Fontes de alimentação c.c.-c.a Transistores MosFet de Potência 1. O controle do transistor MosFet é feito aplicando-se uma tensão VGS > VTH para condução e VGS < VTH para bloqueio; 2. A tensão de “threshold” VTH é da ordem de uns 3V a 4V; 3. A impedância de entrada de um transistor MosFet é muito elevada; 4. O MosFet de Potência é constituido de muitas células conectadas em paralelo; 5. A condução é feita por portadores majoritários; 6. A máxima tensão VGS é de +20V e a mínima é de -20V; 7. Em condução, o MosFet se comporta como um resistor com coeficiente de temperatura positivo ( rdson) e o valor deste resistor depende da amplitude de VGS; 8. Quanto maior a tensão de ruptura do MosFet, maior o valor do resistor rdson; 9. No processo de fabricação aparece um diodo em anti-paralelo com o transistor que apresenta um tempo de recuperação elevado; Prof. Porfírio Cabaleiro Cortizo 1 Fontes de alimentação c.c.-c.a Transistor Mosfet – Características principais O parâmetro mais importante do MosFet é a resistencia do canal RDSon. Este parâmetro esta relacionado com a tensão de ruptura e a capacidade de corrente do transistor. VDS RDSon ID RDSon Quanto menor a resistência, melhor o transistor D O diodo intrínseco é lento. Ele pode ser eliminado com dois diodos externos G S Prof. Porfírio Cabaleiro Cortizo 2 Fontes de alimentação c.c.-c.a Transistor Mosfet – Características principais D Cg Cds d VDS Os catálogos dos fabricantes fornecem os valores de Ciss, Crss e Coss. G S VGS Efeito Miller Ao carregar o capacitor de “Gate” ocorre uma alteração da impedância do capacitor Ciss, devido a Crss. VGS Forma de onda da tensão VGS Prof. Porfírio Cabaleiro Cortizo QGD 3 Fontes de alimentação c.c.-c.a Transistor Mosfet – Características principais O transistor MosFet conduz se for aplicada uma tensão VGS > VTH e cessa a condução se VGS < VTH Threshold voltage: VTH Valores típicos de VTH : 3 a 5 V Existe um valor máximo de tensão VGS que pode ser aplicada ao MosFet acima da qual ocorre destruição do transistor. O circuito equivalente entre o “Gate” e o “Source” pode ser modelado como um capacitor. Valores típicos: ±20 V D G Ordem de grandeza: nF Prof. Porfírio Cabaleiro Cortizo (Ciss) S 4 Fontes de alimentação c.c.-c.a Transistores IGBT 1. O controle do transistor IGBT é feito aplicando-se uma tensão VGE > VTH para condução e VGE < VTH para bloqueio; 2. A tensão de “threshold” VTH é da ordem de uns 3V a 5V; 3. A impedância de entrada de um transistor IGBT é muito elevada; 4. A condução é feita por portadores minoritários; 5. A máxima tensão VGE é de +20V e a mínima é de -20V; 6. Geralmente, o transistor IGBT é comandado com uma tensão de +15V para condução e uma tensão negativa menor que -5V para o bloqueio. 7. No processo de fabricação não aparece o diodo em anti-paralelo com o transistor. Quando presente, trata-se de um diodo com características compatíveis com os tempos de chaveamento do IGBT; 8. Há dois tipos construtivos de IGBT: PT (“Punch Through”) e NPT (“Non Punch Through”). Nos transistores do tipo NPT, o coeficiente de temperatura da queda de tensão VCE é positivo o que simplifica o paralelismo destes IGBTs; Prof. Porfírio Cabaleiro Cortizo 5 Fontes de alimentação c.c.-c.a Transistor IGBT – Características principais C VCE G VGE Possui características de transistor MosFet na entrada e de transistor Bipolar na saída O comando de um transistor IGBT é similar ao de um transistor Mosfet E Os transistores NPN e PNP formam um tiristor parasita O diodo em anti-paralelo é incorporado no encapsulamento e é compatível com os tempos de comutação do IGBT. Prof. Porfírio Cabaleiro Cortizo 6 Fontes de alimentação c.c.-c.a Transistor IGBT – Características principais Como a condução é feita por portadores minoritários, aparece uma cauda de corrente no momento do bloqueio do transistor IGBT “Current tail” Prof. Porfírio Cabaleiro Cortizo 7 Fontes de alimentação c.c.-c.a MosFet x IGBT MOSFET 1. Condução portadores majoritários IGBT 1. Condução portadores minoritários • Menor queda de tensão • Maior queda de tensão • Nenhum atraso devido ao tempo de vida dos portadores • Saturação dinamica e cauda de corrente • Conduz em ambas direções • Conduz apenas em um sentido • Comportamento resistivo na condução • Comportamento não linear na condução 2. Diodo Intrinseco • 2. Ausência de diodo intrínseco Elevado tempo de recuperação 3. Boa capacidade de Avalanche 3. Não suporta Avalanche 4. Não é a prova de curto-circuito 4. Geralmente a prova de curto-circuito Prof. Porfírio Cabaleiro Cortizo 8 Fontes de alimentação c.c.-c.a MosFet x IGBT 1. Para barramentos de baixa tensão (10 a 150V) – MosFet são a melhor opção • As perdas de condução dos transistores IGBTs são muito maiores 2. Para barramentos de tensão intermediária (170 a 400V): • MosFet são a melhor opção para potências menores que 250W • IGBT são a melhor opção para potências maiores que 250W 3. Para barramentos de tensão superiores a 400V – IGBT são a melhor opção Prof. Porfírio Cabaleiro Cortizo 9 Fontes de alimentação c.c.-c.a Regras para comando de transistores 1. A impedância de saída do “driver” deve ser baixa o suficiente para permitir um pico de corrente de modo a carregar a descarregar a capacitância de entrada do transistor; 2. Adaptar a impedância de saída do “driver” de modo a limitar o dVce/dt no bloqueio, i.e. fornecendo um controle da corrente de efeito Miller; 3. A resistencia total do circuito de “gate” deve ser menor que 5W de modo a amortecer e evitar oscilações entre o “driver” e a capacitância de entrada do transistor no momento do bloqueio; 4. As conexões entre o “driver” e o transistor devem ser curtas e não indutivas. Usar o terminal Kelvin do emissor (“source”) para evitar os efeitos devidos ao di/dt no terminal do emissor (“source”) de potência; 5. A impedância de saída do “driver” deve ser muito baixa durante o bloqueio para absorver a corrente de efeito Miller induzida pelo dV/dt aplicado a outros dispositivos. Prof. Porfírio Cabaleiro Cortizo 10 Fontes de alimentação c.c.-c.a Disparo do transistor Formas de onda mais significativas no disparo Prof. Porfírio Cabaleiro Cortizo 11 Fontes de alimentação c.c.-c.a Disparo do transistor Prof. Porfírio Cabaleiro Cortizo 12 Fontes de alimentação c.c.-c.a Bloqueio do transistor Formas de onda mais significativas no bloqueio Prof. Porfírio Cabaleiro Cortizo 13 Fontes de alimentação c.c.-c.a Bloqueio do transistor Prof. Porfírio Cabaleiro Cortizo 14 Fontes de alimentação c.c.-c.a Dimensionamento do circuito de comando Transistor MosFet VDRV vGS(t) A potência da fonte do circuito de comando é dada pela expressão: Pg VDRV * QG * f Prof. Porfírio Cabaleiro Cortizo 15 Fontes de alimentação c.c.-c.a Dimensionamento do circuito de comando Transistor IGBT VGEon vGE(t) VGEoff A potência da fonte do circuito de comando é dada pela expressão: Pg ( VGE )* ( Q )* f VGE VGE ( on ) VGE ( off ) Prof. Porfírio Cabaleiro Cortizo 16 Fontes de alimentação c.c.-c.a Comando de transistores MosFet e IGBT Prof. Porfírio Cabaleiro Cortizo 17 Fontes de alimentação c.c.-c.a Isolamento do “Gate Drive” 1. Através de acopladores óticos ou fibra ótica Problema: Fonte de alimentação para o lado isolado; Limite da frequência de chaveamento Prof. Porfírio Cabaleiro Cortizo 18 Fontes de alimentação c.c.-c.a Isolamento do “Gate Drive” 2. Através de transformadores de pulso Problema: Desmagnetização do transformador Limita o tempo de condução dos transistores a no máximo 50% do período. Interessante quando os transistores comutam em alta frequência Prof. Porfírio Cabaleiro Cortizo O comando e a energia para o lado isolado são fornecidos pelo transformador, permitindo os transistores conduzirem mais de 50% do período. Interessante em aplicações com baixa frequência de chaveamento. 19 Fontes de alimentação c.c.-c.a “Gate Drive” sem isolamento Emprego da técnica de “Level Shift” Problema: Limite dos tempos máximo e mínimo de condução do transistor Prof. Porfírio Cabaleiro Cortizo 20 Fontes de alimentação c.c.-c.a “Gate Drive” sem isolamento Alimentação do circuito de comando empregando a técnica de “Bootstrap” A carga do capacitor que alimenta o circuito de comando do transistor superior, é feita através do interruptor inferior e do diodo de “Bootstrap”. Prof. Porfírio Cabaleiro Cortizo 21 Fontes de alimentação c.c.-c.a “Gate Drive” sem isolamento Circuito auxiliar para carga inicial do capacitor de “Bootstrap” através de Dstart. Rstart e Dz Prof. Porfírio Cabaleiro Cortizo 22 Fontes de alimentação c.c.-c.a “Gate Drive” dos transistores MosFet e IGBT 1. Configuração “Totem-pole” com transistor bipolar ou Mosfet Configuração com BJT Prof. Porfírio Cabaleiro Cortizo Configuração com Mosfet 23 Fontes de alimentação c.c.-c.a “Gate Drive” dos transistores MosFet e IGBT 2. Configuração com desligamento automático Prof. Porfírio Cabaleiro Cortizo 24 Fontes de alimentação c.c.-c.a “Gate Drive” dos transistores MosFet e IGBT Quanto menor o resistor de “gate”, menor o tempo de chaveamento da tensão, mas o valor do resistor não afeta a cauda da corrente no transistor IGBT Prof. Porfírio Cabaleiro Cortizo 25 Fontes de alimentação c.c.-c.a Proteção de curto-circuito Não há como proteger os transistores Mosfet e IGBT contra curto-circuito empregando fusíveis. A energia nessária para queimar um transistor é muito menor que a energia necessária para a abertura do fusível. Proteção ativa: 1. Medição da corrente atravessando o transistor através de um sensor de corrente ou shunt; 2. Medição da queda de tensão nos terminais do transistor, verificando a desaturação do transistor. Prof. Porfírio Cabaleiro Cortizo 26 Fontes de alimentação c.c.-c.a Proteção de curto-circuito Proteção por desaturação A grande maioria dos circuitos integrados de acionamento de transistores Mosfet e IGBT utiliza a deteção de desaturação como mecanismo de proteção contra curto-circuito. A tensão nos terminais do transistor, a menos da queda de tensão em D1, é medida e comparada com Vref. Se esta tensão ultrapassar o valor de Vref, o transistor é bloqueado. 270A * ton C 6 ,5V Prof. Porfírio Cabaleiro Cortizo No início da condução, a proteção é inibida, para permitir que a tensão nos terminais do transistor atinja o valor de saturação. Geralmente, o tempo de inibição, é um pouco superior ao tempo de ligamento do transistor ton 27 Fontes de alimentação c.c.-c.a Proteção de curto-circuito Proteção por medição de corrente Medição da corrente através de um resistor “shunt” e um pequeno filtro para retirar o ruído de medição Prof. Porfírio Cabaleiro Cortizo 28 Fontes de alimentação c.c.-c.a Proteção de curto-circuito Proteção por medição de corrente O SenseFet possui um terminal através do qual é possível medir a corrente do transistor. Prof. Porfírio Cabaleiro Cortizo 29 Fontes de alimentação c.c.-c.a Proteção de curto-circuito Durante o curto-circuito, a corrente no transistor pode alcançar valores de 6 a 10 vezes a corrente nominal. Se a indutância do barramento c.c. for elevada, durante o bloqueio do transistor aparece uma sobretensão VCE ou VDS sobre o transistor que pode danifica-lo. Existem dois tipos de curto-circuito: 1. O transistor é ligado com a carga em curto-circuito; 2. O transistor é ligado em condições normais e depois acontece o curto-circuito da carga. Prof. Porfírio Cabaleiro Cortizo 30 Fontes de alimentação c.c.-c.a Proteção de curto-circuito Tipo 1 Prof. Porfírio Cabaleiro Cortizo 31 Fontes de alimentação c.c.-c.a Proteção de curto-circuito Tipo 2 Prof. Porfírio Cabaleiro Cortizo 32 Fontes de alimentação c.c.-c.a Proteção de curto-circuito Soluções: 1. Na presença de um curtocircuito, limitar a derivada da corrente de gate no momento de desligamento do transistor. 2. Na presença de um curtocircuito, reduzir inicialmente a tensão VGS ou VGE, de modo a reduzir a corrente de curtocircuito e depois bloqueiar rapidamente o transistor. Prof. Porfírio Cabaleiro Cortizo 33 Fontes de alimentação c.c.-c.a Proteção de curto-circuito Aumento do resistor de “Gate” durante o bloqueio devido a atuação da detecção de dessaturação do transistor Prof. Porfírio Cabaleiro Cortizo 34 Fontes de alimentação c.c.-c.a “dV/dt Coupled Shoot Through” I DV / DT CGD dV dt Quanto maior a derivada da tensão nos terminais do transistor, maior é a corrente IDV/DT. Se a tensão VGS atingir o valor de “threshold” o transistor pode entrar em condução Prof. Porfírio Cabaleiro Cortizo 35 Fontes de alimentação c.c.-c.a “dV/dt Coupled Shoot Through” Soluções: 1. Baixar a impedância de saída do driver dos transistores (Rdriver); 2. Usar uma tensão negativa para garantir o bloqueio do transistor. A máxima tensão devido ao dV/dt é igual a tensão negativa mais a tensão de “threshold”. Sobretensão devido ao dV/dt elevado nos terminais do transistor Prof. Porfírio Cabaleiro Cortizo 36 Fontes de alimentação c.c.-c.a “Aplicação de optoacopladores” Optoacopladores convencionais não possuem blindagem de Faraday e não são adequados a aplicações de comando de transistores MosFets e IGBTs. VE Quando o transistor comuta, VE muda bruscamente de potencial Capacitâncias parasitas de acoplamento Esta corrente é subtraida da corrente foto-induzida, causando instabilidade e possibilidade de oscilação Prof. Porfírio Cabaleiro Cortizo 37 Fontes de alimentação c.c.-c.a “Aplicação de optoacopladores” Blindagem de Faraday Blindagem ótica transparente e eletricamente condutiva Esta blindagem forma um plano equipotencial para o fotodiodo, forçando toda a tensão de dv/dt de modo comum aparecer entre a blindagem e o led. A corrente injetada não circula pelo fotodiodo. Prof. Porfírio Cabaleiro Cortizo 38 Fontes de alimentação c.c.-c.a Referências 1. Site do prof. Javier Sebastián Zúñiga, Universidade de Oviedo, Curso de Sistemas de Alimentación, http://www.uniovi.es/ate/sebas/ 2. Site da Semikron, http://www.semikron.com 3. “Design and Application Guide for High Speed MOSFET Gate Drive Circuits”, Lazlo Balogh, http://focus.ti.com/lit/ml/slup169/slup169.pdf 4. “CDV/DT Induced Turn-on in Synchronous Buck Regulators”, Thomas Wu, http://www.irf.com/technical-info/whitepaper/syncbuckturnon.pdf 5. “Drive Circuits for Power MOSFET and IGBTs”, B. Maurice & L. Wuidart, http://www.st.com/stonline/books/pdf/docs/3703.pdf 6. “MOSFET/IGBT Drivers Theory and Applications”, Abhijit D. Pathak, http://www.ixysrf.com/pdf/switch_mode/appnotes/5mosfet_driver_theory_and_a pplications.pdf 7. “Using Monolithic High Voltage Gate Drivers”, A. Merello & A. Rugginenti & M. Grasso, http://www.irf.com/technical-info/designtp/dt04-4.pdf 8. “IGBT ( Insulated Gate Bipolar Transistor) Differences between MOSFET and IGBT”, http://paginas.fe.up.pt/~fff/Homepage/Ficheiros/Siemens_IGBT_caract.pdf Prof. Porfírio Cabaleiro Cortizo 39