FACULDADES INTEGRADAS IPIRANGA CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM PEDAGOGIA MARIA JOSÉ NUNES PENA SUANY SANTOS MIRANDA THIAGO DOS REIS DAS NEVES O PROFESSOR NO CONTEXTO DA SOCIEDADE GLOBALIZADA: REFLEXÕES A RESPEITO DA PROFISSÃO BELÉM 2013 MARIA JOSÉ NUNES PENA SUANY SANTOS MIRANDA THIAGO DOS REIS DAS NEVES O PROFESSOR NO CONTEXTO DA SOCIEDADE GLOBALIZADA: REFLEXÕES A RESPEITO DA PROFISSÃO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado às Faculdades Integradas Ipiranga como requisito obrigatório para obtenção de grau em Licenciatura em Pedagogia. Orientador: Prof. Me. Marcelo Augusto Vilaça de Lima BELÉM 2013 MARIA JOSÉ NUNES PENA SUANY SANTOS MIRANDA THIAGO DOS REIS DAS NEVES O PROFESSOR NO CONTEXTO DA SOCIEDADE GLOBALIZADA: REFLEXÕES A RESPEITO DA PROFISSÃO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado às Faculdades Integradas Ipiranga como requisito obrigatório para obtenção de grau em Licenciatura em Pedagogia. Data:____/_____/________ Maria José Nunes Pena:________ Suany Santos Miranda:_________ Thiago dos Reis das Neves:_________ Banca Examinadora: ______________________________________ Orientador: Prof. Me Marcelo Vilaça ______________________________________ Prof. Me.Creusa Barbosa dos Santos ______________________________________ Prof. Me. Ari Wilson Santos Dedicamos esse trabalho ao nosso Professor e Orientador Me. Marcelo Vilaça deixando aqui o nosso muito obrigado. AGRADECIMENTOS A Deus, que nos fortaleceu, nos encorajou para continuarmos até o fim do curso. A nossa família por acreditar em nós, e nos dar segurança e certeza que não estávamos sozinhos nessa caminhada. Aos professores de todos os semestres que nos ensinaram a construir uma escada de conhecimentos e a cada degrau, mediando, estimulando até chegarmos ao final. A nossa equipe do TCC, Maria José, Thiago Neves e Suany Miranda, que aprendemos e crescemos juntos concordando ou discordando, porém, com o objetivo de chegar ao alvo, que é o conhecimento. Ao nosso Orientador, Professor e Mestre Marcelo Vilaça, que com muito carinho e paciência nos orientou. Porém, todas as vezes que precisamos refazer o nosso trabalho, crescíamos um pouco mais. “Ninguém ignora tudo. Ninguém sabe tudo. Todos nós sabemos alguma coisa. Todos nós ignoramos alguma aprendemos sempre.” ( Paulo Freire.) coisa. por isso RESUMO Esta pesquisa tem o objetivo de abordar o tema: O professor no contexto da sociedade globalizada, para entender as mudanças ocorridas na profissão como educador. Utilizou-se como proposta metodológica uma pesquisa bibliográfica com base nos autores: Freire (2002), Libâneo (2007) e Perrenoud (2000), que sustentaram o entendimento dos eixos trabalhados nos recursos e discussões. Verificou-se que a educação tradicional ainda é visível no século XXI no que diz respeito à ministração das aulas, pois muito professores ainda usam métodos antigos que dificultam o processo de aprendizagem. Com a globalização, percebe-se o investimento em metodologias, treinamentos, formação continuada, pois estes mecanismos dão suporte ao professor e com isso entende-se, que as mudanças serão realidade quando os processos educacionais funcionarem na prática. O professor faz parte dessa sociedade globalizada e mesmo com todas as transformações ainda é importante na sala de aula como mediador, construtor e facilitador do conhecimento do aluno. Conclui-se, que com os avanços tecnológicos, faz-se necessário que as estruturas governamentais, políticas, econômicas e sociais compartilhem do desenvolvimento escolar e valorização do educador para continuar a transformação da educação por meio de investimentos. Enquanto a educação não for prioridade e o profissional docente não valorizado, não haverá progresso. E a meta para uma educação de qualidade nunca será alcançada. Palavras- chaves: Globalização, Profissão Professor, Mudanças. ABSTRACT This research aims to address the issue: The teacher in the context of a globalized society, to understand the changes in the profession as an educator. Was used as a methodological proposal a literature search based on authors: Freire (2002), Libâneo (2007) and Perrenoud (2000), argued that the understanding of the axes worked on resources and discussions. It was found that traditional education is still visible in the XXI century with regard to the administration of the school, because teachers are still using very old methods that hinder the learning process. With globalization, it is perceived investment in methodologies, training, continuing education, as these mechanisms support the teacher and this means that the changes will be true when educational processes work in practice. The teacher is part of this global society and even with all the changes is still important in the classroom as a mediator, builder and facilitator of student's knowledge. It follows that with technological advances, it is necessary that the governmental structures, political, economic and social development and school share valuation of the educator to continue the transformation of education through investments. While education is not a priority and the teaching profession is not valued, there will be no progress. And the goal for quality education will never be achieved. KEYWORDS: Globalization, Profession, Changes. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................... 9 2 REFERENCIAL TEÓRICO....................................................................................... 12 2.1 HISTÓRICO DA FORMAÇÃO DO PROFESSOR NO BRASIL................................ 12 2.2 A IMPORTÂNCIA DA PROFISSÃO DO EDUCADOR PARA SOCIEDADE............. 18 2.3 QUAIS OS DIREITOS LEGAIS DO PROFESSOR................................................... 20 2.4 O PROFESSOR NO COTIDIANO ESCOLAR.......................................................... 21 2.5 OS DESAFIOS DO PROFESSOR NO SÉCULO XXI............................................... 23 3 METODOLOGIA....................................................................................................... 25 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................................... 26 4.1 AS COMPETÊNCIAS E HABILIDADES DA DOCÊNCIA......................................... 26 4.2 O PROFESSOR TRADICIONAL VERSUS O PROFESSOR GLOBALIZADO......... 28 4.3 A FORMAÇÃO EM QUESTÃO................................................................................. 30 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................... 32 REFERÊNCIAS........................................................................................................ 34 9 1. INTRODUÇÃO É de fundamental importância as transformações que tem ocorrido na sociedade, pois se percebe claramente nos movimentos de mudanças, que a tecnologia é um meio pelo qual a educação está envolvida, nesse contexto o saber que é o fenômeno do ensino e o desenvolvimento da sociedade é que, qualquer movimento seja ele político, social e econômico, alcança a educação. Com as mudanças ocorridas a sociedade também sofre as influências e com isso interfere na prática docente e torna-se exigente a formação do professor, por isso ele necessita ser reflexivo, critico no seu processo de formação. A partir das mudanças da sociedade o professor busca se qualificar e se adaptar a nova realidade da educação e torna-se um mediador do conhecimento para formar cidadãos críticos. A presente pesquisa objetivou investigar as mudanças que ocorreram no trabalho do professor no contexto da sociedade globalizada, no qual buscou-se realçar as competências e habilidades que os professores assumiram na educação pós-moderna. Acredita-se que esta pesquisa colabora com a discussão do profissional docente como um dos principais agentes do processo educativo e que tem causado impactos de transformação tanto em âmbito educacional, quanto social e econômico, o que leva a reflexão, principalmente pelo professor, a respeito de sua atuação em sala de aula, o que contribuiu também para que esse profissional entendesse que o seu espaço de trabalho é lugar tanto de formação quanto de reconstrução das práticas profissionais. A realidade escolar atual obrigou a sociedade a refletir a respeito das teorias e métodos usados por elas que foram fundamentados nas instituições e por profissionais da educação e dessa maneira considera-se que a educação prepara o indivíduo para viver em sociedade. Nesse contexto, se fez necessário a discussão de um novo modelo de educação que viesse a valorizar o aluno como cidadão atuante e transformador da sociedade e quanto ao professor, não mais como o único detentor do saber, porém como mediador desse processo de mudanças, no qual buscou-se uma troca de conhecimentos entre aluno e professor, visto que ambos fossem sujeitos ativos na construção de conhecimentos. A sociedade sempre esteve na expectativa de que a visão do educador trouxesse respostas à situação crítica que ainda permeia a educação, e o olhar voltado para a participação do professor com suas competências, incentivou a investigação com a problemática de quais as mudanças que ocorreram no trabalho do professor no contexto da sociedade globalizada. 10 Segundo Libâneo (2007), o educador precisa ter um olhar ampliado, valorizar sua profissão para reconquistar a credibilidade. O mundo globalizado, no século XXI, exige que o profissional da educação tenha qualificação para atender as necessidades da sociedade, pois o professor deve ser um profissional capacitado, comprometido com o fazer pedagógico e que desenvolva um ensino de qualidade de maneira diversificada. Segundo Bozza (2009), existem várias razões que determinam para que a educação brasileira não mude, no qual decorrem de má remuneração ao professor, a deficiência das políticas pública, o descaso do governo no investimento, a falta de acompanhamento dos pais que transferem a responsabilidade total de educar para escola. Esses fatores retardam um crescimento educacional de qualidade no Brasil. De acordo com Schurt (2009), existem professores que possuem talento para ensinar, mas não são compromissados com sua profissão nem com seus alunos. São profissionais mecânicos e que perderam o interesse de ensinar. Dessa forma a sociedade continua a sofrer consequências, uma vez que muitos profissionais da educação por serem mal remunerados e trabalharem exacerbadamente, sem o reconhecimento dos sistemas educativos, sentem-se desestimulados. A desvalorização do professor impede o crescimento de uma educação qualificada no Brasil. Segundo Perrenoud (2000), é necessário ter uma visão de mundo, não memorizar, mas vivenciar por meio da prática e enfrentar a realidade com clareza, ter reestruturado seu conhecimento por meio da formação continuada, pois o professor que apenas ministra um conteúdo, não está inserido neste processo de globalização que exige do profissional, que ele seja habilitado, pesquisador, que instigue o aluno e leve-o a refletir a sua realidade por meio desse conhecimento. Mesmo com algumas mudanças ocorridas na educação atual, percebe-se ainda resquícios da educação tradicional no que diz respeito aos métodos de ensino. Era comum as aulas ministradas pelos professores serem expositivas, que não exigiam dos mesmos um conhecimento mais aprofundado, pois não havia uma preocupação de formar cidadãos críticos, mas apenas profissionais para exercerem uma determinada profissão. No método tradicional, o aluno não era considerado um sujeito importante no processo de aprendizagem, pois acreditava-se que o professor era o dono do saber, o que detinha todo o conhecimento. Com o advento da globalização, entra em cena a educação atual e exige-se que o professor assuma uma nova postura no que tange a construção do saber, do fazer pedagógico para formar cidadãos críticos e reflexivos que estejam preparados e capacitados para atuarem em uma sociedade que vive constantes transformações. Para que o profissional docente permaneça inserido no contexto desta sociedade globalizada é 11 necessário que ele se qualifique, estude sempre e não se estagne em seus métodos de ensino. Esta pesquisa contribui de forma satisfatória e faz-se refletir o cotidiano do professor que trabalha na formação de cidadãos. Como profissionais da educação, cria-se expectativas em conhecer a docência em sua essência, para que dessa forma construa-se educadores comprometidos com os saberes e fazeres pedagógicos. 12 2. REFERENCIAL TEÓRICO Este capítulo tratará a respeito do Histórico da Formação do Professor no Brasil, a trajetória da educação ao longo dos tempos e suas transformações em cada década. Percebe-se que as transformações na área educacional e nas práticas docentes em todo esse tempo contribuíram de forma positiva e negativa na construção do saber e deixou marcas que refletem na sociedade do século XXI. 2.1. HISTÓRICO DA FORMAÇÃO DO PROFESSOR NO BRASIL A história da educação no Brasil inicia-se com a vinda dos padres Jesuítas no ano de 1549. Estes homens eram integrantes da ordem religiosa católica Companhia de Jesus e tinham como objetivo propagar a fé católica por todo o mundo. A chegada deles ao Brasil foi com o intuito de catequizar os índios que habitavam no território colonial e também submetê-los a rotinas de trabalho no desenvolvimento de atividades agrícolas. Os padres jesuítas fundaram as primeiras escolas de ensino do Brasil Colonial e a Igreja católica controlava fortemente o acesso ao conhecimento naquela época. As escolas eram obrigadas a seguir um conteúdo de ensino estabelecido de normas meramente burocráticas e não poderiam esquivar-se disso. Além disso, os alunos estudavam apenas para exercerem uma profissão. Os padres adotavam um método de ensino tradicional e marcado pela rigidez, autoritarismo e métodos grotescos de ensino eram aplicados, como: chibatadas, palmatórias e se o indígena não aprendesse da forma como o professor queria, esse era amarrado no tronco. (Jordão, 2002). Assim, durante os 210 anos em que permaneceram no Brasil, os jesuítas exerceram uma poderosa influência que se registrou na formação da sociedade brasileira e se constituíram nos principais, senão os únicos, mentores intelectuais e espirituais da colônia. Apresentando um ensino medido, dosado – mas nitidamente abstrato, dogmático, memorístico, repetitivo, livresco e verbalista – exerceram papel conservador, tornando a cultura “sem pensamento e sem substância”. (Ferreira, 2000; Ribeiro, 1995). Os jesuítas vieram trazer ao Brasil a moral, seus costumes e a religiosidade da Europa como também seus métodos pedagógicos. Além de ensinar, os jesuítas pretendiam converter os índios a fé católica e perceberam que isso não poderia acontecer sem que eles aprendessem a ler e escrever, pois a real intenção dos padres era transformar os índios em fiéis seguidores de seus costumes e doutrinas. Existia muita discriminação em relação aos 13 índios, pois acreditava-se que eles não possuíam inteligência fértil como os filhos dos portugueses que residiam naquele tempo no Brasil. Em sua função colonizadora e civilizadora por excelência das crianças indígenas, a Companhia de Jesus fazia a “defesa intransigentemente tradicionalista da transmissão oral das duas fontes da Revelação, a tradição e as Escrituras” (HANSEN, 2000, p. 21). O modelo de ensino Jesuítico perdurou durante duzentos e dez anos, de 1549 a 1759, quando os padres jesuítas foram expulsos do Brasil por Marquês de Pombal. Com este rompimento, pouco se restou do método de ensino dos jesuítas. O motivo da expulsão dos jesuítas por Marquês de Pombal deu-se devido aos diferentes interesses que não eram compatíveis aos da Corte, pois as escolas da Companhia de Jesus tinham por objetivo servir a Igreja, a fé. Em contrapartida, Marquês de Pombal queria organizar a escola para que servisse aos interesses do Estado, pois seu objetivo era tirar Portugal da decadência que se encontrava. Em 28 de junho de 1759, Pombal criou as aulas régias de Latim, Grego e Retórica e cada aula régia era autônoma, com um único professor e as aulas eram isoladas, sem interligarem-se. Baseado no Iluminismo, Pombal cria uma profunda reforma educacional e a metodologia eclesiástica dos jesuítas é substituída pelo pensamento pedagógico da escola pública e laica. Surge, então, o espírito moderno: [...] marcando o divisor das águas entre a pedagogia jesuítica e a orientação nova dos modeladores dos estatutos pombalinos de 1772, já aparecem indícios claros da época que se deve abrir no século XIX e em que se defrontam essas duas tendências principais. Em lugar de um sistema único de ensino, a dualidade de escolas, umas leigas, outras confessionais, regidas todas, porém, pelos mesmos princípios; em lugar de um ensino puramente literário, clássico, o desenvolvimento do ensino científico que começa a fazer lentamente seus progressos ao lado da educação literária, preponderante em todas as escolas; em lugar da exclusividade de ensino de latim e do português, a penetração progressiva das línguas vivas e literaturas modernas (francesa e inglesa); e, afinal, a ramificação de tendências que, se não chegam a determinar a ruptura de unidade de pensamento, abrem o campo aos primeiros choques entre as idéias antigas, corporificadas no ensino jesuítico, e a nova corrente de pensamento pedagógico, influenciada pelas idéias dos enciclopedistas franceses, vitoriosos, depois de 1789, na obra escolar da Revolução. (AZEVEDO, 1976, p. 56) Mesmo que o modelo de ensino dos jesuítas tenha sido necessário para o processo de colonização do Brasil, já não conseguia atender aos interesses dos Estados Modernos em formação. Por isso, os Estados Modernos passam a controlar a Educação. Com o início desse momento histórico, o modelo de ensino jesuítico se torna ineficaz e não mais atender às exigências de uma sociedade em transformação. Segundo Almeida (2000), as reformas feitas por Marquês de Pombal pretendiam transformar Portugal em uma metrópole capitalista e também transformar o Brasil em uma colônia. A intenção de Pombal era criar várias escolas e reformar as que já existiam e também utilizar-se da instrução pública como instrumento ideológico, com o real intuito de dominar a sociedade ignorante. Segundo Ribeiro (1998), Pombal não conseguiu concretizar 14 esses objetivos, pois havia uma enorme carência de professores capacitados para ensinarem. A educação, no Brasil, estagnou-se naquele tempo devido a falta de preparo dos professores para a função, pois os mesmos eram improvisados e mal remunerados. Eram eleitos por alguma indicação e possuíam autonomia para ministrarem suas aulas. No início do século XIX, a educação brasileira estava precária, pois com o término do modelo de ensino jesuítico, Pombal não conseguiu que o novo modelo de educação tivesse êxito e que pudesse se sobrepor aos dos jesuítas e assim dar continuidade a um trabalho de educação. [...] a instrução pública em Portugal e nas colônias, foi duramente atingida. Desapareceram os colégios mantidos pela Companhia de Jesus que constituíam então os principais centros de ensino. Urgia, portanto, a adoção de providências capazes de, pelo menos, atenuar os inconvenientes da situação criada com as drásticas medidas administrativas de Sebastião de Carvalho e Melo. O terreno para a implantação de novas ideias pedagógicas, entretanto, já havia sido preparado, com vária sorte, pelos esforços isolados de alguns homens de ciência e de pensamento, entre os quais figuravam o singular Luís Antônio Verney e os padres da Congregação do Oratório de São Felipe Néri. (HOLANDA,1989, p. 80) O método de ensino pombalino foi bastante desastroso para a Educação no Brasil. Com a intenção de reformar, conseguiu destruir um sistema de ensino que estava consolidado e que obtinha resultados, ainda que fossem contestáveis e tradicionais, que era o modelo de ensino jesuítico. Com a chegada da família real, em 1808, o modelo de ensino pombalino chega ao fim e inicia-se o período Joanino. Na mesma época, João VI abriu as Escolas de Direito e Medicina, Academias Militares e a Biblioteca Real, mas a educação continuou a ter pouca relevância. Em 1822, D. João VI volta para Portugal e no ano seguinte, é proclamada a Independência do Brasil por seu filho, D. Pedro I. Em 1824 é constituída a Lei Magna que afirmava que “a instrução primária era gratuita à todos os cidadãos. Luiz Antônio Cunha (1986, p. 67) ao analisar o ensino superior no Império (1822 a 1889), observou que em 1808 emergia o Estado Nacional e houve necessidade de se mudar o ensino superior que vinha do período colonial. Criaram-se “cursos e academias destinados a formar burocratas para o Estado e especialistas na produção de bens simbólicos, como subproduto, formar profissionais liberais.“ A falta de professores era muito grande naquele período e para sanar esta carência, cria-se o Método Lancaster ou Método de Ensino Mútuo. Esse método treinava um aluno para que este ministrasse aulas para dez alunos sobre a vigilância de alguém que inspecionasse. E tinha também como objetivo de disciplinar e inserir as pessoas no mercado de trabalho que necessitava de operários disciplinados. No ano de 1834, foi fundado o Ato Adicional à Constituição que declarava que as províncias passariam a ser responsáveis pelo ensino primário e o secundário. Com esse Ato Adicional à Constituição, surge a primeira Escola Normal no Brasil. A intenção era alcançar 15 bons resultados, mas o objetivo foi pouco alcançado. Assim, mais uma vez, a educação se perdeu. Até 1889, pouco foi feito de eficaz pela educação. Nesse mesmo ano, foi adotado o modelo político americano que com a Reforma de Benjamim Constant baseava-se na liberdade e laicividade do ensino e na Escola Primária gratuita. Esta reforma tinha o objetivo de formar os alunos para os cursos superiores e também pretendia substituir a predominância literária pela científica. Foi uma Reforma muito criticada, pois não respeitava os princípios pedagógicos de Comte, pois defendia-se a predominância literária, mas foi acrescentado matérias tradicionais às científicas e o ensino torna-se enciclopédico. “O ensino superior atual nasceu, assim, junto com o Estado Nacional, gerado por ele e para cumprir, predominantemente, as funções próprias deste”. Introduziram-se modificações, com D. João VI passamos à secularização com ensino público. Em Portugal, até a época de Pombal, e no Brasil, até a vinda da corte, o ensino era público e religioso. (CUNHA, 1986, p.79). Em 1911, com a Reforma Rivadávia Correa, pretendeu-se que o curso secundário formasse o cidadão e não apenas levar este cidadão a um nível de formação acima. Esta Reforma abolia o diploma pela troca do certificado de aproveitamento e essas mudanças foram desastrosas para a educação que continuou com poucos avanços. Com o fim do período da Primeira Repúbica, 1930, inicia-se o período da Segunda República. Este período foi um marco para o Brasil, pois o país entrou para o mundo capitalista de produção e passou a investir no mercado interno e produção industrial. Com um mundo capitalista, exigia-se que a mão de obra fosse mais qualificada e fazia-se necessário investir na educação. No ano de 1932, inicia-se o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova com proposta de reformulação da política educacional. Em 1934, a nova constituição da Segunda República, dizia pela primeira vez, que a educação seria um direito de todo cidadão. Em 1937, acontece uma nova ruptura. O período do Estado Novo explicita a preparação de um maior número de mão-de-obra para serem realizadas no mercado, pois o mundo estava cada vez mais capitalista e as pessoas recebiam um ensino pré-vocacional e profissional que visava atender apenas o lucro e não a formação de cidadãos. A Nova Constituição diz que o ensino de trabalhos manuais normais, primárias e secundárias é obrigatório. As discussões por meio da educação entraram em um período de espera, pois não era a preocupação maior. No ano de 1942, algumas áreas do ensino são renovadas e criam-se as Leis Orgânicas do Ensino que são compostas por decretos que acreditavam no Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, o SENAI, que valorizava o ensino profissionalizante. O ensino, naquele tempo, foi composto por cinco anos de curso primário, quatro de ginásio e três de colegial. O ensino colegial não preparava mais o aluno para o ensino 16 superior, mais se preocupava apenas com a formação geral do aluno. Ficava bastante claro que a educação era apenas para formar profissionais para atuarem no mercado de trabalho. Em 1946, com o fim do Estado Novo, inicia-se o período da Nova República. Uma nova constituição de cunho liberal e democrático. No que diz respeito a educação, a nova constituição resgata o lema Educação é direito de todos, que foi inspirada pelo Manifesto dos Pioneiros da Nova Educação. O Ministro Clemente Mariani, baseado na Carta Magna de 1946, tem como objetivo reformar a educação brasileira. Foi-se discutido que a educação é responsabilidade do estado. É organizado três comissões: uma para o Ensino Primário, outra para o Ensino Médio e outra para o Superior. Em 1948, este projeto é encaminhado para a Câmara Federal é começa uma luta em favor das propostas apresentadas. Outras iniciativas em relação a educação foram feitas, como o Centro Popular de Educação, na Bahia, em 1942, criado por Anísio Teixeira. Também é realizada uma campanha de alfabetização com o objetivo de alfabetizar em quarenta horas, adultos não alfabetizados, criada pelo educador Paulo Freire, em 1961. E no ano de 1962, é criado pelo Ministério da Educação e Cultura, o Plano Nacional de Educação e o Programa Nacional de Alfabetização, programas baseados no método de Paulo Freire. A educação, naquela época, começou a ter mais relevância e uma preocupação em formar cidadãos. Um golpe militar, no ano de 1964, acaba com todas as esperanças de se fazer uma educação mais qualificada e democrática. Acontece outra ruptura e o Período Militar entra em cena. Naquela época, muitos professores foram presos e perderam seus empregos, universidades eram bruscamente invadidas, estudantes eram presos e feridos nos confrontos com os militares. A liberdade de expressão foi totalmente banida e no que diz respeito a educação, os militares tomavam conta. Os professores ensinavam o que era imposto pelo regime. ... Procurou-se evidenciar que a política do governo militar empenhou-se na destruição cultural das forças que poderiam resistir à barbárie. Ao se impor pela força, adotando um modelo consequente e coerente com a Doutrina de Segurança Nacional, a ditadura mostrou a sua verdadeira natureza em termos culturais. E cumpriu a ‘profecia’ do comandante da invasão da UnB, coronel Darci Lázaro: ‘Se essa história de cultura vai nos atrapalhar a endireitar o Brasil, vamos acabar com a cultura durante trinta anos’. (CHIAVENATO, 2004, p.149). A ideologia de governo do Regime militar era anti-democrático. Foi um período muito tenso para a Educação no Brasil. Toda expressão popular que fosse contrária aos interesses do governo era severamente punida por meio da violência física e em muitos casos com a morte. Devido aos abusos desta época, é criada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, no ano de 1971. Esta lei tinha como objetivo a formação educacional profissionalizante. 17 No século XXI, a educação começa a vivenciar mudanças, pois a nova (LDBEN) Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, veio contribuir para que essas transformações na educação sejam mais eficazes e surtam efeitos positivos no que diz respeito à formação do professor. Antes, quem tivesse o curso de magistério, poderia assim, lecionar dos anos iniciais até ao quinto ano do ensino fundamental e o magistério era visto apenas como um curso feminino. Com as alterações ocorridas na lei, os professores são obrigados a terem uma formação a nível superior para que possam exercer sua profissão de forma qualificada. Pois o mesmo, diante das mudanças que têm ocorrido na educação, continua a ser o foco da sociedade, pois todas as áreas de conhecimento tiveram ou tem por base um educador. A reflexão feita do professor e sua profissão na história são relevantes, pois desde as eras de revolução é impossível não praticar uma educação que se limitava em aulas expositivas, o uso de quadro e giz, planos de aulas vencidos pelo tempo e uma metodologia que é considerada hoje obsoleta. De acordo com Patto (1999), as transformações da história humana que ocorreram nas revoluções, continuam por meio dos meios de comunicação e tecnologia, portanto, o professor perpassa por todo esse processo de mudança. Sabe-se, que com a mudança de século foi e é visível os ultrapassos costumes da sociedade tradicional. A educação também vive a transição pelos processos de mudanças e percebe-se em alguns educadores claramente essas marcas na educação atual. A educação tradicional era vivenciada por educadores que estavam envolvidos somente com as suas disciplinas. Entretanto, no país globalizado, onde se abrange todas as estruturas da sociedade, por meio das mudanças, o esperado é que este profissional não use de incompletude, mas seja um profissional diferenciado, um constante pesquisador e nunca achar que aquilo que sabe é o suficiente. Percebe-se que a educação, ao longo dos períodos passados, não alcançou sua meta, pois sempre estava voltada para os interesses do Estado. De fato o aluno não era o centro da educação e nunca visou-se fazer dele um cidadão pensante, que com o conhecimento viesse transformar a sociedade em que vive. Entende-se que a educação não era considerada prioridade pelos governantes, pois não havia investimento necessário para que pudesse dar suporte para fazer uma educação de qualidade. Professores mal remunerados, mal capacitados e uma estagnação que se arrastou por décadas e décadas. Enquanto não se investir em educação, na formação de professores, tudo continuará da mesma forma. Cabe aos docentes do século XXI e aos governantes transformarem este quadro e fazer com que a educação seja um meio de transformação da sociedade e do ser humano. 18 2.2. A IMPORTÂNCIA DA PROFISSÃO DO EDUCADOR PARA SOCIEDADE As rápidas transformações que surgem no mundo contemporâneo causam uma grande necessidade de formar professores capacitados e o interesse de pesquisar esse assunto é para compreender qual o significado que tem para a sociedade, a vida profissional do professor, e o que, caracteriza este profissional que se encontra no contexto da sociedade, tão exigente e competitiva, porém, mesmo com os avanços tecnológicos, percebe-se a importância desse profissional. Gadotti (1986), acredita que o educador de hoje, não pode ficar escondido ou omisso em suas ações políticas e sociais, porque o grande desafio do século XXI é a qualificação do professor, e desta forma ele precisa estar em busca de conhecimento de aperfeiçoamento e aprendizado de novas habilidades, para se adequar as novas exigências do estilo de uma sociedade moderna. Sabe-se historicamente que, a educação já passou por vários momentos com grandes dificuldades juntamente com o professor, lembrou-se que ele já foi desvalorizado, quando os jesuítas, representava-os na época colonial, e a educação era controlada por eles. No decorrer de alguns períodos, alavancou-se o processo educativo que conseguiu passar por todas essas dificuldades, as quais é citado no histórico. De acordo com Antunes (2001), os novos desafios do professor, é se qualificar e tornar-se reflexivo, critico e com uma boa metodologia, aplicado com criatividade e suas habilidades e competências do saber fazer. Acredita-se que o mercado de trabalho exige do professor qualificação, compromisso, responsabilidade, e que, se adeque a essa realidade, porque a globalização e a tecnologia tem o poder de alcançar toda uma sociedade. Segundo Libâneo (2007), toda transformação que decorre, seja política, econômica e socialmente, a escola é questionada quanto as competências pedagógicas dos profissionais da educação, com isso, percebeu-se mudanças no processo de ensino, no movimento de aprimoramento do professor em busca de conhecimento, inclusive especifico, como libras, braile e tecnologias. Já discutia Gadotti (1986), há esperança de uma geração de educadores, prontos para discutir a educação, em diversas posições pedagógicas. Entende-se que dessa forma pode-se encontrar novos caminhos para uma educação melhor. Com a participação de todos, escola, família, professor e como base as leis educacionais. De acordo com Gandin (2001), a educação é como espelho e a sociedade com seus costumes e ideologias, espera, que aconteça a mudança, para isso é preciso a 19 atuação da sociedade, e com, as estruturas educacionais envolvidas pelos sistemas, podese dizer que, no todo, a educação é a ponte que leva as grandes transformações. Freire (1996), diz que a educação é uma forma de intervenção, ou seja, será ela a mediadora para que as mudanças ocorram. Com isso, o professor é um dos principais sujeitos para que de fato esse processo de mudança se torne realidade. Pois assim, esse professor, deve estar muito bem preparado em todos os aspectos, são eles: políticos, sociais, didáticos. De acordo com Freire (1996) e Gandin (2001), a educação é a força para transformação da sociedade, porém se, os esquemas forem feitos, com determinadas medidas, seriedade e boas reflexões, os resultados serão positivos. Entretanto, muitos outros pontos ainda devem ser discutidos e abordados sobre esse assunto, são eles: teorias sobre o ensino, propostas metodológicas, conteúdos transmitidos, didáticas aplicadas pelos professores e como avaliar os alunos. Todos esses pontos devem ser discutidos e analisados, a partir do ponto de vista que todo cidadão tem uma forma de aprender em um determinado momento. Por se tratar de alfabetização, não quer dizer simplesmente que o objetivo prioritário é que o aluno aprenda a ler e a escrever, isso é algo importante, porém, esse objetivo deve ir mais além do que se tem em mente, e, tudo o que for trabalhado na escola deve estar ligado ao cotidiano do aluno, pois isso fará com que ele seja um participante ativo do processo social do qual faz parte. Acredita-se que o professor é uma chave importante no desenrolar desse processo por ser o individuo que convive uma boa parte do tempo com o aluno, e com isso surge a oportunidade de contribuir com as mudanças de forma a construir conhecimentos. Como afirma Freire (1996), as mudanças se tornam difíceis, mas é uma atitude possível e nesse momento o professor com sua habilidade trabalhará com seus alunos a reflexão e importância de ser crítico e participativo em todos os aspectos: políticos, econômicos, sociais entre outros. Com essas competências o professor prepara o cidadão para atender as exigências de um mercado cada vez mais competitivo. O professor, considerado antes como mero reprodutor percebeu o seu real significado, de pesquisador, mediador, construtor de conhecimentos e sua importância para educação. O olhar desse profissional se alargou e com essa visão despertou o interesse no aluno de aprender e qualificou a educação, e a qualidade do ensino do professor contribui para a formação do aluno como cidadão. Por isso é necessário que os educadores tenham uma boa remuneração, de acordo com a responsabilidade que possuem, que é a de ensinar, de preparar seu aluno para a vida em sociedade, pois sua profissão é de extrema importância. Não se deve esquecer que 20 toda e qualquer movimentação de ensino e aprendizagem para formação de uma profissão se faz preciso ter um professor. Os alunos precisam ter os educadores como exemplo, um modelo a ser seguido. O professor deve ser um estimulador de opiniões em seus alunos, incentivá-los a buscarem seus próprios conhecimentos. A relação entre o professor e o aluno não pode ser estática, mas precisa haver confiança, para que assim o prazer de aprender seja gerado na vida do aluno, e isso reflita na sociedade. 2.3. QUAIS OS DIREITOS LEGAIS DO PROFESSOR? Não importa qual escola e nem qual o ensino, se, é no básico ou superior, o professor ao se deparar com situações adversas, como atos de violência e falta de respeito, ele procura conversar com a família do aluno. Porém, percebe-se que por não sentirem-se amparados na prática, reconhecem que não sabem o que fazer. Pois é difícil lidar com alunos mal educados e violentos. Em tese, a carreira de professor está estruturada e exige que ele estude para poder ajudar seus alunos e enquanto estiver no mercado de trabalho há uma grande necessidade que ele tenha uma formação continuada. Procura-se mostrar que a formação do professor está amparada legalmente pela (LDBEN) lei de diretrizes e bases da educação nº 9.394\96, artigo 61, rege que o professor deve vivenciar teorias e práticas, e desta forma exercer sua profissão e buscar a cada dia inovação para melhor aplicabilidade como profissional da educação. Hoje, a sociedade cobra um professor com mais preparação, que seja atuante numa sociedade globalizada que vive com uma tecnologia cada vez mais avançada e nesse sentido, conta a formação continuada, a renovação dos seus conhecimentos como professor, que seja um profissional atualizado e hábil a ensinar as mais variadas tecnologias atuais. O artigo 5º C\F, inciso XIII, diz que é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelece geral e do professor. Rodrigues (2012), desabafou em uma entrevista que o professor tem poucas chances de aprender a ensinar, na legislação é garantida um terço da carga horaria remunerada do professor, destinado a atividades extra classe. Porém, nesse período eles constroem seus planejamentos pedagógicos e avaliam as correções de prova. Mas a recomendação do conselho nacional de educação, é que os profissionais se reúnam para discutirem dificuldades e soluções pedagógico. 21 Entretanto as redes públicas deixam de cumprir a lei, pois as pessoas pensam que o professor nasce pronto, mas enganam-se, porque, todos os dias eles precisam se preparar de acordo com o diagnostico de cada aluno. Segundo Lozano (2012), o Brasil precisa reconhecer que é carente no amparo e formação de professores e isso percebe-se pelo fato da má remuneração, a falta de respeito dentro da sala de aula, a violência que a cada dia cresce e por meio da mídia professores são sujeitos a maus-tratos por pais, alunos. De acordo com o novo Estatuto do Magistério, todas as novas progressões de níveis salariais serão implantadas automaticamente. Já as progressões atrasadas serão pagas, a partir de janeiro, dentro dos próximos 3 anos, beneficiando 25 mil professores, dos quais cerca de dez mil ainda não se aposentaram à espera desse benefício. As promoções de níveis médio para o superior do ano corrente, 2013, serão pagas em agosto, beneficiando mil e duzentos professores. As titulações (especialização, mestrado, doutorado) também. Na nova legislação ficam estabelecidos, além da Gratificação por Atividade de Magistério (GAM), outros três tipos especiais: 25% para quem tem dedicação exclusiva, 15% para quem dá aula em áreas de difícil acesso e 40% para quem atua em áreas de alto índice de violência. 2.4. O PROFESSOR NO COTIDIANO ESCOLAR A educação passou por várias evoluções no decorrer do tempo, antes o conhecimento era passado de uma forma na qual o docente considerava-se o detentor do saber, por esse motivo não haviam questionamentos entre professor e aluno em sala de aula e eram conhecidos como autoritários. Porém, atualmente, esta forma de ensino tem sofrido com as mudanças que ocorrem na aprendizagem e o aluno tornou-se partícipe na construção do saber por meio de questionamentos ou opiniões ocorridas durante a aula. O professor em sala de aula tem várias características como: facilitador, mediador e pesquisador. Apesar de ser um assunto difícil de se tratar, o cotidiano do professor é repleto de situações problema. No dia a dia, ele convive com a formação continuada, o trabalho coletivo, práticas pedagógicas, a formação acadêmica, a ação governamental. O professor precisa ter habilidade e disposição para aplicar uma boa metodologia, pois aquela educação que apenas ele falava, determinava, não se encaixa na educação atual. 22 De acordo com Ferraço (2008), a prática docente não se resume meramente em fazeres programados e planejados fora de sala de aula, o professor no cotidiano escolar precisa ser atuante, reflexivo, e nas atividades de aprendizagens o qual está inserido. Segundo Castilhos (2000), com análise de algumas situações vividas pelos professores dentro da sala de aula, estão atrelados alguns aspectos, que são sociais, culturais e políticos. Essas questões são desafiadoras, que deixam o professor em foco, para novas metodologias. A modernidade traz novos recursos para o aprendizado dentro da sala de aula e sem contar, que o novo modelo alcança toda coordenação escolar. Gandin (2001) concorda que a educação só tem sentido no momento que os grupos formados desenvolvem e crescem juntos e surgem as possibilidades de construírem a liberdade, que é, um elemento que faz parte do fenômeno educacional. Câmara (2000), acredita que é indispensável a participação de todos, porém sem esquecer a pedagogia da divergência que possibilita um confronto de ideias, sem deixar de lado a pedagogia da autonomia. Em pleno século XXI, os docentes precisam estar preparados para construir conhecimento a uma geração informada e atualizada e em função dos modernos meios de comunicação. Neste cenário, o professor é o protagonista do assunto a ser abordado, de forma que a metodologia seja adequada para o público-alvo, caso não haja entendimento dos alunos, o professor explica com outra metodologia, que é fundamental para, conhecimento, desenvolvimento e aprendizado do aluno. Que deve privilegiar a construção coletiva dos conhecimentos mediada pela tecnologia. Acredita-se que atualmente este processo é mais presente em sala de aula, porque o aluno possui a facilidade de acesso a informação. Câmara (2000), acredita que para preparação de uma aula, seja ela em qualquer disciplina, o professor tem um roteiro pré-estabelecido com etapas básicas para apresentação do conteúdo em sala de aula. Dentro desse roteiro existem as seguintes fases: com cada aluno, de acordo com o seu desempenho. Outra fase importante para ampliar o conhecimento do aluno. A tarefa de ensinar não pode ser tratada como uma tarefa comum, pois o docente precisa obter conhecimentos diários, estudar novas práticas metodológicas, usar novas ferramentas além do domínio da parte teórica. Portanto, o cotidiano do professor em sala de aula é algo que muda constantemente. Ao comparar o aprendizado tradicional com o atual, percebe-se que várias ferramentas foram abolidas da sala de aula, o quadro negro, por exemplo, foi substituído por data show, que possibilita um maior entendimento do assunto ministrado pelo professor, e com os recursos que podem ser usados como áudio visuais. Ressalta-se que, não se trata 23 da substituição do livro pelo texto tecnológico, pois não existe tecnologia que retire o espaço dos mais autênticos e poderosos recursos do aprendizado. Apesar das diferenças existentes entre as duas metodologias de ensino, a atual e a tradicional, há um fator que se entrelaça que é o eterno antagonismo entre a teoria educacional e a prática pedagógica. Acredita-se que no contexto cotidiano do professor, além da tecnologia, ele se depara com inadequações pedagógicas na escola e com isso dificulta a aprendizagem. Não se pode esquecer que nem toda escola está equipada para lidar com a velocidade das informações tecnológicas, porém, entra a questão do professor saber se adequar com competência e sabedoria para ministrar as aulas de acordo com as condições da escola e necessidade de sua classe, e dessa forma alcançar seus alunos. Entende-se que globalização e transformação abala qualquer alicerce de qualquer instituição. 2.5. OS DESAFIOS DO PROFESSOR NO SÉCULO XXI Pesquisar por meio de competências e habilidades é fazer uma reflexão da educação para perceber quais mudanças ocorreram na sala de aula, com os alunos e professores e que efeito as novas formas na aplicabilidade de ensino causam na sociedade, para isso buscou-se embasamento em alguns teóricos pesquisadores que contribuem para o entendimento das competências e habilidades na relação aluno e professor. Segundo Perrenoud (2000), se os professores fizessem um balanço de competências, como se faz, os relatos de imposto de renda, poderiam ter resultados negativos, acredita-se que, alvos não alcançados, não significam fracassos, mas quem sabe esquecimento de algum parâmetro, entretanto ganha-se experiências que contribuirão para melhores competências. No século XXI, a educação começa a vivenciar mudanças, pois a nova (LDBEN) lei de diretrizes e bases da educação nº 9.394\96 veio contribuir para que essas transformações na educação sejam, mais eficazes e surtam efeitos positivos no que diz respeito à formação do professor. Antes, quem tivesse o curso de magistério, poderia assim, lecionar dos anos iniciais até ao quinto ano do ensino fundamental e o magistério era visto apenas como um curso feminino. Com as alterações ocorridas na lei, os professores são obrigados a terem uma formação a nível superior para que possam exercer sua profissão de forma qualificada. Pois o mesmo, diante das mudanças que têm ocorrido na educação, continua a ser o foco da sociedade, pois todas as áreas de conhecimento tiveram ou tem por base um educador. 24 A reflexão feita do professor e sua profissão na história são relevantes, pois desde os primórdios da revolução é impossível não praticar uma educação que se limitava em aulas expositivas, o uso de quadro e giz, planos de aulas vencidos pelo tempo e uma metodologia que é considerada hoje obsoleta. De acordo com Patto (1999), as transformações da história humana que ocorreram nas revoluções, continuam por meio de comunicação e tecnologia, portanto, o professor perpassa por todo esse processo de mudança. Sabe-se, que com a mudança de século, a educação também sente a transição, e os processos de mudança, com isso, percebe-se em alguns educadores o reflexo da educação atual. A educação tradicional era vivenciada por educadores que estavam envolvidos somente com as suas disciplinas. Entretanto, no país globalizado, onde se abrange todas as estruturas da sociedade, por meio das mudanças, o esperado e, que este profissional, não use de incompletude, fazendo-se um profissional diferenciado. Este profissional precisa ser um constante pesquisador e nunca achar que aquilo que sabe é o suficiente. Com as mudanças ocorridas, são grandes os desafios na formação heterogênea das turmas, nos diferentes ritmos de aprendizagens, nas diferentes tecnologias, pois o ensino ainda não possui uma metodologia, que explore essa tecnologia e possa fazer uso no ambiente escolar. E por não possuírem habilidades muitos professores não fazem uso desta ferramenta que é tecnologia. No século XXI, o qual é chamado como século do conhecimento, tem levado o professor a refletir suas atitudes e metodologias de ensino, uma vez que os avanços tecnológicos, os meios de comunicação são bastante motivadores. Com as transformações que ocorrem na sociedade e na educação, desperta o interesse de investigar a posição do professor e seus recursos didáticos para acompanhar o movimento acelerado do conhecimento, uma vez que, a prática educativa acompanha as transformações da sociedade. De acordo com Libâneo (2004), o conhecimento provido pela didática, incentiva o professor, a pensar em sua ação como educador. O professor é um personagem que tem um papel importante na educação, pois se, em alguns anos era visto como ditador, autoritário, hoje a imagem desse professor tem mudado. As pessoas o veem com respeito, carinho e no século XXI ele enfrenta novos desafios por vivenciar uma educação que acompanha o avanço da tecnologia, onde precisa estar inserido e desta forma discutir, interagir com os alunos, de maneira que ele se adeque aos novos modelos de ensino. Entretanto, há professores que precisam desta formação para dinamizar o processo deste fenômeno que tornou-se reflexivo e por isso o professor deve ser pesquisador e com suas práticas acompanhar os desafios deste século. 25 3. METODOLOGIA A metodologia é o conjunto de métodos que regem uma investigação. A delimitação de método é muito importante para que não se perca o objetivo da investigação e torne a pesquisa mais viável para ser estudada. Delimitar é indicar a abrangência do estudo, estabelecendo os limites extencionais e conceitos do tema. Enquanto princípio de logicidade é importante salientar que, quanto maior a extensão conceitual, menor a compreensão conceitual e, inversamente, quanto menor a extensão conceitual, maior a compreensão conceitual. Para que fique clara e precisa a extensão conceitual do assunto, é importante situá-lo em sua respectiva área de conhecimento, possibilitando, assim, que se visualize a especificidade do objeto no contexto de sua área temática (LEONEL, 2002, p.2). Está pesquisa será exploratória descritiva e do tipo bibliográfica. Segundo Severino (2002), a pesquisa bibliográfica é importante por colocar o leitor a disposição da informação e suas fontes, para Gil (1987), uma pesquisa descritiva tem o objetivo de descrever um fenômeno, o qual foi pesquisado este trabalho escrito, que permite a identificação referencial que segue as normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), por se tratar de uma pesquisa bibliográfica dentre os autores pesquisados destacam-se Perrenoud (2000), Santos (2006), e Bozza (2009). Estes autores discutem a temática da educação atual tradicional, globalizada e suas competências educacionais. Na abordagem qualitativa procurou-se entender os fenômenos estudados, como: as ações dos indivíduos, os grupos em seu contexto social, sem preocupar-se com números e estatísticas. A abordagem de pesquisa qualitativa diferencia-se quanto ao seu método, à forma e os objetos. Segundo Godoy (1995), a distinção que existe entre os trabalhos qualitativos enumera uma série de características fundamentais que identificam uma pesquisa. De acordo com Maanen (1979), a pesquisa qualitativa traduz e expressa o sentido dos fenômenos do mundo social. Durante a pesquisa usou-se vários recursos positivamente, porque cada instrumento pesquisado, dentro de sua capacidade nos deu uma visão ampliada, com o objetivo de que o pesquisador se interesse em se aprofundar na pesquisa proposta. E isto causou impacto ao descobrir que pesquisar o fenômeno da educação nos faz refletir sobre a grande importância do profissional da educação nessa evolução social. 26 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO Este capítulo irá mostrar os resultados e discussões desta pesquisa que envolve o professor no contexto de uma sociedade globalizada e qual deve ser a postura do mesmo em virtude dos avanços tecnológicos e o que difere a educação tradicional da educação atual. A partir da transição de século, percebe-se que ocorreram mudanças na educação, que fizeram com que o professor se tornasse reflexivo em relação as suas competências e habilidades para que pudesse estar inserido em uma sociedade competitiva, exigente e em constantes mudanças. 4.1. AS COMPETÊNCIAS E HABILIDADES DA DOCÊNCIA NA SOCIEDADE GLOBALIZADA A partir das ideias de Perrenoud (2000), Antunes (2001) e Ferraço (2008), verificouse que na sociedade globalizada muitas competências e habilidades são atribuídas aos docentes para tornar o ato educativo de forma mais significativa. De acordo com os teóricos, o professor deve ser crítico, reflexivo, para desenvolver seu trabalho de forma satisfatória e proporcionar um processo de ensino-aprendizagem capaz de superar os obstáculos enfrentados pelos alunos. Os docentes devem ter responsabilidade de se qualificarem para representarem a classe docente com competência e habilidade para terem seus objetivos alcançados. Devese considerar outros fatores, como por exemplo, os materiais didáticos que os professores usam para ministrar suas aulas, as metodologias aplicadas no dia-a-dia aos alunos. O professor precisa estar preparado para ser mediador na construção de conhecimento para uma geração de pessoas atualizadas e informadas. O professor que não inova seus métodos torna-se um profissional sem qualificação e conhecimento e não desperta em seus alunos uma perspectiva de aprendizagem, pois acredita-se que o professor deve ser o estimulador para que seus alunos ampliem a visão e tenham prazer em estar dentro do ambiente escolar. Desse modo, os professores devem ter um relacionamento dialógico com seus alunos e fazer com que sejam cidadãos capazes de refletirem o seu cotidiano. 27 O professor deve fazer um balanço para ver como estão suas competências como mediador das situações que acontecem no âmbito escolar e como está o aproveitamento do aprendizado do aluno. As transformações da sociedade, das estruturas educacionais só acontecem se saírem do papel, se forem aplicadas, e sem esquecer que, não se faz educação sozinho por isso, dialogar faz parte do processo de mudança e que, as mudanças tornam-se difíceis, mas é uma atitude possível. Reflete-se sobre utilizar habilidades, pois com a evolução do conhecimento, se não houver professor hábil na sala de aula com o objetivo de preparar o cidadão para a sociedade, o ensino poderá se desgastar, é por isso que a docência tem que usar práticas de habilidades e saber administrar sua formação continuada. No momento em que se trabalha em grupos, organiza e envolve os alunos em atividades, observa e estimula o conhecimento, envolve a família na escola, utiliza a tecnologia e explora de forma que alcance o aluno, tudo isso faz parte da competência profissional e habilidades. Acredita-se que organização já faz parte da profissão do docente, pois se há organização há mudanças, crescimento por meio de projetos de aprendizagens. A motivação é uma relação que envolve os alunos na aprendizagem. A educação deve encarar de frente este problema, pois, na perspectiva do parto doloroso de uma sociedade mundial, ela se situa no coração do desenvolvimento tanto da pessoa humana como das comunidades. Cabe-lhe a missão de fazer com que todos, sem exceção, façam frutificar os seus talentos e potencialidades criativas, o que implica, por parte de cada um, a capacidade de se responsabilizar pela realização do seu projeto pessoal. O conceito de educação ao longo de toda a vida aparece, pois, como uma das chaves de acesso ao século XXI. Ultrapassa a distinção tradicional entre educação inicial e educação permanente. Vem dar resposta ao desafio de um mundo em rápida transformação, mas não constitui uma conclusão inovadora, uma vez que já anteriores relatórios sobre educação chamaram a atenção para esta necessidade de um retorno à escola, a fim de se estar preparado para acompanhar a inovação, tanto na vida privada como na vida profissional. É uma exigência que continua válida e que adquiriu, até, mais razão de ser. E só ficará satisfeita quando todos aprendermos a aprender. 28 4.2. O PROFESSOR TRADICIONAL VERSUS O PROFESSOR GLOBALIZADO De acordo com o pensamento de autores como: Almeida (2000), Gandin (2001), Câmara (2000) e Ribeiro (1998), verificou-se que são muitas as diferenças encontradas nas práticas docentes do passado com as atuais. Para os autores o tradicionalismo, o professor e todo sistema educacional precisava passar por mudanças, uma vez que o aluno não tinha direito de fala, pois o professor era o dono do saber e não envolvia o aluno como um elemento importante na aprendizagem. Era comum as aulas serem expositivas, com uso de quadro de giz, aulas vencidas pelo tempo, que não exigiam dos professores um conhecimento aprofundado, devido serem aulas apenas repassadas. Aulas ministradas apenas para formar profissionais e não cidadãos críticos. Já na concepção atual, os professores devem se qualificar ter uma nova postura, trabalhar com o objetivo de construção de conhecimento para formação de cidadão critico e reflexivo, para que possa atuar em uma sociedade que está em constantes transformações. PROFESSOR TRADICIONAL Exposição e demonstração verbal da matéria é PROFESSOR GLOBALIZADO Mediador do conhecimento. por meio de modelos. Didática mecânica sem considerar as Valoriza o conhecimento prévio dos alunos. características próprias de cada aluno. Transmite valores e conhecimentos acumulados Constrói o conhecimento junto ao aluno, de através do tempo repassados aos alunos como acordo com o meio em que o aluno vive. verdades absolutas e irrevogáveis. Transmite informações e os alunos devem fixa- Busca formar cidadãos críticos e reflexivos para las. atuar na sociedade e transformá-la. Não valoriza os conhecimentos prévios dos É um constante pesquisador. alunos. Rigidez, autoritarismo, é o detentor do saber. Tem uma relação igualitária com seus alunos. 29 Em pleno século XXI ainda não se pode dizer que tudo está bem, que o professor já conquistou todos os espaços para está inserido neste contexto de uma sociedade globalizada. Mesmo com a tecnologia avançada, ele ainda é refém do preconceito, do descaso da profissão, do baixo salário da violência e varias outras coisas. Com base nesses resultados acredita-se que o professor, nas metodologias tradicionais ou globalizadas continua sem autonomia e sujeito a sistemas. Ao libertar-se dos jugos da educação tradicional de interesses políticos, ainda encontram-se marcas dessas tendências em pleno século XXI. O professor enfrenta muitas dificuldades, pois a sociedade é exigente, não reconhece o valor de um professor que precisa lutar por melhorias em sua profissão no que diz respeito à carga horária, e outros direitos, além de investir continuamente em sua formação. Para o educador que perpassou por vários momentos na educação, sejam em quaisquer situações, não pode desistir, mesmo que haja um grupo que queira acabar com a pedagogia, o profissional da educação não deve esquecer que tem opinião própria, por isso é preciso acreditar que o seu desafio de conquistas, não chegou ao fim. O prolongamento educacional é uma sequência, de um sistema social e político, antes a prática docente era regida de acordo com os sistemas institucionais, os quais seguiam normas e regras. Porém, a sociedade mesmo com sua transformação tecnológica e globalizada, continua regida por sistemas, assim como é na educação e na escola, será do mesmo jeito na sociedade, que de alguma forma amarra o docente sem lhe dar condições de agir como a teoria das leis educacionais que determinam participação democrática. A educação ainda não chegou ao patamar desejado uma vez que, ao pesquisar a educação tradicional percebeu-se que embora algumas mudanças significativas tenham ocorrido, ainda é visível o descaso para com a educação. O poder político perpassou séculos e continua a impedir o patamar de crescimento da educação, pois quanto menos se aprendesse seria melhor para os que tinham interesse próprio de domínio. Percebe-se que ainda há um controle que impede da educação libertadora fluir com mais qualidade para alcançar a todos. Enquanto não houver interesse de investimento na educação por parte dos governantes, continuaremos a ter uma sociedade ignorante, sem nenhuma perspectiva de mudança e dominada pelos poderes públicos tal como era nos séculos anteriores. 30 4.3. A FORMAÇÃO EM QUESTÃO Ao se deparar com as ideias de Perrenoud (2000), Gadotti (1986) e Pato (1999), verificou-se que um dos principais pontos de reflexão da docência na atualidade está atrelada a sua formação. Para os autores, a formação docente deve ter formação continuada que não parou no tempo, mas tem se aprimorado no conhecimento e procurado se especializar em educação especifica como: libras, braile. Com base nesses resultados, observa-se que o professor deve fazer um balanço para ver como estão suas competências e habilidades em uma sociedade tão competitiva e exigente no que diz respeito a formação do profissional da educação e sua atuação na sociedade globalizada. Há esperança de ver uma nova geração de educadores prontos para discutir a educação, pois acredita-se que esse é o momento do professor mostrar que é capaz de ensinar e que acompanha as transformações que ocorrem na sociedade. A globalização causa modificações, por isso, observa-se que com a transição de século, as transformações acontecem em todos os aspectos, seja econômico, político e social. E o professor por estar inserido nesta sociedade, deve se qualificar, precisa está preparado para construção de conhecimento para uma geração de pessoas atualizadas e informadas. Milton chama atenção para esta realidade. "No caso do mundo atual, temos a consciência de viver um novo período, mas o novo que mais facilmente apreende-se diz respeito à utilização de formidáveis recursos da técnica e da ciência pelas novas formas do grande capital, apoiado por formas institucionais igualmente novas. Não se pode dizer que a globalização seja, semelhante às ondas anteriores, nem mesmo uma continuação do que havia antes, exatamente porque as condições de sua realização mudaram radicalmente. É somente agora que a humanidade está podendo contar com essa nova realidade técnica, providenciada pelo que se está chamando de técnica informacional. Chegamos a um outro século e o homem, por meio dos avanços da ciência, produz um sistema de técnicas da informação. Estas passam a exercer um papel de elo entre as demais, unindo-as e assegurando a presença planetária desse novo sistema técnico."[11 As revoluções e as transformações acontecem cada vez que as tecnologias avançam e com a transição de século, percebe-se no professor os reflexos da educação atual e torna-se interessante nesses conflitos de ideias que todos tenham liberdade de expressão e que a pedagogia é indispensável para sociedade, sem deixar de atrelar a pedagogia da participação, da divergência e da autonomia. Pesquisar sobre a formação de professores é falar e pensar o que é feito em sala de aula. Ser profissional da educação significa ser o emancipador das pessoas, torna-las livres, 31 menos dependentes do poder econômico, político e social que as oprime. Por isso, faz-se necessário que o educador tenha uma constante reflexão sobre a visão de mundo para embasar sua prática no ensino. O fator indispensável para que o professor não seja mais aquele profissional que detém o conhecimento, é que ele assuma o papel de mediador, aquele que estimula seu aluno a aprender, a ter experiências de aprendizado e proporcionar a capacidade de investigação de suas reflexões críticas. Para que o educador consiga alcançar estes objetivos, é fundamental a sua formação constante, fazer tarefas de planejamento relacionadas ao contexto de cada aluno e ter respaldo dos assuntos em questão. O professor que não busca novos métodos de ensino torna-se um profissional ultrapassado, obsoleto, sem condições de ensinar e sem preparo para estar inserido em uma sociedade globalizada e em constantes transformações. 32 5. Considerações Finais Ao concluir-se esta pesquisa que envolve o professor no contexto de uma sociedade globalizada, identificou-se a relevância da investigação proposta e ao entendimento de que o profissional docente precisa estar capacitado para atender as necessidades presentes na sociedade atual no que tange as transformações educacionais e tecnológicas. Cabe aos professores do século XXI, despertarem em si mesmos a vontade de inovar, a maneira de mediar o ensino e buscar por meio de sua criticidade a sua importância enquanto profissional ativo no processo da educação. E por meio disso, construir mudanças significativas em sua prática pedagógica. Mas também é importante ressaltar que não cabe apenas ao professor a responsabilidade de uma educação melhor. O Estado tem a sua parcela de contribuição no que diz respeito a investimentos na área educacional, que infelizmente, ainda não é prioridade no Brasil. A precariedade no ensino, o baixo salário do professor são problemas ainda existentes na sociedade, pois se não houver recursos necessários para que este profissional desenvolva seu trabalho, não tem como a educação progredir. Por vários séculos a educação perpassa por dificuldades por conta de políticas públicas, má administração, descaso governamental e por meio desta pesquisa percebe-se que a classe educadora não aceita mais ser massacrada e começa a reagir em sua defesa, por condições melhores em sua profissão para ganhar credibilidade, pois, já que a educação é a base de uma sociedade intelectual, não se pode esquecer de uma ferramenta que é de estrema importância para o desenvolvimento globalizado que é o professor. Certamente ainda se pesquisará muito a respeito deste tema, que se trata de um assunto que inova-se todo dia, a educação e um fenômeno na sociedade por meio do qual espera-se se alavanca que contribuirá para o desenvolvimento de uma sociedade que vive em constante crescimento, porém faz-se necessário mais pesquisas e estudos voltados a essa temática a qual envolve o professor, a educação, a política, o econômico e social Discutir na graduação pedagógica o papel do professor e suas reflexões nesta sociedade globalizada foi fundamental para entender a dimensão e compromisso com a sociedade por meio da educação. Buscou-se entender nesta pesquisa embasada por teóricos com grande experiência na temática educacional, quais mudanças que ocorreram na educação e o objetivo principal foi observar a participação do professor na sociedade de mudanças. Assim descobriu-se que, a problemática da atuação ou desenvolvimento do professor está inserido em vários fatores, porém, parte-se de um principio que as metas por 33 estatutos ou leis colocadas em práticas terão grande aproveitamento no que diz respeito ao desenvolvimento escolar, profissional, social ou tecnológico. 34 REFERÊNCIAS ALMEIDA, J. R. P. de. Instrução pública no Brasil (1500-1889): história e legislação. 2.ed. São Paulo: EDUC/INEP/MEC, 2000. ANTUNES, Celso, 1937 – Trabalhando habilidades: construindo ideias/ Celso Antunes. – São Paulo: Scipione, 2001. – (Pensamento e ação no magistério). AZEVEDO, F. de. A transmissão da cultura: A transmissão da cultura parte 3. São Paulo: Melhoramentos/INL, 1976. (5.ed da obra “A cultura brasileira”). CÂMARA, Jacira da Silva. Gestão da Dinâmica Curricular na Escola e na Sala de Aula. Fortaleza – CE: Encontro Estadual de Política e Administração da Educação – ANPAE, 2000. CASTILHOS, Maria Terezinha de Jesus. Avaliação Escolar: contribuições do direito educacional \ Amélia Escotto do Amaral Ribeiro, - Rio de Janeiro: Wak, 2000. CUNHA, Luiz Antônio. A universidade temporã. 2. ed. rev. ampl. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1986. FERRAÇO, Carlos Eduardo. Cotidiano escolar, formação de professor(as) e currículo – 2. Ed. – São Paulo: Cortez, 2008. – (Série cultura, memória e currículo; v.6). FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completo \ Paulo Freire. – 51. ed. – São Paulo: Cortez, 1996. ____________. Pedagogia da Autonomia. Saberes necessários à prática educativa\ Paulo Freire. – São Paulo: Paz e Terra, 1996. – (Coleção Leitura). FERREIRA, Lenira Weil. As contribuições do sistema educacional no Brasil Colônia. In: A paixão de aprender. SME-PMPA, nº 12, abr2000, 79-87 GADOTTI, Moacir. Educação e Compromisso\ Moacir Gadotti. – 2. ed. Campinas, SP: Papirus, 1986. GANDIN, Danilo. Escola e Transformação Social\ Danilo Gandin. – 7. ed. Rio de Janeiro, 1988, Editora Vozes Ltda. (2001). GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo. Editora Atlas, 1987. GODOY, Arilda S., Introdução a Pesquisa qualitativa e suas possibilidades, In Revista de Administração de Empresas, V. 35, n.2, Mar.\Abr. 1995a, ______________.Pesquisa Qualitativa – tipos fundamentais, In Revista de Administração de Empresas, V. 35, n.3, Mai./Jun. 1995b, HANSEN, J. A. Ratio Studiorum e política católica ibérica no século XVII. In: VIDAL, D. G.; HILSDORF, M. L. S. (Orgs.). Brasil 500 anos: Tópicas em História da Educação. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2000. p. 31-41. 35 HEINZ, Artur Schurt; RIBEIRO, M. L.S. História da educação brasileira: a organização escolar. 15. ed. Campinas: Autores Associados, 1998. HOLANDA, S. B. de. História geral da civilização brasileira: a História geral da civilização brasileira época colonial. v. 1, 8.ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1989. LEONEL, Vilson (Org.). Diretrizes para a elaboração e apresentação da monografia do curso de Direito. Tubarão, 2002. LIBÂNEO, José Carlos; OLIVEIRA, João Ferreira de; TOSCHI, Mirza Seabra. Educação escolar: políticas, estrutura e organização. – 5. Ed. – São Paulo: Cortez, 2007. __________________. Organização e Gestão da escola: teoria e prática. 5. ed. revista e ampliada. Goiânia: Editora Alternativa, 2004. LOPES, Eliane Marta Texeira; FILHO, Luciano Mendes Faria; VEIGA, Cynthia Greive.500 Anos de educação no Brasil. Autêntica Editora, 2ª ed., 2000. Belo Horizonte, MG. MAANEN, Jonh, Van. Reclaiming Qualitative methods for organizational research: a preface, in administrative Science Quarterly, Vol.24, no . 4, December 1979. PATTO, Maria H. Sousa. A Produção do Fracasso Escolar. São Paulo; casa do Psicólogo, 1999. PERRENOUD, Philipe. Dez novas competências para ensinar. Trad. Patrícia Chittoni Ramos. – Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000. PRADO JR., Caio. Evolução política do Brasil. Editora Brasiliense, 1ª reimpressão, 1999. São Paulo, SP. RIBEIRO, Mª Luisa S. História da educação brasileira: a organização escolar. 14ºed.Campinas/SP: Autores Associados, 1995. Revista aprendizagem \ A revista da prática pedagógica. Ano 3, Nº 12- Maio \ Junho 2009, p. 26. Sandra Bozza. Revista aprendizagem \ A revista da prática pedagógica. Ano 3, Nº 12- Maio \ Junho 2009, p. 11. SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: do pensamento único. – 13º Ed. – Rio de Janeiro: Record, 2006. [11] SANTOS, Milton (2000) Por uma outra globalização - op. cit. p. 142 SEVERINO, Antônio Joaquim, 1941 – Metodologia do trabalho científico \ Antonio Joaquim Severino – 22. ed. ver. e ampl. De acordo com a ABNT – São Paulo: Cortez, 2002.