Périodo Moderno 1892 a 1982 Emblema da Cia Docas talhado nas portas da empresa. Em 19 de outubro de 1886, o Ministério de Viação e Obras Públicas publicou edital reabrindo a concorrência para as obras no cais santista. Das seis propostas apresentadas, venceu a de um grupo de brasileiros: Cândido Gaffrée, Eduardo Palassin Guinle, José Pinto de Oliveira, Alfredo Camillo Valdetaro, Benedicto Antonio da Silva e Francisco Ribeiro, Barros & Braga. Através do decreto 9.979, de 12 de julho de 1888, foi celebrado o contrato (assinado oito dias depois), pelo prazo de 39 anos (prorrogado para 90 anos em 7 de novembro de 1890). Quando Gaffrée e Guinle planejaram a construção, organizaram (em 23 de julho de 1888) a firma Gaffrée, Guinle & Cia. Em 16 de outubro de 1892 a sociedade solidária Gaffrée, Guinle & Cia. Foi trasnformada na Sociedade Anônima Companhia Docas de Santos, dirigida unicamente por Gaffrée e Guinle. Inaugurando a fase de expansão da CDS e do cais santista, e apesar da febre amarela que grassava na região, da falta de mão-de-obra especializada, da necessidade de importação de equipamentos, e de ter de dragara quase cinco vezes mais do que o previsto, a empresa entregou ao tráfego o primeiro trecho de cais, de 260 metros, em 2 de fevereiro de 1892, com a atracação do navio inglês Nasmyth, de Liverpool, da firma Lamport & Holt. Devido à sua vital importância para o surto econômico do estado, as obras prosseguiram dentro dos prazos estabelecidos, sob a orientação técnica do engenheiro Weinschenk. Em 1893 foi aberto o restante do cais contratado, perfazendo 846 metros, e nesse mesmo ano, a 27 de julho, a São Paulo Railway ligou seus trilhos aos da CDS. Antes da do porto organizado em 1892, Santos contava com precários trapiches de madeira para o acesso aos navios de passageiros e cargas. Esses trapiches começaram a ser demolidos em 1899. Como os da Rua Xavier da Silveira, vistos na foto acima. Ponte da Alfândega, no final do século XIX, defronte à atual Praça da República. Demolição do Trapiche Brazil. Em 1900, as embarcações movidas a vapor já reinavam no porto santista, grandes e pequenas, fazendo desaparer as seculares caravelas. O porto precisava de muita agilidade para o embarque do café para exportação, e também, para descarregar as mercadorias procedentes principalmente da Europa. Embarcações de apoio de todo tipo eram comuns. Em 5 de outubro de 1901, o engenheiro Guilherme Benjamin Weinschenck, encarregado das obras do cais, junto com trabalhadores da Companhia Docas de Santos (CDS) posa defronte ao primeiro bloco de granito utilizado no prolongamento do cais. Entre 1901 e 1906, foi construída a represa de Itatinga, que permitiria a criação da usina hidrelétrica para o suprimento das necessidades de energia do crescente porto de Santos. Nas proximidades da represa, surgiu a vila de Itatinga, então parte do município de Santos, e que no final do século XX, com o desmembramento de território, passou a pertencer ao novo município de Bertioga-SP. Um século depois de construída, e ainda em funcionamento, a usina é a única do mundo pertencente a um porto. O porto por volta de 1902, tendo em primeiro plano o escritório da Companhia Docas e a chaminé da casa de compressores, que permitiam acionar os guindastes hidráulicos do cais. Imigração Japonesa - O navio Kasato Maru teve significação especial para a colônia japonesa no Brasil: nele veio a primeira leva de imigrantes do Japão, que desembarcou em Santos em 18 de junho de 1908. Os construtores do porto, dirigentes da Companhia Docas de Santos (ao centro o engenheiro Guilherme Benjamin Weinschenk e Ulrico Mursa), brindam a mais uma etapa dos trabalhos: o assentamento da primeira pedra em Outeirinhos, atual cais do Armazém 25 do porto, em 1909 Cais do Valongo-Paquetá, cerca de 1910, defronte ao prédio da Alfândega Em 1912 falece Eduardo Palassin Guinle e em 1919 Cândido Gaffrée. Guilherme Guinle, filho de Eduardo Palassin Guinle, assumiu como sucessor a direção da empresa, em 1915, e, com o falecimento de Cândido Gaffrée, foi nomeado presidente da CDS, a empresa que mais prosperava no Brasil. Guilherme Guinle ocupou este cargo e função de forma brilhante durante bem 40 anos. Na foto acima: Oscar Weinschenk, Edmundo de Macedo Soares e Silva, Guilherme Guinle e Sílvio Raulino de Oliveira. Ilha de Barnabé – Recebeu esse nome no século XIX, por ter pertencido a Barnabé Francisco Vaz de Carvalhaes, importante cidadão santista, cujo solar em ruínas ainda existe em seu ponto mais alto. Em 26 de janeiro de 1930, começou a ser usada como depósito de combustíveis e produtos químicos. Ampliação do Porto 1930 a 1960: Vista panorâmica da Torre Grande, mostrando o cais do armazém 25 ao 12-A, além de armazéns externos e o centro de Santos, em foto da Companhia Docas de Santos (CDS) de 1938. Alargamento do cais do porto entre os armazéns 16 e 19. Vista aérea das obras de prolongamento do cais do porto, entre os canais 4 e 5. Os dois primeiros contêineres a desembarcarem em Santos em 1965, trazidos para testes pela empresa estadunidense Moore McCormack Lines, Inc., em seu navio Mormacdawn, também foram os primeiros movimentados em um porto sulamericano. Pela inexistência de equipamentos apropriados no cais ou a bordo, foram retirados do navio pela cábrea Sansão, um guindaste flutuante mais tarde desativado, numa operação morosa. Em 1980, com o término do período legal de concessão da exploração do porto pela Companhia Docas de Santos, o Governo Federal criou a Companhia Docas do Estado de S. Paulo-Codesp, empresa de economia mista, de capital majoritário da União. Foto do último mensário da CDS. No início de 1980, as instalações portuárias já ocupavam toda a margem direita do Estuário na ilha de São Vicente e continuavam avançando pela margem da ilha. O Terminal de Conteineres da Margem Esquerda do Porto (Tecon), em Conceiçãozinha (distrito de Vicente de Carvalho, no município de Guarujá) foi inaugurado em 30 de agosto de 1981. Em Conceiçãozinha, ampliou-se o Terminal de Fertilizantes (Tefer).