Um Estudo sobre como os gerentes bancários aprendem a função gerencial AUTORES: ALESSIA RUIZ GAZAFFI MAGDA ZOTTIN JOSE RUIZ JUNIOR [email protected] [email protected] [email protected] RESUMO Este estudo visa compreender como os gerentes aprendem a função gerencial e o papel da aprendizagem experiencial, informal e formal neste processo. Procurou-se entender os sentimentos e as habilidades que os entrevistados compreendem como necessárias ao exercício gerencial; quais aprenderam formalmente e informalmente e em que momento (antes ou após tornarem-se gerentes); qual o papel da aprendizagem pela experiência neste processo, assim como, as os meios e os caminhos para a aprendizagem mencionada pelos entrevistados. Para atender esse objetivo, foi realizada uma pesquisa de campo, de natureza qualitativa, que teve como participantes os gerentes das agências de um importante Banco estrangeiro. À medida que as entrevistas foram analisadas, surgiram nos relatos dos entrevistados várias formas de aprendizagem: aprendizagem por observação, pela experiência e pela prática do dia a dia dentre outras. Palavras- Chave: Aprendizagem Organizacional, Experiencial, Formal e Informal ABSTRAT This study is to understand how managers learn the management function and role of experiential learning, informal and formal in this process. We sought to understand the feelings and skills that respondents understand the financial management as necessary, which they learned formally and informally and at what time (before or after they become managers), the role of learning by experience in this process, as well as the means and ways of learning mentioned by respondents. To meet this goal, we carried out a field research, qualitative in nature, which had as participants, managers of branches of Bank. As the interviews were analyzed, there were reports from respondents various forms of learning: learning by observation, by experience and practice of everyday life among others. Key Works: Organizational Learning, Experiential, Formal and Informal. 33 Introdução Nos estudos sobre aprendizagem nas organizações, percebe-se a existência de uma diversidade de teorias para o estudo do tema, sendo que todas elas apresentam contribuições e limitações. O tema difundiu-se tanto na pesquisa em administração, quanto em sua prática. Cada vez mais publicações orientadas para administradores encorajam que as organizações devem tornase organizações que aprendem, para sobreviver aos tempos turbulentos do mundo dos negócios. Neste contexto, as organizações são levadas a adaptarem-se e a evoluírem continuamente. Estas mudanças na vida organizacional têm elevado o nível de exigência do desempenho gerencial e, consequentemente, alterado o perfil exigido. Segundo ANTONELLO (2005) para acompanhar estas mudanças, os gerentes precisam desenvolver habilidades, o que por um lado pode ser uma fonte de vantagem competitiva. Esta vantagem repousa não na singularidade do perfil de competências, mas no fato de ser tão difícil obtê-las. A dificuldade ocorre, em parte, por uma mudança fundamental na forma dos gerentes contribuírem neste processo. Seu papel deixa de ser principalmente o de controlador recursos e passa a ser o de criar um contexto habilitado à sua própria aprendizagem. O propósito deste artigo é compreender como os gerentes aprendem a função gerencial e o papel da aprendizagem experiencial, informal e formal neste processo. Procurou-se entender os sentimentos e as habilidades que os entrevistados compreendem como necessárias ao exercício gerencial; quais aprenderam formalmente e informalmente e em que momento (antes ou após tornarem-se gerentes); qual o papel da aprendizagem pela experiência neste processo, assim como, as os meios e os caminhos para a aprendizagem mencionada pelos entrevistados. 34 1. REFERENCIAL TEÓRICO 1.1. Aprendizagem Organizacional e Individual Para facilitar a compreensão do tema aprendizagem, conforme (EASTERBY-SMITH,BURGOYNE E ARAUJO, 2001) é necessário estabelecer as diferenças entre aprendizagem organizacional e organizações de aprendizagem. A primeira é considerada a abordagem dos pesquisadores e refere-se aos processos que irão promover a aprendizagem, foco na observação e análise dos processos envolvidos nas análises individuais e coletivas (abordagem processual), ou seja, “Como as organizações aprendem?”. Enquanto que na segunda, de consultores, o foco está em resultados, refere-se a questionamentos do tipo “o que” e descreve os sistemas, princípios e características da organização que aprende como uma entidade coletiva (abordagem descritiva). Sobre o aprendizado organizacional, KIM (1998) nos ensina que todas as organizações aprendem, tenham elas escolhido isso conscientemente ou não. Esse é um requisito fundamental para sua existência sustentada. Para ele, a aprendizagem organizacional deve ser pensada como uma metáfora derivada de nossa compreensão da aprendizagem individual. Na realidade, em última instância, as organizações aprendem através de seus membros individuais. Para KIM (1998), enquanto o indivíduo pode aprender sem a organização, esta pode aprender independentemente de qualquer indivíduo especifico, mas não independentemente de todos os indivíduos. Contudo, seguindo a orientação de que as organizações aprendem através de seus membros individuais, cabe uma análise mais detalhada da aprendizagem individual. A dimensão individual da aprendizagem é analisada através de vários modelos, relativamente distintos, que foram desenvolvidos ao longo do tempo para tentar explicar o processo de aprendizagem. Segundo TERRA (2000) embora existam vários modelos sobre aprendizagem individual, os mais relevantes são: o Modelo Behaviorista, o Cognitivo e o de Aprendizagem Experiencial, sendo este último de maior interesse no presente estudo. As abordagens cognitivistas e experienciais vêem o fenômeno da aprendizagem como o estudo das formas em que as cognições – percepções, 35 atitudes e crenças – são modificadas pela experiência e afetam o comportamento dos indivíduos. O modelo cognitivo tenta explicar o aprendizado de fenômenos mais complexos e se identifica com a teoria “GESTALT”, que diz que o aprendizado ocorre a partir de insights e da compreensão das relações lógicas entre meios e fins e entre causa e efeito. Estes modelos levam em consideração as crenças e percepções dos indivíduos e o processo de formulação de mapas cognitivos que lhe possibilitam compreender melhor a realidade. Os modelos de aprendizado experiencial se baseiam, principalmente, nos trabalhos de DEWEY, LEWIN e PIAGET. Segundo estes autores, o aprendizado é, por natureza, um processo de tensão e conflito, que ocorre através da interação entre o indivíduo e o ambiente, envolvendo experiências concretas, observação e reflexão, que geram uma permanente revisão dos conceitos aprendidos, ou seja, o aprendizado é um processo e não um produto. A ação do ciclo de aprendizagem foi definida por uma ampla variedade de pesquisadores e de consultores, mas a origem do ciclo é atribuída freqüentemente a DEWEY (1966). O conceito mais interessante em seu estudo sobre aprendizagem é a noção de experiência: ele a define como uma contínua reorganização e reconstrução da experiência. A aprendizagem ocorre todo o tempo e em todas as situações em que as pessoas agem e interagem, refletem e pensam. A noção sobre a aprendizagem, ou melhor, a experiência reflexiva, nasce de uma situação em que a pessoa está confusa ou em dúvida, ou seja, confrontada com um problema que a faz parar e pensar. Esta teoria de aprendizagem pode ser descrita como no fluxo: situação – problema – indagação – reflexão – nova situação. Assim, a noção de aprendizagem implica num entendimento não dualista do fazer e do conhecer, ação e pensamento. A separação dualista é substituída por uma continuidade de agir e conhecer. 36 Situação Nova Situação Problema Reflexão Indagação Fig 01 A aprendizagem resulta de um processo de crescimento, ou seja, um processo contínuo como parte do desenvolvimento na vida do indivíduo (DEWEY, 1996). Embora ela ocorra em situações sociais, é o indivíduo quem aprende, e o faz por meio da reorganização e reconstrução de sua experiência. A aprendizagem envolve tanto ações como cognição, pois a ação sem cognição é de pouco valor em termos de aprendizagem. Refletir e pensar são esforços intencionais que buscam descobrir conexões específicas entre nossas ações e conseqüências resultantes, de modo que os dois elementos tornam-se contínuos. Esse processo permite a uma pessoa agir com um objetivo em vista, de maneira proposital. Isso conduz à definição de experiência e o que significa aprender com base na experiência: “A experiência não deriva de mera atividade, mero fazer, e não é baseada em qualquer mudança que implique reflexão sobre ações anteriores com o fim de antecipar conseqüências futuras. A simples participação na prática, na ação, não cria aprendizagem. Uma pessoa está aprendendo somente quando é capaz de refletir sobre suas ações e reorganizar, assim como reconstruir a experiência, por meio de um processo contínuo de reflexão – pensamento – como meio de atuação. A idéia de aprendizagem como reorganização e reconstrução da experiência não é uma questão de argumentar a favor ou contra a cognição.” (ELKJAER, 2001, p. 113) Dentre os modelos cognitivos e experienciais que foram desenvolvidos, um dos principais trabalhos relacionados à aprendizagem individual no contexto organizacional é o de KOLB (1984), inspirado nos modelos de aprendizagem experiencial e influenciado pelas idéias de Dewey. 37 Aprendizagem é apresentada por KOLB (1984) como “o processo por meio do qual conhecimento é criado pela transformação de experiência”. A partir de seis suposições: “1) Aprendizagem é um processo, não um resultado; 2) Deriva da experiência;3) Exige que um indivíduo solucione demandas dialeticamente opostas; 4) É holístico e integrativo;5) requer interação entre uma pessoa e ambiente; e 6) Resulta em criação de conhecimento”. Assim, KOLB (1984) propõem o ciclo de aprendizagem experiencial. Segundo este autor, para que o aprendizado realmente se efetive, as pessoas necessitam desenvolver quatro tipos diferentes de habilidades: experiência concreta, observação reflexiva, conceituação abstrata e experimentação ativa, que combinadas dão origem a quatro estilos de aprendizagem: convergente, divergente, acomodador e assimilador. (Figura 2) - Experiência concreta: Refere-se à experiência de contato direto com situações que propõem dilemas a resolver. As ações são referenciadas em conhecimentos e processos mentais já existentes, aprendidos anteriormente. Principalmente por atitudes de experimentação, obtém-se a matéria-prima para aprendizagens anteriores. - Observação Reflexiva: Constitui-se num movimento de reflexão voltado para o inteiro. Caracteriza-se por atitudes, sobretudo, de pesquisas sobre a realidade, como: identificação de elementos; construção de associações; agrupamentos entre os fatos perceptíveis da experiência; determinação de características, dificuldades e possibilidades de escolhas; partilha de opiniões sobre determinando assunto. - Conceituação abstrata: Caracteriza-se pela formação de conceitos abstratos e generalizáveis sobre elementos e características da experiência. Constitui-se de ações de comparação com realidades semelhantes , bem como generalização de regras e princípios, cujo intuito é estabelecer sínteses a partir de troca de opiniões, estabelecendo-se um tronco comum de idéias compartilhadas. - Experimentação ativa: É a repercussão das aprendizagens em experiências inéditas, num movimento de ação voltado para o externo. Caracteriza-se por aplicação prática dos conhecimentos e processos de pensamento tornados refletidos, explicados e generalizados. A ação está 38 centrada em relações interpessoais, com destaque à colaboração e ao trabalho em equipe. E os quatro estilos de aprendizagem são: - Acomodador: é o estilo de aprendizagem que se baseia na intuição e não na lógica. Neste estilo, os indivíduos são atraídos para novos desafios e experiências, bem como para a realização de planos. Geralmente agem com o instinto ao invés de realizarem uma analise lógica. - Convergente: neste estilo de aprendizagem, os indivíduos podem resolver os problemas e vão usar o aprendizado para encontrar soluções para problemas práticos. Eles preferem tarefas técnicas, e estão menos preocupados com as pessoas e com os aspectos interpessoais. - Divergente: neste estilo de aprendizagem, os indivíduos são capazes de olhar as coisas de perspectivas diferentes. Eles são os melhores na visualização de situações concretas por vários pontos de vista diferente. - Assimilador: neste estilo, os indivíduos preferem aprender de forma concisa, com abordagem lógica. Idéias e conceitos são mais importantes que pessoas. (KOLB, 1984) Experiência Concreta CICLO DE KOLB Adaptável Divergente Captura via Apreensão Experimentação Ativa Transformação via Extensão Transformação via Intenção Observação Reflexiva Captura via Compreensão Convergente Assimilativo Conceitualização Abstrata 1.2. Fig 02 Aprendizagem Informal CONLON (2004) explora a fundo as definições de aprendizagem informal e as suas aplicações no mercado global e o papel importante no desenvolvimento de competências profissionais. 39 Ele menciona que antes de falar em aprendizagem informal, é interessante definir o que é a aprendizagem formal. Segundo CONLON (2004) a aprendizagem formal está mais ligada à atividade construída: é considerada altamente estruturada e normalmente pertencente ao domínio de DRH (Desenvolvimento de Recursos Humanos). A aprendizagem formal tem papel relevante no desenvolvimento da expertise do profissional no local de trabalho e em sua vida particular, sendo que parte do que se aprende nestes ambientes ocorre por meio deste processo (CONLON 2004). Entretanto, deve levar em consideração que os processos formais e informais de aprendizagem estão sempre interligados, sendo que ambos possuem importante papel no desenvolvimento cognitivo, competências e habilidades do indivíduo Para MARSICK e WATKINS (2001), na aprendizagem informal, o controle do que está sendo aprendido está exclusivamente nas mãos no próprio individuo. Também acreditam que a aprendizagem informal geralmente é intencional, mas não é altamente estruturada. Um estudo realizado por MARSICK e WATKINS (2001), concluiu que somente vinte por cento da aprendizagem dos funcionários provinha de processos formalizados de aprendizagem. Além disso, observaram que as estratégias de pessoal eram freqüentemente utilizadas com funcionários que tinham tempo para questionar, ouvir, observar, ler e refletir no seu ambiente de trabalho. Também comentam que a aprendizagem formal se caracteriza como estruturada, institucional, geralmente realizada em sala de aula (classroombased), com auxílio de um professor, instrutor ou treinador que avalia a aprendizagem constantemente. Ela ocorre por meio de educação continuada, por treinamentos e educação básica. Segundo estes autores, a aprendizagem informal pode ocorrer nos momentos de coaching, networking com os colegas de trabalho, e fora do ambiente de trabalho, em lideranças e trocas de informações em equipes de trabalho. Já para CONLON (2004), os momentos oportunos para a aprendizagem informal são: a necessidade de obtenção de ajuda, suporte ou informação por parte de um colaborador; a discussão com outros membros do grupo sobre outras visões e pontos de vista; a abertura para novos caminhos; alternativas; horizontes de pensamentos; experiências e planos; reflexão sobre 40 os processos anteriormente executados. Para MARSICK e VOLPE (2001), aprendizagem informal surge na integração de trabalho com rotinas diárias, alavancada por fatores internos e externos, não necessariamente conscientes. Ocorre muitas vezes por acaso e em momentos influenciados por fatores como a chance, estando ligada também a aprendizagem de outros membros. Conforme MARSICK e WATKINS (2001), a aprendizagem informal freqüentemente pode ocorrer de forma não planejada, não linear e de forma tácita. MARSICK e WATKINS (2001) comentam que apesar de não poder ser dirigida e controlada, a aprendizagem informal pode ser estimulada por elementos como: rede de relacionamento, unlearning, suporte, coesão do grupo, características e qualidades individuais, estímulo a atividades que não estejam diretamente relacionadas a tarefas do cotidiano, conhecimentos prévios do indivíduo, realização de tarefas artísticas, interesse, comprometimento. Já CONLON (2004) leciona que o processo de aprendizagem informal se refere a oportunidades naturais que surgem no cotidiano, onde a própria pessoa controla seu processo de aprendizagem. Além disso, caracteriza-se como predominantemente experimental prática e não-institucional. No local de trabalho, resulta da integração de funcionários, tarefas diárias, oportunidades, eventos, rotinas, situações que fogem dos planejamentos e procedimentos do cotidiano, interações com a cultura e o ambiente externo. Este autor esclarece que é a partir da noção de aprendizagem informal que se estabelece a noção de aprendizagem incidental, definida como oportunidades naturais de aprendizagem, não-intencionais, que surgem ao acaso, por acidente, devido aos acontecimentos do cotidiano, ou mesmo como subproduto de uma atividade diferente. Nesta forma de aprendizagem, só há controle sobre o processo e resultado por parte do próprio indivíduo. CONLON (2004) sugere a realização de pesquisas em aprendizagem informal com foco nas seguintes temáticas: a) tipo de trabalho; b) profissão, c) relação entre trabalho e atividades sociais;d) treinamentos na organização e estrutura de aprendizagem; e) motivação do aprendiz; f)instrumentos de análise do processo de aprendizagem; g) relação entre conhecimento tácito e explícito; h) treinamento direcionado e treinamento online 41 2) METODOLOGIA Este artigo tem como objetivo principal compreender como os gerentes aprendem a função gerencial e o papel da aprendizagem experiencial, informal e formal neste processo. Procurou-se entender os sentimentos e as habilidades que os entrevistados compreendem como necessárias ao exercício gerencial; quais aprenderam formalmente e informalmente e em que momento (antes ou após tornarem-se gerentes); qual o papel da aprendizagem pela experiência neste processo, assim como, as os meios e os caminhos para a aprendizagem mencionada pelos entrevistados. A metodologia desenvolvida na presente pesquisa é a qualitativa. Justifica-se, primeiramente, por se tratar de uma pesquisa de caráter exploratório, porque o problema da pesquisa é pouco conhecido, e em segundo, o estudo é descritivo e busca o entendimento do fenômeno em toda a sua complexidade. Segundo GODOY (1995), a pesquisa qualitativa não procura enumerar e/ ou medir os eventos estudados, nem emprega instrumental estatístico na análise de dados. Parte de questões ou focos de interesses amplos, que vão se definindo a medida que o estudo se desenvolve. Envolve a obtenção de dados descritivos sobre pessoas, lugares e processos interativos pelo contato direto do pesquisador com a situação estudada, procurando compreender os fenômenos segundo a perspectiva dos sujeitos, ou seja, dos participantes da situação estudada. Na pesquisa qualitativa, as formas de coleta de dados mais utilizadas são a observação, a entrevista e a análise de documentos (GODOY, 1995). Neste estudo os dados coletados foram realizados por entrevistas semiestruturadas com quatro gerentes comerciais de diferentes agências que ocupam seus postos de trabalho atuais em um período de até seis anos. Dentro da área comercial, dois ocupam o cargo de Gerente de Relacionamento e os outros dois são Gerentes de Relacionamento Pessoa Jurídica. Os entrevistados possuem entre 30 a 45 anos, trabalham na área bancária há pelos menos dez anos, sendo três do sexo masculino e uma do sexo feminino. Todos possuem no máximo até três subordinados. (Tabela 1). 42 Perfil do Entrevistado GERENTES G1 G2 G3 M M M 41 45 32 G.Relacionamento G.Relacionamento G.Relacionamento Pessoa Jurídica Pessoa Jurídica Gênero Idade Cargo Tempo na posição Real Quantidade de subordinados G4 F 30 G.Relacionamento 5 6 3 5 2 2 2 3 Tabela 1 – Perfil dos Entrevistados Segundo CRESWELL (2007), o processo de análise de dados consiste de extrair sentido dos dados de texto e imagem. Dessa forma, essa etapa consiste em preparar os dados para análise, conduzir análises diferentes, aprofundar-se no entendimento dos dados e fazer uma interpretação de significado mais amplo. Para o tratamento e análise dos dados foi empregada a técnica conhecida como análise de conteúdo. Conforme BARDIN (1977) a análise de conteúdo é uma estratégia de pesquisa que é utilizada no intuito de tornar objetivo o conteúdo das entrevistas realizadas. Esta análise pode ser entendida com um conjunto de técnica de análise de comunicação, visando, por procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, obter indicativos quantitativos ou não, que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção e recepção das mensagens. Por meio do roteiro da entrevista , foram estabelecidas as categorias de análise para facilitar o estudo do fenômeno. Foram estabelecidas 4 categorias: ocupação gerencial; habilidades necessárias ao gerente; habilidades aprendidas; e formas de aprendizagem. 43 3) APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS A apresentação e análise dos resultados da pesquisa apresentam o processo de aprendizagem organizacional de quatro gerentes do Banco RealSantander. À medida que as entrevistas foram analisadas, surgiram nos relatos dos entrevistados, habilidades e formas de aprendizagem em comum, que puderam ser agrupadas em categorias e relacionadas ao referencial teórico. Então foram estabelecidas quatro categorias: A ocupação gerencial; Habilidades necessárias ao gerente; Habilidades aprendidas e Formas de aprendizagem. 3.1- A Ocupação Gerencial A análise das entrevistas realizadas detectou pontos de convergência entre a opinião dos entrevistados referente à ocupação gerencial. A primeira, e mais marcante, foi a mudança na visão dos entrevistados quando a assunção do cargo de gerente. Todos mencionam que antes de ocupar o cargo de gerência tinham uma visão focada apenas nas tarefas e metas individuais, enquanto que após assumirem o cargo passaram a ter necessidade de enxergar as operações de forma global. Também relatam que a totalidade de sua experiência profissional foi adquirida em Instituições Bancárias e destacam que sentiram uma grande felicidade ao assumir a posição gerencial, ao quais todos almejavam o tão esperado crescimento profissional. Outros pontos relevantes apresentados pelos indivíduos na ocupação do cargo gerencial foram: o sentimento de solidão relatado no processo de tomada de decisão e o peso da responsabilidade não apenas pelo próprio trabalho, mas agora pelo trabalho de uma equipe. 3.2- Habilidades necessárias ao gerente e as Habilidades Aprendidas antes e durante o processo gerencial As habilidades entendidas pelos entrevistados como necessárias a função gerencial bem como o momento do aprendizado, antes ou durante 44 assumir a função gerencial foram identificadas em três subcategorias: habilidades técnicas, habilidades comportamentais e habilidades com pessoas. As habilidades técnicas estão relacionadas com o conhecimento técnico das operações bancárias. Os entrevistados revelam que é fundamental: conhecer profundamente os produtos vendidos pelo banco; entender o funcionamento do mercado financeiro; conhecer as normas internas do banco quanto à gestão dos negócios; ter bons conhecimentos de matemática financeira e compreender, bem como acompanhar, as melhores formas de investimentos. Segundos eles, a maioria destes conhecimentos foram aprendidos antes do exercício gerencial no programa de Trainne e nos demais treinamentos formais. Afirmam que neste programa aprendem quais são as características técnicas do produto, mas durante a prática do gerenciamento, é que realmente aprendem a aplicabilidade destes produtos, ou seja, qual daqueles produtos melhor se encaixa com um determinado cliente. Portanto, o conhecimento técnico é fundamental para a conquista de novos clientes e para a ampliação dos negócios do banco, mas somente a prática do dia a dia é que determina qual será a melhor forma de interagir com este novo cliente a fim de conquistá-lo. Portanto, considera-se presente o modelo de aprendizagem individual experiencial defendido por DEWEY, LEWIN e PEAGET, pois, de forma unânime, os entrevistados elegeram a atuação gerencial como um processo de aprendizado, e não como um produto. Partindo das tensões e conflitos experimentados por conta da sua interação com o ambiente de trabalho, os gerentes declaram que se depararam com experiências concretas que demandaram observação e reflexão a fim de assimilar as novas informações e formar uma nova situação, ou mesmo para revisar os conceitos anteriormente aprendidos. As habilidades comportamentais mencionadas como necessárias pelos entrevistados antes do exercício gerencial estão mais relacionadas com características pessoais, no sentido de ser e ter determinadas características como mencionadas na Tabela 2 abaixo: 45 Habilidades antes de comportamentais Confirmação assumir a das habilidades função segundo gerencial Os gerentes entrevistados Ser paciente “...Antes de eu virar gerente, eu sempre tive muita paciência. Sempre fui muito precisa ter paciente...um muita gerente paciência com clientes, funcionários...” (G3) Ser confiante “...O cliente senta na sua mesa, e deposita total confiança na gerente de relacionamento dele, então se o cliente não tiver segurança, não tiver certeza de que o fazendo... Ele banco...As pessoas gerente procura sempre esta outro me disseram que inspiro confiança” (G4) Ter foco “...Foco foi antes porque na área administrativa você tem processos... Você tem que estar focado naquilo que é prioritário.. Eu sempre fui uma pessoa focada...” (G2) Ser simpático “...O gerente em primeiro lugar precisa ter simpático...” e eu sempre tive muita facilidade com isto..” (G4) TABELA 2 – Habilidades comportamentais antes da função gerencial Já as habilidades comportamentais aprendidas durante o exercício da função gerencial foram relatadas como processos socialmente construídos (EASTERBY SMITH; ARAUJO; BURGOYNE, 2001), porque à medida que foram interagindo com o ambiente, descobriram qual habilidade precisavam desenvolver para determinada situação. Conforme demonstra a tabela 3, precisaram desenvolver habilidades como: ser flexível, ser persistente, aprender a escutar, desenvolver o alto conhecimento. Eles explicam que 46 tiveram que aprendê-las pela necessidade de atender melhor os clientes, gerenciar conflitos entre os subordinados, aprender o momento certo de elogiar e de dar broncas e principalmente atingir as metas estipuladas. KOLB (1976) afirma que os gerentes ou administradores de sucesso distinguem-se, não tanto pelo simples conjunto de habilidades ou conhecimentos que possuem, mas por sua capacidade de se adaptar às demandas ocasionadas por mudanças em seus trabalhos, no ambiente e na carreira, ou seja, por sua habilidade de aprender. Habilidades comportamentais aprendidas Confirmação das habilidades segundo durante a função gerencial os gerentes entrevistados - Ser flexível “...Um gerente tem que ser uma pessoa extremamente flexível: Você tem que saber ceder... você tem saber o momento certo... E isto aprendi a ser flexível depois de assumir a função..” (G3) -Ser persistente “... Principalmente no inicio da carreira, o otimismo você tem naturalmente porque você está empolgado e tal... Agora a persistência é uma coisa que você aprende porque você recebe muito não...Você bate na porta do cliente para tentar conquistá-lo e ele fala não a toda a hora ...” (G2) -Aprender a escutar “...Eu diria a você que a habilidade mais sensível, a que marcou mais foi aprender a escutar..” (G1) -Desenvolver o autoconhecimento “...Para ser gerente, primeiro você precisa saber uma coisa importante: Saber quem você é...Onde você está..E o que você deve fazer...” (G3) -Ser responsável “ Quando vc vai aprendendo a ser gerente, vc percebe que a responsabilidade é colocada. É muito mais para o gerente do que para o gerido... Para tomar decisões que são agudas... Então vc passa a ser muito mais responsável...”(G3) Tabela 3 – Habilidades comportamentais aprendidas durante a função gerencial 47 Quanto a habilidade com pessoas, os entrevistados são unânimes em dizer que mesmo, antes de assumirem a função gerencial, já tinham muita facilidade e que gostavam de lidar com pessoas. Apontam que depois de assumirem a função gerencial, tiveram que aprender a lidar com os conflitos: seja dos clientes ou dos subordinados. Dos clientes porque os gerentes são vistos como conselheiros e amigos, o que faz com que o cliente traga uma série de problemas pessoais para o gerente escutar e dar conselheiros. Dos subordinados, porque precisam saber como gerenciar pessoas, habilidade que até então, não conheciam e que precisaram aprender. Gerenciar pessoas é bem diferente de ter facilidade em lidar com pessoas. Segundo os entrevistados, gerenciar pessoais envolve em primeiro lugar ser líder e mais outras coisas como: saber motivar, trabalhar em equipe, escutar, ceder e ponderar. Neste sentido, o banco até oferece algumas palestras sobre o tema, mas não é o suficiente. Assim, todos comentam que gerenciar pessoas não se constitui de uma tarefa fácil e envolve um aprendizado contínuo que se efetiva a partir da interação entre o gerente e seus subordinados na prática do dia a dia. 3.3- Formas de aprendizagem As formas de aprendizagem relatadas pelos entrevistados foram várias, merecendo um destaque especial para três situações: aprendizagem pela experiência, aprendizagem por observação e pela prática do dia a dia. Mencionam que tiveram treinamento formal, mas o grau da aprendizagem foi baixo em relação aos aspectos informais. A aprendizagem pela experiência, que segundo KOLB (1984) é definida como um processo pelo qual o conhecimento é criado através da transformação da experiência ou, em outras palavras: é a abordagem do “aprender fazendo”, da aprendizagem não vinculada a sala de aula, porque enfatiza a aplicação do conhecimento num contexto social. É identificado no relato do entrevistado, como mostra a passagem abaixo: “...Na verdade.. Assim: o antes você adquire todo o ferramental... Agora como você vai usar o ferramental, você adquiri com a prática , vou simplificar, fazer uma analogia ..Quando você começa a ser gerente você tem sua caixinha de ferramentas .. Agora se você vai usar mais o martelo , a chave de grifo ....Como?... Que aperto você 48 vai dar na rosca...De quem você cobra mais e de quem você cobra menos...Qual é a personalidade daquelas pessoas que você tem sobre sua gestão?...Isto aí é realmente só depois da prática de algumas interações....então assim quando o gerente olha pro passado dele, para o período pré gerência , se ele aprendeu alguma coisa ... ele vai notar obrigatoriamente muita diferença entre a teoria e a prática ...” (G1) O entrevistado tem as ferramentas e sabe usá-las, porém, a dose certa para cada ação vai sendo descoberta na prática diária, obedecendo o ciclo de aprendizagem proposto por DEWEY (1966): situação – problema – indagação – reflexão – nova situação. A aprendizagem pela experiência é um conceito que busca explicar o processo de adaptação humana ao ambiente físico e social. Além do entendimento de como as pessoas pensam e sentem, esta teoria se interessa com a questão de quando o comportamento é guiado pela forma de pensar ou pelos sentimentos. KOLB (1984) sugere que “... aprender não é campo especial de uma simples esfera especializada do funcionamento humano, tais como cognição e percepção”. Envolve o funcionamento integrado de todo o organismo - pensar, sentir, perceber e se comportar. Vejamos o relato abaixo: “...Esta operação virou um marco no mercado e foi um grande caso de negociação, nós conseguimos colocar na mesa , muitos interesses, e sempre, isto eu aprendi muito e tenho aprendido na minha carreira, e ainda estou aprendendo evidentemente que sempre que você ouve diferentes opiniões e coloca na mesa diferentes pontos de vista, você estrutura uma coisa mais sustentável então se você não foco só no negócio , foco no todo , a experiência me diz que aquele negócio você vai ficar replicar, aquele negócio vai ser sustentável. Então assim hoje... No mundo de hoje... Sustentabilidade é um negócio que está sendo muito discutido e está muito em prática...” (G1) Quanto à forma de aprendizagem pela observação, os entrevistados mencionam que observar situações que colegas ou superiores hierárquicos atuais e anteriores já vivenciaram traz uma aprendizagem que é utilizada quando uma situação semelhante acontece. Esta observação é relacionada a situações presenciadas nas quais outras pessoas agiram de certa forma, e ao aprendizado conseqüente, que determina um “aprender a fazer” ou “aprender a não fazer”. Esta forma de aprendizado pode ser observada na fala abaixo: 49 “...Você sempre tem dentro do local de trabalho algumas pessoas como referência...Então além do seu gestor direto, você sempre um gerente mais experiente, que está há muitos anos na Instituição e acaba se destacando dentro do banco...Então você o observa... Eu me espelhei nessas pessoas...Em gestores...em pessoas que tiveram uma carreira de sucesso consolidado dentro do banco... Eu me espelhei nessas pessoas...” (G4) “...Você aprende no dia a dia, então muito por observação...Você observa muito como o colega ao lado trabalha...Presta atenção nas conversas sem que ele perceba...Então você copia...” (G2) Uma curiosidade nesta pesquisa foi o fato de três entrevistados comentaram que não aprenderam a função gerencial com colegas da mesma hierarquia. Nenhum colega de trabalho sentou com eles e explicou como fazia determinado trabalho, uma vez que os próprios colegas os vêem como concorrentes. Logo, é certo que não iriam ensinar os “macetes” de como vender um produto, ou a melhor forma de abordar um cliente. Vejamos a fala abaixo: “...Quando a pessoa senta na cadeira de gestão...Ela pela primeira vez vai ter contato com as restrições que aquela cadeira exige.. Com a solidão daquela cadeira...Ele não pode mais dividir qualquer assunto com o colega porque dividir ...vai ser com um funcionário dele ...Qual que é a questão? Não pode! ... Dividir com o superior é sempre um risco porque você vai transferir parte da sua responsabilidade para ele, dividir com outro gerente , falando muito claramente ...Ele é teu competidor então já no primeiro cargo de gerência a pessoa experimenta alguma solidão e ai esta solidão vai fazer com que a pessoa amadureça ..Olha então não era bem daquele jeito...tem isto ..preciso olhar aquilo...vc aprende...” (G1). Apenas um dos entrevistados declarou que aprendeu um pouco com colegas de trabalho, porque na agência em que o entrevistado trabalha, acontecem reuniões onde as pessoas só explicam as estratégias adotadas porque são questionadas pelo superior. Então acontece uma rica troca de informações. Lembrando os ensinamentos de MARSICK E WATKINS (2001), apesar de não ser dirigida e controlada, a aprendizagem informal pode ser estimuladas por elementos como: networking, coaching, unlearning, características e qualidades individuais, conhecimentos prévios do individuo e etc. Além disso, são momentos oportunos para a aprendizagem informal: a necessidade de obtenção de ajuda, suporte ou informação por parte de um funcionário; a discussão com outros membros do grupo sobre outras visões e pontos de vista; a abertura para novos caminhos, alternativas, horizontes de 50 pensamentos, experiências e planos, reflexões sobre os processos anteriormente executados (CONLON, 2004). A aprendizagem formal também foi relata pelos entrevistados. Constantemente todos participam de treinamentos em salas de aula oferecidos pelo banco. Mas eles relatam que é ensinada apenas a parte técnica das operações bancárias, porque a parte prática somente será testada no dia a dia. Também mencionam que o banco oferece um canal para tirar dúvidas sobre chamado de “BSC responde”. CONCLUSÃO Esta pesquisa procurou evidenciar como um funcionário se transforma em Gerente e quais as formas de aprendizado são utilizadas nesta transformação, confrontando as diversas teorias utilizadas como referencial teórico para este estudo. Ficou claramente identificado neste estudo que os Gerentes entrevistados aprenderam de duas maneiras: formal e informalmente (experiência). Também, fica evidenciado que a aprendizagem formal é complementada pela aprendizagem informal e vice-e versa: enquanto os cursos e materiais técnicos e teóricos dão suporte para que o Gerente atinja os objetivos de seu cargo, o conhecimento informal adquirido dá a exata medida da aplicabilidade da técnica e teoria aprendida formalmente, inclusive, ajudando a transferir o conhecimento técnico para o cliente, que é leigo e para seus funcionários, que não são. Esta é a prática da Experimentação Ativa proposta por KOLB (1984). Pudemos observar que aprendizagem informal, por sua vez, é mais ampla do que a formal, uma vez que atinge outras partes da vida profissional dos Gerentes, especialmente na relação interpessoal com os seus clientes e subordinados. É nestas oportunidades de contato pessoal que surge a figura da Experiência Concreta proposta por KOLB (1984), onde os Gerentes se deparam com dilemas, que a aprendizagem formal não pôde dar suporte. Neste sentido, a curiosidade deste estudo reside no fato da maioria dos entrevistados declararem que não enxergavam como oportuno buscar o apoio em colegas, subordinados ou mesmo para seus gestores, justamente para não 51 enfraquecer a sua posição hierárquica dentro da instituição bancária, o que torna a cadeira de Gerente uma posição solitária. Também foi relatada a aprendizagem por observação de colegas, ou, segundo KOLB (1984) a chamada Conceituação Abstrata, a qual foi induzida por reuniões internas onde o Gerente Geral perquiria publicamente sobre quais as ações tomadas pelos seus Gerentes subordinados. Nestas oportunidades, estabelecia-se uma oportunidade para comparação de realidades, sendo possível verificar e generalizar as regras e princípios adotados pelos Gerentes de sucesso, formando o já citado tronco de idéias comuns compartilhadas. Assim, o que se espera com este estudo é evidenciar as formas de aprendizagem gerencial de maneira a identificar quais estilos ou quais formas melhores se adéquam à inúmera gama de tipos de pessoas e clientes que formam a rede social dos gerentes, a fim de maximizar suas relações pessoais, aumentando assim sua produtividade e a de seus subordinados. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANTONELLO, C. S. (2004). 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