MODELO DE MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO APLICADO AO PLANEJAMENTO DE MARKETING NO TRANSPORTE MARÍTIMO REGULAR DE CONTÊINERES. Gustavo Adolfo Alves da Costa Hamburg Süd Brasil Ltda E-mail: [email protected] Marco Antonio Brinati Escola Politécnica da Universidade de São Paulo E-mail: [email protected] Celso Mitsuo Hino Escola Politécnica da Universidade de São Paulo E-mail: [email protected] RESUMO Este trabalho apresenta o panorama atual da indústria do transporte marítimo regular de contêineres e o mercado em que atua, concluindo que o crescimento da atividade econômica mundial, e conseqüentemente na demanda de transporte, exige maiores investimentos por parte dos armadores para adequação da oferta de capacidade de transporte e de rotas, aumentando a competição entre os mesmos. Os processos de globalização, desregulamentação e de concentração alteram significativamente nível de competição da indústria, tornando os armadores de baixa lucratividade em potenciais alvos para aquisições por parte de empresas mais competitivas e lucrativas. A implementação de contratos de serviços entre um armador e seus clientes, decorrentes da OSRA 1998, demandam uma revisão na metodologia aplicada em seu planejamento de Marketing&Sales , de forma a torná-lo mais científico, com uma maior utilização de ferramentas de pesquisa operacional, uma vez que a seleção dos clientes com os quais terá contratos, a duração destes, os níveis de fretes e os Imbalances decorrente destes contratos são fatores fundamentais para a sua rentabilidade. A possibilidade de utilização de um modelo de sistema de apoio à decisão, baseado em margem de contribuição, no planejamento de Marketing&Sales de um armador motivou a elaboração de uma metodologia para desenvolvimento de uma ferramenta de apoio à decisão, na qual os parâmetros relativos à demanda de transporte, capacidades, custos e receitas podem ser testados para análise da atuação do armador no mercado, visando à seleção de cargas e clientes que maximizam a margem bruta de contribuição dos fretes. A metodologia adotada e o modelo desenvolvido em programação linear mostram-se bastante consistentes e seus resultados apresentam uma boa aderência à realidade encontrada na indústria, uma vez que, os problemas normalmente apresentados no planejamento de Marketing&Sales de um armador são tratados e solucionados pelo modelo. 1 INTRODUÇÃO Nos últimos anos, a indústria do Transporte Marítimo Regular de Contêineres (Liner Service) tem se concentrado em um número menor de armadores enquanto que a capacidade dos navios continua a aumentar como resultado da busca por economia de escala. O processo de concentração não diminuiu a competição na indústria e sim a aumentou principalmente devido à expansão das atividades dos maiores armadores em outras rotas e mercados que não os seus tradicionais. Por exemplo, pode-se verificar a crescente participação de armadores asiáticos nas rotas transatlânticas e nas rotas norte-sul. Esta competição resulta em uma diminuição das margens de lucratividade da indústria e obriga os armadores a adotarem políticas comerciais predatórias caso a demanda esteja menor que a capacidade de transporte. Em casos extremos, os armadores tendem a praticar níveis de fretes próximos ou iguais aos seus custos marginais de curto prazo e buscam conteinerizar cargas que ainda estejam no mercado de carga geral (Break Bulk) para gerar um aumento na demanda. Nos períodos em que a demanda é igual ou maior que a capacidade de transporte, os armadores adotam níveis de fretes próximos aos que o mercado pode suportar. Em casos extremos, algumas cargas principalmente as consideradas como Commodities no mercado internacional - deixam de ser conteinerizadas e retornam ao mercado de carga geral. A competição nesta indústria também aumentou após a publicação pelo Congresso norte-americano, em Novembro de 1998, da Lei da Reforma do Embarque Oceânico (OSRA) que altera o relacionamento entre as empresas de transporte marítimo regular de contêineres e seus clientes, diminuindo o poder das Conferências de Fretes e aumentando a utilização de contratos confidenciais entre as partes. Os efeitos da OSRA não ficaram restritos ao tráfego americano e afetaram o modo com que as Conferências de Fretes ou Acordos de Discussão entre os armadores determinavam o nível de concorrência entre estes. A necessidade de desenvolver relacionamentos comerciais baseados em contratos confidenciais de serviços alterou significativamente os processos de Marketing&Sales dos armadores. Existe atualmente uma maior preocupação em relação à previsão da demanda e um maior conhecimento sobre a atuação dos principais clientes e/ou cargas no comércio exterior. Alguns armadores desenvolveram departamentos com funções de análises de mercados para constante avaliação dos fluxos de cargas e tendências da demanda de transportes. Estes departamentos são normalmente designados como departamento de Inteligência de Marketing. A função básica do departamento de Inteligência de Marketing é desenvolver um Business Plan (Plano de Negócios) que consiste na seleção de cargas e/ou clientes em cada porto de escala que maximizem o lucro do Armador. Esta seleção determina a carteira de cientes que deve ser gerenciada pelo departamento comercial ao longo do horizonte de planejamento do Business Plan. A carteira de clientes inclui clientes que devem ter contratos de serviço - devido à regularidade de seus embarques e grande quantidade de carga movimentada, e clientes sem contratos que não possuem ou regularidade no embarque ou uma quantidade significativa de carga. A motivação para o desenvolvimento deste trabalho é baseada na experiência prática em um armador operando na rota entre a Europa e América do Sul. O planejamento de Marketing&Sales deste armador é descentralizado e sob a responsabilidade de cada escritório regional, sendo atualmente feito com o foco exclusivo nas exportações de cada região. Em um estágio seguinte, os Planos de Negócio individuais são consolidados no escritório central do armador na Europa. O resultado prático deste modelo de planejamento é a necessidade de ajustes constantes na logística de contêineres vazios e a disputa por capacidade de transporte entre os fluxos de contêineres cheios e vazios. Verifica-se também uma grande disputa entre os escritórios regionais pela utilização da capacidade de transporte apenas com contêineres cheios. Caso uma região possua um tipo de contêiner vazio em excesso e ao mesmo tempo uma alta demanda de exportação que não utilize este tipo de contêiner, esta região não aceitará a disponibilização da capacidade de transporte para o posicionamento de contêineres vazios em detrimento de sua exportação com contêineres cheios. O modelo desenvolvido neste paper permite ao armador modificar o processo de planejamento de Marketing&Sales tornando o mais independente das pressões comerciais de cada escritório regional, selecionando cargas que maximizam a margem de contribuição. Na seção 2 é proposto o SADE – Sistema de Suporte à Decisão para planejamento de Marketing&Sales. A seção 3 formula um modelo matemático de programação linear para o planejamento de Marketing&Sales. A seção 4 apresenta aplicação e discussão de cenários, seguida pela conclusão. 2 SADE – SISTEMA DE APOIO À DECISÃO O desenvolvimento de um sistema de apoio à decisão para planejamento de Marketing&Sales deve usar os conceitos de gerenciamento de capacidade e maximização da margem de contribuição. A Figura 1 apresenta um modelo de sistema de informações de um armador com a ferramenta SADE Integrada ao mesmo. Sistema Marketing CRM Estatísticas Externas Sistema Logístico Sistema Operacional SADE Informações Mercado Figura 1- Sistema de apoio à decisão Os componentes básicos deste modelo são detalhados a seguir: • CRM (Customer Relationship Management): representa o sistema de gerenciamento dos relacionamentos com os clientes. Os dados necessários à alimentação do SADE são: condições especiais de atendimento aos clientes e os seus respectivos custos; • Sistema de Marketing: representa o sistema de gerenciamento das atividades comerciais do armador. Os dados necessários à alimentação do SADE são: fretes e taxas; relações entre cliente e cargas; relações entre o tipo de carga e tipo de contêiner; peso do contêiner por tipo de carga; e condições contratuais de cada cliente; • Sistema de Logística: representa o sistema de gerenciamento das atividades logísticas de contêineres vazios do armador. Os dados necessários à alimentação do SADE são: custos de movimentação; custos de transporte terrestre; custo de aluguel; custo de manutenção e reparos; e dados sobre a frota de contêineres; • Sistema de Operações: representa o sistema de gerenciamento das atividades operacionais do armador. Os dados necessários à alimentação do SADE são: custos em terminais portuários; custos de escalas nos portos; condições operacionais dos portos e dados de capacidade operacional dos navios; • Estatísticas Externas: representa o sistema para obtenção e gerenciamento de dados externos referentes ao comércio exterior, tais como: quantidade de contêineres nos fluxos de importação e exportação, participação de cada armador, tipo de carga, origem e destino, peso, tipo de contêiner, etc.; • Informações do Mercado: representa a interface para análise e alimentação das informações oriundas de associações de classe ou entidade representativas dos setores industriais. O sistema SADE pode ser utilizado para a análise de diferentes cenários, nos quais as condições comerciais e/ou operacionais podem ser variadas, com o objetivo de maximizar a contribuição dos fretes do armador. O resultado dessa análise gera a relação de cargas e quantidades de contêineres movimentados, por par de portos. Os processos básicos do sistema SADE são representados esquematicamente na Figura 2. Demandas Custos Capacidades Receitas Restrições Comerciais Operacionais Logísticas Maximizar Margem de Contribuição Relação de Cargas Ou Clientes Figura 2 - Processo básico do sistema SADE O sistema SADE é desenvolvido considerando funções como: segmentação do mercado, sazonalidade da demanda, capacidade fixa, logística do contêiner vazio, estratégias do armador e margem de contribuição. 3 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA O problema objeto da presente pesquisa é definido da seguinte forma: dada um rota, uma frota de navios porta contêineres homogênea, a demanda de cargas e os custos referentes à logística de contêineres, deve-se determinar quais cargas devem ser selecionadas e carregadas em cada porto, de modo a maximizar a margem bruta de contribuição dos fretes no horizonte de planejamento do armador. A figura 3 representa esquematicamente a descrição do problema. Mercado 1 Mercado 2 Porto Rota Portos Tempo de Viagem Custos Operacionais Custos Logísticos Calado THC Cliente Navios Quantidade Capacidade TEUS Deadweight Contêineres 40’ Tomadas Velocidade Demanda Tipo Contêiner utilizado Peso Custo Atendimento Frete Taxas Sistema de Apoio a Decisão Cargas ou Clientes Selecionados Figura 3 - Descrição esquemática do problema A pesquisa será limitada aos mercados de importação e exportação entre a Europa e o Brasil, sendo contemplada apenas uma rota com portos de escala fixos e uma frota homogênea de navios. O horizonte planejamento será de 12 meses, sendo os dados estatísticos necessários à geração da demanda obtidos da empresa Dataliner para o ano de 2004. É considerado tempo total de viagem de 35 dias com frota de 5 navios, resultando em um serviço regular com chamadas semanais em todos os portos da rota. 3.1 SADE Model 3.1.1 Notações Os seguintes índices serão utilizados para o desenvolvimento do modelo matemático proposto neste trabalho: • p - índice para representar os portos do modelo; • i - índice para representar os portos em uma condição de embarque dos contêineres; • j - índice para representar os portos em uma condição de desembarque dos contêineres; • k - índice para representar os tipos de contêiner; • c - índice para classificação dos tipos de carga; • t - índice para indicar o período de tempo; • δ - índice para indicar os períodos de tempo antecessores aos de índice t; • P - conjunto de todos os portos; • I - conjunto de todos os portos em que há embarque de contêiner; • J - conjunto de todos os portos em que há desembarque de contêiner; • K - conjunto de todos os tipos de contêiner. • • • • KR - subconjunto de K (KR ⊂ K) com todos os contêineres do tipo refrigerado; KF - subconjunto de K (KF ⊂ K) com todos os contêineres do tamanho de 40 pés; C - conjunto de todos os tipos de carga; T - conjunto de todos os períodos de tempo; Os parâmetros utilizados no modelo matemáticos estão descritos a seguir: • DF i, j, k, c, t - demanda de contêineres do tipo de índice k, com carga do tipo de índice c, do porto de embarque de índice i para o porto de desembarque de índice j, no período de tempo de índice t; • RF i, j, k, c, t – receita (frete+taxas), para uma unidade de contêiner do tipo de índice k, carregando uma carga do tipo de índice c, do porto de embarque de índice i, para o porto de desembarque de índice j, no período de tempo de índice t; • CF i, j, k - custo de embarque ou desembarque de um contêiner cheio do tipo de índice k, indo do porto de embarque de índice i para o porto de desembarque de índice j; • CE i, j, k - custo de embarque ou desembarque de um contêiner vazio do tipo de índice k, indo do porto de embarque de índice i para o porto de desembarque de índice j; • CM c - custo de atendimento ao tipo de carga de índice c; • CS k - custo de manter em estoque um contêiner do tipo de índice k, por um período de tempo equivalente a um mês; • WF k, c - peso médio dos contêineres cheios do tipo de índice k e com carga do tipo de índice c; • WE k - - peso médio dos contêineres vazios do tipo de índice k; • H p - Deadweight de carga máximo no porto de índice p; • M p, i, j - matriz de precedência. Esta matriz indica, com valores binários, quais os contêineres, com origem nos portos de embarque de índice i e com destino aos portos de desembarque de índice j estão no navio na entrada no porto de índice p. Isto é, M p, i, j = 1, se um contêiner embarcado no porto de índice i com destino ao porto de índice j está no navio quando este chega ao porto p, e zero em caso contrário; • SF j, i, k, δ - representa a fração de contêineres do tipo de índice k que, embarcados cheios no porto de índice i e desembarcados no porto de índice j, retornam vazios a este porto depois de δ períodos de tempo, contados a partir do embarque no porto de índice i. Para manter o balanço geral no modelo, admite-se que a relação abaixo é satisfeita: (1) ∑ S F j ,i ,k ,δ = 1 para ∀j ∈ J , ∀i ∈ I , ∀k ∈ K δ ∈∆ • ∑S E j ,i ,k ,δ SE j, i, k, δ - representa a fração de contêineres do tipo de índice k que, embarcados vazios no porto de índice i e desembarcados no porto de índice j, ficam disponíveis para utilização depois de δ períodos de tempo, contados a partir do embarque no porto de índice i. Para manter o balanço geral no modelo, admite-se que a relação abaixo é satisfeita: (2) = 1 para ∀j ∈ J , ∀i ∈ I , ∀k ∈ K δ ∈∆ • ∑L F δ ∈∆ j ,k ,δ LF j, k, δ - representa a fração de contêineres do tipo de índice k que, liberados para exportação a partir do terminal de contêineres vazios no porto de índice j, retornam cheios a este porto depois de δ períodos de tempo, contados a partir da liberação. Para manter o balanço geral no modelo, admite-se que a relação abaixo é satisfeita: = 1 para ∀j ∈ J , ∀k ∈ K (3) • ∑L E j ,k ,δ LE j, k, δ - representa a fração de contêineres do tipo de índice k que, liberados para posicionamento a partir do terminal de contêineres vazios no porto de índice j, chegam vazios a este porto depois de δ períodos de tempo, contados a partir da liberação. Para manter o balanço geral no modelo, admite-se que a relação abaixo é satisfeita: = 1 para ∀j ∈ J , ∀k ∈ K (4) δ ∈∆ • • • • • • • PX c, t - fração máxima de participação do armador no tipo de carga do tipo de índice c no período de tempo de índice t; PI c, t - fração mínima de participação do armador no tipo de carga do tipo de índice c no período de tempo de índice t; NV – número de navios alocados pelo armador à rota considerada; TC – tempo de viagem redonda da rota, medido em períodos de tempo do conjunto T; NT – capacidade do navio em TEU; ND – capacidade do navio em Deadweight de carga; N - fluxo máximo em TEU, que é função do número de navios e do tempo de viagem redonda da rota. O cálculo de N é feito pela seguinte fórmula: NV × NT N = C T • • • • • • (5) NP – capacidade de contêineres do tipo refrigerado do navio; NF - capacidade de contêineres de 40 pés do navio; NE i - capacidade de armazenagem de contêineres vazios, em TEU, no porto de índice i; NC k - Frota disponível de contêineres do tipo de índice k; Q k – número de TEU ocupado por um contêiner do tipo de índice k; TR t, δ, t’ - correlação dos períodos de tempo de índice t’ antecessores aos períodos de tempo de índice t. O parâmetro assume valor um se o período de índice t’ possuir uma relação de antecedência representada pelo índice δ sobre o índice t; e assume valor zero em caso contrário. As seguintes variáveis de decisões compõem o modelo matemático proposto: • CT – margem de contribuição total dos fretes do sistema avaliado; • FF i, j, k, c, t - quantidade de contêineres cheios do tipo de índice k, com carga do tipo de índice c, embarcados no do porto de índice i para desembarque no porto de índice j no período de tempo de índice t; • FE i, j, k, t – quantidade de contêineres vazios do tipo de índice k, embarcados no porto de índice i para desembarque no porto de índice j no período de tempo de índice t; • E j, k, t - estoque de contêineres vazios do tipo de índice k, no porto de índice j, no fim do período de tempo de índice t; • R p, t - quantidade de TEU no navio, na entrada do porto de índice p, no período de tempo de índice t. Representa a somatória das quantidades de contêineres cheios e vazios presentes no navio; • RSF j, k, t - quantidade de contêineres vazios do tipo de índice k que retorna ao porto de índice j, sendo embarcados em todos os portos de índice i (função do parâmetro SF j, i, k, δ), no período de índice t, devolvidos por clientes de importação; • RSE j, k, t - quantidade de contêineres vazios do tipo de índice k que chega ao terminal de contêineres vazios do porto de índice j, sendo embarcados em todos os portos de índice i (função do parâmetro SE j, i, k, δ), no período de índice t, após a realização de um reposicionamento de contêineres vazios; • • RLF j, k, t - quantidade de contêineres vazios do tipo de índice k terminal de contêineres vazios para os clientes de exportação do período de índice t; RLE j, k, t - quantidade de contêineres vazios do tipo de índice k terminal de contêineres vazios para reposicionamento a partir do período de índice t; liberados a partir do porto de índice j, no liberados a partir do porto de índice j, no 3.1.2 Função Objetivo A função objetivo é maximizar a margem bruta de contribuição dos fretes para o armador: ( CT ) ( ) F F F F ∑ ∑ ∑ ∑ ∑ R i , j , k , c , t ∗ F i , j , k , c ,t − ∑ ∑ ∑ ∑ ∑ C i , j , k ∗ F i , j , k , c , t − i∈ I j ∈ J k ∈ K c∈C t ∈T i∈ I j∈ J k ∈ K c∈C t ∈T = M F E E S ∑ ∑ ∑ ∑ ∑ C c ∗ F i , j , k , c ,t − ∑ ∑ ∑ ∑ C i , j , k ∗ F i , j , k ,t − ∑ ∑ ∑ C k ∗ E j , k ,t i∈ I j∈ J k ∈ K t ∈T j ∈ J k ∈ K t ∈T i∈ I j∈ J k ∈ K c∈C t∈T ( ) ( ) ( (6) ) As parcelas a direita, na expressão 6, representam, respectivamente, a receita, os custos de movimentação dos contêineres cheios, os custos para atendimento dos tipos de carga, os custos de movimentação dos contêineres vazios e os custos de armazenagem de contêineres vazios. 3.1.3 Restrições A seguir são apresentadas as seguintes restrições a que estão sujeitas as variáveis de decisão: • Participação máxima do armador no tipo de carga. - esta restrição limita a participação máxima esperada do armador nos tipos de cargas. F F i , j ,k ,c,t ≤ P X c,t ∗ D F i , j ,k ,c,t (7) para ∀i ∈ I , ∀j ∈ J , ∀k ∈ K , ∀c ∈ C , ∀t ∈ T Para esta fórmula utilizou-se a função f ( x) = x , que retorna o maior inteiro menor ou igual a x. • Participação mínima do armador no tipo de carga - esta restrição limita a participação mínima esperada do armador nos tipos de cargas. F F i , j ,k ,c ,t ≥ P I c ,t ∗ D F i , j ,k ,c ,t (8) para ∀i ∈ I , ∀j ∈ J , ∀k ∈ K , ∀c ∈ C , ∀t ∈ T Para esta fórmula utilizou-se a função f ( x) = x , que retorna o maior inteiro menor ou igual a x. • Balanço de contêineres vazios nos portos - esta restrição faz o balanço de contêineres vazios em cada porto da rota. E j ,k ,t = E j ,k ,t ' + R SF j ,k ,t + R SE j ,k ,t − R LF j ,k ,t − R LE j ,k ,t para ∀j ∈ J , ∀k ∈ K , ∀t ∈ T , t ' T R t ,δ =1,t ' = 1 (9) O estoque inicial é deixado livre para que possa ser escolhido pelo modelo. • Cálculo da quantidade de contêineres vazios devolvida de importação - esta restrição faz o cálculo de quantos contêineres vazios foram devolvidos no período t por clientes de importação, em cada porto, para cada tipo de contêiner. ( R SF j ,k ,t = ∑∑∑∑ T R t ,δ ,t ' ∗ S F j ,i ,k ,δ ∗ F F i , j ,k ,c ,t ' i∈I c∈C δ ∈∆ t '∈T para ∀j ∈ J , ∀k ∈ K , ∀t ∈ T ) (10) • Cálculo da quantidade de contêineres vazios recebida de reposicionamentos - esta restrição faz o cálculo de quantos contêineres vazios estão disponíveis no período t após reposicionamento, em cada porto, para cada tipo de contêiner. ( R SE j ,k ,t = ∑∑∑ T R t ,δ ,t ' ∗ S E j ,i ,k ,δ ∗ F E i , j ,k ,t ' i∈I δ ∈∆ t '∈T ) (11) para ∀j ∈ J , ∀k ∈ K , ∀t ∈ T • Cálculo da quantidade de contêineres vazios liberada para exportação - esta restrição faz o cálculo de quantos contêineres vazios foram liberados para exportação no período t, em cada porto, para cada tipo de contêiner. R LF j ,k ,t = ∑ ∑∑∑∑ (T R t ,δ ,t ' ∗ LF j ,k ,δ ∗ F F i ', j ',k ,c ,t ' i '∈I i '= j j '∈J c∈C δ ∈∆ t '∈T ) (12) para ∀j ∈ J , ∀k ∈ K , ∀t ∈ T • Cálculo da quantidade de contêineres vazios liberada para reposicionamento - esta restrição faz o cálculo de quantos contêineres vazios foram liberados para reposicionamento no período t, em cada porto, para cada tipo de contêiner. R LE i ,k ,t = ∑ ∑ δ∑∑ (T R t ,δ ,t ' ∗ LE i ,k ,δ ∗ F E i ', j ,k ,t ' i '∈I j∈J j '=i ∈∆ t '∈T ) (13) para ∀i ∈ I , ∀k ∈ K , ∀t ∈ T • Estoque máximo - esta restrição limita a quantidade máxima de contêineres, em TEU, que pode ser armazenada em cada porto. ∑ (E k∈K j , k ,t × Qk ) ≤ N Ej (14) para ∀j ∈ J , ∀t ∈ T • Capacidade de fluxo - esta restrição limita o máximo fluxo, em TEU, que o armador consegue gerar ao longo do horizonte de planejamento. Este fluxo máximo (N) é função do número de navios e do tempo de viagem redonda da rota. R p ,t = ∑ ∑ ∑ ∑ M p ,i , j ∗ Qk ∗ F F i , j , k ,c ,t + ∑∑ ∑ M p ,i , j ∗ Q k ∗ F E i , j ,k ,t × i∈I j∈J k ∈K i∈I j∈J k∈K c∈C para ∀p ∈ P, ∀t ∈ T ( ) ( ) R p ,t ≤ N (16) para ∀p ∈ P, ∀t ∈ T • (15) Calado máximo nos portos - esta restrição limita o calado para cada trecho da rota. N V × H p N V × H p ' F F E E M ∗ W ∗ F + M ∗ W ∗ F ≤ min , k , c i , j , k , c , t k i , j , k , t ∑ ∑ ∑ ∑ ∑ ∑ ∑ p ,i , j p,i, j C TC T i∈I j∈ J k ∈K i∈I j∈J k c∈C ( ) ( ) (17) para ∀p ∈ P, p ' precedente de p, ∀t ∈ T • Quantidade de contêineres frigoríficos cheios nos navios - esta restrição limita a quantidade de contêineres frigoríficos cheios nos navios, devido ao limite de tomadas para fornecimento de energia elétrica. ∑∑ ∑ ∑ (M i∈I j∈J k∈K R c∈C p ,i , j para ∀p ∈ P, ∀t ∈ T NV × N P × F F i , j ,k ,c,t ≤ C T ) (18) • Quantidade de contêineres de 40 pés nos navios - esta restrição limita a quantidade de contêineres de 40 pés nos navios, devido ao limite de estivagem para este tipo de contêiner a bordo. NV ×N F F E ∑∑ ∑ ∑ M p ,i , j × F i , j , k ,c ,t + ∑∑ ∑ M p ,i , j × F i , j , k ,t ≤ C i∈I j∈J k∈K F i∈I j∈J k∈K F c∈C T para ∀p ∈ P, ∀t ∈ T ( • ) ( ) (19) Frota de contêineres - esta restrição limita o tamanho da frota de contêineres, para cada tipo de contêiner utilizado. As parcelas a esquerda da equação 20 representam, respectivamente, a quantidade de contêineres cheios a bordo dos navios, a quantidade de contêineres vazios a bordo dos navios, o estoque de contêineres vazios nos portos, a quantidade de contêineres cheios de importação nos portos e ainda não devolvidos vazios, a quantidade de contêineres vazios desembarcados após reposicionamento e ainda não disponíveis, a quantidade de containeres vazios liberados para exportação e ainda não embarcados cheios e a quantidade de contêineres vazios liberados para posicionamento e ainda não embarcados. ∑∑∑ F F i , j ,k ,c ,t i∈I j∈J c∈C + ∑∑ F E i , j ,k ,t + ∑ Ei ,k ,t + i∈I j∈J ∑∑∑ ∑ i∈I ∑ ∑ (T ∑ R t ',δ ',t '' ) ∗ S F j ,i ,k ,δ ' ∗ F F i , j ,k ,c ,t ' + i∈I j∈J c∈C t `∈T T R t ,δ . t ' =1 t ''∈T T R t ',δ ',t '' =1 δ ∈∆ δ >1,δ <∆ δ '∈∆ δ '>δ ∑∑ ∑ ∑ ∑ ∑ (T R t ',δ ',t '' i∈I j∈J t `∈T T R t ,δ . t ' =1 t ''∈T T R t ',δ ',t '' =1 δ ∈∆ δ >1,δ < ∆ δ '∈∆ δ '>δ ∑∑∑ ∑ ∑ ∑ ∑ (20) ) ∗ S E j ,i ,k ,δ ' ∗ F E i , j ,k ,t ' + ∑ (T R t ',δ ',t '' ) ∗ LF j ',k ,δ ' ∗ F F i , j ,k ,c ,t ' + i∈I j∈J c∈C t `∈T T R t ,δ . t ' =1 t ''∈T T R t ',δ ',t '' =1 j '∈J j '=i δ ∈∆ δ >1,δ <∆ δ '∈∆ δ '>δ ∑∑ ∑ ∑ ∑ ∑ ∑ (T R t ',δ ',t '' ) ∗ LE j ',k ,δ ' ∗ F E i , j ,k ,t ' ≤ N C k i∈I j∈J t `∈T T R t ,δ . t ' =1 t ''∈T T R t ',δ ',t '' =1 j '∈J j '=i δ ∈∆ δ >1,δ < ∆ δ '∈∆ δ '>δ para ∀k ∈ K , ∀t ∈ T 4 APLICAÇÃO E DISCUSSÃO DOS CENÁRIOS O estudo dos casos foi desenvolvido baseado em diferentes cenários que representam alguns dos problemas usuais enfrentados por um armador. O modelo considera a rota de operação Brasil – Europa (figura 4). A seqüência dos portos de escala forma a rota a ser modelada e determina a ordem de embarque e de desembarque nos portos. Notar que o porto de Santos é escalado duas vezes: uma escala para desembarque (escala SB) e outra para embarque dos contêineres (escala NB). Cinco embarcações operam nessa rota, atendendo semanalmente todos os portos, com tempo de viagem completa de 35 dias. As especificações do navio são: capacidade operacional de 2.200 TEUs, deadweight de 33.000 tons, 200 plugs para contêiner frigorífico e 600 slots para contêineres de 40’. São 42 tipos de cargas usando um código de dois dígitos (Código Harmonizado de Mercadorias) e existem 4 tipos de contêineres (20’ e 40’ secos e 20 e 40’ frigoríficos). Figura 4 - Rota Brasil - Europa A demanda anual e dada por tipo de carga, porto de embarque, porto de desembarque, tipo de contêiner e por período de tempo. Os dados da demanda foram obtidos a partir das estatísticas do Dataliner para o ano de 2004. Os dados referentes à demanda, Market Share, peso dos contêineres cheios e vazios, receitas e custos, navio e restrições operacionais são baseados em dados reais, possibilitando uma avaliação dos resultados em relação ao comportamento esperado na indústria de transporte marítimo regular de contêineres. 4.1 Cenários Os cenários foram escolhidos de modo a testar situações comerciais que o armador possa enfrentar no mercado, e também alterações nas condições operacionais que possam afetar sua atuação comercial, com o objetivo de analisar possíveis alterações em sua política de Marketing&Sales. A comparação entre os cenários é feita usando KPIs (Key Performance Indicator - Principal Indicador de Desempenho). Tabela 1 - Árvore de cenários Conceito Cenários Visão Série CN Aspectos mercadológicos CN00 a CN09 Operacional Série CF Logística de contêineres vazios CF01 e CF02 Tática Série CE Nível de frete e potencial de mercado CE01 a CE13 Estratégica Série CP Elasticidade em relação aos fretes CP01 a CP03 Estratégica Considerando o objetivo principal deste trabalho e a grande influência exercida pela logística dos contêineres vazios no modelo, os seguintes KPIs foram desenvolvidos: • Indicadores para comparação dos cenários: Função objetivo, ou seja, a margem bruta de contribuição; Receita total; Custo total de movimentação de contêineres cheios; Custo total de atendimento dos tipos de carga; Custo total de movimentação de contêineres vazios; Custo total de armazenagem de contêineres vazios. Os indicadores para comparação dos cenários representam as parcelas a direita, na expressão 6, respectivamente, a receita, os custos de movimentação dos contêineres cheios, os custos para atendimento dos tipos de carga, os custos de movimentação dos contêineres vazios e os custos de armazenagem de contêineres vazios. • Indicadores de Marketing&Sales: Contribuição de cada tipo carga na margem de contribuição (importação + exportação); Market Share em relação ao mercado total, ou seja, representa o percentual de participação do armador na soma das exportações do Brasil e da • Europa; Utilização da capacidade dos navios (em TEU, Deadweight de carga, Tomadas para contêineres frigoríficos e quantidade de contêineres de 40 pés); Indicadores de logística de contêineres vazios: Participação na receita total. Representa o percentual de participação do tipo de contêiner na receita total do armador; Produtividade. É calculada, por tipo de contêiner, dividindo-se a quantidade de contêineres cheios embarcados no horizonte de planejamento pela frota de contêineres vazios; Índice de reposicionamento. É calculado, por tipo de contêiner, dividindo-se a quantidade de contêineres vazios re-posicionados no horizonte de planejamento pela frota de contêineres vazios; Índice de estoque. É calculado, por tipo de contêiner, dividindo-se a soma das quantidades de contêineres vazios que estiveram em estoque no horizonte de planejamento pela frota de contêineres vazios; Índice de utilização da frota. É calculado, por tipo de contêiner, dividindo-se a frota de contêineres vazios pela frota máxima; 4.1.1 Serie CN00 de Cenários Estes cenários abrangem uma série de condições comerciais, logísticas e operacionais, simulando situações normalmente encontradas no transporte marítimo regular de contêineres. A análise dos resultados do modelo mostram sua aderência a realidade da indústria. 4.1.2 Cenários CF01 e CF02 Estes cenários permitem ao modelo dimensionar uma frota de contêineres considerando que a restrição do percentual máximo de atuação no tipo de carga (PX) está inativa no cenário CF01, e está ativa no cenário CF02. A análise dos resultados é feita considerando-se os indicadores de desempenho para comparação dos cenários e sobre as frotas de contêineres de cada um dos cenários. 4.1.3 Cenários CE01 a CE13 Estes cenários são desenvolvidos com o objetivo de analisar o efeito da variação nos percentuais máximos de atuação no tipo de carga (PX), sobre os indicadores de desempenho para comparação de cenários. A análise destes cenários é feita considerando-se o gráfico desenvolvido com os indicadores de desempenho. Os resultados são mostrados na figura 5. Elasticidade da Margem de Contribuição e Market Share (Frete x Px) 50,00% 40,00% Variação doFrete (%)) 30,00% 20,00% 10,00% 0,00% -30,0% -10,0% 10,0% 30,0% 50,0% 70,0% 90,0% -10,00% -20,00% -30,00% Variação de Px (%) Margem Contribuição Market Share Figura 5 - Cenários CE01 a CE13 4.1.4 Cenários CP01 a CP04 Estes cenários têm como objetivo analisar os efeitos da variação do fretes nos indicadores de desempenho. A análise é feita considerando a curva Elasticidade da Margem de Contribuição, desenvolvida com os resultados do modelo. 4.2 Discussões As análises desenvolvidas para o cenário CN00 demonstram a robustez do modelo, cujos resultados mostraram-se bastante consistentes e representam bem a realidade encontrada na indústria do transporte marítimo regular de contêineres. O desenvolvimento e a aplicação dos indicadores de desempenho auxiliaram nas análises e permitiram apresentar, com bastante clareza, algumas das relações de causa e efeito existentes na indústria. No cenário base, CN00, foram analisados os aspectos comerciais e operacionais relacionados com os parâmetros do modelo e com os indicadores de performance. Análise da contribuição de cada tipo de carga na margem bruta de contribuição do armador; Análises de Market Share do armador, e a influência do parâmetro PX; Análise da importância relativa das cargas e de seus portos de embarque; Desenvolvimento de uma carteira de clientes para um tipo de carga específico; Utilização da capacidade do navio, em TEU, Deadweight de carga, quantidade de contêineres de 40 pés e de contêineres frigoríficos; Análises dos indicadores de logística de contêineres vazios. A partir dessas análises, conclui-se que os objetivos principais deste trabalho foram atingidos e que, o modelo possui potencial de desenvolvimento para tornar-se um sistema de apoio a decisão, conforme apresentado na seção 2. Os cenários CN01 a CN09 foram desenvolvidos com objetivos específicos de testar e analisar algumas situações comerciais e operacionais normalmente encontradas na indústria do transporte marítimo regular de contêineres. As análises dos resultados do modelo para estes cenários reforçam a consistência do modelo à realidade da indústria. Os cenários CF01 e CF02, CE01 a CE13 e CP01 a CP04 foram desenvolvidos com objetivos específicos de testar e analisar estratégias operacionais e/ou comerciais do armador. 5 CONCLUSÕES O modelo desenvolvido neste trabalho permite ao armador modificar seu processo de planejamento de Marketing&Sales, tornando-o mais independente das pressões comerciais de cada escritório regional. Os resultados das análises dos cenários, desenvolvidos com o objetivo de se verificar os impactos na logística de contêineres vazios relacionados com diferentes condições comerciais ou operacionais, ressaltam a existência de uma forte relação entre a logística de contêineres vazios e o resultado da atividade comercial do armador. Observa-se que qualquer ação comercial altera imediatamente a situação logística do armador. O planejamento logístico deve ser refeito para que a margem de contribuição seja mantida ou aumentada. Do mesmo modo, qualquer alteração no planejamento logístico do armador, seja uma restrição da frota de contêineres ou mudança na composição desta, requer ações comerciais para manutenção da margem de contribuição. Na prática, o esforço comercial para o desenvolvimento de uma carteira de clientes demanda muito tempo e parte dos clientes pode ter contratos de serviço com o armador, resultando em relacionamentos comerciais de médio e longo prazo. Este fato diminui a flexibilidade do armador para reagir às alterações logísticas e/ou operacionais que demandem uma nova composição de clientes em sua carteira para manutenção da margem de contribuição. Ou seja, caso o resultado do modelo apresente uma participação de uma carga que não faz parte da carteira atual do armador, este deverá competir com os outros armadores para que ele também participe nos embarques da carga selecionada. Os resultados obtidos com o modelo desenvolvido mostraram-se bastante consistentes e representam bem a realidade encontrada na indústria de transporte marítimo regular de contêineres, indicando que o modelo pode ser utilizado na prática com bastante sucesso (vide cenários simulando situações comercias), já que os problemas existentes no planejamento de Marketing&Sales, feito de modo descentralizado e independente, são tratados de forma eficiente pelo modelo. A quantidade de cenários avaliados permite uma ampla gama de estudos, mostrando uma grande flexibilidade de aplicação do modelo. Considera-se, portanto, que os objetivos principais deste trabalho foram plenamente atendidos O modelo desenvolvido também pode ser utilizado de modo contínuo, e não apenas para o horizonte de planejamento de 12 períodos, como apresentado no presente trabalho. O conceito de Rolling Horizon deve ser adotado caso o modelo seja utilizado para uma avaliação permanente do planejamento comercial e logístico do armador. O modelo desenvolvido, embora possua uma boa aderência à realidade da indústria de transporte marítimo regular de contêineres, não considera a existência de várias rotas ou de mais de um serviço escalando o mesmo porto. Na prática, observa-se que o excesso de contêineres gerado por um serviço pode ser utilizado em um outro, resultando em um balanceamento logístico do porto, reduzindo-se consideravelmente os custos logísticos e permitindo ao armador desenvolver diferentes carteiras de clientes, por serviço, mesmo que estes possuam Imbalance quando considerados individualmente. Sugere-se que a continuidade este trabalho considere um modelo multi-rotas, com mais de um serviço escalando o mesmo porto. 6 REFERÊNCIAS Baird, A. J. 2003. Global Strategic Management in Liner Container Shipping. Paper presented on 23rd IAPH World Port Conference, Durban, South Africa. Cariou, P. 2000. Strategic Alliances in Liner Shipping: An Analysis of Operational Synergies. Thesis (Doctorate). Laboratory of Economy of the University of Nantes. France. Cheung, R. K. & Chen, C. Y. 1998. A Two-Stage Stochastic Network Model and solution Methods for the Dynamic Empty Container Allocation Problem. 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