XIV Curso Nacional de Atualização em
Pneumologia, 11-13/4/13.
Alberto José de Araújo, M.D., Ph.D.
Membro da Comissão de Tabagismo da SPBT & AMB
Diretor do Núcleo de Estudos e Tratamento do Tabagismo
Instituto de Doenças do Tórax - IDT
Hospital Universitário C. F. Filho - UFRJ
Declaração de Conflitos de Interesse

Declaro que não tenho conflitos de interesse.
As relações com a indústria farmacêutica são
estabelecidas dentro de elevados princípios
éticos, seguindo os marcos doutrinários de uma
relação respeitosa, no interesse público e do
desenvolvimento da medicina.
Resolução ANVISA & CFM.
Nem o sapo escapou do cigarro que se
agarrou no papo, e que inundou o copo.
Foto de um Site em “Defesa dos
Direitos dos Fumantes”
Respirar?
Respirar o paradoxo de viver lenta agonia
Expirar a fumaça em argolas, doce ironia
Soluçar na falta do ar que angustia
Pigarrear no ruído da tosse que se anuncia
Inspirar a nicotina que anestesia
Relaxar até nova onda de abstinência
Arremessar o desejo feito flecha certeira
Retornar ao ciclo escravo da dependência.
A j Araújo (2007)
Revisão e Objetivos




Tabaco não!




Epidemiologia
Principais patologias
Impactos na Q. Vida
Protocolo Terapêutico
Modelo da DPOC
Implicações clínicas
Estudos Selecionados
Conclusões
Pontos a considerar:

Como abordar o tabagismo no paciente portador
de doença respiratória associada?

Como identificar o estágio de motivação em que
se encontra o paciente com pneumopatia?

Como atuar em situações nas quais o paciente
não está motivado a deixar de fumar?

Quais os benefícios possíveis após a cessação
do tabagismo?
Objetivos da Abordagem
Objetivos gerais

Abordagem do fumante visa:

Aconselhamento para cessação do tabagismo
Minimizar ou impedir agravamento das
co-morbidades
Obter uma melhor resposta terapêutica nas
co-morbidades: p.ex., quimioterapia do câncer


Co-morbidades e tabagismo




Co-morbidades possíveis:
acima de 50 patologias em todos os sistemas.
várias ocorrem no sistema respiratório, seja participando
na gênese das mesmas ou as agravando.
algumas patologias das patologias de grave
comprometimento:
 Câncer de Pulmão
 DPOC
 Asma
 Infecções Respiratórias (+TB)
 Pneumoconioses.
Co-morbidades e tabagismo







Outras Co-morbidades (muitas delas com bom
prognóstico após a cessação tabágica):
Alveolite Fibrosante Criptogênica (Hamann Rich)
Pneumonia Intersticial Descamativa (DIP)
Fibrose Pulmonar Idiopática (FPI)
Bronquiolite Respiratória associada a doenças intersticiais
Histiocitose X
Doenças Intersticiais Associadas a Colagenoses
Câncer de Pulmão e tabagismo







É o câncer + freqüente que padece a humanidade
Quase não existia em princípios do Séc. XX
90% casos: provocado por tabaco (carga atribuível)
Morte por câncer na mulher: já tem superado o de mama
Associação clara: Tabagismo passivo
Ex-fumantes: necessitam 10-15 anos de abstinência para
ter um risco de Ca Pulmão semelhante ao dos não
fumantes.
Persistência do tabagismo: progressão da doença e
surgimento de novas neoplasias.
Co-morbidades e tabagismo
Co-morbidades respiratórias:

As co-morbidades respiratórias têm impacto:
- Expectativa de Vida: risco de morte precoce.
- Qualidade de Vida: incapacidades funcionais e
laborativas.
- Custos para o sistema produtivo, de saúde e de
seguridade social:
- absenteísmo & presenteísmo, farmacoterapia
contínua, aposentadoria precoce etc.
Câncer & Tabagismo
Velocidade de declínio da função pulmonar em
relação à época da cessação do tabagismo.
Adaptado de Fletcher & Peto, BMJ, 1997
Tabagismo e DPOC
Queda do VEF1.0 (ml)
100
DPOC
Fumante
Saudável
40
20
Adaptado de Fletcher & Peto, BMJ, 1997
Tabagismo e DPOC





Tratamento DPOC: Supressão do tabaco
 sobrevivência
 perda acelerada do VEF1.0
Melhora rápida: tosse e expectoração
Obstrução precoce das pequenas vias
aéreas: pode ser reversível.
Ainda que parem > 65 anos
Estratégias de Motivação
Passos no rumo da cessação:
Como abordar o fumante ainda assintomático?

Relacionar as co-morbidades possíveis.

Explorar aspectos da anamnese, exame físico e dos
exames radiológicos e funcionais.

Resgatar histórias do convívio próximo e familiar de
evolução do tabagismo e co-morbidades.

Encorajar o paciente a fazer uma tentativa para deixar
de fumar.

Considerar os aspectos positivos da cessação.
Estratégias de Motivação
Passos no rumo da cessação:
Como abordar o fumante já comprometido?

Demonstrar o estágio atual das co-morbidades
respiratórias e outras: radiologia e função pulmonar.

Explorar achados da anamnese e exame físico.

Resgatar histórias do próprio paciente, de seu
convívio próximo e familiar de evolução do tabagismo
e co-morbidades respiratórias.

Convencer da cessação imediata do tabagismo.

Considerar os aspectos positivos da cessação.
Entrevista Motivacional
Passos no rumo da cessação:
Como empregar as ferramentas da motivação?

Reconhecer o estágio de motivação em que se
encontra o paciente:

Paciente ainda não se encontra motivado:
- pré-contemplativo  abordagem mínima persistente.

Paciente está em processo de motivação:
- em contemplação
Abordagem
- pronto para a ação
Intensiva
Os Estágios de Mudança
(DiClemente & Prochaska, 1982; 1992)
O Modelo dos Estágios de
Mudança
Manutenção
Ação
Preparação
Contemplação Está aberto
para mudar e
Pré-contemplação Ambivalente:
se prepara
para mudança
Não está pronto A Pessoa
considera
e
(no próximo
para considerar
mês).
uma mudança ou ao mesmo
tempo
rejeita
desconhece a
necessidade de a mudança.
mudar; algumas
vezes ironiza.
A Pessoa
empenha-se
em atitudes
com intenção
de promover
as mudanças.
A Pessoa
mantém uma
situação de
mudança que
já alcançou.
Prochaska & DiClemente
Preparando a mudança...
Passos no rumo da cessação:
Como utilizar as informações científicas no processo de
convencimento do paciente?

Transmitir dados quantificados de melhora da
Qualidade de Vida e do retardo das perdas funcionais
obtidos com a cessação do tabagismo.

Argumentos:
Justificar a incapacidade física progressiva demonstrada
pela dispnéia, que se traduz em intenso sofrimento físico
e psicológico, indagar sobre casos na família.
Esclarecer o paciente sobre a possibilidade de diversas
doenças simultâneas: respiratórias e outras.


Mecanismo de Produção da DPOC pelo
Consumo de Cigarros
A doença se desenvolve progressivamente em uma parcela de
fumantes (variável....), refletindo uma aceleração da perda da
função pulmonar, usualmente relacionada à idade
VEF1 (% do valor aos 25 anos)
100
Nunca fumou
ou não é suscetível
ao cigarro
75
Deixou aos 45
Fuma habitualmente
e é suscetível aos
efeitos do cigarro
50
Incapacidade
Deixou aos 65
25
Morte
0
25
50
Idade (anos)
75
Fletcher CM & Peto R, 1977.
Benefícios com a cessação...
Passos no rumo da cessação:
Como utilizar as informações científicas no processo de
convencimento do paciente?




Falar sempre dos ganhos que são significativos, mesmo
que limitados para cada paciente, na dependência de:
Tipo de co-morbidade
Extensão do processo
Tempo de evolução.
Benefícios com a cessação...

Entre os benefícios auferidos com a supressão do tabaco estão:

Aumento da sobrevida;

Redução da perda acelerada do VEF1;

Melhora rápida da tosse e expectoração;

Obstrução precoce das pequenas vias aéreas que pode ser reversível; e

Melhora da qualidade de vida (autonomia)
Parar de fumar é sempre bom para a
respiração.
“Quanto mais cedo ocorrer a cessação do tabagismo menor será
a perda do VEF1; a obstrução das pequenas vias aéreas pode
ser reversível ou se estabilizar; há rápida melhora da tosse e da
expectoração e aumenta o tempo de sobrevida”.
“Um otimista vê uma oportunidade em cada calamidade. Um pessimista vê
uma calamidade em cada oportunidade”. Winston CHURCHILL, estadista.
Decálogo da cessação...

Grau de Dependência (Fagerström): Tempo fumar o 1º cig. e No. cig./dia.

Estágio de Motivação

Motivos para deixar de fumar

Situações de risco vs. habilidades

Grau de auto-eficácia

Tentativas anteriores (relapsos, recaídas)

Co-morbidades vs. potenciais riscos e interações

Rede de apoio

Disposição de investir no tratamento (compromisso,
aquisição e uso adequado das orientações e fármacos)

Grau de Acolhimento/compromisso do médico
Escala de Dependência à Nicotina de
Fagerström
1. Durante quanto tempo, logo após acordar, você fuma o 1º cigarro?
 Dentro de 5min
 Entre 6-30min
 Entre 31-60min
 Após 60min
2. Para você é difícil não fumar em lugares proibidos?
 Sim
 Não
3. Qual dos cigarros que fuma durante o dia lhe dá mais satisfação?
 O 1º da manhã
 Os outros
4. Quantos cigarros você fuma por dia?
 Menos de 10
 De 11-20
 De 21-30
 Mais de 31
5. Você fuma com mais frequência pela manhã?
 Sim
 Não
6. Você fuma mesmo doente, quando precisa ficar acamado a maior parte do tempo?
 Sim
 Não
Total: [0-2] Muito baixa [3-4] Baixa [5] Média [6-7] Elevada [8-10] Muito elevada
Acróstico ENCORAJAR: os verbetes fundamentais
no aconselhamento (AjA, Pulmão – RJ, 2008).









Explore: aspectos da anamnese, do exame físico e dos exames
radiológicos e funcionais
Notifique o paciente, de forma enfática, acerca dos aspectos
positivos da cessação (benefícios, isto é muito importante!)
Comente sobre a evolução do tabagismo e o risco de co-morbidades
Ouça o paciente com atitude respeitosa e acolhimento
Relacione as possíveis co-morbidades porventura já existentes
Avalie os motivos prós e contras para deixar de fumar (balança de
decisão)
Justifique as opções terapêuticas baseadas em evidências
Apóie o paciente na tentativa para deixar de fumar
Resgate histórias do convívio próximo e familiar com fumantes
Princípios da Abordagem Terapêutica do
Fumante


Considerar Sempre a Preferência do paciente
Melhores resultados são obtidos quando:






associada a terapia cognitivo-comportamental
paciente está (ou é) motivado a parar
médico tem atitude empática, acolhimento
duração de acordo com as necessidades
quando há uma boa rede de apoio social/familiar
Custo-efetividade das alternativas


custo das medicações vs. custo do cigarro
MBE comparada ao placebo e entre si.
Abordagem do fumante com
pneumopatia... (1)
Passos no rumo da cessação: Prós e Contras – Jogo da
Balança de Decisão do Paciente.
Para o êxito do tratamento é necessário que o paciente
esteja consciente e convencido dos:





malefícios do tabaco.
ganhos, em geral, com a cessação.
riscos de seguir fumando.
implicações para sua qualidade de vida com a progressão
e ou agravamento da doença de base.
benefícios no tratamento da sua patologia de base
independente do tipo e do estágio em que se encontra.
Abordagem do fumante com
pneumopatia... (2)
Passos no rumo da cessação: Construindo um protocolo
para o paciente fumante com pneumopatia.
Para o êxito do tratamento é necessário que o médico
esteja consciente e preparado:





realizar sempre abordagem intensiva
eixo comportamental associado a farmacoterapia, inclusive
para redução gradual do consumo: TRN, BUP, VAR
pode requerer maior tempo de seguimento
via de regra existe elevado grau de dependência
pode envolver longo tempo de tabagismo, carga tabágica
elevada e alto grau de dependência.
Taxas de Efetividade e Abstinência para várias medicações
comparadas ao placebo, após 6 meses de cessação
Meta-análise:
 No. de Estudos: 83
 Ano: 2008
 Estimativas: ODDS ratio (95% C.I.) e Taxa de Abstinência (95% C.I.)
Monoterapias





Vareniclina (2 mg/day)
Vareniclina (1 mg/day)
Clonidina
Bupropiona SR
Nortriptilina
Antidepressivos
ODDS Ratio
Abstinência





3.1 (2.5–3.8)
2.1 (1.5–3.0)
2.1 (1.2–3.7)
2.0 (1.8–2.2)
1.8 (1.3–2.6)
33.2 (28.9–37.8)
25.4 (19.6–32.2)
25.0 (15.7–37.3)
24.2 (22.2–26.4)
22.5 (16.8–29.4)

2.0 (1.2–3.4)
24.3 (16.1–35.0)
(paroxetina, venlafaxina)
Medicações que não demonstram ser efetivas:


ISRS
Naltrexone:


1.0 (0.7–1.4)
0.5 (0.2–1.2)
13.7 (10.2–18.0)
7.3 (3.1–16.2)
Fiore et al. Meta-analysis (2008): Effectiveness and abstinence rates for various medications and
medication combinations compared to placebo at 6-months post quit (n = 83 studies).
Tobacco Guidelines Update, Surgeon General, 2008.
Abordagem do fumante com
pneumopatia... (3)
Passos no rumo da cessação: Construindo um protocolo
para o paciente fumante com pneumopatia.
Para encorajar o paciente quanto a uma cessação
imediata o médico deve:

ilustrar os riscos do tabagismo ativo e passivo

traduzir em linguagem fácil e acessível os “ganhos” já bem
documentados na literatura científica.

entregar ao paciente um folheto dos ganhos a serem
auferidos com a “aplicação” em parar de fumar.
Abordagem do fumante com
pneumopatia... (4)
Passos no rumo da cessação: Construindo um protocolo
para o paciente fumante com pneumopatia.
Para encorajar o paciente quanto a uma cessação
imediata o médico deve:

valorizar pequenos avanços do paciente que já se
encontra em processo de redução.

indagar sobre períodos eventuais de abstinência no
passado e benefícios percebidos outrora;

dar exemplos ou mostrar depoimentos de pacientes na
mesma situação que deixaram de fumar.
Tipos de parada: evidências
científicas
Revisão Cochrane: Metanálise


10 Estudos
3.760 pacientes

Taxas de Abstinência similares ao
comparar parada Abrupta vs. Gradual.

Autores recomendam:
1)
A escolha da estratégia seja discutida
com o paciente;
2)
Se for gradual, não durar mais que
algumas semanas.
Lindson N, Aveyard P, Hughes JR. Reduction versus
abrupt cessation in smokers who want to quit. Cochrane
Database Syst Rev. 2010 (3):CD008033.
DPOC: um modelo de cessação... (1)
Passos no rumo da cessação: Construindo um protocolo
para o paciente fumante com DPOC.






co-morbidade respiratória de maior incidência.
diminuição da frequência e gravidade das exacerbações.
possível estabilização no estágio em que se encontra.
efeito benéfico na função ventilatória: retardo nas perdas
funcionais (VEF1.0 e FEF25-75).
melhora dos sintomas: redução da intensidade e
desconforto.
redução do risco de re-hospitalização devido a
exacerbações da DPOC.
DPOC: aspectos epidemiológicos...




Epidemiologia:
- 15% dos fumantes desenvolvem DPOC
- 85% dos casos de DPOC são de origem tabágica
- 5ª. > causa de internação no SUS em > 40 anos.
Índice de Mortalidade no Brasil vem ↑ nos últimos 20
anos.
Mortalidade: DPOC  4ª.à 7ª. Posição entre as
principais causas de morte no Brasil.
Taxa de Mortalidade: 7.88 / 100.000 habitantes (década
de 1980), em 10 anos elevou-se em 340%
Tabagismo e DPOC





Tratamento DPOC: Supressão do tabaco
 sobrevivência
 perda acelerada do VEF1.0
Melhora rápida: tosse e expectoração
Obstrução precoce das pequenas vias
aéreas: pode ser reversível.
Ainda que parem > 65 anos
Tabagismo, DPOC e QV

Melhora da qualidade de vida (QV):

testes a cada 6 meses (SGRQ): redução dos
sintomas, das exacerbações, internações e gastos.

ponderar com o paciente que a cessação tabágica
aliada a outros procedimentos terapêuticos podem
melhorar sua QV.
QV: quantificação do “impacto da doença nas
atividades de vida diária e bem-estar do paciente de
maneira formal e padronizada” ou ainda, como
“a diferença entre aquilo que é desejável pelo
paciente perante aquilo que pode ser alcançado”.
Tabagismo, DPOC e QV




Questionários padronizados.
Comparação objetiva do impacto de intervenções
utilizadas na DPOC.
Resultado: em números absolutos e percentuais.
Validados para o Brasil - questionários:
- genéricos: Short Form 36 ou SF36 e SF 12
- específicos: Saint George na Doença Respiratória (SGRQ).
- Questionário de Vias Aéreas 20 (AQ20).
Revisão de estudos científicos
 ↓ riscos de complicações no per e pós operatório imediato: casos de
cirurgia geral, quando observada abstinência mínima de 8 semanas.
Período inferior eleva em 7 vezes.
 Estudos avaliando portadores de DPOC com VEF1.0 < 50% do
previsto x complicação pulmonar:
- 29% após cirurgia geral
- 56% após cirurgia abdominal
- 60% após revascularização miocárdica
 Outro estudo recente avaliando os mesmos parâmetros evidenciou:
- 37 % de complicações pulmonares
- 6.7% de mortalidade
 Diminuição da dificuldade para respirar (dispnéia).
 ↓nível de Monóxido de Carbono e da Carboxihemoglobina no sangue.
Revisão de estudos científicos
 Cirurgias abdominais: andar superior x
inferior:
- taxas de complicações maiores
- redução da função pulmonar maior
 Cirurgia cardíaca em portadores de DPOC:
- taxa de morbidade no PO 1.5 a 2 vezes
em relação à população sem DPOC
Estudos selecionados
RILEY, DJ – Pulmonary and Critical Care- American College of Chest
Physicians, 2002, Lesson 16, Volume 16.



Follow-up: 2 anos, 30% mantinham-se abstêmios,
abordagem intensiva com TRN + Bupropiona.
Redução da quantidade fumada levou a um menor
declínio da função pulmonar.
3 estudos quantificaram os efeitos do fumo:
1) redução da obstrução da pequena via aérea
após 1 ano.
2) evidenciou melhora do VEF1.0
3) período de 5 anos, reduzindo para 15 cigarros/dia
mostrou melhora do VEF1.0
Estudos selecionados
REKHUIZEN, R – (Nijmegen, Holanda) – citado no 13° Congresso Anual
ERS – Viena, 2003 – Estresse Oxidativo na DPOC.

Estudo indicou numerosos processos reativos do O2 presentes na
DPOC
- Fumaça do cigarro contém muitas substâncias reativas
- Neutrófilos nos pulmões
- Redução da glutadiona celular (AO)

Estresse oxidativo: proliferação de células musculares lisas
afetando a parede dos brônquios:
- Estimula produção da secreção
- Reduz ação da função dos Beta-bloqueadores.
- Ativa os mastócitos
- Estimula a contração dos vasos pulmonares
Estudos selecionados
REKHUIZEN, R – (Nijmegen, Holanda) – citado no 13° Congresso
Anual ERS – Viena, 2003 – Estresse Oxidativo na DPOC.

Estresse oxidativo:

Estimula a contração dos vasos pulmonares.
↓ a ação proteases, produção do colágeno e elastase
↑ a adesão de polimorfonucleares ao endotélio
↑ da permeabilidade da microcirculação pulmonar e das
células epiteliais alveolares.



Conclusão: Os fatos acima colaboram para as
exacerbações e progressão da DPOC.
Estudos selecionados
ROSEMBERG J.- Tratamento da Dependência da Nicotina.
Nicotina - Droga Universal 2003:209-210.

Fumantes com DPOC: grupo de eleição para o
tratamento de cessação de fumar.

Em geral são dependentes em alto grau.

Deixar de fumar é a melhor terapêutica.

Embora sem cura, existe possibilidade de melhora
sintomáticas, da QV e aumento de esperança de vida.
Estudos selecionados
ROSEMBERG J.- Tratamento da Dependência da Nicotina.
Nicotina - Droga Universal 2003:209-210.






A cessação tabágica ou a redução significativa do
consumo de cigarros auxiliado por apoio farmacológico
= TRN + Bupropiona traz benefícios:
↓ o desconforto respiratório
↓ o nível de CO expirado
↓ a concentração de carboxihemoglobina
Melhoram os parâmetros da capacidade pulmonar:
VEF1 e do FEF 25-75%.
Tradução clínica: relativa melhora sintomática/QV.
Estudos selecionados
GAN WO et col – The interactions between cigarette smoking and
reduced lung function on systemic inflamation. St. Paul’s Hospital,
Vancouver, BC – Canada- Chest, 2005 Feb;127(2):558-64.




N = 7.685 adultos > 40 anos de idade.
Estudo comparando fumantes e não fumantes.
Observado efeito aditivo do fumo ativo e marcadores
inflamatórios sistêmicos.
- PCR: ↑ risco de elevar o nível até 63% (OR: 1.63;
IC: 95%)
- FEV1.0: ↓ (OR: 2.27; IC: 95%)
2 fatores de risco (fumo e ↓ FEV1.0) eleva a OR: 3.31
(IC 95%).
Estudos selecionados
PELKONEN M et col. – Smoking cessation, decline in pulmonary function
and total mortality: a 30 year follow up study among the Finnish cohorts of
the Seven Countries Study- Thorax 2001;56:703-707- Finland.





A cessação tabágica permanente reduz a perda da função
pulmonar.
Foram examinados: associação entre tabagismo, declínio da
função pulmonar e mortalidade.
Estudo follow-up de 30 anos, com re-exames em 5 ocasiões
(1964 a 2000), homens, N = 1711, idade de 40-59 anos.
Mostrou significativos benefícios na parada permanente
quando o tabagismo foi curto: efeitos parcialmente reversíveis
ou até normalizados (broncoconstricção e efeitos
inflamatórios).
Em contraste, paradas intermitentes mantém contínuo estímulo
da resposta inflamatória o que leva a profundas alterações
funcionais e anatômicas dos pulmões.
Estudos selecionados
PELKONEN M et col. – Smoking cessation, decline in pulmonary function and
total mortality: a 30 year follow up study among the Finnish cohorts of the
Seven Countries Study- Thorax 2001;56:703-707- Finland.






Durante os primeiros 15 anos, N = 1007
análise do FEV0.75 : perdas de ...
Nunca fumaram
= 46.4 ml/ano
Passado de tabagismo = 49.3 ml/ano
Parada permanente
= 55.5 ml/ano
Parada intermitente
= 55.5 ml/ano
Tabagismo contínuo
= 66.0 ml/ano
Estudos selecionados
SCANLON PD et al. Smoking Cessation and Lung Function in Mild-toModerate Chronic Obstructive Pulmonary Disease. Am. J. Respir. Crit.
Care Med., Volume 161,Number 2, February 2000, 381-390.

Estudo clínico prospectivo randomizado, n = 3.926, média de
idade 48.5, 36% mulheres.

Medidas da função pulmonar anuais x 5 anos, participantes
que cessaram tiveram melhora no ano seguinte: 47 ml ou 2%.

Sintomas respiratórios não são preditores das alterações
da função pulmonar.

Fumantes com obstrução das vias aéreas são
beneficiados com a cessação apesar de: passado de
tabagismo intenso, idade avançada, função pulmonar <
teóricos mínimos ou hiperresponsividade de vias aéreas.
Estudos selecionados
BURCHFIEL CM et al. – Effects of smoking and somoking cessation
on longitudinal decline in pulmonary function – Am. J. Respir. Crit. Care
Med., Vol 151, No. 6, 06 1995, 1778-1785.




Analisa o declínio da função pulmonar (FEV1.0)
N = 4.451 homens, com idade variando entre 45 e 68
anos, no período de 1965 – 1968.
O declínio variou com o status do fumante (intensidade
x tempo) e a idade.
Comparando com o que nunca fumou:
- fumante contínuo: - 34 ml/ano
- nunca fumou
: - 21 ml/ano
Conclusões (Conselhos)

A abordagem do paciente para a cessação tabágica
com seu sistema respiratório já comprometido é sempre
gratificante, ainda que seja uma tarefa difícil.

As informações científicas sobre os danos do tabaco e
os benefícios da cessação podem auxiliar o paciente a
refletir no risco crescente pela persistência do uso do
tabaco e a conseqüente piora do seu prognóstico.

Cada consulta, visita ou telefonema é sempre uma boa
oportunidade de renovar o apreço e aumentar a
conscientização do paciente para iniciar a cessação.
Conclusões (Conselhos)

O pneumologista dispõe de meios práticos e objetivos
para “dar uns toques” no seu paciente quanto a deixar
de fumar: espirometria, radiografia, ausculta, sintomas.

Estabelecer uma relação direta e ativa com o paciente
demonstrando e sinalizando quanto às alterações já
observadas no seus exames clínicos e laboratoriais é
uma medida que pode encorajar o paciente a mudar de
estágio de motivação.

O paciente com pneumopatia e ainda refratário à idéia
de começar um programa de cessação pode ser
orientado a praticar uma redução do número de cigarros.
Conclusões (Conselhos)

As pneumopatias, em geral, exigem acompanhamento
durante toda a vida, com o tabagismo a situação é similar:
paciência, tolerância, interesse e insistência bem dosadas
podem fazer a diferença na ajuda a seu paciente.

A auto-avaliação na questão conforto respiratório e na
qualidade de vida do paciente baseado nos dados
recebidos através da abordagem intensiva poderá ser
decisiva para a cessação, até com chance de ocorrer de
forma abrupta.

O pneumologista deve sempre socorrer seu paciente em
situações de abstinência “compulsória”: viagens, cirurgia e
hospitalizações, ainda que ele não queira parar de fumar no
momento.
Viver!
Sem ter
Que precocemente perecer
Nem esperar sofrer
Ao envelhecer...
Viver!
Libertar o ser
Da névoa que impede ver
A qualidade do viver
Ao depender...
Viver!
Renovar a cada amanhecer
Sem precisar padecer
Nem os riscos temer
E alcançar o teu entardecer...
Viver!
O aroma vital perceber
Ar puro nos alvéolos difundir
E das tragadas esquecer
E buscar o teu renascer...
Araújo AJ., 29/8/2001
Manual do Tabagismo da SBPT
"As coisas que realizamos nunca
são tão belas,
quanto aquelas que sonhamos!
Mas, às vezes, nos acontecem
coisas tão belas que nunca
pensamos em sonhá-las!”
AjAraújo.
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Passos no rumo da cessação