III ENCONTRO CIENTÍFICO E SIMPÓSIO DE EDUCAÇÃO UNISALESIANO Educação e Pesquisa: a produção do conhecimento e a formação de pesquisadores Lins, 17 21 de outubro de 2011 LIDERANÇA NAS ORGANIZAÇÕES RESUMO O objetivo principal deste trabalho foi tratar sobre os tipos de liderança e suas características, mostrando assim a importância de um líder para seu ambiente organizacional. Um líder nato com sua capacidade de transmitir respeito, confiança e credibilidade não apenas o seu poder, consegue cativar seus colaboradores e com essa união potencializar para a empresa melhores resultados, pois, toda empresa de sucesso tem em sua historia um grande líder. As informações aqui apresentadas baseiam-se em pesquisar bibliográficas, para proporcionar um melhor entendimento do que é um líder e sua forma de liderar. O líder de hoje ouve mais, partilha seus conhecimento, delega poder, está sempre próximos de seus colaboradores, é humilde para admitir seus erros, não se acomoda, está sempre em busca de novos conhecimentos. Palavras-chave; Líder, União, Sucesso. 1 INTRODUÇÃO Definir liderança não é uma tarefa simples. Talvez seja mais fácil reconhecer quem a possui do que defini-la. A definição mais corrente refere-se à capacidade de influenciar pessoas ou grupos. Ao longo dos tempos, o conceito de liderança vem passando por transformações, em função do contexto cultural, social e ambiental dos pesquisadores. A maioria das pessoas, em algum momento, acaba exercendo a liderança, porém o verdadeiro líder tem a liderança como parte de suas atitudes no cotidiano. Este estilo dá suporte aos seus propósitos. A verdadeira liderança não é algo que possa ser aprendido. Somente pode ser aprimorado quando um individuo já tem a habilidade natural para isso. Lideres podem ser treinados para tornarem-se melhores, mas já nascem com a habilidade de liderar , diz Chris Williston, presidente da Independent Association Bankers of Texas. Convém pensar em liderança como habilidade de inspirar pessoas. Enquanto o gerenciamento está voltado para objetos inanimados, a liderança objetiva eleva o potencial humano. Ou, como afirmava o almirante Grace Murray Hopper: Na batalha, você não pode gerenciar homens. Você gerencia coisas; as pessoas você lidera . 1/11 III ENCONTRO CIENTÍFICO E SIMPÓSIO DE EDUCAÇÃO UNISALESIANO Educação e Pesquisa: a produção do conhecimento e a formação de pesquisadores Lins, 17 21 de outubro de 2011 O artigo foi elaborado através da revisão bibliográfica onde foram abordados os seguintes autores : JONH ADAIR(1992), WEINSTEIN(2008), CAVALCANTE ET AL(2008), CHIAVENATO(1999), RIBEIRO(2008), FARIA(2011). 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1 Perfil do Líder Segundo Harold Weinstein - Membro do TEC(Organização internacional de executivos) grandes lideres são: a) Adeptos de um uma visão criativa que influenciam outras pessoas; b) Habilidosos para construir relações estratégicas que os ajudarão a alcançar suas metas; c) Mestres na resolução de problemas e superação de obstáculos; d) Arrojados assumem riscos e tentam novas idéias e abordagens. Na essência esses lideres são extremamente perspicazes, assertivos, persuasivos, empáticos e resiliente. Tendo a necessidade de possuir as coisas por completo, são arrojados o suficiente para assumir riscos. São moderadamente sociáveis, demonstrando um nível adequado de ceticismo, sempre motivados por novas idéias. Chris Willistan pontua: Lideres são o coração da organização. Eles são fortes motivadores. Precisam ser incentivadores e não podem ter dias de desânimo. Existem muitas pessoas contando com eles. Com tantas pessoas contando com eles, lideres mesmo com o seu talento e um forte perfil precisam continuamente aprimorar suas habilidades, desenvolvendo seus próprios talentos e esforçando-se para serem melhores que nos anos anteriores. 2.2 Tipos de liderança Segundo Caroline Faria freqüentemente a Liderança pose ser definida como uma forma de dominação, ou controle, baseada no prestigio e aceito pelo dirigido. Mas, com a evolução das teorias que estudam a liderança, levando-se em consideração as situações, a figura do líder, e mesmo as relações entre líder e liderados, este conceito vem mudando e liderança passa a ser não apenas dominação ou controle, mas um papel assumido, conscientemente ou não, pela pessoa do líder. A Liderança pode funcionar de duas formas: ela pode ser uma autoridade delegada, quando o líder é aquele que possui um cargo de liderança, mas não necessariamente lidera, ou influencia, sua equipe; ou a liderança pode ser a autoridade natural, quando o líder é aquele que consegue influenciar ou direcionar a equipe sem, necessariamente, possuir um cargo de liderança. A teoria que define os tipos de liderança de acordo com a personalidade e características do líder é chamada de Teoria dos Traços e foi a primeira a ser desenvolvida a esse respeito. Segundo ela existem os seguintes tipos de líder; o Líder Carismático , o Líder Executivo , o Líder coercitivo , o Líder Distributivo , o Líder Educativo e o Líder Inspirador . Mas, esta teoria se baseia no pressuposto de que a liderança é uma característica nata do líder. Ela não considera os aspectos referentes às diversas situações enfrentadas pelo líder e sua equipe, quando os variados tipos de liderança 2/11 III ENCONTRO CIENTÍFICO E SIMPÓSIO DE EDUCAÇÃO UNISALESIANO Educação e Pesquisa: a produção do conhecimento e a formação de pesquisadores Lins, 17 21 de outubro de 2011 podem se suceder (o líder coercitivo, é sempre coercitivo, nunca será educativo, etc.). Atualmente liderança é encarada não mais como uma característica apenas, mas como um comportamento e, como tal, é algo que poderia ser aprendido. A Teoria do Enfoque Situacional , a mais recente, além de abranger essa nova visão de liderança, ainda vai um pouco além, encarando-a como algo que deve ser considerado dentro de um contexto integrado. Não se deve mais focar apenas, o líder, o subordinado e sua relação com aquele, ou mesmo, apenas as situações em que a liderança se insere. Mas todos estes fatores conjuntamente. De acordo com a nova abordagem da liderança foram traçados estilos de liderança que refletem alguns padrões: O Líder Carismático : carisma é uma palavra grega que significa dom de inspiração divina . Ou seja, o líder carismático é aquele que inspira em seus liderados a confiança, aceitação incondicional, obediência espontânea e envolvimento emocional. O líder carismático é visto por seus liderados como alguém que possui qualidades excepcionais. Carismáticas em sua acepção original. Um exemplo deste tipo de líder são os lideres religiosos como Jesus Cristo ou Gandhi; O Líder executivo : é aquele que surgiu por causa da busca das organizações pela obtenção da ordem, ele costuma possuir muitas habilidades técnicas, competência; O Líder coercitivo : aquele que exerce a liderança através da coerção, violência, que pode ser verbal ou física. Neste estilo de liderança a relação entre líder e liderado é instável; O Líder distributivo : aquele que apenas delega tarefas, sempre controlando, acompanhando de perto e cobrando resultados. É o líder que não constrói nem destrói mantendo um posicionamento de posições e papeis ; O Líder educativo , aquele que costuma dar o exemplo, seus liderados tem uma relação de responsabilidade com o trabalho. É onde existe abertura para troca de conhecimento não apenas técnicos, mas também humanos; O Líder inspirador , aquele que raramente precisa dar ordens a seus liderados, eles se sentem atraídos pela figura do líder e estão dispostos a fazer o que é necessário. 2.3 Estilos de liderança Segundo Armando Ribeiro(2008) é importante esclarecer que todos os seres humanos têm a capacidade de utilizar os quatros estilos aqui apresentados. Em outras palavras, são atitudes e comportamentos que podem ser aprendidas durante a vida. Independente de condição social, de nível de educação formal, de raça e religião todos nós somos capazes de identificar e agir de acordo com cada um dos estilos. A escolha do estilo predominante se dá por diversas razões, entre elas, podem ser citados, a personalidade, a forma de educação, as condições de vida, o momento e os objetivos e resultados que habitualmente temos alcançado. Compartilhando - O líder compartilhador pode ser definido como aquele que tem como foco central a participação. Compartilhar é, segundo o Aurélio (dicionário), ter ou tomar parte em; participar de; compartir. O líder compartilhador aprende e ensina, constrói visões comuns. A forma inadequada do compartilhador é o repassador. Passa informações e conhecimento em excesso e se exime de todas as responsabilidades. 3/11 III ENCONTRO CIENTÍFICO E SIMPÓSIO DE EDUCAÇÃO UNISALESIANO Educação e Pesquisa: a produção do conhecimento e a formação de pesquisadores Lins, 17 21 de outubro de 2011 Persuadindo - O líder persuasivo é o que convence com argumentação, dados e fatos constrói um objetivo comum. Persuadir é levar a crer ou aceitar, fazer adquirir certeza. A forma inadequada do persuasivo é o sedutor. Seduzir é inclinar par ao mal ou para o erro, encantar. Em outras palavras ao sedutor não interessa construir objetivos comuns. Delegando O líder delegador é o que divide as suas responsabilidades e poderes sobre as suas tarefas, ações e fatos com os outros. Delegar é transmitir poderes, é incumbir alguém para realizar ações em seu nome ou de uma organização. A forma inadequada do delegador é o de atribuidor de Poderes. O atribuidor não analisa a capacidade dos outros de aceitar e fazer uso dos poderes adequadamente. Determinando O líder determinador é aquele que pede, solicita ou determine que se faça aquilo que é da competência de outros. Determinar é indicar com precisão, definir, precisar, especificar. A forma inadequada do Determinador é o Ditador. Aquele que excede nas suas ordens para além do que é da competência dos outros. Faço-a por que quero. Não importa as condições do outro. 3 LIDERANÇA SEGUNDO CHOPRA(2002) O conceito de líder ligado à habilidade de atender às necessidades com as respostas certas, através de um direcionamento espiritual. Para ele, os líderes são naturalmente destacados em grupos quando guiam seus seguidores a uma meta comum, através de motivações espirituais. Destaca ainda que a habilidade de liderança não é inata, mas pode ser adquirida, bastando para isso que o que objetiva obtê-la se disponha a olhar para dentro de si e buscar a espiritualidade. O conceito de liderança em Chopra está, portanto, atrelado a necessidades e respostas dos membros do grupo liderado, distribuídas em uma hierarquia. 3.1 LIDERANÇA SEGUNDO WALSH(1997) Walsh também cita a espiritualidade na questão da liderança, enfatizando a necessidade de se trabalhar o interior dos líderes, buscando uma harmonia com o exterior que, por sua vez, geralmente se encontra desenvolvido em pessoas nessa posição, segundo a autora. (...) os lideres têm um dever especial de dar atenção à vida interior (...) liderar de dentro significa encontrar uma unidade entre a pessoa externa, cuidadosamente formada e bem sucedida, e o eu interior, sombrio e cautelosamente oculto. A autora tece suas idéias em contraposição a um estilo de liderança que prime por táticas e estratégias simplistas e sarcásticas , e afirma que os líderes atuais fazem uso dessas numa tentativa de fuga da exposição, do isolamento ou de rejeição. 3.2 LIDERANÇA SEGUNDO KLEMP J.R(1999) O conceito de liderança é construído a partir de outros conceitos; ser líder nessa abordagem é possuir determinadas competências, advindas de uma combinação de atribuídos e práticas específicos. Por atributos Klemp define os conhecimentos, técnicas e outras características que as pessoas trazem para a função que exercem. Eles são a matéria-prima do desempenho, são as habilidades 4/11 III ENCONTRO CIENTÍFICO E SIMPÓSIO DE EDUCAÇÃO UNISALESIANO Educação e Pesquisa: a produção do conhecimento e a formação de pesquisadores Lins, 17 21 de outubro de 2011 necessárias para exercer a função. Já as práticas seriam o que as pessoas fazem exercendo suas funções, para obter resultados. 3.3 LIDERANÇA SEGUNDO KOTTER (2004) Kotter diferencia os conceitos de gestão e liderança, afirmando que o primeiro é um conjunto de processos que visam assegurar o funcionamento da empresa num mundo estático; o segundo é o que cria ou altera esses processos, a fim de aproveitar novas oportunidades e implementar mudanças necessárias. Kotter também afirma que a liderança não é uma qualidade inata e sim algo que pode ser adquirido por meio do desenvolvimento da capacidade de liderar ao longo do tempo, e que ressalta, uma das grandes características dos maiores líderes é que eles continuam a desenvolver seu potencial constantemente. 3.4 LIDERANÇA SEGUNDO MAXIMIANO (2000) Maximiano liga o conceito de liderança a uma missão moral, calculista e alienatória; moral no sentido de desafio e realização, calculista por objetivar a recompensa, e alienatória por levar a coerção e obrigação. 3.5 LÍDERANÇA SEGUNDO FULLMAN(2004) Para Fullman(2004), o líder é alguém que pode levar multidões a novos rumos. Segundo o autor, a maioria das pessoas tem necessidade de ser liberada, seja no seio da família, nas escolas, nas igrejas, nas comunidades e no trabalho. O líder, então, atuaria nessas instâncias, a fim de polarizar as idéias e arregimentar massas, extraindo energia do grupo para o próprio grupo. Fullman cita ainda doze talentos requeridos como estacas profundas de liderança: visão, carisma, caráter, responsabilidade, planejamento, talento social, impulso de realização, estabilidade emocional, tolerância à ambigüidade, capacidade de decisão, delegação e panorama positivo, de forma integrada. 3.6 LÍDERANÇA SEGUNDO MOTTA (1995,p,207) Define os lideres como pessoas comuns que aprendem habilidades comuns, mas que no conjunto formam uma pessoa incomum . Afirma também que liderar significa descobrir o poder que existe nas pessoas, torná-las capazes de criatividade, auto-realização e visualização de um futuro melhor para si próprias e para a organização em que trabalham . Para isso o líder tem de descobrir em si mesmo o poder de vislumbrar um novo futuro, e novas alternativas dentro do papel gerencial e da missão que lhe é conferida. A visão clara da missão e das alternativas e a habilidade de comunicá-las com exatidão servem como atrativo e fonte de confiança para os liderados que participam do empreendimento coletivo. 3.7 LÍDERANÇA SEGUNDO MAYO(apud Hersey e Blanchard,1997) O conceito de liderança deve ser buscado no âmbito grupal, e não individual. Nesse sentido, o autor a apresenta mais como estrutura. 5/11 III ENCONTRO CIENTÍFICO E SIMPÓSIO DE EDUCAÇÃO UNISALESIANO Educação e Pesquisa: a produção do conhecimento e a formação de pesquisadores Lins, 17 21 de outubro de 2011 3.8 LÍDERANÇA SEGUNDO HAMPTON (1983) Cita a idéia de comunicação ligada à liderança. Para esse autor, é no processo de interlocução, permeado pelas muitas atividades administrativas, que exerce a liderança, em direção a subordinados, a fim de influenciá-los na realização de alguma tarefa. A realização de tarefas por meio da influência de outrem, para objetivos grupais, também é vista por Terry(apud Hersey e Blanchard,1997) como resultado da liderança. Já Koontz e O Donnell, apud Hersey e Blanchard, afirmam que a liderança consiste em influenciar pessoas para a realização de um objetivo comum. 4. AUTORES E TEORIAS DE LIDERANÇA Carlyle Teórico Teoria Teoria do Grande Homem Lewin e White Estilos de Liderança Follet Lei da situação Fiedler Liderança contingencial Blake e Mouton Tarefa x liderança Tannebaum e Schmidt Teoria da liderança situacional Hersey e Blanchard Teoria da liderança situacional House,Bass,Conger e Kanungo Liderança carismática Burns McGregor Liderança transacional e transformacional Teoria X e Y Bolman e Deal Estilos de liderança Fonte:Elaborado por Angela Maria Bissoli Saleme(2005) 4.1.1 Carlyle e a Teoria do Grande Homem A teoria do Grande Homem (Carlyle, apud Marquis e Huston,1999), originou-se da filosofia de Aristóteles, e afirma que alguns homens nascem para liderar, enquanto outros nascem para ser liderados. Essa teoria, no entanto, não perdurou por muito tempo, devido à critica recebida pelas escolas comportamentalista da psicologia, que discordavam do fato de se conceituar a liderança como algo inato. Para esses, a liderança é algo que pode ser desenvolvido, e não ser herdado. 4.1.2- Lewin/White e Lippitt e os Estilos de Liderança Lewin, White e Lippitt(apud Marquis e Huston,1999) denominaram os estilos de liderança como autoritário, democrático e laissez-faire. Esses autores citam que a liderança autoritária resulta em ações de grupo bem definidas que são geralmente previsíveis. A produtividade é geralmente alta, mas a criatividade, a automotivação e 6/11 III ENCONTRO CIENTÍFICO E SIMPÓSIO DE EDUCAÇÃO UNISALESIANO Educação e Pesquisa: a produção do conhecimento e a formação de pesquisadores Lins, 17 21 de outubro de 2011 a autonomia são reduzidas. Já a liderança democrática, adequada para grupos que trabalham juntos por períodos longos, promove a autonomia e o crescimento individual nos trabalhadores. Esse tipo de liderança é especialmente eficaz quando cooperação e coordenação entre os grupos são necessárias. E, por último, o estilo laissez-faire pode ser frustrante; podem ocorrer apatia e desinteresse por parte do grupo. Entretanto, quando todos os membros do grupo são altamente motivados e autodirigidos, esse estilo de liderança pode resultar em muita criatividade e produtividade. 4.1.3 Follet e a Lei da situação Follett(apud Marques e Huston,1999), foi um dos primeiros consultores gerenciais a ver a organização como um sistema social de contingências. Suas idéias, publicadas em uma série de livros entre 1896 e 1933, estavam tão adiante do seu tempo que não obtiveram o reconhecimento merecido na literatura ate meados dos anos 70. 4.1.4 Fiedler e a teoria contingencial Fiedler(apud Marquis e Huston,1999) reforçou estas descobertas acima citadas, sugerindo que nenhum estilo de liderança é ideal para todas as situações . Sentiu que as inter-relações entre líder do grupo e seus membros eram mais influenciadas pela habilidade do gerente em ser um bom líder. O modelo contempla três variáveis principais que determinam se a situação é favorável ao líder: 1) Relações líder-membros; 2) Estruturação da tarefa 3) Poder de posição O autor define a favorabilidade de uma situação como o grau em que a situação permite ao líder exercer sua influência sobre seu grupo . Após a identificação de determinada situação, verifica-se a favorabilidade, tais como: se a relação é estruturada é mais fácil para o líder dirigir seus subordinados. Em contrapartida, a situação menos favorável para o líder é quando o poder é fraco, e estruturação da tarefa é baixa e a relação com os subordinados é ruim. O ponto mais importante dessa teoria é que a eficácia da liderança depende tanto da situação em que o grupo se encontra quanto ao líder. Se a teoria está certa, isso significa que um programa envolva somente os aspectos situacionais da organização está fadada ao fracasso. Um estilo de liderança não é por si mesmo melhor ou pior do que o outro, nem tampouco existe um comportamento em liderança apropriado para todas as condições. Dessa forma, quase todo mundo poderia ser capaz de ter sucesso como líder em algumas situações e quase todo mundo está apto a falhar em outras. Caso queiramos melhorar o desempenho organizacional, devemos lidar não somente com o estilo do líder , mas também com os fatores que promovem a influência sobre ele.(FIEDLER, F.E.1967,P.247) 7/11 III ENCONTRO CIENTÍFICO E SIMPÓSIO DE EDUCAÇÃO UNISALESIANO Educação e Pesquisa: a produção do conhecimento e a formação de pesquisadores Lins, 17 21 de outubro de 2011 4.1.5 Blake e Mouton e o Grid Gerencial Blake e Mouton (1989)criaram o denominado GRID GERENCIAL, obtido através do cruzamento de duas dimensões: preocupação com a produção e preocupação com as pessoas. Segundo os autores, a preocupação com a produção diz respeito a resultados, desempenho e conquista de objetivos. A preocupação com as pessoas refere-se aos pressupostos e atitudes do líder para com seus subordinados. O uso da autoridade ao exercer a liderança está expresso no interrelacionamento entre as duas dimensões do grid gerencial. Esses estilos foram dispostos em uma matriz 9 por 9, utilizando 1 como a grandeza de menor intensidade e 9 a grandeza de maior intensidade e o 5 como grandeza intermediaria. Blake e Mouton definiram cinco estilos básicos de uso de autoridade. 9.1 Autoridade- estilo autoritário com a preocupação máxima com a produção e mínima preocupação com as pessoas. 1.9-Clube Campestre- estilo patriarcal com a máxima preocupação com as pessoas e mínima preocupação com a produção. 1.1-Empobrecida- Estilo apático com a mínima preocupação com a produção e com as pessoas. 5.5-Homem organizacional- Estilo detalhista com preocupação média com as pessoas e com a produção. 9.9-Equipe- Estilo criativo com a preocupação máxima com a produção e com as pessoas. Blake e Mouton(1989) mostram as várias combinações de preocupação ou focos que os gerentes tinham por produtividade, tarefas, pessoas e relacionamentos. Em cada uma dessas áreas, o líder pode ter pontuação alta e baixa, resultando em diversas combinações de comportamento de liderança. Várias formações podem ser efetivadas dependendo da situação e das necessidades do trabalhador. 4.1.6- Tannenbaun e Schimidt e o Continuum o da Liderança Tannenbaun e Schimidt, apaud Hersey e Blanchard(1997), descreveram que os lideres autoritários, tendem a orientar-se para tarefas e a usar seu poder para influenciar seus subordinado; o líder cujo comportamento é democrático tende a orientar-se para o grupo e dão considerável liberdade aos seus liderados. Para eles, esse contínnum se estende além do comportamento do líder democrático, surgindo assim outro estilo de liderança: Laissez-faire .Estilo esse que permite aos membros do grupo fazerem o que quiserem, não estabelecendo políticas , nem procedimentos, cada um fica com sua própria responsabilidade, não há influências, chegando a quase ser entendida como ausência de liderança formal. Esse conceito chega bem próximo da realidade de hoje, em que há um agrupamento de equipes autogerenciáveis, com a presença de lideres emergentes. 4.1.7-Hersey e Blanchard e a Teoria de Liderança Situacional A teoria de liderança Situacional de Hersey e Blanchard(1997) é também conhecida como Ciclo de Vida . Esses autores desenvolveram a liderança situacional na década de 60. Sua teoria consiste na interação de três fatores importantes: a dose de orientação e direção oferecida pelo líder, a dose de apoio sócio-emocional proporcionada pelo líder e o grau de desenvolvimento de quem está sendo orientado(0 seguidor)para cumprir uma tarefa especifica. 4.1.8-House, Bass, Conger e kanungo e a Liderança Carismática 8/11 III ENCONTRO CIENTÍFICO E SIMPÓSIO DE EDUCAÇÃO UNISALESIANO Educação e Pesquisa: a produção do conhecimento e a formação de pesquisadores Lins, 17 21 de outubro de 2011 Para House, o grau em que um líder possa ser considerado carismático é determinado pelos seguintes fatores: 1-Confiança dos seguidores na retidão das crenças do líder. 2-Similaridade entre as crenças dos seguidores e aquelas do líder. 3-Aceitação incondicional do líder pelos seguidores. 4-Afeição dos seguidores pelo líder. 5-Obediência espontânea ao líder pelos seguidores. 6-Envolvimento emocional dos seguidores com a missão da organização. 7-Crença dos seguidores de que são capazes de contribuir para o sucesso da missão do grupo. Essa teoria afirma que o líder carismático tem forte necessidade de poder,considerase autoconfiante e tem convicção de suas crenças e ideais próprios. Lideres carismáticos são capazes de exercer considerável influência sobre a satisfação e a motivação de seus seguidores. Bass ampliou a liderança carismática afirmando que os lideres carismáticos são algo mais do que apenas confiantes em suas crenças, e os seguidores chegam a idolatrá-los. O autor relata que alguns lideres carismáticos apóiam-se em seus aspectos emocionais enquanto que outros possuem grandes apelos racionais com forte poder de persuasão. Muitas vezes, também o líder carismático causa extremo ódio para certas pessoas. Conger e Kanungo acreditam que carisma seja um fenômeno atribuitivo. Segundo sua visão, o carisma será provavelmente mais atribuído a lideres que possuem visão discrepante do status quo e, assim, será provavelmente mais atribuídos a lideres que se arriscam para atingir uma visão compartilhada em detrimento a interesses pessoais. Ainda nessa visão, o carisma será provavelmente mais atribuído a lideres que utilizam estratégias inovadoras impressionando seus seguidores, lideres que avaliem as ameaças e oportunidade do ambiente juntamente com as necessidades e valores de seus seguidores. Os lideres carismáticos, para esses autores demonstram uma visão de futuro mais promissora, além de autoconfiança e entusiasmo. Ainda, afirmam que esses utilizam estratégias inovadoras fazendo uso de sua autoridade para obter submissão. Já os que utilizam o consenso, podem ter seguidores satisfeitos, porém não parecera ter qualidade extraordinária. 4.1.9-Burns e a liderança Transformacional Burns (1978) usou o termo liderança transformacional para definir o processo no qual lideres e seguidores elevam um ao outro a níveis mais alto de moralidade e motivação . Na opinião do autor, os líderes transformacionais estimulam seus seguidores a dar o melhor de si , preocupam-se com o desenvolvimento de seus subordinados. Valores morais, tais como: liberdade, justiça ,igualdade, paz e humanitarismo são privilegiados em detrimento a emoções como medo, ciúme ,ódio e ganância. Segundo Burns (1978), a liderança transformacional pode ser exercida por qualquer um e em qualquer tipo de cargo. Na Liderança transformacional, os lideres podem agir sobre os liderados , e transformá-los,tornando-os mais conscientes a respeito da importância e do valor dos resultados do trabalho; levando-os a ultrapassar os seus próprios interesses em beneficio da organização ou do grupo;ativando as necessidades de mais alto nível que os seguidores possuem. 9/11 III ENCONTRO CIENTÍFICO E SIMPÓSIO DE EDUCAÇÃO UNISALESIANO Educação e Pesquisa: a produção do conhecimento e a formação de pesquisadores Lins, 17 21 de outubro de 2011 De acordo com Yukl, apud Hersey e Blanchard(1997) a liderança transformacional vai além do carisma. Diz ele: carisma é um ingrediente necessário da liderança tranformacional, mas em si mesmo não é suficiente para atender o processo transformacional . Sua visão é de que muitos famosos não possuem nenhum efeito transformacional sobre seus seguidores mesmo que sejam imitados. 4.1.10-Bolman e Deal e os Estilos de Liderança Bolman e Deal (1992),que são o foco no referencial de liderança dessa pesquisa, postulam que os lideres podem se comportar de maneiras distintas,cada qual a seu modo ou estilo, e categorizam esses comportamentos em quatro tipos: analítico, humanista, político e visionário. O estilo analítico baseia-se no estabelecimento de regras, políticas, procedimentos, objetivos, limites, estratégias e hierarquia. É, portanto, de origem sociológica, que se preocupa numa visão sistemática de análise por meio da transformação das informações em dados, e da política de reestruturação no redirecionamento das pessoas ao alcance de resultados. Em sua atuação, faz uso de instrumentos, tais como: formulários e fichas para registros e controle das atividades realizadas, na busca de melhor estruturar dados e daí obter informações relevantes para sua pratica diária. O estilo humanista tem como foco os sentimentos, preconceitos, habilidades e limitações do ser humano. Atua, assim, em nível de comportamento organizacional, e planeja suas ações em cima de treinamentos constantes e aperfeiçoamentos contínuos. Nesse sentido, o líder humanista acredita que a organização que esteja voltada para o pleno suprimento das necessidades básicas dos seus recursos humanos certamente poderá colher melhores resultados do que as que não o fazem. O estilo político e percebido em relação de negociação ,coerção , e acordo.A visão do líder político é, portanto, voltada para interesses individuais e de grupos que não os da organização, no sentido de estender os relacionamentos da empresa, seja por meio de coalizões, na formação de redes de relacionamentos ou no estabelecimento de acordos. Por esse motivo, seus valores maiores são o pragmatismo e o realismo. O estilo visionário de liderança é aquele em que predomina o fator visionário. Sua base está na antropologia, tendo como crença o fato de que a origem dos problemas da organização está em sua história e em seus padrões culturais. O líder visionário tem como características o comprometimento e o carisma, bem como um senso de entusiasmo elevado e dramatizado. É de extrema importância ressaltar que os estilos categorizados por Bolman e Deal não são estanques, e que não é raro encontrá-los de forma combinada. Cada ser humano, na visão dos autores, possui quatro componentes analítico, humanista, político e visionário, mas um deles se destaca dos outros, variando de pessoa para pessoa; além disso, todos eles podem ser desenvolvidos e trabalhados, para um melhor relacionamento líder-liderado. 5- Sugestões para melhorar suas habilidades de liderança segundo Harold Weinstein: a) Busque ativamente por sugestões para melhorar sua performance, tanto de colegas, quanto de subordinados como parte de um processo continuo de melhoria. b) Peça feedback sobre suas qualidades para que esteja consciente de quais são e para ter certeza de estar utilizando-se delas. c) Adote um orientador pessoal. 10/11 III ENCONTRO CIENTÍFICO E SIMPÓSIO DE EDUCAÇÃO UNISALESIANO Educação e Pesquisa: a produção do conhecimento e a formação de pesquisadores Lins, 17 21 de outubro de 2011 d) Identifique potencias lideres e treine-os para desenvolver suas habilidades de liderança e) Enfatize e promova o desenvolvimento das qualidades das outras pessoas. CONCLUSÃO Concluímos que o papel do líder é fundamental para a harmonia e o sucesso da empresa, e que liderança e um trabalho em constante evolução. O que funcionou no ano passado, não necessariamente funcionará no próximo ano. Os verdadeiros líderes reconhecem isso e se adaptam. E ensinam seus funcionários a se adaptarem também. Quanto mais os lideres estão sintonizados consigo próprios e com a sua equipe, mais forte a organização é como um todo. (Harold Weinstein -2008) REFERÊNCIAS ARMANDO RIBEIRO- Estilos de Líderança(portal CMC- comunicação e comportamento 2008) Disponível em:http://www.portalcmc.com.br/lid_art17.htm. Acesso em 29 de maio.2011 CAVALCANTI ET AL Liderança e motivação(2008) ARMANDO RIBEIRO- Estilos de Líderança(portal CMC- comunicação e comportamento 2008) Disponível em:http://www.portalcmc.com.br/lid_art17.htm. Acesso em 29 de maio.2011 CAROLINE FARIA -Tipos de liderança(InfoEscola-2011) Disponivel em: http://infoescola.com/administração/tipos-de-liderança.Acesso em 29 de maio.2011 CHOPRA, D. A Alma da Liderança.HSM Management nº 33 julho-agosto 2002, Seção Alta Gerência p.60-63. FULLMAN, C. Ser líder. Educator Academia do Conhecimento. [online].Disponível em http://www.educator.com.br Acesso em 18 mai 2004. HERSEY, P.& BLANCHARD, K.H. Psicologia para administradores: a teoria e as técnicas da liderança situacional. São Paulo: EPU, 1997. HAMPTON, D.R. Motivação . JOHN ADAIR Liderança para o sucesso(1992) KLEMP JR., G.O. Competência de Liderança. In HSM Management N. 17 , ano 3, novembro/dezembro 1999.p.132-140. KOTTER, J. Entrevista em liderança. In SAKELLARIDES, C. Como identificar e desenvolver líderes nas organizações .Exame Executive Digest. Ed.37. cap2. [online] Dísponivel em http://www.centroatl.pt/edicoes/37cap2.html Acesso em 18 mai 2004. MAXIMIANO, A.C.A. 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