Temática: A Ligação Covalente (parte II) Eletronegatividade Como sabemos, as ligações covalentes envolvem o compartilhamento de pares de elétrons entre dois átomos. Quando esses dois átomos que formam a ligação são do mesmo elemento químico, estudos mostraram que a densidade eletrônica dos átomos era a mesma. Por outro, em ligações envolvendo átomos de elementos químicos verificou-se que a densidade eletrônica era diferente, com os elétrons da ligação mais próximos de um dos átomos ligantes. Essa capacidade que um átomo possui em atrair elétrons de uma ligação covalente é chamada de eletronegatividade. Linus Pauling foi o primeiro a criar uma escala de eletronegatividade para os elementos químicos. Nessa escala, Pauling convencionou que a eletronegatividade do Flúor era igual a 4,0 e, por comparação com o Flúor, foram determinadas as eletronegatividades dos demais elementos químicos. Os não-metais são os elementos químicos mais eletronegativos enquanto que os metais são os menos eletronegativos. Observando-se a Tabela Periódica, podemos dizer que a eletronegatividade cresce do lado esquerdo da Tabela para o lado direito e de baixo para cima. No caso das ligações químicas, os elétrons participantes da ligação fica mais próximo do átomo mais eletronegativo. Carga parcial A carga parcial em um átomo é determinada pela diferença entre as eletronegatividades dos átomos que formam a ligação. Os valores de eletronegatividade para cada um dos elementos químicos são encontrados na grande maioria das Tabelas Periódicas. Quando a diferença de eletronegatividade é pequena, pode-se dizer que os pares de elétrons são compartilhados igualmente. Por outro lado, quando a diferença de eletronegatividade é grande há uma sensível separação de carga na ligação, dando origem a cargas parciais positivas e negativas nos átomos participantes. Ligações em que existam diferenças de eletronegatividade são chamadas de ligações polares enquanto que ligações em que não existam diferenças de eletronegatividade são chamadas de ligações apolares. 16 ESTRUTURA DA MATéRIA II Observemos a molécula de HCl (ácido clorídrico). A eletronegatividade do Cloro é igual a 2,9 enquanto que a eletronegatividade do Hidrogênio é igual a 2,3. Por essa diferença de eletronegatividade, o par de elétrons envolvido na ligação do Hidrogênio com o Cloro serão atraídos em direção ao átomo de Cloro, dando origem a uma carga parcial positiva (δ+) no átomo de Hidrogênio e uma carga parcial negativa (δ+) no átomo de Cloro. Hδ+- ClδA formação de cargas parciais no HCl se dá pela aproximação do par de elétrons da ligação com o átomo de Cloro, ou seja, a densidade eletrônica na região do átomo de Cloro é maior do que a densidade na região do átomo de Hidrogênio. Hδ+ Clδ- Carga formal A comparação entre o número de elétrons de valência de um átomo e o número de elétrons associados a esse átomo na molécula nos fornece informações sobre a distribuição eletrônica na molécula. A carga formal de um átomo é definida como sendo a diferença entre o número de elétrons de valência do átomo isolado e o número de elétrons desse átomo na estrutura de Lewis, ou seja: Carga formal = Nº total de elétrons de valência no átomo isolado – Nº total de elétrons na camada externa do átomo ligado Observações (a) Para moléculas, a soma das cargas formais é zero. (b) Para cátions e ânions, a soma das cargas formais é igual à carga do íon. Região de maior densidade eletrônica