OUVIDORIA EBC
RELATÓRIO BIMENSAL
JUNHO - JULHO/2011
Nos meses de junho e julho de 2011 a Ouvidoria recebeu 289 demandas encaminhadas por receptores
dos diferentes veículos de comunicação da EBC, sendo 186 no mês de junho e 103 no mês de julho. Estas
demandas geraram 223 processos, alguns deles com mais de uma manifestação. Dessas 289 demandas, 139
foram reclamações, 66 elogios, 68 sugestões, 3 comentários e 13 pedidos de informações. A seguir, o relato por
veiculo de comunicação.
Cenário TV Brasil
A forma como os dados são apurados pela equipe técnica da Ouvidoria leva em consideração o número
de mensagens recebidas e o número de assuntos reclamados em cada mensagem, que podem ser vários. Desta
forma, das 103 mensagens recebidas no bimestre 166 manifestações foram contabilizadas. Para a análise que
faremos a seguir, usaremos o quantitativo de mensagens recebidas.
Sendo assim, a Ouvidoria chama a atenção para a assimetria entre os resultados dos meses em tela: das
103 comunicações no bimestre, 80 ocorreram no mês de junho e 23 no mês de julho. Das 80 mensagens
recebidas em junho, 61 elogiavam e solicitavam a reapresentação de um mesmo programa, o que nos sugere ser
esta uma demanda provocada, embora não tenhamos como determinar corretamente, por não haver
identificação das localidades de onde procederam. Se estas 61 mensagens forem desconsideradas como um
dado inflado, a Ouvidoria terá recebido apenas 19 mensagens no mês de junho, aproximando-nos ao quantitativo
de julho (23). Vale destacar que este resultado aponta para a necessidade de a Ouvidoria reavaliar a forma como
vem recebendo e classificando as demandas dos telespectadores, em termos mesmo de entrada dos dados
(formulários de comentários via internet).
Outro dado a pontuar é o fato de a Ouvidoria não ter como avaliar se o telespectador está, eventualmente,
equivocado em seu comentário. A partir do mês de agosto, foi instituída a prática da verificação da pertinência da
crítica/reclamação/comentário, por meio de acesso ao arquivo da programação, o que, acredita-se, tornará os
dados mais fidedignos. Apenas como ilustração, houve o caso de uma telespectadora que lamentava a retirada
da grade de programação um desenho infantil que jamais fora exibido pela emissora. Equívocos de crítica
também podem ocorrer, engordando estatísticas enganosas.
Cenário Rádio
Das 53 manifestações encaminhadas ao rádio neste bimestre, boa parte foi voltada principalmente ao
acesso das emissoras da EBC pela internet, tema de duas edições do “Rádio em Debate” no período, e à
retirada do programa “Musishow” da programação da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, que estará na pauta dos
próximos programas da Ouvidoria da EBC.
Ademais, vale um registro sobre dificuldades na recepção do sinal da Rádio Nacional da Amazônia, que
enfrenta problemas com seus dois transmissores. A estação está fora do ar na faixa Ondas Curtas 49m desde
março de 2010. A figura abaixo demonstra o alcance ideal do sinal por meio da frequência 6.180 kHz (faixa 49m),
que infelizmente continua inativa prejudicando a recepção nos estados do Maranhão, Piauí, Bahia, Ceará e
Pernambuco, e da faixa 25m (frequência 11.780 kHz) que conta com sinal intermitente.
Infelizmente, a Ouvidoria não conseguiu resposta indicativa dos gestores técnicos da EBC sobre qual a
previsão de solução do problema que segue deixando parte considerável do território brasileiro sem acesso ao
sinal da Nacional da Amazônia.
Entre junho e julho de 2011, a Ouvidoria produziu dezenove edições do "Rádio em Debate". Por meio de
depoimentos de ouvintes, especialistas e profissionais da EBC, os programas trataram de temas variados, tais
como educação a distância por meio do rádio, pauta sugerida pelo ouvinte Altair Roberto de Carvalho, um dos
entrevistados do programa que também contou com as participações de Liara Avellar, responsável pela Rádio
MEC AM, Fredric Litto, presidente da Associação Brasileira de Educação a Distância, e José Manuel Moran,
professor da Universidade de São Paulo.
Também foi veiculada edição do “Rádio em Debate” sobre a abordagem da mídia, em especial pelas
emissoras da EBC, sobre assuntos relacionados à arquitetura e urbanismo. Foram ouvidos no programa Raquel
Bluemenschein, coordenadora do Laboratório do Ambiente Construído, Inclusão e Sociabilidade da Universidade
de Brasília, Taís Ladeira, gerente das rádios da EBC em Brasília, e o arquiteto Filipe Romeiro.
Outra pauta do “Rádio em Debate” tratou da linguagem na programação radiofônica, analisando as
perspectivas de aplicação de um conteúdo simples e coloquial em edição que entrevistou Nair Prata, professora
da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) e coordenadora do Grupo de Pesquisa de Rádio e Mídias
Sonoras da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom), Luciane do Valle,
professora de radiojornalismo do Centro Universitário de Araraquara, Tais Ladeira, gerente das rádios da EBC
em Brasília, e Luiz Carlos Pinto, jornalista da Empresa Brasil de Comunicação.
Os festivais musicais promovidos por emissoras da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) igualmente
tiveram a atenção da Ouvidoria. Os eventos se apresentam como espaço para diversificação de conteúdo na
programação radiofônica e contam com quatro categorias de premiação: Melhor Música com Letra, Melhor
Música Instrumental, Melhor Intérprete Vocal e Melhor Intérprete Instrumental.
A Rádio Nacional do Rio de Janeiro e a Rádio MEC (AM e FM) transmitiram nos dias 24 e 25 de junho
versão do “Rádio em Debate” dedicada ao 3º Festival de Música Rádio MEC e Nacional, realizado por meio de
parceria entre as emissoras. Para isso, foram ouvidos o cantor e compositor Augusto Martins, um dos
vencedores de 2010, Xico Teixeira, assessor da Superintendência de Rádio da EBC, e Lana Micol, coordenadora
da Rádio Nacional do Alto Solimões.
Na edição que foi ao ar, na mesma semana, pela Nacional de Brasília AM, Nacional FM, Nacional da
Amazônia e Nacional do Alto Solimões, a produção do "Rádio em Debate" conversou com Xico Teixeira, Lana
Micol, Carlos Senna, coordenador da Nacional FM, e Túlio Borges, vencedor da categoria Melhor Música Vocal
do 3.° Festival de Música Nacional FM do ano passado.
Na primeira semana de julho, "Rádio em Debate" apresentou edições dedicadas a esclarecer o processo
de reaproveitamento de conteúdos ao longo da programação radiofônica. Com o intuito de compreender melhor
como acontece esse procedimento, a produção do Programa da Ouvidoria da Empresa Brasil de Comunicação
(EBC) consultou Nair Prata, professora da UFOP, Taís Ladeira, gerente das rádios da EBC em Brasília, e Carlos
Eduardo Esch, professor da Universidade de Brasília.
Na semana seguinte, o “Rádio em Debate” teve como tema a programação radiofônica de questões
relacionadas aos deficientes. De acordo com dados da Organização das Nações Unidas existem 600 milhões de
pessoas com deficiência, população muitas vezes com participação restrita na vida econômica, social, artística e
cultural. Para apresentar análises e sugestões de como as emissoras de rádio podem tratar a questão, a
produção do programa da Ouvidoria da EBC entrevistou Claudia Werneck, idealizadora e superintendente da
organização não-governamental "Escola de Gente em Inclusão" (www.escoladegente.org.br), Raimundo
Anisseto, radialista e gestor de projetos comunitários, e Liara Avellar, coordenadora da Rádio MEC AM.
Posteriormente, o "Rádio em Debate" dedicou-se à segunda parte da discussão sobre programação
radiofônica de temas relacionados aos deficientes. Para apresentar análises e sugestões de como as emissoras
de rádio podem tratar a questão, a produção do programa da Ouvidoria da EBC contatou Cláudia Cotes,
fonoaudióloga e presidente da ONG 'Vez da Voz' (www.vezdavoz.com.br), Juliana Oliveira, apresentadora do
"Programa Especial" (exibido pela TV Brasil), e Cláudia Werneck (Escola de Gente).
O programa da Ouvidoria da Empresa Brasil de Comunicação de 22 e 23 de julho transmitiu entrevista
com Regina Lima, nova ouvidora geral da EBC. Professora da Universidade Federal do Pará (UFPA), Regina tem
formação em jornalismo e publicidade com mestrado e doutorado em Comunicação e Cultura pela Universidade
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Os atuais desafios da EBC, novos espaços de comunicação com o público via
internet, diversidade na programação das emissoras, a estréia do programa da Ouvidoria na TV Brasil, e
reflexões sobre maneiras de enfatizar a importância do papel da Ouvidoria para a comunicação pública foram
alguns assuntos tratados nessa edição.
Em maio deste ano, 86% dos internautas que clicaram www.ebc.com.br buscavam escutar online as
rádios da Empresa Brasil de Comunicação. Com o objetivo de esclarecer algumas dúvidas do público, o “Rádio
em Debate” de 29 e 30 de julho tratou do acesso às emissoras da EBC pela rede mundial de computadores. Para
este programa, a produção do “Rádio em Debate” entrevistou as ouvintes Solange Ribeiro e Luana Nascimento,
além do jornalista Nelson Breve, superintendente da SUCOM (Superintendência de Comunicação Multimídia) da
EBC.
Processos pendentes Rádio
Fevereiro/2011
Número de
Processo
003-EB/11
Data de
Abertura
11/02/11
Pendência
Aguardando resposta da chefia de gabinete da presidência da
EBC e da (SuRad) ao pedido de informação de como reativar
as relações bilaterais entre a EBC e a Rádio Nacional de
Angola.
Ouvinte: Círia Castro Cassoma
Abril/2011
Número de
Processo
007-MC/11
Data de
Abertura
18/04/11
Última atualização: 10/08/2011.
Pendência
Aguardando resposta da Coordenação da Rádio MEC às
sugestões enviadas.
Ouvinte: Nelson Antunnes
Cenário Agência Brasil
Dentre as 60 manifestações demandadas nos meses de junho/julho, 61% referem-se a informações
erradas publicadas nas matérias. A quantidade e a gravidade dos erros apontados pelos leitores indica a
necessidade de que se estabeleça algum tipo de controle de qualidade da informação, pois sua persistência ao
longo do tempo prejudica a credibilidade do veículo e da empresa jornalística.
A Ouvidoria destaca a seguir algumas demandas que foram tratadas nas colunas do Ouvidor:
- Ciganos: alguém tinha de denunciar a falta de direitos: a partir do elogio de uma leitora à reportagem
especial da Agência Brasil sobre o povo cigano.
- Informação ambiental circunscrita: sobre a necessidade de se disponibilizar a informação ambiental a
partir das necessidades de pequenos agricultores que vivem e trabalham em Unidades de Conservação:
“Naquelas unidades vivem e trabalham milhares de pequenos agricultores com limitações e inseguranças
crescentes com relação ao que podem ou não praticar como meios produtivos economicamente viáveis e
sustentáveis. Esse público, além de ter menos acesso à informação, dificilmente encontra na mídia
informação voltada para seus interesses imediatos”.
- Enveredando pela cultura popular: depois de algum tempo em que os leitores vinham solicitando que
a Agência Brasil incluísse a cobertura jornalística da cultura entre seus principais assuntos floresceu a
requerida editoria. Traz à baila um debate curioso sobre viola, violeiros, música de raiz, tronco de
esperança, folhas de identidade e frutos de discórdia. Nessa vereda os galhos ficam na conta de
especialistas e especializados que intrincamos nesse debate.
- Números contestados: oito manifestantes que participaram da Marcha contra a construção da Usina de
Belo Monte e contra a aprovação do novo Código Florestal, realizada no domingo, 19 de junho, na
avenida Paulista, em São Paulo, escreveram para esta Ouvidoria contestando os números sobre a
quantidade de participantes declarada em matéria da Agência Brasil. Para a Agência Brasil havia 300
manifestantes, sem citar a fonte da estimativa, mas para todos os oito demandantes foram 2 mil. Nessas
situações, conforme lembra a leitora Clarissa Beretz: “...deve-se apurar a estimativa da polícia e também
dos organizadores, para prezar a imparcialidade...” No caso de divergências significativas, publica-se
ambas. Não citar a fonte da estimativa significa que a reportagem chamou para si a responsabilidade pela
informação.
- Certas doenças que contaminam a informação: lendo a notícia, Rio Grande do Sul registra mais
duas mortes provocadas pela gripe suína o leitor Laurimar Antonio Giaretta protestou contra o uso do
termo pela Agência Brasil: “No ano passado a mídia conseguiu detonar com os produtores de suínos ao
falar incessantemente o termo „gripe suína‟. Poucas exceções para o uso de um termo que de suíno não
tem nada. Agora me deparo com uma agência de notícias do porte da EBC querendo fazer o mesmo. O
que tem de tão errado que não dá para falar de Gripe A? Tive a sensação de que havia prazer em falar o
termo equivocadamente. Tenham certeza, senhores editores, suplantar o termo „suíno‟ é não agredir
quem não tem uma migalha de culpa e já amarga uma de suas piores crises de sua história. Ou vocês
nunca ouviram falar do assunto?”
Observamos que na notícia veiculada pela Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul, da qual a Agência
Brasil extraiu as informações que publicou, em nenhum momento é citada a expressão estigmatizante
“gripe suína”. Portanto sua utilização é de inteira responsabilidade editorial da própria Abr.
- Implementações nos mecanismos de busca da Agência Brasil: inovações só trazem resultados com
o tempo. Mas de nada adianta o tempo decorrido se não formos sensíveis aos reclamos dos usuários. É
neste sentido que as opiniões e reclamações dos leitores têm colaborado para que a Superintendência de
Comunicação Multimídia – Sucom da EBC aprimore os recursos tecnológicos do site da Agência Brasil.
Os mecanismos de busca têm sido os instrumentos de navegação dos quais mais os leitores reclamam.
Grande parte da pesquisa retorna sem resultados ou com resultados que nada têm a ver com o que se
procura, apesar de sabermos que o arquivo (notícia, imagem, áudio) existe, ou pelo menos já existiu um
dia no acervo da ABr.
A atual Superintendência está trabalhando para resolver esses problemas implementando as ferramentas
e tornando-as mais amigáveis e eficientes.
- A Ouvidoria e a gestão da qualidade da informação: a importância da informação de qualidade foi
analisada para que o debate evolua em direção ao que pode ser melhor para todos e foram sugeridas
algumas abordagens e possíveis fontes para diferenciar e aprofundar a cobertura.
- Espaço público para o debate sobre a maconha: foram abordados a questão dos erros, imprecisões
e informações erradas publicadas em matérias da Agência Brasil e a necessidade do veículo público de
comunicação fazer a gestão da qualidade da informação. A título de sugestão, a Ouvidoria apresentou a
matriz de indicadores formulada por pesquisadores da UNESCO em parceria com a Rede Nacional de
Observatórios da Imprensa.
- A inconsistência das informações: a Ouvidoria tratou da inconsistência de informações na divulgação
de uma pesquisa da OMS sobre o tabagismo relacionando-a com a necessidade de se adotar
mecanismos de controle da qualidade da informação antes de publicá-la. Também foi observada que a
adoção de tais mecanismos é uma escolha técnica decorrente de decisões editoriais tomadas pela
direção da empresa de comunicação ao fazer o planejamento editorial do veículo: “Planejar também é
saber que a qualidade do jornalismo entregue ao cidadão usuário tem que ser checada e aferida
periodicamente, pois desvios, voluntários ou não, podem causar danos irreversíveis à qualidade editorial e
perda de leitores ou de audiência.” (de onde foi tirado isso? Qual a fonte?).
Outras considerações
Em função da assimetria observada entre os resultados obtidos mês a mês, a Ouvidoria está revendo, a
partir do mês de agosto, o procedimento de recebimento e classificação de demandas em termos de entrada
(formulários de comentários via internet).
DEMONSTRATIVO GRÁFICO
Brasília, 10 de agosto de 2011
Regina Lima
Ouvidora Geral da EBC
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