POLIMORFISMOS DOS GENES GSTT1 E GSTM1 E SUSCETIBILIDADE AO CÂNCER GÁSTRICO. Colombo J*, Baptista-Rossit AR*, Borim AA**, Caetano A**, Silva AE*. * Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas - UNESP - São José do Rio Preto-SP, ** FAMERP - Faculdade de Medicina - São José do Rio Preto-SP. [email protected] A estimativa de número de casos novos de câncer gástrico no Brasil para 2001 é de 22.330, assim ocupando o terceiro lugar em incidência. Apesar de muitos fatores estarem associados em sua etiologia, tais como, raciais, genéticos, infecção por Helicobacter pylori e lesões gástricas anteriores como gastrite atrófica, a maior parte das evidências epidemiológicas sugerem que fatores ambientais como o tabagismo e os dietéticos exercem um fator preponderante. Muitos mutágenos e carcinógenos provenientes da exposição ambiental requerem ativação metabólica antes de se ligarem ao DNA e exercerem seu potencial genotóxico. Dessa forma, variações interindividuais nos processos de ativação e destoxificação de compostos químicos desempenham papel crucial na tumorigênese ambiental. Os genes GSTT1 e GSTM1 codificam enzimas (glutatião-S-transferase) que participam da maquinaria de destoxificação de xenobióticos. No entanto esses genes têm se mostrado polimórficos e ausentes em uma parcela da população devido a homozigozidade para uma deleção herdada denominada genótipo nulo. Os indivíduos com genótipos GSTT1 e GSTM1 nulos mostram habilidade reduzida de destoxificação de xenobióticos, tendo um risco maior de desenvolverem câncer de pulmão, bexiga e coloretal, contudo ainda é controverso seu papel na carcinogênese gástrica. Assim, o objetivo deste trabalho foi investigar a freqüência de polimorfismos dos genes GSTT1 e GSTM1, pela técnica de PCR, em indivíduos portadores de câncer gástrico (CG) e em indivíduoa portadores de gastrite crônica (GC). Foram investigados 46 pacientes com CG (32 homens e 14 mulheres), com idade entre 28 a 93 anos, (x=58,4; s=14,3), sendo a maioria (88%) caucasóides, assim como fumantes ou ex-fumantes (73%) e etilistas (70%). Dos 75 indivíduos com GC (43 homens e 32 mulheres), com idade entre 22 e 86 anos (x=55,6; s=15,5), a maioria (85%) também é de origem caucasóide, fumantes ou ex-fumantes (61%) e etilistas (55%). Neste grupo, 61% dos indivíduos apresentaram diagnóstico histopatológico positivo para H. pylori. O grupo controle (C) foi constituído por 314 indivíduos saudáveis (210 homens e 104 mulheres) cuja idade variou de 15 a 74 anos (x=39,8; s=12,8). A freqüência do genótipo GSTT1 nulo foi 23,9% nos pacientes com CG, 2,7% naqueles com GC e 10,2% nos controles. Para o genótipo GSTM1 nulo as freqüências foram respectivamente 30,4%, 30,7%, 38,2%, enquanto que para deleção de ambos os genes foram respectivamente: 10,9%, 5,3% e 8,3%. As freqüências genotípicas observadas entre os três grupos foram estatisticamente diferentes devido a deleção do gene GSTT1 ter sido observada em maior freqüência nos pacientes com CG e em menor freqüência nos indivíduos com GC quando comparadas à amostra controle. Dessa forma indivíduos com genótipo GSTT1 nulo e portadores de gastrite crônica estariam mais propensos a desenvolverem neoplasia gástrica. Estes resultados sugerem portanto uma associação entre o genótipo GSTT1 nulo e o câncer gástrico . Órgão Financiador : CAPES