Relatório de Pesquisa RP0506 – outubro, 2005 P ANORAMA DO DESENVOL VIMENTO DE LIDERANÇA PANORAMA DESENVOLVIMENTO EM EMPRESAS BRASILEIRAS Maria Elizabeth Rezende Fernandes Aline Souki Léo F. C. Bruno Marly Sorel Campos Marta Janete Campello Mozart Pereira dos Santos Centro Alfa – Campus Aloysio Faria Av. Princesa Diana, 760 – Alphaville Lagoa dos Ingleses 34000-000 – Nova Lima, MG – Brasil Tel.: 55 31 3589-7228 Fax: 55 31 3589-7402 e-mail: [email protected] – www.fdc.org.br Agradecemos à TELEMAR pela parceria neste trabalho e apoio no desenvolvimento do conhecimento e formação de lideranças em empresas brasileiras FUNDAÇÃO DOM CABRAL DESENVOLVIMENTO DE EXECUTIVOS E EMPRESAS Panorama do desenvolvimento de liderança em empresas brasileiras PANORAMA DO DESENVOLVIMENTO DE LIDERANÇA EM EMPRESAS BRASILEIRAS EQUIPE DE TRABALHO COORDENAÇÃO DE PESQUISA: Maria Elizabeth Rezende Fernandes PESQUISADORES: Aline Souki Léo F. C. Bruno Marly Sorel Campos Marta Janete Campello Mozart Pereira dos Santos SUPORTE: Assistentes de Pesquisa: Patrícia Lage Becker Gabriela Jardim Centro de Informação Fundação Dom Cabral Estatística: Gauss Estatística & Mercado “A equipe do Núcleo de Desenvolvimento de Liderança, coordenada pela professora Maria Elizabeth Rezende Fernandes, desenvolveu esta pesquisa com recursos provenientes da Telemar. Copyright 2005, Fundação Dom Cabral. Para cópias ou permissão para reprodução, contatos pelo telefone 55 31 3589 7250 ou e-mail: [email protected]. Reproduções integrais ou parciais deste relatório somente com a autorização expressa da FDC. É permitida a citação de dados, tabelas, gráficos e conclusões, desde que indicada a fonte.” 1 Panorama do desenvolvimento de liderança em empresas brasileiras LISTA DE GRÁFICOS GRÁFICO 1 - Posição hierárquica ..............................................................................................15 GRÁFICO 2 - Tempo de permanência .......................................................................................15 GRÁFICO 3 - Tipo de controle de capital .................................................................................16 GRÁFICO 4 - Porte das empresas ..............................................................................................16 GRÁFICO 5 - Crença dos gestores acerca da natureza dos líderes .........................................17 GRÁFICO 6 – Público considerado líder nas empresas ............................................................18 GRÁFICO 7 – Tempo de investimento no desenvolvimento de liderança ............................19 GRÁFICO 8 – Presença de processo estruturado de identificação das competências em liderança ........................................................................................................21 GRÁFICO 9 - Utilização de avaliação de desempenho, avaliação de potencial e programas de desenvolvimento individual nas empresas brasileiras. .....................................23 GRÁFICO 10 - Efetividade dos programas de desenvolvimento de liderança .......................23 GRÁFICO 11 - Percepção do impacto dos programas de desenvolvimento de liderança nos resultados empresariais ...................................................................................24 GRÁFICO 12 – Tempo de investimento x grau de impacto ...................................................24 GRÁFICO 13 – Tipos de impacto ..............................................................................................25 GRÁFICO 14 – Mensuração dos resultados dos programas de desenvolvimento de liderança ..................................................................................................................................25 GRÁFICO 15 – Principais formas de mensuração ....................................................................26 LISTA DE QUADROS, TABELAS E FIGURAS QUADRO 1: A mudança na natureza do desenvolvimento de liderança ..............................13 TABELA 1 – Responsáveis pelo processo de desenvolvimento de liderança ..........................20 FIGURA 1 – Estruturação das ações de desenvolvimento de liderança .................................20 FIGURA 2 – Aplicação das competências de liderança nos processos de desenvolvimento ....................................................................................................................21 FIGURA 3 - Competências de liderança mais encontradas nas empresas brasileiras ............22 FIGURA 4 - Mecanismos mais utilizados para o desenvolvimento de liderança ..................22 FIGURA 5 – Pilares de sustentação das ações de desenvolvimento de liderança ..................27 3 Relatório de Pesquisa – RP0506 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 5 Objetivos do trabalho ................................................................................................................... 5 Objetivo geral ................................................................................................................................ 5 Objetivos específicos .................................................................................................................... 5 CAPÍTULO 1 – DESENVOLVIMENTO DE LÍDERES ............................................................... 5 1.1. Desenvolvimento de liderança nas organizações: realidades e perspectivas. ................ 6 1.2. Mecanismos de desenvolvimento de Liderança .............................................................. 7 1.3. Identificação de competências de liderança ...................................................................10 1.4. Avaliação das ações de desenvolvimento de liderança e mensuração do retorno e impacto do investimento ................................................................................................11 1.5. O futuro do desenvolvimento de liderança nas organizações......................................12 1.6. Metodologia ......................................................................................................................14 CAPÍTULO 2 – CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA............................................................14 2.1. Análise dos resultados ......................................................................................................17 2.2. Crença dos gestores acerca da natureza dos líderes.......................................................17 2.3. Público considerado líder nas empresas ..........................................................................18 2.4. Tempo de investimento das empresas no desenvolvimento de liderança ...................18 2.5. Responsáveis pelo processo de desenvolvimento de liderança .....................................19 2.6. Estruturação das ações de desenvolvimento de liderança ............................................20 2.7. Competências em Liderança ...........................................................................................21 2.8. Mecanismos adotados nos programas de desenvolvimento de liderança ....................22 2.9. Efetividade dos programas de desenvolvimento de liderança .......................................23 2.10. Impacto dos programas de desenvolvimento de liderança nos resultados empresariais ..............................................................................................24 2.11. Mensuração do resultado dos programas de desenvolvimento de liderança ...............25 CONCLUSÕES ............................................................................................................................26 REFERÊNCIAS .............................................................................................................................28 ANEXO 1 .....................................................................................................................................31 ANEXO 2 .....................................................................................................................................32 4 Panorama do desenvolvimento de liderança em empresas brasileiras INTRODUÇÃO A grande transformação no cenário empresarial nas últimas décadas provocou mudanças significativas nos modelos de negócios, o que trouxe consigo uma série de ambigüidades e contradições, desafiando as organizações a se reinventarem. No contexto em que a competição fica cada vez mais intensa, com condições similares de produtos e serviços e tecnologia disponível a todos, investir na gestão se torna uma condição sine qua non para a sobrevivência, crescimento e sustentabilidade das empresas. Esse investimento, principalmente direcionado à qualificação de gestores para uma atuação menos previsível, amplia-se para a formação e desenvolvimento de líderes. Diante de tantos novos desafios organizacionais, o papel da liderança ganha destaque não só no ambiente empresarial, mas também na academia, aumentando em todo o mundo o número de pesquisas sobre liderança e sobre o entendimento da natureza do desenvolvimento de líderes. Proliferam os métodos de desenvolvimento de liderança e aumenta o reconhecimento da necessidade de líderes emocionalmente maduros, com visão ampliada do seu papel no contexto social, capazes de balancear questões de trabalho e vida e de agregar valor às pessoas. A construção do conhecimento sobre desenvolvimento de liderança no contexto nacional requer uma investigação ampla desse fenômeno, em todas as suas facetas. Em resposta a essa necessidade, a FDC cria o Núcleo de Desenvolvimento de Liderança – NDL – para apoiar as empresas no desenvolvimento de lideranças mais efetivas, ancorando-se em três dimensões: a) individual – diz respeito ao líder enquanto pessoa; b) organizacional – refere-se ao exercício da liderança no processo de desenvolvimento das organizações; c) social – relaciona-se ao papel da liderança na formação de sociedades mais justas. A pesquisa “Panorama Atual do Desenvolvimento de Liderança em Empresas Brasileiras”, que visa clarificar os fundamentos das ações de desenvolvimento de liderança nas empresas e mapear as práticas em vigor, é um passo necessário ao melhor entendimento da natureza desse fenômeno no contexto nacional. Seus resultados possibilitarão pavimentar o caminho a ser trilhado por aqueles interessados no aprofundamento do conhecimento e do processo de desenvolvimento de liderança nas empresas brasileiras. Objetivos do trabalho Objetivo geral Analisar o processo de desenvolvimento de lideranças nas empresas brasileiras de grande porte e suas conseqüências nos resultados empresariais. Objetivos específicos • Identificar os fundamentos acerca das ações de desenvolvimento de liderança adotadas pelas empresas. • Mapear o quanto as ações de desenvolvimento de liderança estão ancoradas em estratégias e programas estruturados. • Rastrear e mapear os responsáveis pelas etapas do processo de desenvolvimento de liderança, e o estágio atual das práticas. • Avaliar o impacto das ações de desenvolvimento de liderança na vida das empresas, com destaque para a gestão de pessoas e os resultados empresariais alcançados. CAPÍTULO 1 – DESENVOLVIMENTO DE LÍDERES Algumas teorias desenvolvidas no decorrer dos anos enfocaram o estudo da liderança e suas representações conceituais. Esses estudos conceituam diferentemente liderança e as formas de se “localizar” um líder. Também as estratégias e ações de desenvolvimento de liderança adotadas pelas empresas denotam diversidade, reproduzindo de forma nem sempre clara e consciente as crenças, idéias, concepções e teorias a respeito de liderança presentes na cultura e no ambiente organizacional. Essa pesquisa pretende, portanto, elucidar algumas das crenças subjacentes às práticas de desenvolvimento de liderança nas 5 Relatório de Pesquisa – RP0506 empresas brasileiras, no que diz respeito a seu significado, natureza (nata ou inata, passível ou não de desenvolvimento), formas de desenvolvimento, efetividade das ações adotadas. De forma a possibilitar um melhor entendimento dos resultados da pesquisa, serão apresentados, a seguir, os referenciais teóricos que nortearam o seu desenvolvimento. Liderança diferencia-se de gerência. O gerente, no contexto organizacional, é quem planeja, organiza e controla as tarefas dos demais, dotado de uma autoridade formal concedida pelo cargo. Bowditch e Buono (1992) chamam a atenção para o fato de que o poder do gerente lhe é conferido pelo cargo, enquanto o poder do líder lhe é conferido pela sua capacidade de estimular pessoas. Conclui-se daí que existe uma linha tênue entre a ação de gestores e líderes nas organizações empresariais. O conceito de liderança está associado à capacidade de uma pessoa incentivar, estimular de forma a provocar motivação nas pessoas para a realização de objetivos, missão e visão empresariais. Simplificando, pode-se dizer que liderança é um processo social em que o destaque está na relação de influência de uma pessoa sobre um indivíduo ou grupo, em direção ao alcance de objetivos. Bennis (1996) e Kotter (1997) explicam que líderes são pessoas capazes de estabelecer uma visão de futuro, engajar as pessoas comunicandolhes essa visão e inspirá-las para que superem obstáculos. E quanto à natureza da liderança: as pessoas nascem líderes? Liderança se desenvolve? A resposta dada a essas questões, pela maioria dos estudiosos sobre o tema, é que liderança pode ser desenvolvida. Autores como Bennis (1996), Kouzes e Posner (2003) consideram que as pessoas trazem dentro de si o potencial de liderança. O grande desafio é desenvolvêlo. Esse desenvolvimento é um processo contínuo, longo e complexo que requer humildade diante dos próprios limites, determinação e persistência diante de frustrações e derrotas. Uma das características que diferenciam os líderes dos demais é o desenvolvimento contínuo do seu potencial 6 de liderança. McCall, Lombardo & Morrison (1988) destacam que grande parte do desenvolvimento de líderes acontece no ambiente de trabalho, sendo os treinamentos em sala de aula um dos investimentos mais significativos na maioria das grandes organizações de hoje. Bennis (1996) chama a atenção para o desperdício do investimento em ações de desenvolvimento de liderança adotadas pelas empresas, quando não direcionadas a pessoas com força e vontade para se reinventarem diaa-dia. Líderes estão sempre aprendendo, vêem todas as experiências como experiências de aprendizado, e não apenas como seções de um curso ou um workshop formal. Buscam constantemente maneiras de se aprimorar e melhorar suas organizações. De acordo com Buus & Saslow (2005), um time de liderança treinado e capaz é a única maneira de assegurar que as companhias se adaptem e sobrevivam. Liderança e atividades de desenvolvimento de liderança são a ponte do presente para o futuro. 1.1. Desenvolvimento de liderança nas organizações: realidades e perspectivas As últimas duas décadas têm testemunhado uma explosão do interesse em desenvolvimento de liderança nas organizações. Desenvolver “mais e melhores” líderes individuais não é mais foco único do desenvolvimento de liderança. Cada vez mais, liderança é definida como o resultado de relacionamentos que focam nas interações entre líderes e colaboradores. O Center for Creative Leadership – CCL – define desenvolvimento de líderes como uma expansão da capacidade de uma pessoa fixar direções, criar alinhamento, e manter comprometimento de grupos de pessoas que compartilham trabalhos comuns. Mais do que simplesmente treinar novos conhecimentos, capacidades e habilidades, desenvolver líderes significa integrar novas molduras de ver o mundo e o seu papel (O’CONNOR & QUI, 2004). Panorama do desenvolvimento de liderança em empresas brasileiras Os vários estudos no campo da liderança revelam que os esforços e iniciativas para desenvolver líderes devem ser progressivos, dotados de estratégias que articulem uma variedade de práticas de desenvolvimento, atreladas aos imperativos estratégicos do negócio. Espera-se que tais iniciativas ofereçam suporte para a melhoria do desempenho do indivíduo, do grupo e do negócio. Os mecanismos utilizados têm procurado articular programas de treinamento, coaching e mentoring, ações de aprendizado, desenvolvimento de tarefas desafiadoras no ambiente de trabalho, dentre outros. Destaque é dado à combinação de instrução com um ambiente real de negócios de forma a propiciar o desenvolvimento de habilidades que possam ser aplicadas em questões organizacionais relevantes, em tempo real. Um dos aspectos fundamentais revelados pelos estudos é a adoção de uma abordagem direcionada às necessidades específicas de cada empresa, customizando as soluções para o desenvolvimento de suas lideranças, de forma proativa, focadas nas necessidades identificadas. Existem evidências de que as organizações de melhor performance usam essa aproximação proativa, desenvolvendo líderes que contribuam para alcançar os resultados dos negócios. Aspectos do contexto global ganham relevância, à medida que os líderes necessitam saber administrar os limites, penetrar em mercados estrangeiros e desenvolver suas equipes dentro dessa perspectiva (HERNEZ-BROOM & HUGHES, 2004; BUUS & SASLOW, 2005; SASLOW & BUUS, 2004). entrevistas com chefes de treinamento administrativo/executivo, chefes de escritórios de aprendizado e vice-presidentes de departamentos de mais de 50 corporações com base na Europa, incluindo BAT, BMW, BP, Cadbury, Schweppes, Coca-Cola, Credit Suisse, Dell, Fujtsu Services, HP, IBM, Novartis, SAP, Swiss Re, TetraPak, UBS e Vodafone. Os resultados desse estudo revelam que desenvolvimento de liderança vem ganhando cada dia mais importância. Várias e diversas práticas de desenvolvimento vêm sendo adotadas, de forma contínua, privilegiando o desenvolvimento não só individual, mas também coletivo. O estudo deixa evidente a tendência em direção à integração das atividades de desenvolvimento de liderança com as atividades de desenvolvimento do negócio bem como o envolvimento e compromisso da alta administração. Estudos realizados por Hernez & Hughes (2004) apontam que tendências futuras incluem avanços potenciais em novas maneiras de pensar a natureza da liderança e do seu desenvolvimento. Destacam que as mais notáveis questões e tendências no campo de desenvolvimento de liderança nos últimos 20 anos dizem respeito não só à proliferação de novos métodos, mas também ao reconhecimento da importância de se tratarem questões emocionais do líder na sua relação com os demais. 1.2. Mecanismos de desenvolvimento de liderança O crescente reconhecimento de que desenvolvimento de liderança envolve mais do que o simples desenvolvimento individual tem direcionado os esforços para um foco ainda mais abrangente, em relação ao contexto em que liderança é desenvolvida. Ganham espaço algumas considerações sobre a melhor utilização das competências em liderança e o equilíbrio entre questões de trabalho e vida pessoal. A maior efetividade no desenvolvimento de liderança requer atividades integradas, diversificadas e articuladas com o trabalho e a estratégia do negócio. Uma clara tendência evidenciada por Hernez & Hughes (2004) é a integração de treinamentos formais, jornadas de reflexão, desafios no próprio trabalho, atividades como coaching, mentoring, ações de aprendizado, feedback 360º graus, dentre outras. O Instituto Dinamarquês de Liderança e o Instituto Execsight de Desenvolvimento Executivo desenvolveram um estudo sobre o desenvolvimento de Liderança em Organizações Européias, em 2004. Foram realizadas O detalhamento de alguns mecanismos que vêm sendo adotados, no desenvolvimento de lideranças nas empresas, oferece uma compreensão do seu escopo, limitações e possibilidades. 7 Relatório de Pesquisa – RP0506 • Treinamentos formais Os treinamentos formais vêm sendo utilizados como um dos principais mecanismos de desenvolvimento de executivos. Statford Sherman e Alyssa Freas revelam que o mercado de treinamento de executivos valha US$ 1 bilhão apenas para os Estados Unidos. Saslow & Buus (2004), ao analisarem o resultado do estudo conduzido em 2004 pelo Instituto Dinamarquês de Liderança e pelo Instituto Execsight de Desenvolvimento Executivo em Organizações Européias, revelam que 89% investem em treinamento formal de liderança, e a maioria das empresas têm seus orçamentos controlados pelo setor de Recursos Humanos. Fica, entretanto, cada vez mais clara a pouca efetividade de tais treinamentos, se não estiverem acompanhados de processos que permitam reflexão e acompanhamento pessoal e feedback. Kouzes e Posner (2003) ressaltam a contribuição de tais eventos formais de desenvolvimento, à medida que propiciam o afastamento das atividades diárias, possibilitando outro ângulo de visão e outras fontes de estímulo na forma de ver o mundo e a si próprio. Entretanto, ressaltam que não basta propiciar o desenvolvimento de conhecimentos e habilidades se o processo não for acompanhado da motivação e do desejo, bem como do suporte de um coach no desenvolvimento da liderança. Pesquisas realizadas por Kouzes e Posner, no ano de 2003, em empresas ganhadoras do Prêmio Malcolm Baldrige, como a Motorola e a Solectron, indicam a importância do investimento formal de no mínimo 50 horas por ano. Nas empresas ganhadoras, esse investimento é, em média, de 100 horas de treinamento. • Jornadas de Reflexão A reflexão é constantemente mencionada como fator crucial no aprendizado (MCCAULEY; VAN VELSOR, 2003; 8 DELORS et al., 2004). Assim como Kouzes e Posner (2003) ressaltam a importância da reflexão na produção de insights e aprendizado sobre as experiências, Boyett e Boyett (1999) argumentam que é o exame da experiência pessoal de cada um, à luz de um encontro com as idéias, que tende a diferenciar as pessoas. A reflexão fornece subsídios tanto para a auto-avaliação ou identificação de aspectos a desenvolver como para extrair das experiências de desenvolvimento o conhecimento que poderá ser posto em prática. Jornadas de reflexão podem ser feitas pelo próprio indivíduo, ou ainda contar com o suporte de outras pessoas, como o gestor imediato ou um profissional com expertise na área de competência a ser desenvolvida. O suporte pode vir também de experiências de coaching, possibilitando uma clarificação das demandas e análise das mudanças pretendidas. • Coaching Sessões de coaching envolvem aprendizados individuais de maneira prática, focados em objetivos, e mudanças comportamentais. Pode ser uma intervenção de curto prazo ou um processo mais extenso. Além de desafiar, o coaching pode ser uma fonte poderosa de suporte, à medida que possibilita encorajar e reorientar as pessoas numa direção. Para Ting & Hart (2004), o coaching mais eficaz permite a colaboração para avaliar e entender questões de desenvolvimento de modo a alterar obstáculos correntes enquanto se exploram novas possibilidades. As pessoas que estimulam o pensamento de outros estão assumindo o que Porché e Niederer chamam de coaching: “(...) formulam perguntas, fornecem informações ou partilham filosofias e metodologias, observando o processo” (2002, p. 5). Tais pessoas expõem os demais a diferentes perspectivas e os ajudam a explorar essas diferenças, fazendo-os refletir, questionar e rever suas premissas e posições. Panorama do desenvolvimento de liderança em empresas brasileiras • Mentoring Mentoring é definido como um compromisso, uma relação de longo prazo em que uma pessoa sênior dá suporte ao desenvolvimento pessoal e profissional de uma pessoa júnior. Pode ser um programa formal ou um processo informal de desenvolvimento. Kouzes e Posner (1995) argumentam que mentores, supervisores imediatos e os colegas são importantes fontes de aprendizagem. Os mentores, como patrocinadores e treinadores informais; os gestores, como fontes importantes de feedback e de exemplo. Reconhecem que as melhores fontes de desenvolvimento são aquelas que desafiam as pessoas. Kotter (2001) assinala que preparar as pessoas para posições de alta direção, em que precisem enfrentar desafios mais amplos, em termos de liderança, requer uma maior concentração e proximidade dos líderes seniores, freqüentemente por um longo período de tempo. Segundo ele, também os relacionamentos laterais são importantes, porque colegas podem relatar o que acontece em outras partes da organização, bem como podem propiciar feedback sobre o estilo e pensar em modos alternativos de lidar com os problemas. • Ações de aprendizado São práticas organizacionais de desenvolvimento em que se trabalham questões importantes, em tempo real. Ações efetivas de aprendizado podem variar de um aprendizado tácito e sem facilitadores de trabalho até projetos de alto impacto de aprendizado para transformar pessoas e organizações (MARSICK, 2002). • Tarefas e metas desafiadoras É uma forma eficaz de desenvolvimento de liderança. Organizações que apresentam uma performance acima da média geralmente buscam criar oportunidades desafiadoras, principalmente para pessoas relativamente jovens. Kouzes e Posner (2003) consideram o desafio o elemento mais importante para o fortalecimento psicológico, para o aprendizado e para o aperfeiçoamento da carreira, em qualquer estágio da vida profissional. Argumentam sobre a importância de propiciar às pessoas oportunidades para desempenhar tarefas novas e cada vez mais difíceis, ampliando as bases da experiência. Em muitos casos, a descentralização possibilita a atribuição de maiores responsabilidades nos diferentes níveis da organização, propiciando maior grau de autonomia para a gestão e tomada de decisão. A utilização de tarefas desafiadoras como parte do processo de desenvolvimento de liderança varia de ações mais simples, que proporcionem informações sobre as oportunidades de desenvolvimento disponibilizadas na empresa, a desafios cada vez maiores, incluindo sistemático programa de rotação de tarefas. Kotter (2001) ressalta a importância do aumento da abrangência de atuação, o que resulta em movimentos laterais, promoções para novas posições ou desafios na própria função. A participação em forças-tarefa, para, por exemplo, geração de novos produtos e serviços, é uma forma de gerar aprendizado, servindo para testar e preparar as pessoas com potencial de liderança. O atingimento de metas desafiadoras é um processo muito utilizado, mas que requer cuidados para que sirva de fonte de aprendizado. Alguns autores advertem o aspecto prejudicial de se utilizarem metas irrealistas como fonte de estímulo. Tais metas acabam servindo, sim, de fonte de pressão paralisadora. Para Kouzes e Posner (2003), as pessoas que mais conseguem extrair o que os outros têm de melhor são as que definem metas atingíveis e acreditam ter a capacidade de desenvolver os talentos dos outros. • Feedback O feedback é uma prática importante que ajuda no desenvolvimento de líderes. Consiste em uma informação dirigida a uma pessoa sobre como seu comportamento está sendo percebido, visando 9 Relatório de Pesquisa – RP0506 modificá-lo, reforçá-lo ou aprimorá-lo (MOSCOVICI, 1980). Pode ser realizado formal ou informalmente, através de feedbacks um-a-um ou do processo de feedback 360°. O feedback é também um instrumento muito utilizado em atividades de coaching. • Avaliação de desempenho – Feedback 360 graus Essa talvez seja a tendência mais extraordinária no campo do desenvolvimento de liderança nos últimos anos. Esse método formal e estruturado permite coletar e processar informações sobre um gestor ou líder a partir de diversas fontes: pares, subordinados, chefe, pares do chefe, clientes ou fornecedores, conforme propõe Chappelow (2004). É primordialmente uma forma de analisar o desempenho da pessoa, e ao mesmo tempo uma fonte de desafio e de suporte ao desenvolvimento, possibilitando insights sobre como nortear seus esforços numa direção mais efetiva. Nas organizações empresariais que fazem avaliação de desempenho associada ao processo de gestão da performance corporativa, importantes subsídios podem ser colhidos como resultado das avaliações individuais e da somatória das avaliações das pessoas em posições de liderança. Buss & Saslow (2005), ao analisarem o estudo desenvolvido pelo Instituto Dinamarquês de Liderança e pelo Instituto Execsight de Desenvolvimento Executivo em Organizações Européias, analisam algumas práticas adotadas, cujo resultado será aqui retratado, no intuito de fornecer um referencial que possibilite ampliar a perspectiva de análise da pesquisa realizada em empresas brasileiras. – Alinhar desenvolvimento à estratégia: começar com as estratégiaschave da organização e conduzir a análise dos gaps, de modo a determinar a carência/ déficit quanto à necessidade de talentos capazes de implementar as estratégias empresariais. A partir daí, criar um plano de desenvolvimento para os executivos. Muitos programas de desenvolvimento de executivos ainda começam pelo desenho 10 do projeto, focando as necessidades no nível do indivíduo, em vez de começarem focando as necessidades da organização e, a partir daí, determinar quais as competências e capacidades de liderança necessárias. – Feedback e modificações em tempo real: assegurar que o feedback seja capturado durante o programa, propiciando alterações do curso estabelecido. – Ações de aprendizado customizadas: o conteúdo do programa deve ser baseado nos desafios correntes da organização e permitir oportunidades de integrar atividades de desenvolvimento com o trabalho contínuo dos participantes. – Programas de suporte: participantes são convidados a discutir e opinar sobre o conteúdo do programa. Criam-se pares informais de participantes e times, de acordo com a programação, aproveitandose de momentos informais como almoços, coffee-break. Tais iniciativas permitem, além dos ajustes necessários, avaliar o grau de aprendizagem dos participantes. – Auditoria de impacto: utilização de especialistas externos para traçar a eficácia do programa. – Compartilhamento de resultados: determinar, junto aos vários stakeholders da organização, quais os aspectos relevantes a serem trabalhados. Saslow e Buus (2004) indicam, dentre vários, alguns dos novos serviços que os profissionais responsáveis pelos programas de desenvolvimento de liderança em empresas européias gostariam de utilizar algum dia: flexibilidade no processo de aprendizagem; aprendizagem excitante no ambiente de trabalho; programas em consórcio; sessões para fóruns de liderança; programa de rádio via satélite, conferências através de vídeo e telefone. 1.3. Identificação de competências de liderança A identificação de competências em liderança vem sendo amplamente utilizada, nos últimos anos, como base para os processos de Panorama do desenvolvimento de liderança em empresas brasileiras desenvolvimento de líderes. Estudos revelam a necessidade de que esse processo seja participativo e que corresponda à estratégia da organização e ao seu modelo de negócio. Barrett & Beeson (2002) em recente estudo, descobriram que a maioria das organizações européias tem identificado competências em liderança, ou ao menos tentado definir características e qualidades de líderes de sucesso. Estudo realizado em 2003 por Hewitt & Associates revelou que nas melhores empresas européias existe um comprometimento muito maior do CEO no desenvolvimento da liderança. As organizações se diferenciam quanto às competências críticas em liderança. Geralmente, identificam-se um rol de competências. Segundo Hernez & Hughes (2004), é improvável que todos os líderes possuam, ao mesmo tempo, todo o grupo de competências requerido. Recomendam o investimento mais focado, gradual, destacando as forças, ao mesmo tempo que trabalhando o entendimento e minimização dos impactos das fraquezas. Buus & Saslow (2004), ao analisarem o estudo junto às empresas européias, revelam que a maioria das organizações engloba as habilidades críticas de que os líderes necessitavam para serem efetivos, em um sistema com competência bem-definido. Entre as habilidades mais destacadas encontram-se: habilidades para desenvolver negócios e estratégias/globais; habilidades operacionais, trazendo a estratégia para a vida/ações que refocam os negócios; habilidades para liderar pessoas em contextos de diversidade cultural, incertezas e ambigüidades. Os aspectos que se destacam na descrição mais detalhada das habilidades dizem respeito à orientação global; habilidades administrativa de pessoal; flexibilidade e agilidade. 1.4. Avaliação das ações de desenvolvimento de liderança e mensuração do retorno e impacto do investimento A avaliação é de fundamental importância, uma vez que permite não só verificar a efetividade das ações de desenvolvimento, bem como fornecer subsídios para futuras decisões. Embora muito utilizadas, as avaliações das ações de desenvolvimento de liderança nem sempre apresentam a qualidade desejada. Uma boa avaliação precisa ser planejada, relacionando-se com os objetivos e resultados a serem alcançados; requer clareza quanto aos fatores a serem avaliados. Milkovich e Boudreau (2000) apontam para diferentes tipos de avaliação que podem ser utilizados para medir diferentes variáveis: • os sentimentos dos participantes (avaliação de reação); • a compreensão e memorização dos conceitos ensinados (avaliação de aprendizagem); • a aplicação dos conceitos nos comportamentos (avaliação da mudança comportamental); • efeitos das mudanças nos resultados organizacionais (avaliação de resultados) e • sentimentos acerca da organização e do próprio trabalho (avaliação de atitudes). Um bom sistema de avaliação requer a participação das partes interessadas na sua elaboração, o que, segundo Milkovich e Boudreau (2000), incluem a identificação de questões a serem avaliadas, a definição e forma de métodos de avaliação, a definição do plano de comunicação e implementação. Muitos vêm sendo os métodos adotados na dimensão do indivíduo (avaliação de resultados, avaliação de reação, entrevistas, questionários estruturados ou abertos, avaliação de mudança comportamental, avaliações 360°, entrevistas com coaches), na dimensão do grupo (focus group, observação de reuniões de equipes) e na dimensão organizacional (pesquisa de cima e da cultura, avaliação de retorno do investimento). O tópico mais controverso no desenvolvimento de liderança é a natureza do como, e se, o impacto dos programas e ações de desenvolvimento deve ser mensurado. Existem alguns diferentes modelos de mensuração do impacto, mas muitos profissionais, aparentemente, nem vêem a necessidade de fazê-lo ou desistem de tentar rastrear o impacto nas suas organizações. 11 Relatório de Pesquisa – RP0506 Talvez a pressão mais forte em relação às tendências futuras no que diz respeito às práticas de liderança seja quanto à demonstração do ROI – retorno sobre o investimento. Hernez & Hughes (2004) revelam que, embora organizações de ponta como PepsiCo, IBM, e Johnson & Johnson venham gastando significativa parcela de tempo e recursos no desenvolvimento de liderança, as tentativas de quantificar de maneira precisa os benefícios de tais programas permanecem evasivos. Os gastos com o desenvolvimento de liderança vêm tornando-se maiores e mais visíveis, e, portanto, passam a requerer padrões de mensuração que evidenciem o retorno do investimento empregado. Demonstrar e quantificar o impacto dos investimentos em desenvolvimento de liderança provavelmente irá se tornar prioridade para as organizações comprometidas com a construção da força da liderança. Martineau & Hannum (2003) reforçam essa tendência e alertam para a necessidade de planejar, implementar e avaliar de maneira eficiente as iniciativas de desenvolvimento de liderança, no sentido de maximizar o retorno desses investimentos, conectando desenvolvimento de liderança a resultados organizacionais relevantes Buus & Saslow (2004) revelam que, apesar do alto nível de importância e investimento no desenvolvimento de liderança, realizado pelas empresas européias, é evidente a limitação dos processos de análise do retorno do investimento (ROI). Argumentam que com a maior integração entre desenvolvimento do negócio e desenvolvimento da liderança, essa análise se faz cada dia mais necessária. Destacam alguns fatores que vêm impulsionando a necessidade de mensurar os investimentos no desenvolvimento da liderança, em empresas européias: • Necessidade de as áreas responsáveis por Treinamento e Desenvolvimento apresentarem resultados mensuráveis em virtude de se colocarem, cada vez mais, como áreas de negócios. 12 • Demanda de retornos mais evidentes devido ao crescente investimento nas soluções de desenvolvimento de liderança. • Pressão adicional na necessidade de avaliar, quantificar e justificar as soluções adotadas, devido à contratação externa de soluções de desenvolvimento de liderança. 1.5. O futuro do desenvolvimento de liderança nas organizações Os desafios atuais do entendimento da natureza da liderança e implementação efetiva das práticas de desenvolvimento de liderança provavelmente serão ainda maiores do que sempre foram. Estudos realizados por Hernez & Hughes (2004) demonstram a importância do alinhamento com os desafios do contexto, o que inclui o papel da tecnologia, a globalização e as pressões para o retorno de investimentos. Destaca-se o crescente interesse na integridade e caráter/personalidade dos líderes e a necessidade de novas maneiras de pensar sobre a natureza da liderança e do desenvolvimento de liderança. Estudo realizado por Barrett & Beeson (2002) revela que cinco forcas críticas irão moldar as competências em liderança no futuro: 1) competição global; 2) tecnologia da informação; 3) necessidade de organizações rápidas e flexíveis, 4) times e 5) diferenciações nas necessidades do empregado. Esse novo ambiente terá ambigüidades e incertezas ainda maiores, sendo que o modelo efetivo de liderança deverá ser aquele que encoraje ambientes a alavancar o desenvolvimento do potencial humano na organização. As tendências futuras refletem, em parte, a reação para mudanças no contexto da liderança. Talvez a pressão mais forte no que diz respeito às práticas de liderança no futuro seja quanto à demonstração do retorno do investimento, prática ainda pouco presente nas empresas. Demonstrar e quantificar o impacto dos investimentos em desenvolvimento de liderança provavelmente irá se tornar prioridade para as organizações comprometidas com o futuro. Panorama do desenvolvimento de liderança em empresas brasileiras Como resultado, liderança será entendida como a capacidade coletiva de todos os membros da organização de executar algumas tarefas importantes, como direcionar, alinhar e comprometer. Desenvolvimento de liderança com base nesse paradigma coletivo é mais difícil de se projetar e implementar do que o desenvolvimento com foco no indivíduo. Tomar o próximo passo irá exigir um entendimento mais profundo do papel dos sistemas organizacionais e da cultura no desenvolvimento de liderança (VAN VELSOR; MCCAULEY, 2004). Saslow & Buus (2005) verificaram alguns temas-chave que sinalizam o estágio atual de algumas empresas européias de destaque no cenário global: • aumento da importância do desenvolvimento de liderança; • aumento do comprometimento da alta administração com o desenvolvimento de lideres; • investimento contínuo no desenvolvimento de liderança; • pouco uso da mensuração dos resultados do investimento. O estudo revela a necessidade de que o desenvolvimento de liderança seja dirigido pelas estratégias de negócio e que tenha como foco desenvolvimento de líderes com perspectiva global, capazes de operar com sucesso no mercado atual e futuro. Uma síntese dos resultados da pesquisa realizada pelos autores é apresentada no quadro abaixo: QUADRO 1 – A mudança na natureza do desenvolvimento de liderança Presente Futuro Objetivo Desenvolve habilidades e competências para a gestão geral Aumenta a habilidade de executar estratégias organizacionais correntes. Estilo do objetivo Bottom-up e top-down Integrado com a direção das unidades de negócio Processo de integração da gestão do capital humano Limitado Integrado Perspectiva das unidades de negócio Serviço provedor Parceiro Visão corporativa dos custos do programa Overhead; tenta minimizar Parte de se fazer negócios; investimento Uso de tecnologia Mínima, mais para uso administrativo Padrão quanto à gestão do programa – avaliação, objetivo, entrega, mensuração, desenvolvimento de follow-up Mensuração Nível 1 – reação típica; Nível 3 – mudança de comportamento (via 360º) Nível 4 – mensuração do impacto do negócio Papéis primários de suprimento Projeto e entrega Projeto, co-entrega, auditoria e relato Fonte: Buus & Saslow, 2005, p.30. A tendência de desenvolvimento de líderes, nas empresas, revela que os aspectos globais tornam-se relevantes bem como questões relativas à quebra de fronteiras e multiplicidade 13 Relatório de Pesquisa – RP0506 do ambiente de negócios. Os líderes, cada vez mais, serão desafiados a trabalhar com uma variedade de tipos de trabalhadores e mercados consumidores. Tais desafios requerem uma diversidade nos programas de desenvolvimento com foco em habilidades necessárias à condução dos negócios em mercados estrangeiros. Alguns estudos sugerem a necessidade de se entender os desafios, as nuances, tanto das dinâmicas de mercado como dos seus vários elementos: consumidores, concorrentes, parceiros, governos, comunidade. 1.6. Metodologia Tendo em vista a tipologia tradicional de métodos de pesquisa, o estudo em questão pode ser caracterizado como um estudo descritivo, uma vez que se propôs, em conformidade com a caracterização de levantamentos descritivos, determinar a incidência e a distribuição das características e das opiniões de determinada população e o estabelecimento de relações entre variáveis, obtendo características presumivelmente representativas dessas opiniões. (MARCONI e LAKATOS, 1990; MALHOTRA, 2001). No caso específico essas variáveis disseram respeito à forma como as empresas vêm desenvolvendo suas lideranças. Consiste em investigação de pesquisa empírica, cuja principal finalidade é o delineamento ou análise das características de fatos ou fenômenos, para o que foram utilizados métodos formais caracterizados pela precisão e pelo controle estatísticos. O grupo pesquisado pode ser considerado relevante, uma vez que se constitui dos primeiros níveis de gestores das 500 maiores empresas situadas no Brasil (EXAME Maiores e Melhores, 2004), o que representa o poder decisório frente a essas questões. Para consecução dos resultados de interesse e pela impossibilidade de entrevistar toda essa população, foi retirada uma amostra desse universo. Tal amostra constituiu-se de 242 integrantes da presidência, direção e alta gerência de 161 empresas. 14 Quanto aos meios foi realizada uma pesquisa de campo no sentido de coletar informações junto aos dirigentes de empresas brasileiras. O método utilizado survey justificou-se pela grande extensão geográfica pesquisada, número de empresas e de respondentes. Foram encaminhadas por mídia eletrônica cartas-convite (Anexo 1) aos gestores de empresas brasileiras de grande porte, com um link que reportava diretamente ao instrumento de pesquisa na Web. Esse instrumento (Anexo 2) foi estruturado com perguntas abertas e fechadas e teve como objetivo levantar as crenças, políticas e práticas acerca do desenvolvimento de liderança nas empresas. O processamento estatístico dos dados foi feito via o Statistic Package for Social Science – SPSS e os resultados obtidos apresentam um nível de confiança de 95%. O método escolhido apresenta limitações relativas à impossibilidade de serem entrevistados todos os gestores das empresas de grande porte brasileiras bem como a não inclusão dos demais níveis de profissionais na amostra pesquisada. CAPÍTULO 2 – CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA A amostra é constituída de 242 gestores representantes do nível executivo e gerencial das 161 maiores empresas que operam no Brasil, permitindo uma análise comparativa. Dos gestores pesquisados, 5,4% não se identificaram, não estando, portanto, presentes nos itens de caracterização da amostra, muito embora suas respostas tenham sido consideradas no corpo do trabalho. A posição hierárquica dos executivos pesquisados demonstra forte predominância de dirigentes – presidentes, diretores e alta gerência – 49,7%, seguida da média gerência e supervisores – 31,1%, o que representa a força do poder decisório destes frente às tendências acerca do tema. Panorama do desenvolvimento de liderança em empresas brasileiras Presidência Não identificados 2% 5% Outros Direção Coordenação 5% 24% Supervisão 12% Média gerência Alta gerência 28% 24% Gráfico 1 – Posição hierárquica Fonte: Pesquisa FDC realizada em empresas brasileiras –- 2005. Em relação ao tempo de permanência nas empresas, a pesquisa denota que 61% dos respondentes estão há mais de cinco anos nas empresas e, destes, 35% há mais de 15 anos. Esse elevado tempo de permanência dos gestores nas empresas revela mobilidade na carreira e crescimento profissional. Não identificados 5% Até 11 meses 8% De 1 ano a 1 ano e 11 meses 9% De 2 a 5 anos 17% Acima de 15 anos 35% De 10 a 15 anos 9% De 5 a 10 anos 17% Gráfico 2 – Tempo de permanência Fonte: Pesquisa FDC realizada em empresas brasileiras – 2005. 15 Relatório de Pesquisa – RP0506 O tipo de controle de capital das 161 empresas da amostra é em sua grande maioria privado – 81%, sendo 36,8% privado multinacional, 29,3% privado nacional e 14,9% privado nacional familiar. O restante está divido entre estatal nacional – 6,6%, além da pequena parcela proveniente de capital estatal multinacional – 0,4%. Na dimensão outros se encontram 6,6%. Não identificados Outros 5% 6,6% Estatal multinacional 0,4% Estatal nacional 6,6% Privado multinacional Privado nacional 36,8% familiar 14,9% Privado nacional 29,3% Gráfico 3 – Tipo de controle de capital Fonte: Pesquisa FDC realizada em empresas brasileiras – 2005. Em relação ao porte das empresas – todas de grande porte em função da amostra –, metade apresentam faturamento acima de 1 bilhão – 50,4%, seguidas daquelas que faturam de 501 milhões a 1 bilhão – 27,3% e das que estão entre 201 a 500 milhões – 11,6%. Já com menor participação encontram-se as empresas que faturam até 200 milhões – 5,4%. Até 10 mi Não identificados 2% 5% De 51 a 100 mi 1% De 101 a 200 mi 2% De 201 a 500 mi 11,6% Acima de 1 bi 50,4% Gráfico 4 – Porte das empresas Fonte: Pesquisa FDC realizada em empresas brasileiras – 2005. 16 De 501mi a 1 bi 27,3% Panorama do desenvolvimento de liderança em empresas brasileiras Os setores da economia estão representados em sua diversidade, estando presentes tanto indústria como serviço e comércio. • Impacto dos programas de desenvolvimento de liderança nos resultados empresariais • Mensuração dos resultados 2.1. Análise dos resultados Os resultados aqui apresentados revelam o panorama das maiores empresas brasileiras no desenvolvimento de suas lideranças. Os aspectos pesquisados tiveram o intuito de cobrir pontos relevantes ao desenvolvimento de líderes: • Crença dos gestores sobre o desenvolvimento de liderança • Público considerado líder nas empresas • Tempo de investimento das empresas no desenvolvimento das lideranças • Responsáveis pelo desenvolvimento das lideranças • Estruturação das ações de desenvolvimento de liderança • Competências de liderança • Mecanismos utilizados de desenvolvimento das lideranças • Efetividade das ações de desenvolvimento de liderança 2.2. Crença dos gestores acerca da natureza dos líderes No sentido de mapear os fundamentos que têm ancorado esses projetos nas empresas brasileiras, os participantes da pesquisa foram indagados a respeito de suas crenças sobre a natureza da liderança: se nata ou inata, se passível ou não de desenvolvimento. Essa questão revela-se não só crucial como presente em grande parte dos estudos de liderança bem como nos primeiros trabalhos em organizações. O gráfico 5 revela que quase a totalidade dos gestores – 97,9% – acreditam que liderança pode ser desenvolvida, sendo que, desses, 77%, enfatizam o fator desenvolvimento, não se posicionando quanto a ser inata ou não, e 15% acreditam que, mesmo sendo inata, pode ser desenvolvida. Somente 2% acreditam que liderança não se desenvolve por ser inata. Liderança NÃO é inata e Liderança é inata e NÃO pode ser desenvolvida pode ser desenvolvida 6% 2% Liderança é inata e pode ser desenvolvida 15% Liderança, sendo inata ou não, pode ser desenvolvida 77% Gráfico 5 – Crença dos gestores acerca da natureza dos líderes Fonte: Pesquisa FDC realizada em empresas brasileiras – 2005. 17 Relatório de Pesquisa – RP0506 O resultado demonstra-se coerente com o investimento cada vez maior das empresas no desenvolvimento de liderança, além de revelar uma aderência à maioria dos estudos sobre o tema, que aponta que a liderança pode ser desenvolvida, uma vez que todas as pessoas trazem dentro de si o potencial de liderança. 2.3. Público considerado líder nas empresas A distinção entre gerência e liderança vem sendo um dos aspectos destacados nos estudos de liderança, embora nem sempre forneçam abordagens coerentes ou mesmo esclarecedoras. A maioria das distinções chamam atenção para o fato de que a gerência é dotada de uma autoridade formal concedida pelo cargo, enquanto líder é aquele que influencia e estimula as pessoas. A linha tênue entre a ação de gestores e líderes acaba gerando confusão, o que se reflete nas práticas de desenvolvimento de líderes, adotadas pelas empresas. Essa confusão é confirmada nos dados revelados pela pesquisa conforme retratado no gráfico 6. É significativo o número de gestores que consideram líder aquele que exerce influência sobre os demais. Na visão dos gestores pesquisados, a maioria, quase 70%, considera líder qualquer profissional que exerça influência na relação com os demais, tenha cargo de gerência, ou seja, considerado talento. Por outro lado um número expressivo, 30%, demonstra confundir liderança com ocupação de cargo de gerência, o que sugere uma indefinição, confusão sobre o real conceito de liderança nas empresas. Profissional considerado talento, alto potencial 2% Só pessoas com cargo de gerência Qualquer profissional que exerça 39% influência na relação com os demais 31% Qualquer profissional que exerça influência e pessoas com cargo de gerência 28% Gráfico 6 – Público considerado líder nas empresas Fonte: Pesquisa FDC realizada em empresas brasileiras – 2005. 2.4. Tempo de investimento das empresas no desenvolvimento de liderança Os vários estudos no campo da liderança revelam que os esforços e iniciativas para desenvolver líderes devem ser progressivos, contínuos, e não um evento isolado. Essa perspectiva de processo de desenvolvimento vem sendo adotada em empresas em todo mundo, como é o caso das grandes empresas 18 européias pesquisadas no estudo desenvolvido em 2004 , pelo Instituto Dinamarquês de Liderança e o Instituto Execsight de Desenvolvimento Executivo. A pesquisa junto às empresas brasileiras confirma essa tendência. Há aproximadamente uma década era pequeno o número de empresas que investiam em liderança, sendo que esse número era muito concentrado nas estatais. Mas o que se percebe é que nos Panorama do desenvolvimento de liderança em empresas brasileiras últimos anos o desenvolvimento de liderança ganha destaque, aumentando o investimento das empresas. Se 33% dos gestores afirmam que suas empresas vêm investindo em liderança no longo prazo – 10 anos ou mais, este percentual cresce para 50% nos últimos 3 a 5 anos. Isso sugere que o desenvolvimento de liderança passou a ser percebido pelas empresas não como um evento isolado, mas como um processo contínuo (gráfico 7) Menos de 1 ano Não vem investindo 11% 6% Mais de 10 anos 20% Nos últimos 3 anos 29% Nos últimos 10 anos 13% Nos últimos 5 anos 21% Gráfico 7 – Tempo de investimento no desenvolvimento de liderança Fonte: Pesquisa FDC realizada em empresas brasileiras – 2005. 2.5. Responsáveis pelo processo de desenvolvimento de liderança Como afirmam Van Velsor & McCauley (2004), o desenvolvimento de lideranças requer cada vez mais o entendimento do papel dos sistemas organizacionais e da cultura no desenvolvimento de liderança. Tal necessidade é acompanhada da vinculação dos programas de desenvolvimento de líderes às estratégias do negócio, demandando, cada vez mais, a participação e envolvimento da alta administração. Hewitt & Associates (2003) reforçam essa tendência ao apontarem o comprometimento, cada vez maior, do CEO, no desenvolvimento de liderança, em empresas européias. A pesquisa junto às empresas brasileiras, por sua vez, parece ainda longe de evidenciar essa tendência. Os dados indicados na tabela 1 revelam que em todas as etapas do processo estão presentes tanto as áreas de Recursos Humanos, quanto os gestores, os dirigentes e o próprio participante. Na etapa demanda, ganha destaque o papel do nível gerencial, 62%. Nas etapas estruturação e coordenação, fundamentais ao processo, existe uma presença muito pequena da alta direção (17% e 8%, respectivamente), ficando praticamente nas mãos da área de Recursos Humanos. O papel da direção fica mais restrito à aprovação das soluções, 87%. Esse quadro revela que existe ainda um desbalanceamento em relação ao envolvimento da alta administração nos processos de desenvolvimento de liderança nas empresas brasileiras pesquisadas. 19 Relatório de Pesquisa – RP0506 TABELA 1 – Responsáveis pelo processo de desenvolvimento de liderança Etapas do Processo Responsáveis Direção Nível gerencial RH O próprio gestor Demanda 58% 62% 46% 29% Estruturação e planejamento 17% 36% 91% 13% Aprovação das soluções 87% 32% 40% 4% Coordenação do processo 8% 34% 90% 11% Fonte: Pesquisa FDC realizada em empresas brasileiras – 2005. 2.6. Estruturação das ações de desenvolvimento de liderança A figura 1 revela que 72% das empresas têm desenvolvido estratégias e programas de liderança, revelando a preocupação de mais longo prazo com o projeto. Entretanto, ainda existe uma lacuna por parte de algumas empresas, uma vez que 84% possuem programas de desenvolvimento de liderança. Essa lacuna praticamente deixa de existir naquelas empresas que estão investindo há mais de um ano. O que mais chama atenção, porém, é a ainda desvinculação evidenciada entre os programas de desenvolvimento de liderança e as estratégias do negócio. Das 84% das empresas que vêm investindo no desenvolvimento de lideranças, somente 66% revelam estarem seus programas vinculados à estratégia do negócio. Essas evidências demonstram um atraso em relação aos estudos sobre desenvolvimento de liderança que apontam para a necessidade, cada vez maior, de uma vinculação entre a estratégia de desenvolvimento e as estratégias do negócio, englobando o contexto. Quanto à preparação de novos líderes, aspecto esse muito demandado por empresas em fase de crescimento, somente 40% das empresas pesquisadas revelam possuir programas de desenvolvimento de sucessores, o que denota fragilidade no processo de otimização do aprendizado organizacional e, ao mesmo tempo, perda de conhecimentos relevantes. 84% possuem Programas de Desenvolvimento de Lideranças 72% possuem Programas e Estratégias de Desenvolvimento de Liderança Empresas que investem há mais de um ano 83% possuem Programas e Estratégias de Desenvolvimento de Liderança 66% vinculam às Estratégias de Negócio 40% possuem Programa de Desenvolvimento de Sucessores Figura 1 – Estruturação das ações de desenvolvimento de liderança Fonte: Pesquisa FDC realizada em empresas brasileiras – 2005. 20 Panorama do desenvolvimento de liderança em empresas brasileiras 2.7. Competências em Liderança Modismo ou não, a identificação de competências em liderança vem sendo amplamente utilizada, nos últimos anos, como base para os processos de desenvolvimento de líderes. A pesquisa junto às empresas brasileiras confirma essa tendência, evidenciando que a maioria das empresas, 60%, possuem processos estruturados de identificação das competências em liderança. Sim Não 60% 40% Gráfico 8 – Presença de processo estruturado de identificação das competências em liderança Fonte: Pesquisa FDC realizada em empresas brasileiras – 2005. Quanto à aplicação das competências em liderança, a maioria das organizações, 73%, as utiliza como base dos programas de desenvolvimento, conforme indicado na figura 2. O processo adotado para a identificação das competências tem contado com a participação dos líderes, 72%, o que se revela amplamente de acordo com as recomendações dos estudos sobre o tema. Entretanto, somente 46% dos líderes cujas empresas possuem processo formalizado de identificação das competências consideram que as competências são adequadas. Esse quadro revela uma inadequação tanto na forma como vêm sendo desenvolvidas as competências como nas bases que têm sustentado os programas de desenvolvimento de lideranças nas empresas brasileiras. Esse aspecto necessita, portanto, ser melhor analisado pelas empresas, sob pena de inviabilizarem investimentos bem-sucedidos. Finalidade Processo 73% Base para ações de desenvolvimento e avaliação de desempenho 72% Líderes participam do processo de identificação 46% consideram inadequadas as competências de liderança identificadas Figura 2 – Aplicação das competências de liderança nos processos de desenvolvimento Fonte: Pesquisa FDC realizada em empresas brasileiras – 2005. 21 Relatório de Pesquisa – RP0506 Para saber quais competências vêm sendo mais citadas no cenário das grandes empresas pesquisadas, foi solicitado aos executivos apontar as competências identificadas (empresas que possuem o processo de identificação) e indicar as competências mais valorizadas (empresas que não possuem o processo de identificação). Foram selecionadas as dez competências mais citadas em cada grupo. Dessas, seis revelaram-se presentes em todas as empresas, na opinião dos executivos, conforme figura 3. Essas competências são dimensão do indivíduo: flexibilidade; dimensão da relação: relacionamento interpessoal e o trabalho em equipe; e dimensão do negócio: orientação para resultados, foco no cliente e comunicação. 1º – Cursos “in company”, realizados no Brasil. 2º – Avaliação de desempenho 3º – Metas desafiadoras 4º – Tarefas desafiadoras 5º – Instrumentos de autoconhecimento (Ex: MBTI, PI, VECCA) 6º – Cursos abertos e visitas técnicas realizadas no Brasil • Orientação para resultados 7º – Feedback • Trabalho em equipe • Comunicação 8º – Cursos “in company”, realizados no exterior • Relacionamento interpessoal 9º – Avaliação de potencial • Flexibilidade • Foco no cliente 10º – Cursos abertos realizados no exterior Figura 3 – Competências de liderança mais encontradas nas empresas brasileiras Fonte: Pesquisa FDC realizada em empresas brasileiras – 2005. 2.8. Mecanismos adotados nos programas de desenvolvimento de liderança A figura 4 demonstra quais são os dez mecanismos apontados como os mais utilizados para desenvolver lideranças, sendo que, destes, quatro correspondem a treinamentos formais. O mecanismo mais utilizado – ocupando a primeira posição – são os cursos sob medida para as empresas (in company), realizados no Brasil. A sexta posição é ocupada pelos programas abertos também no Brasil, assim como a oitava e décima posição referem-se aos cursos realizados no exterior. Já os mecanismos de acompanhamento das ações de desenvolvimento se encontram na segunda e nona posições: Avaliação de 22 Desempenho e da Performance. Tarefas e metas desafiadoras também são destacadas, ocupando os terceiro e quarto lugares. Mecanismos de autoconhecimento encontram-se em quinto lugar e os processos de feedback em sexto. Figura 4 – Mecanismos mais utilizados para o desenvolvimento de liderança Fonte: Pesquisa FDC realizada em empresas brasileiras – 2005. Por um lado, esse resultado evidencia que os programas de desenvolvimento de liderança adotados nas empresas brasileiras vêm acompanhando as tendências e apontando para a necessária integração, diversificação e articulação das ações de desenvolvimento de liderança. As avaliações de desempenho utilizadas em 76% dos casos denotam atenção ao acompanhamento individual. Por outro lado, algumas fragilidades são observadas no processo: somente 32% das avaliações de desempenho são 360º; 55% possuem análise de potencial), e muitas avaliações não resultam em projetos de desenvolvimento individual (51% possuem projetos de desenvolvimento individual), o que acaba enfraquecendo sua eficácia (gráfico 9) Panorama do desenvolvimento de liderança em empresas brasileiras 100% 76% 55% 51% 360º 32% 0% Avaliação de Desempenho Avaliação de Potencial Programa de Desenvolvimento Individual Gráfico 9 – Utilização de avaliação de desempenho, avaliação de potencial e programas de desenvolvimento individual nas empresas brasileiras Fonte: Pesquisa FDC realizada em empresas brasileiras – 2005. 2.9. Efetividade dos programas de desenvolvimento de liderança Tendo em vista que a maior efetividade no desenvolvimento de liderança requer atividades integradas e articuladas com o trabalho e a estratégia do negócio, os dados da pesquisa evidenciam que, embora um número grande de empresas esteja atuando nessa direção, 66%, é ainda significativo o número de empresas que não integram seus programas com a estratégia do negócio. Outro fator que chama atenção é que 39% dos entrevistados consideram que os programas de desenvolvimento de liderança não têm subsidiado as práticas de recursos humanos, e nem as práticas de gestão de pessoas; 43% percebem que os líderes (lembrando que se referem também a si próprios) não aplicam o que estão aprendendo nos programas dos quais participam (gráfico 10). Esses dados revelam a necessidade de serem revisitadas, por muitas das empresas pesquisadas, as bases que vêm sustentando a estruturação de suas ações de desenvolvimento de liderança. Esse cenário reforça, mais uma vez, a necessidade do envolvimento da alta administração, e da integração dos projetos de desenvolvimento, com a realidade do negócio. % em que os programas de desenvolvimento de liderança estão: Vinculados à estratégia do negócio Subsidiando as políticas de Recursos Humanos Afetando as práticas de gestão de pessoas Sendo praticados pelos líderes 66% 61% 61% 57% Gráfico 10 – Efetividade dos programas de desenvolvimento de liderança Fonte: Pesquisa FDC realizada em empresas brasileiras – 2005. 23 Relatório de Pesquisa – RP0506 2.10. Impacto dos programas de desenvolvimento de liderança nos resultados empresariais Quanto à percepção dos gestores sobre o impacto dos programas de desenvolvimento nos resultados das organizações, 82% consideram-no alto, ou seja, é grande a percepção de impacto nos resultados (gráfico 11). Impactam os resultados Não impactam 82% os resultados 18% Gráfico 11 – Percepção do impacto dos programas de desenvolvimento de liderança nos resultados empresariais Fonte: Pesquisa FDC realizada em empresas brasileiras – 2005. Vale ressaltar que as empresas que estão há mais de cinco anos desenvolvendo programas de liderança percebem que o impacto aumenta com o tempo de investimento, o que reforça a perspectiva da liderança como um processo contínuo e de longo prazo. O gráfico 12 demonstra que, em empresas que vêm investindo há mais de 5 anos, a percepção de alto impacto varia de 27% para 58%. Menos de 5 anos Mais de 5 anos Médio Médio 62% Alto Alto 27% 40% Baixo 11% Gráfico 12 – Tempo de investimento x grau de impacto Fonte: Pesquisa FDC realizada em empresas brasileiras – 2005 24 58% Baixo 1% Panorama do desenvolvimento de liderança em empresas brasileiras O gráfico 13 apresenta os tipos de impacto mais percebidos: Melhoria de produtividade 87% Melhoria do clima 79% Redução de custos 74% Melhoria da imagem externa 56% 57% Melhoria na rentabilidade Maior geração de inovações Aumento de receita Outros 56% 50% 8% Gráfico 13 – Tipos de impacto Fonte: Pesquisa FDC realizada em empresas brasileiras – 2005. 2.11. Mensuração do resultado dos programas de desenvolvimento de liderança Conforme relatado no corpo da pesquisa, esse é um dos tópicos mais controversos no desenvolvimento de liderança, sendo utilizadas diferentes formas de mensuração, sem que se consiga estabelecer com clareza as formas mais efetivas. Muitos profissionais, inclusive, nem vêem a necessidade de fazê-lo ou desistem de tentar rastrear o impacto nas suas organizações. Tendências futuras apontam para a necessidade, cada vez maior, de medidas que tangibilizem os resultados dos programas de desenvolvimento de liderança, indicando o retorno do investimento – ROI – como um indicador pertinente (SASLOW & BUSS, 2004). Estes autores revelam, ainda, que grandes empresas européias apresentam dúvidas e limitações quanto à adoção dessas mensurações. Os dados da pesquisa revelam a mesma dificuldade e limitação nas empresas brasileiras. O gráfico 14 demonstra que somente 29% das empresas medem os resultados dos investimentos no desenvolvimento de lideranças. Medem os Não medem resultados os resultados 29% 71% Gráfico 14 – Mensuração dos resultados dos programas de desenvolvimento de liderança Fonte: Pesquisa FDC realizada em empresas brasileiras – 2005 25 Relatório de Pesquisa – RP0506 As principais formas de mensuração apontadas, por sua vez, têm utilizado instrumentos tradicionais conforme revelado no gráfico 15. Chama atenção o fato de os instrumentos utilizados para mensurar os resultados dos programas não coincidirem com os tipos de impacto percebidos pelos entrevistados. Todos esses dados evidenciam não só uma inconsistência entre o formal e o percebido, mas denotam que as empresas brasileiras pesquisadas encontram-se, ainda, muito limitadas nesse aspecto. 32% Avaliação de desempenho Avaliação de resultados 27% (EX.: BSC) Indicadores: clima, satisfação, 17% absenteísmo, acidentes de trabalho, rotatividade Avaliação dos treinamentos 6% Gráfico 15 – Principais formas de mensuração Fonte: Pesquisa FDC realizada em empresas brasileiras – 2005. CONCLUSÕES A pesquisa revela que o desenvolvimento de liderança vem ganhando destaque nas empresas brasileiras, nos últimos cinco anos. Entretanto, ainda encontram-se algumas inconsistências nos projetos, tanto no que tange à sua vinculação com a estratégia dos negócios, quanto aos mecanismos utilizados para o desenvolvimento das lideranças. Uma maior efetividade dos programas requer maior conhecimento sobre o tema, maior análise e adequação dos programas, de forma mais integrada e consciente. Todas as evidências apontam para a necessidade de um maior envolvimento e até mesmo comprometi- 26 mento da alta administração, sem os quais, dificilmente, obter-se-á o retorno esperado desses projetos. Ao estruturar os projetos de desenvolvimento de liderança, a pesquisa revela a necessidade de maior articulação entre as ações de desenvolvimento – propostas educacionais – e a realidade empresarial. O resultado e a eficácia dessas ações devem ser fruto de uma inter-relação entre a estruturação adotada, os mecanismos de desenvolvimento e os mecanismos de suporte fornecidos pela empresa. Sem a integração desses três pilares de sustentação dificilmente as empresas alcançarão os resultados esperados com os programas (figura 5). Panorama do desenvolvimento de liderança em empresas brasileiras Mecanismos de Suporte Estruturação PROPOSTA EDUCACIONAL Resultado REALIDADE EMPRESARIAL Mecanismos de Desenvolvimento QUANTO MAIOR O TEMPO DE INVESTIMENTO, MAIOR O IMPACTO NO RESULTADO EMPRESARIAL Figura 5 – Pilares de sustentação das ações de desenvolvimento de liderança Fonte: Pesquisa FDC realizada em empresas brasileiras – 2005. No que se refere à estruturação, nota-se desvinculação, em muitas empresas, entre os programas e a estratégia do negócio, o que revela um conseqüente distanciamento entre as ações de desenvolvimento propostas e a realidade empresarial. A direção parece ficar à margem do processo e as áreas de Recursos Humanos carecem de uma melhor consciência das limitações desse tipo de decisão. Se, por um lado, as competências de liderança vêm servindo de base para a estruturação de muitos programas de desenvolvimento de liderança, envolvendo os líderes no seu processo de identificação, por outro lado é preocupante o número significativo de líderes que não consideram as competências identificadas como pertinentes. Essa revelação denota, mais uma vez, fragilidade na estruturação dos programas. A baixa presença de programas de desenvolvimento de sucessores revela falta de perspectiva de longo prazo no processo de desenvolvimento de liderança. Quanto aos mecanismos de desenvolvimento adotados, a pesquisa revela que as empresas têm utilizado formas diversas e complementares, integrando atividades formais, atividades realizadas no dia-a-dia e no próprio ambiente de trabalho, além de ações de acompanhamento dos participantes. Essas evidências estão alinhadas com as recomendações encontradas nos estudos de liderança, bem como com as melhores práticas evidenciadas no contexto europeu. Entretanto, chama atenção o descompasso entre os programas de desenvolvimento de liderança, as políticas de recursos humanos e as práticas de gestão de pessoas. Esse descompasso revela, mais uma vez, fragilidade na estruturação dos programas e carência de mecanismos de suporte que, oferecidos pelas empresas, facilitem a aplicação dos conceitos aprendidos. A pesquisa revela que o aumento no investimento em programas de desenvolvimento de liderança vem propiciando um círculo virtuoso, ou seja, quanto mais se desenvolve, mais se percebe a necessidade de continuar desenvolvendo líderes. Embora seja alta a percepção dos entrevistados sobre o impacto do desenvolvimento das lideranças nos negócios, a mensuração desses impactos é ainda muito baixa. Existe um descompasso entre os indicadores que, na percepção dos 27 Relatório de Pesquisa – RP0506 entrevistados, denotam o alto impacto percebido com aqueles utilizados pelas empresas para medir os resultados dos programas de desenvolvimento de líderes. Embora esses dados não estejam diferentes daqueles encontrados nas empresas européias, os estudos sobre desenvolvimento de liderança apontam para a necessidade cada vez maior de se aprimorar a medição dos resultados, considerando o aumento dos investimentos. Assim, ao estruturar as ações de desenvolvimento de lideranças, é necessário um planejamento cuidadoso de cada fase do processo, assegurando sua articulação com o negócio: o nível e a qualidade do envolvimento da alta administração; a qualidade, a adequação e a articulação dos mecanismos de desenvolvimento adotados; a qualidade dos mecanismos de suporte oferecidos pela empresa; a articulação das ações de desenvolvimento de liderança com as políticas de recursos humanos e de gestão de pessoas; a qualidade e o processo de envolvimento dos líderes na identificação das competências de liderança; o alinhamento dos programas com o contexto. REFERÊNCIAS BARRETT, A. & BEESON, J. Developing Business Leaders for 2010. The Conference Board, New York, 2002. HEWITT & ASSOCIATES, How Companies Grow Great Leaders. Top Companies for Leaders, 2003. BENNIS, W. A Formação do Líder. São Paulo: Atlas, 1996. KOTTER, John P. What leaders really do. Harvard Business Review. 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Our View of Leadership Development. In: C.D. MCCAULEY C. D; VANVELSOR, E. (eds.). The Center for Creative Leadership Handbook of Leadership Development. 2.ed. San Francisco: Jossey-Bass, 2004, p.1-22. 29 Panorama do desenvolvimento de liderança em empresas brasileiras ANEXO 1 Carta-convite A Fundação Dom Cabral, no intuito de contribuir com o desenvolvimento da liderança nas empresas que operam no Brasil, está realizando uma pesquisa para identificar os mecanismos e práticas adotados pelas empresas para desenvolver pessoas aptas a liderar suas transformações hoje e no futuro. Os resultados dessa pesquisa permitirão uma ampliação do debate sobre liderança no contexto empresarial e acadêmico, cujo marco inicial será uma apresentação, em maio/2005, no seminário internacional “O Estado da Arte no Desenvolvimento de Líderes”, a ser desenvolvido pela Fundação Dom Cabral. Sua contribuição é, portanto, fundamental. Solicitamos preencher, por via eletrônica, o instrumento de pesquisa a seguir e encaminhá-lo até 10 de dezembro (sexta-feira). Estima-se em 15 minutos o tempo necessário para que todos os pontos pesquisados sejam respondidos. Clique aqui para acessar a pesquisa Garantimos que suas respostas serão tratadas de modo confidencial e que você terá acesso aos resultados consolidados da pesquisa. Agradecemos antecipadamente sua participação. Beth Fernandes 31 Relatório de Pesquisa – RP0506 ANEXO 2 Instrumento de Pesquisa Seu nome: Seu e-mail: Agradecemos antecipadamente sua contribuição e lembramos que suas respostas serão tratadas de modo confidencial. Assim que esta pesquisa estiver concluída, todos aqueles que preencheram completamente o instrumento receberão um relatório com a análise dos resultados. Além disso, concorrerão a uma inscrição no seminário internacional “O Estado da Arte no Desenvolvimento de Líderes”, a ser realizado de 04 a 06 de maio de 2005, na Fundação Dom Cabral. Clique aqui para iniciar preenchimento do instrumento PARTE 1: DESENVOLVIMENTO DE LIDERANÇA 1. Assinale a alternativa que melhor representa sua crença acerca de liderança: Liderança é inata e pode ser desenvolvida. Liderança é inata e NÃO pode ser desenvolvida. Liderança NÃO é inata e pode ser desenvolvida. Liderança, sendo inata ou não, pode ser desenvolvida. 2. Assinale abaixo as opções que representam o público considerado líder na sua empresa: Direção – Diretores, VP’s, Presidente Alta gerência Média gerência Supervisores/coordenadores Qualquer profissional que exerça influência na relação com os demais. Profissional considerado talento, alto potencial Outros – especifique: 32 Panorama do desenvolvimento de liderança em empresas brasileiras Tendo em vista o público considerado líder na sua empresa, responda aos itens de 3 a 10: 3. Os itens abaixo referem-se a políticas e práticas organizacionais direcionadas ao desenvolvimento de liderança. Assinale V – verdadeiro ou F – falso, nas alternativas abaixo, considerando a realidade de sua empresa: Políticas e práticas V F 1. Existe uma estratégia de desenvolvimento de liderança, na sua empresa. 2. Sua empresa adota programas de desenvolvimento de liderança. 3. O(s) programa(s) de desenvolvimento de liderança é (são) definido(s) no âmbito corporativo/holding/ matriz. 4. Existe um processo de avaliação de desempenho das pessoas consideradas líderes na sua empresa. 5. O método de avaliação de desempenho das pessoas consideradas líderes na sua empresa é 360 graus. 6. Existe um processo estruturado de desenvolvimento de sucessores para o público considerado líder na sua empresa. 7. Existe um processo estruturado de avaliação de potencial para o público considerado líder na sua empresa. 8. Sua empresa tem um Programa de Desenvolvimento Individual PDI, para pessoas consideradas líderes. 4. Assinale à direita de cada item, entre 0 (zero) e 7 (sete), o que melhor corresponde ao grau em que cada aspecto de desenvolvimento de liderança se aplica à sua Empresa. Alternativa 0 (zero) = não se aplica. Quanto mais próximo de 1 (um) = pouco se aplica; quanto mais próximo de 7 (sete) = muito se aplica. Mecanismos e práticas 0 1 2 3 4 5 6 7 1. As pessoas consideradas líderes na sua empresa praticam o que é proposto nos programas de desenvolvimento de liderança. 2. As políticas de RH da empresa estão alinhadas com o conteúdo dos programas de desenvolvimento de liderança. 3. Os programas de desenvolvimento de liderança estão afetando as práticas de gestão de pessoas da empresa. 4. As ações de desenvolvimento de liderança estão vinculadas à estratégia de negócio da organização. 33 Relatório de Pesquisa – RP0506 5. Existe um processo estruturado de identificação de competências em liderança na sua empresa? Sim Não 5.1. Se sim, assinale, abaixo, as alternativas pertinentes à sua empresa: Competências em liderança 1. As pessoas consideradas líderes na sua empresa participam da identificação das competências em liderança. 2. O processo de avaliação de desempenho das pessoas consideradas líderes é baseado nas competências em liderança identificadas. 3. O desenvolvimento dos líderes resulta das lacunas individuais nas competências em liderança identificadas. 4. As ações de desenvolvimento dos líderes levam em conta as competências em liderança identificadas. 5. As competências em liderança são tidas como pertinentes pelas pessoas consideradas líderes na sua empresa. Cite as competências em liderança identificadas na sua empresa 5.2. Caso sua empresa NÃO tenha um processo estruturado de identificação de competências em liderança, cite as competências ( conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes aplicados no trabalho) que você percebe serem as mais valorizadas na sua empresa: 34 Panorama do desenvolvimento de liderança em empresas brasileiras 6. Abaixo estão indicados mecanismos de desenvolvimento de lideranças. Enumere as alternativas mais utilizadas por sua empresa, considerando “1” a alternativa mais utilizada até “x”, a menos utilizada (no máximo 15). Cursos fechados (sob medida) para a própria empresa, realizados no Brasil. Cursos fechados (sob medida) para a própria empresa, realizados no exterior. Cursos abertos a várias empresas, realizados no Brasil. Cursos abertos a várias empresas, realizados no exterior. Participação em projetos internacionais. Metas desafiadoras. Tarefas desafiadoras. Rodízio de funções. Avaliação de potencial. Avaliação de desempenho. Prática de Feedback. Coaching. Visitas técnicas. Instrumentos de autoconhecimento (Exemplos : MBTI, PI, VECCA). Outros – especifique: 7. Assinale, abaixo, o(s) responsável(is) pelas etapas do processo de desenvolvimento de liderança, na sua empresa: Direção RH Gestores A própria pessoa Agentes externos Outros/ Especificar 1. Solicita a ação de desenvolvimento de liderança. 2. Estrutura e planeja a solução de desenvolvimento. 3. Aprova a solução. 4. Coordena as ações de desenvolvimento. 35 Relatório de Pesquisa – RP0506 8. Assinale a alternativa que corresponde ao tempo em que sua organização vem investindo no desenvolvimento de liderança: Há menos de 1 ano Nos últimos 10 anos Nos últimos 3 anos Há mais de 10 anos Nos últimos 5 anos Não vem investindo 9. O investimento da sua empresa no desenvolvimento de liderança tem impactado os resultados empresariais? Sim Não Se sim, assinale, abaixo: 9.1. Grau do impacto: Alto Médio Baixo 9.2.Assinale os tipos de impacto percebidos nos resultados da empresa. Tipos de Impacto 1. Aumento de receita. 2. Melhoria de produtividade. 3. Redução de custos. 4. Maior geração de inovações. 5. Melhoria do clima organizacional. 6. Melhoria da imagem externa. 7. Melhoria na rentabilidade. 8. Outros – especifique: 36 Panorama do desenvolvimento de liderança em empresas brasileiras 10. Sua empresa mede o resultado das ações de desenvolvimento de liderança? Sim Não Se sim, comente como é feita a mensuração. 11. Indique abaixo até cinco instituições ou centros nacionais e internacionais que, na sua opinião, destacam-se na formação de líderes. PARTE 2: INFORMAÇÕES GERAIS 1. Escreva o nome da empresa em que você trabalha, sobre a qual você respondeu ao instrumento: 2. Assinale a alternativa que indica sua posição no organograma da empresa: Presidência (Presidente, Gerência geral, CEO) Direção (Vice-presidente, Diretor) Alta Gerência (Diretor adjunto, Superintendente) Média Gerência Coordenação, Supervisão Outro. Especifique: 37 Relatório de Pesquisa – RP0506 3. Assinale a alternativa que indica há quanto tempo você trabalha na empresa: Até 11 meses De 1 ano a 1 ano e 11 meses De 2 anos a 5 anos De 5 anos a 10 anos De 10 anos a 15 anos Acima de 15 anos 4. Assinale a alternativa que indica o ramo de atividade da empresa: Alimentos, bebidas e fumo Automotivo Comércio varejista Confecções e têxteis Construção Elétrico e eletrônico Farmacêutico Higiene, limpeza e cosméticos Metalurgia e siderurgia Material de construção Mecânica Mineração Papel e celulose Plástico e borracha Química e petroquímica Serviços financeiros e seguros Serviços públicos Serviços de transporte Atacado e comércio exterior Tecnologia e computação Telecomunicações Outro. Especifique: 5. Assinale a alternativa que indica o tipo de controle de capital da sua empresa: Privado nacional Estatal nacional Privado nacional familiar Estatal multinacional Privado multinacional Misto Privado multinacional familiar Outro. Especifique: 6. Assinale a alternativa que indica a faixa de faturamento da empresa em 2003, em milhões de reais: Até 10 De 11 a 50 De 51 a 100 De 101 a 200 De 201 a 500 De 501 mi a 1 bi 38 Panorama do desenvolvimento de liderança em empresas brasileiras 7. Assinale a alternativa correspondente ao tamanho do público considerado líder na sua empresa (conforme sua resposta ao item 2 – parte 1): Até 10 De 11 a 50 De 51 a 100 De 101 a 200 De 201 a 500 De 501 a 1000 Acima de 1000 Muito obrigada pela sua colaboração! Clique adiante para enviar o instrumento de pesquisa: 39 Títulos Publicados TÍTULOS PUBLICADOS Para acesso à lista completa, favor contatar: Tel.: (31) 3589-7250; fax: (31) 3589-7402; e-mail : [email protected] 2005 RP0506 Panorama do desenvolvimento de liderança em empresas brasileiras brasileiras. Núcleo de Desenvolvimento de Liderança. Maria Elizabeth Rezende Fernandes, Aline Souki, Léo F. C. Bruno, Marly Sorel Campos, Marta Janete Campello, Mozart Pereira dos Santos. Outubro, 2005. RP0505 Projeto Supply Chain – FDC. V alidação do modelo colaborativo no Supply Chain – Inserção Validação suprimentos. Paulo Resende, Guilherme Dayrell de fornecedores nas grandes cadeias de suprimentos Mendonça, Luna Viana, Bernardo Belavinha Araújo. Agosto, 2005. RP0504 Desenvolvimento de líderes em centros de formação formação. Núcleo de Desenvolvimento de Liderança. Pesquisa coordenada pela professora Marly Sorel Campos. Julho, 2005. RP0503 Aspectos promotores da construção de redes de conhecimento e o impacto dessas para empresas e setores – a rede Genolyptus Genolyptus. Núcleo Serasa de Inovação. Rosiléia Milagres, Rafael Augusto Tello Oliveira, Anna Goussevskaia, Ana Luiza Lara de Araújo, Antônio Bahia, Luis Pedrosa. Junho, 2005. RP0502 P esquisa sobre a competitividade na cadeia produtiva da empresa brasileira CTE – Fundação D om C abral – Parte I e Parte II II. Equipe do Processo Desenvolvimento FDC. Coordenação Geral: Rosiléia Milagres. Junho, 2005. RP0501 B a l a n ç o s o c i a ll:: c o m u n i c a n d o a r e s p o n s a b i l i d a d e s o c i a l c o r p o r a t i v aa. Núcleo de Sustentabilidade e Responsabilidade Corporativa. Nísia Werneck, Alessandra Peixoto. Maio, 2005. I