Manuseio da hipotensão nos pré-termos: ensaio controlado randomizado do manuseio da hipotensão nos
recém-nascidos de extrema baixa idade gestacional
Management of Hypotension in Preterm Infants (The HIP Trial): A Randomised Controlled Trial of Hypotension Management in Extremely
Low Gestational Age Newborns
Dempsey E.M, Barrington K.J, Marlow N, O'Donnell C.P, Miletin J, Naulaers G,Cheung P.Y, Corcoran D, Pons G, Stranak Z,Van Laere D, on behalf of the HIP Consortium
Neonatology 2014; 105: 275-281
Apresentação: Ana Carolina Pessoa Simões
Giulliane Carvalho Costa
Glenda Maria Gallerani Pacheco
Coordenação: Paulo R. Margotto
www.paulomargotto.com.br
Brasília, 22 de maio de 2014
Introdução
 Hipotensão
 Baixa pressão arterial média.
 É um problema comumente diagnosticado em prematuros extremos (<28 semanas
completas), porém o manejo clínico desses pacientes tem muita divergência [1,2].
 Apesar da hipotensão estar estatisticamente associada a maiores danos, a curto e a longo
prazo, não foi possível achar, através de uma revisão sistemática da literatura, critérios
claros que a definam [3].
Introdução
 Como exemplo, na revisão de expansão volêmica precoce realizada por Cochrane e
colaboradores, não foi possível achar um estudo controlado que avalie a expansão volêmica
comparado com a não expansão volêmica, em pré-termos [4].
 Dois pequenos estudos controlados compararam o uso de cristalóide ou colóide em
prematuros hipotensos (n=163),
 Mostrando poucos efeitos clínicos adversos a curto prazo: como morte.
 E apenas um evidenciou eventos clínicos de repetição: como displasia broncopulmonar e
enterocolite necrosante.
 Semelhantemente, a revisão de Cochrane incluiu cinco pequenos estudos (n total= 243)
utilizando dopamina ou dobutamina para tratar hipotensão [5].
 Três deles relataram mortalidade e dois, hemorragia intraventricular, sendo que nenhum deles
relatou problemas a longo prazo.
Introdução
 Outra terapia comum na hipotensão arterial seria o uso de corticóides,
 Contudo a revisão de Cochrane [6] não conseguiu achar nenhum estudo que compare, a
longo prazo, o uso de corticóides e o uso de cristalóides; não utilizar corticóide na
primeira abordagem ou só usar em casos refratários.
 Apesar de existirem evidências da eficácia em melhorar a pressão arterial (PA), nenhuma prova de
melhora nos desfechos clínicos foi encontrada.
Introdução
 Muitos prematuros extremos, tratados de hipotensão não tem nenhum sinal clínico
ou bioquímico de má perfusão.
 Essas crianças podem ter um bom fluxo sanguíneo, baixa resistência no sistema vascular
e uma adequada distribuição de oxigênio para os tecidos [7-10].
 Uma observação criteriosa dos prematuros extremos, sem intervenção, pode ser
mais apropriada do que o tratamento farmacológico (Hipotensão permissiva)
[11].
 Em alguns casos, tratar a hipotensão pode ser mais prejudicial do que a própria
hipotensão.
 A partir de análises de pesquisas do Canadá, foi possível observar que o tratamento da hipotensão estava
associado a sérios danos cerebrais. [12]
Introdução
 A abordagem de tratamento mais utilizada são os bolus de volume seguidos por
administração de dopamina.
 Entretanto, um estudo observacional mostrou uma interação entre administração de
volume e hemorragia intracraniana. [13]
 Além disso, a dopamina, que é um dos inotrópicos mais utilizados, tem efeitos na
maioria das funções fisiológicas, como por exemplo na glândula hipófise:
 Levando ao desenvolvimento de hipotireoidismo secundário. [14]
Fator de risco conhecido para um pior desenvolvimento neurológico a longo prazo.
 A dopamina ainda causa vasoconstrição, que pode ser associada com diminuição da perfusão sistêmica.
[15 – 16]

Introdução
 Não há um consenso na definição de limites para hipotensão.
 Apesar disso, o critério mais utilizado para intervenção terapêutica, obtida pela
Associação Britânica de Medicina Perinatal,
 Recomenda que a pressão arterial seja associada a idade gestacional.
 Por exemplo, um RN de 25 semanas de gestação deve ter uma PA acima de 25 mmHg. [24 – 25]
 Existem poucas evidências publicadas a respeito dessa regra, mas ela permanece
como o critério mais utilizado.
Introdução
 Um estudo canadense mostrou que 52% dos RN que nascem com menos de
1.500g, possuem uma PA média menor que a IG no primeiro dia de vida e são
classificados e tratados para “hipotensão” [27].
 Portanto, apesar de tudo que foi discutido, ainda permanece incerto o tratamento
da hipotensão (seja ela como for definida) e a sua relação com os desfechos clínicos
a curto prazo (aumento na incidência de hemorragia intracraniana) e longo prazo
(desenvolvimento neurológico).
 Até mesmo a dopamina, agente mais utilizado ainda não se mostrou eficaz em
melhorar os desfechos clínicos.
Avaliação da Perfusão Sistêmica
 Não existe um sistema de pontuação clínico válido para diagnóstico de choque – ou falência da
perfusão sistêmica – em pré-termos;
 Avaliação principalmente subjetiva do fluxo sanguíneo para órgãos-alvos.
 Avaliação clínica inclui:
 Tempo de enchimento capilar;
 Dados limitados para a avaliação de crianças pré-termos; [33,34]
 Relação significativa entre o índice cardíaco e o tempo de enchimento capilar em pré-termos; [33]
 Fraca relação entre os valores do tempo de enchimento capilar e o fluxo sanguíneo sistêmico; [33]
 Fraca relação entre os valores do tempo de enchimento capilar e as medidas ecocardiográficas do fluxo da veia
cava superior (VCS) obtidos simultaneamente. [35]
 Cor da pele;
 Temperatura;
 Débito urinário.
 Pouco utilizado:
o A TFG sobe rapidamente após o nascimento porém o débito urinário é baixo e variável nas primeiras 24h de
vida, período em que as crianças pré-termos são mais comumente tratadas para hipotensão. [11]
Avaliação da Perfusão Sistêmica
 Nenhum destes parâmetros isoladamente são específicos para indicar má perfusão.
 Valor preditivo positivo dessas medidas isoladas para identificar má perfusão é
baixo;
 A combinação de sinais pode aumentar a identificação de pacientes com um risco
aumentado de maus resultados. [11]
Avaliação da Perfusão Sistêmica
 Avaliação Bioquímica inclui:
 Níveis séricos de lactato:
 Valores elevados ou em crescimento obtidos no primeiro dia de vida pós-natal estão associados com o
aumento da mortalidade em recém-nascidos pré-termos e a termo. [38,39]
 Valor isolado de lactato >5,6 mmol/l obtido no primeiro dia de vida está associado a um aumento no
risco de resultados adversos (morte ou hemorragia interventricular severa. [40]
 Observação:
o Wardle: não encontrou diferença nos níveis de lactato entre crianças pré-termos normotensas e
hipotensas. [41]
o Foi encontrada: fraca correlação negativa entre os valores de lactato e o fluxo da veia cava superior
em uma coorte de crianças com muito baixo peso ao nascimento.
 Lactato >4mmol/l + tempo de enchimento capilar >4s = valor preditivo positivo de 80% para
identificar baixo fluxo da veia cava superior.
 Ou seja, a associação de Clínica + Parâmetros Bioquímicos possui grande valor na avaliação da
adequação do fluxo sanguíneo para órgãos-alvo.[42]
Avaliação da Perfusão Sistêmica
 Atualmente a avaliação e tratamento dos problemas circulatórios transitórios em
pré-termos não são baseados em evidências.
 Consórcio da Hipotensão em Crianças Pré-termos (HIP):
 Participantes:
 Neonatologistas;
 Cientistas;
 Farmacologistas;
 Parceiros da indústria.
 Financiamento: Sétimo Quadro do Programa da União Européia.
 Avalia: duas estratégias em um estudo controlado e randomizado e define a eficácia da
medicação inotrópica mais comumente utilizada = Dopamina.
Avaliação da Perfusão Sistêmica
 Foi utilizado uma combinação de parâmetros clínicos e bioquímicos para
determinar a adequada perfusão nas crianças pré-termos hipotensas.
 Também foram utilizados para uma avaliação mais objetiva da adequada perfusão de
órgãos-alvo a Ecografia Funcional, a Espectroscopia de Infravermelho
Próximo e o Eletrocardiograma (ECG).
 Aplicados em subgrupos de crianças com o objetivo de elucidar meios causais de todos
os efeitos que demonstramos.
Seleção de Pacientes
 Critérios de Inclusão:
 Idade gestacional (IG) ao nascimento entre 23 semanas e <28 semanas completas, ou
seja, até e incluindo 27 semanas e 6 dias.
 Idade pós-natal dentro de 72h de nascimento e um cateter arterial devidamente
calibrado e zerado para monitoração da pressão sanguínea, com a cúpula de medição no
nível da linha axilar média.
 Uma PA média menor 1mmHg ou mais que a PA média equivalente a IG em semanas
completas, que persista ao longo de um período de 15 minutos.
 Uma ultrassonografia de varredura de crânio prévia livre de hemorragia intraventricular
grau III-IV ou leucomalácia cística periventricular.
 Consenso informado por escrito.
Seleção de Pacientes
 Critérios de Exclusão:
 Considerado não viável por observação clínica.
 Com risco de vida por anormalidades congênitas incluindo cardiopatia congênita
(excluindo patência do ducto arterioso) e anormalidades cromossômicas; crianças com
conhecida necessidade de tratamento cirúrgico como em casos de hérnia diafragmática
congênita, fístula traqueo-esofágica, onfalocele, gastrosquise, hidropsia fetal.
 Anormalidade em ultrassonografia de crânio antecedente com hemorragia
intraventricular grau III ou mais importante.
Objetivo
 Objetivo Primário:
 Determinar se há, em crianças com idade gestacional <28 semanas completas e <72h após o
nascimento, para uma abordagem observacional no manejo da baixa PA média comparado ao uso de
Dopamina como um agente pressor, um determinado limite de melhora:
 Sobreviver sem lesão cerebral significante até uma idade pós-menstrual de 36 semanas:
Moderada ou grave dilatação ventricular (determinada por uma combinação do aumento do índice ventricular
>12mm, índice da distância tálamo-occipital e corno anterior);
 Lesões hemorrágicas intracerebrais;
 Cisto porencefálico;
 Leucomalácia cística periventricular em uma ultrassonografia com ou próxima a 36 semanas.
 Sobreviver sem deficiência no desenvolvimento neurológico aos 2 anos de idade, corrigido para a prematuridade:
 Paralisia cerebral com nota 3 ou mais no Sistema de Classificação de Função Motora Grosseira;
 Pontuação na Escala de Desenvolvimento Infantil de Bayley (versão III) menor que 80 em ambas escalas de
linguagem ou cognitivo, perda de audição necessitando de amplificação ou perda visual 20/200.

Objetivo
 Objetivos Secundários: definir se a abordagem observacional para manejo da
hipotensão comparada ao uso de Dopamina afeta, em um limite pré-determinado:
 A mortalidade por todas as causas até 36 semanas de idade pós-menstrual;
 A incidência de lesões cerebrais graves (como já definido) detectadas em uma série de
exames de ultrassonografia de crânio;
 O número de efeitos adversos atribuídos ao tratamento;
 A prevalência de deficiências individuais até os 2 anos;
 Pontuação de desenvolvimento e comportamental até os 2 anos.
Desenho do estudo
 Estudo grande, pragmático, internacional, multicêntrico e randomizado.
 Objetivo:
 Analisar duas estratégias para a gestão de hipotensão em recém-nascidos <28 semanas
de gestação concluídas.
 Amostra:
 830 bebês nas primeiras 72h de vida.
Desenho do Estudo
 Tipos de abordagem:
 Uso de dopamina:
Bolus de solução salina seguido por dopamina 5ug / kg / min.
 Abordagem restrita de tratamento:
Intervenção instituída apenas quando houver sinais clínicos de má perfusão tecidual, definidos
no estudo.
Bolus de solução salina seguido por placebo 5 ug/kg/min.
Desenho do Estudo
 O tratamento com dopamina ou placebo será iniciado quando a pressão arterial
média , medida a partir de um cateter , cair ≥ 1 mmHg abaixo de um valor limiar
equivalente às semanas completas de idade gestacional ao nascimento.
 A medicação do estudo será aumentada de forma gradual até que a pressão
arterial exceda o limiar de tratamento , um máximo de 20 ug / kg / min de
dopamina ou volume equivalente de placebo
Desenho do Estudo
 OBS: Ambas as abordagens serão acompanhadas por uma observação criteriosa e
em caso de surgimento de sinais clínicos de má perfusão, utilizando os critérios
pré-estabelecidos, será instituído tratamento de salvamento tendo como alternativa
agente inotrópico.
 Critérios para terapia de resgate: PA > 5 mm/Hg abaixo do limiar , ou uma
combinação de dois ou mais sinais que refletem má perfusão , ou seja, um valor médio
de PA 3 mm/Hg abaixo do limiar , lactato > 4 mmol / L ou um tempo de enchimento
capilar > 4.
Desenho do Estudo
 Os primeiros resultados serão avaliados na idade gestacional de 36 semanas de
acordo com a data da ultima menstruação.
 Os desfechos serão considerados ou através da constatação objetiva da morte ou
através de achados padronizados à ultrassonografia de crânio.
Desenho do Estudo
 Subgrupos de bebês inclusos no
HIP serão avaliados usando os seguintes testes
adicionais para a avaliação da perfusão orgânica:
 Ecocardiografia funcional para avaliar o débito cardíaco (saída do ventrículo direito, de saída
do ventrículo esquerdo e veia cava superior) e da função cardíaca. [43,44]
 Espectroscopia infravermelha proximal para avaliar a oxigenação cerebral.
EEG contínuo multicanal para determinar os efeitos da PA média na atividade elétrica
cerebral. [41,45,46]
 EEG contínuo de múltiplos canais para determinar os efeitos da PA média na atividade
elétrica cerebral. [10,47]
Estatística
 Foi decidido incluir apenas as crianças até 27 semanas e 6 dias de gestação, no
estudo a fim de maximizar a amostra sem prejudicar estudo, já que depois de 28
semanas de gestação , a frequência de hipotensão com necessidade de tratamento e
dos efeitos adversos descritos diminui drásticamente.
Estatística
 A mortalidade atual registrada para crianças <28 semanas de gestação foi de cerca
de 20%.
 Entre os sobreviventes, cerca de 30% apresentaram uma anormalidade ao
ultrassom cerebral, dos quais 9% tiveram hemorragia intraventricular sem
dilatação ventricular, deixando 21% com lesão cerebral significante.
 Portanto, incidência de morte ou grave lesão cerebral foi de, aproximadamente
37% no grupo de controle.
 Estudos recentes, incluindo grupos de crianças até 27 semanas e 6 dias de gestação
têm demonstrado uma incidência significativa de atraso no desenvolvimento ou
anomalia neurológica, em cerca 32% entre os sobreviventes, resultando em uma
taxa de ocorrência do desfecho primário 46%.
Estatística
 Considerando que pacientes com instabilidade cardiovascular podem estar sob
maior risco de resultados adversos, a amostra inicial foi calculada baseada na
proporção do grupo controle, na probabilidade inicial de 50%.
 A determinação do tamanho da amostra em 385 crianças em cada grupo foi
baseada num poder estatístico de 80% e o p significativamente relevante =0,05.
 Assumindo uma taxa de perda de acompanhamento não superior a 10%.
Estatística
A inclusão de 830 indivíduos será necessária.
 O estudo será o primeiro a determinar se existe uma diferença significativa entre a
abordagem padrão atual utilizando dopamina e uma abordagem mais expectante
com posterior adição de um inotrópico apenas se satisfeitos os critérios clínicos de
má perfusão tecidual.
Exigências éticas e regulamentares
 Um grupo consultivo de ética foi criado para garantir
todos os participantes
respeitam os requisitos éticos apropriados:
 composto por um neonatologista, um obstetra independente , um advogado, um professor
de ética clínica e advogado representando os pais.
 Função será analisar todo o processo de consentimento para o experimento, rever os
folhetos informativos e formulários de consentimento dos pais para garantir que sejam
cumpridas as Boas Práticas Clínicas.
Exigências éticas e regulamentares
 Um conselho de monitoramento de segurança de dados independente conduzirá as
revisões de relatórios de segurança dos pacientes a cada 6 meses, assim como será
realizada uma análise provisória formal quando cerca de 25%, 50% e 75% dos
dados do resultado esperado estiver disponível.
 Uma análise sequencial das 36 primeiras semanas usando o método Haybittle-Peto
será feita e um p <0,001 será exigido em cada análise para a segurança dos dados .
Exigências éticas e regulamentares
 O financiamento
para a execução deste ensaio foi obtido através do Seventh
Framework Programme of the European Commission, sobre auxílio do Offpatent medicines
call.
 O objetivo final desta iniciativa é a obtenção da liberação para o mercado
pediátrico de drogas atualmente não licenciadas para uso em recém-nascidos, com
destaque para a dopamina.
 O consórcio se submeteu e obteve um plano de investigação pediátrica (PIP) da
Agência Européia de Medicamentos para realizar este ensaio clínico. [48]
Conclusão
Há uma incerteza substancial sobre quando devemos tratar hipotensão
e qual estratégia devemos usar
O presente estudo irá fornecer evidências para determinar uma
conduta e, usando o mais comumente utilizado agente inotrópico, ele
irá fornecer uma linha de base para a avaliação de outros agentes.
Conclusão
 Ao contrário de outros estudos nesta área, que na maioria das vezes simplesmente
avaliam os efeitos na PA, o presente estudo têm poder suficiente para fornecer uma
estimativa sólida do benefício do tratamento em desfechos clinicamente
importantes: sobrevivência, lesão cerebral e deficiências de desenvolvimento em
um grupo de risco muito elevado.
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48 Dempsey EM, Connolly K:Who are the PDCO? Eur J Pediatr 2013, Epub ahead of print.
Consultem também:
HIPOTENSÃO ARTERIAL NOS PRÉ-TERMOS
Dr. Paulo R. Margotto
O que sabemos (ou não sabemos!)
Hipotensão permissiva
Autor(es): Keith Barrington (Canadá). Realizado por Paulo R. Margotto
 Prática muito comum na UTI Neonatal. Tratar bebês muitos prematuros com uma
pressão arterial média (PAM) abaixo da idade gestacional em semanas,
independente dos sinais clínicos. Assim, muitos bebês com 26 semanas com
PAM abaixo de 26mmHg acaba recebendo vários bolus de flúido e dopamina e
como a PAM continua baixa, acaba recebendo dobutamina e corticosteróides.
 Nas primeiras 6-12 horas os prematuros extremos NÃO URINAM! E
isto não necessariamente significa que estejam com subperfusão renal.

 O que fazemos na nossa Unidade de Neonatologia (Canadá):34 RN nos primeiros 3 dias de vida
tiveram PA abaixo da idade gestacional e não tratamos e chamamos de hipotensão permissiva,
como a hipoxemia permissiva e a hipercapnia permissiva. Destes 34 RN hipotensivos mas
clinicamente perfundidos, em 76% tiveram resultados muito bons. Interessante que os 17
que tratamos da hipotensão tiveram péssimos resultados (RN em choque, somente 4 sobreviveram
sem complicações sérias).
 Há muita confusão e as razões destas grandes discrepâncias na prática não
sabermos e mostra que não sabemos o que estamos fazendo. O principal em uma
conduta é não causar dano. Podemos ter bons resultados com terapias restritas. Não há evidências
que apoiem uma abordagem mais agressiva. Precisamos de estudos randomizados e prospectivos
para termos melhores evidências no futuro. Alguns RN estão muito graves e não podemos
aguardar. Temos que fazer alguma coisa. Nestes RN vocês podem usar a fisiologia, a
hemodinâmica, as respostas conhecidas para sabermos o que fazer. Mesmos nestes casos
precisamos de evidências melhores.
Tratamento da hipotensão em recém-nascidos pré-termos: quando e com o que:
uma revisão crítica e sistemática
Autor(es): EM Dempsey and KJ Barrington. Apresentação:Carina Lassance, Hans Stauber
Vanessa Cândidoe Paulo R. Margotto
 Esta revisão crítica e sistemática revela que não há evidências para suportar um
consenso na intervenção da hipotensão em RN.
 Tratar o bebê somente com base na baixa pressão arterial deveria ser revisto
 A combinação de baixa pressão arterial com sinais clínicos de baixa perfusão parece
esteve mais fortemente relacionado com o prognóstico
Estudo observacional sobre hemodinâmica cerebral durante o tratamento de
crianças de extremo baixo peso ao nascer com dopamina no primeiro dia de vida
Autor(es): MH Lightburn, CH Gauss, DK Williams and JR Kaiser (EUA).Apresentação: Kayo
Luiz Matsumoto de Oliveira, Márcia Pimentel de Castro, Paulo R. Margotto
 Apesar da pouca evidência de que o tratamento da hipotensão melhore o prognóstico dos recém-
nascidos com extremo baixo peso (RNEBP) (<1000g) , aproximadamente 40% deles recebem
esse tipo de terapia durante o início da vida ;
 Os neonatologistas tratam a hipotensão com o objetivo de promover adequada perfusão aos órgãos
vitais, principalmente o cérebro;
 Infelizmente, os atuais tratamentos de hipotensão podem ter papel no desenvolvimento de efeitos
adversos tais como: hemorragia intraventricular, leucomalácia periventricular, atraso no
desenvolvimento, perda de audição e morte, devido ao excessivo aumento dos parâmetros
pressóricos em alguns casos.
 Dopamina é frequentemente usada no tratamento da hipotensão arterial nos prematuros
Principal objetivo do estudo: examinar hemodinâmica cerebral durante a infusão de dopamina nos
RNEBP hipotensos no 1º dia de vida;
 Recém-nascidos de extremo baixo peso hipotensos no 1º dia de vida, com
velocidade do fluxo sanguíneo cerebral e índice de resistência apropriadas para a
idade, tiveram aumento da velocidade do fluxo sanguíneo cerebral , assim que a
pressão arterial média foi otimizada (fluxo sanguíneo cerebral pressão-passiva)
durante o tratamento com dopamina;
 2. Algumas crianças demonstraram abruptos aumentos na velocidade do fluxo
sanguíneo cerebral – acima do percentil 90 - durante a infusão de dopamina . É
plausível que este fato poderia colocá-los em risco de lesão cerebral. Assim,
acompanhamento e titulação cuidadosa de infusões de dopamina são essenciais.
Abordagem terapêutica do choque no recém-nascido (XXI Congresso Brasileiro de
Perinatologia, 14 a 17 de novembro de 2012, Curitiba, Paraná)
Autor(es): Jaques Belik (Canadá). Realizado por Paulo R. Margotto
 A pressão arterial (PA) é útil ou não? Esta discussão está ficando até mais interessante nos dias atuais (há
10-15 anos se discute este tema!).
 O que se sabe é que quando se compara a pressão arterial (PA) e débito cardíaco (DC), demonstrou-se uma
falta de associação entre DC e PA. Assim, levanta-se a dúvida quanto ao valor da PA como estimativa do DC.
 Estudo da Coréia do Sul no qual os autores examinaram RN <1000g (grupo hipotensos tratados, grupo
normotenso e grupo hipotensos não tratados); neste estudo, as crianças com pressão arterial baixa e não
tratadas tiveram uma incidência menor de displasia broncopulmonar, hemorragia intraventricular e a
mortalidade foram menores.
 No entanto, talvez este conceito de hipotensão permissiva deva ser incorporado ao nosso
linguajar. Uma observação atenta de recém-nascidos de extremo baixo peso hipotensos com
bons sinais clínicos de perfusão resultou em um tratamento desnecessário e aqueles sem
tratamento, com bons resultados neurológicos. Permissive Hypotension in Extremely Low Birth
Weight Infants (≤1000 gm). So Yoon Ahn, Eun Sun Kim, Jin Kyu K et al.Yonsei Med J. 2012 July 1; 53(4):
765–771. Artigo Integral.
Hipotensão Permissiva: Ponto de vista
Autor(es): Paulo R. Margotto
Em 2008 escrevemos:
 As divergências quanto ao manuseio do suporte circulatório dos recém-nascidos (RN) pré-termos se deve em grande parte a
ausência de estudos controlados e randomizados com poder suficiente para conclusões; muito do que sabemos sobre choque
séptico no RN ou vem da literatura de adulto ou da literatura experimental. Os trabalhos envolvem número pequeno de
recém-nascidos (10, 15, 20 RN). No entanto, temos em nossas mãos RN graves que necessitam que tomemos decisões. Muitas
vezes “a ausência de evidência não é a evidência da ausência”.
 Agora mesmo, aqui na UTI Neonatal do Hospital Planalto (Unimed-Brasília), tenho a informação que um meu prematuro (29
semanas) estável está com pressão arterial média de 26mmHg. Vou introduzir inotrópico? Lógico que não. A pressão arterial
não é um bom parâmetro para se avaliar a hemodinâmica do bebê e na verdade, é o único que a maioria das UTIs Neonatais do
país dispõe. Em outro estudo conduzido por Barrington no Canadá em que ele aplicou um questionário, a grande maioria dos
neonatologistas canadenses considera a hipotensão arterial quando a pressão arterial encontra-se abaixo da idade gestacional
(que segundo ele é um critério sem muito sentido) e mais importante ainda, os neonatologistas canadenses agregam outras
informações, como a perfusão e a diurese para valorizar o tratamento. Ou seja, não se deve tratar somente a hipotensão
arterial e sim o bebê.
Em 2014, as controvérsias continuam, embora com um pouco maior lucidez na abordagem dos RN hipotensos, mas muitos
ainda continuam agressivamente expandidos e recebendo drogas vasoativas para manter a pressão arterial acima da idade
gestacional!O ensaio proposto, multicêntrico internacional randomizado e controlado com grupo placebo, envolvendo 830
recém-nascidos entre 23 semanas e <28 semanas completas nas primeiras 72 horas de vida, trará respostas mais robustas
quando devemos tratar a hipotensão e qual a melhor estratégia a ser usada
O presente ensaio têm poder suficiente para fornecer uma estimativa sólida do benefício do
tratamento em desfechos clinicamente importantes: sobrevivência, lesão cerebral e deficiências
de desenvolvimento em um grupo de risco muito elevado.
Ddas Ana, Glenda,(Dr. Paulo R. Margotto), Giulliane, Amani e Bárbara Carneiro
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Manuseio da hipotensão nos pré-termos