MARIA REGINA TORLONI RISCO DE DIABETES GESTACIONAL CONFORME O ÍNDICE DE MASSA CORPORAL: REVISÃO SISTEMÁTICA DA LITERATURA COM METANÁLISE. Tese apresentada à Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina, para obtenção do Título de Doutor em Ciências. São Paulo 2009 MARIA REGINA TORLONI RISCO DE DIABETES GESTACIONAL CONFORME O ÍNDICE DE MASSA CORPORAL: REVISÃO SISTEMÁTICA DA LITERATURA COM METANÁLISE. Tese apresentada à Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina, para obtenção do Título de Doutor em Ciências. Orientador: Prof. Dr. Orsine Valente Co-orientadora: Profa. Dra. Mary Uchiyama Nakamura São Paulo 2009 Torloni, Maria Regina Diabetes gestacional conforme o índice de massa corporal : revisão sistemática da literatura com metanálise. / Maria Regina Torloni -- São Paulo, 2009. XVII, 120 f. Tese (Doutorado) – Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina. Programa de Pós-Graduação em Medicina Interna e Terapêutica. Título em inglês: Gestational diabetes according to the body mass index: systematic review of the literature and metanalysis 1. Índice de massa corporal. 2. Diabetes gestacional. 3. Revisão sistemática. 4. Metanálise. DADOS DO ALUNO Nome: Maria Regina Torloni Nome para publicação: Torloni, Maria Regina Endereço residencial: Rua Ararapira 58 Ap. 113 CEP: 04069-010 – São Paulo - SP Telefones: (11) 5589 9118, (11) 9944 7293 E-mail: [email protected] FORMAÇÃO Curso: Medicina Local: Universidade Federal de Brasília Período: Formada em 1980 Residência Médica: Ginecologia e Obstetrícia Local: Hospital e Maternidade Escola Dr. Mário de Moraes Altenfelder Silva (Maternidade Escola Vila Nova Cachoeirinha) – São Paulo Período: 01/03/1981 a 28/02/1983 Mestrado: Obstetrícia Local: Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM) Período: Concluído em 2000 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE MEDICINA DISCIPLINA DE MEDICINA DE URGÊNCIA E MEDICINA BASEADA EM EVIDÊNCIAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA INTERNA E TERAPÊUTICA Chefe do Departamento: Prof. Dr. Ângelo Amato de Vincenzo de Paola Coordenador do Programa de Pós-graduação: Prof. Dr. Álvaro Nagib Atallah MARIA REGINA TOLRONI RISCO DE DIABETES GESTACIONAL CONFORME O ÍNDICE DE MASSA CORPORAL: REVISÃO SISTEMÁTICA DA LITERATURA COM METANÁLISE PRESIDENTE DA BANCA Prof. Dr. Orsine Valente BANCA EXAMINADORA TITULARES Profª. Dra. Marilza Vieira Cunha Rudge Profa. Dra. Maria Angela Marino Zaccarelli Profª. Dra. Rosiane Mattar Prof. Dr. Mauro Sancovski SUPLENTES Profª. Dra. Cristina Aparecida Falbo Guazzelli Profª. Dra. Marcia Maria Auxiliadora de Aquino vi Agradecimentos Aos meus pais e marido, pela compreensão ilimitada. À minha querida amiga Ana Pilar Betrán, pela generosa ajuda e incansável entusiasmo. Ao Prof. Dr. Álvaro Najib Atallah pelo acolhimento, exemplo, incentivo e apoio. Aos meus orientadores, Prof.Dr. Orsine Valente e Profa. Dra. Mary Uchiyama Nakamura pelo apoio e orientação. Aos colaboradores Maria Eduarda Puga, Humberto Saconato e Bernardo Garcia de Oliveira Soares, pela disponibilidade e cordial ajuda. A todos os funcionários e docentes do Centro Cochrane do Brasil, sempre solícitos e gentis. Aos meus colegas de pós-graduação, pela amizade e companheirismo. vii Sumário Agradecimentos ............................................................................................................... vii Sumário .......................................................................................................................... viii Lista de Figuras .................................................................................................................. x Lista de Gráficos................................................................................................................ xi Lista de Quadros .............................................................................................................. xii Lista de Tabelas............................................................................................................... xiii Lista de Abreviaturas....................................................................................................... xiv RESUMO ........................................................................................................................ xvii 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 1 2 OBJETIVOS ...................................................................................................................... 4 3 MÉTODOS ...................................................................................................................... 6 3.1 Critérios de seleção para os estudos.........................................................................7 3.1.1 Tipos de estudos....................................................................................................7 3.1.2 Tipos de participantes ...........................................................................................7 3.1.3 Tipos de exposição ................................................................................................7 3.1.4 Tipos de desfechos ................................................................................................9 3.1.5 Critérios de exclusão ...........................................................................................11 3.3. Seleção dos estudos ..............................................................................................14 3.4. Extração de dados .................................................................................................14 3.5. Avaliação da qualidade dos estudos ......................................................................15 3.6. Análise estatística ..................................................................................................15 4 RESULTADOS ................................................................................................................. 18 4.1 Resultados da estratégia de busca ..........................................................................19 4.2. Estudos excluídos ..................................................................................................33 4.3. Qualidade metodológica dos estudos incluídos .....................................................33 4.4. Resultados da análise de dados .............................................................................33 5 DISCUSSÃO................................................................................................................... 48 5.1. Pontos fortes da revisão sistemática .....................................................................49 5.2 Limitações da revisão sistemática ...........................................................................50 5.3 Mecanismo da doença ...........................................................................................52 viii 5.4 Implicações para a prática. .....................................................................................52 5.5 Implicações para pesquisa ......................................................................................53 6 CONCLUSÃO .................................................................................................................. 54 7 ANEXOS......................................................................................................................... 56 Anexo 1. Busca em anais de congressos internacionais 1997-2007..............................57 Anexo 2. Formulário de extração de dados (traduzido) ................................................58 Anexo 3. Formulário de avaliação da qualidade do estudo (traduzido) .........................62 Anexo 4. Razões para excluir 171 estudos selecionados para leitura. ...........................63 Anexo 5. Qualidade (nota) dos 70 estudos incluídos ....................................................70 Anexo 6. Aprovação do comitê de ética.......................................................................75 8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ...................................................................................... 77 Abstract ........................................................................................................................... 89 Artigo publicado............................................................................................................... 90 ix Lista de Figuras Figura 1 - Fluxograma da estratégia da revisão sistemática............................................. 20 Figura 2 - Prevalência de diabetes gestacional conforme IMC materno........................... 47 x Lista de Gráficos Gráfico 1 – Risco de DG em mulheres com IMC baixo comparadas a mulheres com IMC normal................................................................................................................................ 35 Gráfico 2 – Risco de DG em mulheres com sobrepeso comparadas a mulheres com IMC normal................................................................................................................................ 36 Gráfico 3 – Risco de DG em mulheres obesas comparadas a mulheres com IMC normal. 38 Gráfico 4 – Risco de DG em mulheres com sobrepeso comparadas a mulheres sem sobrepeso........................................................................................................................... 39 Gráfico 5 – Risco de DG em mulheres obesas comparadas a mulheres sem obesidade... 40 xi Lista de Quadros Quadro 1 – Classificação de IMC para adultos segundo OMS.............................................. 8 Quadro 2 – Classificação de IMC para mulheres segundo IOM........................................... 8 Quadro 3 – Classificação de IMC segundo Garrow.............................................................. 9 Quadro 4 – Alguns Critérios Diagnósticos para DG............................................................ 10 Quadro 5 – Texto de Busca para IMC e DG........................................................................ 12 Quadro 6 – Texto de Busca para IMC e DG na base de dados CINHAL.............................. 13 Quadro 7 – Texto de Busca para IMC e DG nas bases de dados EMBASE e MEDLINE ...... 13 Quadro 8 – Texto de Busca para IMC e DG na base de dados LILACS................................ 13 xii Lista de Tabelas Tabela 1 – Características de 70 estudos observacionais sobre IMC e DG ....................... 21 Tabela 2 – Características gerais dos estudos incluídos, conforme desenho do estudo ............................................................................................................................................ 32 Tabela 3 – Razão de chances (OR) combinada bruta e ajustada para a relação entre IMC materno e DG .................................................................................................................... 34 Tabela 4 – Estudos com OR ajustados correlacionando IMC materno e risco de DG ............................................................................................................................................ 42 Tabela 5 – Análises de sensibilidade e subgrupo .............................................................. 46 xiii Lista de Abreviaturas A anos (idade materna) ADA American Diabetes Association Ant Anterior AR Alto risco BP Baixo peso ao nascer CDA Canadian Diabetes Association CC Caso controle CID Código Internacional de Doenças CINAHL Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature CP Coorte prospectivo CR Coorte retrospectivo DC Doença cardíaca Dif Diferença DG Diabetes gestacional DM Diabetes mellitus EMBASE Excerta Medica Database EUA Estados Unidos da América HAC Hipertensão arterial crônica Hemor Hemorragia HG Hipertensão gestacional HIV Human Imune defficiency Virus Hosp Hospital IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IC Intervalo de confiança IG Idade gestacional IIC Incompetência istmo cervical IL Interleucina IMC Índice de massa corporal IOM Institute Of Medicine Kg Kilograma Lbs Libras (peso materno) xiv LILACS Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências da Saúde M Metro (altura materna) MEDLINE Medical Literature Analysis and Retrieval System Online MF Malformação fetal MOOSE Meta-analysis Of Observational Studies in Epidemiology N Número de participantes NDDG National Diabetes Data Group OF Óbito Fetal OMS Organização Mundial da Saúde OR Razão de chances (Odds Ratio) Para Paridade PPT Parto pré-termo RN Recém-nascido RR Risco relativo (Relative Risk) Sem Semana SI Sem informação STROBE Strengthening the Report of Observational Studies in Epidemiology TNF-α Fator de necrose tumoral alfa US Ultra-sonografia WHO World Health Organization xv RESUMO Resumo Objetivo: Avaliar e quantificar o risco de diabetes gestacional (DG) conforme o índice de massa corporal (IMC) materno pré-gestacional. Desenho: Revisão sistemática dos estudos observacionais publicados nos últimos 30 anos. Método: Quatro bases de dados eletrônicas foram pesquisadas em busca de artigos publicados (1977-2007). O IMC foi selecionado como única medida de obesidade e todos os critérios diagnósticos para DG foram aceitos. Os estudos que realizaram rastreamento seletivo para DG foram excluídos. Não houve restrição de línguas. A qualidade metodológica dos estudos primários foi avaliada. Resultados: 1745 citações foram rastreadas e 70 estudos (2 não publicados) envolvendo 671,945 mulheres foram incluídos (59 coortes e 11 caso-controles). A maioria (81,4%) dos trabalhos era de média ou alta qualidade. Comparadas às mulheres com IMC normal, aquelas com IMC baixo tiveram uma razão de chances bruta (odds ratio - OR) para DG de 0,75 (IC 95% 0,69 a 0,82). Os OR para as mulheres com sobrepeso, obesidade classe I e obesidade classe II a III foram de 1,97 (IC 95% 1,77 a 2,19), 3,01 (IC 95% 2,34 a 3,87) e 5,55 (IC 95% 4,27 a 7,21), respectivamente. Para cada aumento de 1 kg/m2 no IMC, a prevalência de DG aumentou 0,92% (IC 95% 0,73 a 1,10). Conclusões: O risco de DG está diretamente associado ao IMC pré-gestacional. Esta informação é importante para o aconselhamento de mulheres que planejam engravidar. Palavras Chaves: 1. Índice de massa corporal. Revisão sistemática. 4. Metanálise. xvii 2. Diabetes gestacional. 3. 1 INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO A obesidade é um sério problema de saúde pública que afeta atualmente uma grande parcela da população mundial, incluindo muitos países em desenvolvimento. Nos Estados Unidos o índice de massa corporal (IMC: peso em Kg / altura m2) médio está aumentando em todas as faixas etárias e as mulheres estão engravidando com pesos cada vez maiores. (1) Na Europa, a prevalência de adultos obesos (IMC > 30) saltou de 10% para 40% ao longo das últimas décadas. (2) Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que o sobrepeso (IMC >25) e a obesidade (IMC > 30) entre as mulheres cresceram 50% nos últimos 30 anos, sendo que atualmente mais da metade (51,9%) das brasileiras entre 20-44 anos estão com IMC acima de 25.(3) O diabetes gestacional (DG) é caracterizado por dificuldade em se manter a tolerância glicídica normal diante do grande estresse metabólico desencadeado pela gestação. O DG, doença conceituada como qualquer intolerância a carboidratos com início ou detecção durante a gestação, acarreta riscos para a mãe e para o concepto. (4) As mulheres com DG têm risco aumentado de morbidade durante a gravidez e de desenvolverem intolerância à glicose e diabetes mellitus (DM) tipo 2 nos anos subseqüentes à gestação. (5) Igualmente, seus conceptos enfrentarão maiores riscos de morbidade perinatal, assim como obesidade durante a infância, atraso no seu desenvolvimento psicomotor e surgimento precoce de DM tipo 2. (6) Estima-se que o DG acometa de 1% até 14% de todas as gestações (4;79), sendo que no Brasil a prevalência de DG seria de 7,2%, segundo estudo realizado em cinco capitais. (10) Essa grande variação na prevalência do DG pode ser devida à falta de padronização dos exames de rastreamento e dos critérios diagnósticos para a doença, porém pode também refletir diferenças na 2 INTRODUÇÃO distribuição de fatores de risco genéticos e ambientais. Apesar da predisposição genética, da raça e da idade desempenharem um papel relevante no desenvolvimento do DG, a obesidade materna é apontada por muitos como importante fator de risco modificável para o surgimento do DG.(9;11-13) Diversos estudos sugerem que mulheres com IMC elevado teriam maior risco para DG do que aquelas com IMC normal. (11;12;14;15) Entretanto, o aumento de risco varia consideravelmente nessas diversas publicações e o efeito do baixo peso materno sobre o risco de DG é menos evidente. Até o momento, ainda não foi publicada uma revisão sistemática da literatura visando quantificar o impacto de todas as categorias de IMC pré-gestacional sobre o risco de desenvolver DG. Esta informação poderia ser útil para o aconselhamento préconcepcional, para melhorar a predição do risco de uma mulher ter DG baseado no seu IMC pré-gestacional específico e também poderia contribuir para o desenvolvimento de estratégias mais efetivas de rastreamento. 3 2 OBJETIVOS OBJETIVOS Os objetivos desta revisão sistemática da literatura foram: 1) examinar a associação entre IMC materno pré-gestacional, ou no início da gestação, e o risco de desenvolver DG e 2) quantificar a mudança de risco de desenvolver DG de acordo com o aumento no IMC materno pré-gestacional, ou no início da gestação. 5 3 MÉTODOS MÉTODOS Esta revisão sistemática seguiu a metodologia Cochrane e as recomendações formuladas pelo grupo de estudos de meta-análise de estudos observacionais (Meta-analysis Of Observational Studies in Epidemiology – MOOSE– group).(16) O estudo foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (Anexo 6). 3.1 Critérios de seleção para os estudos 3.1.1 Tipos de estudos Foram considerados para inclusão todos os estudos observacionais (coorte, caso-controle e transversal) que oferecessem as seguintes informações: DG como um desfecho (para os coortes) ou como casos (para estudos casocontrole) e IMC pré-gestacional ou no início da gestação como variável de exposição (para os coortes) ou como fator de risco (para estudos caso-controle). 3.1.2 Tipos de participantes Foram considerados elegíveis para inclusão estudos com mulheres que tinham o valor de IMC pré-gestacional ou na 1ª consulta de pré-natal, referido ou medido, e que realizaram exames de investigação para DG durante sua gestação. Foram incluídas mulheres de qualquer idade, paridade, nível educacional ou sócio-econômico, raça ou etnia, que preenchessem os critérios anteriores. Mulheres com diabetes mellitus pré-existente (tipo 1 ou 2) foram excluídas. 3.1.3 Tipos de exposição Para reduzir a heterogeneidade, elegemos o IMC como única medida de obesidade para se definir a exposição. O IMC, também conhecido como índice de Quetelet, é calculado dividindo-se o peso pela altura ao quadrado. Embora o IMC não meça diretamente a proporção nem a distribuição de gordura no corpo, tem alta correlação com a gordura corporal total e com o risco de co-morbidades e mortalidade associadas à obesidade (17). Baseado nessa constatação, a 7 MÉTODOS Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica a obesidade em adultos da seguinte forma (2): Quadro 1. Classificação de IMC para adultos segundo OMS (2). < 18,5: baixo peso 18,5-24,9: normal 25-29,9: sobrepeso ou pré-obeso 30-34,9: obesidade classe I 35-39,9: obesidade classe II > 40: obesidade classe III Por sua vez, o Instituto de Medicina dos Estados Unidos (Institute Of Medicine, IOM), propôs em 1990 uma classificação para ser usada no início da gestação e que serviria para recomendações de ganho ponderal específico durante a gestação. (18) Como pode ser visto no Quadro 2, os pontos de cortes propostos nesta classificação diferem ligeiramente daqueles sugeridos pela OMS. Quadro 2. Classificação de IMC para mulheres segundo IOM (18). < 19,8: baixo peso 19,8-26,0: normal 26,1-29,0: sobrepeso 29,1-33,0: obesidade >33,0: obesidade mórbida Finalmente, outra classificação de IMC também encontrada na literatura médica é aquela proposta por Garrow (19), apresentada no Quadro 3. Esta classificação é bastante semelhante à recomendada pela OMS, porém difere 8 MÉTODOS quanto ao limite proposto para diagnóstico de “baixo peso” e usa apenas duas classes para obesidade. Quadro 3. Classificação de IMC para adultos segundo Garrow (19). < 20 baixo peso 20-24,9: normal 25-29,9: sobrepeso 30-39,9: obesidade > 40: obesidade mórbida Foram considerados elegíveis apenas os estudos que relatassem que o IMC havia sido obtido antes da gestação ou até a 1ª consulta pré-natal, antes da ocorrência de um ganho ponderal significante. Utilizamos as categorias de IMC apresentadas pelos autores dos estudos. Apesar de existirem algumas variações quanto aos pontos de corte, a maioria definia baixo peso como IMC < 20, normal como IMC 20-24,9, sobrepeso como 25-29,9 e obeso com IMC > 30 Kg/m2. 3.1.4 Tipos de desfechos Foram incluídos nesta revisão sistemática todos os estudos que apresentassem a ocorrência de DG como desfecho, independente dos critérios diagnósticos utilizados. Assim sendo, foram incluídos tanto estudos que adotaram a curva glicêmica de 75g, como aqueles que usaram a curva glicêmica de 100g, baseado nos pontos de corte recomendados, na época da publicação dos trabalhos, por órgãos representativos como a OMS e a Associação Americana de Diabetes (ADA), entre outras. Apesar de terem sido realizadas numerosas pesquisas nas últimas quatro décadas, ainda persistem controvérsias quanto aos critérios diagnósticos para o DG. Desde que foram propostos os primeiros valores (20), diversas modificações 9 MÉTODOS têm sido sugeridas e até hoje não existe um consenso internacional quanto aos parâmetros diagnósticos para o DG. Os protocolos recomendados divergem quanto à carga de glicose a ser administrada (se 75 g ou 100g), ao número de amostras de sangue a serem coletadas, aos valores exatos de glicemia a serem utilizados como limites e quanto ao número mínimo de pontos alterados (se 1, 2 ou 3) para se fazer o diagnóstico. Originalmente, o diagnostico de DG era estabelecido em gestantes que apresentassem 2 ou mais resultados acima dos valores propostos por O´Sullivan e Mahan após sobrecarga com 100 g de glicose. (20) Esses níveis eram determinados em sangue venoso total e por método de laboratorial disponível na época (Somogyi-Nelson). Posteriormente diversos investigadores e organizações internacionais propuseram outros tipos de curvas, com pontos de corte diferentes, aferidos em amostras de plasma venoso e com o uso de técnicas laboratoriais mais precisas do que as originalmente utilizadas. (Quadro 4). Quadro 4. Alguns Critérios Diagnósticos para DG. Organização Método Amostra Sobrecarga laboratorial (sangue de glicose venoso) (g) Pontos de corte jejum 1h 2h Número 3h mínimo de valores alterados para diagnosticar DG O´Sullivan 1 Total 100 90 165 145 125 2 2 Plasma 100 95 180 155 140 2 ADA 75g (7) 2 Plasma 75 95 180 155 - 2 NDDG (21) 3 Plasma 100 105 190 165 145 2 OMS (22) NI Plasma 75 126 - 140 - 1 CDA (23) NI Plasma 75 95 190 160 - 2 (20) ADA 100 g (7) 1. Somogyi-Nelson; 2. Não especificado, apenas “O método laboratorial deve apresentar boa precisão e controle de qualidade adequados.” 3. Qualquer dos seguintes: glicose-oxidase, hexoquinase, o-toluidina, Somogyi-Nelson, ferricianeto auto-analyser e neocupreína auto-analyzer. ADA: American Diabetes Association. CDA: Canadian Diabetes Association. NDDG: National Diabetes Data Group. NI: Não informado.OMS: Organização Mundial da Saúde. 10 MÉTODOS 3.1.5 Critérios de exclusão Excluímos estudos com as seguintes características: a) sem razão de chances (Odds Ratio - OR) ou risco relativo (RR) ou dados insuficientes para seu cálculo, b) que apresentavam outras medidas de obesidade que não o IMC (apenas o peso materno absoluto, ou porcentagem de peso acima do ideal ou outras medidas de adiposidade), c) com IMC obtido após haver ocorrido um ganho ponderal gestacional significante (depois da 1ª consulta de pré-natal) ou d) declaração explícita de que o rastreamento ou exame diagnóstico de DG havia sido realizado de forma seletiva, apenas em mulheres de alto risco, isto é, apenas naquelas com características pessoais específicas (como idade avançada, multiparidade, obesidade), ou antecedentes familiares de diabetes ou antecedentes obstétricos de risco. Não excluímos os estudos que realizaram rastreamento ou exames diagnósticos em todas as mulheres (universal). Apenas os estudos que não ofereciam nenhum tipo de OR (bruto ou ajustado) foram excluídos. Os estudos que não apresentavam dados para calcular o OR bruto de acordo com categorias de IMC, mas que ofereciam OR ajustados para essas categorias foram considerados elegíveis para inclusão. Excluímos estudos que relataram que o IMC havia sido obtido tardiamente durante a gestação para evitar o possível efeito do ganho ponderal gestacional, já que nosso objetivo era avaliar o efeito do IMC pré-gestacional (e não do ganho ponderal) como fator de risco pra DG. Estudos com rastreamento seletivo foram excluídos para evitar superestimar o efeito potencial do IMC sobre o risco de desenvolver DG, devido ao uso de população pré-selecionada de alto risco. 11 MÉTODOS 3.2. Estratégia de Busca dos Estudos A estratégia de busca foi desenvolvida com a ajuda de bibliotecários experientes em revisões sistemáticas, baseados na OMS e no Centro Cochrane do Brasil. A estratégia utilizou os termos do Quadro 5, adaptados para cada base de dados. Quadro 5 - Texto de Busca para IMC e DG. “body mass index” or “Quetelet Index” or “BMI” or “body size” or “body weight” or “body mass” or “body weight changes” or “obesity” or “overweight” or “adiposity” or “overnutrition” or “morbid obesity” and “gestational diabetes” or “gestational diabetes mellitus” or “pregnancy induced diabetes” or diabetes mellitus gravidarum” or “pregnancy diabetes mellitus”. Quatro bases de dados eletrônicas foram pesquisadas (MEDLINE, EMBASE, CINAHL e LILACS) para artigos publicados entre Janeiro de 1977 e Março de 2007. Para a base CINAHL foi usada a interface OVID (http://www.ovid.com). Para as bases EMBASE e MEDLINE foi usada a interface EMBASE (http://www.embase.com). Essa interface EMBASE.COM combina as citações tanto da EMBASE clássica como da Medline. Em ambas as buscas, os radicais das raízes EMBASE e os descritores CINAHL foram utilizados assim como as palavras de texto. Os radicais EMBASE e os descritores CINAHL foram truncados para ampliar a busca. Os quadros 6-8 apresentam os textos de busca específicos utilizados em cada uma dessas bases de dados eletrônicas. 12 MÉTODOS Quadro 6 - Texto de Busca para IMC e DG na Base de Dados CINHAL. obese.mp. OR obesit$.mp. OR adiposit$.mp. OR Antiobesity Agents/ OR exp Body Mass Index/ OR exp Obesity/ OR overnutriti$.mp. OR over-nutrit$.mp. OR “over nutriti$".mp OR bmi.mp. OR body mass.mp. OR quetelet.mp. OR overweight.mp. OR exp Weight Gain/ AND exp Diabetes Mellitus, Gestational/ OR (pregnan$ and diabet$).mp. OR (gestation$ and diabet$).mp. OR (diabet$ and gravidarum).mp. Quadro 7 - Texto de Busca para IMC e DG nas Bases de Dados EMBASE e MEDLINE. adiposit* OR overnutrit* OR (('body mass index'/exp OR 'body mass index') OR ('body mass index'/exp OR 'body mass index')) OR bmi OR quetelet OR obesit* OR obese OR ('body size'/exp OR 'body size') OR (('overweight'/exp OR 'overweight') OR ('overweight'/exp OR 'overweight')) OR 'over-weight' OR 'over-nutrition' OR ('weight gain'/exp OR 'weight gain') OR ('body weight'/exp OR 'body weight') OR ('body size'/exp OR 'body size') OR ('body mass'/exp OR 'body mass') OR ('overnutrition'/exp OR 'overnutrition') OR ('obesity'/exp OR 'obesity') AND ('diabetes mellitus gravidarum'/exp OR 'diabetes mellitus gravidarum') OR ' diabetes adj4 gestation' OR 'diabetes adj4 pregnanc' OR 'gestational diabet' OR ' gestational adj4 diabet' Quadro 8 - Texto de Busca para IMC e DG na Base de Dados LILACS. (obesidade) or (obesidade morbida) or (sobrepeso) or (indice massa corporal) or (imc) or (quetelet) or (corpo adiposo) or (pesos medidas corporais) or (alteracoes peso corporal) or (composicao corporal) or (peso corporal) or (tamanho corporal) or (ganho peso) or (alteracoes peso corporal) or (peso estatura) or (pesos medidas corporais) or (nutricao) or (nutricao materna) [Palavras] and diabetes [Palavras] and gesta$ [Palavras] 13 MÉTODOS Não houve restrição quanto a idiomas ou país de publicação. Artigos de revisão, cartas e livros foram também consultados em busca de estudos potencialmente úteis. Revisamos as referências bibliográficas de todos os artigos selecionados para leitura. Entramos em contato com especialistas da área e enviamos mensagens eletrônicas para os autores dos estudos potencialmente elegíveis buscando informações mais detalhadas das suas investigações, dados eventualmente não publicados e indicações de outros estudos relevantes. A busca por estudos não publicados incluiu também a revisão de anais e atas de congressos internacionais de ginecologia e obstetrícia, endocrinologia e obesidade realizados entre 1997 e 2007 (Anexo 1). Procuramos entrar em contato com autores de resumos potencialmente relevantes para obter mais informações. 3.3. Seleção dos Estudos Todas as citações identificadas através das bases eletrônicas foram armazenadas no programa Reference Manager® software version 10. As referências foram organizadas, as duplicidades foram eliminadas e cada citação recebeu um número de identificação único. Inicialmente, dois investigadores (MRT e APB) avaliaram independentemente o título e resumo de todas as citações identificadas através da busca eletrônica, selecionando citações potencialmente relevantes. Os artigos foram selecionados conforme os critérios de exclusão pré-estabelecidos acima descritos. As discrepâncias foram resolvidas através de consenso. Quando a citação era relevante ou quando o título / resumo eram insuficientes para se tomar uma decisão, foram obtidos os artigos completos, para leitura e avaliação. 3.4. Extração de Dados Todos os artigos selecionados através do rastreamento primário foram lidos e extraídos por duas revisoras (MRT e APB) usando um formulário de extração de dados especificamente criado para esta revisão sistemática (Anexo 2), baseado no formulário da OMS desenvolvido para a revisão de morbidade e mortalidade materna .(24) Eventuais diferenças entre as duas revisoras foram solucionadas através de consenso. As informações extraídas de cada artigo incluíram: (i) características gerais do estudo tais como desfecho, população, 14 MÉTODOS local, e fonte dos dados, (ii) critérios de inclusão / exclusão das participantes, método de recrutamento, número de participantes e perda de seguimento, (iii) informações sobre a coleta do IMC (exposição) e sua categorização, (iv) informação sobre o rastreamento e diagnóstico de DG (desfecho), (v) dados para o cálculo do OR bruto e, se fornecido pelo autor, (vi) OR ajustado para possíveis fatores de confusão e seu respectivo intervalo de confiança e (vii) as variáveis incluídas na análise multivariada. Os autores foram contatados sempre que necessário para obtenção de informações mais detalhadas ou dados adicionais relativos ao artigo original. 3.5. Avaliação da Qualidade dos Estudos Foi criado um formulário específico para avaliar a qualidade metodológica dos estudos primários incluídos (Anexo 3), baseado nos critérios propostos pelo STROBE (Strengthening the Reporting of Observational Studies in Epidemiology) e nas recomendações de Tooth et al para análise de estudos observacionais.(25;26) Resumidamente, avaliamos a qualidade dos artigos incluídos de acordo com os seguintes critérios: tipo de estudo, perda de seguimento, tamanho amostral, seleção das participantes, comparabilidade dos grupos, forma de obtenção e de categorização do IMC, diagnóstico do DG e fonte dos dados. Os estudos receberam pontuação (de 0 a 18) e foram então classificados como sendo de alta (>14), média (11-14) ou baixa (< 11) qualidade. Ou seja, um estudo foi considerado de média ou de alta qualidade quando obtivesse, respectivamente, 2/3 ou 3/4 da pontuação máxima.Todos os estudos foram reavaliados quanto a sua qualidade após as eventuais respostas dos autores. Assim, a análise de qualidade refletiu a qualidade do estudo e não necessariamente a qualidade da publicação. 3.6. Análise estatística Para cada estudo, calculamos o OR bruto para DG (e seu intervalo de confiança de 95%), para cada categoria de IMC fornecida pelo autor (baixo peso [IMC ~ <20], sobrepeso [~25-29.9], obesidade em geral [~>=30], obesidade classe I [~30-34.9] e obesidade classe II e III [>=35]), comparado ao grupo com peso normal (IMC~20-24.9). Os pontos de corte exatos variaram ligeiramente de 15 MÉTODOS acordo com os critérios usados pelos diversos autores, uma vez que não existe consenso a este respeito. Por exemplo, enquanto diversos estudos adotaram as categorias de IMC propostas pelo IOM (18), outros usaram as categorias propostas para a população adulta em geral (2). Comparamos também o OR para DG em dois grandes grupos de IMC: mulheres com sobrepeso (IMC ~> 25) versus aquelas sem sobrepeso em geral (IMC ~< 25) e mulheres obesas em geral (IMC ~> 30) versus as não-obesas (IMC ~< 30). Analisamos separadamente os estudos que apresentavam OR ajustados para possíveis variáveis de confusão, assim como as co-variáveis e o método usado para análise multivariada. O programa RevMan 4.2 software (Copenhagen: The Nordic Cochrane Centre, The Cochrane Collaboration, 2003) foi utilizado para realizar as metaanálises combinando os OR dos diversos estudos. A heterogeneidade dos OR foi avaliada graficamente através de forest plots e estatisticamente usando o teste Q e o teste do I2. Se o teste Q (27) era significante, a variabilidade entre estudos era maior do que o esperado pelo acaso e utilizou-se o modelo de efeito randômico.(28) O teste do I2 avalia a proporção da variação total que é devida à heterogeneidade. (29;30) Um valor de I2 maior que 50% foi considerado indicação de heterogeneidade entre os estudos. Uma meta-regressão de efeito randômico (31) foi aplicada para explorar a contribuição de diversos co-variáveis para as variações entre OR individuais. Foi realizada uma meta-regressão com teste de permutação (com 1000 simulações Monte Carlo, StataCorp) para se calcular os valores de P e assim reduzir a chance de achados falsamente positivos. As seguintes co-variáveis foram definidas a priori (1) ano de publicação, (2) local do estudo (Estados Unidos e Canadá, América Latina, Leste Europeu, Oeste Europeu, Ásia, Oriente Médio e Oceania); (3) desenho do estudo (coorte prospectivo, coorte retrospectivo, casocontrole aninhado ou caso-controle retrospectivo); (4) critério diagnóstico para DG (curva de 75g ou de 100g ou outro critério); (5) ajustes para possíveis fatores de confusão (variáveis demográficas e comportamentais ou DG prévio ou nenhum ajuste); (6) critérios adotados para definição do grupo de referência e do grupo exposto; (7) fonte de informação do IMC; (8) tamanho amostral e (9) qualidade do estudo (alta, média ou baixa). Todas as co-variáveis associadas com valor de p ≤0.20 (32) na análise univariada foram incluídas no modelo de meta-regressão multivariado final. 16 MÉTODOS Para avaliar quanto a mudança de uma unidade (kg/m2) de IMC modificaria o risco médio de desenvolver DG, utilizamos uma regressão linear de efeito misto. A prevalência de DG em cada categoria de IMC informada para cada estudo foi colocada em um único gráfico de dispersão. O eixo X representou o ponto médio de cada categoria de IMC e o eixo Y a prevalência de DG. Usamos um valor de IMC uma casa decimal abaixo ou acima do valor mencionado, sempre que uma categoria de IMC era apresentada no artigo original como sendo menor que ou maior que um determinado valor. Por exemplo, se o autor informava que a prevalência de DG era de 5% para mulheres com IMC >30, o ponto correspondente ao IMC foi colocado em 30,1 no eixo X do gráfico de dispersão. 17 4 RESULTADOS RESULTADOS 4.1 Resultados da estratégia de busca Ao todo 1745 citações foram identificadas através da busca em bases de dados eletrônicas (Figura 1). No rastreamento primário (título /resumo), foram excluídas 1510 citações e 6 duplicadas, sendo que 229 foram selecionadas para leitura do texto integral. Após a exclusão de 171 artigos por diversos motivos (Anexo 4), sobraram 58 artigos incluídos através da busca eletrônica (11;13;3388). Outros 10 artigos provenientes das listas de referências de outras publicações (89-98) e 2 estudos não publicados (99;100), enviados por autores que contatamos, foram também incluídos na revisão sistemática. Ao revisarmos os resumos de trabalhos apresentados em congressos, não identificamos nenhum estudo adicional não publicado que preenchesse nossos critérios de inclusão. Um total de 70 estudos envolvendo 671.945 mulheres foram incluídos nesta revisão sistemática. As principais características desses estudos são apresentadas na Tabela 1. 19 RESULTADOS Figura 1. Fluxograma da estratégia da revisão sistemática. Citações identificadas na MEDLINE EMBASE, CINAHL 1698 Citações identificadas na LILACS 47 Total de citações identificadas 1745 Citações duplicadas 6 Total de citações únicas analisadas 1739 Excluídas baseado no título e resumo 1510 Selecionadas para leitura do texto integral 229 Estudos excluídos 171 Estudos selecionados a partir de referências 2árias 10 Estudos não publicados 2 Total de estudos incluídos 70 20 RESULTADOS Tabela 1. Características de 70 estudos observacionais sobre IMC e DG. Citação Abenhaim 2007 Canadá(33) Aberg 2001 Suécia(34) AbuYaacob 2001 Quatar(35) Baeten 2001 EUA(36) Baliutaviciene 2002, Lituânia(89) Beischer 1996 Austrália(37) Benchimol 2006 França(90) Berkowitz 1992 EUA(38) Bianco 1998 EUA(39) Número de mulheres analisadas Prevalência geral de DG (%) Critério diagnóstico para DG IMC SI 18522 6,7 SI CP,1995-1997 arios 4 hosp 3 gemelar 14078 1,0 CR,2001 1 hosp 3ario gemelar 276 CR,1992-1996 Registros de nascimentos de 1 estado gemelar para 1 ou + CC,1995-1998 1 hosp 3ario Desenho/ período/ população Critérios de exclusão CR,1987-1997 ario 1 hosp 3 Categorias de IMC Qualidade do estudo (0-18) 1 2 3 4 5 relatado <20 20-24.9 25-29.9 3039.9 >=40 75g outro medido <19.8 19.825.9 26-28.9 >=29 SI SI medido 2028 >=30 96801 2,1 SI relatado <20 20-24.9 SI 447 não aplicável 75g OMS medido <=25 >25 15 Alta CR,1971-1990 ario 1 hosp 3 gemelar 9142 4,3 SI medido <30 >=30 9 Baixa CP, 2002 ario 1 hosp 3 gemelar 1610 15,6 75g OMS relatado <27 27-30 >30 11 Média CR,1987-1989 ario 1 hosp 3 gemelar 10187 3,2 100g NDDG SI <27.3 27.332.9 >32.9 11 Média CR,1988-1995 ario 1 hosp 3 gemelar 11926 4,8 SI relatado 1927 >35 11 Média 14 Média 8 Baixa 25-29.9 >=30 7 Baixa 14 Média 21 RESULTADOS Tabela 1. Características de 70 estudos observacionais sobre a relação entre IMC e DG, continuação. Citação Desenho/ período/ população Bowers 1999 EUA(40) CR 1995-1996 1 hosp 3ario Brennand 2005 Canadá(41) Caliskan 2004 Turquia(42) Corrado 1999 Itália(91) Cyprik 2005 Polônia(43) Davey 2001 Austrália(44) Dempsey 2004 EUA(92) di Cianni 2003 Itália(45) Dokras 2006 EUA(46) Prevalência geral de DG (%) Critério diagnóstico para DG 281 1,4 100g NDDG medido <=26 26.1-29 >29 11 Média 603 18,6 75g outro medido 18.524.9 25-29.9 >30 13 Média gemelar 425 3,3 100g NDDG SI <25 >=25 14 Média gemelar 1000 4,6 100g ADA SI <27 >=27 12 Média CR,SI período ario 1 hosp 3 SI 1952 7,5 75g outro relatado <25 >=25 10 Baixa CC,1996-1998 1 hosp 3ario SI 593 não aplicável 75g outro relatado >=27 10 Baixa CC,1998-2002 arios 2 hosp 3 SI 541 não aplicável 100g NDDG relatado <20 20-24.9 25-29.9 CR,1995-2001 ario 1 hosp 3 SI 3806 8,7 100g ADA relatado <25 25-29.9 >=30 CP1995-2005 1 hosp 3ario >38 a 1293 1,9 SI medido <25 25-29.9 30-39.9 CR,1994-2000 1 hosp rural CR ,2000 1 ambulatório ario de hosp 3 CP,1989-1995 1 hosp universitário e 5 clinicas Critérios de exclusão PT<36 sem gemelar HAC, HIV gemelar PT não-Cree Número de mulheres analisadas IMC Qualidade do estudo (0-18) Categorias de IMC <27 >=30 12 Média 12 Média >=40 13 Média 22 RESULTADOS Tabela 1. Características de 70 estudos observacionais sobre a relação entre IMC e DG, continuação Citação Ducarme 2007 França(47) Dyck 2002 Canadá(48) Dye 1997 EUA(49) Edwards 1996 EUA(93) Ehrenberg 2004 EUA(50) Erem 2003 Turquia(51) Etchegoyen 2001 Argentina(52) Desenho/ período/ população CR, 2002-2004 1 hosp 2ario CP, 1998 ario 1 hosp 3 CR, 1995-1996 15 países CR, 1977-1983 1 hosp 3ario CR, 1997-2001 ario 1 hosp 3 CP, SI período 7 clinicas CC, SI período ario 1 hosp 3 Critérios de exclusão Número de mulheres analisadas Prevalência geral de DG (%) Critério diagnóstico para DG IMC Qualidade do estudo (0-18) Categorias de IMC 13 Média PT <22 sem Morte fetal 5680 14,1 75g OMS relatado <25 2529.9 >=30 PT <20 sem 1612 4,8 100g NDDG relatado <20 2024.9 251 29.9 >=30 gemelar, HAC, DC, PT ou BP, hemor, IIC 15538 2,9 SI relatado <19.8 19.826 26.129 29.133 gemelar morte fetal 1343 10,2 SI relatado 19.229 >29.0 gemelar PT <37 sem 12950 8,8 SI relatado <19.9 19.925 25.130 SI 807 1,2 100g NDDG medido <20 20-30 >30 SI 400 não aplicável 100g O´Sullivan SI <=26 >26 13 Média >33 12 Média 12 Média >30 14 Média 13 Média 9 Baixa 23 RESULTADOS Tabela 1. Características de 70 estudos observacionais sobre a relação entre IMC e DG, continuação Citação Galtier Dereure 1995 França(53) Harris 1997 Canadá(54) Harver 2003 EUA(55) Hedderson 2007 (enviado pelo autor antes da publicação) EUA (99) Desenho/ período/ população Critérios de exclusão CR,1980-1993 ario 1 hosp 3 <18 a, <1,45 m, doença hepática, renal ou DC CR, 1990-1993 28 comunidades rurais Cree gemelar CC,1994-1999 SI sobre população >200 lbs >34 a, para >4, o parente 1 grau com DM, RN ant >4Kg ou MF ou OF , DG ant CC, 1996-1998 15 hosp + 23 clinicas gemelar morte fetal DG ant Número de mulheres analisadas 166 719 170 455 Prevalência geral de DG (%) Critério diagnóstico para DG 19,9 100g O´Sullivan SI 18-24.9 25-29.9 30-34.9 >=35 9 Baixa 9,4 100g outro relatado <19.8 19.8-24.9 25-29.9 >=30 15 Alta não aplicável 100g NDDG SI <25 25-30 >30 não aplicável 100g NDDG relatado <20 20-24.9 25-29.9 IMC Qualidade do estudo (0-18) Categorias de IMC 11 Média >=30 11 Média 24 RESULTADOS Tabela 1. Características de 70 estudos observacionais sobre a relação entre IMC e DG, continuação. Citação Hod 1996 Israel (56) Innes 2002 EUA (57) Desenho/ período/ população Critérios de exclusão CC,1986-1990 ario 1 hosp 3 SI CC,1994-1998 Registros de nascimentos estudais Jang 1998 Coréia do Sul (58) CP,1991-1994 ario 1 hosp 3 JimenezMoleon 2002 Espanha (59) CR, 1995 ario 1 hosp 3 Kabiru 2004 EUA (60) Keshavarz 2005 Irã (61) Kieffer 2001 EUA (62) CP,1999-2002 1 hosp 3ario CP, 1999 ario 1 hosp 3 CP,1996-1998 Sistema de saúde conveniado para >1 gemelar uso de drogas HAC,DC, HG Pacientes de AR, doenças graves, DG ant gemelar PT <28 sem gemelar gemelar abortamento gemelar <4 consultas prénatal Prevalência geral de DG (%) Critério diagnóstico para DG 720 não aplicável 100g NDDG SI <=27 >27 23395 não aplicável 100g ADA relatado <20.55 20.552 26.66 8863 1,9 100g NDDG relatado <27.3 >=27.3 2380 2,5 100g NDDG medido <27 27-30 5131 1,8 SI medido 2024.9 25-29.9 12 Média 1310 4,8 100g ADA SI <30 >=30 14 Média 653 3 5,3 100g NDDG SI <19.8 19.8-26 Número de mulheres analisadas IMC Qualidade do estudo (0-18) Categorias de IMC 13 Média >=26. 67 10 Baixa 15 Alta 12 Média >=30 26.129 29.135 >35 15 Alta 25 RESULTADOS Tabela 1. Características de 70 estudos observacionais sobre a relação entre IMC e DG, continuação. Citação Kim 2005 EUA (63) Kumari 2001 Emirados Árabes Unidos (64) Le Thai 1992 França (94) Mammi 2000 Itália (65) Mello 1997 Itália (66) Michlin 2000 Israel (67) Moses 1995 Austrália (68) Murakami 2005 Japão (69) Murakami 2007 (não publicado) Japão (100) Desenho/ período/ população Critérios de exclusão Prevalência geral de DG (%) Critério diagnóstico para DG CP,2001-2002 arios 6 hosp 3 gemelar <18 a, HG 1445 2,9 100g ADA relatado <25 25-29.9 CR,1996-1998 1 hosp gemelar, HAC 459 9,8 SI medido 22-28 >40 14 Média CR,1988-1990 1 hosp SI 140 2,8 SI relatado >30 12 Média CC aninhado 1995-1999 1 hosp SI 162 não aplicável 100g ADA medido <27 >27 13 Média CP,1989-1992 ario 1 hosp 3 SI 1883 11,7 100g ADA relatado <=25 >25 15 Alta CR,1995 1 hosp 3ario SI 334 3,6 100g NDDG SI 19.8-26 >29 13 Média CP,1993-1994 1 hosp SI 1185 6,7 75g outro relatado <30 >=30 15 Alta CR,2001 1 hosp gemelar morte fetal PT < 24 sem 633 1,9 75g outro relatado <18.5 18.5-25 >25 14 Média CR,2000-2002 1 hosp gemelar morte fetal PT < 24 sem 3461 1,0 75g OMS medido <18.5 18.5-25 >25 16 Alta Número de mulheres analisadas IMC Qualidade do estudo (0-18) Categorias de IMC <=25 >=30 15 Alta 26 RESULTADOS Tabela 1. Características de 70 estudos observacionais sobre a relação entre IMC e DG, continuação. Citação Naylor 1997 Canadá (13) Nucci 2001 Brasil (70) Ogunyemi 1998 EUA (95) Ostlund 2003 Suécia (96) Ouyang 2003 China (71) Pathi 2006 Reino Unido (97) Piva 1997 Itália (72) Ramos 2005 EUA (73) Desenho/ período/ população Critérios de exclusão Prevalência geral de DG (%) Critério diagnóstico para DG CP,1989-1992 3 hosp 3arios gemelar < 24 a 1560 9.9 100g ADA relatado <22 22-25 >25 4791 7,5 75g OMS relatado <18.5 18.524.9 2529.9 >=30 15 Alta gemelar < 37 sem 582 2,6 100g SI relatado 19.8-26 26.129 >29 13 Média CP,1994-1996 Clínicas rurais SI 3116 1,7 75g OMS SI <25 25-29.9 >=30 CC,1999-2001 ario 1 hosp 3 SI 262 não aplicável 100g NDDG medido < 25 >=25 11 Média 200 7,0 SI medido 20-25 >=35 13 Média 13 Média CP,1991-1995 Clinicas públicas em 6 cidades CP,1990-1995 Clinicas rurais <20 a Número de mulheres analisadas IMC Qualidade do estudo (0-18) Categorias de IMC <19.8 CR,2002-2003 1 hosp 3ario gemelar PT < 24 sem CP,1991-1994 ario 1 hosp 3 PT <26 sem 1014 3,9 100g ADA SI <=28.6 >28.6 CR,1981-2001 ario 1 hosp 3 gemelar nãocefálico MF 22658 3.4 100g ADA medido <19.8 19.8-26 26.129 15 Alta 12 Média >29 15 Alta 27 RESULTADOS Tabela 1. Características de 70 estudos observacionais sobre a relação entre IMC e DG, continuação. Citação Rode 2005 Dinamarca (74) Rodrigues 1999 Canadá (75) Desenho/ período/ população Critérios de exclusão CP,1998-2001 1 hosp 3ario gemelar HAC, PT CR,1995-1996 ario 1 hosp 3 + 9 hosp comunitários Romero-Gutierrez 2006 México (98) CR,SI período ario 1 hosp 3 Roopnarinesingh 1999 Trinidad eTobago (76) CP, 1997 ario 1 hosp 3 Rudra 2007 EUA (77) Salcedo 2003 Argentina (78) Saldana 2006 EUA (79) CP,1996-2002 ario 1 hosp 3 + 1 clínica CP, 2001 ario 1 hosp 3 CP,1995-2000 ario 1 hosp 3 não-Cree, PT, uso de corticóide, pacientes de AR Doenças crônicas ou neoplasicas Ant clínicos significantes <18ª, HAC, OF <28 sem gemelar PT<24 sem gemelar, < 16 a, outras raças Prevalência geral de DG (%) Critério diagnóstico para DG 8092 0,7 75g outro relatado <25 25-29.9 6499 11,4 100g NDDG medido <=29 >29 10 Baixa 684 2,0 SI relatado 18.524.9 >30 6 Baixa 268 8,6 75g outro medido 20-28 >=30 11 Média 1644 4,1 100g NDDG relatado <19.8 19.8-26 501 3,6 75g outro relatado <27 >=27 952 10,0 100g ADA relatado <26 26-29 Número de mulheres analisadas IMC Qualidade do estudo (0-18) Categorias de IMC 15 Alta >=30 26.129 >29 13 Média 15 Alta >=30 13 Média 28 RESULTADOS Tabela 1. Características de 70 estudos observacionais sobre a relação entre IMC e DG, continuação. Citação Sebire 2001 Reino Unido (80) Sebire 2001a* Reino Unido (81) Shi 2003 China (82) Solomon 1997 EUA (11) Steinfeld 2000 EUA (83) Sukalich 2006 EUA (84) Wagaarachchi 2001 Sri Lanka (85) Critérios de exclusão Número de mulheres analisadas Prevalência geral de DG (%) Critério diagnóstico para DG gemelar 287213 1,2 SI medido 2024.9 25-29.9 gemelar 215105 0,6 SI medido <20 20-24.9 13 Média CR,1995-2001 ario 1 hosp 3 SI 8665 3,8 75g outro SI <27.8 >=27.8 10 Baixa CP,1992-1994 Questionários para enfermeiras, 14 estados gemelar <25 ou > 42 a PT< 6 meses 14505 4,9 100g NNNG relatado <20 20-24.9 CR,1994-1997 ario 1 hosp 3 gemelar 2424 4,1 100g NNDG SI <29 >=29 >19 a PT <23 sem 4822 0,9 SI relatado 18.524.9 25-29.9 SI 1004 4,1 75g OMS SI <30 >=30 Desenho/ período/ população CR,1989-1997 Várias maternidades em 1 região urbana CR,1989-1997 Várias maternidades em 1 região urbana CR,1998-2003 Registros de nascimentos, 16 hosp em 1 estado CP, SI sobre período, Ambulatórios de prénatal IMC Qualidade do estudo (0-18) Categorias de IMC 3 13 Média >=30 25-29.9 >=30 12 Média 13 Média 30-34.9 >=35 9 Baixa 12 Média 29 RESULTADOS Tabela 1. Características de 70 estudos observacionais sobre a relação entre IMC e DG, continuação. Citação Weiss 2004 EUA (86) Wysocki 1997 Polônia (87) Zargar 2004 Índia (88) Desenho/ período/ população CP, 1999-2002 15 centros, mulheres fazendo US para rastrear Down Critérios de exclusão Número de mulheres analisadas Prevalência geral de DG (%) Critério diagnóstico para DG gemelar <16 a Anencefalia 16102 3,1 SI relatado <30 30-34.9 CC,1991-1996 ario 1 hosp 3 SI 412 não aplicável 75g OMS relatado <=27 >27 8 Baixa CP, 1999-2002 6 ambulatórios de prénatal DG ant 2000 3,8 SI medido <25 >=25 16 Alta IMC Qualidade do estudo (0-18) Categorias de IMC >=35 11 Média Legenda: A: anos (idade materna). Ant: anterior. AR: alto risco. BP: baixo peso. CC: caso-controle. CR: coorte retrospectivo. CP: coorte prospectivo. Hosp: hospital. DC: doença cardíaca. DG: diabetes gestacional. DM: diabetes mellitus. HAC: hipertensão arterial crônica. Hemor: hemorragia. HG: hipertensão gestacional. HIV: vírus da imunodeficiência humana. Hosp: hospital . IIC: incompetência istmo-cervical. Lbs: libras. m: Metro (altura materna). MF: malformação fetal. OF: Óbito fetal. Para: paridade. PT: parto pré-termo. RN: recém-nascido. Sem: semanas. SI: sem informação. US: ultra-sonografia. Critérios diagnósticos de DG: ADA: American Diabetes Association, NDDG: National Diabetes Data Group, OMS: Organização Mundial da Saúde. SI: sem informações detalhadas sobre o critério usado ou >1 critério foi usado, 75g outro: curva de 75g, critério diferente dos propostos pelo OMS ou NDDG, 100g outro: curva de 100g, critério diferente dos propostos pelo NDDG, O´Sullivan ou ADA. 1. Duas categorias de sobrepeso (25-26.9 e 27-29.9) foram combinadas. 2. Duas categorias normais (20.55-22.89 e 22.90-26.66) foram combinadas. 3. Duas categorias normais (20-21.9 e 22-24.9) foram combinadas. 30 RESULTADOS A Tabela 2 apresenta algumas características adicionais dos 70 estudos. Ao todo, 11 estudos eram do tipo caso-controle e 59 do tipo coorte. Um total de 53 estudos era proveniente de países desenvolvidos e 17 de países em desenvolvimento; 11 (15,7%) foram publicados em língua não inglesa (3 em francês, 3 em espanhol, 2 em polonês, 2 em chinês e 1 em italiano). Em 22 estudos o IMC havia sido medido durante a gestação, em 33 estudos esse dado era baseado em informações relatadas pelas pacientes e 15 estudos não forneciam detalhes sobre a forma de obtenção do IMC. O diagnóstico de DG foi estabelecido por curva de 100 g em 47,1% dos estudos, enquanto 25,7% utilizaram a curva de 75 g e 27,2% não informavam claramente qual o critério diagnóstico utilizado ou relatavam que mais de um método havia sido empregado. 31 RESULTADOS Tabela 2: Características gerais dos estudos incluídos, conforme desenho do estudo. Características TOTAL Caso/controle 11 (44;52;55-57;65;71;87;89;92;99) Coortes 59 (11;13;33-43;45-51;53;54;58-64;66-70;72-86;88;90;91;93- Todos 70 98;100) País Desenvolvido Em desenvolvimento Critério diagnótico DG curva de 100 g NDDG ADA O’Sullivan sem detalhes curva de 75 g OMS outro critério >1 crit./ sem detalhes (44;55;57;65;87;89;92;99) 8 3 (52;56;71) 8 (55;56;71;92;99) 5 (57;65) 2 (52) 1 0 3 (87;89) 2 1(44) 0 46 (11;13;33;34;36-41;43;45-50;53;54;59;60;62;63;66;68;69;72- 13 (35;42;51;58;61;64;67;70;78;82;85;88;98) 77;79-81;83;84;86;90;91;93-97;100) 25 (11;38;40;42;48;51;54;58;59;62;67;75;77;83) 14 (13;45;61;63;66;72;73;79;91) 9 (53) 1 (95) 1 15 (47;70;85;90;96) 5 10 (34;41;43;68;69;74;76;78;82;100) 19 (33;35-37;39;46;49;50;60;64;80;81;84;86;88;93;94;97;98) IMC (44;57;87;92;99) 29 5 Medido 3 (65;71;89) Sem informação 3 12 11,2 12,6 Qualidade (nota média) (44;52;57;87) Baixa 4 Média 6(55;56;65;71;92;99) Alta 1 (89) 16 33 19 11 2 1 18 7 11 19 (11;13;33;36;39;43;45;47-50;54;58;63;66;68-70;74;77- Relatado (52;55;56) 54 79;84;86;90;93-95;98) 18 (34;35;37;40;41;46;51;59;60;64;73;75;76;80;81;88;97;100) (38;42;53;61;62;67;72;82;83;85;91;96) (35-37;43;53;75;82;84;98) 34 21 15 12,3* 9 13 37(11;33;34;38-42;45-51;59-61;64;67;69;72;76;77;79- 43 81;83;85;86;90;91;93-97) 13 (13;54;58;62;63;66;68;70;73;74;78;88;100) 14 32 RESULTADOS 4.2. Estudos Excluídos O principal motivo para exclusão dos estudos selecionados para leitura na íntegra foi não estar diretamente relacionado com o assunto em questão (34,5% dos excluídos). Trinta e um por cento dos artigos lidos na íntegra foram rejeitados porque os autores não adotaram o IMC como medida de obesidade ou a medida foi realizada após a 20ª semana de gestação, enquanto 15,2% foram rejeitados por terem realizado rastreamento seletivo de DG em suas pacientes. O Anexo 4 apresenta a lista de todos os artigos lidos e excluídos e as respectivas razões para sua exclusão. 4.3. Qualidade Metodológica dos estudos incluídos Conforme apresentado na Tabela 2, a maioria dos estudos (81,4%) era de média (43) ou alta (14) qualidade. O Anexo 5 lista a pontuação detalhada de cada um dos 70 estudos incluídos. 4.4. Resultados da análise de dados A Tabela 3 e os gráficos de meta-análise 1-5 apresentam a associação (OR bruto e ajustado) entre o IMC materno e o risco de desenvolver DG. Combinamos os resultados (OR) dos estudos individuais utilizando tanto o modelo fixo como o randômico e observamos que as estimativas obtidas com o modelo fixo eram maiores, na maioria dos casos. Portanto, optamos por analisar os resultados obtidos através do modelo randômico, que oferecia uma interpretação mais conservadora dos resultados. 33 RESULTADOS Tabela 3. Razão de chances (OR)* combinada bruta e ajustada para a relação entre IMC materno e DG. OR não ajustado Categorias de IMC Número de estudos Baixo peso vs normal coortes 16 (11;13;33;36;48- População total 356.403 50;54;62;69;70;73;77;81; OR ajustado OR combinado* (IC 95%) Número de estudos 0.75 (0.69-0.82) 4 População total 230.502 (33;69;77;81) 0,67 (0,52-0,88) 95;100) casocontroles Sobrepeso vs normal coortes 3 (57;92;99) 17.608 0,65 (0,51-0,83) 1 (99) 17 (11;33;36;41;48- 395.338 1,97 (1,77-2,19) 4 50;53;54;60;62;70;73;77; 206 270.114 (33;34;77;80) 1,83 (1,58-2,12) 80;84;95) casocontroles OR combinado* (IC 95% ) 3(55;92;99) 788 2,69 (1,78-4,05) 1(99) 298 Obesidade classe I vs normal coortes 6(33;46;49;53;62;84) 23.988 3,01 (2,34-3,87) 1(33) 11.076 3,22 (2,68-3,87) Obesidade classe II e III vs normal coortes 7 (33;46;49;53;62;84;97) 22.748 5.55 (4.27-7.21) 1(33) 10.045 4,71 (2,89-7,67) Obesidade geral vs normal coortes 31 364.668 3,76 (3,31-4,28 4 220.508 (11;33;36;38;40;41;45 50;53;54;59;62;63;67;70; 73;74;77;79;80;84;90;94- casocontroles Sobrepeso geral vs nãosobrepeso coortes (33;34;77;80) 3,52 (3,24-3,84) 98) 3 (55;92;99) 739 4,48 (1,79-11,24) 1 (99) 283 34(11;13;33;36;38;40- 566.224 2,95 (2,68-3,24) 2(48;88) 3612 43;4550;53;54;59;62;63;66;69; 5,61 (2,35-3,44) 70;73;74;77;79;80;84;88; 90;95;96;100) casocontroles 10 (44;55-57;65;71;87; 25.781 3,79 (2,49-5,76) 2(52;71) 563.111 3,36 (3,01-3,74) 3 (37;75;86) 89;92;99) Obesas em geral vs nãoobesas coortes 40(11;33;3638;40;41;4551;53;54;58;59;61- 262 25.508 2,14 (1,32-3,45) 63;68;70;72-74;77-80;8286;90;91;93;95;96) casocontroles 3 (55;92;99) 1160 3,24 (1,28-8,19) 0 34 RESULTADOS As mulheres com IMC baixo (< 20) apresentaram risco de desenvolver DG 25% menor do que aquelas com IMC normal (OR=0,75, IC95%=0,69-0,82), baseado em 16 coortes que incluíram ao todo 356.403 participantes (Gráfico 1). Gráfico 1. Risco de DG em mulheres com IMC baixo comparadas a mulheres com IMC normal. Review: Comparison: Outcome: Study or sub-category IMC e Diabetes Gestacional (2009) 01 IMC Baixo versus Normal 01 DG (coortes e caso-controles) IMC baixo n/N 01 Só coortes 189/4301 Abenhaim 1 vs 2 231/18988 Baeten 1 vs 2 8/235 Dyck 1 vs 2 21/1759 Dye 1 vs 2 11/1640 Ehrenberg 1 vs 2 2/78 Harris 1 vs 2 1/54 Kieffer 1 vs 2 1/93 Murakami 1 vs 2 1/590 Murakami un 1 vs 2 61/824 Naylor 1 vs 2 7/277 Nucci 1 vs 2 0/78 Ogunyemi 1 vs 2 108/5420 Ramos 1 vs 2 4/296 Rudra 1 vs 2 229/38182 Sebire a 1 vs 2 106/2854 Solomon 1 vs 2,3 75669 Subtotal (95% CI) Total events: 980 (IMC baixo), 3981 (Normal) Test for heterogeneity: Chi² = 18.03, df = 15 (P = 0.26), I² = 16.8% Test for overall effect: Z = 6.08 (P < 0.00001) 02 Só caso-controles 10/94 Dempsey 1 vs 2 18/40 Hedderson 1 vs 2 67/5823 Innes 1 vs 2,3 5957 Subtotal (95% CI) Total events: 95 (IMC baixo), 325 (Normal) Test for heterogeneity: Chi² = 1.99, df = 2 (P = 0.37), I² = 0% Test for overall effect: Z = 3.44 (P = 0.0006) Normal n/N OR (random) 95% CI OR (random) 95% CI 550/9945 777/50425 29/802 117/6615 97/5391 14/295 8/280 5/484 20/2604 41/415 197/3207 4/223 403/13427 41/1078 1327/176923 351/8620 280734 0.79 0.79 0.94 0.67 0.37 0.53 0.64 1.04 0.22 0.73 0.40 0.31 0.66 0.35 0.80 0.91 0.75 [0.66, [0.68, [0.42, [0.42, [0.20, [0.12, [0.08, [0.12, [0.03, [0.48, [0.18, [0.02, [0.53, [0.12, [0.69, [0.73, [0.69, 0.93] 0.91] 2.08] 1.07] 0.69] 2.37] 5.24] 9.02] 1.64] 1.10] 0.85] 5.84] 0.81] 0.98] 0.92] 1.13] 0.82] 43/260 73/166 209/11225 11651 0.60 1.04 0.61 0.65 [0.29, [0.52, [0.47, [0.51, 1.25] 2.09] 0.81] 0.83] 0.001 0.01 0.1 IMC menor reduz DG 1 10 100 1000 IMC menor aumenta DG 35 RESULTADOS Baseado em 17 coortes (N=395.338), mulheres com sobrepeso (IMC ~ 25-29), apresentaram OR de DG de 1,97 (IC 95%=1,77-2,19), quando comparadas a mulheres com IMC~ 20-24,9. (Gráfico 2). Gráfico 2. Risco de DG em mulheres com sobrepeso comparadas a mulheres com IMC normal. Review: Comparison: Outcome: Study or sub-category IMC e Diabetes Gestacional (2009) 02 Sobrepeso versus Normal 01 DG (coortes e caso-controles) Sobrepeso n/N Normal n/N OR (random) 95% CI OR (random) 95% CI 01 Só coortes 303/3045 550/9945 Abenhaim 3 vs 2 464/17571 777/50425 Baeten 3 vs 2 25/168 6/139 Brennand 2 vs 1 10/330 29/802 Dyck 3,4 vs 2 67/1660 117/6615 Dye 3 vs 2 87/2991 97/5391 Ehrenberg 3 vs 2 6/48 1/54 Galtier 2 vs 1 28/210 14/295 Harris 3 vs 2 36/1713 24/1710 Kabiru 2 vs 1 8/92 8/280 Kieffer 3 vs 2 115/1001 197/3207 Nucci 3 vs 2 3/78 4/223 Ogunyemi 3 vs 2 102/1701 403/13427 Ramos 3 vs 2 3/109 41/1078 Rudra 3 vs 2 1343/79014 1327/176923 Sebire 2 vs 1 169/2168 351/8620 Solomon 4 vs 2,3 11/981 20/3324 Sukalich 2 vs 1 112880 282458 Subtotal (95% CI) Total events: 2780 (Sobrepeso), 3966 (Normal) Test for heterogeneity: Chi² = 36.05, df = 16 (P = 0.003), I² = 55.6% Test for overall effect: Z = 12.35 (P < 0.00001) 02 Só caso-controles 42/97 Dempsey 3 vs 2 34/58 Harver 2 vs 1 81/132 Hedderson 3 vs 2 287 Subtotal (95% CI) Total events: 157 (Sobrepeso), 143 (Normal) Test for heterogeneity: Chi² = 3.32, df = 2 (P = 0.19), I² = 39.8% Test for overall effect: Z = 4.72 (P < 0.00001) 43/260 27/75 73/166 501 0.1 0.2 0.5 IMC> reduz DG 1 2 5 1.89 1.73 3.88 0.83 2.34 1.64 7.57 3.09 1.51 3.24 1.98 2.19 2.06 0.72 2.29 1.99 1.87 1.97 [1.63, [1.54, [1.54, [0.40, [1.72, [1.22, [0.88, [1.58, [0.90, [1.18, [1.56, [0.48, [1.65, [0.22, [2.12, [1.65, [0.89, [1.77, 2.19] 1.95] 9.74] 1.73] 3.17] 2.19] 65.35] 6.02] 2.54] 8.89] 2.53] 10.01] 2.58] 2.35] 2.47] 2.41] 3.92] 2.19] 3.85 2.52 2.02 2.69 [2.30, [1.25, [1.27, [1.78, 6.47] 5.09] 3.22] 4.05] 10 IMC> aumenta DG 36 RESULTADOS O OR para DG das obesas em geral (IMC >30) comparadas a mulheres eutróficas (IMC~ 20-24,9) foi de 3,76 (IC 95% = 3,31-4,28), baseado em 31 coortes com 364.668 participantes. Para as obesas classe I (IMC ~ 30-35) e classe II e III combinadas (IMC ~ >35), os ORs para DG foram 3,01 (IC 95%=2,34-3,87) e 5,55, (IC 95%=4,27-7,21), respectivamente. Estes dois últimos ORs foram obtidos através da combinação de 6 e 7 estudos coortes que envolveram um total de 23.988 e 22.742 participantes, respectivamente. (Gráfico 3). 37 RESULTADOS Gráfico 3. Risco de DG em mulheres obesas comparadas a mulheres com IMC normal. 38 RESULTADOS As mulheres com sobrepeso em geral (IMC > 25) apresentaram OR para DG de 2,95 (IC 95% =2,68-3,24) quando comparadas a mulheres sem sobrepeso (IMC < 25), baseado na combinação dos resultados de 34 coortes totalizando 566.224 participantes. (Gráfico 4). Gráfico 4. Risco de DG em mulheres com sobrepeso comparadas a mulheres sem sobrepeso. Review: Comparison: Outcome: Study or sub-category IMC e Diabetes Gestacional (2009) 04 Sobrepeso vs Não-sobrepeso 01 DG (coortes e caso-controles) Sobrepeso n/N Não-sobrepeso n/N OR (random) 95% CI OR (random) 95% CI 01 Só coortes 505/4276 739/14246 Abenhaim 3,4,5 vs1,2 1043/27388 1008/69413 Baeten3,4 vs1,2 73/261 179/1349 Benchimol 2,3 vs 1 94/1099 138/5028 Berkowitz 2,3 vs 1 3/146 1/135 Bowers 2,3 vs 1 106/464 6/139 Brennand 2,3 vs 1 11/133 3/289 Caliskan 2 vs 1 50/332 96/1620 Cyprik 2 vs 1 104/657 229/3149 di Cianni 2,3 vs 1 15/610 9/683 Dorkas 2,3,4 vs 1 373/1761 428/3925 Ducarme 2,3 vs1 40/575 37/1037 Dyck 3,4,5 vs 1,2 227/4164 138/8374 Dye 3,4,5 vs 1,2 280/5919 108/7031 Ehren 3,4 vs 1,2 32/112 1/54 Galtier 2,3,4 vs 1 52/346 16/373 Harris 3,4 vs 1,2 26/316 39/2258 Jimenez 2,3 vs 1 19/195 9/334 Kieffer 3,4,5 vs 1,2 42/592 22/853 Kim 2,3 vs 1 55/269 165/1614 Mello 2 vs 1 6/50 6/577 Murakami 3vs1,2 15/267 21/3194 Murakami un 3 vs 1,2 53/321 102/1239 Naylor 3 vs 2,1 156/1307 204/3484 Nucci 3,4 vs1,2 11/281 4/301 Ogunyemi 3,4 vs 1,2 27/1023 34/2593 Ostlund 2,3 vs 1 271/3811 511/18847 Ramos 3,4vs1,2 35/1742 20/6350 Rode 2,3 vs 1 22/270 45/1374 Rudra 3,4 vs1,2 60/367 35/585 Saldana 2,3 vs 1 2438/110290 1556/215105 Sebire 3,4 vs 1,2 260/3031 457/11474 Solomon 4,5 vs 1,2,3 25/1498 20/3324 Sukalich 2,3,4 vs 1 48/360 27/1640 Zargar 2 vs 1 174233 391991 Subtotal (95% CI) Total events: 6577 (Sobrepeso), 6413 (Não-sobrepeso) Test for heterogeneity: Chi² = 121.34, df = 33 (P < 0.00001), I² = 72.8% Test for overall effect: Z = 22.37 (P < 0.00001) 02 Só caso-controles 50/108 97/339 Baliutaviciene 2vs1 105/165 185/428 Davey 2 vs 1 102/187 53/354 Dempsey 3,4 vs 1,2 54/89 27/75 Harver 2,3 vs 1 160/249 91/206 Hedderson 3,4 vs 1,2 154/221 316/499 Hod 2 vs 1 189/4977 217/17048 Innes 4 vs 1,2,3 37/45 17/117 Mami 2 vs 1 14/20 71/242 Ouyang 2 vs 1 127/153 85/259 Wysocki 2 vs 1 6214 19567 Subtotal (95% CI) Total events: 992 (Sobrepeso), 1159 (Não-sobrepeso) Test for heterogeneity: Chi² = 89.93, df = 9 (P < 0.00001), I² = 90.0% Test for overall effect: Z = 6.22 (P < 0.00001) 0.01 0.1 IMC> reduz DG 1 10 2.45 2.69 2.54 3.31 2.81 6.56 8.60 2.81 2.40 1.89 2.20 2.02 3.44 3.18 21.20 3.95 5.10 3.90 2.88 2.26 12.98 8.99 2.20 2.18 3.03 2.04 2.75 6.49 2.62 3.07 3.10 2.26 2.80 9.19 2.95 [2.17, [2.46, [1.86, [2.53, [0.29, [2.82, [2.36, [1.95, [1.87, [0.82, [1.89, [1.28, [2.78, [2.54, [2.81, [2.21, [3.06, [1.73, [1.70, [1.61, [4.02, [4.58, [1.54, [1.75, [0.95, [1.22, [2.36, [3.74, [1.55, [1.98, [2.91, [1.93, [1.55, [5.65, [2.68, 2.76] 2.93] 3.47] 4.34] 27.36] 15.30] 31.35] 4.05] 3.08] 4.35] 2.56] 3.20] 4.27] 3.99] 159.88] 7.06] 8.50] 8.80] 4.89] 3.16] 41.91] 17.66] 3.15] 2.71] 9.61] 3.40] 3.20] 11.27] 4.44] 4.77] 3.31] 2.65] 5.06] 14.95] 3.24] 2.15 2.30 6.82 2.74 2.27 1.33 3.06 27.21 5.62 10.00 3.79 [1.38, 3.36] [1.59, 3.33] [4.52, 10.27] [1.45, 5.18] [1.56, 3.32] [0.95, 1.87] [2.51, 3.73] [10.83, 68.34] [2.08, 15.21] [6.09, 16.41] [2.49, 5.76] 100 IMC> aumenta DG 39 RESULTADOS Baseado nos resultados de 40 coortes (N total=563.111), mulheres com IMC >30 apresentaram OR para DG de 3,36 (IC 95% =3,01-3,74) quando comparadas com aquelas com IMC < 30. Os 3 estudos caso-controles resultaram em OR semelhante ao OR combinado dos coortes. (Gráfico 5). Gráfico 5. Risco de DG em mulheres obesas comparadas a mulheres sem obesidade. Review: Comparison: Outcome: Study or sub-category IMC e Diabetes Gestacional (2009) 05 Obesa vs Não-obesa 01 DG (coortes e caso-controles) Obesa n/N Não-obesa n/N OR (random) 95% CI OR (random) 95% CI 01 Só coortes 202/1231 1042/17291 Abenhaim 4,5 vs1,2,3 579/9817 1472/86984 Baeten 4 vs (1,2,3) 84/1407 312/7735 Beischer 2 vs 1 40/127 212/1483 Benchimol 3 vs 1,2 36/341 196/5786 Berkowitz 3 vs 1,2 1/84 3/197 Bowers 3 vs 1,2 81/296 31/307 Brennand 3 vs 1,2 17/140 29/860 Corrado 2 vs 1 38/179 295/3627 di Cianni 3 vs 1,2 10/315 14/978 Dokras 3,4 vs 1,2 94/425 707/4631 Ducarme 3 vs 1,2 30/245 47/1367 Dyck 5 vs 1,2,3,4 160/2504 205/10034 Dye 4,5 vs 1,2,3 118/683 19/660 Edwards 2 vs 1 193/2928 195/10022 Ehrenberg 4 vs 1,2,3 3/112 7/695 Erem 3 vs 1,2 26/64 7/102 Galtier 3,4 vs 1,2 24/136 44/583 Harris 4 vs 1,2,3 17/129 156/8734 Jang 2 vs 1 19/183 46/2391 Jimenez 3 vs 1,2 27/200 36/1110 Kesharvanz 2 vs 1 11/103 17/426 Kieffer 4,5 vs 1,2,3 29/260 35/1185 Kim 3 vs 1,2 22/179 57/1006 Moses 2 vs 1 41/306 319/4485 Nucci 4 vs1,2,3 8/203 7/379 Ogunyemi 4 vs 1,2,3 11/286 50/3330 Ostlund 3 vs 1,2 7/61 32/953 Piva 2 vs 1 169/2110 613/20548 Ramos 4vs1,2,3 21/444 34/7648 Rode 3 vs 1,2 19/161 48/1473 Rudra 4 vs 1,2,3 15/192 3/309 Salcedo 2 vs 1 46/250 49/702 Saldana 3 vs 1,2 1095/31276 2670/255937 Sebire 3 vs 1,2 46/413 64/2506 Shi 2 vs 1 91/863 626/13642 Solomon 5 vs 1,2,3,4 26/168 73/2256 Steinfeld 2 vs 1 14/517 31/4305 Sukalich 3,4 vs 1,2 9/111 32/893 Wagaarachi 2 vs 1 176/2350 316/13752 Weiss 2,3 vs 1 61799 501312 Subtotal (95% CI) Total events: 3655 (Obesa), 10151 (Não-obesa) Test for heterogeneity: Chi² = 167.47, df = 39 (P < 0.00001), I² = 76.7% Test for overall effect: Z = 21.79 (P < 0.00001) 02 Só caso-controles 60/90 Dempsey 4 vs 1,2,3 20/31 Harver 3 vs 1,2 79/117 Hedderson 4 vs1,2,3 238 Subtotal (95% CI) Total events: 159 (Obesa), 328 (Não-obesa) Test for heterogeneity: Chi² = 16.61, df = 2 (P = 0.0002), I² = 88.0% Test for overall effect: Z = 2.48 (P = 0.01) 95/451 61/133 172/338 922 0.01 0.1 IMC> reduz DG 1 10 3.06 3.64 1.51 2.76 3.37 0.78 3.35 3.96 3.04 2.26 1.58 3.92 3.27 7.05 3.56 2.71 9.29 2.63 8.35 5.91 4.66 2.88 4.12 2.33 2.02 2.18 2.62 3.73 2.83 11.12 3.97 8.64 3.01 3.44 4.78 2.45 5.48 3.84 2.37 3.44 3.36 [2.60, [3.30, [1.18, [1.84, [2.32, [0.08, [2.14, [2.11, [2.09, [0.99, [1.24, [2.42, [2.65, [4.28, [2.90, [0.69, [3.72, [1.53, [4.89, [3.38, [2.76, [1.30, [2.47, [1.39, [1.43, [0.78, [1.35, [1.57, [2.37, [6.40, [2.27, [2.47, [1.95, [3.20, [3.22, [1.94, [3.39, [2.03, [1.10, [2.85, [3.01, 3.60] 4.02] 1.94] 4.12] 4.89] 7.60] 5.26] 7.42] 4.44] 5.13] 2.01] 6.33] 4.04] 11.59] 4.36] 10.62] 23.19] 4.49] 14.24] 10.31] 7.86] 6.35] 6.88] 3.92] 2.86] 6.10] 5.10] 8.84] 3.38] 19.32] 6.94] 30.27] 4.63] 3.70] 7.10] 3.09] 8.84] 7.26] 5.11] 4.16] 3.74] 7.49 2.15 2.01 3.24 [4.58, [0.95, [1.29, [1.28, 12.27] 4.83] 3.12] 8.19] 100 IMC> aumenta DG 40 RESULTADOS Conforme apresentado na Tabela 3, dentre os 70 estudos incluídos nesta revisão sistemática, apenas 21 ofereceram OR ajustados. A Tabela 4 apresenta detalhes desses 21 estudos. Mesmo após ajustar para possíveis fatores de confusão, observamos um aumento consistente no risco de DG conforme o aumento de IMC materno. 41 RESULTADOS Tabela 4. Estudos com OR ajustados correlacionando IMC materno e risco de DG (N=21 estudos). 2 Estudo Abenhaim 2007(24) OR IC 95% Aberg 2001(25) OR IC 95% Baeten 2001(27) OR IC 95% Beischer 1996(28) OR IC 95% Dyck 2002(39) OR IC 95% Edwards 1996(84) OR IC 95% Etchegoyen 2001(43)** OR IC 95% Harris 1997(45) OR IC 95% Referência* 20-24.9 1 19.8-25.9 1 <20 1 <30 1 <27 1 19.8-29 1 <=26 1 19.0 1 1 <20 0.82 0.69-0.97 26-28.9 2.39 1.39-4.10 20-24.9 1.3 1.1-1.5 >=30 1.51 1.16-1.96 >=27 2.30 1.35-3.93 > 29 6.8 4.1-11.4 >26 16.61 8.53-32.34 22.0 2.30 1.16-3.52 IMC (Kg/m ) 2 3 25-29.9 30-39.9 1.89 3.22 1.63-2.19 2.68-3.87 >=29 3.88 2.37-6.36 25-29.9 >=30 2.4 5.2 2.0-2.9 4.3-6.2 Fatores ajustados na analise multivariada 4 >=40 4.71 2.89-7.67 5 Idade, fumo, paridade. Idade, fumo, paridade, local do parto, pais de origem. Idade, fumo, estado civil, educação, forma de pagamento da assistênica pré-natal, trimestre de inicio do pré-natal. Idade, etnia. Idade, etnia, antecedente de DG, história familiar de DG e de DM. Idade, paridade, pré-natal (inicio e numero de consultas). Idade, DG prévio, macrossomia, antecedente de óbito fetal, hipertensão. 25.0 4.49 2.14-6.84 28.0 31.0 7.05 9.06 3.33-10.77 3.80-14.32 34.0 9.54 2.59-16.50 Idade, paridade, DG prévio, antecedente familiar de DG. 42 RESULTADOS Tabela 4. Estudos com OR ajustados correlacionando IMC materno e risco de DG (continuação) Hedderson 2007(90)** OR IC 95% 20-24.9 1 Innes 1997(48)** OR IC 95% <20.55 1 Murakami 2005(60) OR IC 95% Naylor 1997(11) OR IC 95% Ouyang 2002(62)** OR IC 95% Rodrigues 1999(66) OR 18.5-25 1 IC 95% Rudra 2007(68) OR IC 95% <=22 1 <25 1 <=29 1 19.8-26 1 <20 0.75 0.38-1.48 25-29.9 2.44 1.53-3.89 20-55-22.89 22.90-26.66 0.88 1.35 0.61-1.27 0.97-1.88 <18.5 1.05 0.12-9.46 22.1-25 1.8 1.1-2.7 >= 25 5.62 1.92-17.16 >29 3.52 1.19-12.06 <19.8 0.34 0.12-0.95 >=30 3.89 2.35-6.43 >26.66 3.09 2.30-4.14 Idade, fumo, paridade, etnia, escolaridade materna, antecedente familiar de DM, infertilidade, amenorréia, ovários policísticos. Idade, fumo, raça, altura, álcool, ganho de peso na gestação, trabalho remunerado. Idade, fumo, paridade, ganho de peso na gestação, IG no parto. >25 7.94 2.09-30.18 >=25.1 3.2 2.1-4.8 Idade, raça. Idade, história familiar de DM, baixo peso materno. Idade, fumo, paridade. 26.1-29 0.74 0.23-2.40 >29 3.25 1.85-5.71 Idade, escolaridade, raça, etnia. 43 RESULTADOS Tabela 4. Estudos com OR ajustados correlacionando IMC materno e risco de DG (continuação) Saldana 2006(70) OR IC 95% Sebire 2001(71) OR IC 99% Sebire 2001(72) OR IC 99% <26 1 20-24.9 1 20-24.9 1 Solomon 1997(9) OR IC 95% Weiss 2004(77) OR IC 95% <20 1 Zargar 2004(79) OR IC 95% <25 1 <30 1 26-29 2.2 1.1-4.3 25-30 1.68 1.53-1.84 <20 0.58 0.48-0.70 >=30 3.7 2.2-6.3 >30 3.60 3.25-3.98 20-21.9 0.93 0.73-1.20 30-34.9 2.6 2.1-3.4 22-24.9 1.25 0.95-1.55 >=35 4.0 3.1-5.2 Idade, fumo, paridade, raça, atividade física. Idade, paridade, etnia, hipertensão . Idade, paridade, etnia, hipertensão. >=25 4.09 2.8-8.4 25-29.9 2.13 1.65-2.74 >=30 2.90 2.15-3.91 Idade, paridade, etnia, historia familiar de DM, atividade física. Idade, escolaridade, paridade, raça, estado civil, IG no parto, peso ao nascer. Idade, história familiar de DM, hipertensão, altura, antecedente de aborto. * Categoria usada como referência pelos autores do estudo. ** Estudo caso-controle DG: diabetes gestacional, DM: diabetes mellitus, IC: intervalo de confiança, IG: idade gestacional, IMC índice de massa corporal. 44 RESULTADOS A heterogeneidade foi alta (I2 >50%) para o OR combinado dos coortes que compararam mulheres obesas (IMC >30) com mulheres de peso normal (Tabela 3). Foi realizada análise de sensibilidade (Tabela 5) para explorar possíveis causas para esta heterogeneidade. Constatou-se que o tamanho amostral estava diretamente associado ao efeito, sendo que estudos menores (<500 participantes) demonstravam maior associação entre a exposição e o desfecho. Porém é importante destacar que o OR incluindo apenas os estudos maiores (> 1000 participantes) também era estatisticamente significante. DISCUSSÃO Tabela 5. Análises de sensibilidade e de subgrupo da meta-análise da relação entre IMC materno > 30 versus normal e o risco de DG (apenas estudos coorte, N=31). Subgrupos Método estatístico modelo fixo modelo randômico Desenho do estudo prospectivo retrospectivo Número de estudos (referências) Odds ratio combinado (IC 95%) Valor de p 31 31 3.93 (3.74-4.12) 3.73 (3.29-4.24) 12 (11;46;48;62;63;70;74;77;79;90;95;96) 19(33;36;38;40;41;45;47;49;50;53;54;59;67;73;80;84;94;97; 3.58 (2.75-4.66) 3.82 (3.31-4.42) Referência 0.53 5 (40;53;67;94;97) 6 (41;54;62;79;95;98) 20 (11;33;36;38;45-50;59;63;70;73;74;77;80;84;90;96) 7.40 (2.48-22.08) 4.16 (3.05-5.69) 3.62 (3.16-4.16) 0.37 0.20 Referência 6 (54;62;63;70;73;74) 21 (11;33;38;40;41;45-50;59;67;77;79;80;90;94-97) 4 (36;53;84;98) 4.35 (2.68-7.07) 3.60 (3.09-4.19) 4.10 (2.94-5.70) Referência 0.51 0.87 14 (11;38;40;45;48;53;54;59;62;67;73;77;79;95) 6 (41;47;70;74;90;96) 11(33;36;46;49;50;63;80;84;94;97;98) 4.19 (3.46-5.08) 2.86 (2.25-3.62) 3.88 (3.28-4.60) Referência 0.40 0.52 8 (40;41;46;59;73;80;95;97) 18 (11;33;36;45;47-50;54;63;70;74;77;79;84;90;94;98) (38;53;62;70;96) 5 4.22 (2.95-6.05) 3.55 (3.09-4.08) 4.07 (2.69-6.17) Referência 0.62 0.90 12 (33;41;45;47;50;53;54;62;70;79;90;97) 19 (11;36;38;40;46;48;49;59;63;67;73;74;77;80;84;94-96;98) 3.39 (2.81-4.09) 3.94 (3.37-4.62) Referência 0.30 19 (11;33;36;38;40;41;46;48-50;54;62;63;73;77;79; 3.69 (3.30-4.21) Referência 5.05 (3.10-8.24) 2.52 (1.80-3.54) 0.50 0.29 98) Tamanho amostral <500 500-1000 >1000 Nota de qualidade do estudo alta média baixa Critério diagnostico de DG curva de 100 g curva de 75 g sem informação IMC medido relatado sem informação Prevalência de DG >=5% <5 % Localização geográfica do estudo América do Norte 80;84;95) Europe Ocidental América Latina ou Oriente Médio 9 3 (45;47;53;59;74;90;94;96;97) (67;70;98) Na meta-regressão, o tamanho amostral explicou 12,5% da heterogeneidade entre os estudos. Nenhuma das outras variáveis avaliadas revelou ser causa significante de heterogeneidade. A Figura 2 apresenta a estimativa do grau de mudança do risco de DG conforme o aumento no IMC. Este gráfico foi construído a partir de 56 coortes (N= 631.763 mulheres) que ofereciam dados numéricos para o cálculo de OR bruto, totalizando 165 comparações entre diversas categorias de IMC. Para cada aumento de uma unidade no IMC, o risco de DG aumentou 0,92 % (IC 95% 0,73 – 1,10). Isso significa que para cada mudança de categoria de IMC (que corresponde a 46 DISCUSSÃO aproximadamente cinco unidades de IMC), ocorre um aumento de 4.6% na prevalência de DG. (%) Prevalência de DG Figura 2. Prevalência de DG conforme IMC materno. 2 IMC (Kg/m ) 47 5 DISCUSSÃO DISCUSSÃO Os resultados deste estudo indicam que existe associação direta e positiva entre o IMC materno e o risco de DG. Comparadas às mulheres com IMC normal, aquelas com IMC baixo tiveram um OR bruto para DG de 0,75 (IC 95% 0,69 a 0,82). Os OR para as mulheres com sobrepeso, obesidade classe I e obesidade classe II a III foram de 1,97 (IC 95% 1,77 a 2,19), 3,01 (IC 95% 2,34 a 3,87) e 5,55 (IC 95% 4,27 a 7,21), respectivamente. Nossos cálculos indicam que para cada aumento de 1 kg/m2 no IMC, a prevalência de DG aumentou 0,92% (IC 95% 0,73 a 1,10). Uma recente meta-análise (101) que incluiu 20 estudos relatou que o OR bruto para o surgimento de DG era de 2,14 (IC 95% =1,82-2,53), 3,56 (IC 95%=3,05-4,21) e 8,5 (IC 95% =5,07-16,04) para mulheres com sobrepeso, obesidade em geral e obesidade classe II e III, quando comparadas a mulheres de peso normal. Porém, os OR desta meta-análise podem ser imprecisos uma vez que mais de um terço das participantes eram provenientes de estudos que adotaram peso absoluto em vez do IMC, para se definir obesidade. A combinação de diferentes medidas de obesidade em uma única estimativa combinada de OR, como foi realizado naquele estudo, pode aumentar a heterogeneidade, portanto afetar a interpretação dos resultados. Infelizmente os autores não apresentam nenhuma informação a respeito de heterogeneidade em suas meta-análises. Além disso, eles não excluíram estudos que usaram rastreamento seletivo para DG, o que pode explicar porque os seus OR combinados foram consistentemente maiores do que os nossos. 5.1. Pontos fortes da revisão sistemática Desenvolvemos uma estratégia de busca robusta para esta revisão e incluímos quatro bases de dados eletrônicas. Seguindo as recomendações propostas pelo grupo MOOSE, procuramos obter informações de estudos nãopublicados, e assim conseguimos incluir dois estudos deste tipo. Outro ponto forte desta revisão foi o uso de uma medida única para a avaliação de obesidade (IMC). Apesar do IMC não ser um indicador perfeito da composição corporal, ele parece ser um marcador melhor do que o peso materno absoluto para se identificar o risco de desenvolver DG (12). Foram incluídos 49 DISCUSSÃO estudos que utilizaram o peso pré-gravídico informado pelas próprias pacientes por ser considerado confiável este método de determinação de IMC.(102) Outro aspecto positivo desta revisão foi a exclusão dos estudos com rastreamento seletivo para DG, para se evitar um viés de seleção. Esta decisão teve por base o conceito que o rastreamento seletivo, apesar de justificável em alguns locais por motivos econômicos ou organizacionais, é inadequado para o objetivo desta revisão sistemática. Já foi demonstrado anteriormente que 23% (89) até 72% (103) de todas as mulheres com DG não tem nenhum fator de risco. Portanto o OR derivado de estudos que usaram rastreamento seletivo para o DG pode ser incorreto. Finalmente, esta foi a primeira meta-análise que avaliou o risco de DG de mulheres com baixo peso em relação àquelas com peso normal, mostrando um efeito protetor do IMC baixo em relação a este desfecho. Este possível efeito protetor do baixo peso materno para DG deve ser ponderado contra os riscos associados a este biotipo, tais como maior incidência de recém-nascidos de baixo peso (81;104), prematuridade (81;105), restrição do crescimento (33;81) e anemia materna (81). 5.2 Limitações da revisão sistemática Todas as revisões sistemáticas e meta-análises estão sujeitas a limitações, tais como o viés de seleção dos estudos, o viés de publicação, o uso de métodos estatísticos diferentes e assumir que exista homogeneidade entre os estudos. Em relação a este último ponto, uma limitação específica desta revisão foi a dificuldade de se combinar estudos que usaram diferentes métodos para avaliar e classificar a exposição (categorias de IMC) assim como o desfecho (diagnóstico de DG) das mulheres incluídas nos diversos estudos. Isto decorre da falta de um consenso quanto a categorização do IMC e quanto ao critério diagnóstico para DG. Assim como para qualquer meta-análise, não existe alternativa a não ser utilizar os dados da forma que foram definidos e classificados pelos diversos autores de cada estudo. Para se avaliar o efeito de diferentes critérios diagnósticos sobre o risco de desenvolver DG em mulheres obesas, realizamos análises de subgrupos (Tabela 5). Comparadas as mulheres eutróficas (IMC ~20-24.9), as obesas em geral (IMC > 30) tiveram um OR 50 DISCUSSÃO combinado de 4,19 quando se adotou a curva glicêmica de 100g para o diagnóstico de DG e de 2,86 quando se usou a curva de 75 g. Devido a essas diferenças inerentes entre os estudos, decidimos criar um gráfico para analisar a associação entre o aumento do IMC e o risco de desenvolver DG. Apesar deste gráfico ser útil na prática clínica e como instrumento de pesquisa, seus resultados devem ser interpretados com cautela. O uso de um valor médio para cada categoria de IMC pode ter sido impreciso. Além disso, para as categorias extremas (IMC mais baixo e mais alto), usamos valores mais próximos dos respectivos pontos de corte e isso pode ter superestimado a verdadeira relação entre IMC e DG. Uma crítica freqüente aos estudos que avaliam obesidade na gestação é o uso de informações relatadas pelas próprias mulheres a respeito de sua altura e peso pré-gravídico. Apesar dessa informação ser considerada válida mesmo para estudos epidemiológicos,(106) , é comum haver uma subestimativa do peso especialmente pelas mulheres mais gordas . (107) Isto poderia ter resultado em subestimativa dos ORs apresentados em nossa revisão. O viés de publicação deve ser lembrado, uma vez que esta meta-análise incluiu quase que exclusivamente estudos publicados. Apesar de nossos esforços na busca por material não publicado, localizamos apenas 2 estudos que preenchiam nossos critérios de inclusão. Embora pouco provável, a omissão de estudos não publicados e que eventualmente apresentem resultados negativos pode ter determinado uma super-estimativa da relação entre IMC e DG. Finalmente, diversos outros fatores de risco podem ter contribuído para o risco de desenvolver DG. A raça, a etnia, a paridade, o tabagismo, o ganho ponderal gestacional e outras variáveis além do IMC pré-gestacional podem ter contribuído para o aumento do risco de desenvolver DG. Porém, todos os 21 estudos que fizeram análises multivariadas ajustando para possíveis fatores de confusão e modificadores de efeito apontaram aumento consistente no OR para DG conforme o IMC materno aumentava. 51 DISCUSSÃO 5.3 Mecanismo da doença A obesidade provoca grandes alterações no metabolismo intermediário e a resistência à insulina parece desempenhar um papel central. A gestação pode exacerbar os defeitos nos receptores de insulina existentes nas mulheres obesas. (6) A inflamação é outra possível explicação para o elo entre obesidade e DG. Os mecanismos fisiopatológicos envolvidos nesta interação ainda não estão totalmente esclarecidos. Os adipócitos modulam as funções das células imunes e mecanismos metabólicos sistêmicos, e sua abundância em gestantes obesas poderia provocar aumento na produção de mediadores inflamatórios e conseqüentemente, determinar o desenvolvimento do DG (108). A interleucinas IL-6 e IL-10, o TNF-α e a adiponectina se destacam entre os mediadores desse processo por que são fatores que podem interferir com a evolução da gestação, com o mecanismo de resistência à insulina e ainda, com as conseqüências da obesidade (108). Esta hipótese é comprovada pela observação de que em gestantes obesas com DG habitualmente são detectadas alterações no perfil de citocinas, produção exacerbada de fatores inflamatórios como proteína C reativa (109;110) e ferritina (111) e, níveis reduzidos de proteínas anti-inflamatórias (112;113). 5.4 Implicações para a prática. Os resultados desta revisão sistemática podem ser usados para predizer os riscos específicos de uma mulher desenvolver DG de acordo com seu IMC prégravídico. Podem também contribuir para o aconselhamento de jovens obesas que planejam engravidar no sentido de alertar quanto ao seu maior risco de desenvolver DG, encorajando-as a reduzir seu peso antes da concepção. Dentre os cinco fatores de risco clássicos para DG, antecedente familiar, raça, paridade, idade materna e obesidade (9), apenas o último é passível de ser modificado. Assim como tabagistas são orientadas a parar de fumar antes de engravidar, as mulheres obesas deveriam ser informadas quanto ao seu maior risco de ter DG e aconselhadas a emagrecer. Os resultados do presente estudo sugerem que uma redução de 1 kg/m2 está associada a uma diminuição de quase 1% na prevalência de DG. Portanto, mesmo um decréscimo modesto no IMC poderia, teoricamente, produzir uma redução significante na incidência de DG e 52 DISCUSSÃO consequentemente nos desfechos maternos e perinatais adversos decorrentes dessa doença. Essa intervenção poderia também produzir uma economia substancial nos gastos dos sistemas de saúde nos setores públicos e privados. 5.5 Implicações para Pesquisa São necessários mais estudos epidemiológicos sobre obesidade e DG para analisar as interações entre IMC pré-gravídico e ganho ponderal gestacional sobre o desenvolvimento do DG. Uma vez que o DG é uma doença multifatorial, seria interessante esclarecer de que forma outros fatores de risco tais como antecedente familiar, raça, paridade e idade interagem com a obesidade para aumentar o risco de DG. Uma maior compreensão do perfil de risco para DG permitirá oferecer uma assistência precoce e mais adequada para as mulheres de alto risco para esta doença. Também seriam oportunos estudos para avaliação e definição da melhor estratégia de rastreamento e diagnóstico de DG em mulheres obesas ou com sobrepeso. Especificamente, seria interessante descobrir qual estratégia seria mais efetiva, em termos de época (idade gestacional para o exame), tipo de teste (rastreamento primeiro ou teste diagnóstico para todas) e o número de testes (no 1º, 2º, e 3º trimestres) que ofereceriam a maior sensibilidade e especificidade no diagnóstico de DG para essas mulheres de alto risco. Finalmente, uma vez que a obesidade é um fator de risco modificável claramente associado ao DG, é necessário investigar a efetividade das diversas intervenções existentes para redução de peso entre mulheres em idade reprodutiva e seu impacto sobre as complicações da gestação. É importante enfatizar que a fase pré-gestacional e a própria gestação são oportunidades únicas para se iniciar programas de intervenção. Estudos sugerem que a abordagem da obesidade na fase pré-concepcional pode ser especialmente benéfica. (75) Alguns estudos relatam que a atividade física durante a gestação pode reduzir o risco de desenvolver DG em mulheres de alto risco (48;49), sugerindo mais uma área de interesse para futuras investigações. 53 6 CONCLUSÃO CONCLUSÃO Os resultados desta revisão sistemática indicam uma clara associação entre o IMC materno pré-gestacional ou no início da gestação e o risco de DG, começando com as categorias mais baixas de peso. O risco de desenvolver DG aumenta linearmente com o aumento do IMC. Para cada aumento de uma unidade no IMC, o risco de DG aumenta 0,92%. Esta informação pode ser útil para o aconselhamento de mulheres que planejam engravidar e pode auxiliar no desenvolvimento de estratégias mais efetivas de rastreamento do DG. 55 7 ANEXOS ANEXOS Anexo 1. Busca em anais de congressos internacionais 1997-2007. Anais de Congressos Internacionais de Endocrinologia: 1. XII Congresso Internacional de Endocrinologia, 2004, Lisboa, Portugal. 2. XI Congresso Internacional de Endocrinologia, 2000, Sidney, Austrália. Anais de Congressos Internacionais de Ginecologia e Obstetrícia: 1. XVIII Congresso Mundial da FIGO 2006, Kuala Lumpur, Malásia 2. XVII Congresso Mundial da FIGO 2003, Santiago, Chile 3. XVI Congresso Mundial da FIGO 2000, Washington, Estados Unidos 4. XV Congresso Mundial da FIGO 1997, Copenhagen, Dinamarca Anais de Congressos Internacionais de Obesidade: 1. 10º Congresso Internacional de Obesidade 2006, Sidney, Austrália 2. 9º Congresso Internacional de Obesidade 2002, São Paulo, Brasil 3. 8º Congresso Internacional de Obesidade 1998, Paris, França 57 ANEXOS Anexo 2. Formulário de Extração de Dados (traduzido) 1. Detalhes Administrativos Número de identificação:________, Ano do estudo:______ País/ local do estudo:______________________________ 2. Critérios de Exclusão: Não relacionado ao assunto: Não é original: duplicado / artigo de revisão: Não apresenta categorias de IMC/usa outra def.obesidade Rastreamento de DG baseado em fatores de risco Menos de 100 participantes: (N=____) Sem OR /RR e dados insuficientes para cálculo: Outros motivos (publicado < 1977, estudo animal, etc...)_____ 2.1 2.2 2.3 2.4 2.7 2.8 2.9 3. Características do estudo: 3.1 LOCAL onde estudo foi conduzido: Urbano / Rural / Misto / Não relatado Populacional / Hospital/ambulatório (1ario _/ 2ario_/ 3ario_/NI__) 3.2 FONTE DOS DADOS: a. diretamente de prontuários / dados clínicos coletados para o estudo / dado de cert. nascimento / dados do sistema de saúde b. banco de dados informatizado : municipal / estadual / regional / nacional outro, especificar_________________________________________ c. Informação quanto à fonte de dados não relatada 3.3 DESENHO DO ESTUDO: transversal / coorte / caso-controle / dúvida 3.3.1 Coorte:/ Transversal: Prospectivo / Retrospectivo / Não se aplica (transversal): Crit.INCLUSÃO;_________________________________________ Crit.EXCLUSÃO:________________________________________ Métodos de recrutamento: NI / Todas mulheres elegíveis / seleção aleatória Mulheres selecionadas especifique:___________________________ No participantes elegíveis: ____________ No incluídas no estudo: ____________ No analisado:____________ % de pactes que não terminaram a coorte _________________ Pactes incluídas diferiam significantemente das analisadas:S / N / SI 3.3.2 Caso-controle: No de casos:_____, No de controles_________ Crit. INCLUSÃO casos______________________________________ Crit. EXCLUSÃO casos______________________________________ Crit. INCLUSÃO controles_________________________________ Crit. EXCLUSÃO controles________________________________ Casos e controles selecionados da mesma população S / N / NI 58 ANEXOS Método(s) de selecionar casos: NI / Todas pac. elegíveis / seleção aleatória Pac. selecionadas especifique:_____________________________ Método(s) de selecionar controles: NI / Todas pac. elegíveis / seleção aleatória Pac. selecionadas especifique:_____________________________ % de casos incluídos na análise:___/ % ctrls incluídos na análise:__ Prevalência de DG na população geral:______/ NI Prevalência de DG na população selecionada para estudo:____________ 4. Características das PARTICIPANTES: Obesas/Diab. diferiam das Não-obesas/Não-diab.: SI/ N /S Diferenças: Relatada Significante (p< 0.05) idade ________________________________ raça ________________________________ etnia _________________________________ paridade _________________________________ educação _________________________________ occupação: _________________________________ nível soc-econ _________________________________ estado civil: _________________________________ outro:______________________________________________________ 5. Detalhes da exposição (OBESIDADE): 5.1 Altura era: relatada / medida no pré-natal 5.2 Peso pré-gestacional era: relatado / medido no pré-natal 5.3 IG quando foi pesada 1a vez :____(sem /meses)/ NI 5.4 Sem informações sobre como IMC foi obtido 6. Detalhes do desfecho (DG): 6.1 Todas pac fizeram teste diagn com___ sem,sem rastreamento prévio Pac fizeram teste diagn após rastreamento por teste sanguíneo o rastreamento usado: GLT 50g / cut-off :________mg/dL o outro teste rastreamento(especifique):________/ cut-off :______ o IG em que rastreamento foi feito:__________sem o Sem informação sobre rastreamento DG 6.2 Critério diagnostico para DG: referência citada (ref # ___) Critério:___________________________________cod. Sem informação sobre como DG foi diagnosticado 6.3 Informação sobre diagnóstico de DG veio de: prontuário / base de dados / relatado pela pac. * : (* por entrevista pessoal / entrevista telefônica /questionário postal ) No de Identificação:________, 7. Análise Obesa Sim Não DG Sim Não A B C D Em cada casela 59 ANEXOS Odds Ratio ou Risco Relativo BRUTO IMC 1 IMC 2 IMC 3 IMC 4 IMC 5 IMC 6 Nome limites: IMC 1 XXXXXXXX XXXXXXXX XXXXXXXX XXXXXXXX IMC 2 XXXXXXXX XXXXXXXX XXXXXXXX XXXXXXXX IMC 3 XXXXXXX XXXXXXX XXXXXXX XXXXXXX IMC 4 XXXXXXX XXXXXXX XXXXXXX XXXXXXX IMC 5 XXXXXX XXXXXX XXXXXX XXXXXX IMC 6 XXXXX XXXXX XXXXX 7.1 Categoria de referência usada pelo autor: IMC________ 7. Análise(cont’) Obesa Sim Não DG Sim Não A B C D Em cada casela 60 ANEXOS Odds Ratio ou Risco Relativo AJUSTADO IMC 1 IMC 2 IMC 3 IMC 4 IMC 5 IMC 6 Nome limites: IMC 1 IMC 2 IMC 3 IMC 4 IMC 5 IMC 6 XXXXXX XXXXXX XXXXXX XXXXXX XXXXXXXX XXXXXXXX XXXXXXXX XXXXXXXX XXXXXXX XXXXXXX XXXXXXX XXXXXXX XXXXXXX XXXXXXX XXXXXXX XXXXXXX XXXXXXX XXXXXXX XXXXXXX XXXXXXX XXXXXXX XXXXXXX XXXXXXX Fatores de confusão:_______________________________________________ Método estatístico usado para ajuste::___________________________________ 61 ANEXOS Anexo 3. Formulário de avaliação da qualidade do estudo (traduzido) 1. DESENHO DO ESTUDO Prospectivo Retrospectivo 2. PERDA DE FOLLOW UP <= 20% >20% ou sem informação 3. TAMANHO AMOSTRAL >=300 <300 4. SELEÇÃO DAS PARTICIPANTES Estudos coorte: A coorte é representativa da população geral de gestantes A coorte representa um grupo selecionado ou a seleção da coorte não é descrita Estudos tipo caso-controle: Casos e controles são provenientes da mesma população Casos e controles foram selecionados de fontes diferentes ou a seleção não é descrita 5. COMPARABILIDADA ENTRE OS GRUPOS Características basais (possíveis fatores de confusão) Estudos coorte: Não foram relatadas diferenças entre os grupos (idade, paridade, tabagismo, etc) Existiam diferenças entre os grupos porém foram ajustadas Não há informação quanto a existência de diferenças entre os grupos Existiam diferenças entre os grupos e não foram feitos ajustes Estudos tipo caso-controle Os controles foram selecionados da mesma população e independente da exposição Método de seleção dos controles não é claro ou não é relatado Controles foram selecionados de população distinta e/ou não-independente da exposição 6. EXPOSIÇÃO (IMC) a. Categorização do IMC: Foram usadas categorias padrão ou citada referência As categorias foram criadas pelos autores b. Fonte do IMC Medido na 1a consulta de pré-natal Relatado pela paciente Sem informação quanto à fonte do IMC 7. DESFECHO (DG) a. Diagnóstico de DG Definição clara ou com referência Sem informação ou definição confusa do critério diagnóstico para DG b. Fonte do diagnostico de DG: Coletada a partir dos prontuários ou colhida prospectivamente para o estudo A partir de CID ou de banco de dados criado a partir dos prontuários Relatado pela paciente (questionário) Sem informação quanto à fonte do diagnostico Nota 2 1 2 0 2 0 2 0 2 0 2 1 0 0 2 0 0 2 1 2 1 0 2 0 2 1 1 0 TOTAL ______________________________________________________________________________ IMC: Índice de Massa Corporal. DG: Diabetes Gestacional. CID: Código Internacional de Doenças. Nota de qualidade : Alta>14; Média= 11-14; Baixa <11 . (máximo= 18) 62 ANEXOS Anexo 4. Razões para excluir 171 estudos selecionados para leitura. MOTIVOS PARA EXCLUSÃO CITAÇÃO Alvarez 2005 Atalah 2004 Barau 2006 Begum 2002 Bell 1990 Bennett 1990 Berkowitz 1992 Berne 1985 Sem relação com o assunto Revisão, carta ou editorial Dados duplicados em outro estudo Uso de outras medidas de obesidade (não IMC) ou IMC obtido tardiamente na gestação Uso de rastreamento seletivo para DG Sem dados para cálculos de OR 1 1 1 1 1 1 1 1 63 ANEXOS Bo 2001 Bo 2003 Bo 2003a Branchtein 2000 Buhling 1988 Callaway 2006 Carr 2006 Catalano 1993 Caughey 2006 Chan 2005 Chen 2006 Clark 1997 Clausen 2005 Clausen 2006 Cleary 2005 Comtois 1993 Cundy 1993 Cundy 2000 Cynober 2004 Cypryk 2002 D'Anna 2006 Davey 2003 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 64 ANEXOS Deerochanawong 1996 Di Cianni 1996 Di Cianni 1997 Dietz 2005 Dixon 2005 Dobardzic 2000 Doherty2006 Dooley 1991 Dornhorst 1992 Dudhbhai 2006 Edwards 1978 Ehrenberg 2002 Ekoe 1996 Esparza 1989 Farhan 2006 Ferrara 2004 Festa 2001 Foster 1998 Fraser 2006 Fraser 2006a Freinkel 1985 Giampietro 1997 Glazer 2004 Goldman 1991 Granat 1979 Greco 1994 Grossetti 2004 Gruendhammer 2003 Hadaegh 2005 Hadden 1971 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 65 ANEXOS Hamon 2005 Hassan 2005 Hedderson 2003 Hirose 1997 Hogson 1986 Hohlweg 1975 Hollingsworth 1991 Homko 1995 Hughes 1997 Huidobro 2004 Hung 1993 Isaacs 1994 Jacobson 1989 Jang 1995 Jensen 2000 Jensen 2003 Jimenez-Moleon 2000 Jimenez-Moleon 2002 Jovanovic 2001 Kale 2004 Kale 2005 Kalits 1977 Kanagalingam 2005 Khine 1999 Kieffer 2006 Kieffer 2006a Kirshon 1990 Ko 1999 Ko 2000 Kritz-1994 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 66 ANEXOS Kvetny 1999 Langer 2005 Lao 2001 Lao 2001a Lao 2001b Lauenborg 2004 Leipold 2005 Leipold 2006 Leipold 2006a Lonero 1997 Lopez-1997 Lu 2001 Lucas 1993 Maghbouli 2005 Major 1998 Maresh 1989 Martinez-Frias 2005 Mazze 1992 McCance 1994 Mella 1990 Moses 1998 Murgia 2006 Musaiger 1998 Nankervis 2006 Napoli 2003 Nohr 2006 Noussitou 2005 Olah 1996 Pallardo 1990 Passini 1999 Pennison 2001 Persson 1970 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 67 ANEXOS Pimenta 1987 Prysak 1995 Raatikainen 2006 Ramsay 2004 Rao 2006 Rao 2006a Ray 2001 Ray 1996 Retnakaran 2003 Retnakaran 2006 Ricart 1999 Ricart 2005 Ricart 2006 Robinson 2005 Roseman 1991 Rosenberg 2003 Rosenberg 2005 Rutten 2000 Sacks 1987 Savona 2000 Serirat 1992 Seshiah 2004 Setji 2005 Shaat 2004 Siribaddana 1998 Sokup 2005 Steinhart 1997 Suhonen 1993 Sunehag 1991 Sunsaneevithayakul 2003 Tamez 1993 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 68 ANEXOS Tammaa 2001 Touzet 2002 Valat 1999 Valenti 2001 Villamor 2006 Volpe 1997 Wang 2000 Weijers 2002 Wen 2004 Wendland 2007 Wolfe 19991 Xiong 1001 Yang 2002 Yapa 2000 Yogev 2005 Yu 2006 Zhang 2006 Zhang 2006a TOTAL 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 59 13 5 53 26 15 69 ANEXOS Anexo 5. Qualidade (nota) dos 70 estudos incluídos 1 Categoria de qualidade Nota Desenho 2 3 Perda de Tamanho amostral seguimento 4 5 Seleção das participantes Comparabilidade entre os grupos 6a 6b 7a Exposição (IMC) Categorias 7b Desfecho (DG) Avaliação Diagnóstico Referência Prospectivo (2) <11 baixa 11-14 média Retrospectivo (1) >14 alta Abenhaim 2007 Aberg 2001 Abu Yaacob 2001 Baeten 2001 Baliutavieciene 2002 Beischer 1996 Benchimol 2006 Berkowitz 1992 Bianco 1998 Bowers 1999 Brennand 2005 média média baixa baixa alta baixa média média média média média 11 14 8 7 15 9 11 11 14 11 13 1 2 1 1 1 1 2 1 1 1 1 <=20% (2) >20% (0) >=300 (2) < 300 (0) Sem dados (0) 0 0 0 0 2 2 0 0 2 0 0 2 2 0 2 2 2 2 2 2 0 2 Representativa (2) Sem difças (2) Difças ajustadas (0) Grupo selecionado (0) Difças não ajustadas (0) Sem dados (0) Sem dados (0) 2 2 2 0 2 2 2 2 2 2 2 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Padrão (2) Medido (2) Criadas pelos autores (1) 2 2 1 2 2 2 2 2 2 2 2 Cita referência ou critério (2) Relatado (1) Sem dados (0) Confuso ou sem dados (0) 1 2 2 1 2 0 0 0 1 2 2 0 2 0 0 2 0 2 2 2 2 2 Fonte Prontuários ou dados colhidos prospectivament e para o estudo (2) CID ou banco de dados (1) Questionário respondido pela paciente (1) Sem dados(0) 1 2 2 1 2 0 1 2 2 2 2 70 ANEXOS Categoria de qualidade Referência Nota Desenho Prospectivo (2) <11 baixa 11-14 média Retrospectivo (1) >14 alta Perda de seguimento <=20% (2) >20% (0) Tamanho amostral Seleção dos participantes Comparabilidade entre os grupos Exposição (IMC) Categorias >=300 (2) < 300 (0) Sem dados (0) Representativa (2) Sem difças (2) Difças ajustadas (0) Grupo selecionado (0) Difças não ajustadas (0) Sem dados (0) Sem dados (0) Desfecho (DG) Avaliação Padrão (2) Medido (2) Criadas pelos autores (1) Diagnóstico Cita referência ou critério (2) Relatado (1) Sem dados (0) Confuso ou sem dados (0) 0 0 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 2 0 2 2 2 2 2 2 0 2 2 0 0 2 2 2 Fonte Prontuários ou dados colhidos prospectivament e para o estudo (2) CID ou banco de dados (1) Questionário respondido pela paciente (1) Sem dados(0) Caliskan 2004 Corrado 1999 Cyprik 2005 Davey 2001 Dempsey 2004 Di Cianni 2003 Dokras 2006 Ducarme 2007 Dyck 2002 Dye 1997 Edwards 1996 Ehrenberg 2004 Erem 2002 Etchegoyen 2001 média média baixa baixa média média média média média média média média média baixa 14 12 10 10 12 12 13 13 13 12 12 14 13 9 2 2 1 1 1 1 2 1 2 1 1 1 2 1 2 2 0 0 0 0 2 2 0 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 0 0 2 2 0 2 2 2 2 2 2 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 1 2 2 0 2 2 2 2 1 1 2 2 2 2 0 0 71 ANEXOS Categoria de qualidade Referência Nota Desenho Prospectivo (2) <11 baixa 11-14 média Retrospectivo (1) >14 alta Perda de seguimento <=20% (2) >20% (0) Tamanho amostral Seleção dos participantes Comparabilidade entre os grupos Exposição (IMC) Categorias >=300 (2) < 300 (0) Sem dados (0) Representativa (2) Sem difças (2) Difças ajustadas (0) Grupo selecionado (0) Difças não ajustadas (0) Sem dados (0) Sem dados (0) Desfecho (DG) Avaliação Padrão (2) Medido (2) Criadas pelos autores (1) Diagnóstico Cita referência ou critério (2) Prontuários ou dados colhidos prospectivament e para o estudo (2) CID ou banco de dados (1) Relatado (1) Sem dados (0) Fonte Confuso ou sem dados (0) Questionário respondido pela paciente (1) Sem dados(0) Galtier-Dereure 1995 Harris 1997 Harver 2003 Hedderson 2007 Hod 1996 Innes 2002 Jang 1998 Jimenez 2002 Kabiru 2004 Keshavarz 2005 Kieffer 2001 Kim 2005 baixa alta média média média baixa alta média média média alta alta 9 15 11 11 13 10 15 12 12 14 15 15 1 1 1 1 1 1 2 1 2 2 2 2 2 2 2 0 2 2 2 2 0 2 2 2 0 2 0 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 0 2 2 2 2 2 2 0 0 2 0 0 0 0 0 2 0 0 0 2 2 2 2 2 1 2 2 2 2 2 2 0 2 0 1 0 1 1 0 2 0 1 1 2 2 2 2 2 2 2 2 0 2 2 2 0 2 0 1 2 1 2 1 0 2 2 2 72 ANEXOS Categoria de qualidade Nota Desenho Perda de Tamanho amostral seguimento Seleção dos participantes Comparabilidade entre os grupos Exposição (IMC) Categorias Desfecho (DG) Avaliação Diagnóstico Referência Prospectivo (2) <11 baixa 11-14 média Retrospectivo (1) >14 alta Kumari 2001 Le Thai 1992 Mami 2000 Mello 1997 Michlin 2000 Moses1995 Murakami 2005 Murakami 2007 ** Naylor 1997 Nucci Ogunyemi 1998 Ouyang 2003 Ostlund 2003 Pathi 2006 Piva 1997 Ramos 2005 Rode 2005 média média média alta média alta média alta alta alta média média média média média alta alta 14 12 13 15 13 15 14 16 15 15 13 11 12 13 13 15 15 1 1 1 2 1 2 1 2 2 2 2 1 2 1 2 1 2 <=20% (2) >20% (0) >=300 (2) < 300 (0) Sem dados (0) 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 0 0 2 2 2 2 2 0 0 2 2 2 2 2 2 2 2 0 2 0 2 2 2 Representativa (2) Sem difças (2) Difças ajustadas (0) Grupo selecionado (0) Difças não ajustadas (0) Sem dados (0) Sem dados (0) 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 Padrão (2) Medido (2) Criadas pelos autores (1) Relatado (1) Sem dados (0) 1 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 1 2 2 Cita referência ou critério (2) 2 1 2 1 0 1 1 2 1 1 1 2 0 2 0 2 1 Confuso ou sem dados (0) 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 0 2 2 0 2 2 2 Fonte Prontuários ou dados colhidos prospectivament e para o estudo (2) CID ou banco de dados (1) Questionário respondido pela paciente (1) Sem dados(0) 0 2 2 2 0 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 73 ANEXOS Categoria de qualidade Nota Desenho Perda de seguimento Tamanho amostral Seleção dos participantes Comparabilidade entre os grupos Exposição (IMC) Categorias Desfecho (DG) Avaliação Diagnóstico Referência Prospectivo (2) <11 baixa 11-14 média Retrospectivo (1) >14 alta <=20% (2) >20% (0) >=300 (2) Representativa (2) Sem difças (2) Padrão (2) Medido (2) Difças ajustadas (0) < 300 (0) Sem dados (0) Grupo selecionado (0) Difças não ajustadas (0) Criadas pelos autores (1) Sem dados (0) Cita referência ou critério (2) Fonte Prontuários ou dados colhidos prospectivam ente para o estudo (2) CID ou banco de dados (1) Relatado (1) Sem dados (0) Confuso ou sem dados (0) Sem dados (0) Questionário respondido pela paciente (1) Rodrigues 1999 baixa 10 1 0 0 2 0 2 2 2 Sem dados(0) 1 Romero-Gutierrez,2006 baixa 6 1 0 2 0 0 2 1 0 0 Roopnarinesingh 1999 média 11 2 2 0 2 2 1 2 0 0 Rudra 2007 média 13 2 0 2 2 0 2 1 2 2 Salcedo 2003 alta 15 2 2 2 2 0 2 1 2 2 Saldana 2006 média 13 2 0 2 2 0 2 1 2 2 Sebire 1383 2001 média 13 1 2 2 2 0 2 2 0 2 Sebire 1384 2001 média 13 1 2 2 2 0 2 2 0 2 Shi 2003 baixa 10 1 2 2 0 0 1 0 2 2 Solom on 1997 média 12 2 2 2 2 0 2 1 0 1 Steinfeld 2000 média 13 1 2 2 2 0 2 0 2 2 Sukalich 2006 baixa 9 1 2 2 0 0 2 1 0 1 Wagaarachchi 2001 média 12 2 2 2 2 0 2 0 2 0 Weiss 2004 média 11 2 2 2 2 0 2 1 0 0 Wysocki 1997 baixa 8 1 0 2 0 0 2 1 2 0 Zargar 2004 alta 16 2 2 2 2 0 2 2 2 2 DG: diabetes gestacional, Difças: diferenças, IMC: índice de massa corporal 74 ANEXOS Anexo 6. Aprovação do Comitê de Ética 75 76 8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Siega-Riz AM, Laraia B. The implications of maternal overweight and obesity on the course of pregnancy and birth outcomes. Matern Child Health J 2006 Sep;10(5 Suppl):S153-S156. 2. WHO/NVT/NCD/98.1. Obesity:Preventing and managing the global Epidemic. Report of a WHO consultation on obesity. 1997 May 3. 3. IBGE-Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa de Orçamentos Familiares - POF 2002-2003. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 2004 December 16 [cited 2009 Jan 28];Available from: URL: http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_no ticia=278 4. Kjos SL, Buchanan TA. Gestational diabetes mellitus. N Engl J Med 1999 Dec 2;341(23):1749-56. 5. Ferrara A. Increasing prevalence of gestational diabetes mellitus: a public health perspective. Diabetes Care 2007 Jul;30 Suppl 2:S141-S146. 6. Silverman BL, Rizzo TA, Cho NH, Metzger BE. 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Compared to women with a normal BMI, the unadjusted pooled OR of an underweight woman developing GDM was 0.75 (95% CI 0.69 to 0.82). The OR for women with overweight, class I and class II to III obesity were 1.97 (95% CI 1.77 to 2.19), 3.01 (95% CI 2.34 to 3.87) and 5.55 (95% CI 4.27 to 7.21), respectively. For every 1 kg/m2 increase in BMI, the prevalence of GDM increased by 0.92% (95% CI 0.73 to 1.10). Conclusions: The risk of GDM is directly associated with pre-pregnancy BMI. This information is important when counseling women planning a pregnancy. Key words: 1. Body mass index. 2. Gestational diabetes. 3. Systematic review. 4. Metanalysis. 89 Artigo Publicado 90 91 92 93