34ECONOMIA
A GAZETA
SÁBADO, 17 DE OUTUBRO DE 2015
CRISE ECONÔMICA
Após fechar lojas, Dadalto vai
à Justiça para negociar dívidas
ARQUIVO
EXCLUSIVO
Rede varejista do Estado
entrou com pedido de
recuperação judicial
para evitar falência
ABDO FILHO
[email protected]
A Dadalto, maior rede varejistadoEstado,com78anos
de mercado, protocolou ontem na Justiça um pedido
de recuperação judicial.
Afetada frontalmente pela
criseeconômica,arede,que
este ano já anunciou o fechamento de 14 lojas em
Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo, optou
pela recuperação para não
ter que decretar falência. A
informação,obtidanoinício
da noite de ontem pela reportagem de A GAZETA, foi
confirmada pela empresa.
Emnota,aassessoriade
imprensa da rede informou que o objetivo é renegociar os débitos, manter
o emprego dos mais de mil
funcionários e garantir a
perenidade do negócio.
“As lojas Dadalto e D&D
estão reagindo contra a
Grupo afirma que manterá abertas 35 lojas que operam com as bandeiras Dadalto e D&D no Estado
conjuntura econômica desfavorável, que afeta todo o
varejo brasileiro, com responsabilidade, respeito ao
mercado e total confiança
na recuperação do setor,
que tanto contribui para a
economia do país. Dessa
forma, está lançando mão
das ferramentas legais pa-
ra: preservar centenas de
postos de trabalhos; garantir a segurança e a perenidade do negócio e da marca; e renegociar compromissos com parceiros comerciais em um ambiente
de harmonia de interesses,
ética e transparência”.
A nota se encerra salien-
tando que “a empresa tem a
expectativadequeosajustes
necessáriosserãobem-sucedidoseocrescimentodonegócio será retomado o mais
rápido possível”.
Sobre as 35 lojas da rede que seguem operando,
a informação é de que as
portas seguirão abertas
normalmente. “É um período de ajuste, a empresa
precisa desse fôlego, mas
o negócio não para. Se recorre à recuperação judicial justamente porque se
acredita no negócio. As
portas seguem abertas”,
assinalou uma fonte.
A recuperação judicial,
empresa tem 60 dias para
apresentar o plano de
recuperação à Justiça (caso
contrário, o juiz decreta a
falência). Apresentando o
plano, o juiz vai divulgar esse
plano para os credores se
manifestem.
Se não for aprovado, o juiz
decreta a falência da
empresa. A negociação
entre as partes é
intermediada por um
administrador judicial
nomeado pela Justiça.
empresa precisa apresentar
um balanço mensal para
prestar contas ao juiz e aos
credores.
t Os
t Durante
instituída pela nova Lei de
Falências,de2005,tempor
objetivo viabilizar a superação da crise econômica
do devedor, com a finalidade de preservar a empresa.
Não há um cronograma fixo a ser cumprido, mas a
caminhada até a recuperação plena não costuma levar menos de dois anos.
Nesseperíodo,ojuiz,caso defira o pedido, nomeia
um administrador judicial
para ficar à frente da empresa. Todas as decisões
precisam passar por ele.
Também será formada
uma assembleia de credores, onde as dividas serão
renegociadas. Quando se
entra numa recuperação
judicial, todos os débitos,
fora os tributários, são ‘novados’, figura jurídica que
suspende todas as cobranças, o que dá fôlego à empresa, e permite a renegociação de prazos e valores.
Para deferir o pedido, o
juiz precisa ter em mãos o
plano de ajuste que a empresa quer tocar para viabilizaronegócio.Éissoque
será analisado pela Justiça
nos próximos dias.
ENTENDA A RECUPERAÇÃO JUDICIAL
O que é?
tÉ
uma medida para
evitar a falência de uma
empresa. É pedida quando
o negócio perde a
capacidade de pagar as
dívidas. Com isso, a
empresa mantém sua
produção, o emprego dos
trabalhadores e o
interesses dos credores,
que querem ser pagos.
judicial deve ser feito na
Justiça. A partir do pedido, a
empresa tem 6 meses para
tentar um acordo com
credores. Assim que entra
com o pedido de
recuperação judicial, a
empresa precisa apresentar
um processo para o juiz. Ele
analisa esse processo e se a
documentação estiver
completa, dá o despacho que
autoriza a recuperação.
Trâmites
tO
pedido de recuperação
t Após
o despacho, a
CARGA PESADA
credores tem 180
dias (contados a partir do
despacho) para aprovar ou
não o plano. Se aprovado,
a empresa entra em
processo de recuperação.
O processo
a recuperação
judicial, a empresa deve
cumprir o estabelecido no
plano. Enquanto isso, as
operações da empresa
seguem normalmente. A
t A recuperação é
encerrada quando a
empresa cumprir tudo o
que estava previsto no
plano. Depois de tudo
pago, o juiz finaliza o
processo e a empresa
volta a operar
normalmente, sem
NOVO DIRECIONAMENTO
Impostômetro chegará à Governo cria Comitê
marca de R$ 1,6 trilhão de Política Fiscal
A Associação Comercial
de São Paulo (ACSP)
prevê que o Impostômetro chegará à marca de
R$ 1,6 trilhão na segunda-feira, às 15h30. O valor indica o total de impostos e contribuições
pagos pelos brasileiros
em 2015 e será atingido
Encerramento
18 dias antes da data em
que foi alcançado no ano
passado. “A arrecadação
tributária continua crescendo, apesar da recessão do país”, destaca o
presidente da Federação
das Associações Comerciais de São Paulo, Alencar Burti.
O Ministério da Fazenda
lançou duas iniciativas
para melhoria da condução da política fiscal. A
secretaria do Tesouro Nacional criou o Comitê de
Política Fiscal (Copof),
um fórum de discussão
para subsidiar o trabalho
de elaboração do Plano
Plurianual (PPA), da Lei
de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e da Lei Orçamentária Anual (LOA).
Também foi lançado o
Prisma Fiscal - sistema de
coleta de expectativas de
mercado para acompanhar as principais variáveis fiscais brasileiras.
qualquer limitador.
Se não cumprir o
plano?
t É decretara a falência
da empresa. Com a
falência, o devedor é
afastado de suas
atividades com o
objetivo de preservar e
otimizar a utilização
produtiva dos bens,
ativos e recursos
produtivos (inclusive os
intangíveis) da empresa.
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ARQUIVO
Apple Watch é
lançado sem alarde
Quando faltavam 20 minutos para que a loja oficial da Apple abrisse as
portas para o lançamento do Apple Watch (dispositivo em formato de
relógio) só dez pessoas
estavam na fila, ontem,
para comprar o equipamento que custa entre
R$ 2.899 e R$ 135 mil.
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Após fechar lojas, Dadalto vai à Justiça para negociar dívidas