Pró-Reitoria de Graduação
Curso de Nutrição
Trabalho de Conclusão de Curso
PERFIL NUTRICIONAL DOS ADOLESCENTES ATENDIDOS
NA CLÍNICA ESCOLA DE NUTRIÇÃO DA UNIVERSIDADE
CATÓLICA DE BRASÍLIA NOS ANOS DE 2011 E 2012
Autora: Adalgisa Barbosa Lima dos Santos
Orientadora: MSc. Caroline Olímpio Romeiro de Meneses
Brasília - DF
2012
ADALGISA BARBOSA LIMA DOS SANTOS
PERFIL NUTRICIONAL DOS ADOLESCENTES ATENDIDOS NA CLÍNICA
ESCOLA DE NUTRIÇÃO DA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA NOS
ANOS DE 2011 E 2012
Monografia apresentada ao curso de graduação
em Nutrição da Universidade Católica de
Brasília como requisito parcial para obtenção
do título de Bacharel em Nutrição.
Orientadora: MSc. Caroline Romeiro
Brasília
2012
Monografia de autoria de Adalgisa Barbosa Lima dos Santos, intitulada “PERFIL
NUTRICIONAL DOS ADOLESCENTES ATENDIDOS NA CLÍNICA ESCOLA DE
NUTRIÇÃO DA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA NOS ANOS DE 2011 E
2012”, apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Nutrição da
Universidade Católica de Brasília, 29 de novembro de 2012, defendida e aprovada pela banca
examinadora abaixo assinada:
_________________________________________
Professora MSc. Caroline Olímpio Romeiro de Meneses
Orientadora
Nutrição – UCB
_________________________________________
Nutricionista Nayara Alves de Oliveira
Examinadora
Nutrição – UCB
_________________________________________
Nutricionista Glícia Fabriza Soares
Examinadora
Nutrição – UCB
Brasília-DF
2012
Dedico este trabalho:
A Deus, por ter me oferecido a oportunidade
de viver, evoluir a cada dia e por ter colocado
na minha vida todas as pessoas que citarei
abaixo.
Aos meus pais, Daniel e Mariana, e irmãos,
Daniel Filho e Mariano, pelo apoio e carinho
oferecidos em todo momento de minha vida e
principalmente neste.
Aos meus tios, demais familiares e ao
Josivaldo, por terem acreditado e fornecido
condições para que eu concluísse mais uma
etapa da vida.
Ao meu maravilhoso tio Mariano, pelo
companheirismo,
dedicação
e
incentivo
oferecido antes, durante e, seguramente, por
toda a minha trajetória de vida e profissional.
AGRADECIMENTOS
Agradeço, primeiramente, ao meu maravilhoso Deus, por estar sempre ao meu lado
em todas as minhas alegrias e dificuldades e pela oportunidade a mim confiada.
Aos meus pais, em especial minha mãe, Mariana, pelo excesso de preocupação e por
estarem sempre me dando forças em todas as minhas adversidades.
Por todos os meus familiares, em especial pelo meu tio Mariano Barbosa, que
contribuiu direta e indiretamente para eu estar concluindo este curso.
À professora Caroline Romeiro, minha orientadora, pelo apoio, paciência,
credibilidade e compreensão que me proporcionou.
A todos os professores que passaram pela minha vida, pelos ensinamentos oferecidos.
Aos meus companheiros de curso, em especial, Agnes Daldegan Balduino e Clari
Sonáglio pela amizade, apoio, carinho e confiança fornecidos durante todo o curso.
Aos mestres e professores e todos os responsáveis pelo andamento da direção do
curso de nutrição pelo apoio, atenção e contribuição em minha formação profissional.
A todos que contribuíram direta e indiretamente na realização deste trabalho.
“Confia teus negócios ao Senhor e teus planos
terão bom êxito”. (Provérbios 16:3)
RESUMO
A adolescência é um período de várias transformações que ocorre entre os 10 e 19
anos de idade, marcada por alterações físicas típicas da puberdade. Os agravos à saúde que o
excesso de peso e as doenças crônicas transmissíveis (DCNT) acarretam, aumentam a
importância do acompanhamento nutricional nos adolescentes. A fase da adolescência é um
momento em que os jovens pouco se preocupam com a alimentação não levando em
consideração às consequências de seus hábitos de vida, que costumam ser irregulares e que
podem ser maléficos à saúde. Por isso, o presente estudo teve por objetivo descrever o perfil
nutricional dos adolescentes atendidos na Clínica Escola de Nutrição (CENUT) da
Universidade Católica de Brasília (UCB). Trata-se de uma pesquisa transversal e descritiva,
constituída por adolescentes com idades entre 10 e 19 anos, de ambos os sexos, com amostra
de 52 pacientes que foram atendidos entre os meses de fevereiro 2010 a fevereiro de 2011 na
Clínica Escola de Nutrição (CENUT) da Universidade Católica de Brasília (UCB). A média
de idade foi de 15,51 anos. Em relação aos hábitos alimentares escolares, a maioria dos
adolescentes estudados, consomem alimentos comprados nas cantinas das escolas. Os
resultados obtidos no presente estudo comprovam que, de modo geral com base no estado
nutricional, menos da metade dos indivíduos encontravam-se eutróficos (38,46%) seguidos de
um alto percentual de adolescentes considerados obesos (36,53%), segundo o índice de massa
corporal. Referente aos dados do consumo alimentar verificou-se baixo consumo de frutas
com (76,92%), legumes e verduras com (80,76%). Foi verificado o consumo inadequado em
sete dos oito grupos alimentares analisados. Mais da metade dos adolescentes (82,69%)
apresentaram um consumo elevado do grupo de óleos e gorduras e o que também foi
encontrado no consumo de açúcares e doces (90,38%). Existiu uma grande falta de adesão dos
adolescentes para os devidos acompanhamentos nutricionais, explicando a necessidade de um
planejamento de ações para estreitar o contato profissional paciente e, assim, contribuir para o
êxito do tratamento nutricional.
Palavras-chave: Adolescentes. Perfil Nutricional. Hábitos alimentares. Epidemiologia
Nutricional.
ABSTRACT
Adolescence is a period of several transformations that occurs between 10 and 19
years of age, marked by typical physical changes of puberty. The health problems that
overweight and chronic diseases (NCDs) cause, increase the importance of nutritional
counseling in adolescents. The adolescence is a time when young people have little concern
for the power, not considering the consequences of their lifestyle habits, which tend to be
irregular and may be harmful to health. Therefore, this study aimed to describe the nutritional
status of adolescents treated at the Clinical School of Nutrition (CENUT) Catholic University
of Brasília (UCB). This is a cross-sectional, descriptive, consisting of adolescents aged 10 to
19 years, of both sexes, with a sample of 52 patients who were seen between the months of
February 2010 to February 2011 in the School of Clinical Nutrition ( CENUT) Catholic
University of Brasília (UCB). The mean age was 15.51 years. Regarding eating habits school,
most teenagers studied, consume foods purchased at school canteens. The results of this study
show that, in general based on nutritional status, less than half of the subjects were normal
weight (38.46%) followed by a high percentage of adolescents considered obese (36.53%),
according The body mass index. Referring to the data of food consumption was found with
low consumption of fruits (76.92%), with vegetables (80.76%). It was found inadequate
intake in seven of the eight food groups analyzed. More than half of teenagers (82.69%) had a
high intake of fats and oils group and was also found in the consumption of sugar and sweets
(90.38%). There was a great lack of adherence of adolescents for appropriate nutritional
accompaniments, explaining the need for a plan of action to strengthen the professional
patient contact and thus contribute to the success of nutritional treatment.
Keywords: Adolescents. Nutritional Profile. Eating habits. Nutritional Epidemiology.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
CENUT – Clínica Escola de Nutrição
POF – Pesquisa de Orçamentos Familiares
DCNT – Doenças Crônicas Não Transmissíveis
DP – Desvio Padrão
FAO – Food and Agriculture Organization
HAS – Hipertensão Arterial Sistêmica
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IMC – Índice de Massa Corporal
OMS – Organização Mundial de Saúde
QFA – Questionário de Frequência Alimentar
UCB – Universidade Católica de Brasília
WHO – World Health Organization
10
INTRODUÇÃO
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a adolescência é um
período de várias transformações que ocorre entre os 10 e 19 anos de idade,
caracterizado por mudanças físicas típicas da puberdade, distintas do crescimento e
desenvolvimento que acontecem em ritmo constante na infância. Essas alterações
ocorrem por fatores ambientais, biológicos, nutricionais, psicológicos e sociais (COSTA
& SOUZA, 2002; VITOLO, 2008).
É explícito que a obesidade infantil vem crescendo de forma expressiva,
causando diversos agravos à saúde na infância, e que pode se prolongar até a idade
adulta (MEYER et al., 2004).
A prevalência de sobrepeso e obesidade tem crescido nas últimas décadas
entre crianças e adolescentes de diversas regiões do mundo (WANG & LOBSTEIN,
2006). Os agravos à saúde que o excesso de peso acarreta aumentam a importância do
acompanhamento nutricional em adolescentes (DUMITH & FARIAS 2010; WANG et
al., 2002).
No Brasil, houve um aumento de 16,7% de acordo com a Pesquisa em
Orçamentos Familiares (POF, 2002-2003), para 21,5% de adolescentes com excesso de
peso, segundo dados da última POF, 2008-2009 (IBGE, 2010a).
O aumento de peso na infância e entre os adolescentes foi constante nos
últimos 34 anos. Os dados se tornaram mais expressivos na infância, pois, em 2008, o
excesso de peso atingiu 33,5% das crianças de cinco a nove anos de idade e, na
adolescência, os meninos passaram de 3,7% para 21,7%, o que é alarmante, pois houve
um crescimento em seis vezes nesse período. Já entre as meninas, as estatísticas
triplicaram: de 7,6% para 19,4% entre as pesquisas de 1974-1975 e 2008-2009. No caso
de obesidade, o crescimento foi menos intenso, de 0,4% para 5,9% no sexo masculino e
de 0,7% para 4,0% entre as adolescentes do sexo feminino (IBGE, 2010b).
A fase da adolescência é um momento em que os jovens pouco se
preocupam com a alimentação, não levando em consideração as consequências de seus
hábitos de vida, que costumam ser irregulares e que podem ser maléficos à saúde.
Devido a isso, compreende-se que os comportamentos alimentares impróprios nos
períodos da infância e adolescência podem contribuir significativamente para o
11
desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) e obesidade na vida
adulta (GAMBARDELLA, et al. 1999).
A obesidade na infância e na adolescência é um dos principais agravos
nutricionais da atualidade e vem se tornando cada vez mais frequente nas comunidades
modernas (VITOLO, 2008). Nos países desenvolvidos, já é considerada um dos
principais problemas de saúde pública, e, pela OMS, é considerada uma epidemiologia
global (WHO, 2007).
A obesidade, nesta fase da vida, tende a persistir na vida adulta, contribuindo
consideravelmente para a morbimortalidade desses indivíduos. Os problemas de saúde
no adulto envolvem elevada prevalência de DCNT como diabetes, hipertensão arterial
sistêmica (HAS), dislipidemias, doenças cardiovasculares, dentre outras, e que
apresentam grande impacto na vida adulta. Além disso, a obesidade também pode estar
associada a distúrbios psicológicos e depressão (ANDING, 1996; VITOLO, 2008).
A exagerada exposição a gêneros alimentares com elevada quantidade de
energia não acompanhada de nutrientes, chamados de alimentos ricos em “calorias
vazias”, como os que são ricos em gordura saturada, carboidratos simples e sódio,
aumenta a incidência de obesidade e doenças crônicas não transmissíveis,
comprometendo o estado nutricional no médio e no longo prazo. Essa preocupação é
uma das diretrizes trabalhadas pelo Ministério da Saúde em seu Guia Alimentar para a
População Brasileira (WHO et al., 2000) que vai ao encontro dos resultados da POF
2008-2009 (IBGE, 2010) que identificou os principais riscos nutricionais a que estão
sujeitos os brasileiros atualmente.
O ambiente familiar contribui para que crianças e adolescentes aprendam a
fazer suas escolhas alimentares, o que pode ou não resultar em uma alimentação
saudável. Os pais devem ter o poder de escolher os horários e os alimentos que serão
disponibilizados para as refeições principais e os lanches de seus filhos. É de grande
relevância que toda a família tenha uma alimentação saudável e que os pais atuem como
modelos para os seus filhos (ANDRADE et al., 2005; OSSUCCI, 2008; STORY, 1984;
VITOLO, 2008;)
Sendo assim, o presente estudo tem por objetivo descrever o perfil
nutricional dos adolescentes atendidos na Clínica Escola de Nutrição (CENUT) da
Universidade Católica de Brasília (UCB), no período de fevereiro 2011 a fevereiro de
2012.
12
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo transversal e descritivo, baseado na busca de dados em
prontuários de adolescentes com idades entre 10 e 19 anos de idade, de ambos os sexos,
que foram atendidos entre os meses de fevereiro 2010 a fevereiro de 2011 pelas
nutricionistas e/ou estagiários da Clínica Escola de Nutrição (CENUT) da Universidade
Católica de Brasília (UCB).
Foi realizado um levantamento de 74 prontuários e selecionados 52, pois os
demais traziam dados incompletos e/ou não se enquadravam na análise do presente
estudo. Foi utilizada uma ficha de avaliação nutricional padrão do serviço de
atendimento da CENUT para adolescentes, elaborada por professores e nutricionistas da
UCB
(ANEXO
1).
As
seguintes
informações
foram
analisadas:
Dados
sociodemográficos (sexo, idade), dados e indicadores antropométricos (estatura, peso
atual, IMC/idade e estatura/idade) e dados referentes ao padrão de consumo alimentar.
Para a classificação dos dados antropométricos e do estado nutricional, foram
considerados: o percentil ≤ 3º para desnutrição/baixo peso, p 6º a p 94º para eutrofia e
percentil ≥ 95º para excesso de peso ou obesidade como indicam tabelas 1 e 2
(SISVAN, 2008).
Tabela 1. Dados antropométricos de estatura-para-idade:
VALORES CRÍTICOS
DIAGNÓSTICO NUTRICIONAL
< Percentil 3
< Escore-z -2
Estatura baixa para a idade
≥ Percentil 3
≥ Escore-z -2
Estatura adequada para a idade
*Vigilância Alimentar e Nutricional, SISVAN (2008).
Tabela 2. Dados antropométricos de IMC-para-idade:
VALORES CRÍTICOS
DIAGNÓSTICO NUTRICIONAL
< Percentil 3
< Escore-z -2
Baixo IMC para idade
≥ Percentil 3 e < Percentil 85
≥ Escore-z -2 e
IMC adequado ou Eutrófico
< Escore-z +1
≥ Percentil 85 e < Percentil
≥ Escore-z +1 e
97
< Escore-z +2
≥ Percentil 97
≥ Escore-z +2
*Vigilância Alimentar e Nutricional, SISVAN (2008).
Sobrepeso
Obesidade
13
A avaliação do padrão de consumo alimentar foi realizada por meio do
Questionário de Frequência Alimentar (QFA) presente nos prontuários, e os dados
obtidos foram comparados com as porções recomendadas pelo Guia Alimentar para a
População Brasileira (BRASIL, 2006), classificando o consumo como adequado,
inadequado ou abaixo do recomendado e acima do recomendado.
Os dados foram tabulados em planilhas do Microsoft Office Excel®, versão
2010, e a partir daí realizaram-se análises estatísticas descritivas com apresentação de
frequências absolutas e relativas.
14
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A amostra estudada foi de 52 adolescentes com uma distribuição nas faixas
etárias entre 10 e 19 anos que podem ser observadas na Figura 1, sendo a média de
15,51 anos (±2,5 desvio-padrão). Houve uma frequência de retornos de 69,23% para
buscas de dietas e os devidos acompanhamentos nutricionais e 30,76% dos pacientes
não tiveram adesão ao tratamento nutricional. Esses resultados se aproximam daqueles
obtidos por Callejon et al. (2008), que constataram, em um estudo realizado com 298
pacientes de diferentes faixas etárias, que 60% dos adolescentes compareceram pelo
menos uma vez para o acompanhamento nutricional e 10% não retornaram.
Sobre os hábitos alimentares nas escolas, constatou-se que 17,30% levam
merenda de casa, 34,61% compram na cantina e 15,38% consomem os alimentos
oferecidos pela escola. Quanto à atividade física, 48,07% dos pacientes praticam
atividades variadas em dias frequentes ou alternados. Dos adolescentes avaliados, em
relação aos índices antropométricos IMC e estatura/idade, a maioria está com esses
índices adequados para a idade. Em relação ao indicador de IMC, podemos observar a
Figura 3. No caso do sobrepeso e obesidade, o resultado foi consideravelmente superior
ao encontrado na POF 2008-2009, que foi de 20,5% de excesso de peso para essa faixa
etária (IBGE, 2010a). Foi constatado um IMC médio de 24,73 kg/m² (5,88 DP) e, de
acordo com o que recomenda a (OMS, 2005), essa média de IMC é classificada como
eutrofia.
No indicador de estatura/idade, verificou-se que 98,07% dos pacientes estão
com altura adequada para a idade e 1,92% dos adolescentes está com altura baixa para a
idade.
15
Figura 1. Distribuição por faixa etária dos adolescentes atendidos nos anos de 2010 e
2011 na Escola Clínica de Nutrição da Universidade Católica de Brasília.
35,00%
32,69%
30,00%
25,00%
23,07%
21,15%
20,00%
15,38%
15,00%
10,00%
7,69%
5,00%
0,00%
10-11 anos
12-13 anos
14-15 anos
16-17 anos
18-19 anos
O consumo alimentar dos adolescentes nas escolas pode ser observado na Figura2:
Figura 2. Distribuição do consumo alimentar dos adolescentes nas escolas.
40,00%
34,61%
35,00%
30,00%
25,00%
20,00%
17,30%
15,38%
15,00%
10,00%
5,00%
0,00%
Leva merenda de casa
Compra na cantina
Oferecida pela escola
A classificação de acordo com o IMC pode ser observada na Figura 3:
16
Figura 3. Classificação de acordo com o IMC dos adolescentes atendidos nos anos de
2010 e 2011, na Escola Clínica de Nutrição da Universidade Católica de Brasília.
45,00%
38,46%
40,00%
36,53%
35,00%
30,00%
25,00%
21,15%
20,00%
15,00%
10,00%
5,00%
3,84%
0,00%
Baixo peso
Eutrófico
Sobrepeso
Obesidade
Na Tabela 3, encontra-se descrito o consumo alimentar dos adolescentes
referentes aos grupos alimentares. O consumo de alimentos considerados saudáveis,
como legumes e verduras, frutas e leite, foi muito baixo, seguidos de
cereais/pães/tubérculos/raízes e do grupo de carnes e ovos. Dentre os adolescentes
estudados, as leguminosas foram consumidas adequadamente por 55,76% dos pacientes
e 26,92% consumiram leite abaixo do recomendado pelo Guia Alimentar para a
População Brasileira (2006). Levy et al. (2009) acharam um consumo superior desses
alimentos para essa faixa etária: com 62,6% de feijão e de leite 53,6%. O consumo de
frutas e verduras é baixo entre os adolescentes pesquisados, sendo que 63,46%
consomem frutas abaixo do recomendado e 67,30% não consomem verduras na
quantidade recomendado pelo Guia Alimentar para a População Brasileira (2006).
Esses resultados são superiores aos de Toral et al. (2006), que constataram em um
estudo com 234 adolescentes que 50% consumiam menos de uma porção diária de fruta
e 38,9% de verduras.
Os resultados encontrados nesse estudo mostram que, apesar de ser um problema
antigo, a obesidade vem alcançando proporções epidêmicas preocupantes, em especial
na infância, fato explicado pelas modificações dos hábitos alimentares e pela redução da
atividade física (ESCRIVÃO, 2003).
17
Tabela 3. Consumo alimentar dos adolescentes atendidos nos anos de 2010 e 2011, na
Escola Clínica de Nutrição da Universidade Católica de Brasília.
Grupos de alimentos
Números de
porções
recomendadas
6
Consumo
acima
Consumo
adequado
Consumo abaixo
13,46%
21,15%
65,38%
1
38,46%
55,76%
11,53%
Frutas e sucos de
frutas naturais
Legumes e verduras
3
26,91%
23,07%
63,46%
3
13,46%
19,23%
67,30%
Leite e derivados
3
30,76%
28,84%
40,38%
Carnes e ovos
1
71,15%
28,84%
0%
Óleos, gorduras e
sementes
Açúcares e doces
1
82,69%
17,30%
0%
1
86,53%
9,61%
3,84%
Cereais, tubérculos,
raízes e derivados
Leguminosas
18
CONCLUSÃO
Os resultados obtidos no presente estudo comprovam que, de modo geral, a
maioria dos adolescentes apresentou um estado nutricional satisfatório, mas é
significativa a prevalência de sobrepeso e obesidade.
A obesidade não é apenas uma preocupação estética, existem riscos
significativos para a saúde.
A escola deve ter um papel fundamental no controle do sobrepeso e obesidade,
promovendo hábitos alimentares saudáveis.
O atual estudo confirma também que, existiu uma grande falta de adesão dos
adolescentes para os devidos acompanhamentos nutricionais, o que explica a
necessidade de um planejamento de ações para estreitar o contato profissional paciente
e, assim, contribuir para o êxito do tratamento nutricional.
O Nutricionista é o profissional de saúde mais capacitado para tratar e prevenir
doenças crônicas desencadeadas por desequilíbrios nutricionais.
É de grande relevância que toda a família tenha uma alimentação saudável e que
os pais atuem como modelos para os seus filhos.
19
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22
ANEXO 1 – FICHA CLÍNICO NUTRICIONAL ADOLESCENTE
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