JS - Dezembro de 2013 - Página 5 Sintáxi defende os servidores públicos O Sindicato dos Taxistas de Porto Alegre (Sintáxi) está ao lado dos cerca de 1 mil permissionários que são servidores públicos ativos, inativos ou que têm filhos trabalhando em repartições públicas. Eles correm o risco de perderem suas permissões, conforme o Projeto de Lei do Executivo (PLE) nº 008/13, a Nova Lei do Táxi. Quando da morte do permissionário, o herdeiro, se for servidor público, não poderá receber a herança deixada pelo pai, pois a concessão do táxi retornará para o poder público municipal. “Estes taxistas são servidores públicos, mas ingressaram no sistema pela porta da frente e com o aval da prefeitura e da secretaria municipal dos Transportes. Não é correto mudar a regra do jogo agora. Por isso é necessário extender os mesmos direitos a eles. Retirar a permissão destes taxistas é um ato de covardia”, explica Adão Ferreira de Campos, diretor Administrativo do Sintáxi. O líder do governo na Câmara, vereador Airto Ferronato (PSB), sugeriu uma reunião com o procurador-geral do Ministério Público de Contas, Geraldo Costa da Camino e com o promotor-assessor da subprocuradoria-geral de Justiça para Assuntos Institucionais do Ministério Público, César Luís de Araújo Faccioli, a fim de encontrar uma solução que possa contemplar os permissionários que são servidores públicos. A EPTC quer impedir que os servidores públicos continuem como permissionários e cita a “janela de transferência” como saída para que estes taxistas deixem o sistema. “Quando o Sintáxi tomou conhecimento do parecer dos auditores do Ministério Público de Contas, determinando a imediata licitação de toda a frota de táxi da capital, chamamos a categoria para uma paralisação e os promotores compreenderam que criariam um grande problema social cancelando as permissões dos taxistas. Ora retirar as permissões de quem é funcionário público é a mesma coisa. Não se pode querer corrigir erros do passado, prejudicando outros. Quem ingressou no sistema com uma regra definida, deve continuar com a mesma. Já para as novas licitações que serão feitas no futuro próximo, a nova lei estará em vigor proibindo a participação de servidores públicos, entre outros e quem entrar no sistema saberá exatamente o que pode ou não fazer”, comenta Adão. O Sintáxi vai continuar lutando a favor de todos os permissionários que são servidores públicos e têm os mesmos direitos dos demais. O Como sempre a Aspertáxi atrapalha o futuro dos taxistas Projeto de Lei do Executivo (PLE) nº 008/13, a Nova Lei do Táxi, tramita na Câmara Muncipal de Porto Alegre (CMPA) e é objeto de discussão entre taxistas, através do Sindicato dos Taxistas de Porto Alegre (Sintáxi) e Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC). O texto tem mais de 80 artigos e 22 emendas, sendo que 13 foram encaminhadas pelo vereador Márcio Bins Ely (PDT), a pedido do sindicato. A discussão se arrasta porque a EPTC não aceita as emendas propostas pelo Sintáxi e conta com o apoio dos dirigentes da Associação dos Permissionários Autônomos de Táxi de Porto Alegre (Aspertáxi), que participam das reuniões e audiências apenas para dizer “amém”. Se dependesse do presidente da Aspertáxi, Walter Luiz Rodrigues Barcellos, a Nova Lei do Táxi já estaria aprovada pelos vereadores e sancionada pelo prefeito Fortunati, mesmo com artigos que prejudicam os taxistas. Na audiência realizada no dia 3 deste mês na CMPA, Walter Barcellos disse que não se deve fazer “terra arrasada”. “Já conquistamos a permissão até o fim da vida e por mais 35 anos após a morte.” O discurso do dirigente da Aspertáxi vem de encontro com a necessidade da EPTC de aprovar o quanto antes o PLE nº 008/13, sem discutir os pontos polêmicos nocivos à categoria. “Não se trata de terra arrasada, pois não estamos descaracterizando todo o projeto, mas queremos discutir 13 artigos que podem ser alterados sem prejudicar o conjunto da obra”, comenta Luiz Nozari, presidente do Sintáxi. Nas reuniões realizadas no Galpão Crioulo da Associação dos Funcionários da EPTC, Walter Barcellos se posicionou contrário ao grupo de taxistas que são servidores públicos e que poderão perder as permissões com a nova lei. Mas quando o líder do governo na CMPA, vereador Airto Ferronato (PSB), sugeriu um encontro com os representantes dos ministérios públicos de Contas (MPC) e Estadual (MP-RS), a fim de equacionar a questão envolvendo os servidores públicos que também são permissionários, o presidente da Aspertáxi bateu palmas, acompanhando os demais taxistas presentes na reunião. “É assim mesmo, ele muda de posição rapidamente, como se muda de camisa. Tudo depende para que lado sopra o vento”, relata Nozari, lembrando que a Aspertáxi sempre prometeu a Bandeira 2 em dezembro, mas até hoje nada fez visando obter este benefício. O PLE nº 008/13 traz a ampliação do horário de utilização da Bandeira 2 e uma das emendas apresentadas pelo Sintáxi inclui a utilização do dispositivo nas 24 horas dos 31 dias de dezembro. Mas, diante da fala do presidente da Aspertáxi, que já se conquistou a permissão pelo resto da vida e mais 35 anos após a morte, isto é suficiente, não sendo necessário mais nada, inclusive pagar novas taxas que a EPTC está criando, conforme o texto do PLE nº 008/13. É sempre bom lembrar que em 2007, quando da votação do projeto que extinguiu as bandeiras “3” e “4”, a proposta do Sintáxi é de que a diferença entre as bandeiras “1” e “2” passasse de 20% para 35%. Os vereadores aprovaram 30%, porque houve uma interferência externa, desnecessária que prejudica a categoria até hoje. Toda a vez que o taxista liga o taxímetro na bandeira “2” perde 5%. Adivinhem quem conseguiu isto? Foi a diretoria da Aspertáxi que teve a grande ideia de convencer os taxistas a não pagarem a Contribuição Sindical, prevista em lei federal, depois que eles próprios tinham iniciado a cobrança em 2002, quando ainda se apresentavam como Sintapa. Os taxistas perderam na justiça e tiveram que pagar a Contribuição com multa e juros, além das custas judiciais e honorários advocatícios. Um belo prejuízo patrocinado pela diretoria da Aspertáxi. Quando o executivo encaminhou projeto à Câmara Municipal para reajustar as taxas de vistorias e renovações dos “carteirões”, o presidente da Aspertáxi, desfilou pelos gabinetes dos vereadores, dizendo que “a categoria concordava com os reajustes.” Coube ao Sintáxi reverter a situação antes da votação no plenário.