Copa. Januzaj prefere mesmo jogar pelo Kosovo. O futebol poderia dar visibilidade à causa do povo kosovar, que lhe deu origem. Depois do massacre que tirou tantas vidas dos kosovares, uma moral dessas, dada pelo jovem craque, seria um alento. Mas o Kosovo só pode disputar amistosos, pois ainda não é afiliado à FIFA. Nesta hora é que o conceito de humanidade dos burocratas que comandam o futebol no mundo escorre pelo ralo. Para não esquecer, o sexto país que deseja contar com o talento de Januzaj é a Sérvia, a quem o Kosovo ainda pertence, mesmo que as recordações desta dependência sejam as mais tristes possíveis. Bruno Porpetta é autor do blog porpetta.blogspot.com brasileirão | 28ª rodada Fluminense X Grêmio Sáb | 12/10 | 18h30 | Maracanã Vitória X Coritiba Sáb | 12/10 | 18h30 | Barradão Santos X Ponte Preta Sáb | 12/10 | 21h00 | Pacaembu Internacional X Náutico Dom | 13/10 | 16h00 | Centenário São Paulo X Corinthians Dom | 13/10 | 16h00 | Morumbi Botafogo X Flamengo Dom | 13/10 | 16h00 | Maracanã Atlético-MG X Cruzeiro Dom | 13/10 | 16h00 | Independência Atlético-PR X Portuguesa Dom | 13/10 | 18h30 | Durival Britto Criciúma X Vasco Dom | 13/10 | 18h30 | Heriberto Hülse Goiás X Bahia Dom | 13/10 | 18h30 | Serra Dourada O goleiro Felipe deve retornar ao Rubro-negro Flamengo pega o Inter no Maracanã BRASILEIRÃO Sem poder contar com três jogadores estrangeiros convocados para as suas seleções, time deve ser o mesmo que jogou contra o Vasco da Redação Pela 27ª rodada do Campeonato Brasileiro, Flamengo e Internacional-RS medem forças às 21h desta quinta-feira (10) no Maracanã. A 12 rodadas do fim do Brasileiro e na 12ª colocação, o time carioca tem por missão principal se afastar da zona da degola. Já os gaúchos, com 37 pontos e na 7ª colocação, tem maiores ambições. Sem poder contar com os estrangeiros Victor Cáceres, que defenderá o Paraguai, Marcelo Moreno, que atuará pela Bolívia, e Gonzalez, que consta na lista do Chile, o Flamengo deverá entrar em campo com a mesma equipe que jogou contra o Vasco no último domingo, reforçada com o zagueiro Frauches e o retorno do goleiro Felipe. “A pressão é muito grande”, reconhece o técnico rubro-negro, Jayme de Almeida. “Mas procuro me manter calmo, entender a torcida, a diretoria e passar tranquilidade aos jogadores. Acredito no trabalho, pois em campo são onze contra onze e só fico chateado se não correrem em campo. Eles têm correspondido e isso me deixa feliz”, concluiu. Adversário da vez, o Colorado gaúcho venceu o Flamengo no primeiro turno, num jogo em que o time carioca atuou relativamente bem. A pressão pelas vitórias é algo que o técnico assimila com naturalidade, principalmente por conhecer os corredores da Gávea como poucos. Com apenas 21 anos, FICHA TÉCNICA X Flamengo Felipe, Léo Moura, Chicão, Frauches, João Paulo, Amaral, Elias, André Santos, Carlos Eduardo, Paulinho e Hernane Internacional Muriel, Gabriel, Jackson, Juan, Fabrício, Ygor, Willians, D’Alessandro, Otávio, Caio e Leandro Damião Maracanã | Rio de Janeiro (RJ) | 10/10 | 21h00 o zagueiro Frauches é outro que nega se sentir pressionado por jogar no Maraca. Formado na base do clube, o atleta afirma que vestir o Manto no estádio é a realização de um sonho. Desfalques colorados Para encarar os cariocas, o Colorado terá como treinador interino o ex-goleiro Clemer, que comanda a equipe pela segunda vez depois da demissão de Dunga. O time gaúcho não poderá contar com algumas peças importantes, como Índio, Jorge Henrique, Alex e Alan Patrick, que estão sob os cuidados do departamento médico. Já o atacante Diego Forlán viajou para se juntar à Seleção Uruguaia. Por outro lado, o atacante Scocco se recuperou de lesão e tem boas possibilidades de estar entre as opções do treinador para a partida. 16 | esporte Rio de Janeiro, de 10 a 16 de outubro de 2013 Nelson Perez/Fluminense F.C. Botafogo vira sobre Náutico BRASILEIRÃO O Alvinegro chegou aos 46 pontos e colou no vice-líder Grêmio da Redação Apesar do equilíbrio, Vasco levou a melhor Vasco vence Flu, mas segue na degola BRASILEIRÃO Gol da partida foi do zagueiro Cris, aos 10min do primeiro tempo da Redação O Vasco venceu o Fluminense por 1 a 0 na noite desta quarta-feira (9), na Ressacada, em Florianópolis, em jogo válido pela 27ª rodada do Campeonato Brasileiro. O único gol da partida foi do zagueiro Cris, aos 10min do primeiro. Com a vitória, o Vasco completa quatro jogos sem perder no Campeonato Brasileiro e chega aos 32 pontos na competição. Já o Fluminense sofreu a segunda derrota consecutiva após passar oito rodadas invicto. O Tricolor se manteve com 34 pontos. O começo do clássico na Ressacada foi equilibrado. O Fluminense procurava bastante o ataque e tentava impor seu jogo. Mas, antes mesmo da partida ter algum lance de maior perigo, o za- Aos 23min, o estreante Francismar arriscou de fora da área e forçou Kléver a praticar grande defesa antes da bola explodir no travessão. gueiro Cris apareceu em escanteio para cabecear e abrir o marcador em Florianópolis, aos 10min. Em desvantagem, o Fluminense abriu seu esquema tático e partiu para cima do rival. O Vasco aproveitava o espaço dado pelo adversário e criava jogadas de muito perigo. Segundo tempo Para o segundo tempo, o técnico Vanderlei Luxemburgo promoveu três FICHA TÉCNICA 1 0 X Vasco Diogo Silva, Fagner, Jomar, Cris, Henrique, Fillipe Soutto, Pedro Ken, Jhon Cley, Francismar (Willie), Marlone (Sandro Silva) e André Fluminense Kléver, Bruno, Gum, Leandro Euzébio, Igor Julião (Diguinho), Edinho, Jean, Wágner; Rhayner (Felipe), Biro Biro (Samuel) e Rafael Sobis Ressacada | Florianópolis (SC) | 09/10 | 21h00 Gol de Cris (Vasco) alterações no Fluminense, no intervalo da partida. De uma só tacada, entraram no Tricolor Samuel, Diguinho e Felipe. As alterações surtiram efeito: o jogo se transformou num duelo entre o ataque do Fluminense e a defesa do Vasco, com raras escapadas cruzmaltinas. A pressão tricolor seguiu durante todo o segundo tempo. O Vasco se limitava a buscar contragolpes, mas levava perigo em alguns deles com André. O Vasco conseguiu manter o controle do placar até o soar do apito final. O resultado manteve a seca do time das Laranjeiras em clássicos: o time não venceu nenhum até aqui, em 2013. A última vitória do Tricolor sobre um rival foi em outubro do ano passado, sobre o Botafogo, por 1 a 0. O Botafogo, após cinco jogos sem vencer, bateu o Náutico de virada, por 3 a 1, nesta quarta-feira (9), na Arena Pernambuco. Com o resultado, o Alvinegro chegou aos 46 pontos e colou no vice -líder Grêmio, com 48. O time gaúcho foi derrotado pelo Criciúma, em Porto Alegre. Rafael Marques, Seedorf e Gegê fizeram para o time de General Severiano, enquanto que Maykon Leite descontou para os donos da casa. Os donos da casa pressionaram logo no começo da partida. Com apenas 8min, o Náutico fez a alegria de seus torcedores. Em grade fase, Maykon Leite arriscou de fora da área e contou com falha de Renan para abrir o placar: 1 a 0. Em desvantagem, o Botafogo se lançou ao ata- que e chegou ao empate aos 25min. Seedorf fazia boas jogadas pela esquerda e, em uma delas, cruzou para Elias. A zaga do Náutico afastou mal e Rafael Marques mostrou oportunismo para deixar tudo igual: 1 a 1 Minutos depois, em jogada ensaiada de escanteio, Seedorf recebeu na entrada da área, dominou e chutou com muito efeito para estufar as redes: 2 a 1, aos 39min. Após o intervalo, o Botafogo optava por não se expor desnecessariamente e garantir a vitória. Mas o que parecia bom, ficou ainda melhor: Gegê, que havia entrado na vaga de Rafael Marques, teve tranquilidade para determinar a vitória do time de General Severiano: 3 a 1. O Náutico segue seu calvário rumo à segunda divisão. Os pernambucanos são os lanternas, com 17. Otavio de Souza/Folhapress Vitória deu fim a jejum de cinco jogos sem vencer FICHA TÉCNICA 1X3 Náutico Ricardo Berna, Maranhão, João Filipe, William Alves, Bruno Collaço, Elicarlos, Derley (Marcos Vinícius), Martinez, Morales (Jones Carioca), Hugo (Oliveira) e Maikon Leite Botafogo Renan, Edilson, Bolívar, Dória, Julio Cesar, Marcelo Mattos, Renato, Seedorf, Octávio (Hyuri), Rafael Marques (Gegê) e Elias (Alex) Arena Pernambuco | São Lourenço da Mata (PE) | 09/10 | 21h50 Gols de Maikon Leite (Náutico); Rafael Marques, Seedorf e Gegê