FACULDADES INTEGRADAS IPIRANGA
CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM PEDAGOGIA
MARIA JOSÉ NUNES PENA
SUANY SANTOS MIRANDA
THIAGO DOS REIS DAS NEVES
O PROFESSOR NO CONTEXTO DA SOCIEDADE GLOBALIZADA: REFLEXÕES A
RESPEITO DA PROFISSÃO
BELÉM
2013
MARIA JOSÉ NUNES PENA
SUANY SANTOS MIRANDA
THIAGO DOS REIS DAS NEVES
O PROFESSOR NO CONTEXTO DA SOCIEDADE GLOBALIZADA: REFLEXÕES A
RESPEITO DA PROFISSÃO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado às
Faculdades Integradas Ipiranga como requisito
obrigatório para obtenção de grau em Licenciatura em
Pedagogia.
Orientador: Prof. Me. Marcelo Augusto Vilaça de Lima
BELÉM
2013
MARIA JOSÉ NUNES PENA
SUANY SANTOS MIRANDA
THIAGO DOS REIS DAS NEVES
O PROFESSOR NO CONTEXTO DA SOCIEDADE GLOBALIZADA: REFLEXÕES A
RESPEITO DA PROFISSÃO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado às
Faculdades Integradas Ipiranga como requisito
obrigatório para obtenção de grau em Licenciatura em
Pedagogia.
Data:____/_____/________
Maria José Nunes Pena:________
Suany Santos Miranda:_________
Thiago dos Reis das Neves:_________
Banca Examinadora:
______________________________________
Orientador: Prof. Me Marcelo Vilaça
______________________________________
Prof. Me.Creusa Barbosa dos Santos
______________________________________
Prof. Me. Ari Wilson Santos
Dedicamos esse trabalho ao nosso Professor
e Orientador Me. Marcelo Vilaça deixando
aqui o nosso muito obrigado.
AGRADECIMENTOS
A Deus, que nos fortaleceu, nos encorajou para continuarmos até o fim do curso.
A nossa família por acreditar em nós, e nos dar segurança e certeza que não estávamos
sozinhos nessa caminhada.
Aos professores de todos os semestres que nos ensinaram a construir uma escada de
conhecimentos e a cada degrau, mediando, estimulando até chegarmos ao final.
A nossa equipe do TCC, Maria José, Thiago Neves e Suany Miranda, que aprendemos e
crescemos juntos concordando ou discordando, porém, com o objetivo de chegar ao alvo,
que é o conhecimento.
Ao nosso Orientador, Professor e Mestre Marcelo Vilaça, que com muito carinho e paciência
nos orientou. Porém, todas as vezes que precisamos refazer o nosso trabalho, crescíamos
um pouco mais.
“Ninguém ignora tudo. Ninguém sabe tudo.
Todos nós sabemos alguma coisa. Todos nós
ignoramos
alguma
aprendemos sempre.”
( Paulo Freire.)
coisa.
por
isso
RESUMO
Esta pesquisa tem o objetivo de abordar o tema: O professor no contexto da sociedade
globalizada, para entender as mudanças ocorridas na profissão como educador. Utilizou-se
como proposta metodológica uma pesquisa bibliográfica com base nos autores: Freire
(2002), Libâneo (2007) e Perrenoud (2000), que sustentaram o entendimento dos eixos
trabalhados nos recursos e discussões. Verificou-se que a educação tradicional ainda é
visível no século XXI no que diz respeito à ministração das aulas, pois muito professores
ainda usam métodos antigos que dificultam o processo de aprendizagem. Com a
globalização, percebe-se o investimento em metodologias, treinamentos, formação
continuada, pois estes mecanismos dão suporte ao professor e com isso entende-se, que as
mudanças serão realidade quando os processos educacionais funcionarem na prática. O
professor faz parte dessa sociedade globalizada e mesmo com todas as transformações
ainda é importante na sala de aula como mediador, construtor e facilitador do conhecimento
do aluno. Conclui-se, que com os avanços tecnológicos, faz-se necessário que as estruturas
governamentais, políticas, econômicas e sociais compartilhem do desenvolvimento escolar e
valorização do educador para continuar a transformação da educação por meio de
investimentos. Enquanto a educação não for prioridade e o profissional docente não
valorizado, não haverá progresso. E a meta para uma educação de qualidade nunca será
alcançada.
Palavras- chaves: Globalização, Profissão Professor, Mudanças.
ABSTRACT
This research aims to address the issue: The teacher in the context of a globalized society,
to understand the changes in the profession as an educator. Was used as a methodological
proposal a literature search based on authors: Freire (2002), Libâneo (2007) and Perrenoud
(2000), argued that the understanding of the axes worked on resources and discussions. It
was found that traditional education is still visible in the XXI century with regard to the
administration of the school, because teachers are still using very old methods that hinder
the learning process. With globalization, it is perceived investment in methodologies, training,
continuing education, as these mechanisms support the teacher and this means that the
changes will be true when educational processes work in practice. The teacher is part of this
global society and even with all the changes is still important in the classroom as a mediator,
builder and facilitator of student's knowledge. It follows that with technological advances, it is
necessary that the governmental structures, political, economic and social development and
school share valuation of the educator to continue the transformation of education through
investments. While education is not a priority and the teaching profession is not valued, there
will be no progress. And the goal for quality education will never be achieved.
KEYWORDS: Globalization, Profession, Changes.
SUMÁRIO
1
INTRODUÇÃO.......................................................................................................... 9
2
REFERENCIAL TEÓRICO.......................................................................................
12
2.1
HISTÓRICO DA FORMAÇÃO DO PROFESSOR NO BRASIL................................
12
2.2
A IMPORTÂNCIA DA PROFISSÃO DO EDUCADOR PARA SOCIEDADE............. 18
2.3
QUAIS OS DIREITOS LEGAIS DO PROFESSOR................................................... 20
2.4
O PROFESSOR NO COTIDIANO ESCOLAR..........................................................
21
2.5 OS DESAFIOS DO PROFESSOR NO SÉCULO XXI............................................... 23
3
METODOLOGIA.......................................................................................................
25
4
RESULTADOS E DISCUSSÃO...............................................................................
26
4.1
AS COMPETÊNCIAS E HABILIDADES DA DOCÊNCIA.........................................
26
4.2
O PROFESSOR TRADICIONAL VERSUS O PROFESSOR GLOBALIZADO.........
28
4.3
A FORMAÇÃO EM QUESTÃO.................................................................................
30
5
CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................................
32
REFERÊNCIAS........................................................................................................
34
9
1. INTRODUÇÃO
É de fundamental importância as transformações que tem ocorrido na sociedade, pois
se percebe claramente nos movimentos de mudanças, que a tecnologia é um meio pelo qual
a educação está envolvida, nesse contexto o saber que é o fenômeno do ensino e o
desenvolvimento da sociedade é que, qualquer movimento seja ele político, social e
econômico, alcança a educação.
Com as mudanças ocorridas a sociedade também sofre as influências e com isso
interfere na prática docente e torna-se exigente a formação do professor, por isso ele
necessita ser reflexivo, critico no seu processo de formação.
A partir das mudanças da sociedade o professor busca se qualificar e se adaptar a
nova realidade da educação e torna-se um mediador do conhecimento para formar cidadãos
críticos.
A presente pesquisa objetivou investigar as mudanças que ocorreram no trabalho do
professor no contexto da sociedade globalizada, no qual buscou-se
realçar as
competências e habilidades que os professores assumiram na educação pós-moderna.
Acredita-se que esta pesquisa colabora com a discussão do profissional docente
como um dos principais agentes do processo educativo e que tem causado impactos de
transformação tanto em âmbito educacional, quanto social e econômico, o que leva a
reflexão, principalmente pelo professor, a respeito de sua atuação em sala de aula, o que
contribuiu também para que esse profissional entendesse que o seu espaço de trabalho é
lugar tanto de formação quanto de reconstrução das práticas profissionais.
A realidade escolar atual obrigou a sociedade a refletir a respeito das teorias e
métodos usados por elas que foram fundamentados nas instituições e por profissionais da
educação e dessa maneira considera-se que a educação prepara o indivíduo para viver em
sociedade.
Nesse contexto, se fez necessário a discussão de um novo modelo de educação que
viesse a valorizar o aluno como cidadão atuante e transformador da sociedade e quanto ao
professor, não mais como o único detentor do saber, porém como mediador desse processo
de mudanças, no qual buscou-se uma troca de conhecimentos entre aluno e professor,
visto que ambos fossem sujeitos ativos na construção de conhecimentos.
A sociedade sempre esteve na expectativa de que a visão do educador trouxesse
respostas à situação crítica que ainda permeia a educação, e o olhar voltado para a
participação do professor com suas competências, incentivou a investigação com a
problemática de quais as mudanças que ocorreram no trabalho do professor no contexto da
sociedade globalizada.
10
Segundo Libâneo (2007), o educador precisa ter um olhar ampliado, valorizar sua
profissão para reconquistar a credibilidade. O mundo globalizado, no século XXI, exige que
o profissional da educação tenha qualificação para atender as necessidades da sociedade,
pois o professor deve ser um profissional capacitado, comprometido com o fazer pedagógico
e que desenvolva um ensino de qualidade de maneira diversificada.
Segundo Bozza (2009), existem várias razões que determinam para que a educação
brasileira não mude, no qual decorrem de má remuneração ao professor, a deficiência das
políticas pública, o descaso do governo no investimento, a falta de acompanhamento dos
pais que transferem a responsabilidade total de educar para escola. Esses fatores retardam
um crescimento educacional de qualidade no Brasil.
De acordo com Schurt (2009), existem professores que possuem talento para ensinar,
mas não são compromissados com sua profissão nem com seus alunos. São profissionais
mecânicos e que perderam o interesse de ensinar. Dessa forma a sociedade continua a
sofrer consequências, uma vez que muitos profissionais da educação por serem mal
remunerados e trabalharem exacerbadamente, sem o reconhecimento dos sistemas
educativos, sentem-se desestimulados.
A desvalorização do professor impede o crescimento de uma educação qualificada no
Brasil. Segundo Perrenoud (2000), é necessário ter uma visão de mundo, não memorizar,
mas vivenciar por meio da prática e enfrentar a realidade com clareza, ter reestruturado seu
conhecimento por meio da formação continuada, pois o professor que apenas ministra um
conteúdo, não está inserido neste processo de globalização que exige do profissional, que
ele seja habilitado, pesquisador, que instigue o aluno e leve-o a refletir a sua realidade por
meio desse conhecimento.
Mesmo com algumas mudanças ocorridas na educação atual, percebe-se ainda
resquícios da educação tradicional no que diz respeito aos métodos de ensino. Era comum
as aulas ministradas pelos professores serem expositivas, que não exigiam dos mesmos um
conhecimento mais aprofundado, pois não havia uma preocupação de formar cidadãos
críticos, mas apenas profissionais para exercerem uma determinada profissão. No método
tradicional, o aluno não era considerado um sujeito importante no processo de
aprendizagem, pois acreditava-se que o professor era o dono do saber, o que detinha todo o
conhecimento.
Com o advento da globalização, entra em cena a educação atual e exige-se que o
professor assuma uma nova postura no que tange a construção do saber, do fazer
pedagógico para formar cidadãos críticos e reflexivos que estejam preparados e capacitados
para atuarem em uma sociedade que vive constantes transformações. Para que o
profissional docente permaneça inserido no contexto desta sociedade globalizada é
11
necessário que ele se qualifique, estude sempre e não se estagne em seus métodos de
ensino.
Esta pesquisa contribui de forma satisfatória e faz-se refletir o cotidiano do professor
que trabalha na formação de cidadãos. Como profissionais da educação, cria-se
expectativas em conhecer a docência em sua essência, para que dessa forma construa-se
educadores comprometidos com os saberes e fazeres pedagógicos.
12
2. REFERENCIAL TEÓRICO
Este capítulo tratará a respeito do Histórico da Formação do Professor no Brasil, a
trajetória da educação ao longo dos tempos e suas transformações em cada década.
Percebe-se que as transformações na área educacional e nas práticas docentes em todo
esse tempo contribuíram de forma positiva e negativa na construção do saber e deixou
marcas que refletem na sociedade do século XXI.
2.1. HISTÓRICO DA FORMAÇÃO DO PROFESSOR NO BRASIL
A história da educação no Brasil inicia-se com a vinda dos padres Jesuítas no ano de
1549. Estes homens eram integrantes da ordem religiosa católica Companhia de Jesus e
tinham como objetivo propagar a fé católica por todo o mundo. A chegada deles ao Brasil foi
com o intuito de catequizar os índios que habitavam no território colonial e também
submetê-los a rotinas de trabalho no desenvolvimento de atividades agrícolas.
Os padres jesuítas fundaram as primeiras escolas de ensino do Brasil Colonial e a
Igreja católica controlava fortemente o acesso ao conhecimento naquela época. As escolas
eram obrigadas a seguir um conteúdo de ensino estabelecido de normas meramente
burocráticas e não poderiam esquivar-se disso. Além disso, os alunos estudavam apenas
para exercerem uma profissão. Os padres adotavam um método de ensino tradicional e
marcado pela rigidez, autoritarismo e métodos grotescos de ensino eram aplicados, como:
chibatadas, palmatórias e se o indígena não aprendesse da forma como o professor queria,
esse era amarrado no tronco. (Jordão, 2002).
Assim, durante os 210 anos em que permaneceram no Brasil, os jesuítas exerceram
uma poderosa influência que se registrou na formação da sociedade brasileira e se
constituíram nos principais, senão os únicos, mentores intelectuais e espirituais da
colônia. Apresentando um ensino medido, dosado – mas nitidamente abstrato,
dogmático, memorístico, repetitivo, livresco e verbalista – exerceram papel
conservador, tornando a cultura “sem pensamento e sem substância”. (Ferreira,
2000; Ribeiro, 1995).
Os jesuítas vieram trazer ao Brasil a moral, seus costumes e a religiosidade da
Europa como também seus métodos pedagógicos. Além de ensinar, os jesuítas pretendiam
converter os índios a fé católica e perceberam que isso não poderia acontecer sem que eles
aprendessem a ler e escrever, pois a real intenção dos padres era transformar os índios em
fiéis seguidores de seus costumes e doutrinas. Existia muita discriminação em relação aos
13
índios, pois acreditava-se que eles não possuíam inteligência fértil como os filhos dos
portugueses que residiam naquele tempo no Brasil.
Em sua função colonizadora e civilizadora por excelência das crianças indígenas, a
Companhia de Jesus fazia a “defesa intransigentemente tradicionalista da
transmissão oral das duas fontes da Revelação, a tradição e as Escrituras”
(HANSEN, 2000, p. 21).
O modelo de ensino Jesuítico perdurou durante duzentos e dez anos, de 1549 a
1759, quando os padres jesuítas foram expulsos do Brasil por Marquês de Pombal. Com
este rompimento, pouco se restou do método de ensino dos jesuítas.
O motivo da expulsão dos jesuítas por Marquês de Pombal deu-se devido aos
diferentes interesses que não eram compatíveis aos da Corte, pois as escolas da
Companhia de Jesus tinham por objetivo servir a Igreja, a fé. Em contrapartida, Marquês de
Pombal queria organizar a escola para que servisse aos interesses do Estado, pois seu
objetivo era tirar Portugal da decadência que se encontrava.
Em 28 de junho de 1759, Pombal criou as aulas régias de Latim, Grego e Retórica e
cada aula régia era autônoma, com um único professor e as aulas eram isoladas, sem
interligarem-se. Baseado no Iluminismo, Pombal cria uma profunda reforma educacional e a
metodologia eclesiástica dos jesuítas é substituída pelo pensamento pedagógico da escola
pública e laica. Surge, então, o espírito moderno:
[...] marcando o divisor das águas entre a pedagogia jesuítica e a orientação nova
dos modeladores dos estatutos pombalinos de 1772, já aparecem indícios claros da
época que se deve abrir no século XIX e em que se defrontam essas duas
tendências principais. Em lugar de um sistema único de ensino, a dualidade de
escolas, umas leigas, outras confessionais, regidas todas, porém, pelos mesmos
princípios; em lugar de um ensino puramente literário, clássico, o desenvolvimento
do ensino científico que começa a fazer lentamente seus progressos ao lado da
educação literária, preponderante em todas as escolas; em lugar da exclusividade
de ensino de latim e do português, a penetração progressiva das línguas vivas e
literaturas modernas (francesa e inglesa); e, afinal, a ramificação de tendências que,
se não chegam a determinar a ruptura de unidade de pensamento, abrem o campo
aos primeiros choques entre as idéias antigas, corporificadas no ensino jesuítico, e a
nova corrente de pensamento pedagógico, influenciada pelas idéias dos
enciclopedistas franceses, vitoriosos, depois de 1789, na obra escolar da Revolução.
(AZEVEDO, 1976, p. 56)
Mesmo que o modelo de ensino dos jesuítas tenha sido necessário para o processo
de colonização do Brasil, já não conseguia atender aos interesses dos Estados Modernos
em formação. Por isso, os Estados Modernos passam a controlar a Educação. Com o início
desse momento histórico, o modelo de ensino jesuítico se torna ineficaz e não mais atender
às exigências de uma sociedade em transformação.
Segundo Almeida (2000), as reformas feitas por Marquês de Pombal pretendiam
transformar Portugal em uma metrópole capitalista e também transformar o Brasil em uma
colônia. A intenção de Pombal era criar várias escolas e reformar as que já existiam e
também utilizar-se da instrução pública como instrumento ideológico, com o real intuito de
dominar a sociedade ignorante. Segundo Ribeiro (1998), Pombal não conseguiu concretizar
14
esses objetivos, pois havia uma enorme carência de professores capacitados para
ensinarem.
A educação, no Brasil, estagnou-se naquele tempo devido a falta de preparo dos
professores para a função, pois os mesmos eram improvisados e mal remunerados. Eram
eleitos por alguma indicação e possuíam autonomia para ministrarem suas aulas. No início
do século XIX, a educação brasileira estava precária, pois com o término do modelo de
ensino jesuítico, Pombal não conseguiu que o novo modelo de educação tivesse êxito e que
pudesse se sobrepor aos dos jesuítas e assim dar continuidade a um trabalho de educação.
[...] a instrução pública em Portugal e nas colônias, foi duramente atingida.
Desapareceram os colégios mantidos pela Companhia de Jesus que constituíam
então os principais centros de ensino. Urgia, portanto, a adoção de providências
capazes de, pelo menos, atenuar os inconvenientes da situação criada com as
drásticas medidas administrativas de Sebastião de Carvalho e Melo. O terreno para
a implantação de novas ideias pedagógicas, entretanto, já havia sido preparado,
com vária sorte, pelos esforços isolados de alguns homens de ciência e de
pensamento, entre os quais figuravam o singular Luís Antônio Verney e os padres
da Congregação do Oratório de São Felipe Néri. (HOLANDA,1989, p. 80)
O método de ensino pombalino foi bastante desastroso para a Educação no Brasil.
Com a intenção de reformar, conseguiu destruir um sistema de ensino que estava
consolidado e que obtinha resultados, ainda que fossem contestáveis e tradicionais, que era
o modelo de ensino jesuítico.
Com a chegada da família real, em 1808, o modelo de ensino pombalino chega ao
fim e inicia-se o período Joanino. Na mesma época, João VI abriu as Escolas de Direito e
Medicina, Academias Militares e a Biblioteca Real, mas a educação continuou a ter pouca
relevância. Em 1822, D. João VI volta para Portugal e no ano seguinte, é proclamada a
Independência do Brasil por seu filho, D. Pedro I. Em 1824 é constituída a Lei Magna que
afirmava que “a instrução primária era gratuita à todos os cidadãos.
Luiz Antônio Cunha (1986, p. 67) ao analisar o ensino superior no Império (1822 a
1889), observou que em 1808 emergia o Estado Nacional e houve necessidade de
se mudar o ensino superior que vinha do período colonial. Criaram-se “cursos e
academias destinados a formar burocratas para o Estado e especialistas na
produção de bens simbólicos, como subproduto, formar profissionais liberais.“
A falta de professores era muito grande naquele período e para sanar esta carência,
cria-se o Método Lancaster ou Método de Ensino Mútuo. Esse método treinava um aluno
para que este ministrasse aulas para dez alunos sobre a vigilância de alguém que
inspecionasse. E tinha também como objetivo de disciplinar e inserir as pessoas no mercado
de trabalho que necessitava de operários disciplinados.
No ano de 1834, foi fundado o Ato Adicional à Constituição que declarava que as
províncias passariam a ser responsáveis pelo ensino primário e o secundário. Com esse Ato
Adicional à Constituição, surge a primeira Escola Normal no Brasil. A intenção era alcançar
15
bons resultados, mas o objetivo foi pouco alcançado. Assim, mais uma vez, a educação se
perdeu.
Até 1889, pouco foi feito de eficaz pela educação. Nesse mesmo ano, foi adotado o
modelo político americano que com a Reforma de Benjamim Constant baseava-se na
liberdade e laicividade do ensino e na Escola Primária gratuita. Esta reforma tinha o objetivo
de formar os alunos para os cursos superiores e também pretendia substituir a
predominância literária pela científica. Foi uma Reforma muito criticada, pois não respeitava
os princípios pedagógicos de Comte, pois defendia-se a predominância literária, mas foi
acrescentado matérias tradicionais às científicas e o ensino torna-se enciclopédico.
“O ensino superior atual nasceu, assim, junto com o Estado Nacional, gerado por ele
e para cumprir, predominantemente, as funções próprias deste”. Introduziram-se
modificações, com D. João VI passamos à secularização com ensino público. Em
Portugal, até a época de Pombal, e no Brasil, até a vinda da corte, o ensino era
público e religioso. (CUNHA, 1986, p.79).
Em 1911, com a Reforma Rivadávia Correa, pretendeu-se que o curso secundário
formasse o cidadão e não apenas levar este cidadão a um nível de formação acima. Esta
Reforma abolia o diploma pela troca do certificado de aproveitamento e essas mudanças
foram desastrosas para a educação que continuou com poucos avanços.
Com o fim do período da Primeira Repúbica, 1930, inicia-se o período da Segunda
República. Este período foi um marco para o Brasil, pois o país entrou para o mundo
capitalista de produção e passou a investir no mercado interno e produção industrial. Com
um mundo capitalista, exigia-se que a mão de obra fosse mais qualificada e fazia-se
necessário investir na educação.
No ano de 1932, inicia-se o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova com
proposta de reformulação da política educacional. Em 1934, a nova constituição da Segunda
República, dizia pela primeira vez, que a educação seria um direito de todo cidadão. Em
1937, acontece uma nova ruptura. O período do Estado Novo explicita a preparação de um
maior número de mão-de-obra para serem realizadas no mercado, pois o mundo estava
cada vez mais capitalista e as pessoas recebiam um ensino pré-vocacional e profissional
que visava atender apenas o lucro e não a formação de cidadãos.
A Nova Constituição diz que o ensino de trabalhos manuais normais, primárias e
secundárias é obrigatório. As discussões por meio da educação entraram em um período de
espera, pois não era a preocupação maior.
No ano de 1942, algumas áreas do ensino são renovadas e criam-se as Leis
Orgânicas do Ensino que são compostas por decretos que acreditavam no Serviço Nacional
de Aprendizagem Industrial, o SENAI, que valorizava o ensino profissionalizante.
O ensino, naquele tempo, foi composto por cinco anos de curso primário, quatro de
ginásio e três de colegial. O ensino colegial não preparava mais o aluno para o ensino
16
superior, mais se preocupava apenas com a formação geral do aluno. Ficava bastante claro
que a educação era apenas para formar profissionais para atuarem no mercado de trabalho.
Em 1946, com o fim do Estado Novo, inicia-se o período da Nova República. Uma
nova constituição de cunho liberal e democrático. No que diz respeito a educação, a nova
constituição resgata o lema Educação é direito de todos, que foi inspirada pelo Manifesto
dos Pioneiros da Nova Educação. O Ministro Clemente Mariani, baseado na Carta Magna
de 1946, tem como objetivo reformar a educação brasileira. Foi-se discutido que a educação
é responsabilidade do estado. É organizado três comissões: uma para o Ensino Primário,
outra para o Ensino Médio e outra para o Superior. Em 1948, este projeto é encaminhado
para a Câmara Federal é começa uma luta em favor das propostas apresentadas.
Outras iniciativas em relação a educação foram feitas, como o Centro Popular de
Educação, na Bahia, em 1942, criado por Anísio Teixeira. Também é realizada uma
campanha de alfabetização com o objetivo de alfabetizar em quarenta horas, adultos não
alfabetizados, criada pelo educador Paulo Freire, em 1961. E no ano de 1962, é criado pelo
Ministério da Educação e Cultura, o Plano Nacional de Educação e o Programa Nacional de
Alfabetização, programas baseados no método de Paulo Freire. A educação, naquela
época, começou a ter mais relevância e uma preocupação em formar cidadãos.
Um golpe militar, no ano de 1964, acaba com todas as esperanças de se fazer uma
educação mais qualificada e democrática. Acontece outra ruptura e o Período Militar entra
em cena. Naquela época, muitos professores foram presos e perderam seus empregos,
universidades eram bruscamente invadidas, estudantes eram presos e feridos nos
confrontos com os militares. A liberdade de expressão foi totalmente banida e no que diz
respeito a educação, os militares tomavam conta. Os professores ensinavam o que era
imposto pelo regime.
... Procurou-se evidenciar que a política do governo militar empenhou-se na
destruição cultural das forças que poderiam resistir à barbárie. Ao se impor pela
força, adotando um modelo consequente e coerente com a Doutrina de Segurança
Nacional, a ditadura mostrou a sua verdadeira natureza em termos culturais. E
cumpriu a ‘profecia’ do comandante da invasão da UnB, coronel Darci Lázaro: ‘Se
essa história de cultura vai nos atrapalhar a endireitar o Brasil, vamos acabar com a
cultura durante trinta anos’. (CHIAVENATO, 2004, p.149).
A ideologia de governo do Regime militar era anti-democrático. Foi um período muito
tenso para a Educação no Brasil. Toda expressão popular que fosse contrária aos
interesses do governo era severamente punida por meio da violência física e em muitos
casos com a morte.
Devido aos abusos desta época, é criada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional, no ano de 1971. Esta lei tinha como objetivo a formação educacional
profissionalizante.
17
No século XXI, a educação começa a vivenciar mudanças, pois a nova (LDBEN) Lei
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, veio contribuir para que essas transformações
na educação sejam mais eficazes e surtam efeitos positivos no que diz respeito à formação
do professor. Antes, quem tivesse o curso de magistério, poderia assim, lecionar dos anos
iniciais até ao quinto ano do ensino fundamental e o magistério era visto apenas como um
curso feminino.
Com as alterações ocorridas na lei, os professores são obrigados a terem uma
formação a nível superior para que possam exercer sua profissão de forma qualificada. Pois
o mesmo, diante das mudanças que têm ocorrido na educação, continua a ser o foco da
sociedade, pois todas as áreas de conhecimento tiveram ou tem por base um educador.
A reflexão feita do professor e sua profissão na história são relevantes, pois desde as
eras de revolução é impossível não praticar uma educação que se limitava em aulas
expositivas, o uso de quadro e giz, planos de aulas vencidos pelo tempo e uma metodologia
que é considerada hoje obsoleta.
De acordo com Patto (1999), as transformações da história humana que ocorreram
nas revoluções, continuam por meio dos meios de comunicação e tecnologia, portanto, o
professor perpassa por todo esse processo de mudança. Sabe-se, que com a mudança de
século foi e é visível os ultrapassos costumes da sociedade tradicional. A educação também
vive a transição pelos processos de mudanças e percebe-se em alguns educadores
claramente essas marcas na educação atual.
A educação tradicional era vivenciada por educadores que estavam envolvidos
somente com as suas disciplinas. Entretanto, no país globalizado, onde se abrange todas as
estruturas da sociedade, por meio das mudanças, o esperado é que este profissional não
use de incompletude, mas seja um profissional diferenciado, um constante pesquisador e
nunca achar que aquilo que sabe é o suficiente.
Percebe-se que a educação, ao longo dos períodos passados, não alcançou sua
meta, pois sempre estava voltada para os interesses do Estado. De fato o aluno não era o
centro da educação e nunca visou-se fazer dele um cidadão pensante, que com o
conhecimento viesse transformar a sociedade em que vive.
Entende-se que a educação não era considerada prioridade pelos governantes, pois
não havia investimento necessário para que pudesse dar suporte para fazer uma educação
de qualidade. Professores mal remunerados, mal capacitados e uma estagnação que se
arrastou por décadas e décadas.
Enquanto não se investir em educação, na formação de professores, tudo continuará
da mesma forma. Cabe aos docentes do século XXI e aos governantes transformarem este
quadro e fazer com que a educação seja um meio de transformação da sociedade e do ser
humano.
18
2.2. A IMPORTÂNCIA DA PROFISSÃO DO EDUCADOR PARA SOCIEDADE
As rápidas transformações que surgem no mundo contemporâneo causam uma
grande necessidade de formar professores capacitados e o interesse de pesquisar esse
assunto é para compreender qual o significado que tem para a sociedade, a vida profissional
do professor, e o que, caracteriza este profissional que se encontra no contexto da
sociedade, tão exigente e competitiva, porém, mesmo com os avanços
tecnológicos,
percebe-se a importância desse profissional.
Gadotti (1986), acredita que o educador de hoje, não pode ficar escondido ou omisso
em suas ações políticas e sociais, porque o grande desafio do século XXI é a qualificação
do professor, e desta forma ele precisa estar em busca de conhecimento de
aperfeiçoamento e aprendizado de novas habilidades, para se adequar as novas exigências
do estilo de uma sociedade moderna.
Sabe-se historicamente que, a educação já passou por vários momentos com grandes
dificuldades juntamente com o professor, lembrou-se que ele já foi desvalorizado, quando os
jesuítas, representava-os na época colonial, e a educação era controlada por eles. No
decorrer de alguns períodos, alavancou-se o processo educativo que conseguiu passar por
todas essas dificuldades, as quais é citado no histórico.
De acordo com Antunes (2001), os novos desafios do professor, é se qualificar e
tornar-se reflexivo, critico e com uma boa metodologia, aplicado com criatividade e suas
habilidades e competências do saber fazer.
Acredita-se que o mercado de trabalho exige do professor qualificação, compromisso,
responsabilidade, e que, se adeque a essa realidade, porque a globalização e a tecnologia
tem o poder de alcançar toda uma sociedade.
Segundo Libâneo (2007), toda transformação que decorre, seja política, econômica e
socialmente, a escola é questionada quanto as competências pedagógicas dos profissionais
da educação, com isso, percebeu-se mudanças no processo de ensino, no movimento de
aprimoramento do professor em busca de conhecimento, inclusive especifico, como libras,
braile e tecnologias.
Já discutia Gadotti (1986), há esperança de uma geração de educadores, prontos
para discutir a educação, em diversas posições pedagógicas. Entende-se que dessa forma
pode-se encontrar novos caminhos para uma educação melhor. Com a participação de
todos, escola, família, professor e como base as leis educacionais.
De acordo com Gandin (2001), a educação é como espelho e a sociedade com
seus costumes e ideologias, espera, que aconteça a mudança, para isso é preciso a
19
atuação da sociedade, e com, as estruturas educacionais envolvidas pelos sistemas, podese dizer que, no todo, a educação é a ponte que leva as grandes transformações.
Freire (1996), diz que a educação é uma forma de intervenção, ou seja, será ela a
mediadora para que as mudanças ocorram. Com isso, o professor é um dos principais
sujeitos para que de fato esse processo de mudança se torne realidade. Pois assim, esse
professor, deve estar muito bem preparado em todos os aspectos, são eles: políticos,
sociais, didáticos.
De acordo com Freire (1996) e Gandin (2001), a educação é a força para
transformação da sociedade, porém se, os esquemas forem feitos, com determinadas
medidas, seriedade e boas reflexões, os resultados serão positivos.
Entretanto, muitos outros pontos ainda devem ser discutidos e abordados sobre
esse assunto, são eles: teorias sobre o ensino, propostas metodológicas, conteúdos
transmitidos, didáticas aplicadas pelos professores e como avaliar os alunos. Todos esses
pontos devem ser discutidos e analisados, a partir do ponto de vista que todo cidadão tem
uma forma de aprender em um determinado momento.
Por se tratar de alfabetização, não quer dizer simplesmente que o objetivo
prioritário é que o aluno aprenda a ler e a escrever, isso é algo importante, porém, esse
objetivo deve ir mais além do que se tem em mente, e, tudo o que for trabalhado na escola
deve estar ligado ao cotidiano do aluno, pois isso fará com que ele seja um participante ativo
do processo social do qual faz parte.
Acredita-se que o professor é uma chave importante no desenrolar desse processo
por ser o individuo que convive uma boa parte do tempo com o aluno, e com isso surge a
oportunidade de contribuir com as mudanças de forma a construir conhecimentos.
Como afirma Freire (1996), as mudanças se tornam difíceis, mas é uma atitude
possível e nesse momento o professor com sua habilidade trabalhará com seus alunos a
reflexão e importância de ser crítico e participativo em todos os aspectos: políticos,
econômicos, sociais entre outros. Com essas competências o professor prepara o cidadão
para atender as exigências de um mercado cada vez mais competitivo. O professor,
considerado antes como mero reprodutor percebeu o seu real significado, de pesquisador,
mediador, construtor de conhecimentos e sua importância para educação. O olhar desse
profissional se alargou e com essa visão despertou o interesse no aluno de aprender e
qualificou a educação, e a qualidade do ensino do professor contribui para a formação do
aluno como cidadão.
Por isso é necessário que os educadores tenham uma boa remuneração, de acordo
com a responsabilidade que possuem, que é a de ensinar, de preparar seu aluno para a
vida em sociedade, pois sua profissão é de extrema importância. Não se deve esquecer que
20
toda e qualquer movimentação de ensino e aprendizagem para formação de uma profissão
se faz preciso ter um professor.
Os alunos precisam ter os educadores como exemplo, um modelo a ser seguido. O
professor deve ser um estimulador de opiniões em seus alunos, incentivá-los a buscarem
seus próprios conhecimentos. A relação entre o professor e o aluno não pode ser estática,
mas precisa haver confiança, para que assim o prazer de aprender seja gerado na vida do
aluno, e isso reflita na sociedade.
2.3. QUAIS OS DIREITOS LEGAIS DO PROFESSOR?
Não importa qual escola e nem qual o ensino, se, é no básico ou superior, o
professor ao se deparar com situações adversas, como atos de violência e falta de respeito,
ele procura conversar com a família do aluno. Porém, percebe-se que por não sentirem-se
amparados na prática, reconhecem que não sabem o que fazer. Pois é difícil lidar com
alunos mal educados e violentos. Em tese, a carreira de professor está estruturada e exige
que ele estude para poder ajudar seus alunos e enquanto estiver no mercado de trabalho há
uma grande necessidade que ele tenha uma formação continuada.
Procura-se mostrar que a formação do professor está amparada legalmente pela
(LDBEN) lei de diretrizes e bases da educação nº 9.394\96, artigo 61, rege que o professor
deve vivenciar teorias e práticas, e desta forma exercer sua profissão e buscar a cada dia
inovação para melhor aplicabilidade como profissional da educação.
Hoje, a sociedade cobra um professor com mais preparação, que seja atuante numa
sociedade globalizada que vive com uma tecnologia cada vez mais avançada e nesse
sentido, conta a formação continuada, a renovação dos seus conhecimentos como
professor, que seja um profissional atualizado e hábil a ensinar as mais variadas tecnologias
atuais. O artigo 5º C\F, inciso XIII, diz que é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou
profissão atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelece geral e do professor.
Rodrigues (2012), desabafou em uma entrevista que o professor tem poucas chances
de aprender a ensinar, na legislação é garantida um terço da carga horaria remunerada do
professor, destinado a atividades extra classe. Porém, nesse período eles constroem seus
planejamentos pedagógicos e avaliam as correções de prova. Mas a recomendação do
conselho nacional de educação, é que os profissionais se reúnam para discutirem
dificuldades e soluções pedagógico.
21
Entretanto as redes públicas deixam de cumprir a lei, pois as pessoas pensam que o
professor nasce pronto, mas enganam-se, porque, todos os dias eles precisam se preparar
de acordo com o diagnostico de cada aluno.
Segundo Lozano (2012), o Brasil precisa reconhecer que é carente no amparo e
formação de professores e isso percebe-se pelo fato da má remuneração, a falta de respeito
dentro da sala de aula, a violência que a cada dia cresce e por meio da mídia professores
são sujeitos a maus-tratos por pais, alunos.
De acordo com o novo Estatuto do Magistério, todas as novas progressões de
níveis salariais serão implantadas automaticamente. Já as progressões atrasadas serão
pagas, a partir de janeiro, dentro dos próximos 3 anos, beneficiando 25 mil professores, dos
quais cerca de dez mil ainda não se aposentaram à espera desse benefício. As promoções
de níveis médio para o superior do ano corrente, 2013, serão pagas em agosto,
beneficiando mil e duzentos professores. As titulações (especialização, mestrado,
doutorado) também. Na nova legislação ficam estabelecidos, além da Gratificação por
Atividade de Magistério (GAM), outros três tipos especiais: 25% para quem tem dedicação
exclusiva, 15% para quem dá aula em áreas de difícil acesso e 40% para quem atua em
áreas de alto índice de violência.
2.4. O PROFESSOR NO COTIDIANO ESCOLAR
A educação passou por várias evoluções no decorrer do tempo, antes o
conhecimento era passado de uma forma na qual o docente considerava-se o detentor do
saber, por esse motivo não haviam questionamentos entre professor e aluno em sala de
aula e eram conhecidos como autoritários. Porém, atualmente, esta forma de ensino tem
sofrido com as mudanças que ocorrem na aprendizagem e o aluno tornou-se partícipe na
construção do saber por meio de questionamentos ou opiniões ocorridas durante a aula.
O professor em sala de aula tem várias características como: facilitador, mediador e
pesquisador. Apesar de ser um assunto difícil de se tratar, o cotidiano do professor é repleto
de situações problema. No dia a dia, ele convive com a formação continuada, o trabalho
coletivo, práticas pedagógicas, a formação acadêmica, a ação governamental. O professor
precisa ter habilidade e disposição para aplicar uma boa metodologia, pois aquela educação
que apenas ele falava, determinava, não se encaixa na educação atual.
22
De acordo com Ferraço (2008), a prática docente não se resume meramente em
fazeres programados e planejados fora de sala de aula, o professor no cotidiano escolar
precisa ser atuante, reflexivo, e nas atividades de aprendizagens o qual está inserido.
Segundo Castilhos (2000), com análise de algumas situações vividas pelos
professores dentro da sala de aula, estão atrelados alguns aspectos, que são sociais,
culturais e políticos.
Essas questões são desafiadoras, que deixam o professor em foco, para novas
metodologias. A modernidade traz novos recursos para o aprendizado dentro da sala de
aula e sem contar, que o novo modelo alcança toda coordenação escolar.
Gandin (2001) concorda que a educação só tem sentido no momento que os grupos
formados desenvolvem e crescem juntos e surgem as possibilidades de construírem a
liberdade, que é, um elemento que faz parte do fenômeno educacional. Câmara (2000),
acredita que é indispensável a participação de todos, porém sem esquecer a pedagogia da
divergência que possibilita um confronto de ideias, sem deixar de lado a pedagogia da
autonomia.
Em pleno século XXI, os docentes precisam estar preparados para construir
conhecimento a uma geração informada e atualizada e em função dos modernos meios de
comunicação. Neste cenário, o professor é o protagonista do assunto a ser abordado, de
forma que a metodologia seja adequada para o público-alvo, caso não haja entendimento
dos alunos, o professor explica com outra metodologia, que é fundamental para,
conhecimento, desenvolvimento e aprendizado do aluno. Que deve privilegiar a construção
coletiva dos conhecimentos mediada pela tecnologia. Acredita-se que atualmente este
processo é mais presente em sala de aula, porque o aluno possui a facilidade de acesso a
informação.
Câmara (2000), acredita que para preparação de uma aula, seja ela em qualquer
disciplina, o professor tem um roteiro pré-estabelecido com etapas básicas para
apresentação do conteúdo em sala de aula. Dentro desse roteiro existem as seguintes
fases: com cada aluno, de acordo com o seu desempenho. Outra fase importante para
ampliar o conhecimento do aluno.
A tarefa de ensinar não pode ser tratada como uma tarefa comum, pois o docente
precisa obter conhecimentos diários, estudar novas práticas metodológicas, usar novas
ferramentas além do domínio da parte teórica. Portanto, o cotidiano do professor em sala de
aula é algo que muda constantemente.
Ao comparar o aprendizado tradicional com o atual, percebe-se que várias
ferramentas foram abolidas da sala de aula, o quadro negro, por exemplo, foi substituído por
data show, que possibilita um maior entendimento do assunto ministrado pelo professor, e
com os recursos que podem ser usados como áudio visuais. Ressalta-se que, não se trata
23
da substituição do livro pelo texto tecnológico, pois não existe tecnologia que retire o espaço
dos mais autênticos e poderosos recursos do aprendizado.
Apesar das diferenças existentes entre as duas metodologias de ensino, a atual e a
tradicional, há um fator que se entrelaça que é o eterno antagonismo entre a teoria
educacional e a prática pedagógica. Acredita-se que no contexto cotidiano do professor,
além da tecnologia, ele se depara com inadequações pedagógicas na escola e com isso
dificulta a aprendizagem. Não se pode esquecer que nem toda escola está equipada para
lidar com a velocidade das informações tecnológicas, porém, entra a questão do professor
saber se adequar com competência e sabedoria para ministrar as aulas de acordo com as
condições da escola e necessidade de sua classe, e dessa forma alcançar seus alunos.
Entende-se que globalização e transformação abala qualquer alicerce de qualquer
instituição.
2.5. OS DESAFIOS DO PROFESSOR NO SÉCULO XXI
Pesquisar por meio de competências e habilidades é fazer uma reflexão da
educação para perceber quais mudanças ocorreram na sala de aula, com os alunos e
professores e que efeito as novas formas na aplicabilidade de ensino causam na sociedade,
para isso buscou-se embasamento em alguns teóricos pesquisadores que contribuem para
o entendimento das competências e habilidades na relação aluno e professor.
Segundo Perrenoud (2000), se os professores fizessem um balanço de
competências, como se faz, os relatos de imposto de renda, poderiam ter resultados
negativos, acredita-se que, alvos não alcançados, não significam fracassos, mas quem
sabe esquecimento de algum parâmetro, entretanto ganha-se experiências que contribuirão
para melhores competências.
No século XXI, a educação começa a vivenciar mudanças, pois a nova (LDBEN)
lei de diretrizes e bases da educação nº 9.394\96 veio contribuir para que essas
transformações na educação sejam, mais eficazes e surtam efeitos positivos no que diz
respeito à formação do professor. Antes, quem tivesse o curso de magistério, poderia assim,
lecionar dos anos iniciais até ao quinto ano do ensino fundamental e o magistério era visto
apenas como um curso feminino. Com as alterações ocorridas na lei, os professores são
obrigados a terem uma formação a nível superior para que possam exercer sua profissão de
forma qualificada. Pois o mesmo, diante das mudanças que têm ocorrido na educação,
continua a ser o foco da sociedade, pois todas as áreas de conhecimento tiveram ou tem
por base um educador.
24
A reflexão feita do professor e sua profissão na história são relevantes, pois desde os
primórdios da revolução é impossível não praticar uma educação que se limitava em aulas
expositivas, o uso de quadro e giz, planos de aulas vencidos pelo tempo e uma metodologia
que é considerada hoje obsoleta.
De acordo com Patto (1999), as transformações da história humana que ocorreram
nas revoluções, continuam por meio de comunicação e tecnologia, portanto, o professor
perpassa por todo esse processo de mudança. Sabe-se, que com a mudança de século, a
educação também sente a transição, e os processos de mudança, com isso, percebe-se em
alguns educadores o reflexo da educação atual.
A educação tradicional era vivenciada por educadores que estavam envolvidos
somente com as suas disciplinas. Entretanto, no país globalizado, onde se abrange todas as
estruturas da sociedade, por meio das mudanças, o esperado e, que este profissional, não
use de incompletude, fazendo-se um profissional diferenciado. Este profissional precisa ser
um constante pesquisador e nunca achar que aquilo que sabe é o suficiente.
Com as mudanças ocorridas, são grandes os desafios na formação heterogênea das
turmas, nos diferentes ritmos de aprendizagens, nas diferentes tecnologias, pois o ensino
ainda não possui uma metodologia, que explore essa tecnologia e possa fazer uso no
ambiente escolar. E por não possuírem habilidades muitos professores não fazem uso desta
ferramenta que é tecnologia.
No século XXI, o qual é chamado como século do conhecimento, tem levado o
professor a refletir suas atitudes e metodologias de ensino, uma vez que os avanços
tecnológicos, os meios de comunicação são bastante motivadores.
Com as transformações que ocorrem na sociedade e na educação, desperta o
interesse de investigar a posição do professor e seus recursos didáticos para acompanhar o
movimento acelerado do conhecimento, uma vez que, a prática educativa acompanha as
transformações da sociedade.
De acordo com Libâneo (2004), o conhecimento provido pela didática, incentiva o
professor, a pensar em sua ação como educador. O professor é um personagem que tem
um papel importante na educação, pois se, em alguns anos era visto como ditador,
autoritário, hoje a imagem desse professor tem mudado. As pessoas o veem com respeito,
carinho e no século XXI ele enfrenta novos desafios por vivenciar uma educação que
acompanha o avanço da tecnologia, onde precisa estar inserido e desta forma discutir,
interagir com os alunos, de maneira que ele se adeque aos novos modelos de ensino.
Entretanto, há professores que precisam desta formação para dinamizar o processo deste
fenômeno que tornou-se reflexivo e por isso o professor deve ser pesquisador e com suas
práticas acompanhar os desafios deste século.
25
3. METODOLOGIA
A metodologia é o conjunto de métodos que regem uma investigação.
A
delimitação de método é muito importante para que não se perca o objetivo da investigação
e torne a pesquisa mais viável para ser estudada.
Delimitar é indicar a abrangência do estudo, estabelecendo os limites extencionais e
conceitos do tema. Enquanto princípio de logicidade é importante salientar que,
quanto maior a extensão conceitual, menor a compreensão conceitual e,
inversamente, quanto menor a extensão conceitual, maior a compreensão
conceitual. Para que fique clara e precisa a extensão conceitual do assunto, é
importante situá-lo em sua respectiva área de conhecimento, possibilitando, assim,
que se visualize a especificidade do objeto no contexto de sua área temática
(LEONEL, 2002, p.2).
Está pesquisa será exploratória descritiva e do tipo bibliográfica. Segundo Severino
(2002), a pesquisa bibliográfica é importante por colocar o leitor a disposição da informação
e suas fontes, para Gil (1987), uma pesquisa descritiva tem o objetivo de descrever um
fenômeno, o qual foi pesquisado este trabalho escrito, que permite a identificação referencial
que segue as normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), por se tratar
de uma pesquisa bibliográfica dentre os autores pesquisados destacam-se Perrenoud
(2000), Santos (2006), e Bozza (2009). Estes autores discutem a temática da educação
atual tradicional, globalizada e suas competências educacionais.
Na abordagem qualitativa procurou-se entender os fenômenos estudados, como: as
ações dos indivíduos, os grupos em seu contexto social, sem preocupar-se com números e
estatísticas. A abordagem de pesquisa qualitativa diferencia-se quanto ao seu método, à
forma e os objetos. Segundo Godoy (1995), a distinção que existe entre os trabalhos
qualitativos enumera uma série de características fundamentais que identificam uma
pesquisa. De acordo com Maanen (1979), a pesquisa qualitativa traduz e expressa o sentido
dos fenômenos do mundo social.
Durante a pesquisa usou-se vários recursos positivamente, porque cada instrumento
pesquisado, dentro de sua capacidade nos deu uma visão ampliada, com o objetivo de que
o pesquisador se interesse em se aprofundar na pesquisa proposta. E isto causou impacto
ao descobrir que pesquisar o fenômeno da educação nos faz refletir sobre a grande
importância do profissional da educação nessa evolução social.
26
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Este capítulo irá mostrar os resultados e discussões desta pesquisa que envolve o
professor no contexto de uma sociedade globalizada e qual deve ser a postura do mesmo
em virtude dos avanços tecnológicos e o que difere a educação tradicional da educação
atual.
A partir da transição de século, percebe-se que ocorreram mudanças na educação,
que fizeram com que o professor se tornasse reflexivo em relação as suas competências e
habilidades para que pudesse estar inserido em uma sociedade competitiva, exigente e em
constantes mudanças.
4.1.
AS
COMPETÊNCIAS
E
HABILIDADES
DA
DOCÊNCIA
NA
SOCIEDADE
GLOBALIZADA
A partir das ideias de Perrenoud (2000), Antunes (2001) e Ferraço (2008), verificouse que na sociedade globalizada muitas competências e habilidades são atribuídas aos
docentes para tornar o ato educativo de forma mais significativa.
De acordo com os teóricos, o professor deve ser crítico, reflexivo, para desenvolver
seu trabalho de forma satisfatória e proporcionar um processo de ensino-aprendizagem
capaz de superar os obstáculos enfrentados pelos alunos.
Os docentes devem ter responsabilidade de se qualificarem para representarem a
classe docente com competência e habilidade para terem seus objetivos alcançados. Devese considerar outros fatores, como por exemplo, os materiais didáticos que os professores
usam para ministrar suas aulas, as metodologias aplicadas no dia-a-dia aos alunos.
O professor precisa estar preparado para ser mediador na construção de
conhecimento para uma geração de pessoas atualizadas e informadas. O professor que não
inova seus métodos torna-se um profissional sem qualificação e conhecimento e não
desperta em seus alunos uma perspectiva de aprendizagem, pois acredita-se que o
professor deve ser o estimulador para que seus alunos ampliem a visão e tenham prazer em
estar dentro do ambiente escolar. Desse modo, os professores devem ter um
relacionamento dialógico com seus alunos e fazer com que sejam cidadãos capazes de
refletirem o seu cotidiano.
27
O professor deve fazer um balanço para ver como estão suas competências como
mediador das situações que acontecem no âmbito escolar e como está o aproveitamento do
aprendizado do aluno.
As transformações da sociedade, das estruturas educacionais só acontecem se
saírem do papel, se forem aplicadas, e sem esquecer que, não se faz educação sozinho por
isso, dialogar faz parte do processo de mudança e que, as mudanças tornam-se difíceis,
mas é uma atitude possível.
Reflete-se sobre utilizar habilidades, pois com a evolução do conhecimento, se não
houver professor hábil na sala de aula com o objetivo de preparar o cidadão para a
sociedade, o ensino poderá se desgastar, é por isso que a docência tem que usar práticas
de habilidades e saber administrar sua formação continuada.
No momento em que se trabalha em grupos, organiza e envolve os alunos em
atividades, observa e estimula o conhecimento, envolve a família na escola, utiliza a
tecnologia e explora de forma que alcance o aluno, tudo isso faz parte da competência
profissional e habilidades.
Acredita-se que organização já faz parte da profissão do docente, pois se há
organização há mudanças, crescimento por meio de projetos de aprendizagens. A
motivação é uma relação que envolve os alunos na aprendizagem.
A educação deve encarar de frente este problema, pois, na perspectiva do parto
doloroso de uma sociedade mundial, ela se situa no coração do desenvolvimento tanto da
pessoa humana como das comunidades. Cabe-lhe a missão de fazer com que todos, sem
exceção, façam frutificar os seus talentos e potencialidades criativas, o que implica, por
parte de cada um, a capacidade de se responsabilizar pela realização do seu projeto
pessoal.
O conceito de educação ao longo de toda a vida aparece, pois, como uma das
chaves de acesso ao século XXI. Ultrapassa a distinção tradicional entre educação inicial e
educação permanente. Vem dar resposta ao desafio de um mundo em rápida
transformação, mas não constitui uma conclusão inovadora, uma vez que já anteriores
relatórios sobre educação chamaram a atenção para esta necessidade de um retorno à
escola, a fim de se estar preparado para acompanhar a inovação, tanto na vida privada
como na vida profissional. É uma exigência que continua válida e que adquiriu, até, mais
razão de ser. E só ficará satisfeita quando todos aprendermos a aprender.
28
4.2. O PROFESSOR TRADICIONAL VERSUS O PROFESSOR GLOBALIZADO
De acordo com o pensamento de autores como: Almeida (2000), Gandin (2001),
Câmara (2000) e Ribeiro (1998), verificou-se que são muitas as diferenças encontradas nas
práticas docentes do passado com as atuais. Para os autores o tradicionalismo, o professor
e todo sistema educacional precisava passar por mudanças, uma vez que o aluno não tinha
direito de fala, pois o professor era o dono do saber e não envolvia o aluno como um
elemento importante na aprendizagem.
Era comum as aulas serem expositivas, com uso de quadro de giz, aulas vencidas
pelo tempo, que não exigiam dos professores um conhecimento aprofundado, devido serem
aulas apenas repassadas. Aulas ministradas apenas para formar profissionais e não
cidadãos críticos.
Já na concepção atual, os professores devem se qualificar ter uma nova postura,
trabalhar com o objetivo de construção de conhecimento para formação de cidadão critico e
reflexivo, para que possa atuar em uma sociedade que está em constantes transformações.
PROFESSOR TRADICIONAL
Exposição e demonstração verbal da matéria é
PROFESSOR GLOBALIZADO
Mediador do conhecimento.
por meio de modelos.
Didática mecânica sem considerar as
Valoriza o conhecimento prévio dos alunos.
características próprias de cada aluno.
Transmite valores e conhecimentos acumulados
Constrói o conhecimento junto ao aluno, de
através do tempo repassados aos alunos como
acordo com o meio em que o aluno vive.
verdades absolutas e irrevogáveis.
Transmite informações e os alunos devem fixa-
Busca formar cidadãos críticos e reflexivos para
las.
atuar na sociedade e transformá-la.
Não valoriza os conhecimentos prévios dos
É um constante pesquisador.
alunos.
Rigidez, autoritarismo, é o detentor do saber.
Tem uma relação igualitária com seus alunos.
29
Em pleno século XXI ainda não se pode dizer que tudo está bem, que o professor já
conquistou todos os espaços para está inserido neste contexto de uma sociedade
globalizada. Mesmo com a tecnologia avançada, ele ainda é refém do preconceito, do
descaso da profissão, do baixo salário da violência e varias outras coisas.
Com base nesses resultados acredita-se que o professor, nas metodologias
tradicionais ou globalizadas continua sem autonomia e sujeito a sistemas. Ao libertar-se dos
jugos da educação tradicional de interesses políticos, ainda encontram-se marcas dessas
tendências em pleno século XXI.
O professor enfrenta muitas dificuldades, pois a sociedade é exigente, não
reconhece o valor de um professor que precisa lutar por melhorias em sua profissão no que
diz respeito à carga horária, e outros direitos, além de investir continuamente em sua
formação.
Para o educador que perpassou por vários momentos na educação, sejam em
quaisquer situações, não pode desistir, mesmo que haja um grupo que queira acabar com a
pedagogia, o profissional da educação não deve esquecer que tem opinião própria, por isso
é preciso acreditar que o seu desafio de conquistas, não chegou ao fim.
O prolongamento educacional é uma sequência, de um sistema social e político,
antes a prática docente era regida de acordo com os sistemas institucionais, os quais
seguiam normas e regras.
Porém, a sociedade mesmo com sua transformação tecnológica e globalizada,
continua regida por sistemas, assim como é na educação e na escola, será do mesmo jeito
na sociedade, que de alguma forma amarra o docente sem lhe dar condições de agir como
a teoria das leis educacionais que determinam participação democrática.
A educação ainda não chegou ao patamar desejado uma vez que, ao pesquisar a
educação tradicional percebeu-se que embora algumas mudanças significativas tenham
ocorrido, ainda é visível o descaso para com a educação.
O poder político perpassou séculos e continua a impedir o patamar de crescimento
da educação, pois quanto menos se aprendesse seria melhor para os que tinham interesse
próprio de domínio. Percebe-se que ainda há um controle que impede da educação
libertadora fluir com mais qualidade para alcançar a todos.
Enquanto não houver interesse de investimento na educação por parte dos
governantes, continuaremos a ter uma sociedade ignorante, sem nenhuma perspectiva de
mudança e dominada pelos poderes públicos tal como era nos séculos anteriores.
30
4.3. A FORMAÇÃO EM QUESTÃO
Ao se deparar com as ideias de Perrenoud (2000), Gadotti (1986) e Pato (1999),
verificou-se que um dos principais pontos de reflexão da docência na atualidade está
atrelada a sua formação. Para os autores, a formação docente deve ter formação
continuada que não parou no tempo, mas tem se aprimorado no conhecimento e procurado
se especializar em educação especifica como: libras, braile.
Com base nesses resultados, observa-se que o professor deve fazer um balanço
para ver como estão suas competências e habilidades em uma sociedade tão competitiva e
exigente no que diz respeito a formação do profissional da educação e sua atuação na
sociedade globalizada.
Há esperança de ver uma nova geração de educadores prontos para discutir a
educação, pois acredita-se que esse é o momento do professor mostrar que é capaz de
ensinar e que acompanha as transformações que ocorrem na sociedade.
A globalização causa modificações, por isso, observa-se que com a transição de
século, as transformações acontecem em todos os aspectos, seja econômico, político e
social. E o professor por estar inserido nesta sociedade, deve se qualificar, precisa está
preparado para construção de conhecimento para uma geração de pessoas atualizadas e
informadas.
Milton chama atenção para esta realidade. "No caso do mundo atual, temos a
consciência de viver um novo período, mas o novo que mais facilmente apreende-se
diz respeito à utilização de formidáveis recursos da técnica e da ciência pelas novas
formas do grande capital, apoiado por formas institucionais igualmente novas. Não
se pode dizer que a globalização seja, semelhante às ondas anteriores, nem mesmo
uma continuação do que havia antes, exatamente porque as condições de sua
realização mudaram radicalmente. É somente agora que a humanidade está
podendo contar com essa nova realidade técnica, providenciada pelo que se está
chamando de técnica informacional. Chegamos a um outro século e o homem, por
meio dos avanços da ciência, produz um sistema de técnicas da informação. Estas
passam a exercer um papel de elo entre as demais, unindo-as e assegurando a
presença planetária desse novo sistema técnico."[11
As revoluções e as transformações acontecem cada vez que as tecnologias
avançam e com a transição de século, percebe-se no professor os reflexos da educação
atual e torna-se interessante nesses conflitos de ideias que todos tenham liberdade de
expressão e que a pedagogia é indispensável para sociedade, sem deixar de atrelar a
pedagogia da participação, da divergência e da autonomia.
Pesquisar sobre a formação de professores é falar e pensar o que é feito em sala de
aula. Ser profissional da educação significa ser o emancipador das pessoas, torna-las livres,
31
menos dependentes do poder econômico, político e social que as oprime. Por isso, faz-se
necessário que o educador tenha uma constante reflexão sobre a visão de mundo para
embasar sua prática no ensino.
O fator indispensável para que o professor não seja mais aquele profissional que
detém o conhecimento, é que ele assuma o papel de mediador, aquele que estimula seu
aluno a aprender, a ter experiências de aprendizado e proporcionar a capacidade de
investigação de suas reflexões críticas. Para que o educador consiga alcançar estes
objetivos, é fundamental a sua formação constante, fazer tarefas de planejamento
relacionadas ao contexto de cada aluno e ter respaldo dos assuntos em questão.
O professor que não busca novos métodos de ensino torna-se um profissional
ultrapassado, obsoleto, sem condições de ensinar e sem preparo para estar inserido em
uma sociedade globalizada e em constantes transformações.
32
5. Considerações Finais
Ao concluir-se esta pesquisa que envolve o professor no contexto de uma sociedade
globalizada, identificou-se a relevância da investigação proposta e ao entendimento de que
o profissional docente precisa estar capacitado para atender as necessidades presentes na
sociedade atual no que tange as transformações educacionais e tecnológicas.
Cabe aos professores do século XXI, despertarem em si mesmos a vontade de
inovar, a maneira de mediar o ensino e buscar por meio de sua criticidade a sua importância
enquanto profissional ativo no processo da educação. E por meio disso, construir mudanças
significativas em sua prática pedagógica.
Mas também é importante ressaltar que não cabe apenas ao professor a
responsabilidade de uma educação melhor. O Estado tem a sua parcela de contribuição no
que diz respeito a investimentos na área educacional, que infelizmente, ainda não é
prioridade no Brasil. A precariedade no ensino, o baixo salário do professor são problemas
ainda existentes na sociedade, pois se não houver recursos necessários para que este
profissional desenvolva seu trabalho, não tem como a educação progredir.
Por vários séculos a educação perpassa por dificuldades por conta de políticas
públicas, má administração, descaso governamental e por meio desta pesquisa percebe-se
que a classe educadora não aceita mais ser massacrada e começa a reagir em sua defesa,
por condições melhores em sua profissão para ganhar credibilidade, pois, já que a educação
é a base de uma sociedade intelectual, não se pode esquecer de uma ferramenta que é de
estrema importância para o desenvolvimento globalizado que é o professor.
Certamente ainda se pesquisará muito a respeito deste tema, que se trata de um
assunto que inova-se todo dia, a educação e um fenômeno na sociedade por meio do qual
espera-se se alavanca que contribuirá para o desenvolvimento de uma sociedade que vive
em constante crescimento, porém faz-se necessário mais pesquisas e estudos voltados a
essa temática a qual envolve o professor, a educação, a política, o econômico e social
Discutir na graduação pedagógica o papel do professor e suas reflexões nesta
sociedade globalizada foi fundamental para entender a dimensão e compromisso com a
sociedade por meio da educação. Buscou-se entender nesta pesquisa embasada por
teóricos com grande experiência na temática educacional, quais mudanças que ocorreram
na educação e o objetivo principal foi observar a participação do professor na sociedade de
mudanças. Assim descobriu-se que, a problemática da atuação ou desenvolvimento do
professor está inserido em vários fatores, porém, parte-se de um principio que as metas por
33
estatutos ou leis colocadas em práticas terão grande aproveitamento no que diz respeito ao
desenvolvimento escolar, profissional, social ou tecnológico.
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REFERÊNCIAS
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