Núcleo Interdisciplinar de Planejamento Energético INCLUSÃO SOCIAL E MITIGAÇÃO AMBIENTAL COM O REAPROVEITAMENTO DO ÓLEO DE COZINHA PARA A PRODUÇÃO DE BIODIESEL Mauro D. Berni - Paulo C. Manduca – Odail Pagliardi NIPE/Unicamp e FMPFM Introdução Variáveis de Contorno para a Produção de Biodiesel Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB Mercado e Viabilidade Econômica Planta Piloto Produção de Biodiesel a partir de Óleo de Cozinha Usado Considerações Finais JUSTIFICATIVA CETESB (2010) mostra: w despejo inadequado do óleo de cozinha usado na rede de esgoto (contamina até 1 milhão de litros de água por um litro de óleo). wEstimado em cerca de 12 milhões de l/ano o descarte desse resíduo na cidade de Campinas. wSistema integrado de coleta e reciclagem de óleo de cozinha usado para produzir biodiesel em plantas compactas: w promove inclusão social com geração de renda w minimiza impacto ambiental solo, mananciais na rede de esgoto. JUSTIFICATIVA PLANTAS COMPACTAS solução sustentada em pequenas comunidades Depende atuação do poder público incentivando cooperativas de coleta. SUSTENTABILIDADE DE PLANTAS COMPACTAS A sustentabilidade deste tipo de empreendimento necessariamente passa por 3 etapas sucessivas: w Conscientização e mobilização da comunidade, w Implantação de um sistema de obtenção, coleta e armazenamento do óleo de cozinha usado, e w Processamento químico para a Produção de biodiesel. Mercado Crescente Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB) criado 2003 Lei nº 11.097/2005, tornou obrigatório, em todo território nacional, a mistura B2, ou seja, 2% de biodiesel e 98% de diesel de petróleo. Em janeiro de 2013, essa obrigatoriedade passará para 5% (B5). Expansão da produção de biodiesel no Brasil está atrelada à evolução de um mercado cativo e da conquista de mercados externos. Tecnologias e Viabilidade Econômica w Planta planta piloto desenvolvida na UNICAMP (Pagliardi et al., 2006), demonstrou-se que a produção de energia a partir de fontes alternativas renováveis, sempre dependerá do balanço energético favorável, e do preço do internacional do barril de petróleo. w Plantas compactas de 25 a 50 litros de biodiesel, por batelada, deve ser considerado, nos custos de viabilidade, o retorno sócio-ambiental. w[Obs: Testes no Instituto Tecnológico de Campinas (ITAL) uma planta piloto compacta com capacidade de 25 litros/dia. ] Produção a partir de Óleo de Cozinha Usado • O biodiesel é produzido por meio de uma reação de transesterificação, onde os triacilgliceróis do óleo de cozinha usado, reagem com o etanol, na presença de um catalisador, produzindo glicerol (um subproduto) e o éster metílico de ácido graxo: Biodiesel. • A matéria-prima é uma mistura de ésteres derivados do glicerol, tendo na cadeia (em geral linear) ácidos graxos com 7 ou mais átomos de carbono, com ligações simples e/ou duplas. Isso leva à distinção dos ácidos graxos, em saturados e insaturados, com propriedades físico-químicas específicas; estes afetam as características do combustível obtido (viscosidade, poder calorífico, estabilidade, tendência à formação de depósitos no motor, etc). PROCESSO PRODUTIVO w Eqtos: são simples para a transesterificação, constando de um reator de aço-carbono, agitadores e sistema de aquecimento indireto a vapor ou a óleo, semelhantes aos eqtos usados na extração de óleos vegetais. w Seq. de operações: w mesma utilizada para óleos: reator + álcool (em excesso) + catalisador; w a mistura é aquecida pelo banho de vapor ou de óleo e agitada; o excesso de álcool apressa a reação, sendo recuperado por destilação. w Mistura contendo o biodiesel é resfriada, centrifugada para separar a glicerina e eliminar resíduos sólidos e, finalmente, lavada. CO-PRODUTO DO PROCESSO • A reação se processa a baixa temperatura (40 a 45°C) e tem como co-produto a glicerina, usada na indústria farmacêutica, de alimentos e de cosméticos. • O aumento da oferta de glicerina produzida no processo de transesterificação abre novas possibilidades de seu uso na produção de etilenoglicol e de metanol, na indústria de petróleo (fluidos perfurantes), na produção de PVC e na confecção de membranas para células a combustível, além dos usos na produção de biogás e a queima direta em caldeiras. FLUXOGRAMA DE PLANTA COMPACTA Considerações Finais • Buscando continuidade deste projeto: P&D para planta de 25 a 50 litros, possuidora de design e apetrechos que facilite sua movimentação, visando atender pequenas comunidades rurais e urbanas. • Proposição de protocolo de qualidade: equacionar as diferentes peculiaridades regionais e, sobretudo, o potencial da inclusão social com geração de renda da produção de biodiesel com óleo de cozinha usado, tecnologias e finalidades e as possibilidades de mitigação aos impactos ambientais do descarte inadequado do óleo de cozinha usado Considerações Finais • Com a planta compacta pretende-se construir uma base metodológica que auxilie as comunidades rurais e urbanas na busca por soluções sustentáveis para os resíduos gerados no seu entorno. Quanto ao educacional, ter-se-á os benefícios que o desenvolvimento de um projeto deste tipo proporciona como “efeito demonstração”. • Em termos econômicos, tem-se como benefício direto a substituição do óleo diesel importado e, no caso da produção descentralizada, a diminuição dos custos de transporte. O consumo de óleo diesel praticamente determina o volume de petróleo usado no Brasil Considerações Finais Biodiesel de óleo usado: •oferece uma oportunidade para a integração de comunidades e combate a pobreza. •atende ao objetivo energético do PNPB •objetivo social, visto que existe espaço em um mercado em expansão. OBRIGADO! www.nipeunicamp.org.br (19) 3201-3602/6903/6904