PSICOTERAPIA
COGNITIVA
Professora
Lina Sue
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Gonçalves, O. Psicoterapia Cognitiva
Narrativa: Manual de Terapia Breve.
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Campinas:Editorial Psy. 1998
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Ao procurar apresentar-se como alternativa aos modelos
racionalistas e mecanicistas dominantes na psicologia no
decurso do último século, a psicologia narrativa obriga à
redefinição de grande parte dos seus pressupostos
epistemológicos.
Esta epistemologia é, em nossa opinião, resultante da
quadratura alicerçada em quatro conceitos centrais:
existência, significação, narrativa e cultura.
Rev. cognitiva (anos 50)  tentar recuperar como
programa prioritário da psicologia o esclarecimento acerca
das estruturas, processos e conteúdos envolvidos na
construção do conhecimento
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Em torno deste conceito, organiza-se uma
malha de quatro pressupostos:
1. Existência como conhecimento;
2. Conhecimento como hermenêutica;
3. Hermenêutica como discurso narrativo;
4. Discurso narrativo como cultura.
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Psicólogos  estudos dos processos de construção de
conhecimento = processo de construção ativa.
O conhecimento passa a ser indissociável da própria
existência (conhecimento = experiência).
Objeto da psicologia  da sua localização essencialista
e intrapsíquica habitual = contexto da experiência do
indivíduo.
Todos os seres conhecem, reconhecem, transformam e
transformam-se no decurso de sua existência.
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Conhecimento  surge aqui visto numa perspectiva
muito mais global, não no sentido das representações
do mundo “lá fora” mas como um processo contínuo
de construção do mundo através da própria vida.
Trata-se de uma passagem da visão estritamente
epistemológica que tem caracterizado o cognitivismo,
para uma visão existencial.
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Todo conhecimento (e por implicação, toda existência)
tem uma natureza inerentemente hermenêutica.
Hermenêutica  interpretação textos sagrados (leis).
Psicanálise à interpretação do discurso individual =
interpretar ou levar a que o indivíduo interprete
baseado em pressupostos essencialistas (apriorísticos).
Gadamer  A função hermenêutica da existência é
essencialmente criativa e libertadora para a produção
de significações múltiplas.
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Assim, compreender o comportamento humano é
compreender os sistemas interpretativos utilizados
pelos sujeitos no sentido de expandir e dar significado
às suas experiências.
Subjetividade hermenêutica  necessidade
psicológica de dar ordem, sentido e coerência à
experiência.
As ciências e as artes evoluem para o reconhecimento
de que vivemos hoje, não no UNIVERSO mas num
MULTIVERSO (MULTIRREALIDADE).
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O conhecimento é indissociável da existência.
Existência e conhecimento vão se organizando no
indivíduo, num processo hermenêutico de construção
de significados.
Piaget  primeiros construtivistas.
A lógica assume o papel de organizador fundamental.
Os psicólogos  entusiasmados com a hipótese de
uma formalização matemática do pensamento.
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1ª Revolução Cognitiva  hermenêutica digitalizada da
psicologia = nova metáfora = computador.
Mas, essa hermenêutica começa a falhar quando
procuramos aplicá-la à forma como os seres humanos
vão construindo significações sobre a sua própria vida.
“...nos aspectos mais diversificados da vida, o sujeito faz
essencialmente apelo a aspectos de natureza experiencial,
comportando-se de modo contrário àquilo que a lógica ditaria...”
A multiplicidade de significados só é possível graças ao
poder criativo e múltiplo da linguagem e do discurso
humano.
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É na linguagem que se constrói o significado.
A linguagem e o discurso constituem meios e fins do
processo de significação e conhecimento humano por si
só, e não unicamente como reveladores de uma
realidade essencial que lhes pré-existe.
A linguagem  fenômeno psicológico de 1ª ordem =
elemento verdadeiramente fundacional da experiência.
Não com o papel “extra-adicional” que a psicologia lhe
tem reservado.
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Neste sentido, a narrativa não é algo que escolhemos
fazer, mas algo que somos, e, como o ser não é
dissociável do conhecer, a narrativa é também aquilo
que conhecemos.
Tal como a vida, a narrativa é inerentemente aberta e
multipotencial, abrindo-nos para uma multirrealidade e
multirracionalidade.
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As narrativas não podem ser vistas como originando-se
e fechando-se no próprio indivíduo, em sistema de
exclusividade autopoiética.
Discurso Narrativo  elemento fundamental da
existência = A narrativa não é um ato mental individual,
mas uma produção discursiva de natureza interpessoal.
Natureza inerentemente dialógica do conhecimento =
Toda a narrativa, como todo o conhecimento, é
localizada contextualmente.
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Os significados só fazem sentido quando localizados no
espaço e no tempo e, portanto, no contexto
interpessoal que os enquadra.
As narrativas são assim formas de significação que
operam num contexto dialógico, situando-se no espaço
da interindividualidade.
São as narrativas que são sentido à existência, tornando
a experiência comum, uma vez que, no ser humano, dar
sentido é sobretudo tornar comum.
Sou tanto mais autor quanto menos idêntico.
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