issn 2316-5065
Ano XIV • Nº 153 • janeiro/fevereiro de 2014
Publicação bimestral da Associação
Médica de Brasília – AMBr
w w w. a m b r. o r g . b r
MAIS
INFRAESTRUTURA
MAIS
INVESTIMENTOS
PARA A SAÚDE
DO BRASIL
Exclusivo
Entrevista com a médica cubana,
Ramona Rodriguez, que deixou
o programa Mais Médicos
Editorial
Caros leitores,
issn 2316-5065
Ano XIV • Nº 153 • janeiro/fevereiro de 2014
Publicação bimestral da Associação
Médica de Brasília – AMBr
w w w. a m b r. o r g . b r
MAIS
INFRAESTRUTURA
MAIS
INVESTIMENTOS
PARA A SAÚDE
DO BRASIL
ExcLuSIvO
Entrevista com a médica cubana,
Ramona Rodriguez, que deixou
o programa Mais Médicos
Ano atípico, de eleições e copa do mundo, 2014 começou mais cedo. As aulas iniciaram
em janeiro, as empresas ligaram as turbinas no máximo e as articulações políticas fervem em todas as instâncias, quebrando a tradição de um Brasil que só passa a segunda
marcha depois do Carnaval.
Na área médica o ritmo não é diferente. 2014 chegou com força, e esta edição da
Médico em Dia não deixa dúvida de que teremos um ano movimentado no cenário
da saúde brasileira.
Na editoria Especial trazemos entrevista exclusiva com Ramona Rodriguez, médica cubana
que saiu do programa Mais Médicos dizendo que faltavam remédios e equipamentos na
cidade onde trabalhava no Pará.
Não perdendo o gancho das questões políticas que envolvem a classe médica, anote na
agenda o Dia Nacional de Advertência e Protesto aos Planos de Saúde. Mobilização que
ocorrerá no próximo dia 7 de abril (Dia Mundial da Saúde), organizada pelas entidades
médicas de todo o país.
Polêmica: você é contra ou a favor da liberação do uso terapêutico da maconha? Ponto e
Contraponto enriquece essa discussão. Na editoria Artigo, Carla Furtado, Diretora do Grupo Athena, elucida o QUALISS - Programa de Divulgação da Qualificação dos Prestadores
de Serviços de Saúde Complementar, que amplia o papel da ANS.
Uma notícia excelente para os médicos do Distrito Federal: O Programa de Empreendedorismo e Gestão em Saúde Suplementar da AMBr ganhou a parceria do SEBRAE em 2014.
Não nos esquecemos das especialidades médicas: confira a excelente entrevista sobre Reumatismo e saiba mais sobre os cuidados com o uso de cosméticos em crianças.
Hora do relax. A Médico em Dia explorou as belezas e atrativos do Uruguai, mostrando
um pouco deste país de José Mujica, em evidência na mídia mundial.
Falando de cultura, vocês sabem como nasceu a boneca Barbie? É uma história incrível de
empreendedorismo que vocês constatarão na editoria Medicina & Arte. Conheçam também um pouco da história do pianista e compositor Ernesto Nazareth, um dos maiores
artistas brasileiros de todos os tempos, na editoria História da Música Popular.
Ainda tem radar, Cultura, Perfil, Jovem Médico, Agende-se e muito outros temas interessantes.
Boa leitura!
Paulo Feitosa,
Diretor de Comunicação da AMBr
Canstock
Dr. Luciano Gonçalves
de Souza Carvalho
Presidente
Bento Viana
Diretoria Executiva
Delegados
Diretor responsável
Dr. Carlos Jose Sabino Costa
Diretor Econômico-Financeiro
efetivos
Paulo Henrique R. Feitosa
Dra. Edna Marcia Xavier
EditoraS-chefeS
Dr. Paulo Henrique Ramos Feitosa
Diretor de Comunicação
e Divulgação
Dr. Alexandre Morales
Castillo Olmedo
Cristiane Rodrigues Kozovits
Dr. Luiz Augusto Casulari
Roxo da Motta
Diretor de Editoração Científica
Dra. Ana Patrícia de Paula
Diretora Científica e de Ensino
Médico Continuado
Dr. Fernando Fernandes Correia
Diretor Social e
de Atividades Culturais
Dra. Olimpia Alves Teixeira Lima
Diretora de Relações
com a Comunidade
Conselho Fiscal
Titular
Dr. Márcio de Castro Morem
Dra. Alba Mirindiba
Bonfim Palmeira
Dr. Ognev Meireles Cosac
Dr. Eudes Fernandes de Andrade
Dr. Sergio Tamura
Dr. Aloísio Nalon Queiroz
suplentes
Dr. Adalberto Amorim
de M. Junior
Dr. Antonio Geraldo da Silva
Dr. Bruno Vilalva Mestrinho
Dr. Baelon Pereira Alves
Dr. Roberto Cavalcanti
Gomes de Barros
Dr. Roberto Nicolau
Cavalcanti de Souza
Dr. Alcides de Oliveira
Dourado Filho
Conselho Editorial
Suplente
Dr. Luciano Gonçalves
de Souza Carvalho
Dra. Elza Dias Tosta da Silva
Dr. Evaldo Trajano Filho
Dr. Alexandre Barbosa
Sotero Caio
Dr. Paulo Henrique Ramos Feitosa
Dr. Bolivar Leite Coutinho
Bento Viana
Dr. Carlos Alberto
de Santa Ritta Filho
Dr. Luiz Augusto Casulari
Roxo da Motta
Marina Gomes Barbosa
(RP: 015253/2011 DF)
Revisão
Cristiane Rodrigues Kozovits
ESTAGIÁRIA
Nayane Gama
Editoração
Grifo Design
Comercialização
[email protected]
(61) 9655-9326
(61) 2195-9724
Impressão
Ideal Gráfica e Editora
Canstock
Dr. Elias Couto e Almeida Filho
Diretor de Planejamento
Dr. Jose Nava Rodrigues Neto
Tiragem
5.000 exemplares
Médico em Dia é uma
publicação da Associação
Médica de Brasília – AMBr
SCES Trecho 3 Conj. 6
(61) 2195-9797
redação
[email protected]
www.ambr.org.br
Revista cultural
de distribuição gratuita.
Os artigos assinados são
de inteira responsabilidade
de seus autores.
Canstock
Dr. Jorge Gomes de Araujo
Diretor Administrativo
Canstock
Dr. Evaldo Trajano Filho
Vice-Presidente
Agência Brasil
Sumário
18
Reumatismo
O reumatologista Dr. Mário Soares Ferreira ensina sobre as
doenças reumáticas, que chegam a mais de 100 tipos, e
sobre os tratamentos da fibromialgia, osteoporose, entre
outras doenças.
21
Gestão da Saúde
O Programa de Empreendedorismo e Gestão em Saúde
Suplementar da AMBr ganhou a importante parceria do
Sebrae, que será agora responsável pelas palestras do
projeto. Confira a agenda do primeiro semestre.
24
Ponto e Contraponto
O psiquiatra José Hamilton, especialista em dependência
química, e o médico Elisaldo Carlini, psicofarmacologista,
dão suas opiniões a respeito do uso terapêutico
da maconha.
32
Crianças, cosméticos e alergias
A alergista Fernanda Marcelino alerta para a importância
dos cuidados na hora de comprar produtos de higiene e
cosméticos para os pequenos.
28
Entrevista Exclusiva
Ramona Rodriguez, médica cubana que saiu do programa
Mais Médicos, fala, com exclusividade, sobre a falta de
estrutura nos postos de saúde e hospitais onde trabalhou
no Pará e sobre os motivos que a levaram a deixar o
programa do governo.
► Cultura
11
► Olhar Social
14
► Radar
16
► Medicina & Arte
22
► Histórias da Música Popular
26
► Perfil
38
Luciano Carvalho • Presidente da AMBr
Palavra do Presidente
Sérgio Amaral
Assumindo nossa parcela
de responsabilidade
Houve um tempo em que a maioria de nós escolhia a medicina como profissão pelo fascínio humanista da atividade, que possibilita, com nossas mãos e conhecimentos, ajudar
na saúde, trazer à vida, amenizar as dores, curar. Não que éramos isentos de ambições: a
profissão era valorizada pela sociedade, o médico tinha status e reconhecimento e, com
suas virtudes vinha também a compensação financeira.
Bastava-nos ser médicos, disponibilizar com fervor os nossos conhecimentos e nossa resiliência, ferramenta que nos fazia suportar os reveses da profissão e o contato íntimo com o sofrimento e a desesperança humana em situações extremas, de limiar da fragilidade humana.
Revista Médico em Dia • JANEIRO/FEVEREIRO de 2014
O mundo, porém, caminhou rápido nas raias do monetarismo e a medicina, em toda sua
complexidade, também sofreu profundas transformações. Este novo cenário da saúde
tem sido objeto de nossa discussão, mas não é o tema do presente texto, não mais que
seu pano de fundo. Por que, se acusamos atores externos pela campanha difamatória que
vimos sofrendo e temos consciência da necessidade de urgentes mudanças estruturais,
políticas e conjunturais na área de saúde, temos que ter coragem de assumir também
nossa parcela de responsabilidade pelo que está acontecendo.
6
Por quanto tempo ainda viveremos submissos; reativos à situação? O que estamos de fato
fazendo para promover uma reforma do modelo de saúde pública e suplementar no país?
Quando vamos intervir verdadeiramente no seríssimo quadro da qualidade do ensino da
medicina no Brasil, que deixará um arrasador legado de insuficiência e incompetência para
as próximas gerações? Já estamos sofrendo as consequências deste modelo deficiente,
obsoleto e superficial.
A quem estamos delegando a fiscalização e a gestão dos recursos públicos em saúde, já
tão inferiores aos que sabemos ser o ideal? Por que não temos representatividade e união
na defesa dos interesses de nossa categoria, quando as decisões são tomadas no berço
das leis, o Congresso Nacional? Nas Casas Legislativas, em todas as instâncias, faltam
parlamentares e médicos para defender o mérito e a qualidade da medicina e o respeito
a nossa profissão.
Eu sei. Não estudamos medicina pensando em fazer política, lobby, entender de gestão
ou educação. Estudamos, e muito, para entender e cuidar da saúde da população, mas
isso, infelizmente, não basta mais.
Precisamos ampliar nossa visão e sair do conforto de
nossos paradigmas para enfrentar a realidade. Também
temos culpa pela perda de status, pela peja de vilões
que hoje pesa sobre nossos ombros, pelo questionamento do ensino da medicina e pela falência do modelo da saúde pública no Brasil.
Temos culpa por que não reagimos, por que permanecemos passivos e fomos atropelados, à revelia, pelas mudanças inexoráveis. Não nos preparamos, negamos. Não
nos unimos, não tivemos vontade e coragem suficiente
para entrar no campo de batalha até muito recentemente. Fomos, por décadas, telespectadores e não atores
desse processo de mudança do qual hoje somos vítimas.
É claro que nem tudo é cenário “terra arrasada”. Iniciativas isoladas, progressos na área de pesquisa, avanços
diversos foram registrados durante as últimas três décadas de mudanças nas mais diversas especialidades médicas. Ano passado, nossa classe acordou, em pleno sol
do meio dia, e percebeu que nossa velha visão de mundo (e da profissão) não mais se encaixava plenamente.
Que não podemos ser somente médicos, precisamos
ser gestores de nossas carreiras e atores militantes pela
salvaguarda do mérito da medicina, da reorientação
do ensino médico, vigilantes das leis que incidem sobre
nossa profissão e sobre os destinos da saúde no país.
No Brasil somos 388 mil médicos ativos. E este é um
chamado dirigido principalmente aos jovens médicos,
estudantes e residentes. Pois cabe a vocês afetar positivamente o sistema, tornando-se agentes ativos do
processo e enfrentando com coragem os interesses daqueles que veem na saúde somente um grande mercado lucrativo. Nós, médicos em atividade, necessitamos
também da oxigenação desta mudança de comportamento para enfrentarmos juntos um novo momento
da profissão.
Como presidente da AMBr quero dizer a vocês, jovens e
futuros médicos, que sua entidade representativa no DF
está de portas abertas para ampliarmos essa discussão,
desenharmos soluções e executarmos ações efetivas
em todas as searas. Tragam suas ideias e contem com
nossa parceria!
Revista Médico em Dia • JANEIRO/FEVEREIRO de 2014
Demos um passo como categoria organizada, rompendo
com o ciclo da passividade. Agora, temos um longo caminho pela frente, onde seremos exigidos a desenvolver
outras capacidades que não há de médicos per si. Precisamos, unidos, discutir esses novos cenários, encontrar
soluções e caminhos, recriar o modelo, confrontar as
medidas insalubres dos interesses meramente mercantis
que estão ganhando a guerra em nosso país.
7
8
Revista Médico em Dia • JANEIRO/FEVEREIRO de 2014
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Revista Médico em Dia • JANEIRO/FEVEREIRO de 2014
Cultura
Dicas da Dad
Radiopaedia
► De pires na rede
Uma enciclopédia virtual
de Radiologia
Quase como uma enciclopédia online de
Radiologia (daí vem o
nome), o Radiopaedia é a ferramenta
ideal para quem quer
aprender de maneira
prática e interativa.
Radiopaedia.org é um
recurso educacional
de radiologia livre com uma das maiores coleções da
web de casos de radiologia e artigos de referência. O
site é didático e muito bem organizado na forma de
capítulos e casos clínicos: os Capítulos falam sobre
uma doença em todos os seus aspectos, desde patologia até tratamento, passando, é claro, por todos
os detalhes do diagnóstico radiológico. E os Casos
Clínicos são coleções de exames de imagem de uma
doença específica.
Acesse: www.radiopaedia.org
A internet faz milagres. Condenados
a pagar multa aos cofres públicos,
José Genoíno e Delúbio Soares recorreram às mídias sociais. Arrecadaram R$ 1,7 milhão num piscar de
olhos. A generosidade chamou a
atenção das autoridades. Seria lavagem de dinheiro? Enquanto
a resposta não vem, vale dar uma espiadinha no verbo doar.
Ele joga no time de voar, coroar, perdoar, abençoar & cia. terminada em oar. A reforma ortográfica cassou o chapeuzinho do hiato oo. Na conjugação, o presente do indicativo perdeu o peso. A
1ª pessoa do singular mandou o acento plantar batata lá longe.
Ficou assim: eu doo, eu voo, eu coroo, eu abençoo, eu perdoo.
► Gente grande
Os tropeços não pararam na concordância. Avançaram. Chegaram a Cuba e espancaram a flexão. "A ilha dos Castro", escreveram repórteres de Europa, França e Bahia. Esqueceram-se
de liçãozinha pra lá de vira-lata. Nome próprio tem plural. Os
Maias, clássico da literatura portuguesa, evita bate-bocas e
esperneios. Eça de Queirós respeitou a norma culta. Nós vamos
atrás. A ilha é dos Castros, senhoras e senhores.
Artigo publicado em revista
científica da AMBr é citado
pela Folha de S. Paulo
O jornal Folha de S. Paulo publicou, no dia 01 de fevereiro,
o artigo “O Brasil deveria descriminalizar a maconha?”, assinado pelo professor titular de psicofarmacologia da Universidade Federal de São Paulo, Dr. Elisaldo Carlini. No texto, o professor cita o artigo “Cannabis sativa L (maconha):
Medicamento que renasce?”, de sua autoria, publicado na
revista científica da AMBr, Brasília Médica.
vos da maconha, a descrição
segundo a qual o cérebro
humano tem “receptores”
para esses princípios, a surpreendente descoberta de
que o nosso cérebro sintetiza uma substância capaz de
atuar naqueles receptores (como se tivéssemos uma maconha produzida pelo nosso próprio cérebro, a anandamida)
e a descrição de um sistema de neurotransmissão nervosa
chamado de sistema canabinoide endógeno trouxeram um
novo status científico para a maconha”.
No artigo da Folha, Dr. Carlini fala sobre o novo Status da
Maconha e diz: “A identificação dos princípios químicos ati-
No site da AMBr você encontra na íntegra o artigo da Folha
de S. Paulo e o artigo publicado na revista Brasília Médica.
www.ambr.org.br
Revista Médico em Dia • JANEIRO/FEVEREIRO de 2014
http://www.dzai.com.br/blogdadad
11
entidades médicas
Entidades Médicas anunciam
Dia Nacional de Advertência e
Protesto contra Planos de Saúde
Revista Médico em Dia • JANEIRO/FEVEREIRO de 2014
No próximo dia 7 de abril (Dia Mundial da Saúde), entidades médicas
de todo o país organizarão o Dia Nacional de Advertência e Protesto
aos Planos de Saúde. A data será marcada por atos públicos contra os
problemas que afetam o setor suplementar de saúde e deverá ainda
convergir com o início das mobilizações da categoria no âmbito do
Sistema Único de Saúde (SUS), também previsto para abril.
12
A deliberação aconteceu durante encontro da Comissão Nacional de Saúde Suplementar (Comsu), realizada
no dia 14/2, na sede da Associação Paulista de Medicina (APM). Em ato simbólico, as operadoras de planos
de saúde e a Agência Nacional de Saúde Suplementar
(ANS), reguladora do setor, receberam cartão amarelo
por ainda não atenderem plenamente o pleito dos médicos. Segundo o coordenador do grupo e 2º vice-presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Aloísio
Tibiriçá, a saúde suplementar cresce cerca 4% ao ano
em quantidade de beneficiários e, por isso, é preciso ter
sua rede credenciada ampliada e seus prestadores de
serviço valorizados.
Programa de Apoio
ao Médico Estrangeiro
Visando a proteção da liberdade e integridade dos
profissionais trazidos de outros países pelo Governo
Federal através do Programa Mais Médicos, a Associação Médica Brasileira (AMB) disponibiliza oficialmente
o Programa de Apoio ao Médico Estrangeiro.
O objetivo da entidade é atender médicos, tanto de
Cuba como de outras nacionalidades, que necessitem
de orientação, caso haja insatisfação no Programa
Mais Médicos pelas condições a que estão submetidos, ou para o caso de desejarem solicitar refúgio/
asilo político.
A Associação Médica Brasileira vai oferecer de forma
sigilosa e gratuita:
“Temos um compromisso com a sociedade e nosso
papel é alertar e denunciar a insatisfação dos médicos e
dos pacientes com esse setor, que hoje é um dos líderes
em reclamações nos órgãos de defesa do consumidor.
Às vezes, pedimos um exame que demora meses para
ser feito, o que pode comprometer o nosso atendimento. Queremos mobilizar todo o Brasil neste dia de protesto”, afirmou Tibiriçá.
• Envio de cartilha com passo-a-passo dos procedimentos a serem seguidos na própria localidade onde está atuando;
Reivindicações – Será o quarto ano consecutivo em
que os médicos se mobilizam em prol de melhorias no
setor. Desta vez, a categoria definiu quatro itens de reivindicação que exprimem o histórico de lutas das entidades médicas. Além do reajuste adequado dos valores
das consultas e procedimentos – tendo como referência
a Classificação Brasileira de Honorários e Procedimentos Médicos (CBHPM) em vigor –, a classe cobra da
ANS uma nova contratualização e hierarquização dos
procedimentos médicos baseadas nas propostas das
entidades médicas nacionais apresentadas desde abril
de 2012. O fim da intervenção antiética dos planos de
saúde na autonomia da relação médico-paciente e a
readequação da rede credenciada também serão bandeiras da mobilização.
• Aulas de português;
Para o dia 7 de abril está prevista a realização de
atos públicos como assembleias, caminhadas, concentrações, dentre outras formas de manifestação.
O formato será definido pelas Comissões Estaduais
de Honorários Médicos, compostas pelas Associações
Médicas, Conselhos Regionais de Medicina, Sindicatos Médicos e Sociedades Estaduais de Especialidades. Em caso de suspensão temporária de atendimentos eletivos, os pacientes serão atendidos em
nova data, que será informada.
• Assessoria Jurídica durante todos os trâmites legais
para pedido de refúgio /asilo político no país;
• Curso preparatório para o Exame Revalida;
• Suporte de ONGs voltadas para garantia dos direitos individuais do médico.
Se você é um médico estrangeiro e encontra-se em
situação de risco no Brasil, solicite ajuda do Programa
de Apoio ao Médico Estrangeiro da AMB por meio do
nº (11) 97078-4610 ou pelo e-mail: [email protected].
Revista Médico em Dia • JANEIRO/FEVEREIRO de 2014
Além de reivindicarem a recomposição de honorários,
as entidades médicas defendem a readequação da rede credenciada e o fim da intervenção antiética das
operadoras na autonomia profissional, para que seja
garantido o acesso pleno e digno dos pacientes à assistência contratada.
13
Olhar Social
Avance:
importante apoio
às vítimas de
queimaduras
Revista Médico em Dia • JANEIRO/FEVEREIRO de 2014
Uma água fervendo que cai
sobre o corpo, um descuido com
produtos inflamáveis, um incêndio
causado por velas. São vários os
tipos de acidentes que causam
queimaduras e fazem milhares
de vítimas todos os anos.
14
As queimaduras são classificadas de acordo com o percentual da superfície corporal acometida. Queimaduras
mais profundas, de 2º ou 3º grau, provocam dor intensa
e várias implicações decorrentes. Uma das mais comuns
consequências das queimaduras é a quebra da barreira
de proteção contra germes do ambiente, o que favorece
a infecção das feridas por bactérias da pele e o desenvolvimento da sepse.
Outra complicação possível, devido à grande perda de líquidos dos tecidos afetados, é a intensa saída de água dos
vasos que pode levar o paciente a entrar em choque circulatório. A insuficiência renal aguda é também uma complicação grave nos queimados, assim como a hipotermia
por incapacidade do corpo em reter calor devido a grandes
áreas de pele queimada.
Dados do Ministério da Saúde apontam que cerca de um
milhão de pessoas sofrem queimaduras todos os anos no
Brasil. A OMS (Organização Mundial da Saúde) estima que
300 mil pessoas morrem anualmente vítimas de queimaduras em todo o mundo.
AVANCE
Há 20 anos, surgiu a Avance Associação de Prevenção e
Intervenção em Queimaduras), uma instituição filantrópica
que funciona dentro do HRAN (Hospital Regional da Asa
Norte), que se tornou referência no tratamento dos queimados em Brasília.
A partir de 2004, a Associação ganhou a ajuda de médicos do HRAN que iniciaram um trabalho de discussão e
esclarecimento com foco no tratamento. Além disso, o
grupo ajuda os familiares com informações sobre onde
e como acessar auxílios aos quais têm direito, mas não
sabem onde encontrar.
É o que explica a presidente da Avance, Ana França. “A gente consegue, por exemplo, ajudar as famílias dos pacientes
fornecendo as passagens durante o primeiro mês de tratamento até que elas consigam o passe livre ou resolvam as
questões burocráticas das leis que as amparam”, diz.
Hoje a Associação organiza e faz a doação dos filtros solares
e do óleo mineral, essencial para o tratamento. “Conseguimos também fornecer as malhas, indispensáveis ao tratamento”, conta Ana França. “A associação pode crescer mais
e ajudar muito mais famílias se receber ajuda”, finaliza.
Os interessados em ajudar a Associação
devem entrar em contato com:
Ana França • (61) 8142-4833
Radar
Google testa lente
de contato inteligente
para diabéticos
O Google anunciou, no dia 16/01, que está testando um
novo método para que diabéticos monitorem seus níveis
de açúcar no sangue usando uma lente de contato equipada com microchips e uma antena.
O protótipo da “lente de contato inteligente” é capaz de
gerar uma leitura do nível de glicose por meio de uma lágrima por segundo, com o potencial de substituir a necessidade que pacientes diabéticos têm de furar seus dedos
para testes com gotas de sangue ao longo do dia.
Em blog oficial, a empresa declarou que está conversando
com o FDA (Food and Drug Administration), mas ainda há
muito trabalho pela frente para transformar essa tecnologia em um sistema que as pessoas possam usar.
*Com informações da Reuters
Suecos fazem primeiro
transplante de útero
O transplante de útero realizado na Suécia – o primeiro
temporário e com o objetivo apenas de procriar – significa um avanço da medicina, mas salienta novas preocupações, segundo reportagem da Associated Press.
Duas tentativas anteriores de transplante de útero foram feitas na Turquia e Arábia Saudita, mas as duas
não resultaram em gravidez. Cientistas no Reino Unido,
Hungria e de outras partes também planejam cirurgias
similares, mas a Suécia avançou no processo.
O projeto foi classificado como significativo por especialistas, mas ainda não é possível garantir o desenvol-
Canstock
Revista Médico em Dia • JANEIRO/FEVEREIRO de 2014
Nove mulheres realizaram com sucesso transplante de
útero, segundo informou uma equipe médica da Suécia, tendo sido liderada pelo chefe do departamento
de obstetrícia e ginecologia da Universidade de Gothenburg, Mats Brannstrom. Doado por parentes, as
mulheres, que estão na faixa dos 30 anos, nasceram
sem útero ou foram obrigadas a removê-lo por motivos de saúde.
vimento de crianças saudáveis. A técnica usada na Suécia, a partir de doadores vivos, é controversa. No Reino
Unido, médicos também planejam este tipo de cirurgia, mas usarão apenas úteros de doadoras mortas.
Este foi também o caso da Turquia no ano passado.
*Com informações da Associated Press
16
Doação de órgãos bate
recorde e coloca Brasília
no topo do ranking nacional
A rede pública de Saúde do Distrito Federal está no topo do ranking nacional de doações de órgãos. Em 2013
foram 33,1 órgãos por milhão de pessoas, enquanto a
média nacional foi de 13,3. A capital federal também foi
recordista em transplantes de coração e córnea e ficou
em segundo lugar no ranking de transplantes de pulmão,
fígado e rim. Os dados são da Associação Brasileira de
Transplantes de Órgãos (ABTO).
Em 2013 foram realizados 522 transplantes. Foram 29 de
coração, 53 de fígado, 128 de rim e 306 de córnea, além
da realização dos dois primeiros transplantes de pulmão e
quatro de medula óssea. A Saúde Pública do DF também
disponibilizou à Central de Captação Nacional um coração,
um pulmão, 12 fígados e 21 rins para serem transplantados
em pacientes de outros estados.
No DF, o hospital da rede que concentra a realização
dos transplantes é o Hospital de Base (HBDF). Entretanto, o atendimento também é feito pelo Hospital Universitário de Brasília (HUB), Instituto de Cardiologia do
Distrito Federal (ICDF) e redes credenciadas no Sistema
Único de Saúde (SUS).
Fonte: Agência Brasília
33,1
522
Média nacional
transplantes
em 2013
13,3
Especialistas desenvolvem nova
terapia contra pedras nos rins
Coração 29
Fígado 53
rim 128
306 Córnea
2 Pulmão
4 Medula óssea
Presença de
acompanhante
no parto
Dispositivo desenvolvido pela equipe de pesquisadores da Universidade de Washington (EUA) pode
ser capaz de acelerar o processo. Um ultrassom
modificado em laboratório consegue mover os
cálculos no interior do corpo, guiando a eliminação por meios naturais. “Nós desenvolvemos
um ultrassom de baixa potência que pode mover
pequenas pedras para reduzir a dor, os custos e
o tempo de tratamento”, resume Michael Bailey,
um dos engenheiros do projeto e integrante do
Laboratório de Física Aplicada da Universidade.
Sancionada em dezembro
de 2013, a Lei 12.895/13
obriga os hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS)
ou conveniados a manter,
em local visível, aviso de
que as gestantes têm direito a acompanhante durante o trabalho de parto, parto
e pós-parto. A lei teve origem em projeto (PL 5672/09)
do deputado Carlos Bezerra (PMDB-MT), aprovado pela
Câmara dos Deputados.
Os pesquisadores conduzem o primeiro estudo clínico com o aparelho em 15 voluntários.
O trabalho tem alguns fatos curiosos. Parte do
financiamento, por exemplo, vem do Instituto
Nacional de Pesquisa Biomédica Espacial norte-americano, interessado no projeto porque os
astronautas têm um risco aumentado de pedras
nos rins durante as viagens espaciais. A condição
é extremamente comum também na superfície
terrestre. Calcula-se que uma a cada 10 pessoas
passará por uma crise na vida.
A relatora do projeto na Comissão de Seguridade Social
e Família, deputada Aline Corrêa (PP-SP), afirma que muitas mulheres, por falta de informação, deixam de exigir a
presença do acompanhante. “A lei visa divulgar, garantir a
informação. Hoje, muitas mulheres nos hospitais públicos
não sabem que têm esse direito.”
Fonte: Correio Braziliense
A autorização de um acompanhante para as gestantes
na rede pública está prevista em lei desde 1990 (Lei
8.080). O acompanhante é indicado pela própria parturiente – na maioria das vezes é o pai da criança ou a
mãe da gestante.
Fonte: Agência Câmara
Revista Médico em Dia • JANEIRO/FEVEREIRO de 2014
Brasília
Em Brasília
foram realizados
Canstock
Transplantes por milhão
de pessoas em 2013
17
Canstock
entrevista Dr. Mário Soares Ferreira
Reumatismo
Revista Médico em Dia • JANEIRO/FEVEREIRO de 2014
Descritos por Hipócrates séculos
antes de Cristo, os diversos
tipos de reumatismo podem
manifestar-se em pessoas de
qualquer idade.
Sob a denominação de reumatismo estão mais de 100
doenças diferentes. Para esclarecer mais os leitores sobre
as doenças reumáticas, a revista Médico em Dia convidou
o reumatologista Dr. Mário Soares Ferreira.
Quais são os números das doenças reumáticas?
Existem aproximadamente 120 enfermidades. Hoje cerca
de 10% da população possui algum tipo de reumatismo e 20 bilhões de brasileiros são afetados por alguma
doença reumatológica.
Qual a explicação para estes altos índices?
18
Primeiro porque, apesar de não serem doenças tão raras,
são pouco conhecidas, tanto pela classe médica quanto
pela população em geral. Os programas de saúde do go-
verno não conseguem fazer uma proposta de trabalho para
controlar e combater essas doenças. Por exemplo, a doença mais frequente na minha especialidade é a osteoartrite,
também chamada de artrose. Essa doença é degenerativa
da articulação, ela começa por volta dos 40 anos. Vários fatores estão envolvidos nessa doença, como o sedentarismo
e a obesidade, que aparecem cada vez com mais frequência
nos diagnósticos. A pessoa que nasce geneticamente predisposta para a artrose e tem um quadro de obesidade ou
de vida sedentária está mais sujeita a apresentar a enfermidade. Aos 60 ou 70 anos é quando ela aparece com mais
frequência. Se a tendência é que o tempo médio de vida
aumente daqui para frente, que as pessoas vivam mais, nós
teremos também uma incidência maior da artrose.
A maioria dos pacientes com doenças reumatológicas tem mais de 40 anos?
Não, essa enfermidade específica (artrose) é que é mais
frequente nessa faixa etária. Normalmente a doença reumatológica não tem idade, acomete desde a criança ao
idoso. Costumo dizer que todos nós vamos ter algum grau
de reumatismo à medida que avançarmos em idade. Temos
os chamados reumatismos de partes moles, que incluem as
tendinites, as bursites. Todos os processos inflamatórios de
tendão estão dentro desse grupo de doenças reumatológicas. Pertence também a este grupo a fibromialgia, doença
que, sozinha, acomete 3% da população.
Outra doença muito frequente é a osteoporose. Também
esta se manifesta quase sempre com o envelhecimento. Se
você analisar um grupo de mulheres na pós-menopausa,
com idades entre 50 e 54 anos, vai encontrar com muita
frequência essa doença.
O reumatologista não fala em cura, fala em remissão ou
controle da doença. As nossas doenças são crônicas, geralmente não têm cura, mas têm tratamento eficaz hoje e, no
caso da osteoporose, existem medicamentos que controlam
muito bem a doença.
E o diagnóstico está sendo mais rápido?
O diagnóstico há muito tempo vem sendo feito com certa rapidez, na visão do reumatologista, e de uma forma bem prática.
Porque não é complicado: a gente precisa de dados de anamnese e uma densitometria, pelo menos. Nos grandes centros,
qualquer unidade de radiologia tem um aparelho deste. Os
aparelhos também ficaram mais baratos ao longo do tempo.
Tem como prevenir a osteoporose?
A osteoporose é uma doença que você previne desde a
infância. Por meio de uma alimentação rica em cálcio e a
prática de atividades físicas você vai prevenir, e muito bem.
O cálcio é fundamental na alimentação, assim como a vitamina D, que é hoje muito conhecida. A baixa vitamina D
leva a perda de massa óssea.
E a fibromialgia?
De duas décadas para cá começou a se falar muito de fibromialgia. É uma doença que acomete muito mais a mulher e
começa desde a infância, podendo se estender à fase idosa.
É mais frequente na mulher talvez por questões hormonais
específicas. Não é uma doença inflamatória, não é uma
doença que vai deixar o individuo incapacitado, mas tem
uma repercussão muito grande na qualidade de vida. Ela se
caracteriza por dor generalizada, uma dor difusa, pegando
qualquer parte do corpo. Está associada a um sono não
reparador, a um quadro de fadiga persistente e distúrbios
do humor. O lado emocional está muito envolvido também,
mas há outros sintomas, como dor de cabeça, síndrome
do cólon irritável, que pode ser intercalado com diarreia,
com prisão de ventre, cólicas menstruais muito intensas,
mandíbula que contrai durante o sono.
O diagnóstico da fibromialgia é fácil?
Sim, é fácil. O diagnóstico é feito com uma boa anamnese,
exames físicos nos pontos dolorosos. Existem 18 pontos a
serem examinados para detectar a doença. É geralmente
um diagnóstico de exclusão, porque, como você vai encontrar um sintoma de dor difusa, muitas outras doenças
podem dar esse sintoma, então você vai pedir o exame laboratorial. Não para fazer o diagnóstico da fibromialgia em
si, mas para descartar outras enfermidades e com isso chegar ao diagnóstico. Os exames são todos normais, a clínica
é soberana, junto com o exame físico.
A fibromialgia pode ser evitada?
Não. Você tem como controlar. O paciente tem que usar
medicamentos, fazer uma atividade física aeróbica. O profissional que atender um paciente com fibromialgia precisa ver também o lado emocional dele, porque às vezes
ele necessita de um acompanhamento psicológico, fazer
uma terapia cognitiva comportamental, para que ele possa
melhor compreender a si mesmo e suas somatizações. É
fundamental. Eu digo para os meus pacientes: você tem
que tentar ser feliz.
O que mudou nos últimos anos em relação à pesquisa e tratamento de dor?
Mudou muita coisa. Novas pesquisas, novos tipos de tratamento. Estamos evoluindo nesse caminho. Quando eu
comecei, em 1997, a grande maioria chegava em cadeira
de roda, porque a gente não tinha tratamento. A cura ainda não é uma realidade, mas temos medicamentos que
controlam a dor. Temos pacientes que não têm mais nem
deformidade, a doença está controlada, estão trabalhando.
É uma doença que lidera a segunda causa de afastamento
do trabalho e de aposentadoria, é uma doença que leva
à incapacidade. A grande dificuldade da população é ser
assistida pela rede pública. Essa é uma realidade do país
inteiro. O tempo de espera é muito longo.
E o lúpus?
Lúpus é uma doença autoimune que não ataca só as articulações, ela ataca a pele, provoca lesão facial, perda de
cabelo, aftas na boca, compromete o coração, o pulmão,
o rim e o sistema nervoso central. O paciente desenvolve
uma anemia autoimune, onde o próprio corpo destrói as
hemácias, as plaquetas. O Lúpus compromete de forma
muito agressiva o organismo.
E as pesquisas sobre o Lúpus têm avançado?
Tem medicamentos biológicos que estão chegando. Uma
droga nova, que vem para revolucionar, Já está aprovada pela Anvisa, mas é um remédio caro. É preciso que
o governo também distribua esta medicação. Acredita-se
que, a cada mil mulheres, uma seja portadora da doença.
Existem hoje no Brasil em torno de 120 a 250 mil pessoas
com Lúpus.
E o diagnóstico?
É a doença que tem a mais rica clínica dentro das doenças
reumatológicas, por ter o perfil de acometer vários órgãos.
Então, o paciente chega e, só de olhar para a face dele, já
conseguimos chegar a um diagnóstico, os exames laboratoriais são para comprovar. O diagnóstico não é difícil, o que
é difícil é o paciente chegar a tempo de ser tratado, muitas
vezes ele chega numa situação emergencial.
Revista Médico em Dia • JANEIRO/FEVEREIRO de 2014
Falando de osteoporose, houve algum avanço no
diagnóstico e no tratamento da doença?
19
Gestão da Saúde
O ano de 2013 foi marcado pelo sucesso e pelo fortalecimento do Programa de Empreendedorismo e Gestão em
Saúde Suplementar da AMBr. Em 2014 o projeto cresceu
e ganhou um importante parceiro. Agora contamos com
o apoio do SEBRAE, que será responsável pelas palestras,
cursos e oficinas ministrados por consultores da instituição.
Outra novidade é que o programa também realizará palestras itinerantes dentro dos principais hospitais da cidade,
levando mais informações sobre gestão de clínicas e consultórios aos profissionais da saúde.
O programa da AMBr é uma oportunidade diferenciada
para os médicos empreendedores que necessitam de qualificação para seu corpo técnico, administrativo e científico.
Ele oferece ferramental moderno para ampliar o lucro dos
negócios na área médica e aperfeiçoar seus canais competitivos. Além disso, possibilita a melhora do modelo de
gestão e ajuda a fortalecer sua carteira de clientes.
No site da AMBr você encontra a agenda completa
dos eventos do Programa e a ficha de cadastro
para sua inscrição. Acesse: www.ambr.org.br
Programação 2014
25 de fevereiro
Plano de Acesso ao
Crédito em Saúde
Palestrante: Aderson Fonseca
11 de março
Planejamento Estratégico para
Segmento em Saúde
Palestrante: Roberto Rocha
8 de abril
Gestão de Processos em Saúde
Palestrante: Newton Mauro
6 de maio
Gestão Financeira em Saúde
Palestrante: Wagner Isidoro
22 de julho
Gestão da Qualidade
Palestrante: Gustavo Gomes
9 de setembro
Atendimento ao Cliente
Palestrante: Isabel Cristina
7 de outubro
Inovação
Palestrante: Mônica Cortopasi
4 de novembro
Legislação Tributária
Palestrante: José de Arimatéia
Revista Médico em Dia • JANEIRO/FEVEREIRO de 2014
Programa de
Empreendedorismo
e Gestão da AMBr
conta agora com
apoio do SEBRAE
21
Medicina & Arte
Dr. Armando J. C. Bezerra • Dr. Simônides Bacelar
Doutora Barbie
As bonecas e os bonecos sempre
tiveram um papel importante na
vida de crianças e adultos ao longo
da existência humana. Desde a
Pré-História, passando por Roma,
Grécia e Egito antigos até os dias
atuais, as crianças vêm crescendo
e se desenvolvendo em companhia
desses adoráveis brinquedos.
Revista Médico em Dia • JANEIRO/FEVEREIRO de 2014
Quem algum dia não deu asas à imaginação tendo ao seu
lado a companhia de soldadinhos de chumbo, Playmobil,
He-Man, Falcon, Pinóquio, Emília, Mulher-Maravilha, Uniqua ou Monster High? Quem não fez vestidinhos, não brincou com casinhas de bonecas e não cantou cantigas de
ninar para sua boneca dormir?
22
A boneca que tem feito mais sucesso no mundo é sem
dúvida a Barbie. Mas, quem é mesmo a Barbie?
Tudo praticamente começou quando a empresária norte
-americana, Ruth Marianna Handler (1916-2002), nascida em Denver, no Colorado, percebeu que sua filha Barbara Handler, mesmo adolescente, continuava a gostar
de brincar com bonecas.
Ruth perguntou a Elliot Handler (1916-2011), seu marido, também empresário, por que não criava uma boneca
adolescente que fizesse companhia as numerosas bonecas
-bebês já existentes.
Em 9 de março de 1959 nascia Barbie. A boneca foi apresentada ao mundo na Feira de Brinquedos de Nova Iorque. O
Outras vezes, a Barbie tem prestigiado as profissões apresentando-se, por
exemplo, como médica, professora, pianista, cantora, policial e bailarina.
A Barbie médica tem feito enorme sucesso.”
nome Barbie é uma homenagem do casal Ruth e Elliot a sua
filha Barbara, por eles chamada, carinhosamente, de Barbie.
O nome completo da boneca Barbie é Barbara Millicent Roberts. No mundo da fantasia, ela tem as seguintes irmãs: Skipper, Tuttie, Stacie, Kelly, Krissy e Chelsea. Seu único irmão, de
nome Todd, é gêmeo com Tuttie. Filha de Margaret e George
Roberts, Barbie nasceu na cidade de Willows, em Wisconsin.
Estilistas famosos como Coco Chanel, Christian Dior e Giorgio Armani já tiveram a oportunidade de vestir a Barbie.
Como era de se esperar, em razão de tamanha simpatia e elegância, um jovem bonitão chamado Ken logo se apaixonou pela Barbie. O namoro consolidou-se. Talvez em razão da torcida
pelo enlace matrimonial de Barbie e Ken (cujo nome completo
é Ken Carson), a Barbie noiva seja uma das preferidas da criançada. O nome Ken, como é chamado o boneco namorado da
Barbie, é uma homenagem a Kenneth Handler (1944-1994), o
filho do casal Handler e, portanto, o irmão da Barbie verdadeira.
A boneca Barbie pode ser encontrada nas lojas em grande
número de versões, algumas vezes homenageando culturas
e, assim, vestindo trajes típicos de países como Holanda,
Japão, Itália, México, dentre outros.
Existem representações em justa solidariedade à cor, como
Black Barbie, Barbie morena, Barbie mulata. As bonecas
Barbie africana e baiana são muito bonitas.
Dr. Simônides Bacelar
Dr. Armando J. C. Bezerra
Dentre as expressivas coleções de bonecas Barbie no Brasil
destaca-se a de Lindalva Brito Nogueira, conhecida por Vó
Lula. Uma elegante Barbie médica integra esse acervo.
Recentemente suas bonecas, usando vestidos de sua confecção, estiveram temporariamente expostas à visitação
pública no excelente Museu Regional de Vitória da Conquista, também conhecido como Casa Henriqueta Prates,
da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) e
sob a competente direção de Mary Anne Assis l. Oliveira.
A paixão por Barbie é tão grande no mundo que, por incrível que pareça, fez surgirem Barbies humanas, fãs ardorosas que assumiram a aparência de Barbie por meio de
engenhosos recursos estéticos.
A indústria de brinquedos que produz a Barbie é a Mattel,
cujo nome vem de Mattson (Matt) e Elliot (El), sócios de
Ruth, a criadora da Barbie.
Há também Barbie em cadeira de rodas e a versão sem cabelos,
talvez em solidariedade a crianças em uso de quimioterapia.
Como forma de a Barbie retribuir o carinho recebido das
crianças do mundo inteiro, a Mattel Children’s Foundation
mantém em exemplar funcionamento o Mattel Children’s
Hospital, a assim chamada ala pediátrica do Ronald Regan
Medical Center, da Universidade da Califórnia – UCLA, em
Los Angeles, nos Estados Unidos da América.
Outras vezes, a Barbie tem prestigiado as profissões apresentando-se, por exemplo, como médica, professora, pianista, cantora, policial e bailarina. A Barbie médica tem feito enorme sucesso. As meninas se identificam muito com
a doutora Barbie porque provavelmente veem na boneca
médica a pediatra que gostariam de ser.
É interessante registrar que a UCLA, dentre seus ex-alunos
e servidores, lista treze ganhadores do Prêmio Nobel e 125
medalhistas de ouro em Jogos Olímpicos. Certamente a
Barbie também merece uma medalha de ouro, pois se estima que a cada dois segundos uma Barbie seja presenteada
a uma criança no mundo.
Revista Médico em Dia • JANEIRO/FEVEREIRO de 2014
A boneca Barbie frequentemente se apresenta magra, alta,
loira, jovem, elegante, de olhos azuis e com um generoso
busto. Com tantos atributos charmosos despertou a atenção de Andy Warhol, um dos mestres da pop art. O quadro
intitulado Barbie, feito em resina e serigrafia sobre tela, datado de 1985, é de autoria do artista Warhol.
23
Ponto
José Hamilton • psiquiatra, especialista em dependência química
O uso terapêutico
da maconha
No mês passado, Nova Iorque tornou-se o 21º Estado
americano a permitir o uso da maconha para fins
medicinais. Também em janeiro a França aprovou o
Sativex, medicamento à base do princípio ativo da
maconha para tratar sintomas da esclerose múltipla.
Já no Uruguai, no final de 2013, passou a ser
permitido que qualquer cidadão maior de 18 anos
cultive a maconha para consumo pessoal.
Revista Médico em Dia • JANEIRO/FEVEREIRO de 2014
As recentes decisões reacenderam a polêmica do uso
terapêutico da maconha no Brasil. Nos países em que
o uso da droga para fins medicinais é legalizada, os
médicos a recomendam para aliviar os sintomas de
diversos distúrbios e doenças crônicas, como AIDS,
câncer, TDAH, esclerose múltipla, náusea decorrente
da quimioterapia, doença de Crohn, glaucoma,
epilepsia, insônia, enxaqueca, artrite e falta de apetite.
A maconha medicinal também é indicada para
pacientes terminais, como forma de aliviar a dor e
melhorar a qualidade de vida.
24
O professor titular de psicofarmacologia na
Universidade Federal de São Paulo e pesquisador
emérito da Secretaria Nacional de Políticas sobre
Droga do Ministério da Justiça, Dr. Elisaldo Carlini,
publicou na revista científica da AMBr, Brasília
Médica, o artigo “Cannabis sativa L (maconha):
Medicamento que renasce?”, em que chegou à
seguinte conclusão:
“Devido ao renascimento do uso medicinal da
Cannabis Sativa e às exigências da Organização
das Nações Unidas, faz-se necessário oficializar a
Agência Brasileira da Canabis Medicinal para regular
e controlar o cultivo medicinal da Cannabis Sativa,
esclarecer a população sobre os benefícios e riscos
que advêm do tratamento e zelar pela abordagem
racional do uso medicinal da maconha”.
Dr. José Hamilton
Você é a favor da descriminalização da maconha? Por que?
Sou a favor da descriminalização da
maconha. A justificativa para descriminalizar não possui as bases na medicina, mas sim na
ética e liberdade individual.‑
Penso que o livre arbítrio é um direito humano inalienável. A possibilidade de escolher é o que nos define
humanos, e nos diferencia de outras espécies.
É claro, que toda escolha deve ter em sua base informações e também a aceitação das consequências advindas
da escolha. Se você escolher fumar maconha deve estar
consciente de seus efeitos, não deve colocar nas costas
da sociedade o prejuízo que esta atitude possa gerar.
Digo isto porque existem diversos estudos mostrando
os danos causados pelo consumo crônico de maconha,
especialmente na esfera cognitiva. Mas você pode questionar: se causa prejuízos, não
deve ser proibida? Não necessariamente. Afinal, várias outras coisas possuem seu grau de risco e prejuízo. Açúcar em excesso, bacon, álcool, tabaco. Cabe
ao indivíduo decidir.
Você é a favor da utilização da maconha para fins
terapêuticos? Por que?
Sou contra a utilização da maconha para fins terapêuticos por falta de evidências científicas que mostrem resultados benéficos comparados com outros tratamentos. Algumas pessoas utilizam o argumento do fim medicinal, mas, na maioria das vezes, é apenas um argumento
a mais para descriminalizar.
O uso da maconha em condições como ansiedade,
náuseas induzidas por quimioterapia e até mesmo
perda de apetite relacionado ao HIV não possui evidências de superioridade quando comparada a tratamentos convencionais.
& Contraponto
Elisaldo Carlini • psicofarmacologista, professor da Unifesp, diretor do Cebrid
e membro do comitê de peritos da OMS sobre álcool e drogas
Em entrevista para a Revista Médico em
Dia, Dr. Carlini destacou o grande número
de pesquisas e estudos que comprovam a
eficácia da utilização da maconha para fins
terapêuticos. "Se formos contar, deve existir
mais de um milhar de estudos sobre o tema. Em maio teremos
em São Paulo mais uma edição do simpósio sobre o assunto
com a participação de profissionais internacionais e pesquisadores do Brasil. Os estudos avançaram e hoje mais de 30 países já utilizam a maconha para fins terapêuticos", acrescenta.
Em recente artigo publicado no jornal Folha de S. Paulo, com
o título “O novo status da maconha”, Dr. Carlini defende
a descriminalização da maconha e afirma: “No século 19,
medicamentos à base da maconha (Cannabis Sativa L) eram
disponíveis aos pacientes (...) e a maconha usada como medicamento naqueles tempos não causava ‘graves’ intoxicações. D. S. Snyder, ao examinar a literatura médica do século
19, diz que é marcante que muitos relatórios médicos não
mencionem qualquer propriedade intoxicante da droga”.
Sobre o uso terapêutico da maconha, Dr. Carlini afirma: “A
identificação dos princípios químicos ativos da maconha, a
descrição segundo a qual o cérebro humano tem ‘receptores’
para esses princípios, a surpreendente descoberta de que o
nosso cérebro sintetiza uma substância capaz de atuar naqueles receptores (como se tivéssemos uma maconha produzida pelo nosso próprio cérebro, a anandamida) e a descrição
de um sistema de neurotransmissão nervosa chamado de
sistema canabinoide endógeno, trouxeram um novo status
científico para a maconha”.
Segundo ele, “muitos trabalhos científicos clínicos foram
feitos no mundo demonstrando claramente que a maconha
tem boas propriedades terapêuticas (dores neuro e miopáticas; esclerose múltipla; náusea e vômito resultantes da
quimioterapia do câncer; e mais recentemente epilepsia e
dores terminais do câncer). Em recentes pesquisas epidemiológicas, seguindo milhares de usuários crônicos e até
pesados da maconha, feitas em importantes universidades
dos Estados Unidos e do Reino Unido, cabalmente mostram que a maconha não afeta o desempenho cognitivo,
não produz ganho de peso e não está associada a efeitos
adversos da função pulmonar”.
Pessoas utilizam o argumento do
fim medicinal, mas, na maioria das
vezes, é apenas um argumento a
mais para descriminalizar".
Dr. José Hamilton
Muitos trabalhos científicos clínicos
foram feitos no mundo demonstrando
claramente que a maconha tem boas
propriedades terapêuticas".
Dr. Elisaldo Carlini
Revista Médico em Dia • JANEIRO/FEVEREIRO de 2014
Dr. Elisaldo Carlini
25
Histórias da Música Popular
Revista Médico em Dia • JANEIRO/FEVEREIRO de 2014
Renato Vivacqua • Historiador da música popular
Dr. Eudes Fernandes de Andrade • Médico Urologista
Ernesto Nazareth,
o nosso “tangueiro”
O ano de 2013 marcou os 150 anos decorridos do nascimento de um dos
maiores artistas brasileiros de todos os tempos: o pianista e compositor
Ernesto Nazareth. Aos 16 anos já era profissional, compondo e editando
obras. É considerado o criador do tango brasileiro (na realidade eram
26
polcas, que nada tinham a ver com o ritmo argentino).
Um dos cinemas onde tocou por mais tempo foi o chique Odeon (que inspirou outra bela melodia), onde tinha
como fã e assistente assíduo nada menos que Ruy Barbosa, que nunca entrava para ver o filme. Aos dez anos
sofreu uma queda que provocou-lhe problemas auditivos.
Os aparelhos de surdez rudimentares da época pouco o
ajudaram. Piorou com o tempo obrigando-se a tocar debruçado sobre o piano. Isso, aliado à morte da mulher e
da filha, tornou-o um amargurado. Virou até vítima de
desrespeito, como o do jornalista, teatrólogo e professor
de direito, Raul Pederneiras, dono de língua ferina que
fez trocadilho irônico e cruel sobre a deficiência dele:
“Nazareth é o maestro que há, que nunca houve.” Villa
Lobos, que na época das vacas magras acompanhava-o
ao violoncelo, já famoso, dedicou-lhe o “Choro nº 1”. Por
incrível que pareça não tinha piano em casa, exercitava-se
nas lojas de música tocando para os clientes para vender
partituras. Era muito exigente quando o possível comprador mostrava interesse por suas composições e tentava
tocá-las, e as “maltratava”, como dizia. Perdia o negócio
mandando parar a execução: “assim não se toca Nazareth!”. Só teve instrumento próprio aos 63 anos, recebendo-o de admiradores paulistas.
Uma curiosidade: entre 1917 e 1926 -não se sabe ao certocompôs a marcha “Ipanema”, talvez a primeira a louvar o
futuro charmoso bairro, naquela época semideserto.
Apesar do admirável talento, não tinha grande penetração
entre o povão que o achava muito “concertístico” e não
serem dançantes suas composições. Mesmo alguns críticos o indignavam ao classificar seus tangos de maxixes,
gênero que achava espúrio. “Os tangos não são tão baixos
como os maxixes”, vociferava. Irritou-se até com Mário de
Andrade que fez conferência sobre sua obra para prestigiá-lo, mas chamou-o de “fixador do maxixe”. Em 1922
passou por situação constrangedora. Num concerto
onde seriam apresentadas suas obras no Instituto
Nacional de Música precisou haver intervenção
policial para conter a indignação do povo
Villa Lobos, que na época das
vacas magras acompanhava-o
ao violoncelo, já famoso,
dedicou-lhe o Choro nº 1.”
com a “música baixa” a qual, para eles, maculava aquele
templo das melodias clássicas.
Era um homem encantador, segundo a pesquisadora Marisa Lyra: “Branco, pele morena, cabelos negros e lisos, extremamente simpático, com maneiras distintas que o tornavam muito atraente.”
Em 1933 começaram a aparecer os primeiros sintomas da
perturbação mental que o levou a ser internado em fevereiro de 1934. Nunca foi apurado como conseguiu fugir,
ficando desaparecido por três dias e encontrado próximo a
uma represa. Causa-mortis: asfixia por submersão.
Visitado no Instituto Psiquiátrico pelo maestro Mozart de
Araújo, revelou a este algo que beirou o humor negro: “Tenho para este carnaval uma marcha que vai abafar. Quer o
nome? ‘Estás maluco outra vez’.”
Nos dias atuais continua executado por grupos de choro.
Deixou 214 composições.
Revista Médico em Dia • JANEIRO/FEVEREIRO de 2014
Em 1893 compôs o belíssimo “Brejeiro”, mas, pressionado
por problemas financeiros, vendeu os direitos da obra. Foi sua
primeira produção levada ao disco. Recebeu letra de Catulo, sem sua anuência, inclusive com outro nome: “Sertanejo
apaixonado”. Ao longo dos tempos, Brejeiro teve centenas
de gravações, inclusive pela banda da Guarda Republicana de
Paris. Outras composições dele receberam letras. “Apanhei-te
cavaquinho”, por exemplo, gravado com enorme sucesso por
Ademilde Fonseca e Odeon, cujo letrista foi Vinícius atendendo a um pedido de Nara Leão. Para sobreviver, a contragosto,
compunha foxtrotes, sambas e até marchas carnavalescas.
Tocava em festas, dava aulas particulares e se apresentava na
sala de espera dos cinemas onde ganhava um dinheirinho melhor. Mas aí vieram as películas faladas que lhe tiraram o trabalho. Chegou a ter emprego fixo como escriturário do Tesouro
Nacional, onde, logicamente, não se adaptou.
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Revista Médico em Dia • JANEIRO/FEVEREIRO de 2014
entrevista EXCLUSIVA Dra. Ramona Rodriguez
28
“O governo deve prover os postos médicos
e hospitais, dar infraestrutura necessária
para oferecer uma atenção
completa para a população”
Dra. Ramona Rodriguez
No dia 1º de fevereiro, a cubana Ramona Rodriguez saiu
da cidade de Pacajá (PA), onde esteve lotada para atuar no
Programa Mais Médicos do Governo Federal, e partiu em
direção à capital federal. A viagem foi considerada uma
“fuga”, pois os médicos cubanos do programa têm sua
conduta dentro do Brasil submetida à vigilância constante
de um coordenador do regime de Cuba.
Abrigada no gabinete da liderança do Partido Democratas
(DEM), Ramona relatou que foi enviada ao Brasil sem saber
que outros profissionais participantes do mesmo programa
recebiam uma bolsa de R$ 10 mil. O pagamento da profissional era dividido entre os U$ 400 que recebia por mês
(pouco mais de 900 reais), e o depósito, também mensal, de
U$ 600 numa suposta conta em Cuba. Em nome de quem?
Ela não sabe. Este recurso chegaria até ela? Também não
sabe. O resto do dinheiro para se chegar ao total da bolsa do
programa – cerca de R$ 7.500,00 – vai para quem?
Para atuar pelo Mais Médicos, a médica assinou um contrato
cuja empresa responsável pela intermediação aparece como
‘Sociedade Mercantil Cubana Comercializadora de Serviços Médicos Cubanos’, e não a Organização Panamericana de Saúde
(OPAS), como havia sido divulgado pelo Governo Federal.
As sérias denúncias feitas pela profissional estrangeira chamaram atenção de toda sociedade, assim como das entidades representativas da categoria médica. As entidades médicas informaram a população sobre uma gama de problemas
na implantação do programa, fizeram alertas frequentes ao
longo de todo o processo, denunciando os riscos e fragilidades de sua execução, mas, infelizmente, foram acusadas de
corporativistas e de serem ‘contra o povo brasileiro’. Casos
como esse provam que as preocupações são pertinentes.
O que o povo brasileiro não conseguiu enxergar foi que, defendendo a contratação de profissionais de forma responsável,
com certificação da formação científica e segurança jurídica
nos vínculos trabalhistas, as entidades médicas estavam defendendo a população e os próprios médicos. E os próprios médicos estrangeiros, das consequências nefastas de ações eleitoreiras que, de fato, não aliviariam (e não aliviarão) a angústia
popular perante a má-qualidade da saúde pública no país.
O que aconteceu com Ramona certamente não é um fato
isolado e precisa ser apurado com rigor. As nebulosas questões contratuais do programa Mais Médicos indicam a possibilidade de vínculos empregatícios análogos à escravidão,
o que é ainda mais grave, se comprovado. Os profissionais
cubanos são trazidos ao Brasil com liberdade cerceada e
sistema de pagamento diferenciado, em comparação ao
praticado com médicos de outras nacionalidades que exercem a mesma atividade no país.
Por sentir-se enganada e temer represálias de seu país de
origem, Ramona solicitou asilo político no Brasil.
Falta de liberdade
Ramona também relatou as restrições de liberdade que tinha na cidade de Pacajá. Todos os seus passos tinham que
ser relatados a um supervisor cubano do programa, que
mora em Belém.
Ela precisava de autorização para almoçar ou passear em outras
cidades, ainda que no mesmo Estado, e tinha que comunicar
qualquer ‘relação mais séria’ com brasileiros ou estrangeiros.
"O governo cubano manda não falar, manter a privacidade, não divulgar nada do contrato para outras pessoas. O
representante nos controla: sabe onde vamos, o que fazemos, com quem nos relacionamos", afirmou a médica.
Novo trabalho na AMB
No dia 11 de fevereiro a diretoria executiva da Associação
Médica Brasileira (AMB) reuniu-se com a Dra. Ramona Rodriguez para consolidar a proposta de trabalho na sede da
AMB em Brasília, localizada na AMBr (Associação Médica
de Brasília). Ela irá atuar na área administrativa como assessora da diretoria e presidência da AMB.
“Preciso trabalhar para ajudar minha família, me manter e
viver aqui. Também quero ajudar os demais médicos cubanos que estão sendo tratados como escravos e ganhando
diferente dos outros profissionais”, afirma Ramona.
Ramona terá uma remuneração de R$ 3 mil e todos os
benefícios e garantias trabalhistas. A AMB também irá auxiliá-la a encontrar uma moradia em Brasília, para que possa
se adaptar a uma nova rotina.
Sobre voltar a atuar como médica no Brasil, ela demonstrou disposição para se preparar e submeter-se à prova do
Revalida, mostrando-se apta a atuar no Brasil em condições
dignas de trabalho.
“A AMB dará todo o apoio necessário e irá ajudá-la naquilo que for preciso para capacitá-la a revalidar o diplo-
Revista Médico em Dia • JANEIRO/FEVEREIRO de 2014
Ramona Rodriguez, médica
cubana que saiu do programa
Mais Médicos, disse que faltavam
remédios e equipamentos na
cidade onde trabalhou no Pará.
29
entrevista EXCLUSIVA Dra. Ramona Rodriguez
ma médico”, disse o presidente da AMB, Florentino de
Araújo Cardoso Filho.
“Não podemos compactuar com a afirmação de que esses
médicos estão fazendo um curso, recebendo uma bolsa
de US$ 400. Eles estão trabalhando. Quem vem trabalhar
no Brasil deve estar de acordo com nossas leis. Não somos
contra nenhum médico formado no exterior atuar em nosso país, desde que faça o exame de revalidação do diploma”, ressaltou Florentino.
Para o presidente da AMBr, dr. Luciano Carvalho, a condução da AMB foi adequada. “A compreensão que temos do
Mais Médicos é de que o desenho do programa não terá
efetividade para a população, além de não corresponder
com as leis brasileiras. Não somos contrários a vinda de
médicos de outros países, pois nós, brasileiros, também
nos capacitamos fora, mas é importante ressaltar a necessidade do Revalida para garantir a segurança da população”,
explica Luciano Carvalho.
Com informações da AMB
Ramona Rodriguez
Natural de Havana, Ramona Matos
Rodríguez exerce a medicina há 27 anos.
Com especialização em "medicina geral
integral", já participou de uma missão de
médicos cubanos à Bolívia. Em entrevista
exclusiva a médica cubana falou para a
revista Médico em Dia sobre a falta de estrutura nos postos
de saúde e hospitais onde trabalhou no Pará e sobre os motivos
que a levaram a deixar o programa Mais Médicos.
O que você esperava do programa Mais Médicos?
Revista Médico em Dia • JANEIRO/FEVEREIRO de 2014
Era um programa que se mostrava muito atraente, porque dar
saúde para a população que necessita é algo muito bonito. Nós,
médicos cubanos, sempre nos caracterizamos pela solidariedade
e humanidade que damos ao próximo. Mas penso que a
questão da diferença de salário em relação aos outros médicos
que também trabalham no programa não é justa, não é correta.
Médicos que têm a mesma preparação e a mesma formação que
a nossa ganham mais do que os médicos cubanos.
Não na Bolívia era uma missão humanitária e no Brasil
é um contrato de trabalho.
Na Bolívia, a senhora comentou que não ficava com
o seu passaporte.
Isso, na Bolívia o passaporte era retido. Logo após passar
pela imigração tínhamos que entregar os nossos passaportes
a uma funcionária cubana.
E como era a forma de pagamento?
Recebíamos 200 dólares, mais 100 dólares para alimentação.
Davam ainda moradia e transporte. Os 100 dólares de
alimentação eram entregues para uma pessoa responsável
por fazer as compras de todos que moravam na casa.
Que tipos de doenças eram mais comuns no local que
a senhora estava trabalhando?
As entidades médicas defendem que o problema no Brasil
não é a falta de médicos, e sim de estrutura e boa gestão
da Saúde. A senhora concorda com isso?
Muitos casos de parasitismos intestinais. Uma população com muitas
enfermidades parasitárias. Tinham muitos casos também de asma,
diabetes e pressão alta. Vimos muitos casos de dengue também.
Claro, eu já falei sobre isso. O governo deve prover os postos
médicos e hospitais da infraestrutura necessária para dar uma
atenção completa para a população.
Havia assistentes e auxiliares para lhe ajudar?
Em Cuba existe algum exame ou prova para
reconhecimento do diploma médico de estrangeiros?
Um médico brasileiro, por exemplo, para atuar em
Cuba precisa passar por algum tipo de revalidação
do diploma?
Tínhamos alguns assistentes que nos auxiliavam na aferição da
pressão arterial, peso e altura dos pacientes.
E os equipamentos disponíveis, eram suficientes?
Existiam alguns equipamentos, mas poucos. Também havia falta
de medicamentos.
Os pacientes tinham dificuldades para ter acesso
a medicamentos?
30
Quando a senhora trabalhou na Bolívia o sistema
de trabalho era o mesmo do Mais Médicos?
Sim, tinham muita dificuldade em ter acesso a medicamentos básicos.
Sim, funciona como no Brasil. Está na Constituição que é preciso
revalidar o diploma para atuar como médico em Cuba.
Como a senhora recebeu o convite para trabalhar na AMB?
Senti-me muito bem e esperançosa. Espero ajudar e que me
ajudem também. Pretendo trabalhar, estudar e revalidar meu
diploma para atuar como médica no Brasil.
Vitrine
1
2
3
4
5
1 Dr. Evaldo Trajano, Dra. Janice Lamas, Dr. Luiz Augusto Casulari,
Dr. Luciano Carvalho, Dra. Rosylane Rocha, Dra. Olímpia Lima,
Dra. Ana Patrícia de Paula e Dr. Rodrigo Pinheiro em reunião
sobre o IX Congresso Médico de Brasília.
2 Dr. Luciano Carvalho e Dr. Florentino Cardoso Filho em reunião
com a diretoria da AMB.
3 Dr. Elias Couto, diretor de Planejamento da AMBr, na abertura
da Palestra Qualiss.
Revista Médico em Dia • JANEIRO/FEVEREIRO de 2014
Fotos: André vilarim
4 O presidente da AMBr, Dr. Luciano Carvalho, participa da plantação
de mudas na Área de Lazer da Associação Médica de Brasília.
5 Dr. Luciano Carvalho apresenta o Calendário de Eventos de 2014
da AMBr aos presidentes das Sociedades de Especialidade Médicas.
31
entrevista Dra Fernanda Casares Marcelino
Canstock
Dra Fernanda Casares
Marcelino
Alergista e Imunologista do
Hospital Santa Lúcia
32
Crianças, cosméticos e
alergias: uma combinação
que merece atenção
A infância é a fase da vida que
merece mais atenção dos pais
quanto à utilização de produtos de
higiene e cosméticos em seus filhos.
As propagandas de televisão, assim
como as estantes de mercados e
farmácias oferecem uma infinidade
de produtos destinados para o
público infantil, mas os pais devem
ficar atentos para a composição
desses cosméticos e para uma
possível reação cutânea.
A alergista Fernanda Marcelino deu entrevista para a Médico
em Dia, onde alerta para a importância dos cuidados na hora
de comprar produtos de higiene e cosméticos para os pequenos. “A pele da criança é mais fina e suas camadas ainda
estão incompletas. A superfície de absorção é maior (os cosméticos são absorvidos em maior intensidade) e a imunidade
da pele da criança ainda está em formação”, afirma a médica.
Porque na criança é melhor usar cosméticos infantis?
Os cosméticos de adultos só estão liberados para uso a
partir dos 13 anos, pois eles não apresentam testes de segurança em crianças e são mais concentrados, levando a
maiores riscos de alergias, oleosidades, acne precoce ou
irritações na pele.
Há substâncias perigosas em cosméticos infantis?
Algum componente é proibido?
Os cosméticos são a causa principal de dermatite de contato na infância, pois vêm sendo usados de forma sistemática e crescente produtos que contêm ingredientes que são
agressivos à pele da criança como: parabenos, kathon CG,
lanolina, perfume, parafenilenodiamina, bálsamo do peru
e sulfato de níquel. Alguns desses produtos têm também
potencial cancerígeno.
Os cosméticos são a causa
principal de dermatite de
contato na infância, pois
vêm sendo usados de forma
sistemática e crescente produtos
que contêm ingredientes
que são agressivos à pele
da criança como: parabenos,
kathon CG, lanolina, perfume,
parafenilenodiamina, bálsamo
do peru e sulfato de níquel.”
Qual a cautela necessária na hora de adquirir
o produto?
• Sempre observar os rótulos quanto à indicação de faixa
etária e a forma de uso.
Quais os cuidados necessários com os cabelos
das crianças?
Uso de produtos infantis para limpeza. Evitar tinturas, alisamentos e chapinhas frequentes, pois podem causar danos aos fios e couro cabeludo. É mais prudente que sejam
hipoalergênicos e dermatologicamente testados.
• Maquiagem com baixo poder de fixação e facilmente removida com água. Maquiagens para bonecas e outras comercializadas como brinquedos não podem ser utilizadas.
É necessário passar protetor solar na criança
diariamente? Qual seria o fator ideal?
Existem cosméticos que não oferecem nenhum
tipo de risco?
O uso deve ser diário e com FPS mínimo de 15, mas deve-se
solicitar a recomendação do pediatra.
Importante lembrar que não existe cosmético “risco zero”.
Quanto menos se utilizar cosméticos em crianças, melhor.
Os pais devem ter bom senso, pois não há como prever se
uma criança terá ou não reação a algum cosmético.
Reaplicação a cada 2 horas em praias ou piscinas.
O uso de esmaltes pelas pequenas é permitido?
E acetona?
Quais os cosméticos mais indicados?
Somente esmaltes à base de água e que saem sem acetona.
Em menores de seis meses apenas o shampoo e sabonete
neutro. Hidratante apenas com indicação médica.
E na hora de escolher o perfume, quais as
principais recomendações?
A partir dos seis meses, acrescentar os protetores solares
e os hidratantes em caso de pele ressecada ou algumas
condições especiais (inverno, baixa umidade do ar).
Usar o mínimo possível, evitar aplicação direta na pele da
criança, evitar os que contêm álcool, e escolher o que seja
indicado para uso infantil.
Revista Médico em Dia • JANEIRO/FEVEREIRO de 2014
• Utilizar APENAS produtos infantis com registro da ANVISA
na embalagem (geralmente um número de 9 ou 13 dígitos precedido pelas siglas MS ou ANVS).
33
novo SALÃO DE FESTAS
Revista Médico em Dia • JANEIRO/FEVEREIRO de 2014
AMBr inaugura novo Salão de Festas
34
A Festa do Médico em outubro de 2013 marcou também a
inauguração do novo Salão de Festas da Associação Médica
de Brasília (AMBr). Após uma ampla reforma, o espaço está
pronto e disponível para a realização de eventos de aniversário, casamento, 15 anos e outros.
O novo salão tem capacidade para 400 pessoas e conta
com moderna infraestrutura, excelente acústica, além de
uma cozinha adequada para receber grandes buffets.
O espaço conta com a administração da experiente equipe
da Associação e o suporte de profissionais credenciados
de buffet, decoração, som e manobristas. Além disso, os
diferenciais: um ambiente em meio à natureza, com ótima
localização e amplo estacionamento.
O presidente da AMBr, Luciano Carvalho, comemora o novo empreendimento que poderá atender com qualidade e
profissionalismo os mais diferentes tipos de festas.
“Este foi um dos nossos grandes projetos, a Associação necessitava de um espaço adequado para festas e eventos.
Investimos em infraestrutura de cozinha e equipamentos,
além de materiais modernos e de ótima qualidade. Sem
dúvida hoje temos um dos salões de festas mais bonitos e
modernos da cidade”, diz.
Os associados da AMBr têm preço diferenciado.
Conheça o novo Salão
de Festas da AMBr
Marque uma visita com a consultora Marina
Tel.: (61) 2195-9731 / 9981-8373.
» Plantão aos sábados até às 13h
Jovem Médico
Calendário Científico AMBr
Fique por dentro dos principais Congressos, palestras, cursos
e encontros de medicina nacionais e internacionais. No site
da AMBr você encontra o calendário científico atualizado.
Acesse: www.ambr.org.br
Na era dos dispositivos móveis, como tablets e smartphones, é crescente o acesso à informação online e na palma
da mão, mas nada cabe melhor no seu bolso do que um
livro médico de 2.000 páginas! Graças ao ebooks, podemos "levar" vários livros e artigos a qualquer lugar sem
ocupar espaço ou carregar o peso! O Inkling, na ativa
desde 2009, traz uma abordagem nova e interativa aos
ebooks, com vídeo, audio e excelente recurso de busca.
O Inkling fornece também recursos de teste que ajudam no aprendizado: alguns termos específicos tem
um glossário à distância de um clique e vários livros
trazem a opção de questões e desafios. O grande diferencial para estudantes de medicina nesse app é nos
livros de anatomia: o app dá a opção de esconder as
legendas das imagens, de forma que você pode simular uma verdadeira prova de anatomia.
O Inkling está disponível para iPhone, iPad e na web
(para Android ainda está em andamento), com grande
acervo de livros em todas as áreas.
Revista Médico em Dia • JANEIRO/FEVEREIRO de 2014
Inkling, acervo de livros
médicos interativos
Fonte: MédicoNer
35
Agende-se
Março
Pediatria
Simpósio de Reanimação Neonatal
5º Simpósio Internacional de
Reanimação Neonatal
Matinê de Carnaval AMBr
Data:
Informações:
4 de março
www.ambr.org.br • (61) 2195.9716
Data:
Realização:
Endoscopia Digestiva
Simpósio de Endoscopia Digestiva
VIII Simpósio Internacional de
Endoscopia Digestiva
Tema:
Data:
Realização:
Revista Médico em Dia • JANEIRO/FEVEREIRO de 2014
Local:
36
Esôfago de Barret, Gastrites, Doença
Celíaca, Pancreatite Crônica, Doença
de Crohn, entre outros.
Objetivo:
Local:
de 21 a 22 de março
Sociedade Brasileira de
Endoscopia Digestiva
de 27 a 29 de março
Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP)
e Sociedade de Pediatria do Rio Grande
do Sul
Atualizar profissionais médicos sobre as
últimas pesquisas na área de reanimação
do recém-nascido
Serrano Resort Convenções & Spa
Avenida das Hortênsias, 1480,
Gramado/RS
Humanização em Saúde
Congresso de Humanidades e
Humanização da Saúde
Congresso Internacional de Humanidades
e Humanização da Saúde
Serrano Resort Convenções & Spa
Avenida das Hortênsias, 1480,
Gramado/RS
Data:
Promoção:
Local:
Informações:
de 31 de março a 1 de abril
Faculdade de Medicina da USP, Hospital
das Clínicas da USP e Rede Humaniza da
FMUSPHC
Centro de Convenções Rebouças,
São Paulo/SP
(11) 3225.5704 / 3284.6680
[email protected]
Abril
Medicina do Trabalho
Curso – Medicina do Trabalho
Local:
Informações:
Pontifícia Universidade Católica
Hotel Village Inn
Ribeirão Preto/SP
(16) 3021.9222
[email protected]
Clínica Médica
X Congresso Paulista de Clínica Médica
Data:
4 e 5 de abril
Tema:
A Copa da Saúde 2014
Vencendo as Doenças do Século XXI
Local:
Centro Fecomércio de Eventos
São Paulo/SP
Promoção:
Regional São Paulo da Sociedade
Brasileira de Clínica Médica
Informações:
www.clinicamedicaonline.com.br
Data:
Realização:
de 29 de abril a 3 de maio
Sociedade Brasileira de Geriatria
e Gerontologia (SBGG)
Tema:
A Nova Geração de Idosos e
os Desafios Contemporâneos
Local:
Hangar – Centro de Convenções
e Feira da Amazônia
Endereço:
Av. Dr. Freitas, S/N, Belém/PA
Maio
Nutrição
VI Congresso Brasileiro de Nutrição e
Câncer (CBNC) e GANEPÃO 2014*
Data:
de 14 a 17 de maio
Tema:
Do Catabolismo ao Anabolismo
Local:
Centro Fecomércio de Eventos
São Paulo/SP
*A participação nos eventos será
pontuada pela Comissão Nacional de
Acreditação (CNA) para atualização
profissional de médicos
Revista Médico em Dia • JANEIRO/FEVEREIRO de 2014
Organização:
maio/2012 a abril/2014
Canstock
Data:
Geriatria
Congresso de Geriatria e Gerontologia
XIX Congresso Brasileiro de Geriatria e
Gerontologia
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Revista Médico em Dia • JANEIRO/FEVEREIRO de 2014
Perfil
Dr. Paulo Tavares
38
Música e
medicina
Nascido em 1928 no Rio de Janeiro, Dr. Paulo Tavares nutriu durante sua vida
uma grande paixão pela música. Filho de músico, ingressou na faculdade de
medicina da Universidade Brasil no Rio de Janeiro, hoje UFRJ, sem imaginar
as surpresas e mudanças que a medicina traria para a sua vida.
Após a conclusão do curso, o médico se dividia entre clínica médica e pneumologia. Mas foi o interesse pela fisiopatologia respiratória que traçou o seu destino profissional.
Em 1967, devido a experiência e o interesse pela área,
foi convidado pela UnB para visitar o campus e a equipe
da universidade.
Pai de três filhos, mudou-se para a capital ao lado da esposa. Na UnB, começou a dar aulas de fisiologia respiratória
e a desenvolver projetos de fisiologia. Logo depois foi para
a França, onde ficou por um ano como participante de um
projeto de pesquisa.
Retornou a Brasília e participou da criação do laboratório de fisiologia cardiorrespiratória da UnB. “Essa história
talvez não mostre o tamanho e a importância do que fizemos na época. Como ela trouxe modificações grandes na
minha própria vida e na vida das pessoas ao meu redor”,
diz o médico orgulhoso.
“A consequência foi que continuei trabalhando no laboratório e, aos poucos, foram surgindo mais profissionais
que também tinham interesse pela fisiologia respiratória. A área cresceu muito em Brasília e até hoje representa uma tendência dos médicos pneumologistas aqui
formados”, conclui.
Revista Médico em Dia • JANEIRO/FEVEREIRO de 2014
“Fiquei deslumbrado por Brasília, o clima, o ar, o aeroporto de madeira, e na Universidade comecei a conhecer os
projetos. O professor Luis Carlos Lobo precisava de uma
pessoa com experiência em clínica em pneumologia e que
tivesse interesse pela fisiopatologia respiratória. Então, a
oportunidade, casada com o interesse que eu tinha, foi
determinante para me trazer para Brasília. E isso iria mudar
a minha vida. Não foi nada planejado”, conta o médico.
39
Canstock
Artigo Carla Furtado
Carla Furtado
Diretora do Grupo Athena. Atua na área
de saúde suplementar, como executiva e
consultora, desde 1996.
ANS vai monitorar
a qualidade dos
prestadores
de serviços
Revista Médico em Dia • JANEIRO/FEVEREIRO de 2014
O QUALISS – Programa de Divulgação da Qualificação
dos Prestadores de Serviços de Saúde Complementar,
definido pela ANS pela RN Nº 267 (24.08.2011), entrou em vigor em 23 de setembro de 2013. Até 22
de março de 2014, operadoras com mais de 100 mil
beneficiários deverão implementá-lo, divulgando em
seus materiais impressos e sites a qualificação dos
prestadores de serviços da rede conveniada.
40
Até então, as medidas de qualificação do setor têm
sido voluntárias e isoladas, ocorrendo através da
implantação de programas de certificação, especialmente através do modelo ONA e prioritariamente
em hospitais. No caso dos laboratórios, a opção
tem sido pelo certificado PALC, concedido pela
Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina
Laboratorial. Dos 6.313 hospitais privados gerais e
especializados, a ANS informou recentemente que
apenas 222, ou 3,5%, estão acreditados pela ONA,
pelo JCI ou pelo IGG.
Com a iniciativa, a ANS amplia seu escopo de atuação
sobre a saúde suplementar, passando a avaliar a qualidade dos prestadores de serviço – não mais apenas
os planos de saúde. Segundo a Agência, os objetivos
principais são aumentar o poder de avaliação e escolha por parte dos beneficiários dos planos de saúde
por meio da disponibilização de informação padro-
nizada sobre qualificação e estimular a adesão dos
prestadores de serviços (profissionais e unidades de
saúde) a programas que melhorem seus desempenhos
e os qualifiquem.
Para os hospitais, serão definidos como itens de qualificação, em um primeiro momento, Acreditação e a
participação no Notivisa – sistema eletrônico gerenciado pela Anvisa, que recebe notificações dos estabelecimentos de casos confirmados ou suspeitos de efeitos
inesperados. Em uma segunda etapa serão monitorados determinados indicadores. Em Brasília, alguns hospitais encontram-se adequados ao QUALISS, por terem
se antecipado, adotando o modelo ONA.
Para serviços de diagnóstico e terapia ambulatorial,
os itens serão os mesmos dos hospitais – nesse caso,
Brasília possui poucos serviços totalmente prontos.
Já para os profissionais – pessoas físicas ou jurídicas
– serão verificados os seguintes itens: participação
no Notivisa, pós-graduação com no mínimo 360hs
(exceto médicos), residência em saúde reconhecida
pelo MEC e título de especialista outorgado pela Sociedade de Especialidade ou Conselho Profissional.
Trata-se de um novo momento para a saúde suplementar brasileira, com possibilidade de reconhecimento àqueles que destinam esforços e recursos à
assistência de qualidade.
QUALISS
Doutor, você está
pronto para
o Qualiss?
QUALISS é o Programa de Divulgação
da Qualificação dos Prestadores de
Serviços de Saúde Complementar
criado pela ANS. Na prática, ele
exige que as operadoras divulguem
em seus sites a qualificação de
sua rede credenciada.
Aumentar o poder de avaliação por parte dos
beneficiários dos planos de saúde e engajar os
profissionais e serviços em ações de qualidade.
Que atributos serão considerados para avaliar
os médicos?
• Residência em saúde reconhecida pelo MEC.
• Título de especialista outorgado pela Sociedade
de Especialidade ou Conselho Profissional.
• Participação no NOTIVISA da Agência Nacional
de Vigilância Sanitária.
Para as clínicas que realizam diagnóstico e/ou
terapia ambulatorial, quais serão os atributos?
• Participação no NOTIVISA.
• Selo de Acreditação.
• Participação no QUALISS Indicadores, mas esse
atributo será iniciado em uma segunda etapa.
Presidente da AMBr faz alerta
O presidente da AMBr, Dr. Luciano Carvalho,
vê com preocupação os critérios utilizados
pelo Qualiss para reconhecer os profissionais
que serão avaliados. “Devemos ficar atentos e
nos manter informados sobre o Programa. É
preocupante criar critérios de qualificação que
podem não ser compatíveis com a verdadeira
formação profissional do médico”, alerta.
Palestra na AMBr
A AMBr realizou no dia 28 de janeiro a Palestra
“QUALISS: Como Converter a Norma da ANS em
Diferencial Competitivo”, com a consultora Carla
Furtado. O vídeo da palestra na íntegra você
encontra no site da AMBr, no Facebook e no canal
do Youtube da Associação.
Revista Médico em Dia • JANEIRO/FEVEREIRO de 2014
O que a ANS pretende?
E quando começa a divulgação?
Em 22 de março.
41
42
Revista Médico em Dia • JANEIRO/FEVEREIRO de 2014
câncer
Canstock
Preservação da
Fertilidade Feminina
Depois do Câncer
Bruno Ramalho de Carvalho*
As estimativas do Instituto Nacional do Câncer para o biênio
2012-2013 prediziam a ocorrência de 385 mil casos novos de
câncer por ano no Brasil (excluídos os cânceres de pele não-melanoma), dos quais 189.150 no sexo feminino, com destaque para
tumores de mama, colo do útero, cólon e reto. Os registros de
base populacional estimavam, ainda, mais de 11.500 casos novos
anuais de câncer em crianças e adolescentes, com destaque para
leucemias, linfomas e tumores do sistema nervoso central.
A outros agentes, como fluorouracil, metotrexate, vincristina, bleomicina, dactinomicina, etoposide e doxorrubicina, atribuem-se lesões
menos graves, que podem regredir em algum grau com o tempo.
Mesmo com os números citados, felizmente, o aumento anual
na incidência de casos de câncer no mundo é de 0,3%, enquanto
índices de cura aumentam cerca de 0,6% ao ano. As taxas globais
de sobrevida no sexo feminino chegam a 85% para o câncer de
mama em países desenvolvidos e mesmo países em desenvolvimento observam cifras próximas a 60%.
A radioterapia, por sua vez, leva à falência ovariana mais de 60%
de mulheres submetidas a doses maiores que 300 cGy, podendo
também causar danos irreversíveis à vascularização e ao desenvolvimento uterino, este em crianças e adolescente.
No câncer de mama, o risco de amenorréia pode variar de 6%
para mulheres jovens submetidas a ciclos de doxorrubicina e ciclofosfamida a 70% para mulheres com mais de 30 anos submetidas
a esquemas acrescentados de epirrubicina e/ou fluorouracil.
Oncofertilidade
Há muito se sabe que a quimioterapia e a radioterapia podem
levar à falência funcional precoce das gônadas em mulheres jovens, e o hipoestrogenismo consequente implicar em infertilidade.
A agressão ovariana mais grave é atribuída aos quimioterápicos
alquilantes, como ciclofosfamida, mostarda L-fenilanina, clorambucil, nitrosouréias, melphalan, busulfan e procarbazina, por sua
inespecificidade, o que depende não apenas do agente em questão, mas também da dose cumulativa.
* Médico Ginecologista e Obstetra, com atuação em Reprodução
Humana, GENESIS – Centro de Assistência em Reprodução Humana,
em Brasília. Editor Associado da Revista Brasília Médica, da Associação
Médica de Brasília.
A oncofertilidade é um campo de interesse interdisciplinar de
surgimento recente, que busca mesclar os conhecimentos em
oncologia e endocrinologia reprodutiva com a contribuição
das técnicas de reprodução assistida para o desenvolvimento de estratégias de preservação da função gonadal, além
de oferecer a possibilidade da maternidade (ou paternidade)
biológica aos sobreviventes ao câncer.
Várias são as ferramentas de tratamento disponíveis, sendo
a individualização a chave para escolha. Assim, devem ser
considerados fatores como idade do paciente ao diagnóstico,
idade do paciente à época esperada para remissão da doença
ou para a procriação, existência de parceiro sexual, tempo disponível e possibilidade de metástases, além, é claro, da quantidade de filhos já nascidos e do desejo de novas gestações.
O médico de qualquer especialidade deve estar apto a fornecer a sua paciente e seus familiares as primeiras orientações
sobre o assunto em questão, antes mesmo de encaminhar
ao profissional especializado. Ao especialista atuante em
oncofertilidade cabe elencar entre as alternativas disponíveis
aquelas pertinentes a cada caso. Ao seu alcance estão as estratégias de proteção hormonal, transposição ovariana cirúrgica, congelamento de embriões, óvulos e sêmen, além do
experimental congelamento de tecido ovariano.
Leia o artigo completo no site da AMBr: www.ambr.org.br
Revista Médico em Dia • JANEIRO/FEVEREIRO de 2014
Também considerados em geral de bom prognóstico, os tumores
pediátricos respondem cada vez melhor aos tratamentos e a sobrevida média cumulativa em cinco anos atinge 62% a 77% em
países europeus e nos Estados Unidos. Dessa forma, no cenário
em que milhares de meninas, adolescentes e mulheres jovens com
câncer submetem-se anualmente a tratamentos antineoplásicos
bem sucedidos com quimioterapia (QT) e radioterapia (RT), é possível que já tenhamos entre nós um sobrevivente de câncer infantil
para cada 250 indivíduos adultos.
43
Notícias AMBr
Escolinha de Natação WQL
Para animar ainda mais o seu fim de semana,
a AMBr realiza no dia 22 de fevereiro uma
aula de natação e hidroginástica para toda a
família. Traga seus amigos e curta essa novidade
refrescante. Os interessados em praticar natação
na AMBr devem entrar em
contato com a secretaria
da Associação para
informações sobre
horários e turmas.
Inf.: 2195-9757
CAFÉ DA MANHÃ NA AMBr
8 DE MARÇO – DIA DA MULHER
Dia da Mulher
Escolinha de Futebol para
crianças a partir de 04 anos
A Escolinha de Futebol do Boca Juniors, localizada na
AMBr, está com inscrições abertas para crianças a partir
de 04 anos de idade. As aulas acontecem de segunda a
sábado, em diversos horários, com uma estrutura física
para receber os alunos e pais que desejam participar do
projeto. Informações: 2195-9757
Revista Médico em Dia • JANEIRO/FEVEREIRO de 2014
Para completar o dia teremos os Jogos Internos de
Tênis Feminino.
Canstock
No dia 08 de março, em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, teremos um delicioso café
da manhã, seguido de aula de hidroginástica para
toda a família.
45
Destinos
URUGUAI
Revista Médico em Dia • JANEIRO/FEVEREIRO de 2014
O menor país da América do Sul nunca foi tão
comentado na mídia. O Uruguai se destacou
por seu presidente simples, José Mujica, e pela
recente liberação da maconha, o que causou
divergências entre líderes de todo o mundo. Mas,
não são apenas esses motivos que têm despertado
o interesse turístico pelo Uruguai, pois o país
também chama atenção quando o assunto são
suas belezas naturais.
46
A capital Montevidéu é um
dos locais mais visitados, as
ruas são largas, a arquitetura é exuberante e o comercio bem diversificado.
As pessoas aproveitam para
tomar cerveja e vinho, saborear pratos típicos e até podem topar com dançarinos
de tango ao ar livre.
A culinária uruguaia resulta das culturas espanhola
e italiana, com influências
brasileiras e europeias e, neste contexto, o chimarrão e o
churrasco são obrigatórios.
Não deixe de experimentar o puchero, uma mistura de
vários ingredientes e carnes que lembra nossa tradicional feijoada. Para os mais audaciosos recomendamos um
prato típico, a glândula de boi, uma iguaria indispensável
no cardápio local. Já para os que não dispensam uma
sobremesa, vale provar o mousse de doce de leite e os
deliciosos alfajores.
Punta Del Este é uma das cidades mais famosos do Uruguai, reconhecida internacionalmente como o maior balneário da América. O local é propicio à prática de esportes
como o surfe, windsurfe, moto aquática, motonáutica, vela, pesca, iatismo, polo, golfe, tênis e rugby. À noite é hora
de se divertir nos agitados pubs e discotecas.
As praias oceânicas e o clima tropical proporcionam passeios belíssimos. Sugerimos
La Paloma e Piriápolis. Mas, caso o desejo
seja relaxar, vale à pena conferir as termas
– poços de água quente que são considerados terapêuticos. Algumas opções são
as Termas del Daymán, Arapey, Guaviyú e Salto e Paysandú.
SERVIÇOS
Moeda: Peso uruguaio
Idioma: Espanhol
Fuso: - 3h
DDI: +598
Site: www.presidencia.gub.uy/
Visto: Não
REFERÊNCIAS
•http://www.uruguai.org/
•http://viajeaqui.abril.com.br/paises/uruguai
•http://www.turismo.gub.uy/pt-BR/punta-del-este
•http://pt.wikipedia.org/wiki/Uruguai
Revista Médico em Dia • JANEIRO/FEVEREIRO de 2014
As cidades de Artigas, Rivera, Rio
Branco e Chuy são ótimas opções para se fazer compras. Lá
produtos importados podem
ser adquiridos por valores bem
abaixo da média e os locais são
destinados apenas aos turistas.
47
Clube de Afinidades
O Clube de Afinidades da Associação Médica
de Brasília oferece desconto para seus
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Revista Médico em Dia • SETEMBRO/OUTUBRO de 2013
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