Exmo Sr. Governador LUIZ FERNANDO PEZÃO,
A Simbiose perfeita
Atribui-se ao grande filósofo francês VOLTAIRE, que viveu entre o
fim do século XVII e o início do século XVIII a frase: “Não concordo
com uma palavra do que dizes, mas respeitarei, até a morte, o
direito
de
dizê-las”.
É
uma
ode
à
livre-expressão,
inquestionavelmente.
Sem querer ser mais realista que o rei, mas buscando a lógica do
pensamento filosófico, arguo: Um Papa pode pregar o mundanismo
e a libertinagem sexual? Um atleta pode defender a vida sedentária,
a alimentação altamente gordurosa e o uso de bebida alcoólica ou
mesmo de entorpecentes? E uma mãe e um pai podem apregoar
dependência química a um filho?
Epistemologicamente até que podem, com drásticas conseqüências
sociais, incluindo o descrédito, o desrespeito e a perda da condição
anômala.
Por isso é até aceitável que leigos, menos versados, teólogos do
nihilismo, os próprios nihilistas, intelectuais de porta de xadrez,
nefelibatas e até algum segmento mais desinformado do povo
(algum segmento, porque a estrepitosa maioria já elegeu livremente
o texto do art. 144 da carta maior), preguem e defendam a, sic,
desmilitarização das polícias militares.
Agora que, coronéis PM, voluntários, concursados, que
freqüentaram cursos que este signatário frequentou, viveram
praticamente as mesmas experiências profissionais, por mais de 25
anos, preguem e verborrajam a desmilitarização, acoimados a
políticos apócrifos e de periferia cultural, não se pode aceitar. O
povo não pode aceitar. As autoridades não podem aceitar. A
vergonha na cara não pode aceitar. Sem falar na ética e nos
basilares princípios do art. 37 da C.F.!
Ou podem? Se se demitirem do cargo e da patente, tornarem-se
civis, fora da Corporação, neste caso, conquanto lamentasse suas
despossuídas inteligências, ainda poderia aceitar que não seriam
traidoras, calabares, terroristas e algozes de uma instituição pródiga
e eterna, cujo fundamento da existência Teleológica é a hierarquia e
a disciplina. Data vênia.
Conquanto escreva para todos os senhores pacientes leitores,
também escrevo para estes Coronéis de hoje, conhecedores da
minha vitoriosíssima trajetória policial militar, respaldada por
comunidades como Rocinha, Vidigal, Juramento, Pedreira, Vila
Kennedy, Zona sul, Zona norte, interior do RJ e tantas outras, e
também por autoridades de todos os setores, mas, principalmente,
sustentada e alimentada por uma tropa de soldados, cabos,
sargentos, STen, Asp of PM e até de Oficiais, os quais aplaudem-nos
até hoje, quando nos encontros fortuitos, de alguns nem
conseguimos lembrar. Tudo isso por ter atuado junto com eles na
estrutura comando, nos quartéis, nos alojamentos, no rancho, na
revista do recolher, na parada diária, no silêncio e na alvorada, de
uma vida policial militar plena harmônica e integrada, cumpridora de
todos os artigos dos democráticos regulamentos e não apenas dos
que punem e reprimem!
Depois de anos de democracia e outros nem tanto, posso lhes
garantir, com o corolário intelectual da ciência jurídica iniciada por
vestibular na escola policial militar e concluída na Universidade que
nada há neste país mais democrático do que todos os artigos dos
regulamentos militares, se quiserem constatar isto leiam-nos. Estou
aberto ao debate público, ou seja, debate com as pessoas
acompanhando ao vivo, em auditórios, na TV ou em qualquer outro
palco.
Como podem falar em desmilitarização? Como podem falar em
reestruturação? Por que não reestruturam suas...?
Reestruturar o quê? Enganar quem?
Como pode um Secretário de Segurança Pública, sem Curso de
Oficiais (3 anos), sem Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais (1 ano),
sem Curso Superior de Altos Estudos de Polícia Militar (1 ano), isto
em meio a uma trajetória de 30 anos, querer se arvorar em declarar
que a estrutura Batalhão é ineficaz?
Como pode falar do que não sabe, não conhece, não estudou e
muito menos aprendeu e nem trabalhou? É o mesmo que um
coveiro falar de cirurgia cardiovascular.
Como um Secretário de Segurança Pública que inchou a única força
pública da ordem no Brasil, numa favela, sem infra-estrutura
alguma, gastando fábula do erário com a multiplicação irresponsável
de efetivo, que ainda condena a Força Armada (meu DEUS!) a
realizar tarefas para a qual não foi preparado e instruído,
infurnando-a
numa
comunidade
pobre
goela
adentro,
pode se imiscuir na organização de uma força pública bi-centenária,
com história, tradição e cultura que nenhuma outra tem? E ainda
com resultados operacionais pródigos?
É a democracia das fezes e dejetos!
Já em 1950, antes de eu nascer, o Sr Cel Ex NIZO DE
MONTEZUMA, que dá nome a um auditório do Batalhão de
no Regimento Marechal Caetano de Faria, onde estudei,
desenvolvi e realizei, sob comando, importantíssimos
policiais militares, ensinou no livro DIRETRIZES:
VIANNA
Choque,
lecionei,
estudos
“Eis que se constitui grave erro confundir a função constitucional
das Forças Armadas, na defesa territorial da nação, com a
nobilíssima função policial preventiva ostensiva e repressivo-legal
das Polícias Militares”.
Já era grave erro em 1950, imagina em 2015, depois de 27 anos de
vigência da Constituição Federal.
Só uma democracia raquítica e uma política abjeta são capazes d
conceber e estuprar no povo, a ocupação de uma comunidade
pobre por efetivo das Forças Armadas, no ventre de uma força
pública fraquejada por repetidos, insistentes, incompetentes e
inaceitáveis comandos escolhidos “a dedo” (o maior de todos), e
nomeados por governadores deleteriamente assessorados.
Já alertava, modéstia a parte, quando o governador da ora
apontava para GETAM, GPTOU, GEPE, GEPUM, etc..., do perigo de
se aceitar passiva, condescendente e em co-autoria criminal, estas
“criações” desvairadas, vomitadas na Corporação por arrecadadores
de campanha contingenciais. Já bradava que as estruturas
prescritas em lei, Polícia Militar, Batalhão, Companhia, Seções de
Estado Maior, com as denominações consagradas nas Normas
Gerais de Policiamento, que compunham a doutrina formal da
Corporação deram certo sempre, somos provas vivas deste acerto.
Na época, preocupou-me a possibilidade de ser eleito um governogay, que decidisse criar um Batalhão Gay, a RP-homo, a Unidade
hétero, a Companhia LGBT e por ai afora! Sem discriminar, a
tradição não é esta!
E não é que agora os gênios do tráfico, das balas perdidas, dos
assaltos ao Maracanã na Copa do Mundo, do caos, dos inocentes
mortos em pontos de ônibus, andando nas ruas e até dentro de
casa, atacam com a “polícia de proximidade”, proximidade de quê?
Do povo não é, porque nada se vê nas ruas, deve ser proximidade
dos bandidos, das drogas, da corrupção, do PP (pagamento à
polícia), de qualquer outra coisa, pois que, para a nação a polícia é
ostensiva de preservação da ordem pública. Ai está o perigo, mudar
o que é legal, só porque não sabem, não conhecem, nunca
aprenderam. E do resultado, não se precisa falar.
As expressões Polícia e Militar tem simbiose perfeita, osmose,
intimidade, integração, interatividade, sustentabilidade e legalidade,
todas absolutas. Permeiam com invulgar perfeição as idéias
criativas, inteligentes, perspicazes, cognitivas e persecutórias do
Policial, com a disciplina, organização, correção, dedicação, civismo
e até amor do Militar. Que estranhos aos quadros da PM não
entendam isto é inaceitável, mas compreensível, o que não se pode
tolerar é que policiais militares de carreira, que atingiram o posto de
Coronel, alguns em altos postos, ainda não tenham compreendido o
fundamento de uma pródiga profissão!
Não falarei de pato por compaixão à ave e ao desastre ideológico.
Mas gostaria de testemunhar, eternamente, qual PABLO MILANEZ
em IOLANDA, que, desde os idos de 1969, quando ingressei por
concurso-vestibular no 1º ano da antiga Escola de Formação de
Oficiais da PMEG e até hoje, não conheço profissão mais harmônica,
mais democrática, mais completa, mais realizadora, mais
gratificante, mais humana e mais eficaz no seu mister de “exercer a
polícia ostensiva e a preservação da ordem pública” do que a Policial
Militar.
E todos os atuais Coronéis PM, da cúpula, da direção geral, dos
comandos intermediários ou de quaisquer outros comandos tiveram
a oportunidade de verem na prática diuturna, mormente na Ilha
Grande 1991, na CEPTran (BPTran) 1992/93, no 19ºBPM em
Copacabana – 1993, no prodigioso 9º BPM em Rocha Miranda, este
em 1994, 5 meses após a chacina de Vigário Geral, no 23ºBPM do
Leblon já em 1995/1996, com a Rocinha e o Vidigal na área de
policiamento e efetivo de mais de mil policiais militares, logo após a
conclusão do Curso de Altos Estudos, a prova prática do que estou
afirmando.
Para alguns lecionei, ensinei e mostrei como era, inclusive com
resultados extraordinários, que me levaram a promoções por
merecimento sem pedir nada a ninguém, sem ser de partido político
(por estatuto), sem barganhar nada, como podem sequer falar em
desmilitarização? Como ousam querer reestruturar? Como querem
vender Unidades gloriosas? Como querem fechar Unidades
pautadoras de excepcionais serviços públicos? São alienígenas? O
que são?
Será que é o substrato de pó da incompetência?
Se não sabem o que fazer para acabar com as balas perdidas, com
os tiroteios diuturnos, inclusive em áreas ditas ocupadas, com o
verdadeiro clamor do povo por segurança;
Se não sabem como acabar com o caos do trânsito e dos
transportes.
Se não sabem como empregar a força pública da ordem, única do
Brasil, com eficácia;
Perguntem a quem sabe. Perguntem ao Cel PM FERNANDO
ANTÔNIO POTT, foi o que primeiro me ensinou. Está jovem e mais
lúcido do que .....deixa pra lá!
Perguntem ao General NILTON DE ALBUQUERQUE CERQUEIRA.
Ensinou em 1981 como fazer, assessorado pelo Cel POTT e pelo
também Cel PM HELMO DIAS, aprendi com eles e juro que não
custa caro!
Quando comandei o 23º BPM, 1995/96 o General era o secretário
de Segurança, se ocorresse um caso de bala perdida, na área,
perdia o comando e não teria sido promovido em 1996. E agora?
Há muitos outros com os quais aprendi e ainda estou aprendendo.
Acham que a Força Pública da Ordem – PM, não tem nada a ver
com o exercício da autoridade de polícia ostensiva de
trânsito/policiamento de trânsito? Leiam a Lei Federal nº 9.503 em
seu anexo I – Conceitos e Definições ou perguntem a quem me
ensinou Cel PM FAUSTO DE SIQUEIRA MELLO, este não pode mais
responder e ensinar, pois já está falecido, mas com sua bênção e
respaldado no que me transmitiu eu respondo e ensino por ele.
Será que sabem do art. 144 § 5º da Carta Maior?
Mas por favor, e parodiando o grande LUPICÍNIO RODRIGUES; por
meus olhos, por meu sangue, por meu corpo, tudo, enfim, é que eu
peço a estes moços que acreditem em mim!
E parem de fazer besteira com a minha maravilhosa Corporação
Policial Militar!
Em tempo: Para os asnos de dia: O terreno onde está instalado o
CFAP-31 de Voluntários é tombado pelo IPHAN e não pode ser
alienado para nada, de lá saíram os voluntários da PM à Guerra do
Paraguai, onde pontificou o Duque de Caxias, este sim,
historicamente chamado “O Pacificador”.
Os loroteiros da Polícia de Pacificação - Pacificadora são tão
nefelibatas que estão esquecendo este dado histórico e poderão,
merecidamente, irem para a cadeia por violarem Patrimônio
Histórico Nacional.
Data Máxima Venia.
Obs: SÉRGIO PORTO, chamado STANISLAW PONTE PRETA, que
viveu as décadas de 50 e 60 e criou o FEBEAPÁ, chegando ao nº 5,
se vivo fosse, vendo o que se faz na Segurança Pública do RJ
chegaria ao FEBEAPÁ nº 5.000! Valha-nos DEUS!
Niterói, 20 de fevereiro de 2015.
PAULO AFONSO CUNHA – Cel PM RR
Ex-Cmt 2ª CIPM – CPTran/BPTran. 19º BPM - 9º BPM - 23º BPM;
Ex-Secretário Municipal de Trânsito do Rio de Janeiro; Atual
Presidente da NitTrans (Niterói, Transporte e Trânsito S/A) e
Subsecretário de Trânsito e Transporte de Niterói.
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Exmo Sr. Governador LUIZ FERNANDO PEZÃO, A - AME-RJ