UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS CURSO DE ADMINISTRAÇÃO Brisa Viana ESTILO DE LIDERANÇA DAS MULHERES PARTICIPANTES DA CÂMARA DA MULHER EMPRESÁRIA DA ASSOCIAÇÃO COMERCIAL E INDUSTRIAL DE ITAJAÍ Balneário Camboriú (SC) 2008 1 BRISA VIANA ESTILO DE LIDERANÇA DAS MULHERES PARTICIPANTES DA CÂMARA DA MULHER EMPRESÁRIA DA ASSOCIAÇÃO COMERCIAL E INDUSTRIAL DE ITAJAÍ Monografia apresentada como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Administração, na Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação Balneário Camboriú. Orientadora: Profª. Luzia Fröhlich, Msc Balneário Camboriú (SC) 2008 2 BRISA VIANA ESTILO DE LIDERANÇA DAS MULHERES PARTICIPANTES DA CÂMARA DA MULHER EMPRESÁRIA DA ASSOCIAÇÃO COMERCIAL E INDUSTRIAL DE ITAJAÍ Esta Monografia foi julgada adequada para obtenção do título de Bacharel em Administração e aprovada pelo Curso de Administração da Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação de Balneário Camboriú. Área de Concentração: Recursos Humanos Balneário Camboriú, 11 de Dezembro de 2008. _______________________________ Profª. Luzia Fröhlich, Msc. UNIVALI – CE de Balneário Camboriú Orientadora _______________________________ Profº. Marcos Aurélio Batista, Msc. Avaliador _______________________________ Profº. Laércio Antonio Braggio, Msc. Avaliador 3 EQUIPE TÉCNICA Estagiária: Brisa Viana Área de Estágio: Recursos Humanos Professora Responsável pelos Estágios: Lorena Schröder, Msc. Supervisor da Empresa: Janis Sartori Professora Orientadora: Luzia Fröhlich, Msc. 4 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA a) Razão social: Banco Bradesco S/A b) Endereço: Rua Alfredo Eike c) Setor de desenvolvimento do estágio: Recursos Humanos d) Duração do estágio: 240 horas. e) Nome e cargo do supervisor de campo: Janis Sartori f) Carimbo e visto da empresa 5 AUTORIZAÇÃO DA EMPRESA Balneário Camboriú, 11 de Dezembro de 2008. A Empresa Banco Bradesco S.A., pelo presente instrumento, autoriza a Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI, a divulgar os dados do Relatório de Conclusão de Estágio executado durante o estágio Curricular Obrigatório, pela acadêmica BRISA VIANA. . __________________________________ Janis Sartori Supervisor da Empresa 6 Dedico e agradeço a minha mãe, pelo seu infinito amor, pelo constante apoio, pelo incentivo e, por ter acreditado em mim. 7 RESUMO O foco deste estudo concentra-se a identificar o estilo de liderança predominante entre as mulheres que ocupam cargos executivos na Câmara da mulher empresária, associadas à Associação Comercial e Industrial de Itajaí – ACII. O estudo ainda oferece conhecimentos históricos da Administração correlacionados com as diversas teorias de liderança. A revisão da literatura revelou que a melhor abordagem da liderança tira vantagem dos traços positivos tanto dos homens quanto das mulheres, sendo que ao mesmo tempo em que o lado feminino apresenta o sentido de cuidar, a sensibilidade às necessidades individuais e familiares, isso é compensado pelos traços do lado masculino. A habilidade de tomar decisões rapidamente, o senso de humor, assumir riscos - essas são qualidades tradicionalmente associadas ao estilo masculino de liderança. Enfim, como uma pesquisa de cunho quantitativo, atingiramse os objetivos propostos por meio dos dados coletados, analisados e comparados de que entre as mulheres empresárias investigadas predomina o estilo de Líder Democrático. Palavras-chave: Liderança/ Estilos de Líder/ Mulheres Empresárias. 8 RÉSUMÉ L' objectif de cette étude est porté à identifier les principaux styles de leadership chez les femmes occupant des postes de direction à la Chambre des Femmes d´Affaires, de la Association Commercial et Industriel d' Itajaí - ACI. L' étude offre également la connaissance historique de l' Administration en corrélation aves les diverses théories de leadership. La revue de la littérature a montré que la meilleure approche pour la direction profite des traits positifs des hommes, alors que dans le même temps que le côté féminan montre un sentiment de bienveillance, sensible aux besoins individuells et de la famille, cella est compensé par les traces de côté masculin. La capacité de prendre des décisions rapidement, le sens de l' humeur, de prendre des risques - ces qualités sont associés avec le masculin style de leadership. Finalement, avec un cachet de la recherche quantitative elle-même, ont atteint les objectifs proposés par le biais de donnés récueillies, analysées et comparées à celles de femmes chefs d' entreprise enquetés ce que prédomine c' est le style de Leader Démocratique. Mots-clés: leadership/style de leadership/femmes chefs d' enterprise. 9 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1: Caracterização das respondentes quanto à Idade. ...............................61 Gráfico 2: Caracterização das respondentes quanto ao estado civil......................62 Gráfico 3: Caracterização das respondentes quanto a possuírem filhos ou não....62 Gráfico 4: Caracterização das respondentes quanto à formação. .........................63 Gráfico 5: Caracterização das respondentes quanto ao cargo que ocupam..........64 Gráfico 6: Caracterização das respondentes quanto à renda mensal....................64 Gráfico 7: Caracterização das respondentes quanto ao modo de se atualizarem. 65 Gráfico 8: Respostas dos entrevistados sobre a Teoria X .....................................67 Gráfico 9: Respostas dos entrevistados sobre a Teoria Y .....................................68 Gráfico 10: Respostas das entrevistadas sobre ser reconhecida pelo comportamento técnico .........................................................................69 Gráfico 11: Respostas das entrevistadas sobre ser reconhecida pelo comportamento humano.........................................................................70 Gráfico 12: Respostas das entrevistadas sobre ser reconhecida pelo comportamento conceitual .....................................................................70 Gráfico 13: Respostas das entrevistadas sobre ser reconhecida pelo poder – referência ............................................................................................72 Gráfico 14: Respostas das entrevistadas sobre ser reconhecida pelo poder – político .................................................................................................72 Gráfico 15: Respostas das entrevistadas sobre ser reconhecida pelo poder – legítimo................................................................................................73 Gráfico 16: Respostas das entrevistadas sobre ser reconhecida pelo poder – especialista..........................................................................................74 Gráfico 17: Respostas das entrevistadas sobre ser reconhecida pelo estilo – democrático.........................................................................................75 Gráfico 18: Respostas das entrevistadas sobre ser reconhecida pelo estilo – Autocrático ..........................................................................................76 Gráfico 19: Respostas das entrevistadas sobre ser reconhecida pelo estilo – Liberal..................................................................................................76 10 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................12 1.1 Tema ...................................................................................................................13 1.2 Problema de Pesquisa ......................................................................................13 1.3 Objetivos ............................................................................................................14 1.3.1 Objetivo geral ...................................................................................................14 1.3.2 Objetivos específicos........................................................................................14 1.4 Justificativa........................................................................................................14 1.5 Contexto do ambiente da realização da pesquisa..........................................16 1.6 Organização do Trabalho .................................................................................17 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .............................................................................19 2.1 Liderança ...........................................................................................................19 2.1.1 Conceitos .........................................................................................................22 2.1.2 Estilos...............................................................................................................26 2.1.3 Premissas dos líderes ......................................................................................28 2.1.4 Poder................................................................................................................30 2.1.5 Comportamento................................................................................................35 2.1.6 Liderança situacional ou contingencial .............................................................37 2.1.7 Liderança transformacional ..............................................................................42 2.1.8 Liderança transacional .....................................................................................44 2.1.9 Liderança visionária .........................................................................................46 2.1.10 Gestor líder.....................................................................................................47 2.2 Liderança feminina............................................................................................52 3 METODOLOGIA ....................................................................................................57 3.1 Caracterização da pesquisa .............................................................................57 3.2 População Alvo do Estudo ...............................................................................58 3.3 Técnica de Coleta de Dados.............................................................................58 3.4 Análise dos dados.............................................................................................60 4 RESULTADOS.......................................................................................................61 4.1 Caracterização da População Alvo do Estudo ...............................................61 11 4.2 Comportamentos e estilos de liderança..........................................................66 4.2.1 Crença e valores ..............................................................................................66 4.2.2 Comportamento................................................................................................68 4.2.3 Poder................................................................................................................71 4.2.4 Estilos...............................................................................................................74 CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................78 APÊNDICE................................................................................................................83 APÊNDICE A – Questionário Aplicado ..................................................................84 REFERÊNCIAS ........................................................................................................80 12 1 INTRODUÇÃO Frente à globalização da economia, a aceleração do desenvolvimento da tecnologia, entre outros acontecimentos, desde os anos 90, teve início uma concorrência acirrada entre as empresas e estas, para competirem no mercado, obrigaram-se a rever seus métodos de trabalho, bem como seus modelos de gestão. As empresas foram impelidas a se transformar, e investiram na inovação dos produtos, serviços e novas formas de trabalho, como elementos importantes para a sobrevivência. Sendo assim, optaram por lideranças que estimulassem a criatividade de seus empregados. Inicialmente este trabalho visualiza contribuir ressaltando a importância da liderança na história da administração, investigando o que determina e resulta desta para as organizações, bem como o papel do indivíduo como liderado e líder, e, ainda, a influência dessa relação no progresso das organizações, pois, conforme os ensinamentos de Mariotti (2007), a cultura, a liderança e o poder são itens relevantes para uma mudança organizacional efetiva, onde a ênfase recairá no segundo item, por ser a liderança a chave para a efetivação dessas mudanças. Igualmente, Maxwell (2001), destaca a importância do tema escolhido, visto a afirmação de que o fator liderança será a vantagem competitiva essencial do futuro, salientando que a importância da liderança responsável pelo desenvolvimento de uma visão condizente com a realidade, ocorre pela criação de estratégias para implementar essa visão, pela comunicação efusiva da visão no sentido de conquistar adeptos a ela, pela delegação de poder às pessoas que estão ao seu redor e, pelo depósito de confiança nas pessoas para que possam criar e implementar esta visão. O poder e a dominação sempre estiveram presentes, do passado aos dias atuais e, certamente continuarão sem muitas alterações no futuro (KOTLER, 1999). Visto esse fato, as técnicas de gestão de pessoas e as teorias de liderança vêm sendo adequadas aos indivíduos e seus comportamentos ao longo da história, conseqüentemente, requerendo a necessidade de se aprofundar o conhecimento sobre esse tema focado como um relacionamento entre líderes e seguidores no mundo empresarial, social e cultural, o que vem a tornar relevante e justificar o presente tema escolhido para a realização deste estudo. 13 1.1 Tema O tema liderança nos estudos acadêmicos de Administração não é novo, observam-se diversos estudos sobre este assunto, ora ligado à produtividade; enfocando o líder no posto, se auto-renovando constantemente e/ou reduzindo as incertezas dos liderados no ambiente de trabalho; a liderança em ambiente bancário; a ligação da liderança com a identidade cultural de uma comunidade, porém, neste estudo, o foco principal é a liderança conectada com o processo de mudança organizacional e, identificando o perfil das mulheres que ocupam cargos de liderança empresarial. 1.2 Problema de Pesquisa Inicialmente, pode-se definir o problema de pesquisa como sendo uma questão a ser resolvida, sendo que para Richardson (2007, p. 58), “determinar e delimitar um problema de pesquisa implica conhecimento do fenômeno selecionado para estudo, o que se desejar pesquisar”. Um problema pode ser definido tanto a partir da observação, como da teoria, ou ainda de um método que se queira testar. No contexto de um projeto de prática profissional, um problema é uma situação não resolvida, mas também pode ser a identificação de oportunidades até então não percebidas pela organização. De qualquer modo, o ponto essencial é que os alunos dependem obrigatoriamente do acesso a organizações (ROESCH, 2005, p. 90). O problema com o qual se depara atualmente é a liderança nas organizações como fator de extrema relevância para os resultados e performances, assim como o estilo de liderança ideal para uma gestão produtiva, ou seja, a importância da liderança, segundo referencial teórico pesquisado, é responsável pela delegação de poder às pessoas que estão ao seu redor e, pelo depósito de confiança nas pessoas para que possam criar e programar esta visão. Partindo-se desse pressuposto originou-se a pergunta que norteou a presente pesquisa: Qual o estilo de liderança das mulheres que ocupam cargos executivos associadas à Associação Comercial e Industrial de Itajaí – ACII? 14 1.3 Objetivos Nesta seção do estudo foi definido o objetivo geral e os objetivos específicos que foram estudados e pesquisados. Segundo Richardson (2007), o objetivo geral define, o que se pretende alcançar com a realização da pesquisa e os objetivos específicos define etapas que devem ser cumpridas para alcançar o objetivo geral. 1.3.1 Objetivo geral Identificar o estilo de liderança das mulheres que ocupam cargos executivos na câmara da mulher empresária, associadas à Associação Comercial e Industrial de Itajaí – ACII. 1.3.2 Objetivos específicos Identificar o perfil das mulheres que ocupam cargos executivos associadas à Associação Comercial e Industrial de Itajaí – ACII, mais especificamente na câmara da mulher empresária. Levantar informações que possibilitem avaliar a crença e valores das líderes pesquisadas sobre o comportamento humano. Investigar como as líderes percebem o desempenho das suas funções. Ressaltar a percepção do poder de liderança das líderes. 1.4 Justificativa O ambiente corporativo está passando por rápidas mudanças, onde ser competitivo é a peça fundamental de permanência no mercado. Para que isso aconteça essas corporações contam com sua linha de frente, que deverá desenvolver estratégias para o alcance dos objetivos. Esse contexto está inteiramente ligado á presença do líder que irá direcionar, influenciar e motivar sua equipe. 15 Aos poucos as mulheres estão ocupando posições de destaque nas empresas, devido ao reconhecimento de suas competências e habilidades em cargos de responsabilidade. Sendo assim, essa pesquisa visa estudar essas mulheres, que estão se superando e mostrando que podem sim realizar ótimos trabalhos a frente de uma equipe. Essa investigação revelará quem são as executivas associadas a ACII Associação Comercial e Industrial de Itajaí e seus estilos de liderança, ajudando assim a motivar as demais na busca de suas realizações profissionais. Este estudo se limitará a estudar a influência da liderança feminina no desempenho individual das participantes da Câmara da mulher empresária associada à Associação Comercial e Industrial de Itajaí – ACII. A escolha desta câmara está baseada no fato de ter se tornado mais acessível pelo contato pessoal da professora que orientou este trabalho, num momento de muitas buscas por acadêmicos com o mesmo objetivo. O estudo poderá contribuir no âmbito acadêmico, para os pesquisadores da área geral da administração, para a área de Comportamento Organizacional, bem como para as empresas que pretendem pesquisar sobre o assunto e aplicar os conceitos descritivos nos seus modelos gerenciais e nas suas definições de perfis gerenciais, pois serão investigados os efeitos e estilos da liderança no resultado da organização e na percepção das empresárias envolvidas, ajudando a clarificar as conclusões referentes ao tema. Este estudo é importante para a câmara, pois de forma indireta estará levando com que as pesquisadas reflitam e reavaliem sobre sua função e desempenho de liderança, o que pode estimular aos novos e criativos métodos de desempenho fundamental no ambiente corporativo frente à competitividade existente para permanecer no mercado. Esse estudo é original, pois ainda não houve nenhum trabalho realizado na Associação Comercial e Industrial de Itajaí – ACII, com intuito de avaliar a liderança na câmara da mulher empresária. 16 1.5 Contexto do ambiente da realização da pesquisa Embasando-se no próprio site da empresa sintetiza-se neste, um pouco da história da Associação Empresarial de Itajaí, (ACII), criada num período conturbado da história nacional, às vésperas da Revolução de 30. Homens visionários criaram em 28 de maio de 1929 um fórum para debates e busca de soluções para os problemas do Município e região. Há 75 anos começou a ser escrita a história da Associação Comercial e Industrial de Itajaí quando na reunião realizada em 28 de maio de 1929 na Prefeitura de Itajaí foi eleita a primeira Diretoria. No primeiro ano de atividade, a ACII se engajou na luta em favor do Porto de Itajaí, às vésperas da Revolução de 30. Em seguida reivindicou a construção do cais e a estrutura necessária para que o terminal fosse organizado oficialmente. A primeira sede da Entidade situava-se na casa de Eduardo Dias de Miranda, na Rua Lauro Muller, onde anteriormente funcionou os correios até 1942. Entre os anos de 56 a 78, a ACII teve participação ativa na construção do novo prédio do Hospital e Maternidade Marieta Konder Bornhausen, destacando-se por sua preocupação com a comunidade. A Associação pode ser também considerada como mola propulsora do crescimento econômico da cidade de Itajaí. Em sua política, em meados da década de 70, seu empenho maior esteve relacionado com a implantação de novas empresas para enriquecer o mercado itajaiense. Foi nessa década na gestão de Nivaldo Detóie (1968/1974) que foi comprada a sede própria da ACII, onde a Entidade atende até hoje, Rua Hercílio Luz, 381, Galeria Rio do Ouro. Diversas foram as ações e envolvimento da ACII durante sua trajetória. Um passo importante foi a criação do troféu “Empresário do Ano” em 1989 na administração de Horário Figueiredo. O primeiro homenageado foi Paulo Bauer. Na gestão de Mário César Sandri a Entidade estreitou relações com importante parceiro: o Sebrae, que na época passou atender no mesmo andar. Na época também foi realizada a primeira reforma na sede. Esta Entidade busca desenvolvimento do associativismo empresarial, cujas 17 Câmaras e Núcleos Setoriais promovem a troca de experiências, buscam informações e parcerias para o desenvolvimento de seu segmento, tendo como objetivo prestar bons serviços aos associados e defender os interesses da classe Empresarial. Entre a Câmara do Porto; Câmara de Logística; Câmara de Gestão Ambiental; Câmara do Jovem Empreendedor; Câmara de Tecnologia da Informação; Câmara da Construção Civil e a Câmara de Responsabilidade Social, encontra-se a Câmara da Mulher Empresária, foco da realização da pesquisa. Esta Câmara, foi fundada em 19 de junho de 1996, reúne empresárias, profissionais liberais, esposas de empresários e diretores da ACII, contanto atualmente com 28 integrantes que se reúnem quinzenalmente, para integração e discussões econômicas e sociais visando o desenvolvimento pessoal e profissional além de divulgar suas empresas e seus produtos (ACII, 2008). 1.6 Organização do Trabalho Muitos são os trabalhos que abordam o tema liderança. Uns abordam a relação de estilos de liderança e produtividade, outros trabalhos focados na gestão de pessoas, outros a liderança nas organizações, porém, este em específico, tratará do tema liderança como fator de extrema relevância pesquisando-se qual o estilo de liderança das mulheres que ocupam cargos executivos associadas à Associação Comercial e Industrial de Itajaí. Para tanto, subdividiu-se este estudo em capítulos, assim organizados: Inicialmente, na primeira parte, capítulo 1, a introdução, abrangendo a contextualização do tema, os objetivos, a questão problema; o local da realização do estudo e a justificativa e a relevância do tema escolhido. Logo, sobre a titulação de Fundamentação Teórica, capítulo 2, apresenta-se o resultado da pesquisa bibliográfica, a qual proporcionou o levantamento de conceitos, definições e abordagens de autores como Oliveira e Marinho (2006); Bergamini (1994); Maximiano (2000); Bennis e Nanus (2003); Chiavenato (2004); Austin (2002); entre outros, sobre Liderança; Liderança Feminina; Tipos e Estilos de Liderança; Premissa dos líderes; Poder e Comportamento, temas relevantes de eficácia e energia para as empresas na maximização da sua contribuição para o 18 bem-estar de seus membros e da sociedade da qual faz parte. A seguir, no capítulo 3 relata a metodologia científica, ou seja, o caminho metodológico que direcionou o presente estudo. Neste, é caracterizada o tipo e o método de pesquisa, são apresentados os sujeitos do estudo, as técnicas de coleta e análise dos dados; os procedimentos metodológicos adotados como, por exemplo, a utilização do questionário e a forma a ser utilizada para demonstrar os resultados obtidos. No capítulo 4, os resultados apontando o que se encontrou com o levantamento realizado. A relação dos resultados com a fundamentação teórica, ou seja, a análise dos dados coletados, cujos resultados demonstrados em gráficos e textos descritivos com a interpretação dos mesmos, proporcionando ao leitor a constatação dos objetivos alcançados. Num próximo capítulo, discorre-se sobre as considerações finais, frente aos dados obtidos neste estudo e o que estes possam representar ou vir a representar para os envolvidos. Por fim, as fontes consultadas, que serviram de sustentação ao estudo realizado, ou seja, as referências bibliográficas. 19 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Neste capítulo se apresentará os dados que fundamentam teoricamente esta monografia, iniciando-se com a liderança. 2.1 Liderança Liderança é o processo de incentivar e ajudar os outros a desenvolverem suas tarefas laborais entusiasticamente na direção dos objetivos. É o fator humano que auxilia um grupo a definir seu caminho e assim motivar-se em direção aos objetivos. Sem liderança, conforme o pensamento de Austin (2002, p.150), “uma organização seria somente uma confusão de pessoas e máquinas”, bem como, cita como exemplo, “uma orquestra sem maestro seria somente músicos e instrumentos”. Visto que tanto a orquestra como todas as organizações necessitam de liderança para se desenvolverem. Através dos anos, nosso ponto de vista sobre o que é liderança e quem pode exercê-la mudou consideravelmente. As habilidades necessárias à liderança permaneceram constantes, mas nosso entendimento do que ela é, como funciona, e as maneiras pelas quais as pessoas aprendem a aplicá-Ia, mudou, afirmam Bennis e Nanus (2003). Hoje estamos um pouco mais perto de entender como e quem lidera, mas não foi fácil chegar a esse ponto. [...] Existem interpretações múltiplas de liderança, cada qual proporcionando um pouco de discernimento, mas cada uma continuando como uma explicação incompleta e totalmente inadequada. A maioria destas definições discorda entre si, e muitas devem parecer bem remotas para os líderes cujas habilidades estão sendo dissecadas. As definições refletem ondas passageiras, modas, marés políticas e tendências acadêmicas. Nem sempre refletem a realidade e algumas vezes apenas representam insensatez. É como se o que Braque certa vez disse a respeito de arte também fosse verdadeiro no que tange à liderança:"A única coisa que importa na arte é a parte que não pode ser explicada"(BENNIS e NANUS, 2003, p.4). Conforme ainda esses autores, houve uma época em que se pensou que as habilidades de liderança fossem uma questão de nascença, pois consideravam os líderes como natos, e não formados, impelidos a liderar por algum processo 20 insondável. Esta poderia ser chamada de teoria da liderança do "Grande Homem". Considerava o poder como investido em um número muito limitado de pessoas, cuja herança e destino os tinham tornado líderes, acreditavam que alguns possuíam o dom enquanto que outros não, nada podia mudar isto, nem mesmo o nível de educação ou as próprias aspirações. Quando este ponto de vista falhou em explicar liderança, foi substituído pela noção de que os grandes eventos transformavam pessoas comuns em líderes. [...] Assim como o amor, a liderança continuou a ser algo que todos sabiam que existia, mas ninguém podia definir. Muitas outras teorias da liderança vieram e se foram. Algumas enfocavam o líder. Outras, a situação. Nenhuma resistiu ao teste do tempo (BENNIS; NANUS, 2003, p.5). E, por fim, conforme ainda colocação de Benis e Nanus (2003, p. 6), “Agora, no meio deste entorpecimento, sem interrupção nem do Grande Homem, nem do Grande Estouro, surge nova oportunidade de avaliar líderes e ponderar sobre a essência do poder”. “O processo de liderança é similar em efeito ao segredo químico que transforma a crisálida em borboleta, sem que se perca toda a beleza potencial da crisálida do bicho-da-seda. A liderança, então, transforma potencial em realidade” (AUSTIN, 2002, p.150). Toda empresa independente de ser pequena, média, ou grande, necessita de um líder, em alguns casos até mais de um. Os líderes são valorizados pelos seus colaboradores na medida em que, longe de tentar manipulá-los, oferecem autenticidade, ascendência pessoal, responsabilidade, compromisso, eficiência, integridade, habilidade de ouvir, autocontrole, autocrítica, clareza de idéias, otimismo, flexibilidade, boa digestão do êxito e dos fracassos, capacidade de análise e síntese, elegância formal, ética, conhecimento dos seus colaboradores sobre sua dignidade, audácia e compromisso. Porém, como cita Hunter (2004, p.57) “Quem quiser ser líder deve ser primeiro servidor. Se você quiser liderar deve servir”. Viável novamente se mencionar Hunter quando afirma que: Não tenho necessariamente que gostar de meus jogadores e sócios, mas como líder devo amá-los. O amor é lealdade, o amor é trabalho de equipe, o amor respeita a dignidade e a individualidade. Esta é a força de qualquer organização (HUNTER, 2004, p. 72). Segundo Chiavenato (2004), a liderança é necessária em todos os tipos de organizações humanas em funções da administração que são: planejamento, 21 direção, organização e controle. Bem como, o administrador deve desempenhar a função de liderança para incentivar e motivar sua equipe e canalizar a energia para obtenção de resultados positivos para a organização. Fiedler e Chemers (1981) lembram que nomes como Alexandre o Grande, Napoleão Bonaparte, Robert E. Lee e George Patton são exemplos históricos no que se refere à liderança, e que essas pessoas foram decisivas para o sucesso de suas campanhas militares. Citam ainda homens como Henry Ford e Andrew Carnegie como modelos de sucesso no setor privado, já que a boa liderança sempre foi reconhecida. Silva (2004) diferencia a liderança como formal, que são pessoas selecionadas para posições de autoridade nas organizações e liderança informal, que são pessoas que se tornam influentes por habilidades especiais, de acordo com as necessidades da equipe. Determinando assim, que as razões e modelos de comportamento dos indivíduos do grupo nas organizações, são influenciados pela liderança informal. São esses líderes que estabelecem as regras de atuação e controle sobre os membros do quadro. Likert (apud SILVA, 2004) identifica dois tipos de comportamento de liderança. O primeiro é voltado para o trabalho, focando nas tarefas, produção, supervisão, pressão e rigorosa avaliação dos resultados. Ao contrário, o comportamento centrado no empregado está voltado para a pessoa, desenvolvendo de maneira eficaz os grupos de trabalho para o crescimento pessoal e profissional dos empregados. O autor enfatiza que no segundo caso a satisfação no trabalho é alta. Já a rotatividade e absenteísmo são baixos, tornando-se mais positivos os resultados para a empresa. Ou ainda, de acordo com Hampton (1990), parece haver dois significados básicos diferentes de liderança, na medida em que ela é aplicada ao problema da administração das organizações. Um deles oferece uma visão ampla, majestosa, que alcança o imenso problema de se definir, construir e manter o caráter e a cultura distintos de uma organização. A segunda noção de liderança tem o alcance menor. Ela define liderança como o processo interpessoal pelo qual os gerentes influenciam os empregados a executar os objetivos de tarefa fixados. Segundo Longeneckerr; Moore e Petty (1997, p.427), “a liderança que maximiza as contribuições do pessoal em uma empresa pequena lhe permitirá competir mais eficazmente no mercado”. Portanto, dentro dessa concepção, a 22 liderança é uma função das necessidades existentes numa determinada situação e consiste numa relação entre um indivíduo e um grupo. A liderança constitui um aspecto muito importante da administração, mas não é tudo. É exigido dos administradores planejar e organizar, por exemplo, mas o papel principal de um líder é influenciar os outros para buscarem, de maneira entusiástica, objetivos definidos. Isto significa que bons líderes podem ser maus administradores, caso seus planejamentos precários façam com que seus grupos movam-se nas direções erradas. Embora consigam fazer com que seus grupos atuem, não conseguem fazêIo dentro de direções que melhor atendem aos objetivos organizacionais (AUSTIN, 2002, p.150). Como declarou Dr. Sidney Dutra, Reitor da Universidade de Santo Amaro na parte da apresentação da obra de Oliveira e Marinho (2006 p.21): Liderança é um tema recorrente na história da Humanidade. Sem ela, os povos teriam permanecido estáticos em sua cultura, imóveis em sua geografia, inertes em suas realizações. Graças aos líderes, surgidos espontaneamente ou por escolha da maioria, o tempo tem sido cada vez mais mutante e dinâmico [...]. Segundo Nannus (2000), a liderança eficaz energiza uma empresa para maximizar a sua contribuição para o bem-estar de seus membros e da sociedade da qual faz parte. Por outro lado, Fiorelli (2004, p.200), alude que “A falta de consenso sobre o assunto e o caráter evolutivo das idéias mais aceitas sugerem que liderança constitui algo situacional, dinâmico e profundamente ligado à natureza humana”. 2.1.1 Conceitos A liderança é um conceito conhecido em todos os segmentos e muito discutido devido a sua importância estratégica. "É provável que sem liderança nenhum grupo possa agir acertadamente na direção de seus fins" (BEAL, BOHLEN, RAUDABAUGH, 1962, p. 26). Chiavenato (2005, p.26) define liderança como "um processo contínuo de escolha que permite ao grupo caminhar em direção à sua meta, apesar de todas as perturbações internas e externas. Ao ajudar o grupo a lidar com escolhas, a liderança passa a ser uma questão de tomada de decisão do grupo". Para Lacombe (2006, p. 348): 23 [...] liderar é conduzir um grupo de pessoas, influenciando seus comportamentos e ações, para atingir objetivos e metas de interesse comum desse grupo, de acordo com uma visão do futuro baseada em um conjunto coerente de idéias e princípios. Paul Pigors, (apud BEAL; BOHLEN; RAUDABAUGH, 1962, p. 29), comenta: "A liderança é um processo de estímulo mútuo, pelo qual, por meio de ações recíprocas bem sucedidas, as diferenças individuais são controladas, e a energia humana que delas deriva, encaminhada em benefícios de uma causa comum". Na obra Administração de Empresas: uma abordagem contingencial, o autor Idalberto Chiavenato alude que: [...] liderança é a influência interpessoal exercida numa situação e dirigida através do processo da comunicação humana à consecução de um ou de diversos objetivos específicos. A liderança é encarada como um fenômeno social e que ocorre exclusivamente em grupos sociais [...]”. (CHIAVENATO, 2004, p.54) Segundo ainda este autor, liderança é a arte de induzir os subordinados a cumprirem suas obrigações. Conceituar liderança é uma tarefa bastante difícil, pois vários são os enfoques encontrados na literatura disponível sobre o assunto. Bergamini (1994) descreve a existência de duas abordagens na definição do termo liderança: Primeiramente, a preocupação com o que o líder é. Alguns autores associam liderança com características pessoais, como carisma e firmeza. É o caso de Wess Roberts (1989), que, ao delinear o perfil de Átila, o huno, como o de um exímio líder, estabelece os seguintes atributos da liderança: lealdade, coragem, anseio, resistência emocional, vigor físico, empatia, poder de decisão, antecipação, sincronização, competitividade, autoconfiança, responsabilidade, credibilidade, tenacidade, confiabilidade, vigilância e proteção. Esta abordagem é bastante restrita, pois pressupõe que a liderança seja um dom nato. Logo, a segunda abordagem, a preocupação com aquilo que o líder faz. Um segundo grupo de pesquisadores concentrou seus esforços na investigação de diferentes estilos de liderança. Procurou-se, neste momento, estabelecer a correlação entre o comportamento do líder - independentemente de suas características pessoais - e a eficácia da liderança. Foram descritos dois estilos básicos, o autoritário e o democrático. Entre estes dois extremos foram sendo encaixados os demais estilos de liderança. 24 De acordo com Vergara (2000), liderança é a capacidade de influenciar pessoas e grupos. A liderança é relevante para uma organização, para fazer com que a missão, visão e os objetivos organizacionais sejam atingidos. O desempenho organizacional requer habilidade necessária para o administrador conduzir os trabalhos a serem desempenhados na empresa. Prosseguindo com Bergamini (1994) destacam-se dois aspectos comuns às definições de liderança, ou seja, segundo a autora: Em primeiro lugar, elas conservam o denominador comum de que a liderança esteja ligada a um fenômeno grupal, isto é, envolve duas ou mais pessoas. Em segundo lugar, fica evidente tratar-se de um processo de influenciação exercido de forma intencional por parte dos líderes sobre seus seguidores (BERGAMINI, 1994, p.103). Talvez o termo "influenciação" utilizado por Bergamini (1994), não reflita exatamente o que as modernas concepções acerca de liderança têm proposto. Nannus (2000, p.15), ao discorrer sobre a questão, propõe que líderes são aqueles que "delegam poder aos empregados, a fim de que eles procurem novas maneiras de atuar". Para Maximiano (2000, p.33) A liderança permeia todas as atividades gerenciais e não é uma atividade isolada. Sua importância é subestimada quando julgada apenas em termo da proporção das atividades gerenciais que estão estritamente relacionadas com a condução da equipe de trabalho. A liderança é, pois, de acordo com Longeneckerr; Moore; Petty (1997), uma questão de redução de incerteza do grupo. O comportamento pelo qual se consegue essa redução é a escolha. A liderança é um processo contínuo de escolha que permite à empresa caminhar em direção à sua meta, apesar de todas as perturbações internas e externas. Assim, a liderança é uma questão de tomada de decisão do grupo. A liderança está intimamente relacionada com as competências de comunicação e de transmissão de idéias. Assim, tem sido muito complicado definir o que é ser líder e o que é liderança, havendo inúmeras definições para este elaborado conceito. Bass (1990, apud REGO, 1998) refere que “existem quase tantas definições de liderança quantas as pessoas a tentar defini-la”. Apresentamse, em seguida, mais algumas definições encontradas, referentes ao conceito de liderança: 25 É a capacidade para promover a ação coordenada, com vista ao alcance dos objetivos organizacionais (GOMES; CARDOSO; CARVALHO, 2000). É um fenômeno de influência interpessoal exercida em determinada situação através do processo de comunicação humana, com vista à comunicação de determinados objetivos (FACHADA, 1998). É um processo de influência e de desempenho de uma função grupal orientada para a consecução de resultados, aceites pelos membros dos grupos. Liderar é pilotar a equipe, o grupo, a reunião; é prever, decidir, organizar (PARREIRA, 2000). É a capacidade de influenciar pessoas para que se envolvam voluntariamente em tarefas para a concretização de objetivos comuns (FACHADA, 1998). Muito difícil tem sido se definir o que seja liderança, afirmam Oliveira e Marinho (2006, p.22) aludindo ainda que “Isso é tanto verdade que existem milhares de definições. Nesse desespero para tentar definir corretamente o que é liderança muitos teóricos geralmente tentam descrevê-Ia em termos de estilo. Fazendo assim, os que teorizam, como diz Engstrom (1976, apud OLIVEIRA; MARINHO, 2006, p 23), [...] descrevem como o líder age, em vez de o que ele é. Se você pensar um pouco nisso, poderá provavelmente vir com idéias sobre estilo... Assim, temos a tendência de caracterizar o como um líder lidera, segundo as nossas percepções [...]. Enfim, como mencionavam Kotter et al. (1986) o fator liderança será a vantagem competitiva essencial do futuro e, salienta a importância da liderança responsável pelo desenvolvimento de uma visão condizente com a realidade, pela criação de estratégias para implementar essa visão, pela comunicação efusiva da visão no sentido de conquistar adeptos a ela, pela delegação de poder às pessoas que estão ao seu redor e, pelo depósito de confiança nas pessoas para que possam criar e implementar aquela visão. 26 2.1.2 Estilos Engstrom (1976, p.67) aceita que estilo, por definição, "é o modo como um líder desempenha suas funções e como ele é percebido por aqueles que ele tenta liderar". (apud OLIVEIRA; MARINHO, 2006, p.23). Portanto, [...] quanto mais o líder adaptar seu estilo de comportamento de liderança para atender à situação particular e às necessidades de seus seguidores, tanto mais efetivo ele se torna na conquista de seus alvos pessoais e organizacionais, sejam eles no âmbito acadêmico, político, militar, artístico, religioso, econômico ou social. Nesse caso, o estilo de liderança passa a depender de vários fatores: da personalidade, do caráter e das necessidades do grupo a ser supervisionado, e da situação imediata (ENGSTRON, apud OLIVEIRA; MARINHO, 2006, p.23). O primeiro pesquisador de estilos de liderança foi Levin (1959), demonstrando que um mesmo grupo de pessoas se comporta de diferentes maneiras, quando interage com diferentes líderes. Este estudo foi desenvolvido depois da II Guerra Mundial na América do Norte (LEVINE, 1995). Levin (1959) desenvolveu uma pesquisa aplicando no seu trabalho o método experimental no qual pretendia observar e comparar os efeitos de diferentes tipos de líderes: autoritário ou autocrático, democrático ou participativo e liberal ou laisselfeire, conforme apresentado no quadro 1, sobre os estilos do comportamento do líder (LEVINE, 1995). AUTORITÁRIO O líder determina as tarefas As execuções das atividades são ditadas pela autoridade, uma de cada vez, de modo que futuros passos ficam em grande parte incertos. Pessoal nos elogios e críticas do trabalho de cada um: permanece distante da participação ativa. DEMOCRÁTICO Os membros são livres para trabalhar, podem escolher e a divisão das tarefas é deixada ao grupo. A atividade é discutida. Os passos gerais para as metas do grupo são esquematizados e quando o aconselhamento técnico é necessário, o líder sugere dois ou mais procedimentos alternativos, entre os quais o grupo pode escolher. O líder é “objetivo” ou orientado aos fatos em seus elogios e críticas. Quadro 1: Estilos do comportamento do líder. Fonte: Levin (1959, p.51). LIBERAL O líder não participa atribuição de tarefas. da Subsídios são oferecidos pelo líder, que deixa claro que ele fornecerá informações quando solicitado. Fora isso o líder não toma parte na discussão. Evita fazer comentários sobre as atividades dos membros, a não ser quando interrogado, não tenta avaliar. 27 Para Levin (1959), o líder liberal não se envolve com as atividades de áreas de seus funcionários e exerce pequenas influências, conhecido como "deixa rolar", tendo, portanto, menor visibilidade por parte dos funcionários. De acordo com Maximiano (2000), a evolução do modelo de liderança apresentou dois tipos de comportamento diferentes do tradicional. Um orientado para a tarefa (autocrático), tendo como estilos associados, a liderança orientada para a tarefa; para a produção e, para o planejamento e organização. O outro, orientado para as pessoas (democrático), associado à liderança orientada para as relações humanas e, a liderança orientada para a consideração. Portanto, segundo Maximiano (2000), fundamentalmente na liderança democrática, a preocupação é com as pessoas. O comportamento característico do líder é amigável, incentivador, sabe ouvir, é atencioso e tem capacidade para trabalhar em equipe. Pode-se dizer que o líder democrático busca compartilhar suas decisões e atividades com os outros membros do grupo, possuindo outra visão do ser humano e de si. Caso acredite que todos devam participar do planejamento e execução da tarefa, podemos supor que não acredita ser o dono da verdade e que todos possuem condições de agir com autonomia e responsabilidade. Sua atenção está voltada principalmente para as relações interpessoais e vê seu poder baseado na credibilidade que o grupo lhe atribui (MAXIMIANO, 2000). Assim, enquanto que a liderança pode ser vista como um fenômeno de influência interpessoal, o líder pode ser percebido como aquele(a) que decide o que deve ser feito e faz com que as pessoas executem essa decisão. Deste modo, o líder será avaliado pelos resultados simbólicos, mais do que pelos resultados substantivos, ser responsável é aceitar ter que responder por algo e perante alguém. Em outros termos, é ter que prestar contas. E a prestação de contas é uma prestação discursiva. Por isso, a prestação do líder conta e o seu discurso produz efeitos que importa ter em conta. (GOMES; CARDOSO; CARVALHO, 2000). Continuando com o embasamento em Maximiano (2000), na liderança autocrática, a centralização do líder é com a tarefa, com prazos, qualidades, economia e custos. O líder autocrático é mais conhecido como "chefe". Seria aquele condutor que define o que e como deve ser feito. A ênfase atual mudou, em grande parte, dos traços para a identificação de comportamentos de liderança. Dentro dessa visão o sucesso da liderança 28 depende de comportamentos apropriados, habilidades e ações e não de traços pessoais. Isto é muito significativo, uma vez que comportamentos podem ser aprendidos e modificados, enquanto que traços são relativamente rígidos (AUSTIN, 2002, p.151). O modelo de liderança tem apresentado significativas mudanças a partir de componentes tecnológicos, enfocando resultados e no desenvolvimento do homem. É importante considerar além das ações pautadas na razão, as emoções das pessoas e utilizar a ética pessoal e profissional em todos os momentos, afirma ainda Maximiano (2000). Os teóricos contribuem com classificações de estilo que vão desde o agrupamento do "autocrático-burocrático-democrático" até a "grade gerencial" baseada nas coordenadas cartesianas - na vertical, a preocupação, o interesse, a responsabilidade pelas pessoas, e, na horizontal, a responsabilidade pela produção. De acordo com Austin (2002), o padrão global das ações do líder, conforme percebido por seus subordinados é chamado de estilo de liderança. Ele representa a filosofia, as habilidades e atitudes do líder na prática. Os estilos que são discutidos diferem basicamente quanto à motivação, poder ou orientação para tarefas e pessoas. Embora tipicamente sejam utilizados em combinação ou mesmo aplicados diferentemente, a vários empregados, há diversos contrastes entre eles, bem há um impacto das suposições sobre o estilo de liderança, sobre o qual se dissertará a seguir. 2.1.3 Premissas dos líderes McGregor (apud SILVA, 2004) apresenta dois extremos de visão dos líderes com relação ao comportamento humano no ambiente de trabalho, denominado Teoria X e Teoria Y. A Teoria X supõe que o homem não tem ambição, responsabilidade e prefere ser dirigido. Também não coopera para o alcance dos objetivos da organização, faltando-lhe criatividade e muito resistente a mudança. No entanto, a Teoria Y propõe que o indivíduo pode ser criativo de acordo com o nível de motivação. Existe então um desenvolvimento de habilidades para unir as metas pessoais com as organizacionais, podendo ampliar sua competência, autocontrole e realização. 29 Logo, Austin (2002, p.159), ressalta que: Douglas McGregor elaborou uma convincente argumentação segundo a qual que a maior parte das ações gerenciais decorre diretamente da teoria sobre comportamento humano que os gerentes sustentam. A idéia é que a filosofia de administração controla a prática. As práticas de administração de pessoal, o processo de tomada de decisões, a forma de operar e até mesmo o planejamento organizacional derivam de crenças sobre o comportamento humano. Essas crenças podem estar mais implícitas do que explícitas, mas podem ser inferidas a partir da observação dos tipos de ações que os gerentes tomam. Observando a Tabela das Teorias X e Y de McGregor abaixo, podem-se constatar os enfoques alternativos sobre os empregados. Tabela 1: Teorias X e Y de McGregor, enfoques alternativos sobre os empregados. TEORIA X TEORIA Y A pessoa comum não gosta de trabalhar e evitará isso se possível. O trabalho é tão natural quanto a diversão e o repouso. A pessoa comum tem falta de responsabilidade, pouca ambição e procura a segurança acima de tudo. As pessoas não Tomaram-se assim experiências. A maioria das pessoas deve ser corrigida, controlada, ameaçada com punição para vir a trabalhar. As pessoas exercerão autodireção e autocontrole a serviço dos objetivos com os quais estiverem comprometidas. As pessoas têm potencial. Sob condições propícias aprendem não só a aceitar como a procurar responsabilidades. Têm imaginação, engenhosidade e criatividade que podem ser aplicadas ao trabalho. Por causa destas pressuposições, o papel da gerência é desenvolver o potencial dos empregados e ajudá-Ios a liberarem esse potencial na direção de objetivos comuns. Por causa destas pressuposições, o papel da gerência é coagir e controlar os empregados. nasceram preguiçosas. como resultado de Fonte: Austin (2002, p.160). Como se percebe na Tabela 1, a teoria X é um tradicional conjunto de considerações sobre as pessoas, teoria que defende que a maioria das pessoas não gosta de trabalhar e tentará evitar o trabalho tanto quanto for possível. Afirma Austin (2002) tratar-se de pessoas que se prendem a vários tipos de restrições ao trabalho, têm pouca ambição e evitarão a responsabilidade a todo custo. Elas são relativamente egoístas, indiferentes às necessidades da organização e resistentes à mudança. As recompensas comuns oferecidas pelas organizações não são suficientes para sobrepujar a falta de gosto pelo trabalho; sendo que desta forma, a 30 única maneira de que a administração dispõe para assegurar o alto desempenho é a coerção, o controle e a ameaça. “Apesar das negativas por parte dos administradores, sobre esse ponto de vista, a maneira de agir dos mesmos, sugere acentuadamente que a teoria X é a sua típica crença sobre os empregados” (AUSTIN, 2002, p.160). Já a teoria Y implica uma abordagem mais humana e de maior apoio no gerenciamento das pessoas. Segundo Austin (2002, p.160) Pressupõe que as pessoas não nasceram preguiçosas. Qualquer evidência de que agem assim é o resultado das suas experiências nas organizações; mas se a administração chegar a promover um ambiente adequado que libere o potencial das pessoas, o trabalho tornar-se-á tão natural para elas como o descanso e o resto. Elas exercerão o autodirecionarnento e autocontrole a serviço dos objetivos com os quais estiverem comprometidas. O papel do gerente é promover um ambiente no qual o potencial das pessoas possa ser liberado para o trabalho. Segundo ainda Austin (2002) a argumentação de McGregor foi a de que a administração tem ignorado os fatos sobre as pessoas. Foi pelo fato de seguirem um conjunto de crenças fora de moda sobre as pessoas que ele aderiu à teoria X quando os fatos reais indicam que a maioria das pessoas estão mais próximas do conjunto de crenças da teoria Y. Existem importantes diferenças entre as pessoas; portanto algumas podem ficar mais próximas à teoria X, mas praticamente todos os empregados têm algum potencial de crescimento da teoria Y. Portanto, McGregor afirmou que a administração precisava mudar para uma teoria de trabalho com as pessoas toda nova: a Teoria Y. 2.1.4 Poder O perfil de liderança atual está direcionado a um modelo que proponha uma situação participativa, em que exista uma maior dedicação do líder aos outros, levando a um conceito holístico do trabalho, promovendo a idéia da comunidade e a divisão de poder (OLIVEIRA; MARINHO, 2006). Fiorelli (2004) afirma que poder distingue-se de liderança. A liderança representa uma forma de poder. O poder deriva de fontes externas e internas ao indivíduo. Entre as externas, encontram-se riqueza, posse de bens, posição na hierarquia organizacional, participação em grupos de interesse e outras. Perícia e 31 características de personalidade, por exemplo, são fontes de poder internas ao indivíduo. A capacidade de exercer liderança, uma forma de poder inerente ao indivíduo, constitui um atributo da pessoa, exercido por ela de acordo com circunstâncias relativas aos seguidores e à situação (WAGNER III e HOLLENBECK, 1999, p. 244). Conforme Fiorelli (2004, p.201), “Muitas vezes, o fato de o profissional exercer algum tipo de poder na organização, gera no indivíduo a falsa crença de que é um líder”. Complementa afirmando ainda que “o comportamento dos áulicos que o rodeiam contribui para reforçá-Ia”. Lacombe (2006) relata que o líder também é influenciado pelas circunstâncias e por seus próprios liderados, embora seja o detentor do poder. Podendo ser definido como poder legítimo, que provém da posição ocupada na organização e se manifesta por via de recompensas ou punições; poder referente que exerce influência em virtude do respeito por suas qualidades e personalidade; poder do saber que se baseia no conhecimento, experiência e informação. Para Austin (2002, p.156), Todos os líderes lidam com poder e política. Poder é a habilidade de influenciar as outras pessoas e os acontecimentos. Ele representa as reservas do líder, a forma pela qual líderes estendem suas influências aos outros... É um pouco diferente da autoridade, porque a autoridade é delegada pela alta administração. O poder, por outro lado, é conseguido e ganho pelos líderes tendo por base as próprias personalidades, suas atividades e as situações nas quais operam. Lacombe (2006) complementa que o poder legítimo desacompanhado do poder referente e do poder do saber pode limitar o desempenho do grupo. Chiavenato (2005) considera aspectos como motivação, comunicação, relações interpessoais, trabalho em equipe e dinâmica de grupo, indispensáveis para que o indivíduo torne-se um líder bem-sucedido. A política relaciona-se com as formas pelas quais os líderes ganham e usam o poder. É necessário ajudar o líder manter-se "no topo da situação" e controlar os eventos na direção dos objetivos desejáveis. A política diz respeito ao equilíbrio do poder, livrar a cara, compromissos engenhosos, trade-offs, e uma variedade de outras atividades. Isso tem sido a atividade humana clássica desde o começo da civilização; dessa forma ela não existe somente nas modernas organizações. Mas as organizações modernas são um terreno fértil para que a política floresça. Os observadores dizem que os líderes que são capazes, mas aos quais falta habilidades políticas básicas terão problemas em galgar até o topo nas organizações modernas. De 32 forma clara, as habilidades políticas são essenciais para os líderes, tanto para o seu sucesso pessoal como também para suavizar o caminho para o desempenho dos subordinados (AUSTIN, 2002, p.156). Segundo Silva (2004), um líder tem cinco tipos de poderes que os ajudam no desenvolvimento da liderança. São eles: poder de recompensa: é a capacidade de influenciar o comportamento dos indivíduos oferecendo-Ihes algo de valor, um resultado positivo; poder coercitivo: é a influência através de punição e retenção de resultados positivos; poder de especialização: é a capacidade de exercer influência por meio de seu conhecimento específico e entendimento sobre determinado assunto. poder de referência: é a capacidade de influenciar os indivíduos pela sua identificação pessoal e positiva com os mesmos; poder legítimo: é o poder apresentado em resultados dos direitos do cargo ou da função ocupada. Conforme a classificação de Austin (2002), o poder do especialista, também conhecido como a autoridade pelo conhecimento, vem do aprendizado especializado. É a força que vem do conhecimento das pessoas e das informações a respeito das situações complexas. Ele depende da educação, do treinamento e da experiência, e dessa forma representa um tipo importante de poder na nossa sociedade tecnológica moderna. Por exemplo, caso sua esposa esteja tendo um ataque ou qualquer outro tipo de problema na sala de emergência hospitalar, você estará mais propenso a dar sua atenção ao médico que vem oferecer tratamento do que ao ajudante que entra distribuindo roupa limpa. A razão é que você espera que o médico seja um especialista capaz nessa situação. Para Austin (2002) o poder de referência é denominado poder pessoal. Também chamado pela autora de poder referente, poder carismático e poder de personalidade, sendo que o mesmo vem de cada líder individualmente. Para a autora este poder refere-se à habilidade que têm os líderes de desenvolverem os seguidores a partir das forças de suas próprias personalidades. Eles têm um magnetismo pessoal, um ar de confiança e uma crença naqueles objetivos que atraem e mantêm seus seguidores. As pessoas o seguem porque assim o querem; 33 suas emoções lhes dizem para fazerem isso. O líder é sensível às necessidades das pessoas e asseguram o sucesso em atingi-los. O poder legítimo, Austin (2002, p.157) caracteriza como: Também conhecido como poder da posição e poder oficial, vem da autoridade superior. Ele nasce da cultura da sociedade através da qual o poder é delegado legitimamente das mais altas autoridades para os demais. O poder legítimo dá ao líder força de controlar os recursos recompensando e punindo outras pessoas. Esse poder é aceito pelos outros porque eles acreditam que seja desejável e necessário para manter a ordem e desencorajar a anarquia na sociedade. Existe uma pressão social dos colegas e amigos que o aceitam e esperam que os demais também o façam. Um outro tipo de poder classificado por Austin (2002, p.157) é o denominado poder político: este, segundo a autora “vem do apoio do grupo. Nasce da habilidade do líder em trabalhar com pessoas e sistemas sociais, para ganhar a sua aliança e apoio. Ele se desenvolve em todas as organizações”. Silva (2004) relaciona os poderes de recompensa, coercitivo e legítimo como resultados da posição hierárquica. Por outro lado, os tipos de poderes de especialização e referência estão diretamente associados ao indivíduo independente da posição de seu cargo na hierarquia da empresa. Bertrand Russell uma vez disse, "O conceito fundamental em ciência social é o poder, no mesmo sentido em que a energia é o conceito fundamental em Física". O fato de ignorarmos isto, de não enxergarmos o óbvio, conduziu a um curto-circuito transacional humano. Em suma, somos uma nação sofrendo de um sério bloqueio de poder (BENNIS; NANUS, 2003, p.13). Ironicamente, o poder é uma das forças mais conhecidas no universo e a atração e o impulso que sentimos e exercemos desde o nascimento até a morte. Está implícito em toda a interação humana - familiar, sexual, ocupacional, nacional e internacional - secreta ou abertamente (BENNIS; NANUS, 2003, p.13). No entanto, esta energia social básica foi encoberta de tal forma que não é mais possível reconhecê-Ia. Traz em si uma vasta quantidade de conotações acumuladas durante milhares de anos. Estas implicações, inclusive avareza, insensibilidade, crueldade, corrupção, tomadas como um conjunto, levaram à desconsideração e desintegração do poder, para todos. Em outras palavras, é ao mesmo tempo o elemento mais necessário e menos confiável, entre os exigidos para o progresso humano, relatam os autores Bennis e Nanus (2003). 34 O poder tem sido mal usado visto historicamente, os líderes têm controlado ao invés de organizar, administrado a repressão ao invés da expressão, e mantiveram seus seguidores parados, ao invés de mantê-los em evolução (BENNIS; NANUS, 2003, p.14). Castelo (2008) de forma sumária descreve a distinção entre poder e liderança. Segundo ele, não é líder quem se impõe pela força e poder, mas quem usa o poder da liderança, isto é, o poder da persuasão e a capacidade de influenciar, sabendo mostrar, como um guia, o caminho que ele vê e conhece melhor. A melhor persuasão é o exemplo. É incrível, e lamentável, constatar que já em plena virada de milênio ainda existem empresários e executivos de alto nível que confundem liderança com uso arbitrário do poder. Autoritários, inacessíveis e distantes, emocionalmente descontrolados, donos da verdade, pois não aceitam qualquer tipo de questionamento. São pessoas no fundo muito inseguras, por isso não conseguem ouvir. São excessivamente transparentes para expressar o que sentem, mas não admitem nos outros essa mesma transparência, embora paguem um preço muito alto por isso apesar de não o perceberem ou de não quererem percebê-lo. Como referem Bennis e Nanus (2003, p.14), “precisamos aprender a perceber o poder pelo que realmente ele é. Basicamente, é o recíproco da liderança”. E, por fim como aludem os autores Bennis e Nanus (2003), falta algo em todas as formulações da "nova era" - uma questão que tem sido sistematicamente omitida, sem exceção: poder a energia básica para iniciar e sustentar a ação, traduzindo a intenção para realidade, a qualidade sem a qual os líderes não podem liderar. Assim como os economistas se colocaram num beco cada vez mais sem saída, deixando de reconhecer as limitações e restrições do livre comércio, também os estudantes de organizações evitaram o problema central da liderança. Sem qualquer ressalva, podemos afirmar categoricamente que todos os atuais paradigmas da vida organizacional, sejam eles da "nova era", ou das velhas cepas, falharam em considerar o poder. Ainda, ressalta-se Austin (2002) ao afirmar que os tipos de poder são desenvolvidos a partir de diferentes fontes, mas na prática se acham interligados. Quando uma base de poder é retirada dos supervisores, os empregados podem perceber que outras bases de influência também diminuirão. Estudos também 35 indicam que o uso da base do poder deve ser adequado ao contexto organizacional para ser então eficaz. 2.1.5 Comportamento Conforme Fleury e Fleury (1995), os nossos valores deram origem a um esforço para redefinir e promover a liderança de novas maneiras. A liderança não é um estado final ao qual se chega, quer seja como individuo ou como empresa. Deve ser conquistada todos os dias. Deve tornar-se uma maneira contínua de pensar e de estar, independentemente do nível ou do cargo que se ocupa. A liderança é uma missão para a maioria e não apenas para alguns. Portanto, pode-se afirmar que a ênfase atual mudou, em grande parte, dos traços para a identificação de comportamentos de liderança, que, segundo Austin (2002), dentro dessa visão, o sucesso da liderança depende de comportamentos apropriados, habilidades e ações e não de traços pessoais. No entanto, segundo Austin (2002, p.151): Isto é muito significativo, uma vez que comportamentos podem ser aprendidos e modificados, enquanto que traços são relativamente rígidos. Os três diferentes tipos de habilidades que os líderes utilizam são técnica, humana e conceitual. Embora tais habilidades sejam interligadas na prática, elas podem ser consideradas separadamente. Explica a autora que a habilidade técnica refere-se ao conhecimento da pessoa e à habilidade em qualquer tipo de processo ou técnica. A habilidade humana é a habilidade de trabalhar efetivamente com pessoas e desenvolver equipes de trabalho. As habilidades conceituais lidam com idéias, enquanto que as habilidades humanas dizem respeito às pessoas e a habilidade técnica envolve coisas (AUSTIN, 2002). Segundo Bergamini (1994, p.27), em função da relativa descrença surgida quanto à aceitação incondicional da teoria dos traços, os cientistas comportamentais passaram, no início da década de 50, a se preocupar com a dinâmica do comportamento do líder. As proposições tinham como base modos com certa constância que levavam pessoas a serem bem-sucedidas. Os estudos de liderança, iniciados em 1945 pelo Bureau of Business 36 Research da Ohio State University, definiram que o comportamento de liderança poderia ser classificado através de dois fatores independentes denominados iniciar estrutura e consideração. Iniciar estrutura relaciona-se ao planejamento, bem como à organização do trabalho e tarefas. Consideração refere-se à manutenção de relações (REDDIN, 1999). Esses dois fatores são descritos como sendo independentes, porque a extensão na qual um líder usa um deles não ajuda a prever a amplitude do outro. Este ponto é vital, pois significa que um líder pode estar usando os dois em grande quantidade, os dois em pequena quantidade, grande quantidade de um e pequena quantidade de outro, ou qualquer combinação de quantidades várias dos dois fatores (REDDIN, 1999). Segundo Hersey e Blanchard (1986), os termos comportamento da tarefa e comportamento das relações são usados para descrever os mesmos conceitos definidos pelos estudos da Ohio State como Consideração e Estrutura Inicial. Assim, são sugeridos quatro estilos básicos de comportamento do líder, quais sejam: Relações elevadas e tarefa baixa, relações elevadas e tarefa elevada, relações baixas e tarefa baixa e relações baixas e tarefa elevada. Esses quatro estilos, segundo os autores, representam, basicamente, personalidades de líder, condicionados a padrões de hábitos ou respostas relacionadas a vários estímulos, desenvolvidos à medida que um indivíduo amadurece. Assim, este passa a comportar-se de maneira semelhante em condições semelhantes, trazendo aquilo que os outros reconhecem como sua personalidade (HERSEY; BLANCHARD, 1986). O comportamento de tarefa é definido segundo Hersey; Johnson (1997), como o tempo dedicado pelo líder a explicar os deveres e as responsabilidades de uma pessoa ou de um grupo. Esse comportamento inclui determinar a tarefa e como, quando, onde e por quem deve ser realizada. O comportamento de relacionamento é definido de acordo com a extensão do envolvimento do líder na comunicação bilateral ou multilateral. Esse comportamento abrange o ato de ouvir, facilitar e apoiar. Chiavenato (2003) alude que o movimento das relações humanas proporcionou o surgimento de análises para um melhor entendimento do comportamento dos indivíduos, pois esse movimento visava mais às pessoas do que a tarefa em si, buscando ma compreensão individual do trabalhador para assim 37 obter uma melhor produtividade. Sendo assim, essa abordagem ao comportamento de liderança, levou a percepção das origens e eficácia da liderança. Os comportamentos de liderança servem como guia para ações pessoais à medida que trabalhamos juntos para alcançar os objetivos do negócio e criar uma cultura ainda mais vibrante, aberta e bem sucedida (CHIAVENATO, 2003). Enfim, conforme Fleury e Fleury (1995), o comportamento de liderança (que envolve funções como planejar, dar informações, avaliar, arbitrar, controlar, recompensar, estimular, punir etc.) deve ajudar o grupo a atingir os seus objetivos, ou, em outras palavras, a satisfazer suas necessidades. Assim, o indivíduo que possa dar maior assistência e orientação ao grupo (escolher ou ajudar o grupo a escolher as melhores soluções para seus problemas) para que atinja um estado satisfatório, tem maiores possibilidades de ser considerado seu líder. A liderança é, pois, uma questão de redução de incerteza do grupo. O comportamento pelo qual se consegue essa redução é a escolha. A liderança é um processo contínuo de escolha que permite à empresa caminhar em direção à sua meta, apesar de todas as perturbações internas e externas. Assim a liderança é uma questão de tomada de decisão do grupo. 2.1.6 Liderança situacional ou contingencial Atualmente liderança é encarada não mais como uma característica apenas, mas como um comportamento e, como tal, é algo que poderia ser aprendido, conforme Hersey e Johnson (1997). Na figura 1, logo a seguir, apresenta-se o esquema do Grid Gerencial, conforme Blake; Mouton (apud BOWDITCH; BUONO, 1992), formado em dois eixos sendo que o eixo horizontal simboliza a “produção” e o eixo vertical “o interesse das pessoas”. É estabelecida a graduação de 0 a 9 em cada eixo. Desta forma, um líder com avaliação 9, no eixo horizontal, possui um interesse máximo por produção, podendo também ter o valor 9 para interesses em pessoas. Segundo as pontuações, são definidos cinco estilos de liderança, “empobrecido”, “country club”, “tarefa”, “meio-termo” e “equipe”. 38 Alta 9 Preocupação com as pessoas 8 7 9,9 Gerência de Equipe O trabalho é realizado por pessoas que têm um compromisso: a interdependência através de um “interesse comum” nos propósitos da organização leva a relações de confiança e respeito. 1,9 Gerência de Clube de Campo Grande atenção às necessidades das pessoas de relacionamentos profícuos, levando a um clima organizacional e ritmo de trabalho confortáveis e amistosos. 6 5,5 Gerência do Homem da Organização O desempenho adequado da organização é possível através do equilíbrio da necessidade de realizar o trabalho com a manutenção do moral das pessoas num nível satisfatório. 5 4 3 2 1,1 Gerência Empobrecida O exercício de um mínimo de esforço para obter o trabalho necessário é o suficiente para manter a afiliação à organização. 9,1 Gerência à Autoridade A eficiência operacional resulte da provisão de condições de trabalho de modo que os elementos humanos interfiram ao mínimo. 1 Baixa 1 Baixa 2 3 4 5 6 7 8 9 Alta Preocupação com a produção Figura 1: Grid Gerencial Fonte: BLAKE; MOUTON (1985, p.11, apud BOWDITCH; BUONO, 1992, p.48). O modelo de Blake e Mouton (1985, apud BOWDITCH; BUONO, 1992) ganhou boa repercussão, mas foi criticado pela proposta de ser um modelo que funciona em qualquer situação. A idéia de que a eficácia do estilo é condicionada pela situação proporcionou o desenvolvimento de outras teorias da liderança situacional. Retornando-se ao embasamento de Araújo (2006), este, lembra que nenhum estilo precisa ser exclusivamente seguro. É muito coerente o líder variar o estilo de acordo com as necessidades do ambiente e a circunstância em que se encontra. Assim, têm-se as teorias de liderança situacionais ou contingenciais; transacionais e, transformadoras. A “Teoria do enfoque situacional”, a mais recente, além de abranger uma nova visão de liderança, conforme Hersey & Johnson (1997), ainda vai um pouco além, encarando-a como algo que deve ser considerado dentro de um contexto integrado. Não se deve mais focar apenas, o líder, o subordinado e sua relação com aquele, ou mesmo, apenas as situações em que a liderança se insere. Mas todos estes fatores conjuntamente. O conceito básico da liderança situacional consiste na premissa de que não 39 existe um único estilo de liderança apropriado para toda e qualquer situação. O líder, liderados e a situação são as variáveis norteadoras do processo de liderança; entretanto, neste modelo a ênfase recai sobre o comportamento do líder em relação aos liderados frente a uma tarefa específica (HERSEY & JOHNSON, 1997) Para abordagem situacional, o modelo contingêncial adota o conceito do comportamento adaptativo do líder, partindo da idéia de que os estilos diferentes podem ser eficientes ou ineficientes, dependendo dos elementos envolvidos na situação. Sendo este desenvolvimento por Fielder e Clemers (1981), pode determinar as relações entre líder e membro, o grau de estruturação da tarefa a ser desenvolvida e o poder de posição do líder. O modelo desenvolvido possibilita que ocorram até 8 combinações das 3 variáveis (Figura 2): Estilo orientado pela Estilo orientado Estilo orientado pela tarefa por relações tarefa Situação favorável à tarefa Situação intermediária quanto à positividade para o líder Situação desfavorável a liderança Figura 2: Estilos de liderança em diferentes situações. Fonte: Fielder e Chemers (1981, p.92). O modelo recebe crítica por avaliar atitudes e não comportamentos reais, porém, o autor é considerado uma das pessoas mais influentes no estudo da liderança e demonstrou a complexa interação das características do líder com a situação. Hersey & Blanchard (1986, p.186-187) afirmam que o conceito (da teoria da liderança situacional) "foi desenvolvido para ajudar as pessoas que tentam exercer liderança, independentemente do seu papel, a serem mais eficazes em suas interações quotidianas com os outros" e que "oferece aos líderes maior compreensão da relação entre um estilo de liderança eficaz e o nível de maturidade de seus liderados". Já dentro do fator liderança situacional, esta teoria, segundo ainda Hersey & Blanchard (1986), baseia-se na relação entre três conjuntos básicos: 40 a) o conjunto de estruturações (tarefa) b) o conjunto de suportes sócio-emocionais (comportamento voltado para o relacionamento humano); c) o nível de maturidade dos subordinados ou grupo. Os dois extremos caracterizados pelo líder voltado para a tarefa e pelo líder voltado para as relações humanas, já não são vistos como opostos na teoria da liderança situacional, reafirmam os autores. Concorda-se com Hersey & Johnson (1997) quando salienta que somente será exercida uma liderança eficaz, a partir da compreensão do processo de liderar, do desenvolvimento das habilidades necessárias e principalmente da aplicação dessas habilidades na sua prática. Gardner (1990) aborda que o fato de existirem tipos diversos de líderes, liderados e contextos variados acarreta implicações na educação para a liderança. Para o autor a maioria dos que buscam desenvolver jovens líderes em potencial tem em mente um modelo ideal, que é inevitavelmente restrito. Dever-se-ia transmitir aos jovens uma noção dos muitos tipos de líderes e estilos de liderança e estimulá-los a orientarem-se para os modelos que lhes forem adequados. De acordo com Hersey e Blanchard (1986), a liderança situacional baseia-se numa inter-relação entre a quantidade de orientação e direção (comportamento de tarefa) que o líder oferece, a quantidade de apoio sócio-emocional (comportamento de relacionamento) dado pelo líder e o nível de prontidão (maturidade) dos subordinados no desempenho de uma tarefa, função ou objetivo específico. Em suma, o conceito de liderança situacional é bem simples, esse tipo de liderança e voltado para situações diferentes, ou seja, ela se adequa a diferentes tarefas propostas, o estilo tem que e ajustar à situação. O principal problema que essa teoria busca resolver e descobrir qual estilo ajusta – se a qual situação; para isso é preciso resolver como avaliar a situação. Com os anos foram desenvolvidos vários modelos voltados para a liderança situacional: Como o modelo de Tannenbaum e Schimidt, que propõem três critérios para avaliar a situação: a forma como o líder se comporta é influenciada pela sua formação, valoriza a iniciativa e a liberdade, ele prioriza os comportamentos democráticos; as características dos funcionários influência a escolha e a eficácia do estilo de liderança e o clima da organização, se ela, por exemplo, tiver uma cultura 41 muito rígida tende-se a fazer com que os gerentes favoreçam os estilos para a tarefa. O modelo de Fiedler pode avaliar em três termos de características: As relações entre líder e seguidores, se for uma relação positiva a situação é favorável. O grau de estruturação da tarefa, se forem bem definidas com alto grau de organização e certeza, são favoráveis para o líder. O poder da posição, se o líder puder fazer mudança, puder promover ou remover qualquer integrante da sua equipe, significa que seu título tem poder e isso indica autoridade e importância, uma situação favorável. De acordo com Schemerhorn (1999), a obra de Fred Fiedler deu início à era da contingência situacional em meados da década de 60. Essa teoria afirma que a eficácia da equipe depende da combinação do estilo do líder e as exigências da situação. O modelo de Hersey e Blanchard (1986), é sem dúvida um dos mais conhecidos modelos em termos de liderança situacional, é baseado em duas variáveis: o comportamento do líder (como ele orienta para as tarefas e como é o seu relacionamento com seus seguidores) e a maturidades dos seus subordinados. O conceito chave desse modelo é o nível de maturidade dos subordinados (em relação ao desempenho com as tarefas, não em relação a sua personalidade). A maturidade consiste na capacidade de estabelecer objetivos (metas), aceitar as responsabilidades e a aptidão para desempenhar a tarefa solicitada (esse critério é avaliado pelo líder, se o subordinado tem experiência e formação para desempenhar essa tarefa, logo ele está apto a mesma). Ou, seja, Hersey e Blanchard (1986) desenvolveram o seguinte modelo: Direção: instruções específicas na supervisão direta quando da execução da tarefa. Treinamento: explicação das decisões e oportunidades de esclarecimento. Apoio: compartilhamento de idéias e facilidade para tomada de decisão. Delegação: responsabilidade pelas decisões e sua implementação. Robbins (2004) acredita que a idéia de que a liderança situacional é uma teoria que focaliza os seguidores, sendo eles os responsáveis pela eficácia de seu 42 desempenho, não dependendo apenas das ações dos líderes. Blanchard, Zigarmi e Zigarmi (2002), modificaram a nomenclatura de diversos elementos do modelo situacional. Assim, a maturidade passou a se denominar por desenvolvimento, a capacidade por competência e a motivação por empenho. Estas modificações levaram também a uma nova denominação do modelo, “liderança situacional II”. Ao longo do tempo, o Modelo Situacional tem sofrido constantes alterações, causando diversas divergências e inconsistências quanto ao seu desenvolvimento. Existem alguns autores que quando se referem ao modelo de liderança situacional, misturam conceitos da liderança situacional e da liderança situacional II. Para salvaguardar estas situações, Graeff (1997, apud BLANCHARD, ZIGARMI & ZIGARMI (2002), sugere que se procure definir primeiramente com qual modelo se está a trabalhar, de maneira a não confundir os diferentes conceitos. A criação do modelo da liderança situacional, de acordo com Blanchard, Zigarmi e Zigarmi (2002), tem como principal objetivo ajudar as pessoas que tentarem exercer liderança, independentemente do seu papel, a serem mais eficazes nas suas interações quotidianas com os outros. Ou seja, o modelo busca enfatizar um papel técnico no sentido de proporcionar uma abordagem prática da eficácia da liderança. 2.1.7 Liderança transformacional As questões emergentes do século XXI, com relação ao tipo de liderança evidenciam um estilo motivacional identificado por Maximiano (2000) como carismático ou transformacional. Bergaminni (2002) reconhece como liderança transformacional, o vínculo estabelecido quando as pessoas estão engajadas entre si por buscarem o atendimento de necessidades de nível mais elevado, sendo que neste caso, não há a preocupação apenas com os benefícios que se possa usufruir, nem com aquilo que se possa ganhar ou perder. Conforme Burns (1978, apud BERGAMINI, 2002, p. 149), "[...] seus propósitos podem ter sido disparados de maneira separada, mas se relacionam e se fundem”. Informa Bergamini (2002) que neste processo, surge uma situação de 43 influência mútua na qual o líder e o seguidor estimulam um ao outro, pois ambos se identificam com a causa que perseguem. Burns (1978) menciona, inclusive, aquilo que chama de liderança moral. Aqui, a produtividade do vínculo nasce da "congruência entre as escalas de necessidades e hierarquias de valor, que oferecem um poderoso potencial para o exercício de uma liderança firmemente estabelecida" (BURNS, 1978, apud BERGAMINI, 2002). Na liderança transacional, a influência ocorre do líder para o seguidor, mas, na liderança transformacional, ela flui ao mesmo tempo nos dois sentidos, o que determinará um vínculo mais consistente em termos de trocas mais efetivas. Como colocam Bass e Avolio, (apud, BERGAMINI, 2002, p. 150), [...] um líder transformacional difere do transacional não meramente por reconhecer as necessidades dos associados, mas pelo fato de procurar desenvolver aquelas necessidades que vão de um nível mais baixo para um nível mais alto de maturidade. Os autores que desenvolveram suas pesquisas para investigar aspectos mais relevantes em liderança transformacional caminharam firmemente no sentido da valorização dos aspectos motivacionais aí envolvidos. São esses autores que ligaram definitivamente a eficácia em liderança ao desbloqueio do potencial motivacional do seguidor. Mais adiante, os mesmos autores Bass e Avolio,(apud, BERGAMINI, 2002, p. 150), acusam que a [...] liderança transformacional encoraja os demais tanto a se desenvolverem como a atingirem um desempenho que esteja além das expectativas-padrão. [...] Uma das razões para isso, para trabalhar com maior afinco, é que os seguidores presenciem os tipos de sacrifícios que o líder faz para cumprir a missão. Concluem, portanto, que “os líderes transformacionais podem ser observados em todos os níveis hierárquicos nos ambientes industriais, educacionais, governamentais ou militares” (BASS; AVOLIO, 1977, apud BERGAMINI, 2000, p.151). Embora o líder não atue com vistas a modificar o comportamento dos seguidores, seu exemplo parece fundamental para eles. Para Burns (1978), a ação do líder não pressupõe passividade do seguidor; muito pelo contrário, parece fundamental para o autor que ocorra uma transformação nos dois sentidos: 44 [...] nunca deveríamos fingir sobre aquilo que não sabemos, não deveríamos ter medo de perguntar e aprender com as pessoas que estão em posições inferiores e deveríamos ouvir cuidadosamente os pontos de vista dos quadros de pessoal nos mais baixos níveis. Ser um aluno, antes de tornar-se um professor; aprender com os quadros de níveis inferiores, antes de expedir ordens (BURNS, 1978, apud BERGAMINI, 2002, p.153). Bergamini (2002, p.153) coloca que a contingência em liderança pressupõe viabilizar um processo de trocas em duas direções, as quais, na grande maioria das vezes, revertem-se em enriquecimento mútuo. “Assim proposta é que se entende a liderança transformacional como uma liderança carismática, mas vai além dela, uma vez que esta última não seja necessariamente transformacional”. Logo, para Bryman (2004), a liderança transformacional alarga e eleva os objetivos e motiva os subordinados para níveis mais elevados de desempenho e organização estes líderes são denominados líderes carismáticos. Segundo Maximiano (2000), a liderança transformacional situa-se no extremo oposto de um contínuo, em que o outro extremo é ocupado pela liderança transacional. 2.1.8 Liderança transacional Há basicamente duas formas propostas por Burns (1978) de atender às expectativas dos seguidores, tendo em vista a formação do vínculo dentro de um processo contingente de liderança. Uma delas, a liderança transformacional, já se comentou anteriormente, a outra a liderança transacional, a qual Burns afirma que ocorre quando “uma pessoa toma iniciativa de estabelecer contato com outras com o objetivo de trocar bens de valor” (apud BERGAMINI, 2002, p.148). Segundo Bergamini (2002) a liderança transacional, embora esteja baseada numa relação tipicamente caracterizada como estímulo/resposta, pode se tomar melhor caso se trabalhe mais proximamente dos indivíduos que compõem o grupo de seguidores. Com isso, toma-se possível estabelecer uma forma de acordos que permita chegar a objetivos de trabalho que sejam específicos, tendo o líder, ao mesmo tempo, o cuidado de conhecer as habilidades pessoais dos seguidores. Para liderar produtivamente, a partir desse enfoque, é importante também que o líder tenha a cautela de especificar claramente aquelas recompensas 45 que devem ser esperadas a partir de um determinado desempenho - é necessário, então, delinear padrões de desempenho para cada um dos colaboradores (BERGAMINI, 2002, p.149). Segundo Bass e Avolio (apud, BERGAMINI, 2002) a liderança transacional está baseada em um processo de troca na qual o líder provê recompensas em troca do esforço de seguidores e desempenho. Conforme Burns (1978 apud BRYMAN, 2004), a liderança transacional compreende uma troca entre líderes e seguidores, na qual o primeiro oferece recompensas, usualmente na forma de prestígio ou dinheiro, para que o segundo alcance os objetivos definidos pelo líder. Bass (apud Hersey & Blanchard, 1986, p.186), claramente identifica liderança transacional como sendo baseado em troca material ou econômica, ele da mesma maneira claramente identifica liderança transformacional como estando baseada em troca social. A liderança transacional está centrada no fazer coisas e baseia-se na relação com os subordinados. Nesta, o líder, em lugar de ter a atitude passiva de esperar que os erros ocorram, mantém a predisposição de monitorar constantemente e de forma muito próxima as atividades dos colaboradores para evitar que as falhas ocorram. Neste caso, considera-se que ele assuma uma presença mais ativa. Isso pressupõe também a sensibilidade que permite conhecer as características dos colaboradores. Dessa forma, ele pode deixar de ser puramente o agente que patrocina as trocas, estando mais próximo de ser um supervisor, ou até mesmo um orientador, sendo assim se pode dizer que na liderança transacional, a influência ocorre do líder para o seguidor (BRYMAN, 2004). Um dos autores que propôs uma teoria mais detalhada a partir da obra de Burns foi Bass (1990), descrevendo os processos transformacionais nas organizações e distinguindo liderança transformacional, carismática e transacional (YUKL, 1989). Primeiramente, Bass (1990) não considera a liderança transformacional e transacional como opostas, mas apenas dimensões diferentes (BRYMAN, 2004). No que se refere à distinção entre os dois tipos de liderança anteriormente apresentados, o próprio Bass (1999, p. 9) afirma que “enquanto os líderes transformacionais elevam a sua moral, a motivação e a moral dos seus seguidores, os líderes transacionais lidam com os interesses imediatos dos seus liderados”. 46 Numa revisão que Bass (1999) apresenta sobre vinte anos de pesquisa acerca da liderança transacional e transformacional, o autor advoga que as pesquisas empíricas sustentam a utilidade desta distinção. Além disso, mudanças no mercado de trabalho e da força de trabalho durante estas duas décadas (80 e 90) resultaram na necessidade dos líderes se tornarem mais transformacionais e menos transacionais (BASS, 1999). 2.1.9 Liderança visionária Para Nannus (2000) os líderes assumem o controle e fazem com que as coisas aconteçam, sonham e depois traduzem esses sonhos em realidade. Atraem o compromisso voluntário dos seguidores, energizando-os, e transformam as empresas em novas entidades, com maior potencial de sobrevivência, crescimento e excelência. A liderança eficaz energiza uma empresa para maximizar a sua contribuição para o bem-estar de seus membros e da sociedade da qual faz parte. Se os gerentes são conhecidos por suas habilidades de solucionar problemas, os líderes são conhecidos por serem mestres em projetar e construir instituições; eles são os arquitetos do futuro da organização. Robbins (2004, p. 240) define que "liderança visionária é a habilidade de criar e articular uma visão realista, crível e atraente do futuro, para uma organização ou unidade organizacional, que parte do presente e melhora-o", Ele acredita que se essa visão for implementada de forma adequada torna-se revigorante em termos habilidades e talentos futuros. Ainda segundo Nannus (2000), uma visão constitui um futuro realista, digno de crédito e atraente para a empresa. A visão sempre lida com o futuro, é onde começa o amanhã, pois ela expressa o que o líder e as outras pessoas que compartilham a visão estarão se esforçando para criar. Ser um líder eficaz, no atual cenário de rápidas mudanças, requer um delicado ato de equilíbrio, composto por quatro partes, dentro dos quais o líder deve ser capaz de se relacionar habilmente com os gerentes e trabalhadores que recorrem a ele, em busca de orientação, incentivo e motivação; aproveitar o ambiente externo e se relacionar habilmente com as pessoas externas à sua empresa, que estejam em posição de influenciar o seu êxito; entre eles, investidores, 47 clientes ou membros do conselho diretor; moldar e influenciar todos os aspectos das operações presentes da empresa, inclusive o desenvolvimento de produtos e serviços, os processos de produção, os sistemas de controle da qualidade, a estrutura organizacional e os sistemas de informação; prever o futuro, para avaliar e se preparar para acontecimentos como mudanças na preferência dos clientes, em tecnologias ou na economia global, que provavelmente terão implicações fundamentais para a empresa na próxima década (ROBBINS, 2004). Nannus (2000) define quatro papéis que, juntos, definem a função do líder visionário, como sendo o papel indicador de direção; do agente de mudança; do porta-voz; e do treinador. Complementa Nannus (2000) alegando que uma análise da literatura sobre liderança mostra que a maior parte é dedicada ao papel de treinador, bem como ao relacionamento de líderes com seguidores, à motivação e sistemas de recompensa, carisma e as artes de persuasão, ao trabalho em equipe e confiança, à participação e comunicação, e à gestão de conflitos. Esses fatores são importantes, mas concentrar-se apenas neles é como um arquiteto que só se preocupa com a forma e esquece a função. A liderança visionária vai além do carisma, como afirma ROBBINS (2000, p. 400): “a liderança visionária é a habilidade para criar e articular uma visão do futuro, realista, digna de crédito e atraente, que cresce a partir do presente e o aperfeiçoa”. Conforme ainda Robbins (2000) é necessário saber distinguir exatamente o que é a visão, ou seja, ela é uma declaração de missão e não de metas, é uma realidade, e quando projetada garante direção, propiciando, assim, os meios e também o fim, contendo valores que devem ser empreendidos para alcançar o resultado desejado. De acordo com Robbins (2000), a liderança visionária necessita ser apoiada por planos detalhados, ou seja, uma organização excepcional precisa de uma visão e de um alto nível de atenção nas operações cotidianas, resumindo, a visão e a boa administração devem andar lado a lado. 2.1.10 Gestor líder Araújo (2006) defende a idéia de que embora para alguns autores não 48 existam distinção entre gestor e líder, há gestores e gestores, uns são verdadeiros líderes, outros não. Nem todo gestor é um líder e nem todo líder é um gestor. Sendo que os líderes tratam de assuntos não palpáveis, e os gestores cuidam de pontos mais concretos. De acordo com Robbins (2004), todos os gerentes deveriam ser líderes, mas nem todos os líderes têm conhecimentos em funções administrativas, o que dificulta que todos se tornam gerentes. O indivíduo possuir a habilidade de influenciar os outros não significa que o mesmo saiba planejar, organizar e controlar. Para Bennis e Nanus (1998 apud ARAÚJO, 2006, p. 334) O líder opera sobre os recursos emocionais e espirituais da organização, sobre seus valores, comprometimento e aspirações. Em contraste, o gestor opera sobre seus recursos físicos da organização, sobre seu capital, habilidades humanas, matérias-primas e tecnologia. Robbins (2004) difere gerentes e líderes da seguinte forma: gerentes possuem autoridade formal conseqüentes do cargo ocupado, podendo punir ou recompensar seus colaboradores. No entanto os líderes apresentam autoridade formal ou informal para influenciar o desempenho das pessoas. Chiavenato (2005) cita quatro graus de influenciação: Coação: forçar, pressionar ou coagir; Persuasão: convencer as pessoas com conselhos, argumentos ou induções; Sugestões: apresentar um plano, idéia ou proposta; Emulação: Procurar imitar para igualar ou ultrapassar alguém. Para Hiam (2004), mais do que simples expressão verbal, um líder pode exercer influência por meio de suas atitudes e comportamento, tornando-se um exemplo a ser seguido pelos demais membros da equipe. Isso faz com que, obrigatoriamente, o líder seja encarado como um padrão de ética. Siqueira Neto (2006, p. 190) destaca que "ação eticamente correta é aquela que está em conformidade com os bons costumes da sociedade em que se insere o indivíduo". Para Nannus (2000) os líderes assumem o controle e fazem com que as coisas aconteçam, sonham e depois traduzem esses sonhos em realidade. Atraem o compromisso voluntário dos seguidores, energizando-os, e transformam as empresas em novas entidades, com maior potencial de sobrevivência, crescimento e 49 excelência. Se os gerentes são conhecidos por suas habilidades de solucionar problemas, os líderes são conhecidos por serem mestres em projetar e construir instituições; eles são os arquitetos do futuro da organização. Lacombe (2006) aponta quatro responsabilidades básicas dos líderes: 1. o líder deve ter desenvolvido uma imagem mental de um estado futuro possível e desejável da organização; 2. o líder deve comunicar a nova visão; 3. o líder precisa criar confiança por meio do posicionamento; 4. líderes são aprendizes perpétuos", destacando que o aprendizado é a fonte de energia de uma boa liderança. Senge (apud ARAÚJO, 2006) sugere que o líder deve agir como um professor, colaborando sempre com o desenvolvimento das pessoas e sucessivamente para que seu empenho seja maximizado. Também exige a competência de atuar como um verdadeiro maestro diante da orquestra, garantindo a sintonia e a harmonia do conjunto. Porém, Robbins (2004) lembra que só possuir essas características não é suficiente para uma boa liderança, apenas aumenta a probabilidade de eficácia. Para Lacombe (2006), existem muitas controvérsias na identificação das características dos líderes. Mesmo assim cita uma como sendo muito comum, que é a confiança que eles têm em si mesmos. Do contrário ninguém confiaria neles. Faria (apud ARAÚJO, 2006) deduz que a principal característica do líder é a confiança ou a credibilidade. Que sua relação com seus seguidores é baseada nesse princípio, uma vez quebrada a relação é desfeita. Em suma, Robbins (2004) considera muito difícil diferenciar as características de lideres e seguidores, ou líderes eficazes e ineficazes. Mas considera possível identificar características associadas com liderança como: Impulso: exibem forte desejo de realização, ambição, energia, persistência e iniciativa; Desejo de liderar: demonstram disposição para assumir responsabilidade e vontade de influenciar os outros; Honestidade e integridade: construção de relacionamentos de confiança com seus subordinados, sendo verdadeiros e coerentes na palavra e na 50 ação; Autoconfiança: o líder tem que transmitir segurança, convencendo seus subordinados da integridade dos objetivos e decisões; Inteligência: indispensável pela quantidade de informações que deve reter, criação de ponto de vista e resolução de problemas; Conhecimentos relacionados ao cargo: aprofundamento dos assuntos da empresa, setor e técnicas. Permite aos líderes assertividade na tomada de decisão e entendimento de seus resultados. Ainda, Faria (apud ARAÚJO, 2006) ressalta que outras características a pessoa-líder deve apresentar: Auto liderança: Antes de qualquer coisa o líder deve liderar a si mesmo, pois ele é a fonte de inspiração dos demais membros do grupo. Fazendo acompanhamento de suas próprias tarefas e persistindo em seus objetivos. Compartilhamento: O líder em sua posição sempre exercerá algum tipo de poder. Porém, ele não vai ser o único tomador de decisão, devendo compartilhar e dar liberdade para que os outros possam participar desse processo. Coragem: Atributo indispensável para influenciar pessoas. É fazer com que os outros acreditem na sua disposição e garra, desenvolvendo assim a relação de confiança. Foco: O líder deve estar preparado para contornar todas as situações que venham a dificultar o alcance de suas metas. Nenhum obstáculo pode desviar o foco no objetivo final. Mudança: É considerado um pré-requisito para a liderança. Devendo o líder ser um agente de mudança, capacidade essa de aceitar e implementar novas idéias advindas da motivação por busca de desafios, aventuras, novidades e até mesmo críticas. Deve ter o olhar voltado sempre para frente, buscar o aperfeiçoamento contínuo, estar atento às oportunidades e inovar sempre. Pesquisa e mapeamento: Saber do estágio atual da empresa e como fazer para alcançar o resultado 51 desejado por ela, analisando os pontos fortes e fracos para potencialização e algumas vezes correções necessárias. Significado: É uma característica muito subjetiva, é a força que faz o indivíduo seguir em busca de seus ideais, independente dos obstáculos. Situacional: Direcionar as ações de acordo com a situação em que as outras pessoas se encontram. Analisar caso a caso sem generalizar, pois cada ocasião deve ser tratada de maneira diferenciada. Visão: É a capacidade de enxergar a realidade de forma global, compreendendo a função das partes no todo e a relação entre elas. Visibilidade: O líder deve estar sempre em evidência, como um exemplo a ser seguido. Os seguidores querem ter certeza de que suas atitudes condizem com suas idéias. De acordo com Araújo (2006), um líder não apresenta todas as características pertinentes a ele, nem com a mesma intensidade em todos os momentos. Essas características estão ligadas às suas virtudes, já suas atividades são direcionadas por seus compromissos. Logo, Reddin (apud ARAÚJO, 2006) relata que os compromissos mais importantes do líder são: defender valores que representam a vontade coletiva, do contrário não seria capaz de mobilizar os seguidores à ação; criar o espírito de equipe; promover a lealdade à organização e aos seus valores; gerar confiança quanto aos resultados a serem obtidos. Já os compromissos citados por Gardner (apud ARAÚJO, 2006) são: estabelecer objetivos; criar, manter e administrar uma equipe de bom nível; explicar as razões do que deve ser feito; servir de símbolo para os seguidores; renovar os sistemas complexos que ele lidera. Robbins (2004) relata ainda que a maioria dos especialistas acreditam que os indivíduos podem ser treinados para desenvolver comportamento carismático, gerando assim melhor desempenho e satisfação por parte de seus colaboradores. E que esse comportamento é muito conveniente em ambientes com alto grau de stress ou incertezas. A situação mais favorável para um líder influenciar seu grupo é aquela em 52 que ele é estimado pelos membros (boas relações líder-membros), tem uma posição de grande poder (alto poder de posição) e dirige um trabalho bem definido (alta estruturação da tarefa). Por outro lado, a situação mais desfavorável para um líder é aquela em que ele não é estimado, tem pouco poder de posição e enfrenta uma tarefa não estruturada (HERSEY e BLANCHARD, 1986). Já para Hiam (2004), mais do que simples expressão verbal, um líder pode exercer influência por meio de suas atitudes e comportamento, tornando-se um exemplo a ser seguido pelos demais membros da equipe. Isso faz com que, obrigatoriamente, o líder seja encarado como um padrão de ética. Neto (2006 p. 190) destaca que "ação eticamente correta é aquela que está em conformidade com os bons costumes da sociedade em que se insere o indivíduo". 2.2 Liderança feminina Uma primeira olhada na história recente nos faz entender que a mulher está há pouco mais de 50 anos no mercado de trabalho, atuando em postos administrativos. A partir da década de 70 é que vemos as mulheres se iniciarem em cargos de liderança. Muito timidamente, há poucos anos temos tido contato com mulheres no comando das empresas (LIMA, 2006). O estilo de liderança feminino começa a conquistar o mercado de trabalho. Lima (2006) alude que a liderança moderna (feminina), chamada de liderança facilitadora, ela busca a democracia, relações mais harmoniosas e eqüitativas entre os seres humanos, cuja missão se discute a transformação das relações de gênero. Prosseguindo com Lima (2006), o qual afirma que gênero é uma palavra cada vez mais presente no vocabulário das organizações e movimentos sociais, é uma categoria de análise social que estuda as relações entre homens e mulheres na sociedade, onde mostra os vários motivos pelos quais as mulheres se desvalorizam perante o homem. Foi concluído nesses estudos que parcela de culpa dessa desigualdade entre homem e mulher vem de uma herança da sociedade geral, pois é ela que constrói (de geração para geração) papéis diferenciados para mulheres e homens, possibilitando a desigualdade social entre os sexos. Porém, Robbins (2004) comenta que homens e mulheres são mais 53 parecidos do que diferentes na maneira de liderar, ambos desempenham atividades semelhantes para influenciar pessoas. A diferença mais comum está no estilo de liderança, as mulheres tendem a ser mais democráticas. Já os homens geralmente seguem um estilo de liderança centralizado na tarefa. Porém, mulheres que desenvolvem atividades com foco na tarefa agem da mesma forma que os homens, como a de policial por exemplo. Conforme Lima (2006), a revisão do modelo organizacional depende, em grande parte, de mulheres e homens já sensibilizados para as mudanças nas relações de gênero. A chegada das mulheres á vida pública promete realizar uma mudança sem precedentes na vida das pessoas, das organizações sociais e da própria sociedade. E a liderança transformadora, é o veículo para essa metamorfose, com ela torna-se possível mudar as relações interpessoais, a vida familiar, as comunidades, as políticas públicas. Palavras como "sentir" e "intuição" estão em alta nas novas teorias da gestão e da administração. Frente ao contexto, Cabral (2007, p.1) alude que “As qualidades femininas começam a ser percebidas no mercado de trabalho e, cada vez mais, passam a integrar o perfil desejado nos cargos estratégicos das organizações”. Frankel (2007) alega que as mulheres praticam exaustivamente essa habilidade no dia-a-dia sem que a maioria se dê conta de já possuir naturalmente os atributos essenciais para comandar uma família, uma equipe ou até mesmo uma nação. A controvérsia a respeito das diferenças de estilos e características de liderança entre homens e mulheres continua. Vários pesquisadores afirmam que as mulheres apresentam certos traços e comportamentos adquiridos que as capacitam para a liderança voltada para o relacionamento. Conseqüentemente, as mulheres líderes apresentam com mais freqüência um estilo cooperativo, de empoderamento, que inclui cuidar dos membros da equipe. As mulheres têm uma tendência maior do que os homens de elogiar os integrantes do grupo e, mais freqüentemente, suavizam a crítica com pequenas doses de elogio (DUBRIN, 2003, p.289). O estilo feminino de liderança pressupõe construir uma rede de colaboração, mais do que um sistema de hierarquia; influenciar as pessoas usando a menor quantidade possível de músculos; treinar indivíduos para que eles ofereçam o seu melhor; e criar equipes de sinergia que se distinguem na solução de problemas e, ainda alude “Penso que as mulheres vão, aos poucos, se tornar líderes de nossa sociedade" (FRANKEL, 2007, p.64). 54 Segundo Dubrin (2003), os homens se inclinam mais para um estilo de liderança de comando e controle, militarista. As mulheres acham a gerência participativa mais natural do que os homens, porque elas se sentem mais confortáveis interagindo com as pessoas e criando relacionamentos. O mesmo estereótipo afirma que a sensibilidade natural das mulheres dá-Ihes uma vantagem sobre os homens em encorajar os membros do grupo a participar da tomada de decisões. Frankel (2007) afirma que não considera que as mulheres possam se tornar melhores líderes que os homens, mas a autora afirma que elas têm condições de desempenhar esse papel com mais naturalidade, confiança e espontaneidade. Isso porque estão acostumadas a elaborar e organizar as tarefas relativas à gestão da casa e da família, orçamentos, lidar com pessoas diferentes etc. [...] Temos mais educação do que nunca, temos uma perspectiva mais global do que as gerações anteriores, somos mais autoconfiantes do que nossas mães e avós. Nós não apenas temos habilidade, mas responsabilidade em relação à liderança, afirma Lois Frankel, destacando que o tempo da liderança feminina é agora (apud CABRAL, 2007, p.1). Comenta Cabral (2007) que segundo Frankel (2007), ainda hoje, as mulheres são treinadas para serem assessoras ou companheiras, mas não líderes. Mesmo na vida adulta, elas continuam reproduzindo o comportamento de meninas "boazinhas", que aprendem quando crianças. Por isso, até chegam a cometer alguns erros quando se tornam gestoras, tentando proporcionar felicidade a todos, ou por hesitarem em correr riscos para não desafiar os superiores, além de se comunicarem de forma a comprometer sua confiança e credibilidade. De acordo com Marcelo de Lucca, diretor da Michael Page, consultoria especializada em recrutamento de executivos, há empresas hoje que, ao recrutarem profissionais para média e alta gerência, já fazem processos seletivos exclusivos para mulheres. Em geral, são posições que exigem um perfil analítico aguçado. Por sua sensibilidade para lidar com equipes e identificar boas oportunidades de negócios, elas estão se destacando em áreas como Recursos Humanos, Marketing, Comercial, Jurídico e Negócios (LUCCA, 2007 apud CABRAL, 2007). Segundo ainda o consultor Lucca, ainda muitas empresas preferem homens, é verdadeira até a discriminação por muitas, porém, o destaque delas é uma novidade. Hoje, elas chegam ao mercado em igualdades de condições com os 55 homens, não apenas pela formação acadêmica, mas também pela capacitação técnica (LUCCA, 2007 apud CABRAL, 2007). Como consultor de marketing pessoal e gestão de carreiras, Lima (2006) afirma ser perceptível o porquê deste movimento de ascensão das mulheres no mundo corporativo. Trata-se da preparação e oportunidade, considerando-os ingredientes básicos. Lima (2006) explica que a preparação, significa o desenvolvimento das competências, como capacidade de auto-motivação, bom humor, criatividade, capacidade de produzir conhecimento e liderança, sendo essenciais para diferenciar um profissional de sucesso daqueles medianos ou medíocres. Afirma ainda que, percebe-se um maior nível de comprometimento das mulheres em desenvolver estas habilidades, de fácil constatação ao se observar o número de mulheres freqüentando cursos de treinamentos em relação aos homens. Logo, a oportunidade, conforme Lima (2006) é a outra metade da fórmula para o sucesso, e certamente, esta outra metade está sendo melhor aproveitada pelas mulheres, pois elas têm demonstrado maior “pro-atividade” em relação à busca por uma ascensão profissional. E ainda destaca que é perceptível a persistência e disciplina são qualidades muito mais acentuadas no comportamento atual das mulheres do que nos homens. Plaff (apud DUBRIN, 2003), acredita que as mulheres têm adquirido pontos fortes não tradicionais nos últimos anos, mas que os homens não ampliaram seus pontos fortes da mesma forma. Seu estudo também sugere que os homens ainda confiam em um estilo mais autocrático, enfatizando a realização individual e a competição. As mulheres dão mais ênfase em facilitar os processos em grupo, usando motivação positiva e desenvolvendo as habilidades dos membros da equipe. É difícil julgar até que ponto esses estereótipos de homens e mulheres são verdadeiros. Por exemplo, muitas mulheres afirmam que gerentes do sexo feminino são mais difíceis que gerente homens. Uma questão mais importante diz respeito ao modo como capitalizar sobre as tendências masculinas e femininas de liderança. Connie Glaser (apud DUBRIN, 2003), acredita que a melhor abordagem da liderança tira vantagem dos traços positivos tanto dos homens quanto das mulheres. Ela vê um novo estilo de gerenciamento que combina os lados masculino e feminino: Ao mesmo tempo em que o lado feminino apresenta o sentido de cuidar, a sensibilidade às necessidades individuais e familiares, isso é compensado 56 pelos traços do lado masculino. A habilidade de tomar decisões rapidamente, o senso de humor, assumir riscos - essas são qualidades tradicionalmente associadas ao estilo masculino de gerenciamento (apud DUBRIN, 2003, p.290). Enfim, encerra-se com a visão de Frankel (2007), a qual sempre apoiada em exemplos demonstra que as mulheres sempre tiveram papel relevante na história por conta de suas características, e acredita que o novo século requer mais mulheres nos postos de maior importância da sociedade, seja em uma empresa, no ambiente familiar ou em uma associação de bairro. 57 3 METODOLOGIA Neste capítulo estão definidos os procedimentos metodológicos que direcionaram a pesquisa. Barros e Lehfeld (2007) conceituam metodologia como um conjunto de procedimentos utilizados para aquisição de conhecimento. Através de técnicas, garante-se a legitimidade científica das informações alcançadas. Ampliando essa idéia, Lakatos e Marconi (1995, p. 39) afirmam que “não há ciência sem o emprego de métodos científicos”, permitindo dessa forma a obtenção da verdade. Segundo Roesch (2005, p. 82), “definir a metodologia significa realizar uma escolha de como se pretende investigar a realidade. O método não significa apenas o instrumento de coleta ou análise de dados, mas é algo muito mais abrangente”. Logo, Barreto e Honorato (1999), apresentam a necessidade do planejamento da metodologia, visando atingir os objetivos inicialmente propostos, e ao mesmo tempo, atender os critérios de menor custo, maior rapidez, eficácia e confiabilidade de informações. Sendo assim, entende-se, que é preciso utilizar a metodologia adequada para se chegar ao resultado proposto. Para tanto, apresenta-se a seguir a metodologia escolhida para este trabalho. 3.1 Caracterização da pesquisa Os métodos que foram utilizados para realização da pesquisa, tiveram uma abordagem quantitativa. Entende-se como metodologia quantitativa aquelas que têm como meta a percepção de proporções expressas em forma de números. Embora expressas sob a forma de números, devem ser entendidas como uma excelente maneira de perceber tendências, opiniões e comportamentos sociais passíveis de serem reduzidos de uma forma numérica. (BARRETO; HONORATO, 1999, p. 75) O método quantitativo, segundo Richardson (2007), permite apresentação 58 descritiva dos resultados, bem como contribuem na interpretação dos dados coletados. O autor difere o referido método do qualitativo, visto o segundo ser um processo de análise de um problema e não pode ser medido. Roesch (1999) propõe que para medir relações entre variáveis, bem como avaliar o resultado de um projeto, o método mais utilizado é o quantitativo. Dificilmente, segundo a autora, se encontra cruzamento de resposta e o resultado é apresentado forma objetiva. 3.2 População Alvo do Estudo Para que se compreenda melhor a escolha dos participantes da pesquisa, Gil (2007) contribui conceituando o termo população como um conjunto definido de elementos que possuem determinadas características. De acordo com Roesch (2005, p.138), “Uma população é um grupo de pessoas ou empresas que interessa entrevistar para o propósito específico de um estudo”. Na referida pesquisa as participantes do estudo foram 15, das 28 mulheres que ocupam cargos executivos associadas à Associação Comercial e Industrial de Itajaí – ACII, mais especificamente na câmara da mulher empresária. 3.3 Técnica de Coleta de Dados Existem, segundo Blau e Scott (1999), fundamentalmente, três formas de obter dados acerca de determinado fenômeno, são eles: observando-o, fazendo perguntas às pessoas diretamente (ou mesmo indiretamente) envolvidas, e, finalmente, examinando elementos documentais escritos. A cada um destes procedimentos corresponde uma categoria de técnicas de pesquisa: a observação, a entrevista, o questionário e a análise documental. O instrumento definido para a coleta de dados na realização deste estudo foi o questionário. Para Roesch (2005, p. 142), “o questionário é um instrumento de coleta de 59 dados que busca mensurar alguma coisa.” E segundo Richardson (2007, p. 189), “geralmente os questionários cumprem pelo menos duas funções: descrever as características e medir determinadas variáveis de um grupo social”. De acordo com Gil (2007), questionário é uma técnica de investigação composta por um número mais ou menos elevado de questões apresentadas por escrito às pessoas, com o objetivo de obter conhecimento relevante das mesmas. O questionário contemplou perguntas abertas e fechadas. Para Gil (2007, p.127), “perguntas abertas são aquelas em que o interrogado responde com suas próprias palavras, sem qualquer restrição”. De acordo com Marconi e Lakatos (1999, p.103), “perguntas fechadas também denominadas limitadas ou de alternativas fixas, são aquelas em que o informante escolhe sua resposta entre duas opções: sim e não”. Também se fez uso da Escala Likert, um tipo de escala de resposta psicométrica usada comumente em questionários, e é a escala mais usada em pesquisas de opinião. Ao responderem a um questionário baseado nesta escala, os perguntados especificam seu nível de concordância com uma afirmação. Ou seja, como explica Teixeira (2005), o respondente indica o seu grau de concordância ou discordância para cada um dos itens em lugar de diferenciar os itens entre os quais concorda e aqueles com os quais discorda. Um item Likert é apenas uma afirmação à qual o sujeito pesquisado responde através de um critério que pode ser objetivo ou subjetivo. Normalmente, o que se deseja medir é o nível de concordância ou não concordância à afirmação. Usualmente são usados cinco níveis de respostas, apesar de que alguns pesquisadores preferem usar sete ou mesmo nove níveis. O formato típico de um item Likert, segundo Teixeira (2005) e Roesch (2005) é: 1. Não concordo veementemente 2. Não concordo 3. Indiferente 4. Concordo 5. Concordo totalmente. Conforme Teixeira (2005) a escala de Likert é bipolar, medindo ou uma resposta positiva ou negativa a uma afirmação. Às vezes são usados quatro itens, o 60 que força o sujeito pesquisado a uma escolha positiva ou negativa, uma vez que a opção central "Indiferente" não existe. Portanto, a partir da aplicação do questionário, foram levantados dados para a posterior análise. 3.4 Análise dos dados A análise de dados é a etapa final de um processo de investigação científica. Neste momento o pesquisador procura compreender o objeto de estudo. Na concepção de Gil (2007), a interpretação tem como objetivo a procura do sentido mais amplo das respostas, que é feito mediante sua ligação a outros conhecimentos anteriormente obtidos. Afirma ainda Gil (2007, p. 168), que “a análise tem como objetivo organizar e sumariar os dados de forma tal que possibilitem o fornecimento de respostas ao problema proposto para investigação”. Os dados coletados durante a pesquisa foram tabulados em planilha Excel, posteriormente analisados e comparados com o intuito de compreender o problema que estava sendo investigado. Posteriormente, se obteve as respostas às questões de pesquisa, alcançando os objetivos inicialmente propostos. 61 4 RESULTADOS Este capítulo irá apresentar os resultados obtidos através da coleta e seleção de dados. Neste também, será demonstrada a análise dos resultados e comentários pertinentes a cada processo. Os assuntos estarão descritos de acordo com a ordem dos objetivos do trabalho, já apresentados no capítulo 1. 4.1 Caracterização da População Alvo do Estudo O instrumento de pesquisa inicia com a identificação e caracterização das mulheres que ocupam cargos executivos associadas à Associação Comercial e Industrial de Itajaí – ACII, na câmara da mulher empresária. Tal caracterização é demonstrada nos gráficos abaixo relacionados. Referente à Idade das entrevistadas, têm-se o primeiro gráfico: 13% 33% 41% 13% até 30 anos 31 a 40 anos 41 a 50 anos mais de 51 anos Gráfico 1 – Caracterização das respondentes quanto à Idade. Fonte: Elaborado pela acadêmica Conforme se pode visualizar no gráfico 1, 41% das mulheres entrevistadas encontram-se na faixa etária entre 41 a 50 anos; 33% até 30 anos, e, respectivamente, de 31-40 e com mais de 51 anos, resultou um percentual de 13%. 62 Logo, referente ao estado civil, destacaram-se no gráfico 2: 7% 33% 60% casada solteira div. Gráfico 2 - Caracterização das respondentes quanto ao estado civil. Fonte: Elaborado pela acadêmica Como se pode observar a grande maioria (60%) é casada, sendo bastante significativo o percentual das solteiras com 33% e, apenas 7% possuem relacionamentos diversos. Também foi verificado junto às entrevistadas se possuíam filhos ou não, o que se encontra registrado no gráfico 3. 0% 7% 33% 53% 7% sem filhos 1filho 2filhos 3filhos 4filhos Gráfico 3 – Caracterização das respondentes quanto a possuírem filhos ou não. Fonte: Elaborado pela acadêmica 63 Constata-se que 53% não possuem filhos; 33% tem apenas dois filhos e, com 7% respectivamente são mães de 1 e 4 filhos. A pesquisa também demonstrou que não há mãe entre as respondentes que possua três filhos. Quando indagadas sobre a formação, obtiveram-se as respostas inseridas no gráfico a seguir: 0% 7% 13% 47% 33% 2º grau inc. 2º grau comp. 3º grau inc. 3º grau comp. Pós Grad. Gráfico 4 - Caracterização das respondentes quanto à formação. Fonte: Elaborado pela acadêmica O gráfico 4 permite a visualização de que a grande maioria (47%) das mulheres entrevistadas tem como formação a pós-graduação, seguidas de 33% das que concluíram o 3° grau ou seja possuem algum curso universitário, porém há um percentual de 13% que não concluíram o mesmo. Apenas 7% das mulheres atuantes da Câmara da ACII, possuem o 2° grau completo. A seguir, foram indagadas quanto ao cargo que ocupam na Câmara, como se pode caracterizá-las pelas respostas demonstradas no gráfico 5. 64 0% 7% 7% 13% 46% 27% 0% chefia/sup. Depart. ou setor coordenação gerência diretoria sócia/proprietária presidência outros Gráfico 5 – Caracterização das respondentes quanto ao cargo que ocupam. Fonte: Elaborado pela acadêmica A maioria das mulheres da Câmara da ACII de Itajaí é sócio-proprietárias destacando-se das demais com um percentual de 46%. Sendo que 27% ocupam cargo de gerência; 13% de coordenação; 7% atuam como chefes e supervisoras de setor e departamentos, enquanto que um mesmo percentual de 7% possui cargos diversificados. A renda mensal destas mulheres empresárias associadas à CII, fica relatada no gráfico 6. 14% 36% 29% 21% até 3 sal. mín. 4 a 6 sal. mín. 7 a 10 sal. mín. acima de 10 sal. Gráfico 6 – Caracterização das respondentes quanto à renda mensal. Fonte: Elaborado pela acadêmica 65 O gráfico anterior permitiu a constatação de que 36% das entrevistadas possuem uma renda mensal acima de 10 salários mínimos. Sendo seguidas por 29% das que recebem o valor entre 4 e 6 salários mínimos; 21% entre 7 e 10 salários mínimos e, aquelas que tem como renda apenas até 3 salários mínimos, perfazem um percentual de 14%. Referente ainda a caracterização das entrevistadas, estas foram indagadas ainda como se atualizam profissionalmente. Para esta pergunta foi permitida a escolha de duas alternativas para as respostas. Assim, têm-se a seguir o gráfico 7 relatando os resultados referente esta questão. 6% 15% 25% 21% 15% 9% 9% fomação universid. palestras e cong. curso de línguas curso de comp. Pós graduação Leitura cursos rápidos Gráfico 7 – Caracterização das respondentes quanto ao modo de se atualizarem profissionalmente. Fonte: Elaborado pela acadêmica Mostra o gráfico acima a diversidade nas respostas a esta questão, porém a leitura continua sendo uma importante fonte de conhecimento como relata os 25% das entrevistadas serem seu modo de atualização profissional. A opção de outras 21%, foi palestras e congressos. Já, 15% respectivamente, optam por atualizaremse por meio da universidade e pós-graduação; 9% por cursos de línguas e computadores e, finalmente, 6% se atualizam através de cursos rápidos. Em síntese, a maioria das mulheres entrevistadas encontra-se na faixa etária entre 41 a 50 anos, casadas, não possuem filhos, pós-graduadas, atuando como sócias-proprietárias recebendo um salário superior a 10 salários mínimos e, mantendo-se constantemente atualizadas pela leitura, palestras e congressos. 66 Logo, será relatado o resultado da pesquisa referente aos comportamentos e estilos de Liderança. 4.2 Comportamentos e estilos de liderança Diante das mudanças que vêm ocorrendo, pode-se notar um impacto direto sobre os perfis dos líderes nas organizações e a complexidade deste assunto. A liderança, como fator produtivo ao longo da história da administração, é freqüentemente conceitualizada em termos de traços de personalidade, estilos de comportamento e fatores contingenciais. Assim, sustentada pela fundamentação teórica realizada, destaca-se a seguir as dimensões de liderança. Portanto, com base nas dimensões da liderança e com os fatores de cada dimensão, elaborados a partir dos fatores fundamentados dentro de cada dimensão apresentada para o trabalho, utilizando-se da escala de Likert para escolha das respostas e registra-se as competências analisadas, que são o foco da análise dos resultados tabulados. 4.2.1 Crença e valores Percebe-se a liderança como algo que faz parte do nosso dia-a-dia, sendo que qualquer ser humano pode exercer esse papel com maior ou menor intensidade. Acredita-se também que a liderança é um processo de influência e mobilização de pessoas para agirem em conjunto em prol de algo comum. Logo, considera-se que a liderança é condição e não um estado permanente, em que as pessoas estão líderes em determinadas situações e essa liderança é fortemente influenciada pelo contexto. Porém, não é uma característica inata, ou seja, os seres humanos não nascem líderes; desenvolvem essa capacidade ao longo de sua vida. Mas sim, é algo que vem de dentro para fora, impulsionado por inquietações vinculadas à história de vida do indivíduo. E, por fim, é legítima, está relacionada a um profundo desejo de provocar mudanças na realidade, sustentada por crenças e valores 67 nobres e não por interesses pessoais por poder e recompensas materiais (ROCHA, 2008). Crenças e Valores Esta dimensão avalia a crença e valores dos líderes sobre o comportamento humano. Teoria X Teoria Y Pressupõe que a maioria das pessoas não gosta de trabalhar e tentara evitar o trabalho tanto quanto possível. As pessoas não gostam de trabalhar e evitam o trabalho sempre que possível As pessoas têm pouca responsabilidade AS pessoas devem ser controladas As pessoas têm pouca ambição O trabalho é natural entendendo que a maioria das pessoas tem auto direcionamento e auto-controle dos trabalhos aos quais estão comprometidos As pessoas tem auto direção e auto-controle As pessoas têm potencial As pessoas não nasceram preguiçosas O trabalho para as pessoas é natural Quadro 2: Dimensão Crenças e Valores Fonte: Elaborado pela acadêmica De acordo com o questionário elaborado e aplicado com base nos fatores que compõe a dimensão crença e valores, o resultado obtido segue demonstrado no gráfico 8. Teoria X 26% 74% Discordam Concordam Gráfico 8: Respostas dos entrevistados sobre a Teoria X Fonte: Elaborado pela acadêmica Conforme o gráfico acima, na análise da Teoria X, entre os respondentes 74% discordam desta teoria sendo que 26% concordam com a mesma. Logo, sobre a Teoria Y, o gráfico 9 demonstra os resultados. 68 Teoria Y 24% 76% Discordam Concordam Gráfico 9: Respostas dos entrevistados sobre a Teoria Y Fonte: Elaborado pela acadêmica Percebe-se que 76% concordam com essa teoria enquanto que 24% não concordam. De acordo com os resultados apresentados a dimensão que analisa a Teoria X e Y, as crenças e valores dos respondentes concordam com os conceitos da Teoria Y, tendo como pressupostos que o trabalho é natural entendendo que a maioria das pessoas tem auto direcionamento e auto controle dos trabalhos aos quais estão comprometidos. 4.2.2 Comportamento O movimento das relações humanas proporcionou o surgimento de análises para um melhor entendimento do comportamento dos indivíduos, pois esse movimento visava mais às pessoas do que a tarefa em si, buscando uma compreensão individual do trabalhador para assim obter uma melhor produtividade. Sendo assim, essa abordagem ao comportamento de liderança, levou a percepção das origens e eficácia da liderança (HIAN, 2004). 69 Comportamento Esta dimensão avalia o comportamento com base em seus conhecimentos, habilidades e ações Técnico Humano Conceitual Habilidade e comportamento ligado a processos e técnicas Habilidade de lidar efetivamente com pessoas e desenvolver equipes Sou reconhecido pelo meu Gosto de trabalhar com comportamento técnico pessoas Tenho habilidade de Tenho habilidade de otimização de processos desenvolver equipes de trabalho Tenho idéias são embasadas em Prefiro deixar que a conhecimentos técnicos equipe desenvolva seus conhecimentos Quadro 3: Dimensão Comportamento Fonte: Elaborado pela acadêmica Habilidade de lidar com teorias, idéias e conceitos Consigo contextualizar conceitos Tenho argumentos teoricamente embasados Minas idéias são embasadas em conceitos teóricos De acordo com o questionário elaborado e aplicado com base nos fatores que compõe a dimensão comportamento, o resultado foi o seguinte: Técnico 8% 92% Discordo Concordo Gráfico 10: Respostas das entrevistadas sobre ser reconhecida pelo comportamento técnico Fonte: Elaborado pela acadêmica O gráfico 10 deixa transparecer que a grande maioria (92%) das mulheres da Câmara da ACII, concordam que são reconhecidas pelo comportamento técnico, porém 8% discordam desta opção. 70 Humano 14% 86% Discordo Concordo Gráfico 11: Respostas das entrevistadas sobre ser reconhecida pelo comportamento humano Fonte: Elaborado pela acadêmica Logo o gráfico 11 possibilita a visualização de que 88% das mulheres concordam que são reconhecidas como líderes com o comportamento humano, no entanto, 14% discordam deste tipo de liderança. Conceitual 14% 86% Discordo Concordo Gráfico 12: Respostas das entrevistadas sobre ser reconhecida pelo comportamento conceitual Fonte: Elaborado pela acadêmica O resultado registrado no gráfico 12 mostra que 86% das líderes possuem comportamento conceitual, ou seja, são reconhecidas por este tipo de comportamento. Em contrapartida 14% diferem, não concordando. Portanto, conforme a dimensão do comportamento com base em seus conhecimentos, habilidades e ações, as respondentes concordam que seu estilo de 71 liderança abrange os três tipos, ou seja, a maioria das mulheres atuantes na Câmara da mulher empresária da ACII são reconhecidas pela sua habilidade e comportamento ligado a processos e técnicas, comportamento humano e conceitual. 4.2.3 Poder Para Lacombe e Heilborn (2006) os líderes influenciam as pessoas graças ao seu poder, que pode ser o poder legítimo, obtido com o exercício de um cargo, poder de referência, em função das qualidades e do carisma do líder e poder do saber, exercido graças a conhecimentos que o líder detém. Abaixo o quadro da dimensão Poder. Poder Esta dimensão avalia a fonte do poder da liderança. Poder é a habilidade de influenciar as outras pessoas. Referência Político Legítimo Especialista É a capacidade de influenciar pessoas pela sua identificação pessoal e positiva É a habilidade do líder em trabalhar com sistemas sociais é a forma como ele lida e ganha poder É apresentado em resultado dos direitos do cargo ou função ocupado Sou reconhecido pela minha personalidade Tenho habilidade de lidar com diversos níveis sociais Tenho “jogo de cintura” no tratamento com as pessoas Tenho bom relacionamento na sociedade Tenho posição superior aos liderados Tenho objetivos fortes e claros Sou sensível as necessidades das pessoas É a capacidade de exercer influência por meio do seu conhecimento especifico e entendimento sobre um assunto. As pessoas me reconhecem pelo meu conhecimento Controlo grandes recursos Tenho conhecimento especializado Tenho dever de manter a ordem Tenho conhecimento técnico e pratico Quadro 4: Dimensão do Poder Fonte: Elaborado pela acadêmica De acordo com o questionário elaborado e aplicado com base nos fatores que compõe a dimensão Poder, o resultado foi o seguinte: O gráfico 13, deixa perceptível o poder influenciando no reconhecimento do líder, observe-se: 72 Referencia 7% 93% Discordo Concordo Gráfico 13: Respostas das entrevistadas sobre ser reconhecida pelo poder – referência Fonte: Elaborado pela acadêmica No gráfico 13, ficou registrado que 93% concorda que é reconhecida pelo poder influenciando no modo de referência, ou seja, é reconhecida pela personalidade; por ter objetivos fortes e claros e também por apresentar-se sensível as necessidades das pessoas. Sendo que 7% não concorda ser possuidora deste tipo de poder. O próximo, gráfico 14 demonstra o poder como político na liderança. Politico 12% 88% Discordo Concordo Gráfico 14: Respostas das entrevistadas sobre ser reconhecida pelo poder – político Fonte: Elaborado pela acadêmica Visualiza-se neste, que 88% acredita ser reconhecida pela habilidade de lidar com diversos níveis sociais; por possuir “jogo de cintura” no tratamento com as 73 pessoas, bem como por ter um bom relacionamento na sociedade, ou seja o tipo de poder político. Diferem desta resposta um percentual de 12% que não se acham caracterizadas como tal tipo. O gráfico a seguir, demonstra o resultado referente ao poder legítimo. Legítimo 38% 62% Discordo Concordo Gráfico 15: Respostas das entrevistadas sobre ser reconhecida pelo poder – legítimo Fonte: Elaborado pela acadêmica Das mulheres empresárias associadas à ACII, 62% concordam em serem caracterizadas com poder de liderança legítimo, pois acreditam serem reconhecidas pelo fato de ocuparem posição superior aos liderados; por controlarem grandes recursos e, ainda por terem o dever de manter a ordem. Já um percentual bastante significativo de 38%, discordam. O poder como especialista, ficou caracterizado predominante entre as mulheres da ACII, da maneira que apresenta o gráfico 16. 74 Especialista 7% 93% Discordo Concordo Gráfico 16: Respostas das entrevistadas sobre ser reconhecida pelo poder – especialista Fonte: Elaborado pela acadêmica A capacidade de exercer influência por meio do seu conhecimento especifico e entendimento sobre um assunto, caracteriza a líder como especialista, sendo que das entrevistadas 93% concordaram com esta classificação, sendo que apenas 7% discordaram, não se enquadram como líderes especialistas ou seja, como a líder que é reconhecida pela sua especialização ou conhecimentos adquiridos. Sendo assim, segundo a dimensão Poder como base da habilidade de influenciar as outras pessoas, a maioria das mulheres da Câmara da ACII, num mesmo percentual respectivamente, possuem a capacidade de exercer a liderança pela forma do poder de referência, ou seja, pela capacidade de influenciar os indivíduos pela sua identificação pessoal e positiva com os mesmos, bem como pelo poder de especialização ou seja, pela capacidade de exercer influência por meio de seu conhecimento específico e entendimento sobre determinado assunto. 4.2.4 Estilos Independente de condição social, de nível de educação formal, de raça e religião todos são capazes de identificar e agir de acordo com cada um dos estilos. A escolha do estilo predominante se dá por diversas razões, entre elas, podem ser citados, a personalidade, a forma de educação, as condições de vida, o momento e os objetivos e resultados que habitualmente se tem alcançado. Peter Drucker, um dos maiores pensadores sobre gestão de pessoas e 75 empresas, dizia que é impossível traçar o perfil ideal de um líder. A seguir o quadro 5 referente à dimensão Estilo, demonstra o modo como os líderes desempenham as suas funções e como são percebidos. Estilos Esta dimensão avalia o modo como os lideres desempenham as suas funções e como são percebidos Democrático Autocrática Liberal Caracteriza-se pela preocupação com as pessoas Esta focada nas atividades e nas tarefas Deixa as atividades a critério dos liderados As pessoas devem ser livres para trabalhar Discuto as atividades com a equipe Sempre elogio ou crítico com base nos fatos Sempre determino as atividades Não passo informações aos liderados Sempre elogio ou critico analisando o comportamento de cada um Não participo das atividades dos liderados Dou informações quando solicitado Não faço critica nem elogio Quadro 5: Dimensão Estilos Fonte: Elaborado pela acadêmica De acordo com o questionário elaborado e aplicado com base nos fatores que compõe a dimensão Estilos, o resultado foi o seguinte: Democratico 9% 91% Discordo Concordo Gráfico 17: Respostas das entrevistadas sobre ser reconhecida pelo estilo – democrático Fonte: Elaborado pela acadêmica Como se constata no gráfico 17, 91% das mulheres entrevistadas concordam que seu estilo de liderança é reconhecido como democrático, estilo no qual o líder caracteriza-se pela preocupação com as pessoas, elogiando-as e criticando-as baseado nos fatos, discutindo sempre as atividades com a equipe. No entanto, 9%, discordam desse estilo como característica sua. 76 Logo, o gráfico 18 mostra o percentual do estilo autocrático entre as mulheres associadas na ACII. de Itajaí. Autocratico 45% 55% Discordo Concordo Gráfico 18: Respostas das entrevistadas sobre ser reconhecida pelo estilo – Autocrático Fonte: Elaborado pela acadêmica O estilo autocrático tem como característica não passar informações aos liderados, tecer elogios ou críticas pela análise do comportamento de cada um, bem como sempre determinar as atividades. Referente a este estilo 55% das respondentes concordam como sendo seus, em contrapartida, 45% diferem discordando. Sobre o estilo Liberal, os resultados estão no gráfico abaixo: Liberal 45% 55% Discordo Concordo Gráfico 19: Respostas das entrevistadas sobre ser reconhecida pelo estilo – Liberal Fonte: Elaborado pela acadêmica Para o estilo Liberal, 55% discordam e 45% concordam como semelhante ao seu, ou seja, 45% das entrevistadas acreditam que são reconhecidas pela liderança liberal, aquela que deixa as atividades a critério dos liderados, por exemplo, sem 77 tecer críticas ou mesmo elogios. Enfim, segundo a dimensão de Estilos baseada no modo como os líderes desempenham as suas funções e como são percebidas, as respondentes concordam que seu estilo de liderança é de Líder Democrático, do líder que destacase pela preocupação com as pessoas, acreditando que as mesmas devem ser livres para trabalhar. Um líder que discute as atividades com a equipe, sempre elogiando ou criticando o liderado com base nos fatos. 78 CONSIDERAÇÕES FINAIS Esta pesquisa identificou o estilo de liderança das mulheres que ocupam cargos executivos na câmara da mulher empresária, associadas à Associação Comercial e Industrial de Itajaí – ACII. Os dados coletados possibilitaram, inicialmente, que se caracterizassem as empresárias atuantes na Câmara da ACII como mulheres na faixa etária entre 41 a 50 anos, casadas, que não possuem filhos, pós-graduadas, atuando como sóciasproprietárias recebendo um salário superior a 10 salários mínimos e, mantendo-se constantemente atualizadas pela leitura, palestras e congressos. Levantou-se com base no questionário respondido informações que possibilitaram avaliar a crença e valores das líderes pesquisadas sobre o comportamento humano, ficando constatado que a maioria destas crêem na Teoria Y, para a qual o trabalho é natural e que a maioria das pessoas tem autodirecionamento e auto-controle dos trabalhos aos quais estão comprometidas. Com base nos comportamentos técnico, humano e conceitual, as pesquisadas apresentaram-se enquadradas nos três tipos, sendo significativo o percentual de cada um deles. Dessa forma percebe-se que as mesmas agregam em seu comportamento características como uso de técnicas e processos, preocupação com as pessoas e desenvolvimento da equipe, norteadas por idéias, conceitos e teorias. A pesquisa possibilitou que fosse constatada a percepção do poder de liderança para as líderes da Câmara da ACII, sendo que a grande maioria dividiu-se entre o poder de referência e o poder especialista, ou seja, estas mulheres empresárias atuam destacando-se pela sua identificação pessoal e positiva bem como por meio de seu conhecimento específico e entendimento sobre determinados assuntos. Ao investigar-se como as líderes percebem o desempenho das suas funções e como são percebidas pelos liderados, pode-se considerar que predomina o Estilo de Líder Democrático. Em síntese, as mulheres atuantes na Câmara da ACII, destacam-se por uma liderança que se preocupa com as pessoas, acreditando que as mesmas devem ser livres para trabalhar. Um líder que discute as atividades com a equipe, sempre elogiando ou criticando o liderado com base nos fatos. 79 O estudo em referência sofreu algumas limitações,como o tempo de entrega dos questionários e a participação parcial da população alvo. Problemas possivelmente ocasionados devido ao acesso não ter sido direto, e sim através de terceiros. Contudo, para as participantes a pesquisa foi de grande relevância, pois possibilitou a reflexão sobre os assuntos abordados e sua auto-avaliação relacionados ao seu desempenho á frente de uma equipe. Para administração, foi acrescentado mais um estudo sobre liderança, podendo servir de fonte de pesquisa para acadêmicos e empresários oferecendolhes uma abordagem do perfil feminino, além da teoria apresentada. O trabalho possibilita que sejam aplicados os conceitos e dimensões analisadas em outros grupos, segmentos ou organizações, dando assim continuidade na investigação. Permite também estudos futuros do perfil de liderança feminina, demonstrando suas particularidades. O grupo escolhido foi caracterizado para conhecimento do seu perfil facilitando uma análise e comparação com os resultados obtidos. Nesse caso, a pesquisa demonstrou que as mulheres pesquisadas estão liderando conforme o esperado dentro do ambiente corporativo atual. Enfim, é certo que no momento presente de desenvolvimento da humanidade o fator relações humanas ganhou muito mais espaço do que no início do século passado. As empresas tendem a gerir seus negócios com ênfase nos relacionamentos interpessoais e foco no resultado. Diante disso, pode-se considerar que o perfil ideal de um líder é aquele que se adequa à sua realidade, momento o ao seu grupo. 80 REFERÊNCIAS BLIBLIOGRÁFICAS ARAÚJO, Luís César G. Gestão de Pessoas: Estratégias e Interpretação Organizacional. São Paulo: Atlas, 2006. ASSOCIAÇÃO COMERCIAL E INDUSTRIAL DE ITAJAÍ – ACII. Histórico. Disponível em: < http://www.acii.com.br/>. Acesso em: 13.nov.2008. AUSTIN, Nancy K. Liderança e supervisão. In: DAVIS, K.; NEWSTROM, J. W. Comportamento Humano no Trabalho: uma abordagem psicológica. São Paulo: Thomson, 2002. 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São Paulo: Atlas, 2000. 83 APÊNDICE 84 APÊDICE A – QUESTIONÁRIO APLICADO A presente pesquisa tem como objetivo identificar o perfil das mulheres que ocupam cargos de Liderança Assinale com X , a alternativa que mais corresponda a sua posição Como faz sua atualização profissional: (pode assinalar mais de uma alternativa) Formação na universidade palestras e congressos curso de línguas curso de computação Pós graduação Leitura Estado Civil: casada solteira divorciada desquitada Viúva Formação: 2º grau incompleto 2º grau completo 3º grau incompleto 3º grau completo Pós Graduação Outros Renda mensal: até 3 salários mínimos 4 a 6 salários mínimos 7 a 10 salários mínimos acima de 10 salários mínimos Tem filhos: Não 01 (um) 02 (dois) 03 (três) Idade: até 30 anos 31 a 40 anos 41 a 50 anos acima de 51 anos Cargo Atual: chefia/supervisão departamento ou setor coordenação gerência diretoria sócia/proprietária presidência outros de 85 Questionário sobre comportamentos e estilos de Liderança Para cada pergunta, assinale a alternativa que mais seja adequada a sua percepção. Crenças e Valores Esta dimensão avalia a crença e valores dos lideres sobre o comportamento humano. Discordo Totalmente Discordo Não concordo nem discordo Concordo Concordo Plenament e Discordo Totalmente Discordo Não concordo nem discordo Concordo Concordo Plenament e Discordo Totalmente Discordo Não concordo nem discordo Concordo Concordo Plenament e 1. As pessoas não gostam de trabalhar e evitam o trabalho sempre que possível (a) 2. As pessoas tem auto direção e auto controle (b) 3. As pessoas têm pouca responsabilidade (a) 4. As pessoas têm potencialidades (b) 5. As pessoas devem ser controladas (a) 6. As pessoas não nasceram preguiçosas (b) 7. As pessoas têm pouca ambição (a) 8. O trabalho para as pessoas é natural (b) Poder Esta dimensão avalia a fonte do poder da liderança. Poder é a habilidade de influenciar as outras pessoas. 1. Sou reconhecido pela minha personalidade (a) 2. Tenho habilidade de lidar com diversos níveis sociais (b) 3. Tenho posição superior aos liderados (c) 4. As pessoas me reconhecem pelo meu conhecimento (d) 5. Tenho objetivos fortes e claros (a) 6. Tenho “jogo de cintura” no tratamento com as pessoas (b) 7. Controlo grandes recursos (c) 8. Tenho conhecimento especializado (d) 9. Sou sensível as necessidades das pessoas (a) 10. Tenho bom relacionamento na sociedade (b) 11. Tenho dever de manter a ordem (c) 12. Tenho conhecimento técnico e pratico (d) Comportamento Esta dimensão avalia o comportamento com base em seus conhecimentos, habilidades e ações Sou reconhecido pelo meu comportamento técnico(a) Gosto de trabalhar com pessoas (b) Consigo contextualizar conceitos (c) Tenho habilidade de otimização de processos (a) Tenho habilidade de desenvolver equipes de trabalho (b) Tenho argumentos teoricamente embasados (c) Tenho idéias são embasadas em conhecimentos técnicos (a) Prefiro deixar que a equipe desenvolva seus conhecimentos (b) Minas idéias são embasadas em conceitos teóricos (c) 86 Estilos Esta dimensão avalia o modo como os lideres desempenham as suas funções e como são percebidos 1. Caracterizo-me pela preocupação com as pessoas (a) 2. Estou focada nas atividades e nas tarefas (b) 3. Deixo as atividades a critério dos liderados (c) 4. As pessoas devem ser livres para trabalhar (a) 5. Sempre determino as aditividades (b) 6. Não participo das atividades dos liderados (c) 7. Discuto as atividades com a equipe (a) 8. Não passo informações aos liderados (b) 9. Passo informações quando solicitado (c) 10. Sempre elogio ou crítico com base nos fatos (a) 11. Sempre elogio ou critico analisado o comportamento de cada um (b) 12. Não faço critica nem elogio (c) Discordo Totalmente Discordo Não concordo nem discordo Concordo Concordo Plenament e