Curativo de feridas de
decúbito e varicosas
Marlon Santos
Anatomia da pele
Úlcera de Pressão
Úlcera de Pressão
Úlcera de Decúbito
Feridas de Pressão
Úlceras de Leito
Escara de Decúbito
O que é Úlcera de Pressão?
Área localizada de
colapso tecidual que
resulta de compressão
do tecido mole entre
uma proeminência
óssea e uma superfície
externa rígida.
Pressão de oclusão de Capilares
- Oclusão
de capilares;
- Isquemia local;
- Comprometimento de
nutrição celular;
- Acúmulo de detritos
metabólicos;
- Morte Celular;
- Úlcerações;
Efeito Iceberg
-A pressão é mais alta entre
os tecidos moles e as
proeminências ósseas;
- A lesão tecidual tem início
na interface osso/tecido e se
estende para fora;
- É responsável pela
escavação, comumente
encontrado nas úlceras de
pressão;
Adaptação da escala de Norton
Score < 14: Risco de úlcera de pressão
Score
Estado
geral
Estado
mental
Atividade
Mobilidade
Incontinên
cia
Autônomo
Sem
incontinência
1
Bom
Consciente Independente
2
Médio
Apático
Caminha
Limitado
com auxílio
As vezes
3
Mau
Confuso
Levanta
para
cadeira
Muito
limitado
Urinária ou
fecal
4
Péssimo
Inconciente
acamado
Imobilizado Urinária e
fecal
Estágio I
Pele íntegra;
Hiperemia que não regride
após remoção da pressão;
Edema discreto;
Perda discreta da
sensibilidade local;
Alteração da perfuração
local;
Presença de eritema.
Estágio II
Derme e/ou
epiderme rompidas;
Presença de bolhas
(rompidas ou não);
Pele escoriada;
Hiperemia
moderada/intensa;
Tumefação local.
Estágio III
Presença de crosta preta ou marrom;
Perda ou necrose de tecido subcutâneo;
Presença de exsudato;
Presença de infecção muscular;
Exposição de fáscia muscular.
Estágio IV
Perda de
tecido
muscular;
Exposição de
periósteo ou
osso;
Exposição de
tendões;
Fotos
Fotos
Fotos
Fotos
Fotos
Úlcera venosa
Lesão
decorrente de
insuficiência
venosa crônica.
É a causa mais
comum de
úlceras de perna
(70%).
Manifestações clínicas
As úlceras são feridas abertas e fundas nos membros
inferiores, em geral pouco dolorosas, que demoram muito
para cicatrizar. Localizam-se preferencialmente sobre os
ossos dos tornozelos e costumam surgir após leves
traumatismos. Forma-se uma pequena ferida que não
cicatriza e vai gradativamente aumentando de tamanho.
Comumente estão acompanhadas de varizes, inchaço e
manchas marrons nas pernas. Pode haver inflamação, com
vermelhidão e presença de secreção purulenta (pus).
Também é comum existirem áreas de alergia ao redor das
feridas. É o eczema de estase, que forma placas
avermelhadas, descamativas e com coceira.
Outras Características
Dor moderada
Edema
Borda irregular e elevada
Prurido
Temperatura quente
Região maleolar
Lesão Superficial
Lesão grande
Descamação
Pele fibrótica
Tratamento
Controle cirúrgico
Terapia de compressão
Bota de Unna
Elevação
Terapia farmacológica
Fotos
Fotos
Úlcera arterial
É consequência da
perfusão tecidual
inadequada (lesão
isquêmica) devido a
um bloqueio total ou
parcial do
fornecimento de
sangue arterial para o
membro afetado.
Podem ser causadas por:
Arteriosclerose: as paredes arteriais
engrossam ou enrijecem.
Aterosclerose: formação de placas de
gordura no revestimento interno dos vasos,
que causa um estreitamento gradativo do
lúmem.
Características
Atrofia Muscular
Ausência de edema
Rarefação de pêlos
Borda regular e rasa
Extrema dor
Área de gangrena
Temperatura fria
Pele atrófica (brilhante)
Região metatarsiana
Lesão Trófica
Lesão Profunda
Perda pulsos periféricos - fracos ou ausentes
Deficiente tempo de enchimento capilar
Tratamento
Cirúrgico – angioplastia ou bypass
Não estão indicados para a terapia
compressiva
Oxigenoterapia hiperbárica - combatendo
sinergicamente os quadros infecciosos, e
acelerando cicatrização.
Terapia farmacológica
Técnica do
curativo
MATERIAL NECESSÁRIO:
•Bandeja contendo:
•Material de curativo (pacote com pinças);
•Cuba rim;
•Fita adesiva;
•Luvas de procedimento;
•Soro fisiológico 0,9%;
•Algodão embebido em álcool 70%;
•Agulha 40x12;
•Pacotes de gazes;
•Saco de lixo branco;
•Solução recomendada e/ou pomada.
IMPLEMENTAÇÃO
- Lavar as mãos e organizar o material;
*Reduzir a transmissão de microrganismo.
- Explicar o procedimento ao paciente e dar assistência
às suas necessidades;
*Diminuir a ansiedade;
*Promover a cooperação.
- Avaliar o nível de dor do paciente com uso de
medicação e esperar que a medicação faça efeito
antes de começar, quando necessário;
*Diminuir o desconforto da troca de curativos.
IMPLEMENTAÇÃO
- Colocar a mesa ao lado da cama próxima ao
local em que será feito o curativo;
*Facilitar o gerenciamento do campo e materiais
estéreis.
- Colocar o material na mesa ao lado da cama;
*Promover a rápida troca de curativo.
- Saco de lixo ao lado da cama;
*Facilitar a eliminação do material contaminado.
IMPLEMENTAÇÃO
- Abrir o pacote de curativo;
- Abrir mais pacotes de gazes;
*Se o curativo for muito grande.
-Colocar a agulha no frasco de solução salina,
previamente aquecida à temperatura corporal;
-Calçar as luvas de procedimentos;
- Retirar a fita adesiva, puxando em direção à
ferida e remover o curativo sujo.
*Permite visualizar a área da ferida e do curativo e
também a exposição para a limpeza.
IMPLEMENTAÇÃO
-MOLHAR O CURATIVO COM SOLUÇÃO SALINA,
SE ESTIVER ADERIDO Á FERIDA, ENTÃO PUXAR
SUAVEMENTE;
-Colocar o curativo no saco de lixo;
-Colocar a cuba rim abaixo da ferida;
-Lavar a ferida com jato de soro morno;
*Para fazer a limpeza da ferida sem retirar áreas já
regeneradas.
IMPLEMENTAÇÃO
-Pegar a pinça e fazer uma trouchinha de gaze;
-Passar a gaze, em áreas que não tenha tecido
de granulação, trocando a gaze sempre que
necessário;
*Prevenir a contaminação da ferida por
microrganismos.
- Usar medicação, pomada, óleo, recomendado
pelo médico ou enfermeiro;
*Seguir a prescrição de enfermagem ou médica.
IMPLEMENTAÇÃO
- Colocar as gazes sobre a área da ferida ou
incisão
até que a área esteja completamente
coberta;
*Prevenir a contaminação do curativo ou ferida.
-Fixar o curativo com fita adesiva;
- Dispensar as luvas, os materiais e guardá-los
apropriadamente;
*Manter o ambiente organizado.
IMPLEMENTAÇÃO
-Posicionar o paciente com conforto;
- Lavar as mãos;
*Diminuir a expansão de microrganismos.
DOCUMENTAÇÃO
Deve ser anotado no prontuário do paciente:
• A localização e o tipo da ferida ou da
incisão;
• O estado do curativo anterior;
• O estado da área da ferida/incisão;
• A solução e os medicamentos aplicados na
ferida;
• As observações feitas pelo paciente;
• A tolerância do paciente ao procedimento.
Curativos mais
comuns
Gaze
Existem vários tipos
de gazes e a
verdadeira é feita
com 100% de
algodão.A gaze
pode ser usada seca
ou úmida. Não deve
ser usada para
proteção de úlceras
no estágio I.
Gaze
Vantagens- Usado para grandes feridas com
grande volume de exsudato para absorção,
baixo custo.
Gaze
Desvantagens – Pode deixar partículas ou fibras na
ferida; demanda mais tempo de enfermagem no
cuidado pois geralmente necessita de 2 a 3 trocas
diárias; precisa ser mantida úmida para evitar que
o leito da ferida fique ressecado; a gaze úmida com
exsudato pode causar a maceração da pele
circundante necessitando do uso de vaselina na
região perilesional para proteção; se for colocada
em excesso dentro da cavidade da ferida pode
comprometer o fluxo sanguíneo pela compresão,
causar dor e retardar o fechamento da ferida. Pode
causar danos no tecido de granulação.
Filme Transparente
Consiste em uma membrana
de poliuretano com uma
camada adesiva que é
permeável ao vapor. Pode
ser utilizado em úlceras nos
estágios I e II e nas úlceras
em estágio III com pequena
quantidade de exsudato.
Causam autólise do tecido
necrótico. Pode ser usado
como cobertura secundária
para outros curativos.
Filme Transparente
Vantagens – são impermeáveis a água e bactérias
fornecendo assim uma barreira mecânica; mantém
um ambiente úmido para a ferida; permite a sua
visualização; protege e mantém a ferida aquecida;
não exige um curativo secundário; a troca deve ser
feita entre 3 a 5 dias.
Desvantagens - Se não for retirado
adequadamente pode lesar a pele; não absorve
exsudato. Não adere muito bem na região sacral ou
em peles oleosas.
Hidrocolóides
São coberturas oclusivas
para feridas compostas
de gelatina, pectina e
carboximeticelulose
sódica em sua face
interna com uma base
adesiva e com espuma
de poliuretano ou filme
em espessura, forma e
desenho da borda.
Podem ser utilizadas em
várias regiões corporais.
Hidrocolóides
Vantagens: Previnem a contaminação secundária
da ferida; protegem o desenvolvimento do tecido
novo que é frágil; permitem o desbridamento
autolítico; aumentam a taxa de angiogênese;
fibrinólise e epitelização; mantém a umidade dos
tecidos; são trocados geralmente entre 3 a 5
dias; podem reduzir a dor da ferida; não
requerem o curativo secundário.
Hidrocolóides
Desvantagens: Não é transparente o que impede a
visualização da ferida; tem odor quando removido que
pode ser confundido com odor de infecção; pode formar
um gel amarelo que interage com o exsudato da ferida e
pode ser confundido com secreção purulenta; não pode
ser usado em feridas com grande quantidade de
exsudato pois apresenta pouca absorção; não deve ser
usado em feridas infectadas, em feridas profundas; o
custo inicial é elevado; tende a enrugar-se na região
sacral, criando uma pressão extra. Ao ser cortado para
adequação do tamanho precisa "moldura" de micropore.
Curativos de Hidrogel
A composição principal
deste curativo é a água e a
ação é a hidratação da
superfície da ferida ou
escara. São apresentados
de três formas: a) uma
estrutura fixa plana que
não permite que se molde
ou se adeque ao formato
da ferida; b) na forma de
gel amorfo em tubos,
sache aluminizado, gaze
saturada ou spray; c) na
forma seca congelada.
Curativos de Hidrogel
Vantagens – molda-se à superfície da ferida; é
muito eficaz na hidratação da ferida e
debridamento de tecido necrosado;
disponível em diferentes formas; apresentase frio quando aplicado e auxilia a diminuir a
dor; a remoção não traumatiza a ferida;
permite a visualização da ferida quando na
forma plana; pode ser usado em feridas
infectadas; pode ser usado em queimaduras
e úlceras de pressão superficiais e
profundas.
Curativos de Hidrogel
Desvantagens – alguns necessitam de
um curativo secundário para fixação;
podem requerer trocas freqüentes; tem
pouca capacidade de absorção; podem
macerar a pele.
Curativos de Espumas de
Poliuretano
São curativos planos
ou em diferentes
formatos de soluções
de polímeros.
São utilizados
principalmente em
feridas com grande
quantidade de
exsudato.
Curativos de Espumas de
Poliuretano
Vantagens: absorvem uma grande
quantidade de exsudato, não aderem
ao leito da ferida; alguns tem uma ação
especial para diminuir o odor; protegem
a ferida isolando-a e acolchoando-a;
mantém o meio úmido que favorece a
cicatrização.
Curativos de Espumas de
Poliuretano
Desvantagens: curativos de algumas marcas
não tem a capacidade de adesão e precisam
ser fixados com esparadrapos, filme
transparente ou atadura; podem ser difíceis
de usar pois tendem a manter a forma
original; não devem ser usados em feridas
secas ou que não tenham exsudato; podem
macerar a pele perilesional se não forem
trocados quando saturados pelo exsudato.
Curativos de Alginatos
São derivados
principalmente de
algas. Em contato com
a ferida e o exsudato
que é rico em sódio,
formam um gel. São
usados principalmente
em feridas com grande
quantidade de
exsudato. São
disponíveis em
películas e fitas.
Curativos de Alginatos
Vantagens – são altamente absorventes,
podendo absorver até 20 vezes o seu
peso em exsudato, diminuindo a
necessidade de troca do curativo; pode
ser usado em diferentes tipos de
feridas; tem propriedades hemostáticas
em pequenos sangramentos; podem
ser usados em áreas de túneis e
descolamentos.
Curativos de Alginatos
Desvantagens – Pode ressecar feridas
que apresentam diminuição do
exsudato, necessitando irrigação com
SF 0.9% na sua aplicação; necessita de
um curativo secundário; pode ser de
difícil remoção quando ressecado; pode
apresentar odor fétido na remoção.
Carvão ativado com prata
Curativo consiste em
partículas de carvão
impregnado com prata
que favorece os
princípios físicos de
limpeza da ferida.
Pode ser usado em
todas as feridas
crônicas com presença
de exsudato e odor.
Carvão ativado com prata
Vantagens – Auxilia na diminuição da
carga bacteriana que dificulta ou
impede a cicatrização, reduzindo o
exsudato e o odor. É confortável, pode
permanecer até 7 dias dependendo da
quantidade de secreção.
Carvão ativado com prata
Desvantagens – Necessita de curativo
secundário que precisa ser trocado sempre
que necessário. Não deve ser utilizado em
feridas ressecadas ou com crostas de
necrose. Pode aderir ao leito da ferida com
pouco exsudato, causando sangramento ao
ser removido. Poucas opções de tamanho.
Não recomenda-se que seja cortado pois
pode introduzir partículas de carvão na
ferida.
Uso de Soluções
Tópicas
1) Anti-bacterianos tópicos frequentemente
são prescritos para tratamento das feridas
pois colocam a droga em contato direto
com a área afetada e às vezes evitam o
uso de antibióticos sistêmicos. Algumas
pessoas apresentam alergia. Alguns
apresentam efeitos colaterais. Exemplos
incluem a sulfadiazina de prata, o sulfato
de neomicina e bacitracina.
Uso de Soluções
Tópicas
2) Anti-sépticos tem propriedades
bactericidas e bacteriostáticas
dependendo do agente e concentração.
Podem ser citotóxicos para o tecido de
granulação e precisam ser evitados ou
usados com cuidado. No Brasil, o uso é
contra-indicado pelo Ministério da Saúde.
Exemplos: ácido acético, hipoclorito de
sódio, água oxigenada e PVPI (povidine).
Uso de Soluções
Tópicas
3) A solução salina normal ou SF 0.9% não
causa efeitos colaterais e pode ser usada
com segurança.
4) No ambiente domiciliar onde existe
fornecimento regular de água potável, esta
também pode ser usada para limpeza da
ferida.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Atkinson L. D., Murray M. E.: Fundamentos de
enfermagem: introdução ao processo de enfermagem.
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1989.
Candido L.C.: Tratamento Tópico e Cirúrgico de Úlcera
Neuropática – “Pé Diabético” . In: Abstract Compact Disc
do IV Congresso Brasileiro de Estomaterapia e I Congresso
Brasileiro de Enfermagem em Dermatologia, São Paulo
(SP), 2001.
Declair V.: Aplicação de Triglicérides de Cadeia Média
(TCM) na Prevenção de Úlceras de Decúbito. Res.Bras.Enf,
8a:4-6, 1994-A.
Smetzer S.C., Bare B.G.: Brunner & Suddarth: tratado de
enfermagem médico-cirúrgica. 7.ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 1994.
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Curativo de feridas de decúbito e varicosas