Reunião ANS 03/03/2015 Grupo de Avaliação de Tecnologias em Saúde – GATS Unimed BH Quem se beneficia • Da Tecnologia? –Há real impacto positivo na saúde do paciente? • Desfechos centrados no paciente –Primum non nocere Quem se beneficia • Da incorporação da Tecnologia? – Critérios devem ser diferentes na saúde suplementar x pública? • Disposição a pagar (willingness to pay – WTP) • Critérios TÉCNICOS têm que ser os mesmos. – Interesses econômicos em jogo O bom tratamento • Deve estar de acordo com o risco, a idade e a condição clínica do paciente – Ato médico • Deve oferecer benefício clínico relevante, de interesse à saúde do paciente Benefício clínico relevante • Como definir o que é relevante? – Relevante é o que é centrado no paciente – Padronização é a única ferramenta, apesar de suas limitações – Sobrevida global • Quanto tempo a mais? – Qualidade de Vida • Como avaliar? • Escalas validadas devem refletir mudanças significativas A importância da Qualidade de Vida • QALY (quality-adjusted life-year) https://www.nice.org.uk/glossary?letter=q – Medida do estado de saúde – Benefícios, em termos de duração da vida, são ajustados para refletir a qualidade do tempo vivido Definido o benefício que se almeja com o tratamento: Busca e avaliação das EVIDÊNCIAS EVIDÊNCIA - Níveis GRADE Table 12.2.a: Levels of quality of a body of evidence in the GRADE approach Underlying methodology Quality rating Randomized trials; or double-upgraded observational studies. High Downgraded randomized trials; or upgraded observational studies. Moderate Double-downgraded randomized trials; or observational studies. Low Triple-downgraded randomized trials; or downgraded observational studies; or case series/case reports. Very low http://handbook.cochrane.org/chapter_12/table_12_2_a_levels_of_quality_of_a_body_of_eviden ce_in_the.htm GRADE Table 12.2.b: Factors that may decrease the quality level of a body of evidence 1. Limitations in the design and implementation of available studies suggesting high likelihood of bias. 2. Indirectness of evidence (indirect population, intervention, control, outcomes). 3. Unexplained heterogeneity or inconsistency of results (including problems with subgroup analyses). 4. Imprecision of results (wide confidence intervals). 5. High probability of publication bias. http://handbook.cochrane.org/chapter_12/table_12_2_b_factors_that_may_decrease_the_quali ty_level_of_a.htm GRADE 1. Limitações no desenho e condução do estudo que sugerem alta probabilidade de viés: – Incluem: alocação não encoberta, falta de cegamento, grande perda da amostra no seguimento, encerramento precoce do ensaio clínico por benefício (análise interina) ou relato seletivo de desfechos. GRADE 2. Evidência indireta (população, intervenção, controle ou desfechos indiretos): – Desfechos intermediários: • Incerteza da relação entre o desfecho intermediário e o desfecho duro reduz em 1 ou 2 níveis a qualidade da evidência GRADE 3. Heterogeneidade não explicada ou inconsistência – Estudos com estimativas muito variadas do efeito (heterogeneidade ou variabilidade dos resultados) – Análises de subgrupo: são observacionais por natureza (perda da randomização) • Testes de significância com falsos negativos ou positivos aumentam em probabilidade a cada análise de subgrupo • Análises pré-especificadas ou post hoc GRADE 4. Imprecisão dos resultados (intervalos de confiança amplos) – Poucos participantes – Poucos eventos GRADE 5. Alta probabilidade de viés de publicação – Protótipo é quando há grande quantidade de pequenos ensaios clínicos, sendo todos financiados pela indústria – O envolvimento pesado dos financiadores pode levantar a dúvida se não há ensaios não publicados com resultados desfavoráveis à intervenção Evidência do benefício • Estudos de qualidade • Desfechos relevantes • Magnitude do efeito (redução de risco absoluto) • Relevância do tratamento (NNT e NNH, mais do que valor de p) • Resultados consistentes (vieses e conflitos de interesse) • Mais de um estudo (reprodutibilidade) • Metodologia adequada (randomização, análises locais x centrais, cegamento adequado, etc.) Desfechos e qualidade da evidência Desfecho intermediário: • substituto de um desfecho clinicamente significativo que mede diretamente como um paciente se sente ou o seu estado funcional ou sobrevida. • Para ser válido: CLINICAMENTE relevante, sensível ao tratamento e mensurável • Viabilidade dos estudos x validade do desfecho • Doenças de evolução lenta • Evento raros Limitações do desfecho intermediário • Depende de correlação forte e capacidade de predizer desfechos duros • É uma evidência indireta (GRADE) • Tratamentos ineficazes ou até MALÉFICOS Por que sobrevida livre de progressão não é um bom desfecho? • Medida por exames radiológicos periódicos (em periodicidade que não é feita fora de um ECR), que frequentemente NÃO se correlacionam com sintomas (não denotam PROGRESSÃO CLÍNICA). – Desfecho não-centrado no paciente • Correlação com sobrevida global (desfecho duro) é frágil, presente somente para alguns tipos de tumor e, mesmo quando existe, não consegue predizer a sobrevida global. Decisão informada Consentimento x Decisão AUTONOMIA Transparência na informação das opções terapêuticas (inclusive do não tratamento!) ÉTICA REFERÊNCIAS 1. Laupacis A, Sackett DL, Roberts RS. An assessment of clinically useful measures of the consequences of treatment. N Engl J Med. 1988;318:1728-1733. doi:10.1056/NEJM198806303182605. 2. Tseng T, Flechner L. Understanding results: P-values, confidence intervals, and number need to treat. Indian J Urol. 2011;27:532. doi:10.4103/0970-1591.91447. 3. Sherrill B, Kaye JA, Sandin R, Cappelleri JC, Chen C. Review of meta-analyses evaluating surrogate endpoints for overall survival in oncology. Onco Targets Ther. 2012;5:287-296. doi:10.2147/OTT.S36683. 4. Chen X, Yang L, Zhai S Di. Risk of cardiovascular disease and all-cause mortality among diabetic patients prescribed rosiglitazone or pioglitazone: A meta-analysis of retrospective cohort studies. Chin Med J (Engl). 2012;125:4301-4306. doi:10.3760/cma.j.issn.0366-6999.2012.23.025. 5. 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