CALASS 2015 Novos Modos de Organização Tecnológica e Práticas em Saúde: o desafio do Sistema Único de Saúde no atendimento as necessidades individuais e coletivas Nouveaux modes d’organisation technologique et des pratiques en matière de santé: le Système Unique de Santé difficulté à satisfaire aux besoins individuels et collectifs Ednir Assis Souza1 Maria Cristina de Camargo Fonseca2 RÉSUMÉ: L’objectif principal est de faire la lumière sur la construction théorique des concepts «technologie» et «besoins» et les réflexions critiques des auteurs, soulignant les contributions et / ou les limites de leurs applications possibles à la planification et la gestion de la santé et les défis théoriques restreindre ou potentialiser l’utilisation de ces réflexions pour les théories de l’action, à la fois pour le renouvellement ou la transformation des pratiques de santé. Cela est une étude de l’examen récit de travail et processus de travail de la santé, de la littérature analyse publiées dans des livres, des articles de magazine imprimé et / ou électronique pour identifier l’interprétation et l’analyse critique personnelle des auteurs sur les technologies, l’organisation du travail dans les soins de santé et des besoins de santé. Mendes, choisit la catégorie du travail comme centrale pour analyser l’action humaine. Le processus de travail de concept dans les préoccupations de santé micro dimension de travail de la santé. L’objet est égal à les problèmes, les besoins et les déterminants de la santé. Au large concept d’objet de travail de la santé, les outils, les technologies, sont irréductibles aux choses mêmes et d’exprimer l’ensemble des connaissances et instruments articulés au réseau des relations sociales dans lesquelles les agents articulent leur pratique dans une totalité sociale. Mots clés: travail de la santé, de l’organisation technologique, les besoins de santé RESUMO: O objetivo principal é lançar luz sobre a construção teórica dos conceitos “tecnologias” e “necessidades” e as reflexões criticas dos autores, apontando as possíveis contribuições e/ ou limitações de suas aplicações para a Planificação e Gestão em Saúde e os desafios teóricos que limitam ou potencializam a utilização de tais reflexões para as teorias da ação, tanto para a renovação ou transformação das práticas em saúde. Trata-se de um estudo de revisão narrativa sobre trabalho e processo de trabalho em saúde, analisando a literatura publicada em livros, artigos de revista impressas e/ou eletrônicas para identificar a interpretação e análise crítica pessoal dos autores sobre tecnologias, modos de organização do trabalho em saúde e atendimento as necessidades de saúde. Mendes Gonçalves (1979, 1992), elege a categoria trabalho como central para analisar a ação humana e a ação humana em saúde. O processo de trabalho em saúde diz respeito à micro dimensão do trabalho em saúde. O objeto equivale aos problemas, necessidades e determinantes de saúde. Ante a concepção ampla do objeto de trabalho em saúde, os instrumentos, as tecnologias, são irredutíveis a coisas em si e expressam o conjunto de saberes e instrumentos articulados à rede de relações sociais em que agentes articulam sua prática em uma totalidade social. Palavras chaves: Trabalho em saúde, organização tecnológica, necessidades de saúde OBJETIVOS: O objetivo principal é lançar luz sobre a construção teórica dos conceitos “tecnologias” e “necessidades” e as reflexões criticas dos autores, apontando as possíveis contribuições e/ou limitações de suas aplicações para a Planificação e Gestão em Saúde e os desafios teóricos que limitam ou potencializam a utilização de tais reflexões para as teorias da ação, tanto para a renovação ou transformação das práticas em saúde, como para sua conservação. vistos de forma isolada, mas como produtos de relações históricas, socialmente estabelecidas. O objeto sobre o qual incide a ação do trabalhador, portanto, representa o que vai ser transformado. No âmbito do trabalho em saúde, equivale aos problemas, as necessidades e os determinantes de saúde. Na relação entre finalidade do trabalho e atendimento das necessidades, o objeto de trabalho em saúde é deslocado do individuo, unicamente corpo biológico, para suas necessidades, contribuindo para que os processos de trabalho sejam espaços dinâmicos de re-criação e ao mesmo tempo, também de criação de novas necessidades. Para a economia existe uma relação entre necessidade e um objeto ou serviço que a satisfaça. Percebe-se uma desvinculação do termo necessidade dos fatores sócio-históricos que as determinam, caracterizando uma certa autonomia de sujeitos homogêneos, na busca concreta pelo atendimento de suas necessidades, implícita na relação produtores-consumidores e resultada em demanda. Nesse sentido, necessidade reduz-se a demanda. No contexto do trabalho humano necessidades correspondem a características qualitativas do homem, apenas possíveis de serem compreendidas historicamente. São sempre conscientes e expressas de forma distinta entre os indivíduos e eventualmente, grupos de indivíduos, a partir de pontos de inserção social, também distintos. Ante a concepção ampla do objeto de trabalho em saúde, os instrumentos, as tecnologias, são irredutíveis a coisas em si e acrescidas da noção de potencia, de legitimidade cientifica, de eficácia, de inovação, de eficiência, de produtividade e de adequação, expressa uma estruturação ideológica presente nas práticas de saúde. Nesse sentido, tecnologia passa a ser entendida como “o conjunto de saberes e instrumentos que expressa, no processo de produção de serviços, a rede de relações sociais em que seus agentes articulam sua prática em uma totalidade social. AS CONTRIBUIÇÕES E O INTERESSE DA COMUNICAÇÃO EM RELAÇÃO AO ESTADO DA ARTE OU ÀS PRÁTICAS ATUAIS: O estudo aponta para a estruturação do sistema de necessidades de saúde sobre a ideia de sistemas de interesses particulares ou corporativos, elegendo o consumo de serviços como um fim em si mesmo e os indivíduos como meios para a finalidade das práticas, abstrai-se as particularidades e individualidades envolvidas, reduzindo as necessidades e limitando a ação. Não obstante aos avanços contidos nas reflexões produzidas no campo da saúde coletiva na compreensão da indissociabilidade presente na relação individuo-coletivo, dos esforços em apontar os fatores que os colocam em posições opostas e das propostas de novos modos de organização tecnológica (Teixeira, Paim,Villasbôas, 1998; Campos, Pinheiro, 2001) , velhas questões permanecem. Do ponto de vista dos projetos e da política de saúde no Brasil, aponta para as tentativas de racionalizar a ação seja no âmbito do planejamento e da gestão, nos vários instrumentos desenvolvidos ao longo do processo organizativo do SUS (NOBS, NOAS, Pacto pela Saúde, Redes Regionalizadas e Contratos Organizativos de Gestão) ou no âmbito dos microprocessos (trabalho em equipe, humanização, clinica ampliada, projetos terapêuticos singulares, atenção médica gerenciada), coexistindo entretanto, nessas tentativas, aspectos conservadores e tentativas emancipatórias. CONTEXTO: O estudo parte das contribuições de autores brasileiros como Mendes-Gonçalves (1979; 1988; 1992; 1994), derivadas das análises provenientes do trabalho e processo de trabalho no âmbito da saúde e suas especificidades, bem como das repercussões resultantes do binômio tecnologias x práticas no atendimento das necessidades de saúde, presentes nas obras de autores como Lilia Schraiber (1996), Marina Peduzzi (1998), e mais contemporaneamente, Campos; Bataiero (2007); Paim e Almeida Filho (2014). REFERÊNCIAS CAMPOS CMS, BATAIERO MO. Necessidades de saúde: uma analise da produção cientifica brasileira de 1990 a 2004. Interface Comun Saude Educ 2007;11(23):605-18. CYRINO APP de. Organização Tecnológica do Trabalho na Reforma das Práticas e dos Serviços de Saúde : Estudo de um Serviço de Atenção Primária à Saúde. Dissertação apresentada à Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Mestre em Medicina. São Paulo. 1993.364p. MENDES-GONCALVES, RB. Práticas de saúde e tecnologia: contribuição para a reflexão teórica. São Paulo,1988.64p TEORIA E MÉTODO: trata-se de um estudo de revisão narrativa sobre trabalho e processo de trabalho em saúde, analisando a literatura publicada em livros, artigos de revista impressas e/ou eletrônicas para identificar a interpretação e análise crítica pessoal dos autores sobre tecnologias, modos de organização do trabalho em saúde e atendimento as necessidades de saúde, permitindo adquirir e atualizar o conhecimento sobre a temática específica. OS RESULTADOS E A DISCUSSÃO: Mendes Gonçalves (1979, 1992) elege a categoria trabalho como central para analisar a ação humana e a ação humana em saúde. O conceito processo de trabalho em saúde diz respeito à microdimensão do trabalho em saúde, ou seja, à prática dos trabalhadores/ profissionais de saúde inseridos no dia-a-dia da produção e consumo de serviços de saúde (Schraiber; Peduzzi, 2009). Na análise dos elementos constituintes do processo de trabalho em saúde: objeto, instrumentos, finalidade, agentes, na ação, que é o próprio trabalho, destaca-se o caráter interrelacional de tais elementos, posto que não devem ser MENDES-GONCALVES, RB. Práticas de saúde: processos de trabalho e necessidades. São Paulo: Centro de Formação dos Trabalhadores em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo. 1992. 53p (Cadernos CEFOR,1 - Series Textos). MENDES-GONCALVES RB. Tecnologia e organização social das práticas de saúde: Características Tecnológicas do Processo de Trabalho na Rede Estadual de Centros de Saúde de São Paulo. 1994. 271p.São Paulo: HUCITEC/ABRASCO. PAIM, JS; ALMEIDA FILHO, N. Análise da situação de saúde: o que são necessidades e problemas de saúde? In: PAIM, JS; ALMEIDA FILHO, N. Saúde Coletiva: teoria e prática. 1 ed. Rio de janeiro: Medbook, 2014, 720p, p. 29-39. PEDUZZI, M. Equipe Multiprofissional de Saúde: a interface entre trabalho e interação, 1998. 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SUS, Modelos Assistenciais e Vigilância da Saúde. IESUS, VII(2), Abr/Jun, 1998.28p. 1 Instituição: Escola de Enfermagem da Universidade Federal da Bahia Enfermeira, Professora Assistente e Doutoranda do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (ISC/UFBA) Endereço: Rua Prof. Clementino Fraga nº 117/ap 301 – Ondina, Salvador, Bahia, Brasil / E-mail:[email protected] 2 Instituição: Universidade Estadual de Feira de Santana Enfermeira, Professora Assistente e Doutoranda do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (ISC/UFBA)