A Inclusão de Crianças com Deficiência Visual nas Escolas Públicas A Inclusão de Crianças com Deficiência Visual nas Escolas Públicas MAIRA GABRIELA FONSECA VALENTE VERDIN CRISTIANI MICENA MACHADO ROSS MATHEUS INDAIATUBA – SP INTRODUÇÃO A pesquisa irá discutir questões relacionadas a inclusão do Deficiente Visual na escola pública dando um enfoque inclusivo a essa questão. Abrir-se-á uma discussão sobre a questão da rotulação/classificação a essa criança e o quanto esta desmotiva-se por ser portadora da Deficiência Visual. Será abordado o assunto referente, como as crianças com deficiência(s) seriam inseridas nas classes regulares das escolas públicas e se essa inserção ocorre realmente de forma inclusiva. Iremos propor uma discussão sobre a inclusão de crianças especiais nas escolas públicas brasileiras, pois há muitos séculos, o preconceito, a falta de oportunidades sociais dos portadores de deficiência, são muito elevados perante estes que apenas querem que seus direitos sejam respeitados. INTRODUÇÃO É preciso que a sociedade se una para que, os deficientes tenham as mesmas oportunidades de trabalho, de vida social. Esse processo deve iniciar-se na escola, que é o lugar onde parte do conhecimento, parte do respeito é adquirido. Todas as crianças, deficientes ou não, tem o direito de freqüentar a escola regular, sendo que dessa maneira, a união, o companheirismo e o respeito serão inseridos naturalmente. PROBLEMA Como as crianças com deficiência(s) são inseridas nas classes regulares das escolas públicas? OBJETIVOS Analisar a democratização e a equiparação de oportunidades educacionais escolares para igualar os direitos de todos à educação, com ênfase nos educandos que apresentam necessidades educacionais especiais. Analisar os principais aspectos no desenvolvimento das crianças com deficiência visual nas escolas públicas e a democratização das oportunidades educacionais a essas crianças. Verificar o processo de aprendizagem da criança portadora da deficiência visual seus direitos e deveres e discutir o como trabalhar para que essas crianças sintam-se produtivas. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA O objetivo básico é apresentar uma breve revisão de como é tratado o deficiente visual em escolas regulares,enfatizando a implantação da educação especial no Brasil. Assim, o direito de ter direitos é extensivo a todos, particularmente àqueles grupos minoritários que têm estado em situação de desvantagem no que tange à qualidade de vida, à dignidade, à liberdade, à participação na vida familiar e comunitária, à igualdade de oportunidades em saúde, educação, trabalho, lazer e à participação social. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Como segmento social, a escola, têm refletido em suas práticas, os mesmos mecanismos de exclusão que a sociedade tem praticado. Porém, na condição de espaço público, tem procurado aprimorar sua missão social, política e pedagógica, desenvolvendo, em todos os que dela participam, comportamentos e atitudes de solidariedade, baseados no respeito e na valorização da diversidade humana e das diferenças individuais, de todos os alunos. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA E neste contexto, o grande desafio é estar atento para impedir que os direitos dos homens e mulheres, assegurados nas leis de um país, de um estado, de um município, de uma escola e repetidos nos discursos, sejam desrespeitados na vida prática e com o movimento pela inclusão, almeja-se a construção de uma sociedade compromissada com as minorias, que valorize a diversidade humana, que respeite a dignidade de cada indivíduo, a igualdade de direitos a oportunidades e o exercício efetivo da cidadania, com liberdade de expressão do pensamento e de escolha. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Na verdade, a inclusão provoca mudanças nas perspectivas educacionais, pois não se limita somente aos direitos dos alunos, que apresentam dificuldades na escola, mas aos de todos os envolvidos no processo educacional escolar: professores, alunos, pessoal administrativo, para que obtenham sucesso na corrente educativa geral, sendo um grande equívoco pensar que a educação inclusiva se faça somente com atos legais, ela só acontecerá, efetivamente, com ações e relações que sejam realizadas na escola e na sociedade. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Há a necessidade de construirmos espaços educacionais na perspectiva de educação de qualidade para todos. Neste sentido, compromissos políticos foram consolidados num esforço coletivo, para assegurar a democratização da educação, independentemente das diferenças particulares dos alunos. A necessidade de mudanças fundamentais, que transformem em realidade uma educação capaz de reconhecer as diferenças, promover a aprendizagem e atender às necessidades de cada pessoa, individualmente; REVISÃO BIBLIOGRÁFICA “Nota-se que a adoção dessa terminologia tem o propósito de deslocar o foco das condições pessoais do aluno, que possam interferir em sua aprendizagem, para direcioná-lo às respostas educacionais que eles requerem, sendo uma forma de reconhecer que muitos alunos, quer tenham ou não deficiência, condutas típicas ou altas habilidades, apresentam necessidades educacionais que passam a ser especiais quando exigem respostas específicas e adequadas” (PCN - Adaptações Curriculares MEC 1999, p.23). REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Esta perspectiva apresenta um caráter dinâmico e interativo, pois na prática as necessidades educacionais especiais são relativas, mutantes, temporárias ou permanentes e, segundo essa dimensão, a escola disponibiliza as respostas adequadas, não necessitando isolar os alunos pedagogicamente para remover suas barreiras de aprendizagem. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Desta forma, é também por esse motivo que o movimento em prol da escola inclusiva representa um avanço, em relação às práticas centradas na integração e sem descaracterizar a importância da integração, a proposta inclusiva é mais abrangente, pois: Enquanto as ações em prol da integração estariam dirigidas, apenas a alunos portadores de deficiência, a proposta inclusiva refere-se a todos os alunos. Todos inclusive os que têm deficiência; Enquanto os procedimentos para a efetivação da integração estavam predominantemente, centrados nos alunos com deficiência, o paradigma de inclusão busca ressignificar a educação escolar, garantindo o sucesso para que aprendizagem de todos. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA HISTÓRICO No século XIX, a deficiência passou a ser vista sob a ótica filantrópica,quando os deficientes eram tidos como eternas crianças, como doentes, inválidos e incapazes. Nesta fase, supondo-se que assim seria o melhor, os deficientes eram segregados do convívio social, tratados com sentimentos de lástima e pena, preponderando ações puramente assistenciais e paternalistas, oferecidas em instituições especializadas e específicas para determinados grupos de pessoas com deficiência. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Hoie se tem defrontado com novos paradigmas que estão mudando as representações sociais em torno das pessoas com deficiência e evidenciando que elas podem ser participativas e capazes, desde que sejam respeitadas e valorizadas em suas diferenças e lhes sejam oferecidas oportunidades. E para tanto, a proposta de sociedade inclusiva contém, implícita, a idéia de mobilização dos diversos segmentos sociais na busca do bem estar de todos, inclusive das pessoas consideradas deficientes. São necessárias transformações intrínsecas, quebrando-se as barreiras cristalizadas em torno dos grupos estigmatizados e excluídos. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Sob essa perspectiva deve estar a idéia de valorização da diversidade, sendo que o papel da educação será de fundamental importância, na medida em que for ressaltado o compromisso da escola com todas as minorias, nelas incluídas as pessoas com deficiência. A escola para todos precisa mudar seu olhar e se basear numa filosofia "aceitando a diversidade como eixo diferencial humano, o que implica no próprio posicionamento sobre o conceito de educação" (SANCHEZ, apud LIMA, 1998, p. 71). Não se deve esquecer que se luta pelo direito de todo cidadão ter acesso a uma escola de qualidade, ao mesmo tempo em que muitos ainda não desfrutam do direito básico ao alimento diário. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Os educandos que precisam da educação especial são, prioritariamente, os alunos que apresentam superdotação, condutas típicas de síndromes e quadros psicológicos, neurológicos ou psiquiátricos, ou então, significativas diferenças físicas, sensoriais ou intelectuais, decorrentes de fatores inatos ou adquiridos, de caráter temporário ou permanente e que, em interação sócio-ambientais resultam em necessidades educacionais diferentes da maioria das pessoas. Conforme Doll Júnior (1997), os Parâmetros Curriculares Nacionais preconizam a atenção à diversidade da comunidade escolar e são baseados no pressuposto de que a realização de adaptações curriculares pode atender a necessidades particulares dos alunos, considerando-se que a atenção à diversidade deve se concretizar em medidas, que levem em conta não só as capacidades intelectuais e os conhecimentos dos alunos, mas, também, seus interesses e motivações. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Neste contexto, a atenção à diversidade está focalizada no direito de acesso às escolas e visa à melhoria da qualidade de ensino e aprendizagem para todos, irrestritamente, bem como as perspectivas de desenvolvimento e socialização e a escola, nessa perspectiva, busca consolidar o respeito às diferenças, conquanto não elogie a desigualdade, sendo que as diferenças são vistas, não como obstáculo para o cumprimento da ação educativa, mas podendo e devendo ser fatores de enriquecimento. Nota-se que a diversidade, existente na comunidade escolar contempla uma ampla dimensão de características. As necessidades educacionais podem ser identificadas em diversas situações representativas de dificuldade de aprendizagem, como decorrência de condições individuais, econômico ou sócio culturais dos alunos. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA É notório que a deficiência visual apresentou o maior índice com: 48,1%, ou seja, 11,8 milhões de pessoas com deficiência visual e entre estas pessoas que apresentam a deficiência visual, 159.824 são incapazes de enxergar, onde este resultado se comparado com o que a Organização Mundial da Saúde estabelece em relação ao número de pessoas cegas, ou seja, 0,5% do total de deficientes seriam cegos, este número seria algo em torno de 123.000 pessoas. De fato, o conceito ampliado utilizado no Censo 2000, que inclui diversos graus de incapacidade de enxergar, ouvir e locomover-se, é compatível com a Classificação da Organização Mundial de Saúde. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA A ORIENTAÇÃO ESPACIAL VISÃO + ESTÍMULOS SENSORIAIS= facilitam o desenvolvimento das abstrações. TATO e AUDIÇÃO = sentidos essenciais aos portadores de deficiência visual. CEGUEIRA: perda do sentido que gera a integração de todos os outros. A criança poderá desenvolver suas potencialidades, sendo necessário ser bem orientada e que o ambiente em sua volta proporcione conteúdos que venham a contribuir para a sua aprendizagem. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA O LADO SOCIAL DOS DEFICIENTES VISUAIS A inserção de D. V. na sociedade não depende exclusivamente deles, mas também de toda a sociedade, que por sua vez, devem se mobilizar para procurarem meios eficazes de tornar os deficientes em pessoas mais capazes e produtivas. ONU(1993): equiparação de oportunidades, disponível a todos, principalmente as pessoas com deficiência, recebendo apoio da sociedade quando necessitarem. Segundo Sassaki (1998), a sociedade inclusiva já é uma realidade, havendo assim, modificações em escolas, empresas, edifícios, espaços urbanos, etc. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA SISTEMA BRAILLE: tecnologia que deve ser inserida em escolas, juntamente com professores habilitados a lidar com ele. O PROCESSO DE APRENDIZAGEM A sociedade desconhece as causas e as consequências da limitação de pessoas deficientes visuais. Segundo nas leis nº 9131 de 24/11/1995, nº 9394 de 20/12/1996 e no decreto nº 2306 de 19/08/1997 é assegurado aos portadores de deficiência física e sensorial condições básicas de acesso ao ensino superior. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA De acordo com ferronato (2002) a alfabetização dos cegos deve ser feita por uma escola especializada para depois serem inseridos em classes comuns do ensino regular. O SISTEMA BRAILLE foi inventado na França por Louis Braille, que inspirou-se na “grafia sonora” para formar esta forma de sistema de escrita e leitura tátil. O Braille é constituído por 6 pontos dispostos em 2 grupos verticais de 3 pontos cada. O Braille é o melhor meio de leitura e escrita para pessoas cegas, sendo assim bem aceito por eles. Sistema Braille no Brasil: adotado em 1854. em 1991 foi criada uma comissão para estudo e atualização do sistema Braille em uso no Brasil. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA SISTEMA BRAILLE X COMPUTADOR O Braille é despresível se comparado a um computador, onde a informação é muito mais rápida, não necessitando de um grande aparato para a sua manipulação. ACERVO EM BRAILLE X LIVRO DIGITALIZADO Com o passar dos anos houve uma grande evolução no processo de aprendizagem dos deficientes visuais. Hoje em dia as pessoas as pessoas conhecem as causas e consequências de suas limitações, sendo criadas a partir de então, instituições especializadas com o objetivo de ajudar os deficientes visuais em seu convívio diário. Brasil: Foi criado em 1854 por D. Pedro II o Imperial Instituto de Meninos Cegos. Anos 50: foram criadas classes especiais e sala de recursos em escolas públicas. Logo após: ensino comum, ensino itinerante, centro de apoio pedagógico, escolas e centros especializados. Ensino restrito a minoria dos deficientes visuais. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Alunos com visão subnormal passam por diversas dificuldades de aprendizagem por estudarem em classes regulares e por não aceitarem sua deficiência. Nesse caso o professor deve explorar as experiências de vida de seus alunos, levando em consideração o conhecimento da criança, aproveitando ao máximo seus demais sentidos. Deve-se promover situações concretas de aprendizagem, para que sua abstração seja facilitada. Falar nitidamente, dando sentido lógico a explicação para que o aluno possa entendê-la e não só absorvêla. CONCLUSÃO Conclui-se que na esfera global em que se vive faz-se necessária a busca por alternativas, a saída da inércia com vistas a auxiliar na concretização do projeto de uma sociedade inclusiva, onde todos podem ter oportunidades de acesso às informações, sendo de primordial importância que esse acesso se dê também nos mesmos meios, ou seja, que os ambientes possam ser capazes de suportar as diferenças inerentes do homem: culturais, religiosas, físicas, mentais, políticas, entre outros. Para que a inclusão de criança com deficiências seja realizada com eficácia, é necessário que todos os envolvidos estejam devidamente preparados para este convívio. CONCLUSÃO Conclui-se também que não se vê nexo em se tratar um determinado grupo visando somente suas debilidades sem considerar suas potencialidades, pois todos somos diferentes uns dos outros e ao mesmo tempo iguais, no sentido de que todos temos objetivos que normalmente convergem ao bem social. De forma destacada para os deficientes visuais, objeto de estudo, é evidente a necessidade que têm em materiais concretos para que suas abstrações sejam facilitadas, porque não podem enxergar com olhos, mas sim com as mãos, onde o toque é imprescindível. Quando todo esse processo de inclusão se realizar, pode-se afirmar que a pessoa portadora de deficiência é um cidadão em sua plenitude.