LIDERANÇA PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: UMA NOVA FORMA DE GESTÃO EMPRESARIAL Antonio Jorge Martins1 2 Luis Roberto Antonik RESUMO A sustentabilidade vem sendo considerada um fator essencial para a competitividade das organizações. Neste sentido, este artigo tem como objetivo avaliar a importância do líder na promoção do desenvolvimento sustentável nas empresas, enfatizando seu novo papel, que deixa de ter liderados para desenvolver relações de parcerias com os diversos stakeholders. Palavras-chave: sustentabilidade; sistemas de gestão; liderança. 1 2 FAE Business School - Centro Universitário. E-mail: [email protected] UniFAE - Centro Universitário. E-mail: [email protected] 2 1 INTRODUÇÃO O conceito de Desenvolvimento Sustentável vem sendo construído desde a Conferência de Estocolmo realizada em 1972, mas só veio a ser mundialmente conhecido vinte anos depois, durante a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. Mais tarde, o relatório Nosso Futuro Comum, consolidado com a realização da reunião Rio 92, introduziu a definição de Desenvolvimento Sustentável que se popularizou mundialmente como sendo "aquele que permite a geração atual suprir as suas necessidades, sem comprometer as condições de subsistência das gerações futuras". A sustentabilidade de empresas é tema recente, mas de crescente interesse na mídia, empresariado, centros de pesquisa, governo e sociedade civil, no Brasil e em outros países. Não existe lista rígida de itens que uma empresa deve atender, mas o conceito usualmente utilizado do "triple botton line" introduzido mundialmente pela consultoria inglesa Sustain Ability, incorpora e integra elementos econômico-financeiros, de responsabilidade social e de gestão ambiental. Ainda dentro deste conceito, a sustentabilidade envolve, além de um adequado resultado financeiro, uma gestão empresarial pautada na governança corporativa, que inclua os princípios de ética, transparência, equidade, prestação de contas e cumprimento de leis. Inclui também as medidas sociais adotadas e a maneira como as empresas agem, como impactam e como se relacionam com o meio ambiente e suas partes legitimamente interessadas (os chamados "stakeholders"). A ampla competitividade vem exigindo esforços das organizações no sentido de buscarem diferenciais de atuação. Tem-se verificado que cada vez mais as empresas estão se empenhando em transparecer sua sustentabilidade, por meio da adoção de medidas na área sócio-ambiental, dentro e fora de suas instalações, tentando se mostrarem mais transparentes e receptivas ao diálogo com a sociedade. Essas ações são resultados da percepção de fatores econômicos, sociais e políticos, tais como democratização, diminuição do papel do Estado, maior atuação da mídia e conscientização da sociedade civil. O mercado, de maneira geral, está atento para esta nova realidade, a ética na mais perfeita acepção da palavra está tomando lugar. Para ilustrar dois exemplos do mercado financeiro, citamos o Novo Mercado Bovespa. Esse conjunto de empresas, ainda pequenos mas crescente, visa promover uma classificação no nível de comprometimento com os pequenos investidores. Assim a Bovespa criou o Novo Mercado (quadro 1), são empresas com níveis de governança corporativa diferenciados cujo objetivo é classificar a transparência das companhias listadas. A entrada de uma empresa (quadro 1) no Novo Mercado significa a adesão a um conjunto de regras societárias, genericamente chamadas de "boas práticas de governança corporativa", mais rígidas do que as presentes na legislação brasileira. Gigantes do mercado empresarial, como Telemar e Alpargatas, têm estudos públicos para aderir ao Novo Mercado. 3 QUADRO 1 - EMPRESAS NOVO MERCADO BOVESPA CCR Rodovias SABESP DASA Grendene Calçados Porto Seguro - Seguros Companhia Paulista de Força e Luz - CPFL Natura Cosméticos Submarino Localiza Rent a Car Nossa Caixa do estado de São Paulo COSAN – Companhia de Águas e Saneamento FONTE: Bovespa Por outro lado, tem se observado que os bancos brasileiros, levados por uma iniciativa pioneira do Banco Real, têm oferecido aos seus clientes fundos de investimentos em ações de empresas consideradas "socialmente e eticamente responsáveis", o que nos permite pensar que tais bancos vislumbram que essas empresas poderão oferecer aos clientes que participam dos seus fundos, um resultado econômico melhor, porque simplesmente elas possuem uma política sócio-ambiental responsável. A questão sócio-ambiental se insere nesta mudança profunda em andamento na sociedade e no meio empresarial. Nessa trajetória, tem-se verificado que a lógica isolada de maximização do lucro empresarial no curto prazo está sendo questionada quanto à obtenção de outros objetivos não totalmente explícitos em sua razão social, como a proteção do meio ambiente e realização de investimentos sociais. A preocupação das organizações em assumir um papel ativo na melhoria das condições sociais, compartilhando esta atuação com o governo e a sociedade, também exibe uma face utilitarista. Grande parte da população mundial está alijada do mercado de consumo por insuficiência de renda. Assim, melhorar as condições sociais da população torna-se uma perspectiva de sobrevivência de longo prazo, daí porque investir em empresas que possuem esse tipo de preocupação em suas políticas gestoras. Esta visão mais ampla requerida nas empresas remete a mudanças nos modelos organizacionais tradicionais. Implica na necessidade de estruturas mais flexíveis e de hierarquias não mais centradas no poder funcional, mas no poder negocial e de fazer convergir os diferentes interesses dos stakeholders. 4 2 LIDERANÇA PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 2.1 A SUSTENTABILIDADE E AS TEORIAS ORGANIZACIONAIS Torna-se inquestionável a necessidade de que as organizações busquem certos padrões de comportamento que promovam desenvolvimento e garantam sobrevivência em longo prazo. O Paradigma Social Dominante definido por Egri e Pinfield (1999), que predominou no cenário dos estudos e ações organizacionais até a década de 60/70, levou ao atual estado de degradação ambiental e social no qual se encontra hoje a sociedade moderna. Segundo os autores, neste período as organizações eram vistas sob a perspectiva predominante da metáfora da máquina (MORGAN, 2000; EGRI e PINFIELD, 1999), as quais constituíam instrumento racional para a realização de objetivos internos. A partir deste ponto de vista, tornava-se defensável o desenvolvimento de relações utilitárias e de dominação entre organizações (homens) e meio ambiente, onde este último passava a ser visto apenas como fonte de matéria prima inesgotável para o processo de transformação industrial (EGRI e PINFIELD, 1999). A necessidade de modificar esta lógica para contemplar os novos problemas ambientais fez surgir a partir do final da década de 60, as primeiras pesquisas consistentes sobre a natureza e os ambientes organizacionais. Diferentes perspectivas e abordagens têm proliferado, defendendo desde a manutenção do paradigma social dominante, cujos valores defendem o progresso máximo obtido às custas da exploração dos recursos naturais, até o desenvolvimento do ambientalismo radical, onde o desenvolvimento econômico é negligenciado em favor da preservação dos recursos naturais. Egri e Pinfield (1999) apontam três escolas que trabalham a interação homem-natureza: a primeira, o paradigma social dominante já citado anteriormente, embora não constitua exatamente uma perspectiva ambientalista, representa a visão do mundo industrializado predominante atualmente, tratando superficialmente a questão do meio-ambiente; a segunda, o ambientalismo radical, que defende uma mudança radical e transformacional dos fatores ambientais frente aos fatores organizacionais; e a terceira, o ambientalismo renovado, ocupando assim uma posição intermediária entre as duas escolas anteriores. Manor (1995) defende a passagem de uma perspectiva essencialmente tecnocentrista, para uma perspectiva ecocentrista. Por perspectiva tecnocentrista, entende-se aquela originada na Revolução Científica do século XVII e predominante na sociedade industrializada dos tempos atuais, que defende os interesses das organizações produtivas em detrimento dos interesses do meio ambiente. Por uma perspectiva ecocentrista, entende-se o foco na preservação do meio ambiente, rejeitando a idéia da dominação humana sobre a natureza. Segundo o autor, ambos os paradigmas anteriores falharam em promover o desenvolvimento ou conservar a natureza. 5 Uma perspectiva centrada na sustentabilidade tem sido desenvolvida como uma alternativa aos dois paradigmas anteriores, defendendo uma intensa interdependência entre as organizações e seu meio ambiente. Para entender esta perspectiva, é preciso considerar as organizações como organismos, e que, como tais, possuem sua sobrevivência atrelada ao desenvolvimento de um relacionamento adequado com o meio no qual estão inseridas (EGRI e PINFIELD, 1999). Os teóricos das organizações importaram da Biologia o conceito de sistemas abertos para explicar este novo paradigma organizacional. As organizações não podem ser facilmente separadas dos ambientes em que estão inseridas, passando a se preocupar em fornecer continuamente valor para a sociedade, se quiserem prosperar e sobreviver. 2.2 A SUSTENTABILIDADE SOB A ÓTICA ORGANIZACIONAL Holliday (apud ROSSI et al., 2000) identifica quatro fatores chave do processo de desenvolvimento sustentável: o primeiro fator refere-se aos materiais utilizados pelas organizações em seus processos produtivos, que devem ser de grande aplicabilidade em diversos ramos da ciência e de fácil difusão, proporcionando a uma grande parcela da sociedade acesso aos produtos e aos benefícios por eles proporcionados. O segundo enfatiza a necessidade da inclusão de grande parte da população mundial ao processo de consumo, população esta hoje alijada do mercado consumidor (DIJK 2000).Este fato levaria a criação de valor para os shareholders através da extensão dos mercados e benefícios sociais como o maior engajamento de populações locais nas estratégias de desenvolvimento sustentável, melhoria da qualidade de vida e maior igualdade social, entre outros (PRAHALAD apud ROSSI et al., 2000). O terceiro fator seria a criação de valor social através da promoção de maior integração dos trabalhadores na sociedade, gerando a conscientização do pessoal operacional. Segundo Benedetti et al. (2003), os funcionários teriam um peso adicional nas ações de desenvolvimento sustentável, pois são eles os principais responsáveis pelo desenvolvimento e operação dos processos produtivos das organizações e pelas conseqüências ambientais e sociais dos mesmos. O quarto e último fator refere-se ao crescimento sustentável por meio da redução da degradação ambiental. Ainda segundo Benedetti et al. (2004, p.13), "são diversas as atividades operacionais que têm relevância com o desenvolvimento sustentável, tanto no recebimento, como na armazenagem ou distribuição. São atividades que estão regulamentadas por normas legais e orientadas por procedimentos internos da organização (...) Realizar as atividades operacionais com segurança, minimizam o risco de explosões, vazamentos, incêndios e acidentes rodoviários, o que por conseqüência preserva a vida e a integridade física das pessoas, tanto funcionários como comunidade e não ataca o meio ambiente". A necessidade de a organização ter uma vantagem competitiva sustentável é ressaltada por Rodriguez et al. (2002), implicando na capacidade de não permitir que a 6 concorrência imite ou copie suas vantagens. Para isso haveria a necessidade de uma dinâmica da organização, como resultado da inter-relação entre as duas abordagens clássicas de estratégias – a baseada em recursos (visão interna) e a baseada nas atividades (visão externa). Pelo fato do conceito de desenvolvimento sustentável englobar aspectos econômicos, sociais e ambientais, e a sustentabilidade da vantagem competitiva exigir uma visão dinâmica dos negócios, Rodriguez et al. (2002 p.135) introduzem uma nova abordagem, a qual dão o nome de "uma visão dinâmica e sustentável da empresa". A organização deve praticar o desenvolvimento sustentável, uma vez que esta prática tem relação direta com a dinâmica das companhias e, portanto, isto implica em desenvolver seus recursos, capacidades e atividades. Os autores defendem que as organizações que desenvolvem novos recursos, capacidades e atividades serão capazes de sustentar suas vantagens competitivas, reforçando a dificuldade de imitação e substituição. Como conseqüência, cria-se o ambiente propício para a inovação, que é fonte de vantagem competitiva sustentável e que gera valor não apenas para a organização, mas para a sociedade como um todo. Nesse sentido as relações empresariais têm chegado a tal ponto de exigência, que na atualidade qualquer banco, por menor representatitivadade econômica que possua, coloca entre os seus critérios de financiamento de projetos a necessidade de comprovação do impacto ambiental e social. E porque agem assim os bancos? Trata-se simplesmente que esses não poderiam de alguma forma ter sua imagem associada a um projeto que prejudicasse as pessoas ou o meio ambiente, sob pena de perderem clientes e negócios. Daí, os mesmos vão à exaustão na análise e verificação desse fator, antes mesmo de analisar se a proposta de financiamento tem retorno econômico. Recentemente, todos os jornais noticiaram a exigência do Governo da Bolívia na retirada de um projeto siderúrgico, já parcialmente executado, na área de siderurgia. Tal projeto estava sendo executado com recursos dos próprios acionistas. Ao leitor tal atitude dos bancos em não se associar ao projeto deve parecer óbvia, pois quem ousaria nos dias de hoje propor usinar minério de ferro utilizando carvão vegetal das densas florestas bolivianas? 2.3 AS RELAÇÕES COM OS STAKEHOLDERS Dentre os stakeholders que, de um modo geral, são comuns a muitas companhias, Rodriguez et al. (2002) destacam os acionistas e os investidores, a administração pública, os clientes, a comunidade, o país e a sociedade, os líderes de opinião, os empregados, as instituições financeiras, os fornecedores e serviços terceirizados e os parceiros estratégicos. A atenção dada aos stakeholders que não sejam apenas os acionistas ou proprietários, têm sido ampliada a partir de importantes estudos, mostrando que a organização tem obrigações tanto para ela mesma, quanto para os shareholders e os demais stakeholders. As operações devem incorporar princípios éticos, evitando prejudicar os outros, respeitando a autonomia dos indivíduos, evitando a mentira e honrando seus compromissos (GIBSON, 2000). 7 As relações com os stakeholders, segundo Rodriguez et al. (2002), acontecem em três níveis principais: o nível consubstancial, o nível contratual e o nível contextual. Estas relações irão depender das especificidades de cada organização. No primeiro nível, o consubstancial, inclui-se os shareholders e investidores, os empregados e os parceiros estratégicos. Os autores dão especial atenção aos empregados, destacando a necessidade de respeitar seus valores pessoais, mantê-los em constante processo de aprendizagem em uma sociedade de informação. No nível contratual, encontram-se os fornecedores e serviços terceirizados, as instituições financeiras e os clientes. O enfoque dado pelos autores sugere que para o desenvolvimento sustentável, a relação entre fornecedores e organização deve ser muito mais de parceria baseada em confiança, com participação ativa das partes, abandonando o modelo de competição. No último nível chamado contextual, estão os líderes de opinião, como a mídia, comunidades locais, países e sociedade, e a administração pública. Neste nível, os autores dão atenção ao papel da empresa perante estes stakeholders, uma vez que os negócios são parte integrante do sistema natural e social. Essa é mais uma atitude empresarial que interessa ao consumidor esclarecido. Para não perder a oportunidade, o gigante da área supermercadista, o Americano Wall Mart, cujo faturamento representa mais de um terço do Produto Interno Bruto Brasileiro, não compra nenhuma mercadoria de fornecedores que se utilize de mão-de-obra de crianças menores de quatorze anos. Ou seja, o Wall Mart está usando de seu oceânico poder econômico para obrigar aqueles que gravitam em torno da sua economia e forçá-los na adoção de uma atitude auto-sustentável. 2.4 LIDERANÇA NO CONTEXTO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL O fenômeno da liderança nas organizações tem sido objeto de estudos em fóruns, simpósios e outros eventos de relevância nacional e internacional. Tais enfoques tocam em importantes atributos do que a liderança pode envolver na prática do dia-a-dia, particularmente, em termos de requisitos de ação, bem como na identificação de práticas que requerem ações em diferentes contextos e ambientes. Kotter (1988) pontua que não é fácil lidar com os desafios típicos da liderança criados pela intensidade competitiva, pois isto sempre significa produzir mudanças e essas criam incertezas e ansiedades a vencedores e perdedores. Este autor adota um processo de liderança baseado em três etapas: criação de uma visão, alinhamento desta visão junto aos seguidores e inspirar e motivar as equipes para realizar a visão. No entanto, Jones (2000) ressalta que o propósito mais amplo da liderança não é somente prover visão, mas sim promover o pluralismo nas organizações, a exemplo do já citado Wall Mart, das Industrias Klabim ou da Aracruz, apenas para mencionar algumas lideranças. Segundo Drucker (2000, p.21), o novo pluralismo requer o que se pode chamar de "responsabilidade cívica": ser generoso com a comunidade na busca do próprio interesse ou na 8 realização da tarefa que lhe cabe. Assim, apesar do líder necessitar de atributos básicos, tais como uma visão de futuro, confiança em si mesmo e capacidade de alinhamento dos funcionários, o líder deverá, concomitantemente, ser capaz de trabalhar com novas parcerias, obtendo sucesso por uma rede de relações (HESSELBEIN, 2000, DRUCKER, 2000), assumindo não só o desempenho por suas instituições, como também sendo responsável pela comunidade como um todo, o que requer comprometimento, convicção e dedicação ao bem comum. O processo de liderança assume um papel central em busca de um balanço equilibrado de desempenho econômico, ambiental e social. Alguns artigos apresentados na conferência Sustainability ways of knowing/ways of acting (ROSSI et al., 2000) apontaram que as estratégias voltadas ao desenvolvimento sustentável foram conduzidas, especialmente, por líderes visionários. No entanto, ressalta-se a fragilidade do comprometimento da organização para com os objetivos da sustentabilidade, quando esta depende de um único líder visionário. 3 CONCLUSÃO O modelo de desenvolvimento empresarial adotado no último século, baseado no extrativismo irracional dos recursos naturais, limita o crescimento das organizações. Este modelo levou a uma situação de esgotamento iminente destes recursos que constituem o insumo do processo produtivo, fator este que tende a comprometer os resultados e a saúde financeira das organizações. Neste ambiente, as organizações passam também a priorizar os aspectos sociais, contexto no qual se difundem as idéias e práticas do desenvolvimento sustentável. Constata-se uma necessidade de maior intercâmbio entre empresas e comunidade, em uma dinâmica de mútua influência. Por esta lógica, o ambientalismo radical e o ecocentrismo são insuficientes para lidar com o desenvolvimento sustentável, o qual parece estar fundamentado em uma abordagem de ambientalismo renovável. Por esta abordagem, modelos organizacionais tradicionais são limitados para tratar da flexibilidade exigida por este novo paradigma, exigindo, fundamentalmente, modelos organizacionais que possam incorporar os interesses dos diferentes grupos de stakeholders. Dentro da mesma abordagem, os empregados não estão sob o comando de uma autoridade gerencial, mas sim, de líderes que promoverão relações com parceiros estratégicos. O papel deste novo líder inclui ações como a criação de uma cultura organizacional voltada para o desenvolvimento sustentável. Isto os leva a atuarem diretamente na implementação de mudanças nos sistemas, estratégias e estrutura organizacional, visando criar a coerência necessária para o desenvolvimento desta abordagem. Devem atuar também na criação de mecanismo de monitoração dos resultados provenientes destas ações. É imperativo relevar que a sustentabilidade requer uma nova ordem mundial, associada a uma profunda mudança de atitude das pessoas, de atitude empresarial, de postura dos novos líderes sócio ambientais e, sobretudo, na visão e na cultura disseminada frente às questões voltadas ao desenvolvimento sustentável. 9 REFERÊNCIAS BENEDETTI, Mauricio H; LIMA, Patrícia; SILVA, Marcos; VILAS BOAS, Luana M. Contribuições para o desenvolvimento sustentável: a experiência da logística de combustíveis. In: Sociedade Latino Americana de Estratégia (Org.). Anais do XVII Congresso Latino Americano de Estratégia. Itapema. SLADE, 2004. DIJK, Francesca van. Sustainability for ratailers. European Retail Digest, n.27, p. 19-22, september, 2000. DRUCKER, P. O novo pluralismo. In: The Peter Drucker Fundation Org.). Liderança para o século XXI. São Paulo: Futura, 2000. EGRI, C. P. E PINFIELD, L. T. As organizações e a biosfera: ecologia e meio ambiente. In: CLEGG, S. R.; HARDY, C.; NORD, W. R.. Handbook de estudos organizacionais. São Paulo: Atlas, 1999. GIBSON, K. The moral basis of stakeholder theory. Journal of Business Ethics, n.26, p.245-257, 2000. HESSELBEIN, F.; GOLDSMITH, M.; BACKHARD, R. A organização do futuro. São Paulo: Futura, 2000. JONES, D. R. (2000). Leadership strategies for sustainable development: a case study of Suma Wholefoods. Business Strategy and the Environmental, n.9, p.378-389, 2000. KOTTER, J. P. The Factor leadership. Free Press, New York, 1988. MANOR, B. Shifting paradigms for sustainable development: implications for management theory and research. Academy of management Review, v.20, n.4, p.874. MELLO, J. C. Meio ambiente, educação e desenvolvimento. Organization of American States Bookshop. Ed. Paperback, dezembro, 1996. MORGAN, G. Imagens da organização. São Paulo: Atlas, 2000. PRAHALAT, C.K. Preparando para a liderança. 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