Espírito de corrupção António Pedro Dores http://iscte.pt/~apad Corrupção e Ética em Democracia: O Caso de Portugal ISCTE, 15 Junho 2007 Dinâmicas contradictórias da modernização Elevação dos desejos à ordem moral Auto-defesa: medo e insegurança Institucionalização corrupção racionalização racionalização reclamação direitos direitos reclamação Lei - Controlo Denúncia - moral fechamento fechamento criminalização criminalização revolução revolução Participação democrática institucionalização institucionalização Justiça social - povo O que é corrupção? • Sensibilidades socio-políticas • Combate à corrupção eficácia; localização institucional; qualidade da denúncia • Será um acto contra a Lei? Contra o Povo? Contra a Moral? • Admite-se a corrupção? • Comunicação Social - Relativismo e voyeurismo Sensibilidades socio-políticas • Prioridade política desejável? (13%, 2ª linha) • Combate à corrupção é eficaz? Não (80%) Prioridades: • Direita social à redução do défice (e do Estado) • Esquerda social à sustentabilidade da segurança social • Centro social ao crescimento económico Combate à corrupção eficácia • 80% combate contra a corrupção não é eficaz. Desses, • 45% acusam o governo, • 24% o judiciário e • 21% “cada um de nós” pela ineficácia Combate à corrupção localização Sectores mais atreitos à corrupção • futebol é primeiro (23% do total das três séries de citações pedidas aos inquiridos), • partidos políticos (com 21%) • administração central (17%) • grandes empresas (com 12%). • As autarquias não aparecem nos lugares cimeiros Combate à corrupção denúncia • 74% prontos a produzir denúncias (se soubessem de casos de corrupção). • 16% dos inquiridos não denunciaria, por: a) medo de represálias (38%) b) não gostar do papel social de acusador (22%) c) não esperar mudanças provocadas por denúncias (18%). Será um acto contra a Lei? Contra o Povo? Contra a Moral? • os inquiridos concordam com todas as frases que procuram definir a corrupção • mais consensuais com o princípio legal • tal princípio inibe discordâncias (29% é taxa mais baixa) • mas 2/3 pede prova de dolo • 12% consideram que a lei não é necessária e suficiente para definir corrupção Admite-se a corrupção? Preferência pela informalidade das boas intenções: • 62% admite a corrupção a favor de resultados práticos para o povo • 35% dos inquiridos entende que nem por benefícios imediatos a corrupção deve ficar por combater Comunicação Social • 93% acordam em que os jornalistas têm aqui um papel social relevante na denúncia • limite na privacidade dos políticos (54%) e no segredo de justiça (62%) • muitos estão dispostos a ceder nesses princípios (44% e 35% respectivamente) • 23% e 19% não têm mesmo dúvidas nenhuma em passar por cima dos princípios citados. Relativismo e voyeurismo • Primeiro factor as respostas a todas as quatro perguntas negativas: os benefícios para a população, o comportamento generalizado, a causa justa, o desconhecimento da lei anulariam a condenação do acto de corrupção • O segundo factor reunia os que aceitaram que as revelações dos jornalistas entrassem na vida privada dos políticos e usassem segredos de justiça. Razão, criminalização e mudança social • Dados revelam um extremar de posições daqueles que entendem se deverem usar todos os meios para atingir os fins, independente dos princípios políticos ou judiciais. • E haver uma proximidade– eventualmente politicamente perigosa – destes com os que preferem não definir bem a sua posição